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Até a criação do Sistema Único de Saúde – SUS, o Ministério da

Saúde, apoiado por Estados e Municípios, desenvolveu


basicamente ações de promoção da saúde e de prevenção de
doenças, merecendo destaque as campanhas de vacinação e
controle de endemias. A atuação na área de assistência à saúde
ocorreu por meio de alguns poucos hospitais especializados, além
da ação da Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública –
FSESP em regiões específicas do país.
Para Brasil (1990), o SUS é uma nova formulação política e
organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de
saúde estabelecida pela Constituição de 1988. O SUS não é o
sucessor do INAMPS nem tampouco do SUDS. O SUS é o novo
sistema de saúde que está em construção.
segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em
todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas
autônomas de governo federal, estadual e municipal. o SUS não é
um “serviço” ou “instituição” trata-se de um sistema (conjunto de
instituições, serviços e ações que interagem para um fim comum e
bem-estar social)

Universalidade, integralidade e equidade (A noção de equidade


advém da igualdade).
Equidade – é assegurar ações e serviços de todos os níveis de
acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o
cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão
é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades
até o limite do que o sistema puder oferecer para todos.
Integralidade – para Roncalli (2003) É o reconhecimento na prática
dos serviços de que:
• cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma
comunidade;
• as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam
também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas;
• as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de
complexidade, formam também um todo indivisível configurando um
sistema capaz de prestar assistência integral.
• O homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser atendido
com esta visão integral por um sistema de saúde também integral,
voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde

- Regionalização e hierarquização – Os serviços devem ser


organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente,
dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da
população a ser atendida. Isto implica a capacidade dos serviços
em oferecer a uma determinada população todas as modalidades
de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia
disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução
de seus problemas)
O conceito de REDE hierarquizada e regionalizada terá um conceito
ampliado a partir do Decreto n. 7.508/2011.
Quanto mais capilarizada a rede, mais facilmente será alcançada a
diretriz/princípio da integralidade.
Resolubilidade – é a exigência de que, quando um indivíduo busca
o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo
sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para
enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência. Caso não
haja capacidade de resolvê-lo o indivíduo deve ser referenciado
para outro nível de atenção.
Descentralização – é entendida como uma redistribuição das
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os
vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto
do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Assim,
o que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade
do governo municipal; o que abrange um estado ou uma região
estadual deve estar sob responsabilidade do governo estadual, e, o
que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal.
Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários
níveis de governo com um nítido reforço do poder municipal sobre a
saúde – é o que se chama municipalização da saúde.
Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na
promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos seus
cidadãos
- Participação da comunidade – é a garantia constitucional de que a
população, através de suas entidades representativas, participará
do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da
sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local.
De acordo com os princípios e as diretrizes do SUS, o Controle
Social garante que a população participará do processo de
formulação das políticas de saúde e de controle da sua execução
em todos os níveis, desde o federal até o municipal.
Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com
representação paritária de usuários, governo, profissionais de
saúde e prestadores de serviço. Outra forma de participação são as
conferências de saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas
de ação sobre a saúde.

Os investimentos e o custeio do SUS são feitos com recursos das


três esferas de governo federal, estadual e municipal
(Financiamento Tripartite)
A existência de Fundos, Planos e Conselhos de Saúde são
condições para que os recursos provenientes do Orçamento da
Seguridade Social e da União sejam repassados para estados e
municípios.
O Orçamento da Seguridade Social é constituído pelas seguintes
fontes:
• Contribuição sobre os salários pagos, sobre as vendas e sobre os
lucros das empresas;
• Contribuição dos trabalhadores, descontada dos seus salários;
• Recursos arrecadados das vendas das loterias federais.
Esta receita deverá ser, então, distribuída entre as partes
componentes do orçamento da: saúde, previdência e assistência
social.
Além dos recursos do OSS, outras fontes são destinadas ao
financiamento da saúde. São as chamadas fontes fiscais, que
acumulam recursos provenientes de outros tipos de impostos ou
contribuições, como por exemplo, o Imposto de Renda (IR) e o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).
Os recursos destinados à saúde devem ser depositados nos
Fundos de Saúde, federal, estaduais e municipais. Os Fundos são
uma espécie de conta especial exclusiva do setor, cuja
movimentação deverá ser feita sob a fiscalização dos Conselhos de
Saúde.

Os recursos destinados à saúde devem ser depositados nos


Fundos de Saúde, federal, estaduais e municipais. Os Fundos são
uma espécie de conta especial exclusiva do setor, cuja
movimentação deverá ser feita sob a fiscalização dos Conselhos de
Saúde.

Para elaboração do plano, alguns aspectos serão levados em


consideração: o perfil epidemiológico local, além da organização
dos serviços em cada esfera administrativa.
A epidemiologia é a base para o planejamento em Saúde, é
conhecida com a ciência da informação em saúde, pois suas
analises geram conhecimento e respaldo para tomada de decisão
Lei n. 8.142 em seu art. 4º reforça a importância do plano de saúde
para liberação dos recursos. A lei em epigrafe coloca como situação
sine qua non a presença do plano de saúde e relatório de gestão,
bem como, fundo de saúde, conselho de saúde atuante e com
composição paritária, a contrapartida de recursos e a comissão de
elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
o funcionamento e operacionalização do planejamento no SUS é
realizado com base nos instrumento0s (Plano de Saúde e as
respectivas programações e os relatório de gestão
o conceito de Plano de Saúde como: “o instrumento que, a partir de
uma análise situacional, apresenta as intenções e os resultados a
serem buscados no período de quatro anos, expressos em
objetivos, diretrizes e metas.
SUS, no que se refere o Planejamento, para atender os requisitos
na elaboração do plano de saúde, são necessários dois momentos
básicos: análise situacional; e formulação dos objetivos,
diretrizes e metas. são eixos que orientam esses momentos: as
condições de saúde da população; os determinantes e
condicionantes de saúde; e a gestão em saúde.
A análise situacional tem como objetivo identificar problemas e
servir de base para criação de medidas. É determinado a partir do
processo de identificação, formulação e priorização de problemas
em uma determinada realidade.
a Programação Anual de Saúde como instrumento que reflete as
intenções abordadas no plano de saúde, com detalhes dos
objetivos, diretrizes e metas, ações e recursos financeiros para
operacionalização do Plano de Saúde.
O PlanejaSUS surgiu com o intuito de melhorar a resolubilidade,
qualidade da gestão e atenção à saúde, fortalecendo a gestão nas
três esferas de governo. Tem como objetivo central coordenar o
processo de planejamento no SUS.
as diretrizes estabelecidas pelo conjunto de normas que tratam
sobre o planejamento no SUS, podem ser elencadas em sete
princípios gerais que orientam os gestores das três esferas da
Federação na organização de suas atividades de planejamento.
Esses princípios estão apresentados a seguir.
1. O planejamento consiste em uma atividade obrigatória e
contínua
2. O planejamento no SUS deve ser integrado à Seguridade
Social e ao planejamento governamental geral
3. O planejamento deve respeitar os resultados das pactuações
entre os gestores nas comissões intergestores regionais,
bipartite e tripartite
4. O planejamento deve estar articulado constantemente com o
monitoramento, a avaliação e a gestão do SUS
5. O planejamento deve ser ascendente e integrado
6. O planejamento deve contribuir para a transparência e a
visibilidade da gestão da saúde
7. O planejamento deve partir das necessidades de saúde da
população

O planejamento é cíclico e o monitoramento deve ser feito em todas


as etapas desse. É de suma importância que todos os instrumentos
de planejamento sejam alinhados, como uma engrenagem, onde
cada um tem sua importância, mas juntos formam um todo
necessário. Porém, o Plano de Saúde é considerado o instrumento
maior de planejamento no SUS.
Os instrumentos do planejamento no SUS, interligam-se
sequencialmente, compondo um processo cíclico de planejamento
para operacionalização integrada, solidária e sistêmica do SUS.
O Plano de Saúde, instrumento central de planejamento para
definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da
saúde de cada esfera da gestão do SUS para o período de quatro
anos, explicita os compromissos do governo para o setor saúde e
reflete, a partir da análise situacional, as necessidades de saúde
da população e as peculiaridades próprias de cada esfera.
A elaboração do Plano de Saúde será orientada pelas
necessidades de saúde da população.
O plano de saúde deve expressar a real necessidade da população,
pois ele é o norte para a implementação das políticas de saúde, que
devem ser a expressão clara das necessidades de um povo.
O Plano de Saúde deverá considerar as diretrizes definidas pelos
Conselhos e Conferências de Saúde e deve ser submetido à
apreciação e aprovação do Conselho de Saúde respectivo.
I – Análise situacional, orientada, dentre outros, pelos seguintes
temas contidos no Mapa da Saúde:
a) estrutura do sistema de saúde;
b) redes de atenção à saúde;
c) condições sociossanitárias;
d) fluxos de acesso;
e) recursos financeiros;
f) gestão do trabalho e da educação na saúde;
g) ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão;
II – Definição das diretrizes, objetivos, metas e indicadores; e
III – o processo de monitoramento e avaliação.

Plano de Saúde
Plano Plurianual – PPA: documento que traz as diretrizes, objetivos e metas de
médio prazo da administração pública.
A Programação Anual de Saúde (PAS) é o instrumento que operacionaliza as
intenções expressas no Plano de Saúde e tem por objetivo anualizar as metas
do Plano de Saúde e prever a alocação dos recursos orçamentários a serem
executados
A programação tem como proposito trazer para o curto prazo, as
definições do plano de saúde que são definidas para um horizonte
de 4 anos, nesse sentido a programação anualiza essas diretrizes.
Sem sombra de dúvida é o instrumento de planejamento mais
operacionalizador, ou seja, traz os prazos, os recursos e os atores
envolvidos para a execução das ações previstas no plano de saúde,
em cada esfera de governo
Se a questão enfatizar:
“acesso a todos os NÍVEIS DE ASSITÊNCIA” => UNIVERSALIDADE
“acesso em todos os NÍVEIS DE COMPLEXIDADE” => INTEGRALIDADE
“assistência SEM PRECONCEITOS E PRIVILÉGIOS” => EQUIDADE /
IGUALDADE
Justiça Social, Tratamento desigual aos desiguais, ofertar mais a quem mais
precisa = EQUIDADE.

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