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Introdução
A caixa torácica, também chamada de esqueleto do tórax ou de tórax ósseo, é o
revestimento ósseo do tórax, vulgarmente conhecido como peito, e consiste nas
costelas (lateralmente), no osso esterno e nas cartilagens costais (anteriormente),
e nas vértebras (dorsalmente). Temos um total de 24 costelas (12 pares), que se
fixam ao osso esterno por meio das cartilagens costais para proteger os órgãos
do tórax como o coração, os pulmões, os vasos e as estruturas mediastinais.
Neste capítulo, você vai conhecer a anatomia das costelas e do osso esterno, bem
como identificar as funções dessas estruturas como integrantes da caixa torácica.
Conforme Moore, Dalley e Agur (2014), as costelas, ainda, podem ser consi-
deradas típicas (III a IX) ou atípicas (I, II e X a XII), pois apresentam componentes
diferentes. As costelas típicas possuem corpo, cabeça, colo e tubérculo. O
corpo da costela (diáfise) compõe a maior parte da costela, e posteriormente
ao tubérculo, observa-se uma mudança em sua curvatura formando o ângulo
costal. Na parte interna da borda inferior, encontra-se o sulco da costela,
estrutura importante, por onde atravessam os vasos sanguíneos e os nervos
intercostais (TORTORA; NIELSEN, 2019).
Por sua vez, a cabeça possui o formato em cunha e é a parte posterior
da costela, que se articula às vértebras. Possui duas faces e articula-se com
o corpo de uma vértebra torácica ou entre corpos vertebrais adjacentes.
Posteriormente à cabeça, temos o colo, que é a porção estreitada da costela.
O tubérculo, que se assemelha a uma maçanete, segue o colo e estende-se
posteriormente. Logo, temos o ângulo, onde a costela forma um arco no
sentido anterior, estendendo-se para se ligar com a cartilagem costal. A
parte inferior do tubérculo contém uma face articular que se une ao processo
transverso da vértebra torácica para formar articulações costovertebrais.
A parte não articular do tubérculo se prende ao processo transverso de
uma vértebra por um ligamento (ligamento costotransversário lateral)
(TORTORA; NIELSEN, 2019).
Conforme Moore, Dalley e Agur (2014), as costelas atípicas (I, II e X a XII)
são diferentes das típicas. A costela I é a mais larga, mais curta e mais curva
das sete costelas verdadeiras. Tem uma face articular em sua cabeça para
a articulação apenas com a vértebra T I e dois sulcos transversais na face
superior para os vasos subclávios. Os sulcos são separados pelo tubérculo
do músculo escaleno anterior, ao qual está fixado o músculo escaleno
anterior. As costelas X a XII também possuem apenas uma face articular em
suas cabeças e articulam-se apenas com uma vértebra. A costelas XI a XII
4 Sistema esquelético: esqueleto axial — caixa torácica
são curtas e não têm colo nem tubérculo. Já a costela II tem um corpo mais
fino, menos curvo e é bem mais longa que a costela I. A cabeça tem duas
faces para articulação com os corpos das vértebras T I e T II. Apresenta uma
área rugosa na face superior, a tuberosidade do músculo serrátil anterior,
na qual tem origem parte desse músculo.
Na Figura 2, você pode conferir a divisão anatômica das costelas.
Figura 2. Divisão anatômica das costelas. (A) Costela típica dividida em cabeça, colo, tubér-
culo e corpo (diáfise). (B) Costelas atípicas, que apresentam componentes diferentes das
costelas típicas.
Fonte: Adaptada de Moore, Dalley e Agur (2014).
Figura 3. Vista superior de uma costela articulada com uma vértebra torácica.
Fonte: Marieb e Hoehn (2008, p. 202).
Com relação à respiração, uma costela típica atua como se fosse a alça de
um balde (Figura 5), moderadamente inclinada para baixo em relação ao plano
transversal. Seu rebaixamento causa uma força no sentido interno, enquanto
sua elevação ocasiona uma movimentação no sentido externo. O rebaixamento
das costelas movimenta o esterno no sentido posterior (para dentro), enquanto
sua elevação o movimenta no sentido anterior (para fora). Assim, o movimento
das costelas altera a largura e a profundidade da caixa torácica, aumentando
ou diminuindo o volume da cavidade (SILVERTHORN, 2017).
10 Sistema esquelético: esqueleto axial — caixa torácica
Figura 6. Radiografia simples do tórax normal em incidência posteroanterior. (A) Osso esterno
e costelas formando a caixa torácica. (B) Perfil mostrando as vértebras.
Fonte: Adaptada de Porto (2019).
Referências
MARIEB, E. L.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MOORE, K. L.; DALLEY, A.; AGUR, A. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
PORTO, C. C. Semiologia médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2019.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2016.