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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG

Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental – DCTA


2DG.005 – Gestão Ambiental

Aula 5:
Poluição dos Recursos
Naturais - Água
Profa: Amanda Noronha
amandanmc@cefetmg.br

Belo Horizonte
Jun/2021 1
Distribuição da água no mundo

Sudeste
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Usos múltiplos da água

A água é um dos recursos


naturais mais intensamente
utilizados, sendo fundamental
para a existência e
manutenção da vida, devendo
estar presente no ambiente
em quantidade e qualidade
apropriada, para diversos usos.
Em função disto podem
ocorrer situações de conflito.

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Usos múltiplos da água

Fonte: ANA, 2020.

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Alteração da qualidade das águas

• Entende-se por poluição da água a


alteração de suas características por
quaisquer ações ou interferências,
naturais ou antrópicas, podendo
produzir impactos estéticos,
fisiológicos ou ecológicos.
• Os poluentes podem ser introduzidos
de forma pontual ou difusa.

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Principais parâmetros indicadores da qualidade da água
• A água contém, geralmente, diversos componentes, os quais provêm do próprio ambiente natural
ou foram introduzidos a partir de atividades humanas.
• Para caracterizar a água, são determinados diversos parâmetros, os quais representam as suas
características físicas, químicas e biológicas. Esses parâmetros são indicadores da qualidade da
água e constituem impurezas quando alcançam valores superiores aos estabelecidos para
determinado uso.
• Parâmetros Físicos
• Temperatura: influencia em algumas propriedades da água, com reflexos sobre a vida aquática.
• Sabor e odor: resultam de causas naturais (algas; vegetação em decomposição; bactérias; fungos;
compostos orgânicos, tais como gás sulfídrico, sulfatos) e artificiais (esgotos domésticos e industriais).
• Cor: resulta da existência de substâncias em solução; pode ser causada pelo Fe ou Mn, pela
decomposição da matéria orgânica (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução de
esgotos.
• Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como argila, silte, substâncias orgânicas
finamente divididas, organismos microscópicos e outras partículas.
• Sólidos: partículas dos materiais citados acima.
• Condutividade elétrica: este parâmetro está relacionado com a presença de íons dissolvidos na água,
que são partículas carregadas eletricamente.

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Principais parâmetros indicadores da qualidade da água
• Parâmetros Químicos
• pH (potencial hidrogeniônico): a vida aquática depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6
a 9.
• Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio; mede a capacidade da
água de neutralizar os ácidos; em teores elevados, pode proporcionar sabor desagradável à
água, tem influência nos processos de tratamento da água.
• Dureza: resulta da presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magnésio); causa
sabor desagradável e efeitos laxativos; reduz a formação da espuma do sabão, aumentando o
seu consumo; provoca incrustações nas tubulações e caldeiras.
• Ferro e manganês: podem originar-se da dissolução de compostos do solo ou de despejos
industriais; dão coloração e sabor à água; as águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento
das ferrobactérias, que causam maus odores e coloração à água e obstruem as canalizações.

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Principais parâmetros indicadores da qualidade da água
• Parâmetros Químicos
• Nitrogênio: é um elemento indispensável ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar um
exagerado desenvolvimento desses organismos; o nitrato, na água, pode causar a metemoglobinemia; a
amônia é tóxica aos peixes.
• Fósforo: é essencial para o crescimento de algas, mas, em excesso, causa a eutrofização.
• Oxigênio Dissolvido (OD): é indispensável aos organismos aeróbios; águas com baixos teores de oxigênio
dissolvido indicam que receberam matéria orgânica; a decomposição da matéria orgânica por bactérias
aeróbias é, geralmente, acompanhada pelo consumo e redução do oxigênio dissolvido da água;
dependendo, o teor de OD pode alcançar valores muito baixos, ou zero, extinguindo-se os organismos
aquáticos aeróbios.
• Matéria Orgânica: a matéria orgânica da água é necessária aos seres heterótrofos, mas em grandes
quantidades podem causar alguns problemas, como o consumo do OD, pelos organismos
decompositores. Geralmente, são utilizados dois indicadores do teor de matéria orgânica na água:
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO).

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Principais parâmetros indicadores da qualidade da água
• Parâmetros Químicos
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): é a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da
matéria orgânica por ação de bactérias aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio
que seria necessário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a matéria orgânica
presente em um líquido (água ou esgoto).
• Demanda Química de Oxigênio (DQO): é a quantidade de oxigênio necessária à oxidação da
matéria orgânica, através de um agente químico.
• Componentes Inorgânicos: metais pesados tóxicos ao homem (As, Cd, Cr, Pb, Hg, Ag, Cu, Zn), e
cianetos.
• Componentes orgânicos: aqueles resistentes à degradação biológica, acumulando-se na cadeia
alimentar; entre esses, citam-se os agrotóxicos, alguns tipos de detergentes e outros produtos
químicos.

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Principais parâmetros indicadores da qualidade da água

• Parâmetros Biológicos
• Coliformes: são indicadores de presença de microrganismos patogênicos na água; os coliformes
fecais existem em grande quantidade nas fezes humanas e, quando encontrados na água,
significa que a mesma recebeu esgotos domésticos, podendo conter microrganismos causadores
de doenças.
• Algas: as algas desempenham um importante papel no ambiente aquático, sendo responsáveis
pela produção de grande parte do oxigênio dissolvido do meio; em grandes quantidades, como
resultado do excesso de nutrientes (eutrofização), trazem muitos inconvenientes.
• A clorofila a é um pigmento encontrada em todos os grupos de algas e cianobactérias, sendo
frequentemente, utilizada como indicadora da biomassa fitoplanctônica em ambientes aquáticos.

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Principais poluentes aquáticos
Os poluentes são classificados de acordo com sua natureza.
• Poluentes orgânicos biodegradáveis;
• Poluentes orgânicos recalcitrantes ou refratários;
• Metais;
• Nutrientes;
• Organismos patogênicos;
• Sólidos em suspensão;
• Calor;
• Radioatividade.

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Caracterização de fontes poluidoras
Referência: Apostila CETESB, 2018.
SISTEMAS INDUSTRIAIS
Os efluentes gerados em uma indústria são compostos por esgotos domésticos e por efluentes
gerados no processo produtivo, águas de refrigeração, águas de lavagem de equipamentos,
efluentes de equipamento de controle de poluição de ar, águas pluviais contaminadas, efluentes
de lavagem de pisos.
SISTEMAS DE ESGOTOS URBANOS
Os esgotos urbanos são aqueles gerados principalmente em residências, edifícios comerciais ou
qualquer edificação que contenha instalações de banheiros, cozinhas, lavandeiras ou que utilize
água para fins domésticos.
FONTES POLUIDORAS DE ORIGEM AGROPECUÁRIA
A poluição de origem agropecuária, característica de zonas rurais, está relacionada aos
excrementos de animais e ao uso de defensivos agrícolas e fertilizantes.

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Caracterização de fontes poluidoras
SISTEMAS INDUSTRIAIS
Coleta de Dados
• Para a caracterização dos efluentes gerados em uma indústria, são necessárias as seguintes
informações:
• Período de funcionamento da empresa;
• Número de funcionários;
• Fluxograma do processamento industrial;
• Planta da fábrica;
• Matérias primas;
• Produção;
• Uso da água;
• Efluentes gerados;
• Sistema de tratamento de efluentes;
• Condição de funcionamento dos equipamentos;
• Condições de gerenciamento.

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SISTEMAS INDUSTRIAIS 14

Características dos Efluentes Industriais


As características dos efluentes industriais são bastante variadas, mesmo se tratando de efluentes de um mesmo setor
industrial.
Caracterização de fontes poluidoras
SISTEMAS INDUSTRIAIS
Equivalente Populacional (EP)
• É um indicador do potencial poluidor de um despejo industrial referido ao número de habitantes de uma
cidade.
• A fórmula para o cálculo do Equivalente Populacional é:

• O EP tem sido utilizado considerando-se como parâmetros o teor de matéria orgânica representado pela
DBO5,20 quando se deseja relacionar o potencial poluidor do despejo industrial com o esgoto doméstico e o
teor de sólidos não filtráveis quando se deseja relacionar a produção de lodo do despejo industrial com a do
esgoto doméstico.

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Caracterização de fontes poluidoras

SISTEMAS INDUSTRIAIS
Equivalente Populacional
A Tabela apresenta valores de equivalente
populacional para algumas atividades
industriais, considerando contribuição de 60
g DBO5,20/hab x dia.

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Caracterização de fontes poluidoras
SISTEMAS DE ESGOTOS URBANOS
Coleta de Dados
• Para o cálculo das contribuições de esgotos sanitários e cargas poluidoras devem ser considerados os
seguintes aspectos relativos à bacia hidrográfica:
• Dados Gerais do Município: dados físicos da bacia hidrográfica, uso e ocupação do solo, características
socioeconômicas da comunidade;
• Abastecimento de Água: pontos de captação, população abastecida, vazão aduzida, número de ligações e tipo de
tratamento;
• Esgotos Sanitários: pontos de lançamento, corpo receptor, número de ligações, população atendida, tipo de
tratamento, informações gerais do sistema de coleta e afastamento (extensão de rede, número de elevatórias,
etc.).

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Caracterização de fontes poluidoras
SISTEMAS DE ESGOTOS URBANOS
Tipos de Esgotamento Sanitário
• O esgotamento sanitário pode ser realizado em sistemas individuais ou coletivos.
• Os sistemas individuais atendem geralmente a residências unifamiliares ou a um número pequeno de
contribuintes, trata-se de solução local cuja disposição final do efluente tratado geralmente envolve
infiltração no solo.
• Os sistemas coletivos são aqueles que incluem o afastamento das contribuições sanitárias para
encaminhamento para sistema de tratamento normalmente distante da área atendida.

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Caracterização de fontes poluidoras
SISTEMAS DE ESGOTOS URBANOS

• Na Tabela 2.4 estão apresentadas as características típicas para esgotos domésticos, que são classificados como esgoto
forte, médio e fraco, dependendo, principalmente, das concentrações de matéria orgânica.

• As características dos esgotos dependem de sua fonte de


geração, de condições socioeconômicas e hábitos da
população e ainda de condições climáticas.
• Formado por, aproximadamente, 99,9% de água e 0,1% de
impurezas, que podem ser de três tipos.
• Impurezas físicas: substâncias que afetam as
características da água como partículas insolúveis ou
sólidos que alteram a transparência da água.
• Impurezas químicas: substâncias orgânicas e minerais.
• Impurezas de natureza biológica: seres vivos liberados
junto com os dejetos humanos.

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Caracterização de fontes poluidoras 20

• As Tabelas 2.5 e 2.6 estão apresentados alguns organismos patogênicos encontrados nos esgotos domésticos e doenças
provocadas, e indicadores, respectivamente.
Caracterização de fontes poluidoras
FONTES POLUIDORAS DE ORIGEM AGROPECUÁRIA
• A quantificação do potencial poluidor de excrementos de animais é geralmente calculada em termos de
população equivalente, conforme dados da Tabela 2.9.

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Caracterização de fontes poluidoras
FONTES POLUIDORAS DE ORIGEM AGROPECUÁRIA
• Para a caracterização das fontes de poluição devido a aplicação de defensivos agrícolas deve ser
realizado com um levantamento das seguintes informações:
• Localização das lavouras em relação aos corpos d’água;
• Tipo de defensivo utilizado, nível de toxicidade em relação aos peixes, quantidade utilizada, forma de aplicação,
equipamentos utilizados, período de aplicação, inclusive se aplicação é realizada quando as condições climáticas
estiverem desfavoráveis;
• Processo de descarte de restos de formulações e águas de lavagem de equipamento;
• Existência de medidas de conservação do solo e da flora ribeirinha;
• Condições ambientais como tipo de solo e fatores climáticos como temperatura, chuva e vento;
• Tipo de cultura, existência de irrigação.

• Para a caracterização da poluição provocada pelo uso de fertilizantes deve-se verificar a facilidade de
carreamento dessas substâncias, devido a sua aplicação sem proteção adequada, quando da ocorrência
de enxurradas.

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Autodepuração dos corpos d’água
• Um curso d’agua em seu estado natural se constitui em ecossistema, onde coexistem
inúmeros organismos que se relacionam entre si e com o próprio ambiente e sendo assim,
qualquer modificação introduzida pode provocar sérios desequilíbrios.
• O lançamento de efluentes nos corpos d’água, especialmente esgotos sanitários, pode resultar
indiretamente no consumo de oxigênio dissolvido, tendo em vista a introdução de matéria
orgânica no meio, que constitui um dos principais problemas de poluição das águas.
• Um corpo d´água poluído por lançamento de matéria orgânica biodegradável (somente) sofre
um processo natural de recuperação denominado de autodepuração, que se desenvolve ao
longo do tempo, podendo ser dividido em quatro zonas principais, descritas a seguir (CETESB,
2018).

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Autodepuração dos corpos d’água
Zona não poluída Zona de Zona de Zona de Zona não poluída
(elevada biodiversidade) degradação decomp. ativa recuperação (elevada biodiversidade)

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Autodepuração dos corpos d’água
• Zona de degradação
• Localiza-se logo após o lançamento.
• Os sólidos sedimentáveis do esgoto tendem a se depositar no fundo, onde entram em decomposição
anaeróbica.
• As concentrações de oxigênio dissolvido caem rapidamente, havendo aumento dos teores de gás carbônico e
amônia, podendo ocorrer redução do pH, tornando a água mais ácida.
• Observa-se a presença de bactérias, fungos e protozoários e evasão de hidras, esponjas, musgos, crustáceos,
moluscos e peixes.

• Zona de decomposição ativa


• Localiza-se após a zona de degradação e corresponde aos níveis mais baixos de OD (em casos de poluição
maciça, o OD nesta zona pode chegar a zero).
• Caracteriza-se pela decomposição anaeróbica em toda massa líquida e pela geração de gases, incluindo os
odorantes.
• O nitrogênio apresenta-se em grande parte convertido a amônia.
• Há aumento no número de protozoários e redução das bactérias entéricas, sendo observada a presença de
alguns macrorganismos e larvas de insetos.

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Autodepuração dos corpos d’água
• Zona de recuperação
• Localiza-se após a zona de decomposição ativa e corresponde a um lento crescimento do nível de OD.
• A maior parte da matéria orgânica já foi parcialmente estabilizada nas zonas de montante, reduzindo assim o
consumo de oxigênio dissolvido, cujas concentrações tendem a subir.
• O número de bactérias diminui devido à redução da matéria orgânica que lhes serve de alimento. Reaparecem
os fungos e algumas algas. Há presença de moluscos e vários vermes, esponjas, musgos e larvas de insetos e
com a diversificação da cadeia alimentar começam a surgir peixes mais resistentes e plantas aquáticas.

• Zona de águas limpas


• Nesta zona, devido ao fenômeno natural de reaeração, o curso d’água recupera o seu teor de oxigênio
dissolvido, restabelecendo o equilíbrio.
• A matéria orgânica apresenta-se estabilizada e a concentração de OD próxima a de saturação. Há
restabelecimento da cadeia alimentar, sendo encontrados grandes crustáceos de água doce, moluscos e vários
peixes.

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Eutrofização
• A eutrofização é o crescimento excessivo das plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que
sejam considerados como causadores de interferências com os usos desejáveis do corpo d’água (VON SPERLING, 1996).
• O principal fator de estímulo é um nível excessivo de nutrientes no corpo d’água, principalmente nitrogênio e fósforo.
• É mais comum em lagos e represas, mas também pode ocorrer também em rios (menos frequente), devido às
condições serem mais desfavoráveis para o crescimento de algas e outras plantas.

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Anabaena circinalis e Lagoa eutrofizada/Parque Ecológico do Tietê/SP.
Eutrofização
• O nível de eutrofização está usualmente associado ao uso e ocupação do solo
predominante na bacia hidrográfica.

Ocupação por matas e florestas


• Um lago situado em uma bacia de drenagem
ocupada por matas e florestas apresenta usualmente
uma baixa produtividade, isto é, há pouca atividade
biológica de produção (síntese) no mesmo. Na bacia
hidrográfica, a maior parte dos nutrientes é retida
dentro de um ciclo quase fechado, fazendo com que
o aporte de nutrientes ao corpo d’água é reduzido.

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Eutrofização
Ocupação por agricultura
• Os vegetais plantados na bacia são retirados para
consumo humano. Para compensar esta retirada, e para
tornar a agricultura mais intensiva, são adicionados
fertilizantes com altos teores de N e P, que podem,
eventualmente, atingir algum lago ou represa. A
produtividade do corpo d’água aumenta, o que poderá
ser positivo ou negativo, dependendo dos usos previstos
e da capacidade de assimilação.

Ocupação urbana
• Caso se substitua a área agricultável da bacia
hidrográfica por ocupação urbana, uma série de
consequências irá ocorrer, desta vez em taxa bem mais
rápida.
• Consequências: assoreamento, drenagem pluvial urbana
e lançamento de esgotos (maior fator de deterioração).

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Principais efeitos da eutrofização
• São os seguintes os principais efeitos indesejáveis da eutrofização (VON SPERLING, 1996):
• Problemas estéticos e recreacionais.
• Diminuição do uso da água para recreação, balneabilidade e redução geral na atração turística.
• Condições anaeróbias no fundo do corpo d’água.
• O aumento da produtividade do corpo d’água causa uma elevação da concentração de bactérias heterotróficas, consumindo OD
do meio líquido. No fundo do corpo d’água predominam condições anaeróbias, que acarretam:
• Na solubilização do Fe e Mn, trazendo problemas ao abastecimento de água;
• Liberação de gás sulfídrico, que é tóxico e causa maus odores.

• Eventuais condições anaeróbias no corpo d’água como um todo.


• Dependendo do grau de crescimento bacteriano, pode ocorrer, em períodos de mistura total da massa líquida (inversão térmica)
ou de ausência de fotossíntese (período noturno), mortandade de peixes e reintrodução dos compostos reduzidos em toda a
massa líquida, com grande deterioração da qualidade da água.
• Eventuais mortandades de peixes, com possíveis modificações na qualidade e quantidade de
espécies de valor comercial.
• A mortandade de peixes pode ocorrer em função de: anaerobiose (já comentada acima) e toxicidade por amônia.

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Principais efeitos da eutrofização
• Maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água.
• Necessidade de: remoção da própria alga, remoção de cor, remoção de sabor e odor, maior consumo de
produtos químicos, lavagens mais frequentes dos filtros.
• Problemas com o abastecimento de águas industrial.
• Elevação dos custos para o abastecimento de água industrial devido a razões similares às anteriores, e
também aos depósitos de algas nas águas de resfriamento.
• Toxicidade das algas.
• Rejeição da água para abastecimento humano e animal em razão da presença de secreções tóxicas de
certas algas (cianobactérias).
• Redução na navegação e capacidade de transporte.
• O crescimento excessivo de macrófitas enraizadas interfere com a navegação, aeração e capacidade de
transporte do corpo d’água.
• Desaparecimento gradual do lago como um todo.
• Em decorrência da eutrofização e do assoreamento, aumenta a acumulação de matérias e de vegetação, e
o lago se torna cada vez mais raso, até vir a desaparecer.

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Controle da eutrofização
Medidas preventivas
• Compreendem a redução do aporte de fósforo através de atuação nas fontes externas,
podem incluir estratégias relacionadas aos esgotos ou à drenagem pluvial.
• Controle dos esgotos
• Tratamento dos esgotos a nível terciário com remoção de nutrientes
• Tratamento convencional dos esgotos e lançamento a jusante da represa
• Exportação dos esgotos para outra bacia hidrográfica que não possua lagos ou represas
• Infiltração dos esgotos no terreno
• Controle da drenagem pluvial
• Controle do uso e ocupação do solo na bacia
• Faixa verde ao longo da represa e tributários
• Construção de barragens de contenção
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Controle da eutrofização
Medidas corretivas
• Processos químicos
• Processos mecânicos
• Precipitação de nutrientes
• Aeração
• Uso de algicidas
• Remoção dos sedimentos
• Cobertura dos sedimentos
• Remoção de algas • Processos biológicos
• Remoção de macrófitas • Biomanipulação
• Sombreamento • Uso de peixes herbívoros
• Uso de cianófagos

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Em resumo ...
• Água é recurso renovável, mas ...
• São diversos os usos, o que pode causar conflitos, que tendem a se intensificar em um
cenário de crescimento populacional e mudanças climáticas (imprevisibilidade).
• Em função dos diversos usos que são feitos, ocorre a poluição das águas, tornando-se
necessário verificar sua qualidade por meio indicadores químicos, físicos e biológicos.
• Principais poluentes: poluentes orgânicos biodegradáveis e recalcitrantes, metais,
nutrientes, organismos patogênicos, sólidos em suspensão.
• Eutrofização e controle.

• Caracterização de fontes poluidoras.


• Autodepuração dos corpos d’água.
• Próxima aula (síncrona): Aula 6 – Poluição Recursos Naturais (solo).
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Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA E SANEAMENTO BÁSICO – ANA. Relatório Conjuntura dos Recursos
Hídricos no Brasil 2020. 2020. Disponível em:
• http://conjuntura.ana.gov.br/
BRAGA, B.; et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. 318p.
CETESB - COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fundamentos do Controle de
Poluição das Águas, 2018. Disponível em:
• https://cetesb.sp.gov.br/posgraduacao/wp-content/uploads/sites/33/2018/11/Apostila-Fundamentos-
do-Controle-de-Polui%C3%A7%C3%A3o-das-%C3%81guas-T3.pdf
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. DESA-UFMG,1996.

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