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Aula 4:
Conservação e restauração
ecológicas
Profa: Amanda Noronha
amandanmc@cefetmg.br
Belo Horizonte
Jun/2021 1
Introdução
• Em aulas passadas conhecemos os ciclos hidrológico e biogeoquímicos de alguns
elementos, além de fundamentos básicos de ecologia relacionados à estrutura e dinâmica
de ecossistemas e de populações.
• Tendo em vista os impactos causados pelas atividades antrópicas no meio ambiente, tais
conhecimentos constituem-se como base fundamental para os processos de conservação
e restauração ecológica, necessários à recuperação dos ecossistemas naturais.
• Mas primeiro, qual a diferença entre conservação e restauração?
• Preservar é manter as características próprias de um ambiente, sem fazer qualquer tipo de
alteração.
• A conservação busca o desenvolvimento socioeconômico aliado ao cuidado com a natureza.
• Já a restauração é o processo de assistir a recuperação de um ecossistema que foi degradado,
perturbado ou destruído.
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Histórico
• Durante a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, foi criada a Convenção sobre a Diversidade
Biológica (CDB), sendo hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas ao
tema.
• Três objetivos principais da CDB:
• Conservação da diversidade biológica;
• Uso sustentável dos seus componentes;
• Partilha justa e equitativa dos benefícios da utilização dos recursos genéticos.
• No Art. 8 da Convenção é mencionado que “cada Parte Contratante deve, na medida do
possível e conforme o caso” promover ações de conservação in situ. Já o Art.9, traz que
“cada Parte Contratante deve, na medida do possível e conforme o caso” também manter
ações de conservação ex situ, principalmente a fim de complementar àquelas in situ.
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Medidas de conservação ex situ
• Conservação ex situ significa a conservação de componentes da diversidade biológica fora
de seus hábitats naturais.
• Por que fazê-lo?
• Considerando as múltiplas pressões sobre o meio ambiente, a destruição e fragmentação de
habitats, bem como os possíveis impactos das mudanças climáticas sobre os recursos genéticos,
a conservação ex situ torna-se uma estratégia importante de conservação, uma vez que resgata,
conserva e disponibiliza o germoplasma para uso futuro, em ações de recuperação de habitats,
reintroduções de espécies e em programas de melhoramento genético.
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Medidas de conservação ex situ 5
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Conservação de parentes silvestres de esp. cultivadas
• Um ponto intermediário entre técnicas ex situ e in situ são as estratégias de conservação de parentes
silvestres de espécies cultivadas.
• Representam variabilidade genética de plantas não domesticadas, sendo o resultado de séculos de adaptação
ao ambiente (patrimônio genético da humanidade).
• Os parentes silvestres de plantas cultivadas constituem um manancial genético à disposição da pesquisa
agropecuária pelas características de adaptação ao meio ambiente desenvolvidas ao longo do processo
evolutivo.
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Conservação de parentes silvestres de esp. cultivadas
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Medidas de conservação in situ
• Conservação in situ significa a conservação de ecossistemas e hábitats naturais e a
manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e,
no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido
suas propriedades características.
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Medidas de conservação in situ
• Técnicas
• a) Conservação da biodiversidade nas próprias paisagens naturais de origem.
• Foco em áreas protegidas, por meio de ações governamentais para conservação e
preservação da biodiversidade e uso sustentável.
• b) Restauração ecológica
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Medidas de conservação in situ
Conservação da biodiversidade nas próprias paisagens naturais de origem.
• Definição de área protegida
• “...uma área de terra e/ ou mar especialmente dedicada à proteção e manutenção da diversidade
biológica, bem como dos recursos naturais e culturais associados, e manejada ou gerida por
meios legais ou por outros meios institucionais efetivos.“
• No Brasil, foi instituída pela Lei n° 9.985/2000, o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação,
implantação e gestão das unidades de conservação (UC).
• Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual
se aplicam garantias adequadas de proteção.
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Medidas de conservação in situ
• O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto
das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.
• O SNUC tem dentre outros objetivos:
• I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais;
• II - proteger as espécies ameaçadas de extinção;
• III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
• IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
• V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de
desenvolvimento;
• VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
• VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica,
arqueológica, paleontológica e cultural;
• IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.
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Medidas de conservação in
situ
• Art. 7º As unidades de conservação integrantes do
SNUC dividem-se em dois grupos, com
características específicas:
• I - Unidades de Proteção Integral, com objetivo básico
de preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso
indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos
casos previstos nesta Lei.
• II - Unidades de Uso Sustentável, com o objetivo básico
de compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
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Medidas de conservação in situ 18
Medidas de conservação in situ 19
Restauração ecológica
• Do latim restaurare, é a ação de reparar, restabelecer, recobrar, reintegrar ou por no estado
primitivo.
• É uma atividade intencional que inicia ou acelera a recuperação de um ecossistema em relação
a sua saúde, integridade e sustentabilidade.
• Frequentemente, o ecossistema que necessita restauração foi degradado, perturbado,
transformado ou inteiramente destruído como resultado de ações humanas. Em alguns casos,
estes impactos podem ter sido causados ou agravados por agentes naturais a um ponto no
qual o ecossistema não pode recuperar seu estado anterior à perturbação.
longo do tempo
Regresso - realista
+ realista
Processo
Restauração x Substituição x Reabilitação 23
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Referências
• MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Convenção sobre Diversidade Biológica.
Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf
• DELITTI, W. Ecologia - Aula 14 - Conservação e restauração ecológicas. Univesp.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eWPP5EzRLjY
• Society for Ecological Restoration International. Science & Policy Working Group.
Fundamentos de Restauração Ecológica, 2004. Disponível em:
http://lerf.eco.br/img/publicacoes/2004_12%20Fundamentos%20de%20Restauracao.pdf
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