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Protegendo a biodiversidade

 Definição: proteger a biodiversidade é prolongar sua existência, além


de um dever ético e uma necessidade estratégica para garantir a
qualidade de vida no planeta, uma vez que esta proporciona ar,
alimento, energia, recursos, materiais necessários para a sobrevivência
humana em geral.
 Ações que auxiliam essa prolongação: A exploração de
recursos deve ocorrer de forma organizada e deve-se respeitar os ciclos
de renovação e recuperação do ambiente. São formas de proteção da
biodiversidade: O consumo de forma mais sustentável, como por ex.:
reutilização de embalagens ao invés de uso de materiais descartáveis,
assim diminuindo o uso de plástico; troca de energias não-renováveis
por renováveis; economia de água e/ou de energia, etc. Além disso, o
estabelecimento de áreas protegidas é uma das formas mais eficientes e
utilizadas atualmente para conservação da natureza, porém enfrenta
inúmeros desafios para que seja efetivo diante do impacto que o ser
humano vem causando na natureza nas últimas décadas.
 Áreas protegidas no Brasil e no mundo: As chamadas
Unidades de Conservação (UC) são áreas de proteção ambiental
classificadas em categorias distintas que determinam quais atividades
podem ser realizadas nessas áreas. Entre as áreas protegidas também
estão presentes os corredores de biodiversidade, chamados corredores
ecológicos. A função destes corredores é conectar os fragmentos de
vegetação. A restauração ecológica é uma estratégia muito importante
para auxiliar na conservação, especialmente na recuperação de áreas
degradadas. Os serviços ecossistêmicos que proveem recursos naturais
para os seres humanos justificam ainda mais a conservação de algumas
áreas.
Corredores ecológicos.
A primeira UC foi criada nos EUA, chama-se Parque Nacional de
Yellowstone, em 1872. A primeira UC brasileira foi criada no final da década
de 40, sendo o Parque Nacional do Itatiaia.

 Unidades de Conservação: As UC são criadas pelo poder público


(governos federal, estadual e municipal) e são instituídas com o objetivo
de proteger recursos naturais, fauna e flora. Os dois grandes grupos em
que se dividem as UC são Unidades de Conservação de Proteção
Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável. As
Unidades de Proteção Integral são de uso restritivo, suas áreas não
podem ser habitadas pelo homem e os seus recursos não podem ser
extraídos. No entanto, o uso indireto é permitido mediante autorização
prévia, como para pesquisa científica ou turismo ecológico. As de Uso
Sustentável são áreas em que são permitidas atividades desde que
sejam respeitadas as normas, visando garantir a manutenção e a
renovação dos recursos naturais que a área possui, além de seus
grandes processos ecológicos e de sua conservação.
 Unidades de Conservação de Proteção Integral:
- Estação Ecológica (ESEC) tem como objetivo a preservação da natureza e
a realização de pesquisas científicas, com permissão de visita somente com
objetivo educacional;
- Reserva Biológica (REBIO) tem como objetivo preservação da diversidade
biológica, sendo permitidas medidas de recuperação de ecossistemas
alterados e ações de manejo para recuperar o equilíbrio natural e preservar
a diversidade biológica, com permissão de visita somente com objetivo
educacional.
- Parque Nacional (PARNA) tem como objetivo a preservação dos
ecossistemas naturais e sítios de beleza cênica. Permite atividades
recreativas, educativas, de interpretação ambiental e de pesquisas
científicas, sendo a categoria que possibilita uma maior interação entre o
visitante e a natureza.
- Monumento Natural tem como objetivo a preservação de locares incomuns
e que se destaquem pela sua beleza cênica, podendo ser constituído de
áreas particulares. Permite diversas atividades de visitação, desde que as
atividades realizadas em quaisquer dessas áreas estejam de acordo com os
objetivos da UC.
- Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo a proteção de ambientes
naturais para garantir condições para que espécies ou comunidades da
flora e fauna locais existam e se reproduzam nessas áreas. Possibilita,
também, que haja áreas particulares, bem como a realização de atividades
de visitação que atendam aos requisitos da UC em que se encontra.

 Unidades de Conservação de Uso Sustentável:


- Área de Proteção Ambiental (APA) tem como objetivos a proteção da
diversidade biológica e o controle da ocupação humana dentro das áreas,
garantindo a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Essas áreas
geralmente são de grandes extensões, podendo ser formadas por terras
públicas e privadas, e apresentam características naturais e culturais de
grande relevância para a qualidade de vida das pessoas que vivem nelas.
- Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): essa UC de Uso
Sustentável tem como objetivo de preservar os ecossistemas naturais que
têm importância para a região. Essas áreas têm características naturais
únicas, são geralmente de pequena extensão com pouca ou nenhuma
ocupação humana e podem ser formadas por terras públicas ou
particulares.
- Floresta Nacional (FLONA), como o nome diz, é uma área com cobertura
florestal de predominância de espécies nativas que permite a exploração e
o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, a pesquisa científica e a
visitação pública desde que condicionadas às regras da UC. É constituída
apenas por terras públicas, nas quais só podem viver populações
tradicionais que já existiam quando o local foi delimitado. Assim, áreas
particulares dentro de sua extensão devem ser desapropriadas.
- Reserva Extrativista (RESEX): é uma área utilizada por populações
extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais
de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida
e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade.
- Reserva de Fauna (REFAU): é uma área natural com populações animais
de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias,
adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos.
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS): é uma área natural que
abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas
sustentáveis de exploração de recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham
um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da
diversidade biológica.
- Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): área privada criada pela
iniciativa do proprietário (sem possibilidade de reversão da área protegida)
e que, para o seu gerenciamento, pode receber apoio de órgãos integrantes
do SNUC. Tem o objetivo de conservar a diversidade biológica, sendo
permitida a pesquisa científica e as visitações turística, recreativa e
educacional.

 Floresta fragmentada:
A fragmentação florestal é um processo em que áreas contínuas de
vegetação natural são subdivididas em manchas de tamanhos diversos,
originado por atividades antrópicas ou causas naturais associadas a
mudanças ambientais e eventos de grande magnitude.
Em muitos casos as consequências da fragmentação de habitats podem
aumentar o risco de extinção de muitas espécies, alterar diversas
interações ecológicas, tais como mutualismo entre planta-polinizador,
alterar as taxas de crescimento vegetal, mudar a estrutura demográfica das
populações, e influenciar de forma negativa o sucesso reprodutivo dos
indivíduos em fragmentos florestais.
 Corredores ecológicos:
Os corredores de biodiversidade (ou corredores ecológicos) tem o objetivo
de unir áreas de fragmentos florestais ou unidades de conservação. Sua
função é permitir o fluxo de espécies entre essas áreas, o deslocamento da
fauna e a dispersão de sementes para a recolonização de áreas
degradadas e o aumento da cobertura vegetal. Eles têm o importante papel
de reduzir os efeitos da fragmentação, contribuindo efetivamente para o
desenvolvimento ambiental e a conservação da biodiversidade.

 Sustentabilidade:
Sustentabilidade é a capacidade de uso consciente dos recursos naturais
sem comprometer o bem-estar das gerações futuras. Seu objetivo principal
é encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a
preservação ambiental. Porém o conceito atual de sustentabilidade se
baseia em três fatores fundamentais, chamados de tripé da
sustentabilidade, que são o ambiental, o social e o econômico. A
sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável significa utilizar os
recursos naturais de forma a suprir as necessidades do homem sem afetar
o provimento desses recursos para as próximas gerações e para a
biodiversidade. Entender que os recursos que a natureza provê são finitos é
fundamental para agir de forma mais consciente. No âmbito social, significa
um desenvolvimento igualitário, de forma que todos os indivíduos tenham
acesso à educação, cultura e saúde por meio da participação da população
e de atores sociais. Economicamente implica na gestão consciente dos
recursos naturais que objetivam o crescimento econômico, o
desenvolvimento social e a melhoria da distribuição de renda. Buscar uma
política sustentável e evitar o menor consumo possível de recursos naturais
não acabam com todos os impactos gerados nos ambientes.
Nas adotar medidas sustentáveis a ajudam a tornar os impactos cada vez
menores, sendo importante para garantir uma qualidade de vida para todos.
Preservar, conservar e respeitar os ambientes naturais são questões não só
de consciência, mas de sobrevivência da espécie humana, pois o ser
humano faz parte da natureza e precisa dela para todas as suas
necessidades básicas. A educação ambiental é uma das ferramentas mais
eficazes e promissoras para proteger a biodiversidade.
Por meio dela ocorre a sensibilização do indivíduo sobre os problemas
ambientais atuais. Dessa forma, o indivíduo passa a perceber a
necessidade de agir diferente e, assim, adquire novos hábitos ou os
modifica de forma que o impacto de cada atitude passe a ser considerado
em suas decisões de compra, de consumo, de economia, etc. A primeira
forma de educação ambiental é a conscientização por meio da ampla
participação da escola, da universidade, e de organizações não
governamentais (ONGs).
Existem, assim, alternativas de educação ambiental oferecidas em forma de
treinamentos a empresas, projetos independentes ou, ainda, por intermédio
dos meios de comunicação de massa, programas sociais e campanhas
educativas. Resumidamente, ser sustentável é devolver à natureza tudo
que dela for gasto.
A conservação da biodiversidade e a contribuição dos serviços
ecossistêmicos podem alavancar o desenvolvimento econômico e social do
país se for reconhecida a importância de sua proteção e das ações e dos
investimentos em conservação e restauração. Atualmente, é muito
importante que os países não enxerguem mais a biodiversidade e os
serviços ecossistêmicos como obstáculos para o desenvolvimento
econômico. Pelo contrário, deve-se ter a consciência de que, se
incorporados às políticas de desenvolvimento do país, tornam-se
fundamentais para enfrentar crises socioeconômicas e ambientais,
nacionais ou globais, trazendo novas oportunidades.
O Brasil é um país com grande potencial de aproveitamento dos seus
recursos naturais, pois possui grande diversidade, e a exploração
consciente e sustentável desses recursos pode propiciar o desenvolvimento
das comunidades, possibilitando a melhoria nas condições de vida.

 Energias renováveis e não-renováveis:


A diferença entre as fontes de energias renováveis e não renováveis é que
as fontes renováveis utilizam recursos que não se esgotam ou se regeram
na natureza. Já as fontes de energia não renováveis utilizam recursos que
se esgotam na natureza, por isso, podem gerar diversos problemas para o
meio ambiente.
- Vantagens da energia não-renovável: Produção mais barata; facilidade na
produção e distribuição;
- Desvantagens da energia não-renovável: As fontes são altamente
poluentes e agridem a biodiversidade; as fontes se esgotarão mais
rapidamente em algum momento; exige alto investimento para a instalação
de um sistema de energia não-renovável;
- Vantagens da energia renovável: Menor poluição (contribui menos com o
efeito estufa e o aquecimento global); reduz o desmatamento; a maioria não
prejudica a vida animal, e desse modo não causa extinção; não oferece
perigo de acidentes como os de uma usina nuclear, etc;
- Desvantagens da energia renovável: A construção de usinas podem
causar desmatamento, alteração dos rios, da vida aquática e da população
que vive em torno delas em uma área específica; a energia eólica causa
poluição sonora e atrapalha o curso das aves; a maremotriz interfere na
vida marinha próxima aos geradores; a capacidade de geração de energia é
menor se comparada aos combustíveis fósseis; a única acessível à
população e considerada mais limpa, a energia solar, tem um alto custo de
investimento inicial; as hidrelétricas, apesar de em baixa quantidade se
comparadas à energias não-renováveis, emitem gases nocivos, como
metano, gás carbônico e óxido nitroso.

 Compromissos internacionais em relação à proteção da


biodiversidade:
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
conhecida também como Rio+20, foi uma conferência realizada entre os
dias 13 e 22 de junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro, cujo objetivo
era discutir sobre a renovação do compromisso político com o
desenvolvimento sustentável.

 Consequências do consumismo:
O consumismo também pode trazer sérios problemas para a natureza. Se
as pessoas consomem mais, significa que as empresas precisam produzir
mais. Logo, temos um aumento em resíduos e gases, além do descarte de
outros produtos que são substituídos, como smartphones, computadores ou
roupas.

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