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Zoneamento de Áreas de Conservação

Como em muitos outros países, em Moçambique não há nenhuma área protegida sem
comunidades locais. A separação das comunidades das áreas de conservação é difícil
e é duvidoso se é moral ou não porque muitas vezes as pessoas já viveram dentro das
áreas protegidas depois do seu estabelecimento. O conceito de Reserva da Biosfera
não promove a separação mas a coexistência de homem e os animais. O conceito
incluí o zoneamento de uma área protegida nas zonas particulares para a coexistência
de homem e animais e para o uso sustentável variado dos recursos naturais. Uma
Reservas de Biosfera é feita das seguintes zonas:
Ø zona de protecção absoluta ou núcleo (core zone)
Ø zona de utilização múltiplas (multiple use zone)
Ø zona cultural
Ø zona de restauração
Ø zona de apoio (support zone, antigamente zona tampão [buffer zone])

Paisagens e ecossistemas têm usos da terra diferentes. Cada paisagem varia na


capacidade de cumprir com as actividades e os usos da terra realizados. Az vezes os
impactos dos usos não são compatíveis com os objectivos de maneio. Conflitos
podem ser minimizados, se impactos potenciais são considerados no processo de
planificação.

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O zoneamento é um instrumento flexível para apoiar a implementação do plano de
maneio. A Lei de Florestas e Fauna Bravia (9/1999) define o zoneamento como uma
“divisão e classificação do património florestal e faunístico de acordo com o tipo de
vegetação e uso alternativo da terra”. A gestão da entidade de zonas deve ser feita
numa maneira participativa. O zoneamento é baseado nos factores internos e externos
e divide uma área em zonas diferentes onde estão permitidos tipos e graus diferentes
de desenvolvimento. Como uma consequência do zoneamento, o uso dos recursos da
área e também o esforço de conservação requerido pode variar. As zonas são
determinadas através da paisagem, características dos ecossistemas, a visão e os
objectivos da área de conservação, do ambiente socio-económico e outros factores.
Um objectivo comum de todas as zonas é a manutenção dos processos ecológicos.
Cada zona pode ser subdividida, relativo aos objectivos. Diferente do conceito de
Reservas de Biosfera se pode definir zonas que suportam os objectivos particulares de
maneio, por exemplo zona de turismo, zona de protecção da vegetação, zona de baixa
densidade de elefantes, etc.
Os limites das zonas e em geral de áreas protegidas devem ser visíveis e são baseados
nas características naturais. Mais favoráveis são os limites naturais evidentes como
estradas, rios, cordilheiras, etc. Para a planificação do zoneamento são usados dados
de GIS, os conhecimentos e a experiência de outras áreas protegidas, inspecções do
sítio, workshops, etc. Uma abordagem participativa e inevitável.

Fases de Zoneamento
• compreensão dos objectivos de maneio
• compreensão das características naturais
• compreensão do ambiente social e cultural
• determinação das classes de zoneamento
• selecção dos limites de zoneamento
• avaliação dos características ambientais e sociais de cada zona
• elaboração de alternativas de zoneamento

Zoneamento nas Reservas de Biosfera


Zona de protecção absoluta ou núcleo
O núcleo tem a prioridade mais alta de protecção e pode incluir sítios de nidificação
das espécies raras, ecossistemas frágeis ou ameaçados, sítios arqueológicos ou
históricos importantes, ou sítios para a investigação do prazo longo. As actividades
humanas permitidas são limitadas para reduzir impactos e para garantir a realização
dos objectivos de protecção:
• protecção da salva
• monitoria e pesquisa cientifica
• preservação da diversidade de genes, espécies e paisagens
• manutenção dos processos ecológicos

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Os recursos da zona de protecção absoluta estão estritamente protegidos. As vezes o
núcleo contem uma zona selvagem sem estruturas permanentes e com impacto
mínimo humano, p. ex. só a monitoria é permitida. Proibida é a construção dos
acampamentos permanentes. A rede de caminhos existe só onde é absolutamente
necessário.

Zona de apoio (support zone, antigamente zona tampão [buffer zone])


Segundo a Lei de Florestas e Fauna Bravia (9/1999) uma zona tampão é a “porção
territorial circunvizinha duma zona de protecção que forma uma faixa de transição
entre a área protegida e as áreas de utilização múltiplas com o objectivo de controlar e
reduzir os impactos decorrentes da acção humana na zona de protecção respectiva”. A
zona de apoio precisa o envolvimento e a participação das comunidades locais.
Apesar da função protectora, o novo conceito da zona de apoio adicionalmente
considera as oportunidades económicas das comunidades vizinhas da área de
conservação. Importante é que a zona de apoio está localizada fora do núcleo para não
reduzir o tamanho do núcleo e para permitir o uso ligeiro dos recursos. Por outro lado
a zona de apoio deve ser parte da área protegida.
O estabelecimento duma zona de apoio pode reduzir os efeitos de limite e marginais e
fornece uma protecção adicional contra as actividades humanas, contra o vento,
mudanças do microclima, etc. E por isso é uma extensão da área efectiva para as
espécies viver. Adicionalmente, a zona de apoio deve ter características da zona de
protecção, p. ex. a composição de espécies ou o tipo de habitat
O uso ligeiro das actividades humanas e dos recursos naturais como turismo, pesquisa
cientifica, caça tradicional, colecção de frutas, plantas medicinais, lenha, pesca, etc. é
possível. Actividades proibidas são queimadas, plantações, abate de arvores,
pastagem, povoação, etc. Na realidade encontram-se as vezes tampões menos
desejáveis:
• tampões florestais (e. g. florestas plantadas, florestas secundarias)
• tampões económicos com culturas, plantações, fazendas, etc.
• tampões físicos como vedações, vedas vivas, canais, etc.

Zona de uso múltiplo


Nesta zona é permitido o uso intensivo dos recursos para suportar a subsistência
tradicional das comunidades locais vizinhas. A zona também fornece oportunidades
para o turismo comunitário. Os objectivos e as actividades permitidas podem incluir :
Ø povoação
Ø agricultura, pastagem, caça, etc.
Ø turismo comunitário
Ø turismo cinegético
Ø educação
Ø exploração sustentável dos recursos

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Diferente do conceito da Reserva de Biosfera, pode ser estabelecida uma zona
turística no interior de uma área de conservação com actividades turísticas com os
seguintes objectivos:
• educação
• conservação da diversidade de genes, espécies e paisagens
• pesquisa científica
• manutenção dos processos ecológicos
Actividades permitidas incluem
• estabelecimento de acampamentos
• construção de infra-estrutura como caminhos, poços, etc.
• observação da fauna bravia sem ou com guias

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