Você está na página 1de 8

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES CONSERVAÇÃO

– SNUC
REGIMENTO DO PAU-BRASIL (1605)
• Primeira lei de
cunho ambiental
do Brasil;

• Voltado a
proteção das
florestas;

• Foco no controle
do uso de recursos
madeireiros;

• Sem demarcação
de áreas
específicas.

CARTA RÉGIA (1797)


• Afirma a
necessidade de
proteção a rios,
nascentes e encostas, que passam a ser declarados propriedades da Coroa.

• Em 1844, por ordem de Dom Pedro II houve desapropriação das fazendas de café e replantio de
vegetação nativa na floresta da Tijuca – RJ.

• O objetivo era resguardar recursos hídricos da região;

• Delimitação de área específica a ser recuperada e conservada;

CONSTITUIÇÃO E CÓDIGO FLORESTAL (1934) “Proteger belezas naturais e monumentos de


valor histórico”; Impões limites ao exercício do direito de propriedade.

CÓDIGO FLORESTAL (1965) cria as áreas de preservação permanente; Reserva legal.


LEI DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS DE (1967) Cria as reserva biológicas; “onde as atividades de
utilização, perseguição, caça, apanha ou introdução de espécimes de fauna e flora silvestres e
domésticas, bem como modificação de meio ambiente a qualquer título ficam proibidas.

SECRETARIA ESPECIAL DE MEIO AMBIENTE (1973) Cria novas áreas protegidas


SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES CONSERVAÇÃO – SNUC
O SNUC tem suas origens nos anos 1970, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF),
apoiado pela ONG Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, criou o Plano do Sistema de
Unidades de Conservação do Brasil, publicado oficialmente em 1979.

O plano continha objetivos específicos necessários à conservação da natureza no Brasil e propunha novas
categorias de manejo dos recursos naturais, que não eram previstas na legislação da época - Código
Florestal Brasileiro, de 1965 e a Lei de Proteção à Fauna, de 1967.
Uma segunda etapa do plano, elaborada pelo
IBDF, foi sancionada pelo governo em 1982 e
publicada sob o seu nome e siglas atuais - Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza (SNUC).

Na época não havia amparo legal ao sistema e


tornou-se evidente a necessidade de uma lei que
incorporasse os conceitos definidos no mesmo,
vindo a fornecer os mecanismos legais para a
categorização e o estabelecimento de unidades
de conservação no Brasil.

Uma ONG, a Fundação Pró-Natureza (FUNATRA), com recursos fornecidos inicialmente pela Secretaria
Especial do Meio Ambiente (SEMA) e pelo IBDF, e, após a sua extinção, pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), reuniram um grupo de especialistas a partir de
julho de 1988 visando a revisão e atualização conceitual do conjunto de categorias de unidades de
conservação, incluindo a elaboração de um Anteprojeto de Lei, para dar suporte legal ao Sistema.

Os trabalhos, concluídos ainda em 1989, resultaram em duas versões de Anteprojetos de Lei, que foram
publicados pelo IBAMA e pela FUNATRA.

SNUC é o conjunto de unidades de conservação (UC) Federais, estaduais e municipais. É composto por
12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos
permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas
que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.

O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UC, de modo que sejam planejadas e
administradas de forma integrada com as demais UC, assegurando que amostras significativas e
ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente
representadas no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o SNUC é gerido pelas três
esferas de governo (federal, estadual e municipal).

LEI 9.985 DE 2000 – DIRETRIZES GERAIS


• I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual
se aplicam garantias adequadas de proteção;

• II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a


preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente
natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações,
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;

• III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,


compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;

• IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os

estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;


• V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo
prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos,
prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;

• VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por


interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;

• VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e


recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies
domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características;

• VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade
biológica e dos ecossistemas;

• IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos
naturais;

• X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;

• XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos


ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais
atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;

• XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de


recursos naturais renováveis;

• XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a


uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;

• XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o


mais próximo possível da sua condição original;

• XV - (VETADO)

• XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos
de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para
que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;

• XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas
físicas necessárias à gestão da unidade;

• XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades


humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a unidade; e

• XIX - corredores ecológicos: porções de


ecossistemas naturais ou seminaturais,
ligando unidades de conservação, que
possibilitam entre elas o fluxo de genes e o
movimento da biota, facilitando a dispersão
de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de
populações que demandam para sua
sobrevivência áreas com extensão maior do
que aquela das unidades individuais.
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES CONSERVAÇÃO – SNUC
A visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de decisão possibilita que as UC, além de
conservar os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem
uma efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo.

Objetivos do SNUC
• Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais;

• Proteger as espécies ameaçadas de extinção;

• Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

• Promover o desenvolvimento sustentável a partir doS recursos


naturais;

• Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de


desenvolvimento;

• Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

• Proteger as características relevantes de natureza geológica,


morfológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

• Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

• Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa


científica, estudos e monitoramento ambiental;

• Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

• Favorecer condições e promover a educação e a


interpretação ambiental e a recreação em contato com a natureza; e Proteger os
recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e
valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

Estratégias – SNUC
Uma das estratégias adotada para a consolidação do SNUC é o fortalecimento do extrativismo nas
categorias de UCs que envolvem populações tradicionais, em consonância com a Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais – PNPCT, que tem como um de
seus instrumentos o Plano Nacional de Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas
(Planafe).

Gestão do SNUC
• Órgão consultivo e deliberativo: representado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), tem a função de acompanhar a implementação do
SNUC;

• Órgão central: representado pelo Ministério do Meio Ambiente, tem a finalidade de coordenar
o SNUC;

• Órgãos executores: representados na esfera federal, pelo Instituto Chico Mendes de


Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e IBAMA, em caráter supletivo, e nas esferas estadual
e municipal, pelos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente. Os órgãos executores do
SNUC têm a função de implementá-lo, subsidiar as propostas de criação e administrar as
unidades de conservação federais, estaduais e municipais, mas nas respectivas esferas de
atuação.

AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC)


Lei nº 9.985/2000 Art. 2º.
I – Unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção”;

Dividas em dois grupos:


1. Unidades de Proteção Integral - com a finalidade de preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos recursos naturais, e por isso as regras e normas são restritivas. Pertencem a esse grupo
as categorias:

• Estação Ecológica

• Reserva Biológica

• Parque Nacional

• Refúgio de Vida Silvestre

• Monumento Natural

2. Unidades de Uso Sustentável - concilia a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos
recursos naturais. Uso direto. Esse grupo é constituído pelas categorias:

• Área de Proteção Ambiental

• Área de Relevante Interesse Ecológico

• Floresta Nacional

• Reserva Extrativista

• Reserva de Fauna

• Reserva de Desenvolvimento Sustentável

• Reserva Particular do Patrimônio Natural

PROTEÇÃO INTEGRA

• ESTAÇÃO ECOLÓGICA
Origem: Secretaria Especial de Meio Ambiente - SEMA (1981)
De posse e domínio público, servem à preservação da natureza e à realização de pesquisas
científicas. A visitação pública é proibida, exceto com objetivo educacional. Pesquisas científicas
dependem de autorização prévia do órgão responsável.

• RESERVA BIOLÓGICA
Origem: Lei de proteção aos animais (1967)
Visam a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites,
sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos. O Brasil possui,
aproximadamente 60 reservas biológicas.
A primeira reserva biológica federal, a de Poço das Antas no Rio de Janeiro, foi criada através
do Decreto Nº 73.791, emitido em 11 de março de 1974 por Emílio Garrastazu Médici. Essa
reserva foi criada com o intuito de proteger o mico-leão-dourado.
A criação dessa reserva foi seguida pela do Atol das Rocas em 5 de junho de 1979, no Rio Grande
do Norte, sendo a primeira unidade de conservação federal do bioma marinho... e pela do Jaru,
em 11 de julho de 1979, em Rondônia.
A menor reserva biológica federal brasileira, é a de Saltinho, na Zona da Mata Pernambucana,
com pouco menos de 6 km², enquanto que a maior é a Reserva Biológica do Uatumã, às margens
do Reservatório de Balbina no Amazonas, com mais de 9 mil km².

• PARQUE NACIONAL
Origem: Código Florestal de 1934.
Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em
contato com a natureza e de turismo ecológico.
TOTAL DE 74 PARQUES

• MONUMENTO NATURAL
Origem: SNUC 2000.
Objetivam a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande
beleza cênica.

• REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE

Origem: SNUC 2000.


Sua finalidade é a proteção de ambientes naturais que asseguram condições para a existência ou
reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

USO SUSTENTÁVEL
• ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO
Origem: SEMA, 1984.
Geralmente de pequena extensão, são áreas com pouca ou nenhuma ocupação humana, exibindo
características naturais extraordinárias ou que abrigam exemplares raros da biota regional, tendo
como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso
admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

• RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN)


Origem: MMA, 1996. Os objetivos que justificam as RPPNs são promover a conservação da diversidade
biológica, a proteção de recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolvimento de
pesquisas cientificas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e
ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos.

A iniciativa para criação de uma RPPN é ato voluntário de pessoas físicas ou jurídicas proprietárias de
imóveis rurais ou urbanos que demonstram um potencial para a conservação da natureza. Uma vez que
uma área se torna uma RPPN, embora o direito de propriedade se mantenha, ele não pode mais voltar
atrás, o status de área protegida priva é perpétuo.

• ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL


Origem: SEMA, 1981. São áreas geralmente extensas, com um certo grau de ocupação humana, dotadas
de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de
vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
• FLORESTA NACIONAL
Origem: Código Florestal de 1934. É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.

• RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


Origem: SNUC, 2000. É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem
como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com
ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.

• RESERVA DE FAUNA
Origem: Lei de Proteção aos Animais (1967) - sob o nome de Parques de Caça. É uma área natural com
populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas
para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

• RESERVA DE EXTRATIVISTA
Origem: SNUC, 2000. Utilizadas por populações locais, cuja subsistência baseia- se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, áreas
dessa categoria tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

CRIAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E GESTÃO DAS UCS


Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.

• § 1o (VETADO)

• § 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de


consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados
para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.

• § 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer


informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.

• § 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que


trata o § 2o deste artigo.

• § 5o As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total


ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de
consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.

• § 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo
nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta
estabelecidos no § 2o deste artigo.

• § 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita
mediante lei específica.

Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades
econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações
administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente
causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de
Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos
naturais ali existentes.

Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os
limites das unidades de conservação.

Art. 25. As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do
Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos.

Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não,
próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um
mosaico, a gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os
seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a
valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional.

CADASTRO NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (CNUC)


O Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) é um sistema integrado de banco de dados
com informações padronizadas sobre as unidades de conservação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC) geridas pelos três níveis de governo e por particulares.

A organização do CNUC compete ao Ministério do Meio Ambiente, conforme estabelecido no artigo 50


da Lei nº 9.985/2000. Em setembro de 2020 havia 2.487 unidades de conservação (UC) registradas no
CNUC.

Os objetivos específicos do CNUC podem ser resumidos em:

• Disponibilização de informações oficiais sobre as UC;

• Relatórios detalhados sobre a situação das UC, facilitando assim a realização de diagnósticos, a
identificação de problemas e a tomada de decisão;

• Possibilidade de criação e acompanhamento de indicadores sobre o estado de implementação


do SNUC;

• Verificação de conformidade das UC com normas e critérios de criação estabelecidos na Lei nº


9.985/2000;

• Disponibilização de informações para o planejamento, administração e fiscalização das UC;

• Ajuda na regulamentação da distribuição de recursos provenientes de compensação ambiental,


pois estes serão destinados exclusivamente para unidades de conservação reconhecidas pelo
CNUC como pertencentes ao SNUC (Art. 11 da Resolução CONAMA 371/2006).

RESERVA LEGAL
De acordo com a Lei 12.651/2012, todo imóvel rural deve
manter uma área com cobertura de vegetação nativa, a
título de Reserva Legal. Trata-se de área localizada no
interior de uma propriedade ou posse rural, com a função
de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação
e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Sua
dimensão mínima em termos percentuais relativos à
área do imóvel é dependente de sua localização.

Você também pode gostar