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GERENCIAMENTO

DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO

Anderson Purus
Conceito de unidades
de conservação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os conceitos relacionados às unidades de conservação (UC).


 Caracterizar os corredores ecológicos e as zonas de amortecimento.
 Elencar conceitos importantes de gerenciamento das UCs.

Introdução
As Unidades de Conservação (UCs) são territórios protegidos por decreto
do governo e possuem vários conceitos atrelados a elas, como os tipos
de UCs e as ferramentas que propiciam o seu bom funcionamento. Entre
essas ferramentas, estão o plano de manejo, que contém um resumo dos
pontos principais relacionados à UC (fauna, flora, espécies endêmicas,
nascentes, forma de manejo), e o zoneamento ambiental, que garante
uma boa conservação de áreas onde as atividades são restritivas. Outros
conceitos importantes que você vai aprender são sobre corredores eco-
lógicos e zonas de amortecimento, que não fazem parte propriamente
da UC, mas proporcionam um grande benefício a ela e à sua fauna. Neste
capítulo, você vai estudar os principais conceitos relacionados a unidades
de conservação da natureza.

Conceitos aplicados a unidades de conservação


As unidades de conservação (UCs) são áreas de proteção e têm vários con-
ceitos atrelados a elas. Para você entender como funcionam as UCs, vamos
revisar alguns conceitos que estão na legislação pertinente e outros, de mesma
importância, que não aparecem na legislação. Começamos pelo conceito mais
importante, o da unidade de conservação em si. Segundo a legislação, é um
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,

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com características naturais relevantes, legalmente instituída pelo poder pú-


blico, com objetivos de conservação e limites definidos e sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Ou seja,
UC é uma área natural com seus recursos, fauna e flora, que são importantes
para a sobrevivência e, por isso, precisam ser totalmente protegidos ou utili-
zados de forma consciente. Esse local é constituído pelo poder público, que,
dependendo da situação, pode desapropriar áreas e, a partir daí, determinar
regras de manejo para sua efetiva proteção. A seguir, estão outros conceitos
importantes, trazidos na legislação ou não, que estão relacionados às UCs.

 Conservação da natureza — É o manejo do uso humano da natureza,


compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável,
a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações,
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das
gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral.
Conservar significa usar os recursos de forma racional, garantindo
a autossustentação da natureza, enquanto preservar significa evitar
qualquer tipo de dano no ecossistema, ou seja, não utilizar os recursos
e manter a natureza intacta.
 Diversidade biológica — A variabilidade de organismos vivos de todas
as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos
de que fazem parte, e ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas. A diversidade representa a variedade de
espécies, cada uma com suas características próprias.
 Recurso ambiental — A atmosfera, as águas interiores, superficiais
e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os
elementos da biosfera, a fauna e a flora. Os recursos ambientais são o
principal motivo pelos quais as unidades de conservação são criadas:
para proteger as espécies da fauna e da flora da extinção, proteger
espécies endêmicas e evitar a poluição das águas e do ar, mantendo
um ecossistema saudável para todos.
 Endemismo — Espécie endêmica é aquela que existe apenas em deter-
minada região. Esse conceito se aplica tanto para fauna quanto para a
flora. A área onde ocorre o endemismo possui características próprias
para o desenvolvimento daquela espécie endêmica.

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 Preservação — Conjunto de métodos, procedimentos e políticas que


visam à proteção em longo prazo das espécies, hábitats e ecossistemas,
além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simpli-
ficação dos sistemas naturais. A preservação é um conceito que está
ligado não ao manejo dos recursos, mas à sua perenidade, ou seja, em
áreas de preservação não é permitido o uso sustentável dos recursos,
nem morar no local, ele é apenas para preservar a natureza intacta.
 Proteção integral — Manutenção dos ecossistemas livres das alterações
causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos
seus atributos naturais. Nas áreas de proteção integral, aplicamos o
conceito de preservação e o principal objetivo é a proteção da natureza
e dos recursos.
 Conservação in situ — Conservação de ecossistemas e hábitats naturais
e manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus
meios naturais (no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades e características). A
conservação in situ é realizada na área de origem e todas as práticas são
feitas no ecossistema onde se está trabalhando. In situ é uma expressão
latina que significa “no local”, “no lugar”.
 Manejo — Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a con-
servação da diversidade biológica e dos ecossistemas. No caso das
UCs, o manejo é a forma como aquele ecossistema será gerenciado, se
os recursos serão utilizados e como será garantida a sua continuação.
 Uso indireto — Aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou
destruição dos recursos naturais. Exemplos de usos indiretos são a
visitação guiada e a pesquisa científica.
 Uso direto — Aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos
recursos naturais. Podemos citar como exemplo a pesca, a extração
sustentável de recursos como madeira e a coleta de plantas.
 Uso sustentável — Exploração do ambiente feita de maneira a garantir
a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos eco-
lógicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos,
de forma socialmente justa e economicamente viável.
 Perene — Recursos que se mantêm ao longo do tempo, permanentes,
contínuos.
 Extrativismo — Sistema de exploração baseado na coleta e extração,
de modo sustentável, dos recursos naturais renováveis. Exemplos são
coleta de plantas, extração de madeira de forma sustentável, entre outros.

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 Recuperação — Restituição de um ecossistema ou de uma população


silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser di-
ferente de sua condição original. Recuperar é fazer seu manejo para
que volte ao estado normal, sem que seja a condição original daquele
ecossistema ou população.
 Restauração — Restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original.
Restaurar é fazer o manejo para que volte à condição original, ou seja,
como estava antes de ser degradada.
 Zoneamento — Definição de setores ou zonas em uma unidade de
conservação com objetivos de manejo e normas específicos, para
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos
da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. As
diferentes zonas garantem um melhor manejo da área total, muitas
vezes permitindo o uso de recursos em algumas partes da unidade e
a preservação em outra.
 Plano de manejo — Documento técnico mediante o qual, com
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação,
são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir
o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implan-
tação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O
plano de manejo é um documento fundamental para se conhecer e
para garantir que aquele espaço, de fato, seja preservado. No plano,
há um resumo sobre a flora e a fauna local e as formas de manejo
permitidas naquela UC.
 Zona de amortecimento e corredor ecológico — A zona de amor-
tecimento e o corredor ecológico permitem uma melhor conservação
dos recursos e proteção da fauna e flora. São ferramentas de proteção
que vão além da unidade de conservação.

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Figura 1. Conjunto de recursos ambientais integrando atmosfera, solo,


água, plantas e animais.
Fonte: MarkVanDykePhotography/Shutterstock.com.

O que são corredores ecológicos


e zonas de amortecimento?
Esses são dois conceitos muito importantes para as unidades de conservação,
pois constituem uma proteção a mais que garante que a unidade não seja
atingida por atividades antrópicas e que a fauna possa se deslocar, não ficando
presa apenas a uma área limitada. Essas áreas de corredores ecológicos e de
zonas de amortecimento não estão propriamente integradas a uma unidade de
conservação específica, mas estão ligados a elas. Quem estabelece as normas
de ocupação e uso das zonas de amortecimento e dos corredores ecológicos
é o órgão responsável pela administração da unidade.

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Zona de amortecimento
A zona de amortecimento (ZA), também conhecida como zona tampão, é o
entorno de uma Unidade de Conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a unidade. Essa área é mantida ao redor da unidade,
pois garante que, se algum impacto ambiental ocorrer em local próximo,
não vai atingir a UC. A ZA é criada junto ao Plano de Manejo da Unidade
de Conservação. Caso esta UC seja estabelecida sem a definição de zona de
amortecimento, a regra é que empreendimentos que possam causar impacto
significativo ao ambiente devem respeitar uma faixa de 3 km de distância da
UC e são obrigados a obter o licenciamento com EIA/RIMA. A finalidade
da zona de amortecimento consiste em barrar os efeitos externos que pos-
sam influenciar de maneira negativa na conservação da UC e impedir que
atuações antrópicas interfiram na manutenção da diversidade biológica. Essa
zona impede que ocorra o efeito de borda, que é caracterizado por mudanças
abióticas e biológicas, como maior exposição a ventos, altas temperaturas,
mudanças na distribuição de espécies e suas interações ecológicas. A vege-
tação da borda apresenta menor diversidade, menor permeabilidade, maior
espaçamento entre os indivíduos de maior diâmetro e menor quantidade de
serapilheira — camada fina que fica acima do solo, composta de restos de
folhas, galhos, animais e frutos que protegem o solo e oferecem alimento e
hábitat para diversas espécies.

Corredores ecológicos
Os corredores ecológicos são porções de ecossistemas, naturais ou semina-
turais, ligando unidades de conservação, que possibilitam o fluxo de genes
e o movimento da biota entre elas, facilitando a dispersão de espécies e a
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações
que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que
aquela das unidades individuais. Estes corredores ecológicos são ligações
entre UCs que permitem que a fauna existente não fique isolada apenas em
uma área individual, mas possa se deslocar para outra área em busca de
recursos e para realizar a reprodução. A troca de genes é importante para a
variabilidade genética; organismos isolados acabam se reproduzindo entre si,

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o que faz com que sua variabilidade genética seja mínima. Assim, qualquer
alteração drástica no ambiente pode dizimar todos os organismos daquela
população, pois, pela falta de variabilidade genética, nenhum dos organismos
da população consegue responder bem a uma nova condição do ambiente. No
caso de uma população diversa, com características diferentes, pelo menos
alguns indivíduos conseguem sobreviver a mudanças.
Corredores ecológicos não são unidades instituídas pelo poder público,
mas sim áreas importantes para a conservação da natureza, com destaque para
ações coordenadas, com o objetivo de proteger a diversidade biológica. Entre
as ações pertinentes aos corredores ecológicos, podemos citar a expansão e a
conexão de áreas protegidas dentro do corredor, incentivando usos de baixo
impacto, como sistemas agroflorestais que combinam cultivo de espécies
arbóreas lenhosas como frutíferas, ou madeireiras com cultivos agrícolas ou
animais que imitam o que a natureza faz normalmente, com um solo coberto
pela vegetação, diversos tipos de plantas juntas, que ajudam umas às outras,
sem problemas com pragas, dispensando o uso de venenos. A fragmentação de
hábitats é uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade, por isso
corredores ecológicos são importantes para manter a ligação entre diferentes
zonas, com mata nativa e diversidade de espécies.

Projeto corredores ecológicos do Ministério do Meio Ambiente


O MMA tem um projeto de implantação de corredores ecológicos para a proteção
da Mata Atlântica e da Amazônia, que são compostas por UCs, terras indígenas e
áreas de interstício que as ligam. Um dos corredores do projeto é o Corredor Central
da Amazônia localizado no estado do Amazonas e composto por 14 UCs federais, 15
UCs estaduais e 52 terras indígenas. Esse projeto possui os objetivos de:
 reduzir a fragmentação, mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem
e facilitando o fluxo genético entre as populações;
 planejar a paisagem, integrando UCs, buscando conectá-las e, assim, promovendo
a construção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a conservação daqueles
já existentes na Amazônia;
 demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma ferramenta
para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata Atlântica;
 promover a mudança de comportamento dos atores envolvidos, criar oportunidades
de negócios e incentivos a atividades que promovam a conservação ambiental e
o uso sustentável, agregando o viés ambiental aos projetos de desenvolvimento.

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Figura 2. Nativo da região amazônica em uma área preservada.


Fonte: Ammit Jack/Shutterstock.com.

Conceitos importantes
de gerenciamento das UCs
Agora que você já identificou os principais conceitos relacionados às unidades de
conservação, você vai ver como esses conceitos são aplicados, como funcionam
essas ferramentas dentro de uma UC. Para um gestor e a equipe que vai elaborar
os estudos e os documentos ambientais específicos para o gerenciamento de
unidades de conservação. É essencial o conhecimento destes conceitos.

Plano de manejo
O plano de manejo é uma ferramenta indispensável para que uma unidade de
conservação cumpra seus objetivos, seja implantada e corretamente manejada. Esse
documento técnico apresenta as características do ambiente, o que está presente no
meio físico e biológico da UC e as informações referentes às características sociais
e econômicas que a envolvem. A partir do conhecimento de todas as caracterís-
ticas do local, incluindo as ambientais, são definidas as ações necessárias para a
implantação da UC, proporcionando o cumprimento dos objetivos de sua criação.

Zoneamento ambiental
O zoneamento é definido no plano de manejo da UC. Através dele é admitida a
exploração de recursos naturais dos ecossistemas em regime de manejo sustentável

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e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis. Esse é o item mais


importante do plano de manejo, pois, através dele, é realizada a organização,
espacialmente da UC em zonas com diferentes graus de proteção e diferentes
regras de uso. Esse zoneamento serve para o planejamento de uso do solo e de
gestão ambiental, consistindo na delimitação de zonas onde podem ser exercidos
usos e atividades compatíveis, segundo as características de cada uma delas.

Conservação in situ
A conservação in situ promove a proteção de populações de espécies em
seu estado natural de ocorrência na natureza. Além disso, os hábitat em que
eles vivem também são protegidos. Um tipo de conservação in situ é a dos
recursos genéticos. Esse tipo de conservação é uma alternativa muito boa
para a conservação de espécies importantes e de interesse econômico que
não se adaptariam ou não se desenvolveriam em outro local, impedindo a
conservação ex situ (fora do local). Um exemplo de conservação in situ é a
proteção de uma área onde existe grande densidade de castanheiras, espécie
de interesse econômico. Na área onde vai ser realizada a conservação, são
implantadas as regras de manejo e de exploração do local.

Extrativismo
O extrativismo, que quer dizer coleta de produtos naturais, é uma prática realizada
nas reservas extrativistas, que são áreas manejadas por populações tradicionais.
Essas populações utilizam os recursos desta área de maneira sustentável para
sua sobrevivência. Às vezes são realizadas atividades complementares, como a
agricultura e criação de animais de pequeno porte, como galinhas. Produtos do
extrativismo podem ser castanhas, látex, açaí e até mesmo a madeira.

Uso direto e indireto dos recursos


Estes dois conceitos estão ligados às unidades de proteção integral e às unidades
de uso sustentável. Na primeira, a prioridade é preservar os recursos, portanto
apenas a pesquisa e outras atividades sem coleta dos recursos é permitida.
Podemos citar como exemplo para essa categoria as reservas biológicas e a
estação ecológica. Nas unidades de uso sustentável, é permitida a coleta dos
recursos, desde que seja realizada sem afetar a perenidade dos recursos, de
forma racional e siga as regras delimitadas no plano de manejo.

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Uso sustentável
Para você entender melhor o que é o uso sustentável, veja um caso prático para
explicar o conceito. Na Reserva do Uatumã, localizada nos municípios de São Sebastião
do Uatumã e Itapiranga, SC, através do envolvimento da comunidade local no uso sus-
tentável dos recursos, foi conseguida até a preservação de uma espécie. Nessa reserva,
é promovido o desenvolvimento social através da conservação dos recursos naturais
e do desenvolvimento do extrativismo florestal. Todas as atividades desenvolvidas na
área são planejadas, de forma a garantir a participação de todos na conservação dos
recursos naturais disponíveis e o seu uso sustentável. Com as atividades planejadas
de exploração sustentável, eles conseguiram recuperar os Tucunarés, peixes ameaça-
dos de extinção devido à pesca predatória. Com a pesca sustentável realizada pelas
comunidades locais, a espécie está sendo preservada, garantindo sua continuidade,
gerando renda também para esta população local. Essa Reserva de Desenvolvimento
Sustentável é apoiada pelo Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), que investiu na
formação de um conselho, sinalização, proteção, equipe técnica, equipamento e
monitoramento na unidade, mantendo as atividades coerentes com a conservação.

Figura 3. Órix-da-Arábia, animal que estava na lista de espécies amea-


çadas de extinção da IUCN, sendo protegido em seu hábitat natural na
Reserva de Conservação do Deserto de Dubai (Dubai Desert Conservation
Reserv).
Fonte: Kertu/Shutterstock.com.

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1. Para que você possa entender e) perenidade significa utilizar


melhor sobre as unidades de os recursos mantendo
conservação, é fundamental sua permanência.
saber os conceitos aplicados a 3. Corredores ecológicos trazem
elas. Acerca desses conceitos, benefícios à fauna. Sobre
marque a alternativa correta: eles, podemos afirmar:
a) unidades de conservação a) facilitam a recuperação
são áreas restritas à de áreas degradadas.
proteção da natureza. b) porções de ecossistema
b) unidades de conservação natural isolados.
são áreas restritas ao c) impedem a troca de
manejo sustentável. material genético.
c) conservação da natureza d) são unidades de conservação
compreende o uso instituídas pelo poder público.
sustentável dos recursos. e) fragmentos de vegetação
d) os recursos ambientais próximos a uma unidade
compreendem a fauna e flora. de conservação.
e) preservação da natureza é o uso 4. As zonas de amortecimento
sustentável dos recursos junto constituem uma proteção
com a preservação do local. a mais às UCs. Com relação
2. Um gestor de uma UC e a equipe a elas, é correto afirmar:
técnica que irá trabalhar para a) aumentam o efeito de borda.
desenvolver os documentos b) são áreas no entorno da UC
importantes para o funcionamento onde as atividades humanas
daquela unidade devem estão sujeitas a normas e
conhecer bem os conceitos restrições específicas.
ligados a ela. Aponte a correta c) área que liga UCs.
definição e a forma com que é d) favorecem mudanças
desenvolvido este conceito: abióticas e bióticas na UC.
a) uso direto envolve a pesquisa e) área no entorno da UC onde as
científica com coleta vegetal. atividades não são regradas.
b) uso indireto envolve a 5. Os conceitos relacionados às UCs
utilização dos recursos têm aplicação prática dentro da
sem comercialização. unidade através de inúmeros
c) manejo é a exploração documentos específicos de gestão.
dos recursos. Com relação a esses documentos,
d) extrativismo é exploração dos marque a alternativa correta:
recursos realizada sem controle. a) o plano de manejo permite

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o uso sustentável da área. d) o plano de manejo apresenta


b) o zoneamento ambiental garante um estudo das características do
a proteção integral da área. local e sua forma de manejo.
c) o extrativismo é a exploração e) a conservação in situ é uma
comercial dos recursos. prática realizada fora da UC.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Projeto corredores ecológicos. [2017]. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-
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BRASIL. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e
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PORTAL AMAZÔNIA. Uatumã é pioneira no uso sustentável. 2017. Disponível em: <http://
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VASQUES, P. H. R. A aplicação do plano de manejo, zona de amortecimento e corredores
ecológicos na proteção da biodiversidade. 2008. Disponível em: <http://www.puc-rio.br/
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WORLD WILDLIFE FUND. Áreas protegidas. [200-?]. Disponível em: <https://www.wwf.org.
br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/nossas_solucoes_na_amazonia/
areas_protegidas_na_amazonia/>. Acesso em: 21 nov. 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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