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Curso: Gestão do Meio Ambiente e de Recursos Naturais

Determinação e abundância e regulação da


população
Densidade populacional
Espécies distintas existem em densidades diferentes

em seus ambientes e a mesma espécie pode alcansar


uma densidade em um ambiente e outra em outro
ambiente.
Determinação e regulação de abundância da
população

Pode-se observar dois pontos fundamentais sobre populações de

qualquer animal ou planta:

 Abundância varia de lugar para lugar, já que em alguns lugares uma

certa espécie apresenta populações mais numerosas (mais comuns) e


em outros suas populações são mais raras (menos abundantes);

OBS: nenhuma população cresce sem limites.


A determinação da abundância é resultado do conjunto
de factores que afecta uma população.

Todas as populações são determinadas por um conjunto


de factores. Para algumas o clima e a disponibilidade de
alimento podem ser mais determinantes, e para outras
podem ser clima e parasitas.

Entretanto, os fatores determinantes não necessariamente


resultam em um processo de regulação da população!
A regulação é a tendência de uma população decrescer em

tamanho quando ele está acima de certo nível, mas de aumentar em

tamanho quando este situa-se abaixo desse nível.

A regulação de uma população pode acorrer apenas como resultado

de um ou mais processos dependentes da densidade que actuam

sobre taxas de natalidade e/ou mortalidade e/ou movimento.


Factores dependentes da densidade

Competição
A competição intra ou interespecíficas é pela
alimentação e pelo território, podendo acarretar a
morte do indivíduo.
Predatismo

Vejamos uma cadeia alimentar:

Reduzindo a população de predadores, aumentará a população de


presas; conseqüentemente, o alimento vegetal não será o bastante
para sustentar as presas, que também terá sua população reduzida
devido ao aumento da mortalidade e da fome.

Com o aumento dos predadores, o consumo das presas será


maior, ocasionando a redução dessa população, e
conseqüentemente a população de predadores também será
reduzida devido ao aumento da mortalidade e da fome.
Parasitismo
Os parasitas transmitem doenças (endêmicas), caso esta mesma
doença se espalhe causará uma epidemia, se o alastramento for
denominado mundial causará uma pandemia.
Com o contágio dos parasitas obtemos vários doentes, os mesmos
correm o risco de morte fazendo com que os parasitas diminuam a
sua população por não obterem organismos para hospedar.

Alimentação
Quanto maior o consumo de alimentos maior e mais rápido será:
- o desenvolvimento do indivíduo;
- o amadurecimento sexual;
- o aumento da fecundidade;
- aumento da reserva de gordura no organismo;
- e o canibalismo é reduzido entre as espécies.
Factores independentes da densidade

Trata-se de factores como: temperatura, luz própria, umidade, etc., podendo


influênciar diretamente ou indiretamente.

Directa
Uma temperatura mais úmida possibilita a fertilidade, e
conseqüentemente a natalidade. Já a temperatura demasiadamente
fria e seca possibilita a mortalidade.
Indirecta
Em temperaturas mais frias as populações de insectos são reduzidas,
pois o frio favorece a mortalidade e os alimentos se tornam
insuficientes, ocasionando a fome.
1) Faça a distinção entre a determinação e a regulação de abundância
populacional.

A regulação é a tendência de uma população de decrescer em tamanho


quando ele está acima de certo nível, mas de aumentar em tamanho
quando este situa-se abaixo desse nível.

A regulação de uma população pode ocorrer apenas como resultado de um


ou mais processos dependentes da densidade que actuam sobre taxas de
natalidade e/ou mortalidade e/ou movimento.

Já a exacta abundância de indivíduos será determinada pelos efeitos


combinados de todos os factores e todos os processo que afectam uma
população, sejam eles dependentes ou independentes da densidade.

A determinação da abundância devemos entender como é que uma


população específica exibe uma abundância específica em um tempo
específico e não alguma outra abundância.
Gestão de Populações in situ e ex situ

Conservação ex situ
Significa a conservação de componentes da diversidade
biológica fora de seus hábitats naturais.

Proteção de espécies ameaçadas, removendo as de


áreas afectadas e colocando-as sob cuidado técnico.
Condições artificiais sob supervisão humana:

Areas de protecção ex situ


 Zoológicos;

 Fazendas com criação de caça;

 Aquários;

 Programas de criação em cativeiro;

 Jardins Botânicos;

 Herbários;

 Bancos de sementes.
Conservação in situ

Significa a conservação de ecossistemas e hábitats

naturais e a manutenção e recuperação de populações


viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso
de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios
onde tenham desenvolvido suas propriedades e
características.
Foco no habitat
Manutenção de áreas protegidas.

 Recuperação de áreas degradadas.

Foco na espécie

Protegendo espécies de predadores

Assegurando reprodução.
A conservação in situ inclui a
Reintrodução – tentativa de restabelecer uma

espécie numa área na qual ela já foi comum, mas


encontra-se extinta atualmente (IUCN, 1995).
Translocação – mudança de animais de um

determinado local da sua área de ocorrência para


outro local dessa área (IUCN, 1995).
Introdução de Conservação ou Introdução Benigna –

tentativa de manter uma espécie fora de seu habitat


natural para sua conservação, mas numa área parecida
com a da área natural de ocorrência dessa espécie (IUCN,
1995).

Restauração - restaurar areas degradadas ao seu estado

original.
Areas protegidas

Estabelecimento e Classificação das Areas Protegidas


 Acçao do governo
 Privatização da terra por individuos
 Privatização da terra pelas ONGs

Efectividade da Area Protegida


 Ter em conta suporte a longo prazo de populações viáveis
 Manutenção da saúde dos ecossistemas
 Areas que contem ecossistemas intactos
 Criação de Networks das areas de protecção
 Gestão efectiva dessas areas
 Implementação de medidas de conservação fora das areas de conservação
 Restaurar as comunidades biologicas em habitats degradados
Sistema da IUCN Classificou as areas de Conservação: I-VI

I. Reservas Naturais e Areas Pristinas (Wilderness Areas)-


Espaço territorial que se destina a preservação de certas especies
de flora e fauna raras, endemicas, ameaçadas, ameaçadas ou em
extinção, ou que denunciem declínio, e os ecossistemas fragéis.

II. Parques Nacionais – areas extensas, com belezas naturais cenicas


de importancia nacional e internacional. Mantido para fins de uso
cientificos, educacionais e Lazer. Normalmente nao permitem
extração comercial dos recursos. Representativo do Patrimonio
Nacional.

III. Monumentos Nacionais e landmarks (Sinais atractivos)-


pequenas e unicas areas naturais de interesse especial devido a sua
raridade e significado cultural. .Ex; Locais historicos,
IV. ” Landscapes e Seascape” paisagens protegidos- Santuários de
gestão de Fauna e Flora e Reservas Naturais - similar as
reservas, mas permite-se algum degrau de manipulação humana
para manter as caracteristicas da comunidade e as necessidades de
algumas especies. eas da terra com zona costeira e Mar
apropriados, onde as interaccoes de pessoas e a natureza ao longo
do tempo, produziram caracteristica distintiva de significancia
austectica, ecologica e/ou valor cultural sempre com alta
biodiversidade.

V. Area protegida para Gestão de Recursos – permite a produção


sustentavel dos recursos naturais, incluindo água, fauna e flora,
madeira, assim como pastagem de gado, turismo a pesca de
maneira a assegurar a preservação de alguns aspectos da
diversidade biologica. Estas areas geralmente são vastas, podem
incluir uso tradicional e moderno dos recursos naturais.
Desenho de Areas Protegidas
Seleção de áreas para conservação :
• Tamanho
• Conectividade
• Representatividade
• Diversidade
• Desenho
• Limites
• Endemicidade e raridade
• Grau de ameaça

O tamanho das areas de protecção são determinadas tomando em consideração:

 A distribuição da população humana


 Potenciais valores da terra em questão
 Esforço politico de conservação (cidadãos conscientes desta necessidade)
 Factores historicos
 Mas também e’ necessario disponibilidade de fundos

Aspectos que deve ter-se em consideração no desenho das áreas protegidas marinhas:
 Representação
 Resiliência
 Redundâncias
 Realidades
Quadro legal da conservação em Moçambique

 Em Moçambique, vários Ministérios têm papéis


específicos na gestão de áreas de conservação.
Os Ministérios envolvidos são:

› Ministério da Agricultura;
› Ministério Terra Ambiente e desenvolvimento Rural
Ministério do Turismo;
› Ministério das Pescas;
› Ministério do Interior.
O Ministério do Turismo tem a responsabilidade de
administrar os Parques Nacionais e Reservas Nacionais,
As Coutadas Oficiais, e os Programas de
Desenvolvimento Comunitário.

Ao Ministério da Agricultura cabe a responsabilidade de


gerir as Fazendas do Bravio e a Fauna Bravia nas zonas
livres.

O Ministério das Pescas é responsável pela


administração dos recursos pesqueiros. Os restantes
Ministérios possuem responsabilidades técnicas
específicas para suporte das Áreas de Conservação
Existe uma gama de legislação que determina a administração das áreas de
conservação e uso dos recursos, nomeadamente a

Lei de florestas e fauna bravia (Lei nº 10/99, De 07 de Julho),

Lei do turismo (Lei nº 4/2004, de 17 de Junho),

 Lei de Terras (Lei nº 19/97 De 1 de Outubro) e

Lei do Ambiente (Lei nº 20/99, de o1 de Outubro). (Ministério do Turismo, 2011).

Alem dessas leis, enquadra-se no plano legal da conservação algumas leis


complementares, como a Lei do Ordenamento do Território (Lei n° 19/2007, de 18 de
Julho),

Lei das Pescas (Lei n.º 3/90, de 26 de Setembro), e o dispositivo mais importante da
temática de conservação, recentemente aprovado,

Lei da Conservação (Lei nº 16/2014 de 20 de Junho).


2.8.1. Lei de Conservação(Lei n°
16/2014, de 20 de Junho)
 Objecto: estabelecimento dos princípios e normas
básicos sobre:
 Protecção, conservação, restauração e utilização
sustentável da diversidade biológica nas áreas de
conservação, bem como o enquadramento de uma
administração integrada, para o desenvolvimento
sustentável do país.

 O SNAC é constituído pelos órgãos de


administração da área de conservação, os
mecanismos de financiamento de áreas de
conservação e a rede nacional de áreas de
conservação.
Cont.
Actua com o propósito de:

 Articular as instituições públicas, privadas ou mistas


na administração e financiamento das áreas de
conservação;

 Contribuir para a manutenção da diversidade


biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais; e

 Promover o desenvolvimento sustentável com base


nos recursos naturais.
Mecanismo de conservação: Corredores ecologicos

 Corredores ecológicos - são porções de ecossistemas


naturais ou seminaturais, ligando unidades de
conservação, que possibilitam (…), o fluxo de genes e o
movimento da biota, a recolonização de áreas degradadas
e a manutenção de populações que demandam por áreas
maiores. (Valeri & Senô, 2003).

› Função: propiciar uma protecção efectiva da natureza,


reduzindo ou prevenindo a fragmentação das florestas
existentes por meio da conectividades dos fragmentos.
(Ministério do Ambiente do Brasil, 2007).
Tipos de Corredores Ecológicos

 De acordo com Bennet (2003), os corredores ecológicos


podem ter a estrutura de uma linha estreita, mais ampla ou
uma faixa curvilínea.
 Dependem:
› Do tipo de vegetação por se conectar;
› Relevo; e
› Animais que se pretendem conduzir.
 Podem ser:
› Naturais,
› Introduzidos; e
› Regenerados.
2.4.1. Corredores naturais
 Resultam da resposta da vegetação a um recurso
ambiental, como:
› Um ribeiro,
› Tipo de solo,
› Formação geológica.

Fig. 3: Vista aérea de um


corredor natural

Fonte:
http://whatcom.wsu.edu/4-h/nrs/hidden
highways/cs.html

 Eles são tipicamente curvilíneos em configuração


com larguras que são altamente variáveis. Bond,
2003).
Corredores Introduzidos

 São construídos, com vista a dar resposta as necessidades


de deslocação segura dos animais, Construídos com o
objectivo de facilitar o alcance de zonas seguras para a:
› Reprodução;
› Alimentação;
› Abrigo; e
› Protecção contra a predação.
 São feitos de uma infraestrutura complexa, sob a forma de
uma ponte larga, com vegetação típica do habitat.
(NRCS/USDA).
 O cuidado com o peso adicionado pela biota que vai se
desenvolver é fundamental para a durabilidade do corredor.
Exemplos de corredores introduzidos

Fig. 4: Corredor introduzido


da Califórnia

Fonte:
http://www.delhidailynews.com/news/

Fig. 5: Corredor introduzido da


Califórnia

Fonte: http://barkingriversideproject.blogspot.com
Corredores Regenerados

 Resultam quando uma linha ou faixa


perturbada rebrota. O reaparecimento pode ser
o produto de sucessão natural ou revegetação
via plantio.
 A largura e configuração do corredor são
dependentes da natureza do distúrbio anterior.
› Colonizados por espécies invasoras agressivas
durante os primeiros estágios de sucessão.
› Em paisagens altamente fragmentadas, são habitats
importantes para pequenos mamíferos e pássaros.
(Bond, 2003).
Exemplo de um corredor regenerado

Fig. 6: Corredor regenerado na Florida


Fonte: http://www.wilburforce.org/featured-grantees
Funções dos Corredores Ecológicos

 Habitat
› Para pequenos mamíferos. Habitat de transição para
animais maiores. Oferecem alimento e abrigo.
 Condutor ou dispersor
› Quando transmitem energia, água, nutrientes, genes,
sementes, organismos, e outros elementos.
› Categorias das necessidades dos animais nesta
função:
 Migração sazonal de determinadas espécies;
 Procura de alimentos, abrigo e outros;
 Exploração e a procura de parceiro para a reprodução.
Cont.

 Filtro/ barreira
› Zonas destinadas à remoção de nutrientes,
sedimentos e poluentes, provenientes do
escoamento superficial, antes de atingirem os
ecossistemas aquáticos.
 Sumidouro
› Quando recebem e retêm os objetos e substâncias
que se originam na matriz.
 solo, água, produtos químicos agrícolas, sementes e animais.
 Fonte
› Oferece recursos a espécies provenientes da matriz.
 Ervas e insetos. Alguns são fonte de vida selvagem. Alta
reprodução, adição de indivíduos da fauna.
Importância dos Corredores Ecológicos

Eco •Serviços
ambientais;
lógi •Habitat para
animais.
ca •Educação
•Conservação/
recuperação.
Soc ambiental;
ial •Pesquisas;
•Ecoturismo
•Laser.
Econ ;
ómic
a •Exploração
florestal.
Impactos adversos da sua implantação

 Desenvolvimento de espécies invasivas;


 Proliferação de doenças
 Predação
 Conflitos com caçadores furtivos locais
 Perturbação visual
› Importa referir que esses efeitos, são menos notórios
nos corredores naturais. (NRCS/USDA).
Mecanismos de implementação de corredores ecológicos

Etapas de implantação:
› Etapa 1: Identificar as áreas de habitat que o corredor é suposto
conectar.
› Etapa 2: Selecionar várias espécies de interesse das espécies
presentes nestas áreas.
› Etapa 3: Avaliar as necessidades relevantes de cada espécie
selecionada.
› Etapa 4: Para cada Corredor Potencial, é necessário avaliar como a
área vai acomodar o movimento de cada espécie de interesse.
› Etapa 5: Desenhar o corredor em um mapa.
› Etapa 6: Desenhar um programa de monitoria
Gestão de corredores

 A gestão de um corredor deve ter como objectivo manter e


melhorar a cobertura vegetal e os habitats selvagens
existentes.

 Para maximizar o aproveitamento dos corredores ecológicos,


deve-se:
› Manter e aumentar a cobertura vegetal e a qualidade do habitat;
› Fornecer recursos específicos ao habitat e necessidades ecológicas;
› Maximizar a largura e função do corredor;
› Maximizar a Protecção/conectividade entre as formas de relevo.
(Northern Rivers, 2004).
 Os conselhos de gestão das áreas de conservação
apoiam a administração da Área de Conservação na:

› Implementação de planos de maneio;


› Fiscalização das áreas de conservação;
› Resposta às necessidades de desenvolvimento das
comunidades;
› Elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento
das áreas de conservação;
› Busca de actividades de rendimento - aliviar a pressão
sobre a biodiversidade;
› Supervisão da implementação dos contratos de
concessão;
› Tomada de medidas – sustentabilidade da conservação.
Obrigado pela atenção!

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