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1 – POLUIÇÃO E

TRATAMENTO DE ÁGUAS
1- Poluição e Tratamentos de Águas
1.1 Noções de qualidades de águas
1.1.1 Distribuição
1.1.2. Ciclo hidrológico
1.1.3. Uso da água
1.1.4. Parâmetros de qualidades de águas
1.1.4.1 Físicos
1.1.4.2. Químicos
1.1.4.3. Biológicos
1.1.5. Padrões de qualidade de águas
1.1.6. Determinação de alguns parâmetros indicadores de águas
1.2. Poluição das águas
1.3. Impacto do lançamento de efluentes nos corpos receptores
1.4. Sistemas de tratamento de Esgoto
1.1. Noções de Qualidades de Águas
1.1.1. Distribuição de água no planeta ( 1,36 x 1018 m3)

Figura 1. Distribuição de água no planeta Terra


Fonte: US Geological Survey, 2009 apud Pedrozo e Kapusta, 2010
· O Brasil é o país do mundo que possui maior quantidade de água doce, com 12% do total
existente no planeta. No entanto há uma distribuição desigual:
• 78% da água superficial está na Amazônia ( menor concentração populacional)
• 6% no Sudeste

· A preocupação com a escassez de água deve-se a sua distribuição desigual e em relação à


sua qualidade

·Para melhor planejar e gerenciar seus recursos hídricos, o Brasil adotou, no seu Plano
Nacional de Recursos Hídricos, uma divisão do país em 12 Regiões Hidrográficas, organizadas
segundo a localização das principais bacias hidrográficas do país (Resolução nº 32, de 15 de
outubro de 2003 – Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH).

Bacia Hidrográfica: também conhecida como bacia de drenagem, consiste em uma


porção da superfície terrestre drenada por um rio principal, seus afluentes e
subafluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas,
subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água,
abastecendo-o. Essas bacias de drenagem são delimitadas pela topografia do terreno.
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-bacia-h
idrografica.htm

Figura 2. Esquema representativo da área de uma bacia hidrográfica

Atividade:
Verificar em seu município de qual ambiente (rio, lago, água subterrânea) é captada a
água para o abastecimento urbano.
Verifique a qual região hidrográfica pertence o município onde você reside
Ler o artigo de Grassi (2001) - As águas do planeta Terra
Vídeos
https://tvcultura.com.br/videos/9984_agua-geral-primeira-parte.html

https://tvcultura.com.br/videos/23926_dia-mundial-da-agua.html
1.1.2 Ciclo Hidrológico
A movimentação da água acontece por 5 meios diferentes: Precipitação / Escoamento superficial / Infiltração / evaporação
e transpiração.

Figura 3. Ciclo hidrológico

https://www.researchgate.net/profile/Jose_Marengo/publication/43652632/figure/download/fig3/AS:669414286446613@1536612211972/Figur
a-114-Ciclo-hidrologico.png?_sg=ioqBj8CGfgpgcMOomYdB5M6W51wObx7cKoRcQwHioegW1YvayDccN_E9x1UMuMeNEaSpyc_w5i0
1.1.3. Uso da água
∙ Principais usos da água:
- Abastecimento doméstico Você
- Abastecimento industrial sabia?
De toda a água
- Irrigação captada no mundo,
- Dessedentação de animais 69% é utilizada pela
- Preservação da flora e da fauna agricultura, 23% pela
indústria e 8% pelas
- Recreação e lazer
residências.
- Criação de espécies
Watanabe, 2011.
- Geração de energia elétrica
- navegação
- Harmonia paisagística
- diluição e transporte de despejo
· No quadro abaixo tem-se os requisitos de qualidade de uma água em função de seu uso.
∙ Rotas do uso da água

A cada etapa a água sofre


modificações nas suas
características, que podem ser
físicas, químicas e biológicas. E
cada uma delas pode ser
representada por diversos
parâmetros.

Figura 4. Rotas do uso da água


Fonte: Von Sperling
1.1.4. Parâmetros de qualidade de água
1.4.4.1. Parâmetros Físicos
Cor:
Forma de constituinte responsável (FCR) = sólidos dissolvidos

Sólidos dissolvidos: 10-6 a 10-3 μm


Sólidos coloidais: 10-3 a 100 μm
Sólidos Suspensos: 100 a 103 μm

Origem natural:
- decomposição da matéria orgânica
- sais (ferro e manganês)
Origem antropogênica (causada pelo homem):
- Resíduos industriais (tinturaria/tecelagem/produção de papel)
- esgotos domésticos
Natural: Não representa risco direto à saúde, mas pode-se questionar a confiabilidade,
e também a cloração de águas com matéria orgânica dissolvida pode gerar produtos
cancerígenos (trihalometanos)
• Importância:
Antropogênica: pode ou não apresentar toxicidade

∙ Método de determinação

∙ Comparação visual
∙ espectrofotometria

Comparação com soluções conhecidas de Platina – Cobalto (Cloroplatinato de Potássio + Cloreto de Cobalto)

∙ Cor aparente – devido às partículas em suspensão e substâncias dissolvidas. Quando as partículas e


substâncias são removidas por centrifugação ou filtração, tem-se a cor verdadeira

∙ Águas com coloração acima de 25uC (unidade de cor) requerem a coagulação química seguida por filtração
Turbidez:
Representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turva

Forma de constituinte responsável (FCR) = sólidos em suspensão

Origem natural:
- partículas de rocha, argila
- algas e outros microrganismos

Origem antropogênica (causada pelo homem):


- despejos domésticos
- despejos industriais
- microrganismos
- erosão
Natural: esteticamente desagradável e os sólidos em suspensão podem servir de
abrigo para microrganismos patogênicos ( diminui a eficiência de desinfeção)

• Importância Antropogênico: podem ser compostos tóxicos e organismos patogênicos

Em corpos d’água pode reduzir a penetração da luz, prejudicando a


fotossíntese

· As medidas usadas na avaliação de turbidez com o turbidímetro é o NTU (Unidade de


Turbidez Nefelométrica), ou uT (Unidade de Turbidez).

· No caso de águas turvas, o tratamento para abastecimento público dependerá da quantidade


de Turbidez. Em casos de pequena turbidez é necessária somente uma filtração, mas em casos
de altos valores de turbidez (acima de 50 uT) requerem também uma coagulação química
antes da filtração.
Análise de Cor Real e Aparente – YouTube
https://youtu.be/sW-eGeH7Xrg
Sidney Seckler Ferreira Filho

Determinação de Turbidez - YouTube


https://youtu.be/djopW_CONoU
Sidney Seckler Ferreira Filho

VIDEOAULA: COR E TURBIDEZ NA ÁGUA


https://youtu.be/zZrLzMMM3js
Profº Fábio
Sabor e o Odor:
O sabor é a interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e odor (é a sensação
olfativa).

FCR: são os sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases dissolvidos.

origem natural:
- matéria orgânica em decomposição ( anaeróbica gera gás sulfídrico H2S – ovo podre)
- microrganismos ( ex. microalgas)

origem antropogênica:
- despejos domésticos
- despejos industriais,
- gases dissolvidos (ex: H2S)
Não representa risco à saúde (questionar confiabilidade)

• Importância
Valores elevados podem indicar substâncias perigosas

• Unidades: Concentração limite mínima detectável

Odor e sabor são considerados “Não objetáveis”


Temperatura:

Origem natural:
- Transferência de calor por radiação
Origem antropogênica:
- águas de torres de resfriamento
- despejos industriais

Solubilidade e transferência de gases na água;


Quanto maior a T, menor é a quantidade de oxigênio dissolvido

Importância: O tempo de vida de algumas espécies aquáticas

Aumento das velocidades das reações químicas e biológicas


1.4.4.2. Parâmetros Químicos
pH:
Representa a concentração de H+ (em escala antilogarítmica), dando uma indicação sobre a
condições de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água
pH = - log [H+] pH < 7: condições ácidas
pH = 7: neutralidade
pH > 7 condições básicas
FCR: sólidos dissolvidos e gases dissolvidos.

Origem natural
- Dissolução de rochas
- Absorção de gases da atmosfera
- Oxidação da matéria orgânica
- Fotossíntese
Origem Antropogênica
- Esgotos domésticos ( oxidação da matéria orgânica)
- Despejos industriais ( lavagem ácida de tanques)
- Chuva ácida
• Importância

- Não tem implicação em termos de saúde pública (exceto que os valores sejam
extremamente baixos ou elevados)

- pH baixo: pode ocasionar corrosão nas tubulações e peças das águas de abastecimento

- pH elevado: possibilidade de incrustações nas tubulações e peças das águas de


abastecimento

- valores de pH afastados da neutralidade podem afetar a vida aquática (ex: peixes) e os


microrganismos responsáveis pela degradação da matéria orgânica
Alcalinidade:
Quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar os íons hidrogênio. É uma medição
da capacidade da água de neutralizar os ácidos. Os principais constituintes da alcalinidade
são os íons bicarbonato HCO3-, carbonatos CO3- e os hidróxidos (OH-).

Harris de Química Analítica (pg 228): a alcalinidade é definida como a capacidade da água
natural de reagir com o H+ para atingir o pH 4,5, que é o segundo ponto de equivalência na
titulação do carbonato (CO32-) pelo H+ . Quando uma determinada água, cujo pH é maior do
que 4,5, é titulada com ácido até atingir o valor de pH 4,5, todos os íons OH -, CO32-, e HCO3–
terão reagido.

CO2 + H2O H2CO3 H+ + HCO3- H+ + CO32-


FCR: sólidos dissolvidos

origem natural:
- dissolução de rochas
- reação do CO2 com a água

origem antropogênica:
- despejos industriais

Importância:
- Não tem significado sanitário para a água potável, mas em elevadas concentrações confere um gosto
amargo para a água.

- É uma determinação importante no controle do tratamento de água, estando relacionada com a


prevenção da corrosão em tubulações

- É uma determinação importante no tratamento de esgotos, quando há evidências de que a redução do


pH pode afetar os microrganismos responsáveis pela depuração
• A distribuição entre as três formas (OH-, CO32-, e HCO3–) na água é função do pH
pH> 9,4: Hidróxidos e carbonatos
pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos
pH entre 4,5 e 8,3: apenas bicarbonato

Carbonato = 50% acima de pH 8,3 e 50% abaixo de 8,3


Amostra pH inicial mL de H2SO4 gastos na titulação
F.F. A.M.
A pH > 8,3 16,0 32
B pH > 8,3 8,0 14
C 4,5 < pH < 8,3 0,0 12
Acidez:
Acidez de uma água pode ser definida como sua capacidade de reagir quantitativamente com uma
base forte até um valor definido de pH ( 8,3), devido à presença de ácidos fortes (ácidos minerais:
clorídrico, sulfúrico, nítrico, etc.) e do ácido carbônico.

Harris: A acidez de águas naturais refere-se ao conteúdo total de ácido que pode ser titulado até pH
8,3 com NaOH. Esse pH é o do segundo ponto de equivalência para a titulação do ácido carbônico
com OH-.

FCR = sólidos dissolvidos e gases dissolvidos

Origem natural:
- CO2 absorvido da atmosfera ou resultante da decomposição da matéria orgânica
- Gás sulfídrico

Origem antropogência:
- Despejos industriais ( ácidos)
Importância:
-Tem pouco significado sanitário.
- Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar.
- Responsável pela corrosão de tubulações e materiais.

A quantidade das formas presente também depene do pH


pH > 8,3: ausência de CO2 livre
pH entre 4,5 e 8,3: acidez carbônica
pH < 4,5: acidez por ácidos minerais fortes
Dureza:
A dureza da água está relacionada com a concentração de sais de Ca2+ e de Mg2+. Quando
concentrações elevadas desses sais estiverem na água, eles irão reagir com ânions, formando
precipitados.
CO32- + Ca2+ → CaCO3 dureza carbonato
2Cl - + Ca2+ → CaCl2 dureza não carbonato
A dureza carbonato é sensível ao calor, causando precipitação em elevadas temperaturas

• Dureza < 50 mg/L CaCO3: água mole


• Dureza entre 50 e 150 mg/L : dureza moderada
• Dureza entre 150 e 300mg/L: água dura
• Dureza > 300mg/L: água muito dura

FCR: sólidos dissolvidos


Origem natural: dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio (ex: rochas
calcáreas)
Origem antropogênica: despejos industriais
• Importância:

- Não causa problemas sanitários


- Em determinadas concentrações, causa um sabor desagradável e pode ter efeitos
laxativos
- Reduz a formação de espuma, implicando em maior consumo de sabão
- Causa incrustações em tubulações de água quente
Ferro e Manganês

• Estão presentes nas formas insolúveis Fe3+ e Mn4+ numa grande quantidade de tipos de
solos
• Quando em água na ausência de oxigênio dissolvido (fundo de lagos): forma solúvel Fe 2+ e
Mn2+
• Na presença de oxigênio: se oxidam às suas formas insolúveis, o que ocasiona cor na água,
além de manchar roupas durante a lavagem

FCR: Sólidos em suspensão ou dissolvidos

Origem natural: dissolução de compostos do solo

Origem antropogênica: despejos industriais


• Importância

- Tem pouco significado sanitário ( nas concentrações encontradas)


- Em pequenas concentrações causam problemas de cor
- Em certas concentrações, podem causar sabor e dor ( já terá sido rejeitada pela cor)
Nitrogênio:
• No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas seguintes formas: nitrogênio molecular (N2),
escapando para a atmosfera ; nitrogênio orgânico (dissolvido e em suspensão); amônia ( livre e
ionizada); nitrito e nitrato

• No ambiente aquático, a determinação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer as


seguintes informações sobre a poluição:
a) predominância de nitrogênio na forma orgânica ou de amônia pode estar associada à poluição
recente ou próxima do local amostrado;
b) predominância de nitrito e nitrato pode estar associada à poluição mais antiga ou longe do
local amostrado.

FCR: Sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos

Origem natural: constituinte de proteínas, clorofila e vários outros compostos


biológicos e da composição celular de microrganismos

Origem antropogênica: despejos domésticos, industriais, excrementos de animais,


fertilizantes.
• Importância:

- O nitrogênio na forma de nitrato está associado a doenças como a


metahemoglobinemia (síndrome do bebe azul)

- O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento de algas e, quando em


elevadas concentrações em lagos, pode conduzir a um crescimento exagerado desses
organismos (processo denominado eutrofização)

- O nitrogênio, nos processos de conversão da amônia a nitrito e deste a nitrato, implica


no consumo de oxigênio dissolvido do meio (afetando a vida aquática)

- O nitrogênio na forma de amônia livre é diretamente tóxico aos peixes

- O nitrogênio é um elemento indispensável para o crescimento dos microrganismos


responsáveis pelo tratamento de esgotos.
http://www.iol.pt/multimedia/oratvi/multimedia/im http://igui-ecologia.s3.amazonaws.com/wp-content
agem/id/57cff5390cf29ab4c1c3af5f/800 /uploads/2015/12/eutrofiza%C3%A7%C3%A3o.jpg
Fósforo:
· Na água se apresenta principalmente na forma de ortofosfatos ( PO43- , HPO42- , H2PO4 - ,
H3PO4), polifosfatos e fosforo orgânico

FCR: sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos

Origem natural: dissolução de compostos do solo; decomposição da matéria orgânica,


fósforo de composição celular de microrganismos

Origem antropogênica: despejos domésticos, industriais, excrementos de animais,


fertilizantes e detergentes
• Importância
- não apresenta problemas de ordem sanitária
- causa eutrofização
- essencial para o crescimento dos microrganismos responsáveis pela estabilização da
matéria orgânica
Oxigênio Dissolvido:
· Essencial para os organismos aeróbios. As bactérias que degradam a matéria
orgânica utilizam o oxigênio nesses processos metabólicos, ocasionando a sua
diminuição nos ambientes aquáticos. Dessa forma a concentração de oxigênio
dissolvido é o principal indicativo de poluição por despejos orgânicos.

FCR: gás dissolvido


Origem natural: Dissolução do oxigênio atmosférico; Produção pelos organismos
fotossintéticos
Origem Antropogênica: Introdução de aeração artificial

·Importância:
- O O.D. é essencial para os organismos aeróbios
- Principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por
despejos orgânicos
• Depende da Temperatura e da altitude

Tabela: Oxigênio dissolvido na água doce para diferentes temperaturas e altitudes (em mg/L)
Matéria Orgânica:
· A matéria orgânica é um parâmetro muito importante, sendo um dos principais causadores
de poluição dos esgotos. Os principais componentes orgânicos são as proteínas (40%),
carboidratos (25 – 50%) e óleos (10%). É feita a medida por métodos indiretos:
Demanda Bioquímica de Oxigênio ( DBO) - para compostos biodegradáveis
Demanda Química de Oxigênio ( DQO) – para biodegradáveis e não biodegradáveis

FCR: Sólidos em suspensão e sólidos dissolvidos


Origem natural: matéria orgânica vegetal e animal, microrganismos
Origem antropogênica: Despejos domésticos e despejos industriais
∙ Importância
- A matéria orgânica (MO) é responsável pelo consumo do O.D.
- A DBO e a DQO são os parâmetros de maior importância na caracterização do grau de
poluição de um corpo d’água
Micropoluentes Inorgânicos/orgânicos:

• A maioria dos micropoluentes inorgânicos são tóxicos e os de maior destaque


são os metais, tais como: chumbo, cádmio, cromo, mercúrio, arsênio e prata.
Eles são oriundos de despejos industriais e de atividades de garimpo e
mineradoras

• Já os micropoluentes orgânicos são materiais orgânicos resistentes a


degradação, como exemplo temos os defensivos agrícolas, alguns detergentes
e um grande número de produtos químicos.
1.4.4.3. Parâmetros Biológicos
∙ Microrganismos patogênicos causam doenças
∙ A detecção é extremamente difícil
∙ A determinação da potencialidade de uma água transmitir doenças pode ser efetuada de forma
indireta, através dos organismos indicadores de contaminação fecal (O.I.C.F) , pertencentes
principalmente ao grupo coliformes
∙ Os organismos indicadores de contaminação fecal são predominantemente não patogênicos, mas
dão uma indicação que uma água apresenta contaminação por fezes humanas ou de animais e
consequentemente sua potencialidade para transmitir doenças
∙ Principais razões para a utilização do grupo coliforme como indicadores de contaminação fecal:
- apresentam-se em grande quantidade nas fezes humanas
- Apresentam resistência ligeiramente superior à maioria das bactérias patogênicas intestinais
- Os mecanismos de remoção dos coliformes nas ETA e ETE são os mesmos das bactérias
patogênicas
- Encontradas em fezes de animais de sangue quente
- As técnicas para a detecção são rápidas e econômicas
• Os principais indicadores de contaminação fecal comumente utilizados são:

- Coliformes Fecais (CF), preferencialmente denominados de coliformes


termotolerantes
- Escherichia coli (EC)

• Os coliformes totais (CT) não devem ser utilizados como indicadores de contaminação fecal,
pois englobam os organismos de vida livre (associados ou não à contaminação). No entanto,
água tratada para abastecimento, não deve conter coliformes totais. Podem ser usados
como indicadores da eficiência do tratamento da água
• A Escherichia coli é a principal bactéria do grupo de coliformes fecais
(termotolerantes),sendo abundantes nas fezes humanas e de animais. É a única que dá
garantia de contaminação exclusivamente fecal. A sua detecção não dá garantia de que a
contaminação seja humana, uma vez que esta bactéria também pode ser encontrada em
fezes de outros animais.
Mas o que avaliar?
Quadro. Principais Parâmetros a serem investigados numa análise de água

Características Parâmetros Águas para abastecimento Águas residuárias Corpos receptores

Água Superficial Água subterrânea Bruta Tratada Rio Lago


Bruta Tratada Bruta Tratada
Parâmetros físicos Cor X X X X X X
Turbidez X X X X X X
Sabor e odor X X X X
Temperatura X X X X X
Parâmetros químicos pH X X X X X X X
Alcalinidade X X X
Acidez X X
Dureza X X
Ferro e Manganês X x X X
Cloretos X X
Nitrogênio X X X X X X X X
Fósforo X X X
Oxigênio dissolvido X X
Matéria orgânica X X X
Micropoluentes inorgânicos* X X X X X X X X
Micropoluentes orgânicos * X X X X X X X X
Parâmetros biológicos Organismos indicadores X X X X X X X
Algas X X X
Bactérias decompositoras X

* Devem ser analisados aqueles que possuírem alguma justificativa, devido ao uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica
1.1.5. Padrões de Qualidade de Água

Padrão de Potabilidade: Portaria GM/MS nº 888/2021 do Ministério da Saúde

Padrão de corpos d’água: Resolução CONAMA 357(2005), do Ministério do Meio Ambiente e


eventuais legislações estaduais.
As águas do território nacional são divididas em águas doces (salinidade inferior 0,5%), salobras
(superior a 0,5% e inferior 30%) e salinas ( superior a 30%). Em função dos usos previstos, foram
criadas 13 classes e a cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a ser mantida
no corpo d’água.

As águas doces são classificadas em:

I - classe especial: águas destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;


b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;


b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
Resolução CONAMA n° 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e
que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;


b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
Resolução CONAMA n° 274, de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;


b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.

V - classe 4: águas que podem ser destinadas:

a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

Padrão de lançamento: Resolução CONAMA 357 (2005) do Ministério do Meio Ambiente, e eventuais
legislações estaduais.
A RESOLUÇAO CONAMA 430 DE 2011 COMPLEMENTA E ALTERA A RESOLUÇÃO 357/2005
ATIVIDADES

Acesse a Resolução CONAMA 357 de 2005, e verifique os padrões de qualidade das


águas doces.

Acesse a Resolução CONAMA 430 de 2011 e verifique os padrões de lançamento.

Acesse a Portaria 888 de 2021 do Ministério da Saúde e verifique os padrões de


potabilidade
1.1.6. Determinação de alguns parâmetros indicadores de águas
Parâmetros determinados por titulometria
Na titulometria, a solução padrão (titulante) deve ser cuidadosamente preparada. A preparação da solução padrão requer, direta
ou indiretamente, o uso de um padrão primário.

Fonte:
https://chemicalwedding.files.wordpress.com/20
11/08/titulac3a7c3a3o.jpg

Solução padrão direta: Quando o reagente titulante é um padrão primário, como por exemplo, o hidrogenoftalato ácido de
potássio ou o dicromato de potássio.

Solução-padrão indireta: Prepara-se uma solução com concentração próxima à desejada e, depois avalia-se a concentração
exata mediante a determinação da sua capacidade de reação com um padrão primário adequado.
• Exercício 1) Qual a concentração (mol/L) de uma solução concentrada de ácido clorídrico?
[ Título: 37% (m/m); d: 1,19 (g/cm3)]

• Exercício 2) Qual o volume (mL) necessário de uma solução concentrada de ácido nítrico
para preparar 250mL de uma solução de 0,50 mol/L ?
[ título: 65% (m/m); d = 1,4 g/cm3]

Padronização de solução de NaOH com hidrogenoftalato ácido de potássio (FAP)

Exercício 3) Na padronização de uma solução de NaOH, utilizaram-se 1,5947 g de


hidrogenoftalato ácido de potássio e a solução indicado de fenolftaleína. Foram consumidos
27,5mL de solução de NaOH até o ponto final da titulação. Qual a concentração (mol/L) da
solução de NaOH

C6H4COOKCOOH + NaOH ↔ C6H4COOKCOONa + H2O


Determinação de nitrogênio amoniacal

Princípio do método (Rocha, 2004 )

• O íon amônio da amostra é transformado em amônia pela adição de excesso de base forte
(NH4)2SO4 + 2NaOH ↔ 2NH3 + Na2SO4 + 2H2O
• A amônia liberada é separada da mistura por destilação e recolhida em ácido bórico
2NH3 + 2H3BO3 ↔ 2NH4+ + 2H2BO3- (verde)
• Titulação do borato formado com H2SO4
2 H2BO3- + H2SO4 ↔ 2 H3BO3 + SO4 2-
1 mol (NH4)2SO4
consome 1 mol de
H2SO4
Exercício 4) Foram alcalinizados 50 mL de uma amostra de efluente com
densidade de 1,30 g/cm3, com excesso de hidróxido de sódio, e após destilação a
amônia liberada foi recolhida em excesso de ácido bórico. A titulação do borato
formado consumiu 40 mL de ácido sulfúrico 0,6mol/L.
a) qual a massa de sulfato de amônio na amostra?
b) qual a % de sulfato de amônio na amostra?
c) qual a massa de nitrogênio na amostra?
Determinação de nitrogênio orgânico pelo método de Kjeldahl

Princípio do método
• O método baseia-se na digestão da amostra com ácido sulfúrico.
• A amônia é fixada pelo ácido sulfúrico como sulfato de amônio (NH4)2SO4.
• Posteriormente, ela é destilada com adição de NaOH e recolhida em excesso
de ácido bórico ou sulfúrico, ambos de concentração conhecida
(NH4)2SO4. + 2NaOH ↔ 2NH3 + Na2SO4 + 2H2O
2NH3 + H2SO4 ↔ 2NH4+ + SO4 2-
• O excesso de H2SO4 é titulado com solução padronizada de NaOH
H2SO4 + 2NaOH ↔ Na2SO4 + 2H2O

(NH4)2SO4 = H2SO4 CONSUMIDO


Exercício 5) 0,8 g de uma amostra de biossólido (resíduo final de tratamento de
efluente doméstico) foi digerido e alcalinizado com excesso de solução de NaOH.
Após destilação, a amônia liberada foi recolhida em 25mL de solução de ácido
sulfúrico 0,1 mol/L. A titulação do excesso de solução de ácido sulfúrico consumiu
5,0 mL de solução de NaOH 0,15 mol/L Qual o teor de nitrogênio total da
amostra?
Determinação da dureza de águas

• A dureza total de uma amostra de água é determinada por titulação dos íons cálcio e
magnésio, com solução de etilenodiaminotetracético (EDTA) em pH 10 com o indicador negro
de eriocromo T. O resultado é expresso como CaCO3 mg/L

Determinação da dureza total (Ca + Mg)


• Solução tamponada em pH 10 (NH4Cl / NH4OH)
Ca 2+ + Mg 2+ + Ind ↔ CaInd + MgInd + Ca 2+ + Mg 2+
(azul) (violeta)
• Durante a titulação
EDTA + Ca 2+ + Mg 2+ ↔ CaEDTA + MgEDTA
(incolor)
• No ponto de equivalência
EDTA + CaInd + MgInd ↔ CaEDTA + MgEDTA + Ind
(Violeta) (azul)

1 MOL DE METAL = 1 MOL DE EDTA


Determinação de cálcio utilizando Calcon como indicador

• Na determinação de íons Ca2+ por titulação com2+EDTA, adiciona-se solução de NaOH 1 mol/L
para fixar o pH em 12, pois nesse pH os íons Mg presentes precipitam como Mg(OH)2

• Início
Ca2+ + Calcon ↔ CaCalcon + Ca2+
(azul) (violeta)
• Durante a titulação
1 MOL DE METAL = 1 MOL DE EDTA
Ca2+ + EDTA ↔ CaEDTA
(incolor)
• No ponto de equivalência
EDTA + CaCalcon ↔ CaEDTA + Calcon
(violeta) (azul)

Logo, o número de mol de EDTA gasto na titulação da mistura dos íons cálcio e magnésio,
menos o número de mol gasto na titulação dos íons cálcio é igual ao numero de mol de íons
magnésio presentes na amostra
Exercício 6) Foram titulados 100 mL de uma amostra de água de rio com solução
de EDTA 0,0020mol/L utilizando eriocromo T e tampão pH 10. O volume de
solução de EDTA consumido no ponto de equivalência foi de 20mL. Titulando 100
mL dessa mesma amostra com a mesma solução de EDTA, utilizando Calcon
como indicador em pH 12, até o ponto de equivalência consumiram-se 8 mL de
solução de EDTA.
a) Qual a dureza total da amostra (expressa como CaCO3 mg/L)?
b) qual a concentração de carbonato de magnésio na amostra de água?
Determinação da demanda química de oxigênio – DQO
∙ DQO: Quantificação indireta da concentração de compostos orgânicos de modo geral (biodegradável e não biodegradável)

· O método consiste em oxidar a amostra com excesso conhecido de solução de padrão primário dicromato de potássio
(k2Cr2O7) a quente, em meio de ácido sulfúrico.
MO + Cr2O7 2- + H+ ↔ 2 Cr 3+ + CO2 + H2O

• Reações 6Fe2+
Cr2O7 2- + 14H+ + 6e- ↔ 2 Cr 3+ + 7H2O
• O excesso de dicromato é titulado com sulfato ferroso amoniacal:
6Fe2+ + Cr2O7 2- + 14H+ ↔ 4Fe3+ + 2 Cr 3+ + 7H2O
Fe2+ ↔ Fe3+ + 1e-
excesso
• A oxidação pelo oxigênio pode ser representada pela seguinte reação Cr2O7 2-
O2 + 4H+ + 4e- ↔ 2H2O
• Logo a equivalência entre dicromato e oxigênio será a seguinte:
1mol Cr2O7 2- equivale a 6 mols de elétrons
1mol de O2 equivale 4 mols de elétrons
• Portanto:
6 mols O2 = 4 mol Cr2O7 2- 1,5 mols O2 = 1mol Cr2O7 2-
• Com base nas reações envolvidas, também pode-se chegar às seguintes
equivalências.
1mol Cr2O7 2- equivale a 6mols Fe 2+
1mol de O2 equivale a 4 mols Fe 2+

Exercício 7) Foram refluxados 100 mL de uma amostra de água com 40mL de


solução de dicromato de potássio de 0,04 mol/L, em meio de ácido sulfúrico. O
produto da reação foi titulado com 32,0 mL de solução de sulfato ferroso 0,06
mol/L. Qual a DQO da amostra?

Dicromato inicial
CM = n/V = 0,04 mol/L X 0,04L = 0,0016 mols
• Dicromato em excesso
0,032L * 0,06 mol/L = 0,00192 mol Fe

1 mol dicromato ------6 mols Fe


X -0,00192 mols
X = 0,00032 mols dicromato em excesso

Dicromato consumido
Dicromato inicial – Dicromato em excesso
0,0016 – 0,00032 = 0,00128 mols

1 mol dicromato - ....1,5 O2


0,00128 --------X
X = 0,00192 mols O2
0,00192.......100mL
X 1000mL

X = 0,0192 mols

1mol O2 ----32g
0,0192........X
X = 0,6144g/L
Determinação da DQO – Método espectrofotométrico

∙ Preparar uma solução estoque de Ftalato de hidrogênio e Potássio (KHP) na concentração


por exemplo de 425 mg em 1000mL ( 0,425 mg/mL). O KHP possui uma demanda teórica de
1,176 mg O2/mg e esta solução tem uma demanda teórica de 0,5 gO2/L
KC8H5O4 + 7.5O2 → 8 CO2 + 2H2O + KOH
204,1 g 240g

· A partir da solução estoque faz-se diferentes diluições e coloca-se as amostras para digestão
(2,5 ml da amostra, 1,5 ml da solução de digestão com dicromato, 3,5mL do reagente ácido
argênico). Após o tempo determinado faz-se a leitura em espectrofotômetro à 600nm.
Curva Padrão de DQO

∙ Depois é feita a digestão das amostras para análise da mesma maneira que as amostras da curva padrão e lê-se em
espectrofotômetro

∙ Com o valor da absorbância e com a curva padrão encontra-se o valor de DQO


Determinação de oxigênio dissolvido – OD
Reações
• Precipitação do hidróxido de manganês
Mn2+ + 2OH- ↔ Mn(OH)2
• Oxidação do precipitado hidróxido de manganês pelo oxigênio dissolvido ( fixação do O2)
2 Mn(OH)2 + O2 ↔ 2 MnO(OH)2 (óxido básico mangânico –precipitado marrom)
• No laboratório, a solução é acidificada e o precipitado se dissolve na forma de manganês (IV)
2MnO(OH)2 + 8H+ ↔ 2Mn4+ + 6H2O
• O manganês IV reage com o iodeto de potássio, liberando iodo elementar (I2) em
quantidade equivalente à quantidade original de oxigênio dissolvido na amostra
2Mn4+ + 4I- ↔ 2Mn 2+ + 2I2
• O iodo liberado é titulado com solução de tiossulfato de sódio
4S2O3 2- + 2I2 ↔ 2S4O6 2- + 4I-
4 mols S2O3 2- = 2 mols I2 = 2 mols Mn4+ = 2 mols MnO(OH)2 = 1 mol O2
Exercício 8) Foram coletados 100,0 mL de água para ser analisada. Após o
tratamento, titulou-se a amostra com solução de tiossulfato de sódio 0,08mol/L,
consumindo-se 1,5mL. Qual a concentração de oxigênio dissolvido expressa em
g/L ?
Determinação da Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO

∙ A DBO é definida como a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica pela ação de
bactérias, sob condições aeróbicas controladas ( período de cinco dias a 20°C – DBO5, 20). É uma indicação indireta,
do carbono orgânico biodegradável

• DBO de águas naturais pouco poluídas: Diferença direta entre as concentrações de oxigênio dissolvido na
amostra, antes e depois de 5 dias.

• DBO de águas naturais muito poluídas, esgoto sanitário e efluentes industriais que contêm microrganismos:
Técnica das Diluições.

Caso a amostra tivesse sido diluída, por exemplo 1:100, teríamos que multiplicar o valor por 100.
Resultado seria 300mg/L
Valores Típicos de DBO
Tipo Concentração de DBO (mg/L)
Esgoto doméstico 350-600
Destilação de álcool 3.500
Laticínio c/ queijaria 500-4.000
Matadouros 15.000 – 20.000
Curtume 1.000-4.000
Polpa e Papel 300-10.000
Fonte: Kapusta

• Assistir aos vídeos (disponíveis em mp4)


https://www.youtube.com/watch?v=pLmkDoothPg
http://www.youtube.com/watch?v=W4OguL2Wc9g
Análise qualitativa da presença de coliformes totais e E.coli – Substrato
cromogênico/fluorogênico
Princípio do método

∙ Os Coliformes totais produzem a enzima β-D-galactosidase. Essa enzima cliva o substrato clorofenol vermelho-
β-D-galactopiranósido (CPRG) ou ortonitrofenil-β-D-galactopiranósido (ONPG) e produz uma mudança na
coloração ( amarelo) em 24h
·A Escherichia coli produz a enzima β-glucoronidase, que cliva o substrato fluorogênico, 4-metil-
β-D-umbeferil-glucuronico (MUG). A enzima β-glucoronidase cliva o substrato e produz um produto
fluorescente que se observa sob o comprimento de onda (366 nm) ultravioleta.

O-Nitrofenil-galactopiranosídeo (ONPG) Metil-umbeliferil-glucurônico (MUG)

β-D-galactosidase β-glucoronidase
UV

O-Nitrofenil-galactopiranosídeo (ONPG)
Metil-umbeliferil (MU)
Execução do ensaio: - Manual Prático de Análise de água: Fundação Nacional de Saúde

a) Coletar a amostra (100 mL) em um frasco estéril ou saco de coleta


b) No próprio frasco ou saco adicionar o conteúdo de um frasconete contendo o substrato
cromogênico/fluorogênico
c) Fechar o frasco e agitar levemente
d) Incubar a 35,0 ± 0,5ºC durante 24 h
e) Observar visualmente e caso esteja amarelo ( coliformes totais) verificar com o auxílio
de uma lâmpada ultravioleta 365 nm se está fluorescente (E. coli)
• Quantificação
a) Adição do meio ( água e substrato cromógeno) em cartelas
b) Selar a cartela e incubar à 35ºC por 24h
c) Contabilizar o número de quadrados amarelos e fluorescentes
d) Em uma tabela – cruzamento número de quadrados positivos grandes e positivos pequenos: Resultados
em NMP/100 mL

cor amarela – coliformes totais A Fluorescência visualizada com luz ultra-violeta


(UV), revela a presença de E. coli,
Fotografias: Simone C. Kapusta
Fonte: Paulo Antunes
Fonte: Paulo Antunes
• Determinação de sólidos
ST: Sólidos Totais, SDF: Sólidos Dissolvidos Totais, SST: Sólidos
em Suspensão Totais; F: Fixos, V: voláteis SDF

STF SDT

SDV
ST
SSF
STV
SST

SSV

Sólidos Sedimentáveis

Fonte:https://www.researchgate.net/profile/Daniel_Dani2/publication/317726726/figure/download/fig4
/AS:511671479304193@1499003395377/observation-of-biofloc-volume-in-imhoff-cone.png
Exercício 9) Em uma análise do teor de sólidos de uma amostra de efluente industrial foram
obtidos os seguintes resultados:
Massa da cápsula preparada: 101,9522g
Massa da cápsula após secagem a 104°C de 1000 mL da amostra: 102,0406 g
Massa da cápsula após calcinação a 600°C: 101,9794g
Determinar a porcentagem de matéria volátil na amostra.
102,0406- 101,9522 = 0,0884 g/l sólidos totais

102,0406 – 101,9794 = 0,00612g/L sólidos voláteis

101,9794 – 101,9522 = 0,0272 sólidos fixos

0,0884-------100%
0,0612.........X X = 69,23%

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