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ETEC DE ARAÇATUBA

ENSINO MÉDIO COM HABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE TÉCNICO EM QUÍMICA

ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUA DO RIBEIRÃO BAGUAÇU

Allan Roberto Venâncio de Atoguia1


Felipe Pereira da Silva2
Fernanda Habermann dos Santos3
Isabella Vitoria Triumpho Pereira4
Rayana Carvalho Nunes5
Rayssa Carvalho Nunes6
Rebeca Custódio Bozolan7
Hildo Costa Sena8

Resumo: A água é um recurso natural essencial à vida, encontrado em grande


quantidade no planeta. É uma substância química cujas moléculas são formadas por
dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio (H 2O). Além disso,
desempenha um papel significativo na sobrevivência de todos os seres vivos e é um
recurso-chave em muitos setores industriais incluindo manufatura, energia,
mineração e tecnologia contribuindo para a qualidade de vida nas áreas urbanas. A
água também é vista como símbolo de purificação, renovação e vida em
determinadas culturas. Visto isto, o objetivo deste trabalho é realizar análises físico-
químicas de qualidade de água a partir de amostras coletadas do Ribeirão Baguaçu,
localizado no município de Araçatuba/SP. As análises realizadas foram potencial
hidrogeniônico (pH) que determina a concentração de íons H +; dureza da água

1
Técnico em Química, na Etec de Araçatuba – allan.atoguia140@etec.sp.gov.br
2
Técnico em Química, na Etec de Araçatuba – felipe.silva1964@etec.sp.gov.br
3
Técnica em Química, na Etec de Araçatuba – fernanda.santos724@etec.sp.gov.br
4
Técnica em Química, na Etec de Araçatuba – isabella.pereira62@etec.sp.gov.br
5
Técnica em Química, na Etec de Araçatuba – rayana.nunes@etec.sp.gov.br
6
Técnica em Química, na Etec de Araçatuba – rayssa.nunes2@etec.sp.gov.br
7
Técnica em Química, na Etec de Araçatuba – rebeca.bozolan@etec.sp.gov.br
8
Docente no curso de Técnico em Química na Etec de Araçatuba – hildo.sena@etec.sp.gov.br
1
medida por titulação com EDTA expressa em mg/L de CaCO 3; cloreto por meio de
titulação com precipitação por prata; resíduo seco após secagem até peso
constante; condutividade expressa em µS/cm medida utilizando condutivímetro e por
fim turbidez expressa em NTU utilizando turbidímetro. A metodologia utilizada foi
proposta pelo do Instituto Adolf Lutz (IAL, 2008). A partir dos dados experimentais foi
possível observar que os resultados obtidos para as análises físico-químicas de
água foram 7,13 de pH; classificação branda de dureza da água com 71,98 mg/L de
CaCO3; 563,87 mg/L de cloreto; 0,015% de resíduo seco; 1739,75 µS/cm de
condutividade e 1324 NTU de turbidez.
Palavras chave: Ribeirão Baguaçu, Água, Parâmetros qualitativos.

Abstract: Water is a natural resource essential to life, found in large quantities on the
planet. It is a chemical substance whose molecules are formed by two hydrogen
atoms linked to an oxygen atom (H2O). Furthermore, it plays a significant role in the
survival of all living things and is a key resource in many industrial sectors including
manufacturing, energy, mining and technology contributing to the quality of life in
urban areas. Water is also seen as a symbol of purification, renewal and life in
certain cultures. Given this, the objective of this work is to carry out physical-chemical
analyzes of water quality from samples collected from Ribeirão Baguaçu, located in
the municipality of Araçatuba/SP. The analyzes carried out were hydrogen potential
(pH), which determines the concentration of H + ions; water hardness measured by
titration with EDTA expressed in mg/L of CaCO 3; chloride through titration with silver
precipitation; dry residue after drying to constant weight; conductivity expressed in
µS/cm measured using a conductivity meter and finally turbidity expressed in NTU
using a turbidimeter. The methodology used was proposed by the Adolf Lutz Institute
(IAL, 2008). From the experimental data it was possible to observe that the results
obtained for the physical-chemical analyzes of water were pH 7.13; mild water
hardness classification with 71.98 mg/L of CaCO 3; 563.87 mg/L of chloride; 0.015%
dry residue; 1739.75 µS/cm of conductivity and 1324 NTU of turbidity.
Key words: Ribeirão Baguaçu, water, qualitative parameters.

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1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso de suma importância para o cotidiano da sociedade


sendo utilizada para fins individuais como higiene, consumo pessoal e utilizada no
abastecimento das cidades, na geração de energia, lazer, turismo entre outras
diversas atividades.
Nesse contexto, o Ribeirão Baguaçu, localizado no município de
Araçatuba/SP, escolhido por abastecer mais de 50% da população do município de
Araçatuba é considerado um importante ponto para a cidade e também para as
regiões de Bilac, Braúna e Birigui ambas cidades no interior do estado de SP. Nesse
sentido, é interessante analisá-lo para averiguar se a população está segura quanto
ao consumo do rio supracitado (CAPOBIANCO, 2022).
Por esse motivo, os seguintes parâmetros físico-químicos foram analisados:
Turbidez; Potencial Hidrogeniônico (pH); Resíduo Seco; Dureza; Cloreto e
Condutividade.
A Turbidez é uma análise feita com o objetivo de averiguar a qualidade da
água mediante presença de partículas em suspensão por meio de propriedades
ópticas, ou seja, a partir das propriedades de refração e reflexão da luz ao
atravessar as amostras (FUSATI, 2021).
O pH determina a concentração de íons H+ que reflete a acidez da água ou de
uma solução. Seus valores são determinados utilizando uma equação logarítmica e
expressos variando entre soluções muito ácidas com pH 0 e soluções muito
alcalinas com pH 14. Além disso, esse aspecto físico-químico é determinado em
águas destinadas para consumo e sofre influência considerável na presença de
bicarbonatos ou de seus sais (PERCURSO PRÉ-VESTIBULAR, 2019; NOGUEIRA-
DE-ALMEIDA e RIBAS FILHO, 2018).
O teor de resíduo seco determina a presença de particulados em suspensão
recolhidos após evaporação em banho-maria e/ou secagem em estufa a
aproximadamente 103-105°C até obter peso constante (PROGRAMA ÁGUA AZUL,
2015). Desta forma, o resíduo seco corresponde a quantidade em mg/L dos minerais
presentes na água após vaporização e quantificação do resíduo restante podendo
apresentar um valor permitido mínimo de 0 mg/L e máximo de 1238 mg/L para
manter um parâmetro de qualidade da água (TEIXEIRA DE QUEIROZ, 2004).

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A dureza da água é determinada através da titulação de complexação com o
ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). Esse ácido sequestra íons metálicos e junto
com indicador preto de eriocromo observa-se mudança de coloração de vinho para
azul da solução indicando teor de dureza por titulação (HISATOMI, [s.d]). Além
disso, a dureza da água é uma propriedade que retrata a concentração de íons
divalentes com carga 2+ ou íons trivalentes com carga 3+ em meio aquoso.
Contudo, a dureza da água é determinada em relação a presença de íons de sais de
Cálcio (Ca2+) e de Magnésio (Mg2+) e eventualmente na presença de íons de zinco,
estrôncio, ferro ou alumínio que também podem ser levados em conta na aferição da
dureza apesar de não ser muito usual (MENDONÇA & FLORES, 2017). Desta
forma, uma água pode ser classificada como muito mole, branda, média dureza,
dura ou muito dura dependendo da presença em baixas ou altas quantidades
desses sais como observado na tabela 1.

Tabela 1 - Classificação da dureza da água


Grau de dureza da água mg/L de CaCO3
Muito mole 0 – 70
Branda 70 – 135
Média dureza 135 – 200
Dura 200 – 350
Muito dura > 350
Fonte: BREZONIK & ARNOLD, 2001.

A prática de cloreto foi realizada a partir da análise quantitativa de volumetria


de precipitação por meio de titulação também conhecida como método de Mohr a
qual ocorre precipitação por prata. Ou seja, este método consiste na adição de
nitrato de prata até que haja formação um composto pouco solúvel que tende a
precipitar e alterar coloração e/ou turbidez da solução. Portanto, necessita que a
reação ocorra em um período de tempo muito rápido e que o precipitado seja
consideravelmente insolúvel para menor probabilidade para erros. Nesta
determinação, ocorre mudança da coloração de uma solução amarela para presença
de precipitado vermelho tijolo (FERNANDES, 2014). Diante do exposto, este método
é utilizado para quantificar, principalmente, teores de cloretos, brometos e iodetos e

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elevados teores de cloreto indicam presença de resíduos industriais presentes na
amostra (CRUZ, 2022).
A condutividade da água está relacionada a quantidade de íons e sais
presentes na água o que indica a força que a amostra possui para conduzir corrente
elétrica já que a água pura não conduz eletricidade. Embora não tenha valores pré-
estabelecidos de condutividade elétrica como parâmetro de qualidade da água, este
teste tende a esclarecer de forma indireta a presença de poluentes na água
(INTRUSUL, 2018).
A qualidade de água é um fator importante que compõem diversas
características físicas e químicas da água que garantem o consumo sem ocasionar
problemas de saúde. Nesse sentido, a importância da realização das análises da
qualidade da água para que a população saiba que tipo de água está sendo
consumida é inquestionável. De acordo com o Instituto de Democracia e
Sustentabilidade (IDS), a segurança hídrica, que representa a redução de riscos
relacionados ao uso da água, garante qualidade e quantidade de água adequada
para abastecimento populacional e, em termos do Baguaçu, vem sofrendo
interferências de atividades agropecuárias, industriais, comerciais e domésticas que
são bastante comuns na região. Portanto, urge a necessidade da verificação das
condições desse corpo hídrico (CAMPOS, 2022; CAPOBIANCO, 2022).

2. OBJETIVO GERAL

Realizar análises físico-químicas de qualidade de água utilizando amostra


coletada no Ribeirão Baguaçu localizado no município de Araçatuba/SP.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Realizar análises de pH utilizando pHmetro;
• Determinar dureza em água por meio da titulometria de complexação;
• Determinar o teor de cloreto por meio do método de Mohr;
• Identificar a porcentagem de resíduos secos após secagem até peso
constante;
• Realizar análises de condutividade elétrica utilizando condutivímetro;
• Efetuar análises de turbidez utilizando turbidímetro;

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. COLETA
Para a realização das práticas qualitativas, foi realizada a coleta da água do
Ribeirão Baguaçu no Parque Ecológico Baguaçu em Araçatuba/SP conforme
indicado na figura 1.

Figura 1 – Coleta da amostra de água no Ribeirão Baguaçu: rio escolhido para


realização das análises físico-químicas (A); procedimento de coleta (B); amostra
coletada (C).

A B C

Fonte: elaborado pelos autores (2023)

3.2. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS


As análises físico-químicas de turbidez, pH, resíduo seco, dureza, cloreto e
condutividade foram realizadas conforme metodologia proposta pelo do Instituto
Adolf Lutz, presentes no capítulo 8 referente a águas, das páginas 345 a 408 (IAL,
2008).

3.2.1. TURBIDEZ
Para a prática de turbidez, foi necessário o turbidímetro, células de amostras
de vidro incolor, padrões de turbidez com valores de 0,1; 0,8; 8; 80 e 1000 NTU,
papel macio e um becker de 50 mL. Primeiramente foi feita a calibração do aparelho,
utilizando os padrões de turbidez. Estes foram higienizados com papel macio e
colocados no turbidímetro conforme as instruções do fabricante. Em seguida,
amostras de água do Ribeirão Baguaçu foram colocadas em células de amostra de
7
turbidez até a marcação e posteriormente analisadas até a finalização da leitura da
turbidez pelo aparelho.

3.2.2. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)


Para realização da prática do pH foram utilizados pHmetro, beckers de 100
mL, soluções padrão de pH 4 e 7, amostras de água do Ribeirão Baguaçu, pisseta
com água destilada e papel macio. Primeiramente foi feita a lavagem do eletrodo do
aparelho com água destilada e secagem com papel macio. Posteriormente, realizou-
se a calibração do aparelho com as soluções padrão de pH conforme indicado pelo
aparelho. Entre elas foi realizada a higienização do eletrodo com água destilada.
Após calibração, o pH da amostra de água do Ribeirão Baguaçu foi determinado em
quintuplicata com higienização do eletrodo entre as repetições.

3.2.3. RESÍDUO SECO


Para análise dos resíduos secos, foram utilizados 5 béqueres de vidro
devidamente limpos e secos e amostra de água do Ribeirão Baguaçu. Os béqueres
formam pesados secos, com amostra de água do rio e após secagem em estufa
anotando-se os valores a cada medição.

3.2.4. DUREZA
Para a realização da prática de dureza da água foi necessário hidróxido de
amônio, cloreto de amônio, EDTA (sal dissódico), sulfato de magnésio, preto de
eriocromo, cloreto de sódio, balança analítica, balão volumétrico de 1 L, frascos
âmbar, pisseta com água destilada, becker de 50 mL, becker de 250 mL, erlenmeyer
de 250 mL, pipeta de 1 mL, proveta de 100 mL, vidro de relógio e suporte universal
composto por base, haste de metal e 2 garras de fixação. Inicialmente foi necessário
preparar solução tampão pH 10 de cloreto de amônio com hidróxido de amônio. Em
seguida, preparou-se solução de EDTA 0,01 M. Como indicador, preparou-se
solução de preto de eriocromo e cloreto de sódio. A determinação de dureza foi
realizada em quatruplicata por titulação até que a solução apresentasse coloração
azul.

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3.2.5. CLORETO
Para a análise de cloreto presente na água foram utilizados os reagentes
cromato de potássio e cloreto de sódio para preparo da solução titulante e nitrato de
prata para preparo da solução indicadora. A análise foi realizada por titulação com o
objetivo de observar a formação de um precipitado levemente avermelhado.

3.2.6. CONDUTIVIDADE
Para determinação da condutividade foram utilizados condutivímetro, beckers
de 100 mL, solução padrão de condutividade 1413 µS/cm, amostra de água do
Ribeirão Baguaçu, pisseta com água destilada e papel macio. Primeiramente foi
realizada lavagem do eletrodo do aparelho com água destilada e secagem com
papel macio. Posteriormente, realizou-se a calibração do aparelho com a solução
padrão de condutividade conforme indicado pelo aparelho. Após calibração, a
condutividade da amostra de água do Ribeirão Baguaçu foi determinada em
quatruplicata com higienização do eletrodo entre as repetições.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As análises de pH foram determinadas utilizando pHmetro de bancada


GEHAKA, modelo PG1800, como observado na figura 2.

Figura 2 – Determinação de pH em amostras de água: bancada preparada para


análises (A); detalhe amostra em análise (B);

A B

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

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A partir dos teores de pH da água analisada verificou-se variação do pH entre
7,04 e 7,25 conforme observado na tabela 2. O desvio-padrão e o erro percentual
foram realizados para observar a precisão dos teores de pH da água analisada
quando comparado com a água de consumo diário. Observou-se que as análises
apresentam precisão adequada e erro percentual dentro do aceitável ficando bem
próximo da água que ingerimos ao longo do dia.

Tabela 2 – Determinação de pH em amostra da água do Ribeirão Baguaçu.


Potencial Hidrogeniônico
Repetições Dados Erro Absoluto
1 7,25 0,12
2 7,04 0,09
3 7,15 0,02
4 7,12 0,01
5 7,09 0,04
Média 7,13 0,06
Desvio Padrão 0,08
Erro% 0,79

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

A determinação de dureza da água expressa em mg/L de CaCO 3 foi realizada


em duas etapas: primeiro foi preparada solução de EDTA e determinada sua
molaridade conforme Eq.1. Em seguida, os teores de dureza foram determinados,
conforme Eq. 2, titulando a amostra de água com a solução preparada EDTA até
viragem de vinho para azul (figura 3).

Figura 3 – Determinação da dureza da água por titulação com EDTA: amostras


antes da titulação (A); e após titulação com EDTA (B).

A B

Fonte: elaborado pelos autores (2023)

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Para preparo da solução de EDTA, uma massa de 3,7236 g desse sal foi
dissolvida em 1 L de água destilada em balão volumétrico de igual volume obtendo-
se 0,01274 mol/L de molaridade.
mEDTA
M EDTA = Eq. 1;
M M EDTA × V Solução

Para determinação da dureza da água, um volume de 50 mL de amostra de


água foi titulado em bureta com a solução preparada de EDTA obtendo os teores de
dureza conforme equação 2.
M EDTA ×V EDTA × M M CaC O × 1000
C CaC O = 3
Eq. 2;
3
V Á gua

A tabela 3 apresenta os cálculos da determinação de dureza da água.


Partindo desses valores, em relação a dureza da água, esta ficou classificada como
branda conforme BREZONIK e ARNOLD (2001).

Tabela 3 – Análise de dureza presente na água expressa em mg/L.


Dureza
Repetições Dados Dureza Erro Absoluto
mL mg/L
1 2,7 68,80 3,18
2 2,8 71,34 0,64
3 2,9 73,89 1,91
4 2,9 73,89 1,91
Média 71,98 1,91
Desvio Padrão 2,44
Erro% 2,65

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

Os teores de cloreto, conforme observado na figura 4, foram determinados


por titulação após preparo da solução de nitrato de prata com concentração de
0,0282 mol/L. Esta solução foi utilizada para titulação da amostra de água após
evaporação reduzindo de 100 para 50 mL. Os cálculos foram obtidos conforme
equação 3. Os valores de 35,453 e 1000 encontrados na equação são fatores de
conversão para obter resultados expressos em mg/L.
M AgNO 3 ×V AgNO 3 × 35,453× 1000
Cloreto= Eq. 3
V Á gua

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Figura 4 – Determinação de cloreto em água por titulação com nitrato de prata:
preparo de soluções (A); preparo das amostras (B); bancada preparada para
titulação (C); amostra após titulação (D).

A B C D

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

Os valores de cloreto são apresentados na tabela 4. Observou-se que a


quantidade de cloreto presente em cada titulação variou entre 559,87 e 569,87 mg/L
apresentando erro percentual inferior a 1% que o torna muito baixo, logo sendo uma
água possivelmente sem indícios de contaminação industrial.

Tabela 4 – Análise de cloreto presente na água expressa em mg/L.


Cloreto
Repetições Dados Cloreto Erro Absoluto
mL mg/L
1 28,00 559,87 4,00
2 28,50 569,87 6,00
3 28,30 565,87 2,00
4 28,00 559,87 4,00
5 28,20 563,87 0,00
Média 563,87 4,00
Desvio Padrão 4,24
Erro% 0,71

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

Para a determinação de resíduos secos, inicialmente foram pesados


béqueres limpos e vazios como observado na figura 5. Em seguida, amostras de
água foram adicionadas aos béqueres e pesados novamente. Após secagem, os
béqueres secos foram pesados e a análise foi encerrada quando não foi observada
variação em seu peso. Partindo desses valores, a tabela 4 foi elaborada observando

12
teores médios de 0,015% de resíduo seco com erro percentual de 8% sendo
considerado um teor baixo.

Figura 5 – Determinação de resíduo seco por evaporação em estufa a 105°C.

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

Tabela 5 – Determinação dos teores de resíduos secos em amostra.


Resíduo Seco
Repetições Béquer Vazio Amostra Béquer Seco Dados Erro Absoluto
mg L mg %
1 0,049630 0,1 0,049645 0,015 0,0000000
2 0,050374 0,1 0,050387 0,013 0,0020000
3 0,050786 0,1 0,050802 0,016 0,0010000
4 0,048719 0,1 0,048736 0,017 0,0020000
5 0,049481 0,1 0,049495 0,014 0,0010000
Média 0,015 0,0012000
Desvio Padrão 0,002
Erro% 8

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

A condutividade das amostras expressas em µS/cm foi realizada utilizando


condutivímetro de bancada GEHAKA, modelo CG1800, como observado na figura 6.

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Figura 6 - Determinação de condutividade elétrica da água expressa em µS/cm.

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

A partir das análises observou-se, conforme tabela 5, que a água apresentou


valor médio de 1739,75 µS/cm de condutividade elétrica e erro percentual de 0,33%
sendo considerado um teor adequado para água de rio.

Tabela 6 – Grau de Condutividade presente na água do Ribeirão Baguaçu


Condutividade
Repetições Dados Erro Absoluto
µS/cm
1 1734 5,75
2 1741 1,25
3 1750 10,25
4 1734 5,75
Média 1739,75 5,75
Desvio Padrão 7,59
Erro% 0,33

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

A turbidez das amostras foi realizada utilizando turbidímetro manual


GLOBISENS Labdisq, modelo Biochem, como observado da figura 7. Após análise
observou-se turbidez média de 1324 NTU estando conforme legislação vigente.

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Figura 7 - Determinação de turbidez em água expressa em NTU: detalhe da célula
de vidro para análise de turbidez (A); turbidímetro em análise (B);

A B

Fonte: elaborado pelos autores (2023).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das análises realizadas neste trabalho, os resultados obtidos para


análises físico-químicas de água foram 7,13 de pH; classificação branda de dureza
da água com 71,98 mg/L de CaCO3; 563,87 mg/L de cloreto; 0,015% de resíduo
seco; 1739,75 µS/cm de condutividade e 1324 NTU de turbidez. Além disso, tais
análises são satisfatórias de acordo com a PORTARIA GM/MS N.888 de 4 de maio
de 2021 levando em consideração que a amostra utilizada para o trabalho
corresponde a água de superfície coletada do Ribeirão Baguaçu, no município de
Araçatuba/SP. Desta forma, o Ribeirão Baguaçu, no ponto de coleta realizado,
segue como ponto adequado de abastecimento de água urbano para moradores das
comunidades que fazem uso desta água.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade. 85° ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 127p. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-888-de-4-de-maio-de-2021-
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