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EXPERIMENTOS XII
EXPERIMENTOS XII
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Segundo Almeida (2010), a acidez da água pode ser influenciada por diversos fatores,
desde fenômenos naturais como também a introdução de poluentes provenientes de atividades
industriais e agrícolas. A chuva ácida é um dos fenômenos naturais que contribui
significativamente para o aumento da acidez da água, ela é caracterizada pela precipitação da
água com alta acidez, indicando uma concentração elevada de ácidos, como o dióxido de
enxofre. Suas consequências incluem tornar o solo mais ácido, poluir os cursos d'água, reduzir
a biodiversidade, danificar monumentos e afetar a saúde dos seres vivos (SOUZA, 2023).
Essa chuva apresenta um grau de acidez devido à presença de óxidos na atmosfera. Essa
acidez pode ser quantificada por meio de uma escala numérica conhecida como pH. Todas as
chuvas são ácidas, mesmo em ambientes sem poluição. Porém, as chuvas tornam-se um
problema ambiental quando o seu pH é abaixo de 4,5.
O pH é de extrema importância na química e na ciência em geral, pois ele mede a
acidez ou alcalinidade de uma solução aquosa. É uma sigla que simboliza o potencial
hidrogeniônico, e sua escala pode variar de 0 a 14, (BATISTA, [s.d.]). Soluções ácidas
possuem excesso de íons hidrônio e pH menor do que 7. Soluções básicas possuem excesso
de íons hidroxila (OH-) e valores de pH superiores a 7. Uma água que possui excesso de íons
hidrogênio, pode afetar a sobrevivência dos seres aquáticos e a qualidade dos ecossistemas.
Além disso, é importante notar que a acidez da água tem implicações diretas para o consumo
humano, pois uma água ácida pode ser corrosiva para as tubulações e potencialmente
prejudicial à saúde.
Conforme estabelecido na Portaria GM/MS Nº 888, de 2021, que define os padrões de
potabilidade da água, a faixa de pH aceitável para água potável situa-se entre 6,0 e 9,0. Isso
significa que a água potável pode variar de ligeiramente ácida (pH 6,0) a ligeiramente alcalina
(pH 9,0) e ainda ser considerada segura para o consumo humano. Controlar acidez significa
adicionar substâncias neutralizadoras, as mesmas indicadas para a elevação de pH.
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2. OBJETIVO.
Determinar acidez em uma amostra de água;
Verificar a potabilidade conforme os normativos legais.
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3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS, REAGENTES E SOLUÇÕES.
Suporte universal;
1 Pipeta graduada de 1,0 mL;
Garra para bureta;
1 Pipeta volumétrica de 25 mL;
Bureta de 50 mL ou 25 mL;
1 Pêra pipetadora
3 Erlenmeyers de 250 mL;
Proveta de 50 mL;
2- Béqueres de 100 mL;
Solução indicadora de fenolftaleína;
Solução padronizada de Hidróxido de sódio 0,02 N.
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4. METODOLOGIA.
Inicialmente, identificaram-se os Erlenmeyers de 250 mL de “A” a “C” para realizar o
experimento em triplicata. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, transferiu-se 50 mL da
amostra de água coletada da residência do docente Daniel Mendonça e, em seguida,
adicionou-se 3 gotas do indicador Fenolftaleína em cada amostra. Ao prevalecer a coloração
incolor, preencheu-se a Bureta com 50 mL da solução padronizada de NaOH 0,02 N e titulou-
se até que a solução atingisse a coloração rósea.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
Inicialmente, precisamos compreender que acidez e alcalinidade são propriedades
diferentes da definição de substâncias ácidas e básicas. Enquanto os termos “substâncias
ácidas” e “substâncias básicas” estão relacionados com a quantificação do potencial
hidrogeniônico, medido em uma escala de 0 a 14, as propriedades “Acidez” e “Alcalinidade”
medem a resistência que o meio apresentará as alterações de pH. Ambas podem ser obtidas
por análises titulométricas, utilizando uma base ou um ácido forte, onde o ponto final,
relacionado ao ponto de equivalência em uma titulação, é observado pela alteração de cor da
solução.
Acidez é a propriedade relacionada a resistência que o meio apresenta em elevar o seu
pH. Para determinar a acidez de uma amostra, o ensaio titulométrico consiste em gotejar uma
base forte, geralmente o hidróxido de sódio é utilizado, até que o pH atinja um valor
determinado de 8,3. Para tal, a fenolftaleína é utilizada como indicadora do ponto final,
fazendo com que a solução deixe de ser transparente e assuma uma coloração rósea quando
chegar ao valor de pH determinado. Dessa forma, podemos depreender que, quanto mais
ácidez tiver a amostra, mais resistência ela vai apresentar na elevação do seu pH, ou seja, mais
base será utilizada até que a coloração rósea seja percebida, e assim vice versa.
Nesse sentido, o objetivo do experimento, na determinação da acidez, é descobrir o
quanto de base é utilizada para elevar o pH da amostra.
Na água, o grande responsável pela acidez é o ácido carbônico (H2 CO3 ), produzido
pela reação entre o gás carbônico (𝐶𝑂2 − 𝐷𝑖ó𝑥𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜) com a água (H2 O), como
representado na seguinte reação.
𝐂𝐎𝟐 + 𝐇𝟐 𝐎 → 𝐇𝟐 𝐂𝐎𝟑
Entretanto, é importante lembrar que o ácido carbônico não é o único responsável pela
acidez da água. Outros ácidos compostos por minerais fortes, como o ácido sulfúrico e o ácido
clorídrico, também ocasionam a acidez, por isso existem faixas de classificação da acidez da
água, ao reagir com esses outros ácidos.
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ACIDEZ TOTAL: Soma da ACIDEZ MINERAL com a ACIDEZ CARBÔNICA
(levada em consideração nas análises de água).
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 𝟐𝟎 × 𝐀
𝐋
Onde:
Dados:
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 1,2 = 𝟐𝟒 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
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SEGUNDA TITULAÇÃO (SOLUÇÃO B):
Dados:
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 2,1 = 𝟒𝟐 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
Dados:
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 1,5 = 𝟑𝟎 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
̅ = ∑ 𝐱𝐢 = 24 + 42 + 30 = 32 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐗
𝐧 3
11
5.2. CALCULANDO O DESVIO PADRÃO.
̅ )𝟐
∑(𝐗 𝐢 − 𝐗
𝐒=√
𝐧−𝟏
Dados necessários:
Acidez 1: 24 mg/L de CaCO3
Acidez 2: 42 mg/L de CaCO3
Acidez 3: 30 mg/L de CaCO3
Média das acidezes: 32 mg/L de CaCO3
168
𝑆=√ = √84 = 9,1651 …
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A acidez mineral é responsável por alterações organolépticas da água, como cor, gosto
e odor. Enquanto que a acidez carbônica pode causar um desgaste acelerado nos sistemas de
distribuição de água, corroendo as tubulações, peças, válvulas e outros equipamentos que
compõem o sistema. Além do fato de que, controlar a acidez da água é importante para evitar
interações com produtos coagulantes utilizados no tratamento.
Não existe praticamente alguma relação entre o gás carbônico, sob o ponto de vista da
saúde pública. Os ácidos minerais que possivelmente teriam, são identificados pela
manifestação de sabor azedo, em concentrações relativamente baixas, e por esses motivos a
água já se configura inapropriada pela população usuária.
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6. CONCLUSÃO.
Com a realização dos métodos experimentais analisados podemos concluir que a
alcalinidade e a acidez estão ligadas à capacidade de uma substância resistir a alterações no
pH. Enquanto a acidez se refere à resistência a mudanças para valores de pH mais baixos, a
alcalinidade mede a resistência a mudanças para valores mais altos. Ambas são determinadas
por análises titulométricas, usando ácidos ou bases fortes, notadas pela mudança de cor na
solução para identificar a neutralidade. Essas propriedades são cruciais para compreender a
estabilidade da água e sua qualidade, essencial para vários fins, desde usos industriais até a
preservação dos ecossistemas naturais.
O experimento foi realizado com amostras de água retiradas da residência do
professor, ministrante da aula. E, após a realização dos métodos experimentais e os cálculos
valores de acidez foram determinados para as amostras, onde na primeira titulação (Solução
A), o resultado obtido foi de 24 mg/L de CaCO3, na segunda titulação (solução B), o
resultado obtido foi de 42 mg/L de CaCO3 e na terceira titulação (solução C) o resultado
obtido foi de 30 mg/L de CaCO3, tendo como média das acidezes um valor de 32 mg/L de
CaCO3.
O desvio padrão entre as análises foi 916,51 % evidenciando que houve valores
discrepantes entre as análises volumétricas. De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo
o Ministério da Saúde e pela Portaria 888/2021, é determinado que os valores de pH devem
estar entre 6,0 e 9,0, dessa forma, quanto a esse parâmetro a água está própria para o consumo
humano. Podemos concluir que os objetivos do experimento foram alcançados com êxito e os
métodos utilizados foram eficazes para seu resultado final.
A acidez na água pode ser mineral ou carbônica, e é responsável por características
organolépticas, como cor, sabor e odor. A acidez carbônica pode acelerar o desgaste dos
sistemas de distribuição de água, corroendo tubulações e equipamentos. Controlar a acidez é
crucial para evitar interações prejudiciais com produtos usados no tratamento. Embora o gás
carbônico não represente uma ameaça significativa à saúde pública, ácidos minerais em
concentrações baixas podem manifestar um sabor azedo na água, tornando-a imprópria para
consumo.
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7. REFERÊNCIAS.
DE ALMEIDA, Otávio Álvares. Qualidade da água de irrigação. Cruz das Almas: Embrapa
Mandiocae Fruticultura, 2010.
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8. EXERCÍCIOS.
Lista de Exercícios:
PRIMEIRO ENSAIO:
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 1,2
mg/L de CaCO3 = 24 mg/L de CaCO3
SEGUNDO ENSAIO
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 2,1
mg/L de CaCO3 = 42 mg/L de CaCO3
TERCEIRO ENSAIO
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 1,5
mg/L de CaCO3 = 30 mg/L de CaCO3
2. Pode uma água natural conter acidez e alcalinidade ao mesmo tempo? Justifique.
Uma água natural pode conter tanto acidez quanto alcalinidade, dependendo das
substâncias dissolvidas nela. A acidez e alcalinidade são propriedades relacionadas ao pH da
água, que é uma medida da concentração de íons de hidrogênio (H+) na água.
Águas naturais podem conter ácidos e bases dissolvidos, resultando em diferentes
níveis de acidez ou alcalinidade. A escala de pH varia de 0 a 14, sendo 7 considerado neutro.
Valores de pH abaixo de 7 indicam acidez, enquanto valores acima de 7 indicam alcalinidade.
Alguns fatores que podem influenciar a acidez ou alcalinidade da água incluem a
presença de minerais, íons de carbonato, bicarbonato, sulfato, entre outros. Por exemplo,
águas que fluem sobre rochas calcárias podem se tornar alcalinas devido à presença de
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carbonatos. Portanto, é possível que uma água natural tenha características ácidas e alcalinas,
dependendo da composição química específica dessa água.
CONCENTRAÇÃO EM mol/L
PRIMEIRO ENSAIO:
a) Acidez 1 = 24 mg/L de CaCO3 ;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
24 mg/L
mg/L para g/L = = 0,024 g/L
1000
𝑚 0,024 𝑔
𝒏= = ≅ 0,00024 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
SEGUNDO ENSAIO:
a) Acidez 2 = 42 mg/L de CaCO3 ;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
42 mg/L
mg/L para g/L = = 0,042 g/L
1000
𝑚 0,042 𝑔
𝒏= = ≅ 0,00042 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
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PARTE 3 – Cálculo da Concentração de cálcio:
TERCEIRO ENSAIO:
a) Acidez 3 = 30 mg/L de CaCO3 ;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
30 mg/L
mg/L para g/L = = 0,03 g/L
1000
𝑚 0,03 𝑔
𝒏= = ≅= 0,0003 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
CONCENTRAÇÃO EM %
𝐦𝟏
𝐓(%) = × 𝟏𝟎𝟎
𝐕
PRIMEIRO ENSAIO:
a) Massa 1 = 0,024 g
b) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
0,024 g
T(%) = × 100 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟖 %
50 mL
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SEGUNDO ENSAIO:
c) Massa 2 = 0,042 g
d) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
0,042 g
T(%) = × 100 = 𝟎, 𝟎𝟖𝟒 %
50 mL
TERCEIRO ENSAIO:
e) Massa 2 = 0,03 g
f) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
0,03 g
T(%) = × 100 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟔 %
50 mL
5. Sua amostra encontra-se dentro dos limites aceitáveis? Em não estando justifique as
possíveis causas.
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6. Apresentes as equações químicas do processo e explique como reage o indicador
fenolftaleína no ponto final da titulação.
Aqui, o hidróxido de sódio se dissocia em íons sódio (Na⁺) e íons hidroxila (OH⁻) na
solução.
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Durante a titulação, à medida que a base é adicionada ao ácido (ou vice-versa), a
fenolftaleína permanece incolor até que todo o ácido tenha reagido. Nesse ponto, o último
incremento de base adicionado faz com que a solução fique alcalina o suficiente para
converter a fenolftaleína para sua forma colorida (rosa). Essa mudança abrupta de cor indica o
ponto final da titulação.
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