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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS - DCEX
BACHARELADO EM QUÍMICA

JOÃO VITOR
MARCELLA DI GIROLAMO
STEVE MALVA

RELATÓRIO DE PRÁTICA
Equilíbrio envolvendo ácidos e bases fracas e hidrólise de sais.

ILHÉUS- BA
SETEMBRO 2023
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JOÃO VITOR
MARCELLA DI GIROLAMO
STEVE MALVA

RELATÓRIO DE PRÁTICA
Equilíbrio envolvendo ácidos e bases fracas e hidrólise de sais.

Relatório apresentado à Universidade


Estadual de Santa Cruz, como parte das
exigências para aprovação na disciplina
Química Analítica Clássica, solicitado pela
Professora Luana Novaes Santos.

ILHÉUS- BA
SETEMBRO 2023
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SÚMARIO
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1. INTRODUÇÃO

Os ácidos e as bases são substâncias que estão presentes em nosso cotidiano,


principalmente quando se trata de ácidos e bases fracas, por exemplo o ácido acético
(CH3COOH), que é um ácido fraco está presente no vinagre que é utilizado
comumente para temperar saladas ou o hidróxido de alumínio (Al(OH) 3) que pode ser
consumido como antiácido estomacal. A classificação para os ácidos e bases serem
fortes ou fracos se da pelo grau de ionização ou de dissociação em solução aquosa.
O ácido clorídrico (HCl), forte, dissocia-se completamente em íons H+ e Cl-, já o ácido
acético se ioniza parcialmente, e a reação de ionização é reversível. Assim soluções
de ácidos ou bases fracas contém múltiplas espécies carregadas e não carregadas
em equilíbrio.

O equilíbrio das reações ácido-base fracas é quantificado pela constante de


equilíbrio. Ka para ácidos e Kb para base. Essas constantes são dadas pela razão
entre as concentrações da parte ionizada pela concentração da parte não ionizada,
ou seja, razão dos produtos para reagentes. Utilizando um ácido monoprótico genérico
HA, a reação de dissociação em água pode ser escrita da seguinte forma:

+
𝐻𝐴(𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝐴−
(𝑎𝑞)

A partir dessa reação de equilíbrio, a constante de acidez, Ka pode ser escrita:


[𝐻3 𝑂+ ][𝐴− ]
𝐾𝑎 =
[𝐻𝐴]

Este equilíbrio desempenha papéis importantes em diversas aplicações, desde


a regulação de pH em sistemas biológicos até a análise química de produtos
farmacêuticos de higiene entre outros.

2. OBJETIVOS
 Estudar a utilização de eletrólitos fracos em água, assim como o deslocamento
do equilíbrio diante da adição de íon comum, ácido forte e base forte.
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3. MATERIAIS E METÓDOS

3.1 Materiais e reagentes

Tubos de ensaio Dihidrogenofosfato de sódio


Soluções tampão Monohidrogenofosfato de sódio
Solução de indicador universal Hidrogenocarbonato de sódio
Água destilada Carbonato de sódio
Ácido acético glacial Solução de ácido clorídrico
Solução de acetado de sódio Solução de hidróxido de sódio
Hidróxido de amônio concentrado Conta gotas
Cloreto de amônio Béquer (50 mL)
Tabela 1- Lista com materiais e reagentes utilizados na aula prática
Fonte: autoral

3.2 Metodologia

O percurso metodológico da aula prática se desenvolveu em dois momentos, a


primeira parte da aula foi a verificação do efeito do íon comum em soluções de ácidos
e bases fracas. Para um comparativo de pH foi feito uma escala, utilizando soluções
de pH 3 até o 10, foi colocado 2 mL de cada uma das soluções tampão em tubos de
ensaio diferentes e em seguida foi adicionado uma gota da solução de indicador
universal revelando suas respectivas colorações (figura 1).

Figura 1- escala de pH
Fonte: arquivo pessoal
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A primeira verificação do efeito do íon comum foi do ácido acético (CH3COOH),


com o íon acetato (CH3COO-), onde em um tubo de ensaio contendo 4 mL de água
destilada e uma gota do indicador foi adicionado uma gota de solução de ácido acético
glacial, e registrou-se o pH, logo em seguida a solução resultante foi dividida em dois
tubos de ensaio em que foi acrescentado duas gotas do acetado de sódio
(CH3COONa) em cada um, novamente foi verificado o pH, comparando com a escala
feita anteriormente.

O mesmo processo de repetiu mais três vezes, porém com soluções diferentes,
no lugar do ácido acético glacial e do acetato de sódio. Foram elas hidróxido de
amônio (NH4OH) com o cloreto de amônio (NH4Cl); dihidrogenofosfato de sódio
(NaH2PO4) com o monohidrogenofosfato de sódio (Na 2HPO4); e por fim o
hidrogenocarbonato de sódio (NaHCO3) com o carbonato de sódio (Na2CO3).

Na segunda parte da aula, foi verificado o efeito das soluções tampão. Primeiro
em dois tubos de ensaio foi adicionado 2 mL de água destilada, e uma gota da solução
de indicador universal em cada, a faixa de pH foi anotada. Logo depois, em um dos
tubos foi adicionado uma solução de ácido clorídrico 0,1 mol L -1, gota a gota. A faixa
de pH também foi anotada. No segundo tubo de ensaio foi realizado o mesmo
processo, só que dessa vez com uma solução 0,1 mol L -1 de hidróxido de sódio.

O mesmo procedimento foi feito, porém no lugar da água destilada foi utilizado
os tubos de ensaio preparados anteriormente, contendo a solução de ácido acético
com acetato de sódio, o os tubos contendo a solução de hidróxido de amônio com
cloreto de amônio. Ambas foram feitas tanto com o ácido clorídrico quanto com o
hidróxido de sódio.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para os resultados obtidos a partir do teste do efeito íon comum, obteve-se um


padrão de escala de pH e pOH a partir da adição das soluções tampão e do indicador
universal, revelando a natureza ácida e básica de cada solução devido a variação de
concentração de (H+) para os ácidos e (OH-) para as bases em seus respectivos tubos.

No item 1.2 da prática referente ao efeito do íon acetato na dissociação do ácido


acético. A solução apresentou uma coloração vermelho alaranjado, após a adição de
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2 gotas do indicador universal em tubos de ensaio contendo 4 mL de água destilada


homogeneizada. Revelando um pH de caráter levemente ácido em torno de 5 a 6.

2H2O(l) ⇌ H3O+(aq) + OH-(aq)

A equação química acima indica a auto-protólise da água, que é uma condição


de equilíbrio. Entretanto, essa variação mais ácida pode estar associada a algum
contaminante presente na água ou nos materiais utilizados para o preparo da solução,
bem como a própria reação da água destilada com o dióxido de carbono (CO2)
presente na atmosfera. Formando ácido carbônico e elevando levemente a
concentração de (H+) no meio após a sua dissociação (MORO, 2013). As equações
químicas para essa reação podem ser descritas como:

H2O(l) + CO2(g) ⇌ H2CO3(aq)

H2CO3(aq) ⇌ H+(aq) + CO3-(aq)

Feito a primeira etapa, foi adicionado ácido acético glacial (CH 3COOH) a essa
solução e homogeneizado. O pH encontrado girou em torno de 3, revelando uma
coloração mais avermelhada (figura 3). A equação química descrita para essa reação
é:

CH3COOH(l) + H2O(l) ⇌ CH3COO-(aq) + H3O+(aq)

Figura 3- ácido acético glacial com um pH em torno de 3


Fonte: arquivo pessoal
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A coloração característica se deve ao fato da alta concentração de (H +) no meio


em decorrência da água já ter apresentado um caráter mais ácido, embora não seja a
menor escala de acidez da prática, visto que o ácido acético glacial é considerado um
ácido fraco por ionizar pouco em meio aquoso. Ao adicionar 1 gota de acetato de sódio
(CH3COONa) na mesma solução de um dos dois tubos, revelou-se uma coloração
mais clara, o que prediz um pequeno aumento na escala de pH. Quando se adiciona
acetato de sódio (CH3COONa) a uma solução ácida com um pH em torno de 3, o pH
da solução tende a aumentar. Isso ocorre devido ao efeito do íon acetato (CH3COO -)
como um íon básico na solução. O íon acetato é a base conjugada do ácido acético
(CH3COOH), que é um ácido fraco. Em solução, o ácido acético libera íons acetato e
íons (H+). A equação mostra que:

CH3COOH(l) ⇌ CH3COO-(aq) + H+(aq)

Quando se adicionou acetato de sódio à solução ácida, os íons acetato


(CH3COO-) reagiram com os íons (H+) presentes na solução ácida, consumindo-os. O
sódio iônico (Na+) atua como íon espectador sem alterar o equilíbrio da reação. Como
resultado, a concentração de íons hidrônio na solução diminui, o que levou a um
aumento do pH, tornando a solução menos ácida.

No item 1.3 da prática referente ao efeito do íon amônio na dissociação do


hidróxido de amônio, repetiu-se o processo do item 1.2 substituindo o ácido acético
glacial por hidróxido de amônio (NH4OH). O efeito resultante dessa adição foi no
aumento significativo de pOH da solução, saindo de um pH 5-6 para um pOH igual ou
maior que 10, como ilustra na (figura 4).
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Figura 4- hidróxido de amônio de pH maior que 10


Fonte: arquivo pessoal

Seguindo o tópico 1.3, com a adição do cloreto de amônio (NH4Cl) na solução


de hidróxido de amônio. O pH da solução tende a diminuir. Essa variação ocorre
devido a possibilidade de o sal de amônio reagir com a água para formar ácido
clorídrico (HCl) diminuindo a concentração de (H+) na solução. Portanto, teremos uma
solução mais alcalina e menos ácida na faixa de 8 em escala de pH (figura 5). A
equação química para essa reação é:

NH4Cl(s) + NH4OH(aq) → NH3(g) + H2O(l) + HCl(aq)


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Figura 5- Solução de cloreto de amônio em hidróxido de amônio pH 8


Fonte: arquivo pessoal

No item 1.4 repetiu-se o processo do item 1.2 substituindo o ácido acético


glacial por dihidrogenofosfato de sódio saturado (NaH2PO4), resultando em um pH
próximo a 3 (Figura 6); Com os tubos I e II preparados, acrescentou 2 gotas da solução
saturada de monohidrogenofosfato de sódio (Na 2HPO4) em cada tubo e
homogeneizou-se resultando em um pH 6 (Figura 7):

Reação da dissociação do dihidrogenofosfato de sódio

NaH2PO4(aq) ⇌ Na+(aq)+ H2PO4-(aq)

Reação de dissociação do dihidrogenofosfato+monohidrogenofosfato

H2PO-4 ⇌ HPO42- + H+
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Figura 6 – solução de dihidrogenofosfato de sódio saturado; Figura 7 – solução de


monohidrogenofosfato em dihidrogenofosfato; respectivamente.
Fonte: autoria própria

Em suma, no item 1.5 repetiu o item 1.4 utilizando o hidrogenocarbonato de sódio


(NaHCO3) no lugar do dihidrogenofosfato, obtendo uma solução com pH próximo a 9
(figura 8) a equação química que define essa solução é:

NaHCO3(aq) →Na + HCO3- + H2O(l) → Na+ + H2CO3(aq)

Em seguida foi adicionado carbonato de cálcio (Na2CO3) para alteração final do pH,
acima de 10(figura 9):

Na2CO3 → 2Na+ + CO32-


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Figura 8 – solução de hidrogenocarbonato de sódio; Figura 9 – solução de carbonato de sódio em


hidrogenocarbonato de sódio, respectivamente.
Fonte: autoria própria

A segunda parte introduziu-se o efeito tampão com a adição de acido e base fortes a
água (item 2.1 e 2.2 respectivamente); inicialmente no item 2.1 foi colocado água
destilada em 2 tubos (I e II) com uma gota do indicador universal, resultando em um
pH próximo a 5.

Para o tubo I foi adicionado sob agitação gota a gota de uma solução 0,1 mol/L de
ácido clorídrico (HCl), partindo de de uma solução com 0 gotas de HCl com pH 5 ao
ser adicionado a primeira gota, o pH foi alterado para próximo de 3, por conseguinte,
adicionando até chegar na marca de 15 gotas, o pH se manteve em 3, inalterado
(figura 10).

Figura 10 – solução de HCl 0,1mol/L em H2O


Fonte: autoria própria

Utilizando-se os tubos armazenados obtidos nos itens 1.2 e 1.3 foi realizado
equitativamente o mesmo processo de adição de HCl em solução de ácido acético
glacial (CH3COOH/CH3COO-) e em solução de cloreto de amônio (NH3/NH4)
respectivamente

No tubo 1.2.1 com 0 gotas de HCL, possuía pH em torno de 4; com a adição


sequencial de 1 gota a 15 gotas, o pH apresentou uma variação muito branda,
resultando em algo entre 4 e 3 (cor semelhante a figura 10).
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Consequente, no tubo 1.3.1 com 0 gotas de HCl o pH da solução de cloreto de amônio


apresentava valor 8, com a adição sequencial de gotas do ácido, a mudança
significativa foi percebida visualmente entre 13-15 gotas onde ocorreu o salto para pH
3(figura 11).

Figura 11 – solução de cloreto de amônio com 15 gotas de HCl 0,1 mol/L


Fonte: autoria própria

Para o item 2.2, foi utilizado a mesma metodologia do item 2.1 havendo a troca da
solução de HCl para o uso de solução de NaOH 0,1 mol/L; no tubo com apenas
água com 0 gotas de NaOH, o pH se manteve 5; por conseguinte, a adição de 1
gota do NaOH causou o salto para pH 10 alterando a cor rapidamente de vermelho
brando a roxo pastel (figura 12).

Figura 12 – solução contendo 15 gotas de NaOH 0,1 mol/L


Fonte: autoria própria
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No tubo 1.2.2 com 0 gotas de NaOH, possuía pH em torno de 4; com a adição


sequencial de 1 gota a 15 gotas, o pH não apresentou uma variação e permanecendo
o mesmo.

Consequente, no tubo 1.3.2 com 0 gotas de NaOH pH da solução de cloreto de amônio


apresentava valor 8, com a adição sequencial de gotas da base, não houve mudança
permanecendo em pH 8; nos dois casos, o pH não sofreu variação devido o uso de
uma solução de NaOH 0,1 mol/L uma concentração muito baixa (figura 13).

Figura 13 – tubo 1.2.2 com solução de ácido acético glacial e tubo 1.3.2 com cloreto de amônio,
respectivamente.

5.CONCLUSÃO
Diante disso, conclui-se que, seguindo esses parâmetros adequados as condições de
análise e estudo sobre a variação de pH mediante a técnica utilizada com eletrólitos
fracos para o deslocamento do equilíbrio diante a adição de um íon comum e ácidos
e bases fortes, apresentou resultados convenientes aos encontrado na literatura.
Sendo assim, a possibilidade de concretizar a identificação do pH das soluções
obtidas, através de soluções acidas e básicas de baixa concentração.

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ZUMDAHL, S.S., and Zumdahl S.A. (2003). Atomic Structure and Periodicity. In
Chemistry (6th ed., pp. 290-94), Boston, MA: Houghton Mifflin Company.
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MAGALHÃES, Lana. Ácidos e Bases. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/acidos-e-bases/. Acesso em: 26 set. 2023

ATKINS, Peter W. PRINCÍPIOS DE QUÍMICA: Questionando a vida moderna e o meio


ambiente. 7. ed. [S. l.]: Bookman, 2018. 1094 p.

MORO, Giovanni Vitti et al. Monitoramento e manejo da qualidade da água em


pisciculturas. RODRIGUES, APO; LIMA, AF; ALVES, AL; ROSA, DK, p. 141-169,
2013.

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