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EXPERIMENTOS XIII
EXPERIMENTOS XIII
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É importante ressaltar que a ingestão de água com elevado teor alcalino pode conferir
um sabor desagradável. Um alto teor alcalino na água pode resultar na formação de
incrustações minerais ou na acumulação de minerais em equipamentos e tubulações. a
avaliação e controle adequado da alcalinidade são cruciais para assegurar a qualidade da água
em diversas aplicações, (NOLASCO, 2020).
No experimento, ao adicionar fenolftaleína à amostra de água, surgindo uma coloração
rosa, significa a possibilidade da presença de hidróxido, ou de carbonato, ou
hidróxido/carbonato simultaneamente na amostra de água. A alcalinidade à fenolftaleína será
quantificada utilizando um ácido de concentração conhecida, que adicionado
quantitativamente à amostra neutralizará a alcalinidade presente, mudando a cor de rosa para
incolor. Se após a adição de fenolftaleína a amostra se mantiver incolor, afirmamos que a
alcalinidade à fenolftaleína é igual a zero. Se os resultados indicarem que a alcalinidade está
fora dos limites desejados, ajustes podem ser necessários.Os resultados de alcalinidade são
também expressos em mg/L CaCO3 por tratar-se de mistura de componentes, como no caso
da acidez. Caso sejam calculados os três componentes, aí sim é possível expressar-se o
resultado em termos de mg/L de hidróxido, carbonato ou bicarbonato.A redução da
alcalinidade das águas é feita mediante a adição de substâncias neutralizadoras, as mesmas
indicadas para o abaixamento de pH.
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2. OBJETIVO.
Determinar alcalinidade em uma amostra de água;
Verificar a potabilidade conforme os normativos legais.
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3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS, REAGENTES E SOLUÇÕES.
Suporte universal;
1 Pêra pipetadora;
Garra para bureta;
2 Pipetas graduadas de 2,0 mL;
Bureta de 50 mL ou 25 mL;
3 Erlenmeyers de 250 mL;
Proveta de 50 mL;
Béqueres de 100 mL;
1 Pipeta volumétrica de 25 mL;
Solução indicadora de fenolftaleína;
Solução indicadora de alaranjado de metila;
Solução de ácido sulfúrico 0,02 N;
Solução de tiossulfato de sódio 0,1 N.
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4. METODOLOGIA.
Inicialmente, identificaram-se os Erlenmeyers de 250 mL de “A” a “C” para realizar o
experimento em triplicata. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, transferiu-se 50 mL da
amostra de água coletada do bebedouro do Instituto Federal de Alagoas e, em seguida,
adicionou-se 3 gotas do indicador Fenolftaleína em cada amostra. Na ausência de alcalinidade
à fenolftaleína, não aparecimento de uma coloração rósea, adicionou-se 2 gotas da solução de
tiossulfato de sódio 0,01 N e, logo após, adicionou-se 3 gotas do indicador alaranjado de
metila. Por fim, preencheu-se a Bureta com 50 mL da solução de ácido sulfúrico 0,02 N e
titulou-se até que a solução atingisse a coloração alaranjada.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
Alcalinidade é a propriedade relacionada a resistência que o meio apresenta em
diminuir o seu pH. Para determinar a alcalinidade de uma amostra, o ensaio consiste em
gotejar um ácido forte, geralmente o ácido sulfúrico, até que o pH diminua a um valor
determinado de 4,5. Para tal, o alaranjado de metila é utilizado como indicador do ponto final,
alterando a coloração da amostra de um amarelo claro até a coloração alaranjada, indicando
que o ph foi diminuído. Dessa forma, também podemos depreender que, quanto mais alcalina
tiver a amostra, mais resistência ela vai apresentar na diminuição do seu pH, ou seja, mais
ácido será utilizado até que a coloração alaranjada seja percebida, e assim vice versa.
Nesse sentido, o objetivo do experimento, na determinação da alcalinidade, é descobrir
o quanto de ácido é utilizada para diminuir o pH da amostra.
Na água, os grandes responsáveis pela alcalinidade são os Bicarbonatos (𝐻𝐶𝑂3 − ), os
Carbonatos (𝐶𝑂3 2− ) e os Hidróxidos (𝑂𝐻 − ). A alcalinidade também esta relacionada com a
dureza da água, que é causada principalmente pelos cátions cálcio (𝐶𝑎2+ ) e magnésio
(𝑀𝑔2+ ), pois geralmente estão associados aos hidróxidos, aos carbonatos e aos bicarbonatos.
Carbonatos e bicarbonatos geralmente estão associados a processos erosivos do
subsolo (dissolução das rochas). Já os carbonatos quando associados aos hidróxidos podem
estar relacionados com o processo de eutrofização, que é a afloração de algas nos corpos
hídricos que consomem rapidamente o gás carbônico impedindo a formação dos bicarbonatos,
o que consequentemente se configura na presença de carbonatos e hidróxidos na água.
E quando a alcalinidade está relacionada somente ao hidróxido, este pode estar
associado a atividades antrópicas, geralmente o lançamento de efluentes na água sem
neutralização. Indústrias que utilizam bases nos seus processos, geralmente lançam seus
efluentes sem a devida neutralização destas, o que compromete o corpo hídrico, aumentando
sua alcalinidade, além de trazer prejuízos aos ecossistemas que ali habitavam.
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ALCALINIDADE PARCIAL (OU ALCALINIDADE Á FENOLFETALEÍNA
OU ALCALINIDADE MINERAL): pH acima de 8,3.
ALCALINIDADE TOTAL: Soma de todas as espécies presentes.
Onde:
Ou,
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 𝟐𝟎 × 𝐀 (Fenolftaleína)
𝐋
Onde:
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A alcalinidade ao alaranjado de metila ou alcalinidade total ocorre em decorrência da
presença de íons bicarbonatos 𝐻𝐶𝑂3− , e é determinada quando o pH da solução é menor do
que 8,3. Este é o indicador utilizado para a sinalização do ponto final da titulação, onde o pH
é aproximadamente igual a 4,5, e a coloração do indicador passa de amarelo para alaranjado.
No experimento realizado houve mudança de coloração ao adicionar o indicador
alaranjado de metila, permitindo que a alcalinidade total seja calculada. O procedimento
também solicitava a utilização da solução de tiossulfato de sódio 0,1 N, em razão do cloro
residual que interfere na alcalinidade da água. Portanto antes de iniciar a análise foi necessário
introduzir na amostra uma quantidade da solução de tiossulfato de sódio.
Onde:
Ou,
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 𝟐𝟎 × 𝑨 (Alaranjado de Metila)
𝐋
Onde:
Dados:
𝑽𝒈𝒂𝒔𝒕𝒊𝒐 = 0,6 mL.
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 0,6 = 𝟏𝟐 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
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SEGUNDA SOLUÇÃO (SOLUÇÃO B):
Dados:
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 0,7 = 𝟏𝟒 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
Dados:
𝐦𝐠
𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑 = 20 × 0,4 = 𝟖 𝐦𝐠/𝐋 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐂𝐎𝟑
𝐋
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5.2. CALCULANDO O DESVIO PADRÃO.
̅ )𝟐
∑(𝐗 𝐢 − 𝐗
𝐒=√
𝐧−𝟏
Dados necessários:
Alcalinidade 1: 12 mg/L de CaCO3
Alcalinidade 2: 14 mg/L de CaCO3
Alcalinidade 3: 08 mg/L de CaCO3
Média das alcalinidades: 11,3 mg/L de CaCO3
18,67
𝑆=√ = √9,335 = 3,05532 …
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6. CONCLUSÃO.
Compreendemos que a alcalinidade de uma amostra está diretamente ligada à sua
resistência em diminuir o pH. O teste para determinar a alcalinidade envolve a adição
controlada de um ácido forte, geralmente ácido sulfúrico, até que o pH atinja um valor
específico de 4,5. O uso do indicador alaranjado de metila revela o ponto final da titulação,
mudando a cor da amostra de amarelo claro para alaranjado, indicando a redução do pH.
Quanto mais alcalina for a amostra, mais ácido será necessário para atingir essa mudança de
cor, refletindo sua resistência à diminuição do pH, e vice-versa.
A metodologia empregada no experimento foi meticulosamente conduzida para avaliar
a alcalinidade da água coletada do bebedouro do Instituto Federal de Alagoas. Utilizando
Erlenmeyers devidamente identificados, procedeu-se a análise das amostras em triplicata. A
ausência de alcalinidade foi percebida pelo uso da febolftaleína, evidenciada pela falta de
coloração rósea. Dessa forma, introduziu-se tiossulfato de sódio, seguido do indicador
alaranjado de metila. A titulação com ácido sulfúrico 0,02 N na Bureta permitiu determinar o
ponto em que a solução atingiu a coloração alaranjada, concluindo que o procedimento
experimental foi realizado com precisão.
Após os cálculos, a concentração média das alcalinidades foi de: na solução (1) foi de
12 mg/L de CaCO3, na solução (2) foi de 14 mg/L de CaCO3 e na solução (3) foi de 08 mg/L
de CaCO3. O desvio padrão calculado entre as análises, mediante os resultados, foi de
305,532%. Foram apresentadas duas hipóteses: primeira detalha que a alcalinidade a
fenolftaleína foi igual a 0 (P = 0). Dessa forma a alcalinidade a hidróxidos, carbonatos e
bicarbonatos assumiriam os valores descritos na tabela. A segunda detalha que a alcalinidade
a fenolftaleína pode ser menor que a metade da alcalinidade ao alaranjado de metila (P < ½
T). Dessa forma a alcalinidade a hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos assumiriam os valores
descritos na tabela.
De qualquer forma, ambas as hipóteses determinaram os mesmos resultados,
evidenciando que existe apenas alcalinidade relacionada a bicarbonatos na amostra de água, e
que o pH das amostras encontra-se no intervalo entre 4,5 e 8,3. Não existe nenhum parâmetro
específico na Portaria 888/2021 que estipule o valor máximo permitido para a alcalinidade,
apenas na Portaria nº5/2017 e nos manuais da FUNASA sobre tratamento de águas nas
ETA’s.
Podemos concluir que os objetivos do experimento foram alcançados com êxito e os
métodos utilizados foram eficazes para seu resultado final.
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7. REFERÊNCIAS.
GOMES, Ana Paula Nogareti et al. Especiação da alcalinidade da água do mar. 2005.
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8. EXERCÍCIOS.
Lista de Exercícios:
PRIMEIRO ENSAIO:
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 0,6
mg/L de CaCO3 = 12 mg/L de CaCO3
SEGUNDO ENSAIO
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 0,7
mg/L de CaCO3 = 14 mg/L de CaCO3
TERCEIRO ENSAIO
mg/L de CaCO3 = 20 × 𝐴
mg/L de CaCO3 = 20 × 0,4
mg/L de CaCO3 = 8 mg/L de CaCO3
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2. Qual a faixa de viragem do alaranjado de metila? Poderia ser utilizado outro
indicador? Qual? Apresente as devidas justificativas científicas.
Segundo SCHWARZ (2015), a faixa de viragem do alaranjado de metila ocorre
quando o pH está entre 3,1 e 4,4. Ele aparenta uma cor amarela em soluções ácidas e muda
para vermelho em soluções alcalinas. Na titulação da alcalinidade, o alaranjado de metila é
adequado a ser utilizado porque a mudança de cor acontece na faixa de pH apropriada para a
detecção da transição de alcalino para ácido. o vermelho de metila é outra opção a ser
utilizada. Ele possui uma faixa de viragem de pH mais baixa, entre 4,4 e 6,2. Ele é amarelo
em soluções ácidas e muda para vermelho em soluções alcalinas. Podendo ser usado como
indicador na titulação da alcalinidade, embora o alaranjado de metila seja mais comum para
essa aplicação.
PRIMEIRO ENSAIO:
a) Alcalinidade 1 = 12 mg/L de CaCO3 ;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
12 mg/L
mg/L para g/L = = 0,012 g/L
1000
𝑚 0,012 𝑔
𝒏= = ≅ 0,00012 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
SEGUNDO ENSAIO:
a) Alcalinidade 2 = 14 mg/L de CaCO3 ;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
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c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
12 mg/L
mg/L para g/L = = 0,014 g/L
1000
𝑚 0,014 𝑔
𝒏= = ≅ 0,00014 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
TERCEIRO ENSAIO:
a) Alcalinidade 3 = 8 mg/L de CaCO3;
b) Massa molar do carbonato = 100,09 g/mol;
c) Volume de água utilizado = 50 mL/1000 = 0,05 L;
8 mg/L
mg/L para g/L = = 0,008 g/L
1000
𝑚 0,008 𝑔
𝒏= = ≅= 0,00008 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 100,09 𝑔/𝑚𝑜𝑙 (𝑀𝑀 ≅ 𝑑𝑜 CaCO3 )
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A alcalinidade da água é outro parâmetro importante a ser analisado e é medida por
meio da quantificação de sais alcalinos, principalmente de sódio e cálcio. Este parâmetro
mede a capacidade da água de neutralizar os ácidos resultante da presença de carbonatos,
bicarbonatos e hidróxidos, isto é, a quantidade de substâncias que atuam como um tampão. Se
estes estiverem em teores elevados, podem proporcionar sabor desagradável à água
A portaria de consolidação de nº 5/2017 estabelece um máximo de 100 mg/L de
𝐶𝑎𝐶𝑂3 . Na potabilização das águas para consumo humano, a alcalinidade adquire função
primordial no êxito do processo de coagulação minimizando a redução muito significativa do
pH após a dispersão do coagulante.
Entretanto, a portaria GM/MS nº888/21, legislação atual e vigente para a potabilidade
da água, não estabelece valores máximos para esse parâmetro. Mas, as estações de tratamento,
e a grande maioria dos manuais da FUNAS e da ANVISA, esclarecem que se este parâmetro
estiver presente em teores elevados, pode proporcionar sabor desagradável à água, dessa
maneira, para o consumo humano o valor máximo permitido para alcalinidade inferior a 150
mg/L de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 , entretanto, até 250 mg/L de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 é atendível.
5. Sua amostra encontra-se dentro dos limites aceitáveis? Em não estando, apresente as
possíveis causas.
O valor médio obtido nas análises foi 11,3 mg/L de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 . A portaria GM/MS
nº888/21 não estabelece valores máximos para esse parâmetro. Entretanto a portaria de
consolidação de nº 5/2017 estabelece um máximo de 100 mg/L de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 . E nos manuais de
análise de água nas estações de tratamento até 250 mg/L de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 ,é um valor atendível.
𝑂𝐻 − + 𝐻2 𝐶𝑂3 → 𝐻𝐶𝑂3 − + 𝐻2 𝑂
2𝐻2 𝑆𝑂4 + 2𝑂𝐻 − → 2𝐻𝑆𝑂4 + 2𝐻2 𝑂
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7. Apresente as explicações para a adição do tiossulfato de sódio.
A adição serve para neutralizar o excesso de ácido que foi adicionado à amostra
durante a titulação. O tiossulfato de sódio age como um agente redutor, convertendo os íons
bisulfato em íons sulfato. Esse procedimento é essencial na determinação da quantidade exata
de ácido sulfúrico necessária para neutralizar os íons hidroxila presentes na amostra de água
analisada. Realizando a medição da quantidade de tiossulfato de sódio necessário para atingir
o ponto final da titulação, é possível calcular a concentração de íons hidroxila na amostra.
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