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RESUMO
Este trabalho traz um estudo sobre a viabilidade da aplicação de águas do tipo pluvial
e residual na produção de concreto, quanto aos efeitos causados no próprio concreto
e aos impactos econômicos e ambientais. O objetivo do estudo foi fazer um
comparativo entre estes tipos de água e a água potável, a qual é automaticamente
apropriada para a produção de concreto e foi utilizada como parâmetro, sendo
realizados levantamentos e ensaios para serem feitas as análises de suas viabilidades
ou inviabilidades. Para isso, inicialmente foram feitos levantamentos bibliográficos
sobre o assunto, buscando a metodologia para as análises. Através da metodologia,
foram postos em prática a captação dos insumos, os ensaios e todos os outros
elementos que foram previamente levantados nessa revisão. Os resultados
mostraram que a água residual se demonstrou com propriedades bem semelhantes
às da água potável e, com base nos presentes estudos e a curto prazo, seu uso está
apto à produção de concreto. Já para a água pluvial, os resultados ficaram bem
abaixo do esperado, mesmo tendo todos os parâmetros químicos dentro do aceitável
pela norma de referência para o assunto – NBR 15900:2009. Com isso, entende-se
que o seu uso deve ser feito com restrição e devem ser feitos maiores estudos sobre
o seu comportamento físico-químico. Concluiu-se também que, através destes
estudos, utilizar estes tipos de água se torna uma alternativa muito importante para o
melhor aproveitamento e a conservação de nossos recursos hídricos e que sua
utilização dentro da construção civil pode trazer também benefícios econômicos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 Área ..................................................................................................................... 11
1.2 Delimitação do Tema........................................................................................... 11
1.3 Justificativa .......................................................................................................... 12
1.4 Objetivo Geral ..................................................................................................... 12
1.5 Objetivos Específicos .......................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 13
2.1 A água e o mundo ............................................................................................... 14
2.1.1 Distribuição no Planeta..................................................................................... 14
2.2 Classificação dos tipos de água para a produção de concreto ........................... 15
2.2.1 Água de abastecimento público ....................................................................... 15
2.2.2 Água natural de superfície, água de captação pluvial e água residual industrial .
...................................................................................................................... 15
2.3 Precipitação atmosférica ..................................................................................... 16
2.3.1 Média anual ...................................................................................................... 16
2.3.2 Médias sazonal, mensal e diária ...................................................................... 17
2.3.3 Chuva ácida e outros agentes .......................................................................... 17
2.4 Aproveitamento e conservação da água pluvial .................................................. 18
2.4.1 Coberturas........................................................................................................ 20
2.4.2 Calhas .............................................................................................................. 20
2.4.3 Condutores verticais e horizontais.................................................................... 21
2.4.4 Reservatório ..................................................................................................... 22
2.4.5 Distribuição ....................................................................................................... 24
2.4.6 Limpeza ............................................................................................................ 24
2.5 Reaproveitamento e conservação da água residual ........................................... 25
3 METODOLOGIA..................................................................................................... 28
3.1 Objeto de estudo ................................................................................................. 28
3.1.1 Procedimentos ................................................................................................. 28
3.1.2 Resultados esperados ...................................................................................... 30
3.2 Consistência do concreto fresco ......................................................................... 32
3.3 Análise de viabilidade .......................................................................................... 33
3.4 Procedimentos práticos ....................................................................................... 34
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1 INTRODUÇÃO
custos com água potável e tendo como consequência, até mesmo, a minimização do
risco de enchentes. (MAY, 2004)
1.1 Área
1.3 Justificativa
Este trabalho tem como objetivo geral realizar uma análise da qualidade da água
armazenada em reservatórios, para ser utilizada na construção civil, mais
especificamente na produção de concreto.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Em geral, o uso para consumo, tanto com fins básicos para a população quanto
para a produção industrial e agropecuário, considera apenas a água doce apropriada.
A freshwater se designa, conforme Rebouças, Braga & Tundisi. (2002), por aquela que
possui teor de sólidos totais dissolvidos (STD) inferior a 1.000mg/L. Ainda, para ela
ser considerada potável, não deve ter cheiro, gosto nem cor.
Além disso, como pode ser visto no Gráfico 2, a maior parte dessa parcela está
armazenada em geleiras e calotas e ainda está considerado o vapor d’água, restando
apenas uma pequena porção para as águas superficiais e subterrâneas, comparando-
se à quantidade total. Dado que ressalta a necessidade de preservação dos recursos
hídricos, tema tão presente atualmente nas “[...] discussões de sustentabilidade em
todo o planeta, tendo-se a constante preocupação em relação a sua disponibilidade e
qualidade para a atual e futuras gerações.” (UFPel, 2014, p.5)
Terra 30%
Água 70%
Água
salgada
97,3%
elaborado – a captação pluvial, que ocorre quando é utilizada a água por precipitação
e a água residual, que é obtida através da reutilização em processos industriais.
A definição dada por Garcez & Alvarez (1998, p.57) é que o termo precipitação
atmosférica pode ser entendido como “o conjunto de águas originado do vapor de
água atmosférico que cai, em estado líquido ou sólido, sobre a superfície da terra.” No
entanto, uma superfície pode ser também a cobertura de um prédio, por exemplo. Não
somente a chuva, mas também a neve, o granizo, o nevoeiro, o sereno e a geada
também fazem parte deste conceito. Sobretudo, na latitude em que se encontra o
Brasil, são as chuvas que são mais decorrentes e tem maior representatividade na
captação pluvial.
Da mesma forma que a medida anual, podem ser calculadas as médias sazonal,
mensal e diária levando em conta um determinado intervalo de tempo. Mais
importante ainda é que esses intervalos sejam comparados com os da mesma época
de anos anteriores, para ser criado um padrão. Médias diárias em relação a anos
anteriores são pouco precisas e não são muito interessantes para a realização de
cálculo de volume de um reservatório, por exemplo. Já as médias mensais e sazonais
– geralmente de estações – são bastante usuais neste caso, pois, conforme Garcez
& Alvarez (1998, p.79), dão “[..] uma noção clara das modificações periódicas das
precipitações, que são certamente cíclicas, como as variações meteorológicas que as
provocam.” É importante determinar qual ou quais tipos de média serão analisadas,
em geral, de acordo com o tamanho da demanda de água para a produção de
concreto.
outros metais que fazem parte da composição junto ao concreto. Outro fator que
intervém na determinação é a utilização de agrotóxicos nas lavouras, pois misturam-
se às precipitações metais pesados como chumbo, mercúrio e cádmio, cuja presença
também está associada aos centros urbanos pelo acumulo dos resíduos industriais
(GIMENES, 2012). Outro agente que influi na verificação da qualidade da água é a
deposição de matérias orgânicas, seja de coliformes fecais de animais ou de folhas.
Por esse fator, deve ser dada especial atenção à limpeza de todo o sistema e à sua
manutenção.
May (2004) informa ainda que o processo funciona da seguinte forma: para a
captação, são utilizadas áreas de cobertura não-permeáveis, na maior parte das
vezes os telhados. A primeira chuva que cai sobre a cobertura acaba lavando-a,
apresentando um alto grau de contaminação e é aconselhado que sua primeira
captação seja desprezada. A água de chuva é coletada através de calhas, condutores
verticais e horizontais. Após a coleta, ela ficará armazenada em um ou mais
reservatórios que podem ser de diversos materiais. A viabilidade da utilização desse
sistema leva em consideração basicamente três fatores: precipitação, área de coleta
e demanda. O reservatório deve ser dimensionado conforme a necessidade
demandada da utilização da água e de acordo com a disponibilidade pluviométrica
local, por se tratar de ser o componente mais oneroso do sistema.
2.4.1 Coberturas
2.4.2 Calhas
Conforme descrito em Norma pela ABNT (1989, p.2), uma calha é um “Canal que
recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a conduz a um ponto de destino”.
Existem três tipos de calha: a de água-furtada, que é instalada na linha de água-
furtada da cobertura; a de beiral, que é instalada nos beirais da cobertura; e a calha
de platibanda, que é instalada na linha de encontro entre a cobertura e a platibanda.
Os materiais das calhas que podem ser utilizados, segundo a ABNT (1989) são
chapas de aço galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre, aço inoxidável,
alumínio, fibrocimento, PVC rígido, fibra de vidro, concreto ou alvenaria. A NBR 15.527
da ABNT (2007) estabelece que devem ser instalados dispositivos para a remoção de
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detritos nas calhas, os quais podem ser, por exemplo, grades ou telas.
Q= I x A / 60
Onde:
A NBR 10.844 da ABNT (1989) indica que os materiais que podem ser
empregados nos dois tipos de tubulações e nas conexões são ferro fundido,
fibrocimento, PVC rígido, aço galvanizado e cobre. Ainda, para as peças verticais, o
material pode ser de chapas de aço galvanizado, folhas-de-flandres, chapas de cobre,
aço inoxidável ou fibra de vidro e, para as horizontais, cerâmica vidrada, canais de
concreto ou alvenaria. Um exemplo que é muito utilizado é o sistema composto por
calhas e condutores de aço galvanizado, como visto na figura 2:
22
Figura 2 – Exemplo de sistema condutor de água pluvial, formado por uma calha de
beiral e tubulação vertical de aço galvanizado
Fonte: ADL Calhas. Calhas brancas Curitiba e região metropolitana. Disponível em:
<https://www.adlcalhas.com.br>. Acesso em: 16 de maio de 2018
2.4.4 Reservatório
Alguns cuidados especiais devem ser tomados para a qualidade da água ser
garantida em um reservatório, pois a água da chuva costuma trazer consigo metais
pesados que estão no ar, os quais se depositam no fundo e formam uma pequena
camada de lama. São exemplos de cuidados a prevenção de entrada de luz do sol no
reservatório devido ao crescimento de algas deixando a tampa do reservatório
hermeticamente fechada e a inclusão de grade na saída do extravasor, para evitar que
entrem pequenos animais. (TOMAZ, 2009)
Sobre o volume dos reservatórios, ABNT (2007, p.3) ressalta que ele “[...] deve
ser dimensionado com base em critérios técnicos, econômicos e ambientais, levando
em conta as boas práticas da engenharia [...]”. O cálculo é realizado com base no
24
V = P x A x C x η fator de captação
Onde:
V = Volume do reservatório
P = Precipitação média
A = Área de contribuição
C = Coeficiente de escoamento superficial
η fator de captação = Eficiência do sistema de captação
2.4.5 Distribuição
2.4.6 Limpeza
Para que a água captada das chuvas esteja de acordo com as especificações
para a produção do concreto devem ser adicionados dispositivos que ajudem a torná-
la a mais pura possível. Uma das mais importantes e simples formas da pureza ser
atingida é a filtração, que tem o objetivo de retirar compostos indesejáveis. O filtro
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Além do filtro, a UFPel (2014, p.71) aponta que existem alguns cuidados a serem
tomados em relação à limpeza do sistema de captação por meio de cisternas para
que seja alcançada uma água de qualidade. São exemplos destes cuidados:
Saúde (1973), a água residual trata-se de reciclagem interna, pois ocorre quando a
água é reutilizada internamente pelas instalações industriais, objetivando economia e
diminuição da poluição. “O setor industrial é, em grande parte, responsável pela
emissão de poluentes e de outros impactos ambientais.” (COSTA E TELLES, 2007)
Por isso, é muito importante que as indústrias se preocupem com o reaproveitamento
das águas que são utilizadas em seus processos, já que o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) obriga por lei as indústrias a tratarem as águas destes
processos. Costa e Telles (2007) afirmam ainda que “a qualidade da água aplicada no
setor industrial pode variar conforme estudos de causas e efeitos de impureza nela
contida e o custo benefício de cada tipo de aplicação.”
3 METODOLOGIA
3.1.1 Procedimentos
Parâmetros Requisito
Óleos e gorduras Não mais que traços visíveis
Detergentes Qualquer espuma deve desaparecer em 2 minutos
A cor deve ser comparada qualitativamente com água potável
Cor
devendo ser amarelo claro a incolor
Material sólido Máximo de 50.000mg/L
Deve ser inodora e sem odor de sulfeto de hidrogênio, após a
Odor
adição de ácido clorídrico
Ácidos pH ≥ 5
A cor deve ser mais clara ou igual à da solução-padrão, após a
Matéria orgânica
adição de NaOH
Como a ABNT (2009, p.3) considera que “A água classificada como água potável
é considerada em conformidade com os requisitos previstos nesta Norma”, espera-se
que os resultados das análises entre esta classificação e as águas de captação pluvial
e residual sejam semelhantes.
Assim, para os cloretos, espera-se que os teores não excedam aos seguintes
limites na água, conforme tabela 2 da parte 1 da NBR:
Já para o teor de sulfato na água, expresso como SO4 2-, a ABNT (2009) define
que não deve exceder 2.000mg/L.
Em caso de a água não estar em conformidade, devem ser moldados seis corpos
de prova de mistura mecânica, os quais devem obter os valores médios mínimos de
resistência a ruptura à compressão com suas respectivas idades de ruptura conforme
a tabela 4. (TARTUCE & GIOVANNETTI, 1990)
• Posiciona-se a placa de base sobre uma superfície plana, não inclinada e sem
irregularidades, próxima à betoneira ou a fôrma em que foi produzida a massa;
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• O cone com a gola é colocado sobre a placa, o qual possui aletas1 sobre onde
o operador deve posicionar os pés com firmeza;
• Com o uso da concha, preenche-se o tronco com a massa dividindo-a em
camadas de aproximadamente um terço da altura do molde cada, sendo
compactadas com 25 golpes do bastão a cada término de preenchimento;
• Retira-se o excesso no topo do cone com auxílio da espátula de aço;
• O operador deve então segurar as aletas com as mãos enquanto ainda pisa
nelas de forma a manter o conteúdo estável;
• Posteriormente ele deve tirar os pés com cuidado enquanto segura as aletas
com as mãos, fazendo pressão vertical para baixo e posicionando seus pés de
forma segura para que o próprio operador não tombe;
• Assim que estiver posicionado, o operador inicia a retirada de todo o molde de
maneira constante em um intervalo de tempo de 5 a 10 segundos;
• É medido o abatimento do tronco de concreto, comparando-se lado a lado na
placa a altura do molde e o topo da massa de teste, com auxílio da haste
colocada na superfície do cone e uma trena ou régua;
• Se o resultado não for satisfatório, essa quantidade de massa de teste deve
ser descartada e devem ser adicionados novos materiais à massada e
realizados novos testes até que o slump requerido seja encontrado. Em alguns
casos, se mesmo assim o abatimento a ser alcançado não ocorrer, todo o
concreto deve ser descartado.
“A operação completa, desde o início de preenchimento do molde com concreto
até sua retirada, deve ser realizada sem interrupções e completar-se em um intervalo
de 150 s.” (ABNT, 1998, p.4)
1
Alças que servem para o apoio do molde cônico
34
Areia natural média foi utilizada como agregado miúdo para a produção dos
traços utilizados nos ensaios. Segundo a ABNT (2009), caracteriza-se como areia
média os grãos que possuem dimensões granulométricas entre 0,2 e 0,6 mm. Ela foi
coletada junto ao setor de armazenamento da empresa de dosagem de concreto
Conpasul, localizada em Santa Cruz do Sul. Segundo os responsáveis, essa areia é
advinda da extração do Rio Jacuí, em Rio Pardo. Essa mesma areia é utilizada em
seus processos de produção de concreto que é empregado em todas as obras de
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Para a sua utilização para os ensaios, a areia foi devidamente seca ao sol para
ser diminuído o teor de umidade e evitar que os resultados fossem alterados pela
quantidade de água que já estava retida em sua composição. Este procedimento foi
feito utilizando-se de lonas que foram cobertas por finas camadas areia, para que o
processo fosse acelerado à secagem ao sol. Assim que seca, a areia foi pesada e
ensacada.
A brita número 1, definida pela ABNT (2009) como um agregado graúdo que
passa entre as peneiras de 4,8 e 12,5 mm, foi utilizada para a produção dos traços
dos posteriores ensaios. Igualmente à areia, a brita foi coletada no setor de
armazenamento da empresa Conpasul. Conforme informações, a brita é oriunda de
uma jazida localizada em Linha Andreas, na cidade de Vera Cruz – RS.
A água pluvial foi coletada numa residência localizada no bairro Senai, em Santa
Cruz do Sul, por dispor de um sistema de captação tecnicamente satisfatório. A água
foi captada em uma torneira limpa e sem vazamentos, como indicam as
recomendações. Essa torneira é ligada por uma canalização que utiliza somente a
água do reservatório pluvial, não tendo ligação com o sistema de abastecimento
público. Esta água é utilizada para fins de lavagem de calçadas, irrigação de plantas
e do solo e demais funções não potáveis do lar. A coleta foi feita em um tambor de
água, anteriormente utilizado para água mineral de consumo, de 20 litros, o qual foi
36
Fonte: Autor.
A captação da residência é feita através da água de chuva que escorre por uma
cobertura com telhas de barro esmaltadas e é captada através de condutores verticais
e horizontais, conforme pode ser visualizado na figura 6. Antes de chegar ao
reservatório, a água passa por um filtro com peneiras que impedem a passagem de
sujeiras mais grossas, vide a figura 7. Pequenas partículas acabam passando e se
depositam no fundo do reservatório. O reservatório do local, que pode ser visto na
figura 8, tem a capacidade de 5 mil litros e é feito de fibra. Nota-se também pela
imagem a presença do extravasor, que serve para que o reservatório não transborde.
37
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
38
Fonte: Autor.
A água residual foi obtida em um reservatório metálico, como pode ser visto na
figura 9, que armazena a água que é reutilizada após a lavagem do piso, de
caminhões e de equipamentos da empresa Conpasul. A figura 10 foi captada no
momento em que um dos caminhões da empresa estava sendo lavado. A água escoa
através de valas e da inclinação do piso até um decantador. Depois, esta água passa
por processos de tratamento nesse decantador que tem diversos tanques que vão
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filtrando-a por sedimentação, para que ela possa ser reutilizada em novas lavagens
ou outros empregos, conforme as necessidades da concreteira. Os tanques podem
ser vistos na figura 11. Após passar pelo decantador, a água é bombeada até o
reservatório. Por vezes a água tratada acaba sendo desperdiçada, quando a
capacidade do reservatório é excedida. Quando chove, a água pluvial também se
mistura nos tanques. A limpeza, coleta e identificação da amostra foram basicamente
feitas igualmente aos demais tipos de água anteriormente citados.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
40
Fonte: Autor.
dessemelhança sensorial, o que pode ser visto na figura 12. Da esquerda para direita
estão dispostos os copos com água pluvial, potável e residual, sucessivamente. Com
isso, notou-se que as amostras de água potável e pluvial eram muito semelhantes,
sendo incolores. Já o copo com água residual mostrou-se com a coloração mais turva,
levemente amarelada/acinzentada, provavelmente por ainda conter finos do concreto
que foi lavado, que não foram eliminados no tratamento. Essa suposição se reforça
ao ser analisado o odor desta amostra, que apresentou um leve cheiro característico
de concreto fresco. A norma prevê que este odor ocorre neste tipo de água. As demais
amostras foram também analisadas sensorialmente pelo cheiro e caracterizadas
como inodoras.
Fonte: Autor.
As amostras foram coletadas a partir dos galões que estavam no abrigo de luz e
calor em recipientes próprios fornecidos pela Central, os quais estavam esterilizados
e com os devidos conservantes. Todos os recipientes foram identificados, conforme
visto na figura 13, e encaminhados para análise logo em sequência.
Fonte: Autor.
PO – água potável
PL – água pluvial
RE – água residual
entre 100 e 160 mm. Notou-se que a massa do traço 2 residual teve um slump mais
baixo e teve uma trabalhabilidade pior. A massa estava com uma aderência à
betoneira e era difícil até mesmo retirá-la com a concha para o preenchimento dos
moldes de corpos de prova.
Fonte: Autor.
3.4.3.3 Moldagem
12 golpes e era dado um acabamento final com colher de pedreiro. Foram realizados
dois moldes para cada traço-amostra por idade para que houvesse uma contraprova.
Os moldes então foram identificados com etiquetas em suas alças e armazenados em
prateleiras longe de vibrações, umidade, calor ou para que outras pessoas não
entrassem em contato com as provas, conforme pode ser visto na figura 15.
Fonte: Autor.
uma solução saturada de água e cal em condições ideais até que fossem rompidos
nos ensaios, definidos por cronograma. Definiu-se que os ensaios seriam realizados
com cura de 24 horas, 2 dias, 7 dias e 28 dias por razões de logística do laboratório.
Fonte: Autor.
48
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
50
4 RESULTADOS E ANÁLISES
TRAÇOS 1
25,00
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (MPA)
20,00
15,00
Pluvial
10,00 Potável
Residual
5,00
0,00
0 24 H 2D 7D 28 D
TEMPO DE CURA
TRAÇOS 2
40,00
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (MPA)
35,00
30,00
25,00
20,00 Pluvial
15,00 Potável
10,00 Residual
5,00
0,00
0 24 H 2D 7D 28 D
TEMPO DE CURA
É visto que os resultados das águas de fonte potável e residual possuem valores
muito próximos. Já os corpos de prova moldados com utilização de água pluvial
ficaram com resistências abaixo das demais. Seguem algumas considerações:
Estas considerações demonstram que não foi possível ser observado um padrão
característico de resistências ao longo do tempo apenas sendo utilizados dois corpos
de prova por cura. Com base apenas nestes resultados, podem ser consideradas com
resistências satisfatórias os amassamentos que utilizaram água potável e residual. O
que utilizou água pluvial teve resultados que demandam cautela para sua aplicação
em uma edificação ou qualquer artefato de concreto, pois ficaram bem abaixo do
parâmetro de água potável.
54
5 CONCLUSÃO
Como o litro da água potável é ainda muito barato no Brasil, a maioria das
empresas não se preocupam com ele. Insumos de maior valor tem maior frente e
requerem maiores esforços na redução de custos para as empresas. Além dos custos
com implantação e manutenção dos sistemas de captação e reutilização, há ainda os
custos com as análises químicas das águas e os ensaios físicos com o concreto. No
entanto, os impactos ambientais podem ser reduzidos e as empresas terem uma
imagem melhor perante seus clientes, colaboradores e a sociedade, o que faz com
que exista também impactos econômicos indiretos. No caso da Conpasul, por
exemplo, a empresa é obrigada por lei a tratar a água a qual ela descarta, por causa
de vários fatores ambientais. São muitos litros de água os quais são descartados ou
ficam armazenados para outros fins que poderiam ser utilizados para a produção de
concreto. Neste caso, a implantação do sistema é então obrigatória e o único custo
adicional para a empresa em adotar o uso da água residual seriam os primeiros
ensaios químicos e físicos, os quais deixam de ser necessários até um padrão de
qualidade ser estabelecido.
Este trabalho foi muito importante para que fossem realizadas estas
constatações, mas ele sozinho não contempla um estudo completo. Para a
complementação a respeito do assunto tratado, são recomendados futuros estudos,
como moldagem de um maior número de amostras de corpos de prova, testes destes
tipos de água em épocas diferentes do ano, assim como em diferentes regiões, adição
de mais parâmetros químicos, estudo da relação de cada parâmetro químico com os
resultados de resistência e assim por diante. Estes estudos complementariam este
trabalho, dando maior confiabilidade aos resultados já encontrados.
57
REFERÊNCIAS
______. NBR 15900-10: Água para amassamento do concreto. Parte 10: Análise
química – Determinação de nitrato solúvel em água. Rio de Janeiro, 2009.
______. NBR 15900-11: Água para amassamento do concreto. Parte 11: Análise
química – Determinação de açúcar solúvel em água. Rio de Janeiro, 2009.
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2004
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doces no Brasil. 2. ed., rev. e ampl. São Paulo: Escrituras, 2002. 717 p.
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<http://www.lcsantos.pro.br/arquivos/TECNICAS_COLETA_DADOS03092013-
154115.pdf>. Acesso em: 2 de junho 2018.
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ANEXO A
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ANEXO B