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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ANDREAS SCHWAMBACH
LUCAS PICCOLI KROTH

OPERAÇÕES UNITÁRIAS I - TQ085

DIMENSIONAMENTO DE BOMBAS

CURITIBA
2021
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Tabela de corrosão 6


FIGURA 2 - Tabela de resistência química para tubos de PVC 6
FIGURA 3 - Diâmetro econômico de tubulações 7
FIGURA 4 - Aplicação do nomograma 11
FIGURA 5 - Dimensões das tubulações 12
FIGURA 6 - Comprimento equivalente para tubulações 14
FIGURA 7 - Comprimento equivalente para acessórios 14
FIGURA 8 - Comprimento equivalente para acessórios 15
FIGURA 9 - Esquema do processo 17
FIGURA 10 - Envelope de bombas KSB 19
FIGURA 11 - Análises da bomba MegaCPK 20
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Propriedades da água 9


TABELA 2 - Propriedades do ácido nítrico 9
TABELA 3 - Viscosidade Cinemática dos fluidos 23
TABELA 4 - Resultados gerais 23
TABELA 5 - Resultados específicos 24
TABELA 6 - Preços 24
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
2 SELEÇÃO DE MATERIAIS 5
2.1 ESCOLHA DAS TUBULAÇÕES 5
2.2 ESCOLHA DAS VÁLVULAS 8
3 MEMORIAL DE CÁLCULO 9
3.1 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 9
3.2 DIÂMETRO ECONÔMICO 10
3.3 PERDA DE CARGA 12
3.4 BALANÇO DE ENERGIA 16
3.5 MARGEM DE SEGURANÇA PARA O HEAD DA BOMBA 18
3.6 SELEÇÃO DA BOMBA 18
3.7 CAVITAÇÃO 21
3.7.1 Água 20ºC 21
3.7.2 Água 80ºC 22
3.7.3 Ácido Nítrico 25ºC 22
3.8 POTÊNCIA E EFICIÊNCIA DA BOMBA 22
4 RESULTADOS E PREÇOS 23
ANEXO 1 - FICHAS TÉCNICAS DAS BOMBAS 25
REFERÊNCIAS 28
1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho realizaremos o dimensionamento de bombas para vazão de


80 m³/h de três fluidos: água a 20ºC, água a 80ºC e ácido nítrico 95% a 25ºC. Para
este projeto foi necessário pensar na seleção da bomba, acessórios, tubulações e
seus materiais. Essas escolhas foram feitas com base nas características
individuais dos fluidos a serem transportados, a água e o ácido nítrico, além das
características do sistema, como o posicionamento dos equipamentos e dos
acessórios da planta. Para obtenção da carga de bomba necessária a cada um dos
escoamentos e posterior seleção da bomba a ser utilizada, foi realizado um balanço
de energia do sistema, envolvendo valores de perda de carga em acessórios e na
tubulação, além dos cálculos de fator de atrito pela rugosidade relativa e Reynolds,
e diferenças entre as energias potencial, de pressão e cinética. Também foi
analisada a possibilidade de cavitação das bombas nas situações utilizadas com
base no NPSH, para assim levarmos em conta na escolha dela.

2 SELEÇÃO DE MATERIAIS

2.1 ESCOLHA DAS TUBULAÇÕES

A escolha do material utilizado nas tubulações foi feita após uma análise
detalhada das propriedades do fluido transportado, bem como da sua interação com
a parede da tubulação, e também das propriedades mecânicas do material.
Dos fluidos utilizados, a água a 20ºC e a 80ºC pouco afeta na corrosão dos
tubos, logo temos uma infinidade de materiais à nossa disposição para utilizarmos.
Em contrapartida, o ácido nítrico 95% tem alto poder corrosivo, podendo danificar a
maioria dos materiais, logo precisaremos procurar um tubo que se adeque ao
composto. Portanto, a principal análise realizada foi a da resistência química de
diversos materiais ao entrarem em contato com o ácido. Entre os materiais
comumente usados para tubulações, foram selecionados para uma segunda fase de
análise o aço carbono, polipropileno, polietileno de baixa densidade, polietileno de
alta densidade, aços inoxidáveis, PVC, dentre outros que pareciam suportar bem as
características do ácido nítrico.
A figura abaixo, adaptada do site da empresa EngVed, informa a corrosão do
ácido nítrico em diversas concentrações, nos diferentes tipos de materiais:

FIGURA 1 - Tabela de corrosão

Após a leitura da tabela acima, tal como de outras fichas de empresas como
Braskem e Tigre, apesar de o Teflon (PTFE) ser recomendado, ele não foi o
escolhido, visto que se trata de um material de revestimento e possuir um custo
elevado e um manuseio e tratamento dificultoso. Quanto aos derivados plásticos,
como PVC e polietileno, de acordo com as fichas disponibilizadas pelas empresas
acima citadas, eles acabam apresentando uma resistência ao ácido não muito
adequada se expostos por grandes quantidades de tempo em uma elevada
concentração, não sendo indicada sua utilização. Um exemplo dessas fichas
técnicas pode ser identificado abaixo, se tratando de uma análise para o PVC:

FIGURA 2 - Tabela de resistência química para tubos de PVC

FONTE: BRASKEM (2010)

Portanto, a partir dos dados observados, concluímos que o aço inoxidável


AISI 316 é o material adequado, pois apresenta uma enorme resistência à corrosão,
ótimas propriedades mecânicas e uma vida útil longa, apesar do contato com o
ácido, evitando manutenções frequentes, que impediriam o funcionamento da linha.
O único contraponto seria o preço elevado do material, mas seria nossa melhor
opção tendo em vista a situação, sem testes práticos para análise dos resultados.
Para a escolha do diâmetro econômico, foi utilizado como referência o
nomograma Diâmetro Econômico de Tubulações para Tubo de aço série 40, em
escoamento turbilhonar (PERRY, 1980). Um nomograma similar para o AISI 316 ou
documento confiável para calcular suas velocidades econômicas não foi encontrado
na literatura.
FIGURA 3 - Diâmetro econômico de tubulações

FONTE: Perry (1980)


2.2 ESCOLHA DAS VÁLVULAS

Para a escolha das válvulas, devemos levar em consideração novamente o


alto índice de corrosão do ácido nítrico 95%. Assim, em primeiro momento, a
maioria das válvulas comumente usadas na indústria são eliminadas do processo de
escolha.
Para as válvulas localizadas antes da bomba e antes do tanque, foi escolhida
a do tipo borboleta, que normalmente é usada como válvula de regulagem, mas
pode ser usada como válvula de bloqueio. Com essa válvula você consegue
administrar o fluxo de fluido que passa pela tubulação e, caso necessário, pode
fechar completamente o abastecimento. Essas válvulas têm uma pequena perda de
carga, são leves e baratas, e além disso, são amplamente resistentes à corrosão
CREMASCO (2018).
Para a válvula localizada logo após a bomba utilizaremos uma válvula de
retenção, para impedir que o líquido retorne a bomba. Para esta função utilizaremos
a válvula do tipo portinhola, pois ela é resistente a abrasão e a meios corrosivos, e
tem uma pequena perda de carga. Essa válvula não funciona bem para vazões e
pressões muito elevadas, mas para o nosso, de acordo com as especificações dos
fabricantes ela deve possuir um bom desempenho. Ela será constituída de aço
inoxidável 316 CREMASCO (2018).
Já para a escolha do material das válvulas levaremos em conta novamente o
alto poder corrosivo do ácido. Portanto, escolhemos como material em contato com
líquido o aço inoxidável, presente na maioria das válvulas como aço inox 304 e 316
(a bomba não é completamente constituída de aço inox, na sua maioria é composta
de diversos materiais, mas a parte predominante e em contato com o líquido é de
inox). Um dos locais em que foi retirado informações sobre as válvulas e um
possível fornecedor seria a KSB, com os dados expostos no seguinte documento:
Catálogo de Válvulas - 2012
outros possíveis fornecedores seriam:
Niagara - indústria e comércio de válvulas - Válvulas em aço inox Niagara - Niagara
ELAN equipamentos industriais - Válvulas de Retenção/Válvula Borboleta
Brastetubos - Válvulas de Aço Inox
Grupo SHELDON - Válvula de Retenção Tipo Portinhola em Aço Inox 316 - Classe
200 WOG

3 MEMORIAL DE CÁLCULO

3.1 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

Para realizar o cálculo do diâmetro econômico, o balanço energético da


planta e a análise da cavitação, o valor das propriedades físico-químicas e
termodinâmicas dos fluidos são indispensáveis. Portanto, as tabelas abaixo
apresentam os valores necessários para os cálculos.

TABELA 1 - Propriedades da água

ÁGUA (H 2O)

Viscosidade (20ºC) 1,025 mPa.s

Densidade (20ºC) 1032 kg/m³ = 64,43 lb/ft³

Viscosidade (80ºC) 0,3516 mPa.s

Densidade (80ºC) 975,5 kg/m = 60,90 lb/ft³

Equação de Antoine
(P em mmHg; Tmin = 273,16K e Tmax = 647,13K)
2
𝑙𝑜𝑔10 𝑃𝑣 = 𝐴 + 𝐵/𝑇 + 𝐶. 𝑙𝑜𝑔10𝑇 + 𝐷. 𝑇 + 𝐸. 𝑇

𝐴 29, 8605

𝐵 3
− 3, 1522. 10

𝐶 − 7, 3037

𝐷 −9
2, 4247. 10

𝐸 −6
1, 8090. 10
FONTE: Yaws, 1999
TABELA 2 - Propriedades do ácido nítrico

ÁCIDO NÍTRICO (HNO3)

Viscosidade (25ºC) 0,8080 mPa.s

Densidade (25ºC) 1509 kg/m³ = 94,20 lb/ft³

Equação de Antoine
(P em mmHg; Tmin = 231,55 K e Tmax = 376,10 K)
2
𝑙𝑜𝑔10 𝑃𝑣 = 𝐴 + 𝐵/𝑇 + 𝐶. 𝑙𝑜𝑔10𝑇 + 𝐷. 𝑇 + 𝐸. 𝑇

𝐴 71, 7653

𝐵 3
− 4, 3768. 10

𝐶 1
− 2, 2769. 10

𝐷 −7
− 4, 5988. 10

𝐸 −5
1, 1856. 10
FONTE: Yaws, 1999

3.2 DIÂMETRO ECONÔMICO

Como citado anteriormente, a escolha do diâmetro econômico foi feita


utilizando a FIGURA 3 como referência. Portanto, a Figura 4 abaixo expõe a
aplicação do nomograma, com as linhas traçadas para cada fluido, quando
3 3
𝑄 = 80 𝑚 /ℎ = 47, 1 𝑓𝑡 /𝑚𝑖𝑛.
FIGURA 4 - Aplicação do nomograma

FONTE: Os Autores (2021)

Conforme as linhas acima, o diâmetro nominal econômico deverá ser um


valor entre 4” e 6’’, para operarmos com segurança e sem valores abusivamente
elevados de velocidade optamos por um diâmetro igual a 6”. É comum, quando o
risco de cavitação é muito elevado, escolher um diâmetro maior para diminuir a
velocidade e consequentemente a perda de carga, porém neste caso, após o estudo
e desenvolvimento dos cálculos, foi identificado que para este diâmetro proposto
não ocorre cavitação e ele poderá ser uniforme, o que facilita na instalação na
indústria e também no controle. As dimensões das tubulações para esse diâmetro
nominal está na Figura 5 abaixo:
FIGURA 5 - Dimensões das tubulações

FONTE: Grupo Aparecida

Dessa forma, com os valores do diâmetro interno para a série de schedule


40, podemos calcular as velocidades de sucção e de recalque da bomba (que serão
as mesmas).
Temos D = 154,08mm, e Q = 80m³/h. Sabemos que 𝑄 = 𝑣 · 𝐴. Assim:
3
𝑄 𝑄 80 𝑚 /ℎ 1ℎ
𝑣= 𝐴
=4 2 =4 2 · 3600𝑠
= 1, 19 𝑚/𝑠
π𝐷 π(0,15408 𝑚)

3.3 PERDA DE CARGA

A perda de carga pode ser descrita como a dissipação de energia associada


à transferência de momento no fluído. Os fatores que influenciam na perda de carga
associada ao escoamento são a velocidade do fluído, a distância percorrida por ele
(comprimento da tubulação), o diâmetro e a composição da tubulação (bem como a
rugosidade associada a esses fatores) e a presença de acessórios (no caso
trabalhado seriam as válvulas e os cotovelos). A perda de carga pode ser dividida
em duas partes, os cálculos referentes a tubulações e os referentes aos acessórios:
𝑙𝑤,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑙𝑤,𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 + 𝑙𝑤,𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜𝑠 (Eq. 1)

Para o termo 𝑙𝑤 (perda de carga no tubo), podemos utilizar a equação de


𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠

Darcy-Weisbach para realizarmos os cálculos:

𝐿 𝑣
2
(Eq. 2)
𝑙𝑤,𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 = 𝑓 · 𝐷
· 2𝑔

Aonde:
𝑓 = Fator de atrito;
𝐿 = Comprimento do tubo;
𝐷 = Diâmetro interno do tubo;
𝑣 = Velocidade média de escoamento no tubo
𝑔 = Gravidade

Para calcular a perda de carga dos acessórios, utilizaremos a equação do


comprimento equivalente de tubulação, onde para cada acessório teremos um
comprimento de tubo reto que equivale a perda de carga dele. Dessa forma,
podemos somar esses comprimentos equivalentes e realizar um único cálculo para
todos os acessórios. A equação utilizada é a seguinte:

𝐿𝑒𝑞 𝑣
2
(Eq. 3)
𝑙𝑤,𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = 𝑓 · ( 𝐷
)· 2𝑔

O termo do comprimento equivalente será calculado com base nos seguintes


dados:
FIGURA 6 - Comprimento equivalente para tubulações

FONTE: Cremasco (2018)

O nosso sistema possui 2 cotovelos (ou joelhos) em 90 graus. Como não


foram encontrados dados sobre comprimentos equivalentes do aço inox, foi
necessário fazer uma aproximação. Portanto, nesta etapa consideramos que a
tubulação é de metal. Assim, temos que o comprimento equivalente deles juntos é
𝐿/𝐷 = 8, 4.
FIGURA 7 - Comprimento equivalente para acessórios

FONTE: Autor desconhecido


Também não foram encontrados dados sobre a válvula em portinhola
especificamente, porém, como apresentado na literatura, ela possui um
comprimento equivalente próximo ao da válvula de levantamento, logo temos que
𝐿/𝐷 = 69, 09.

FIGURA 8 - Comprimento equivalente para acessórios

FONTE: Crane valves, Signal hill, CA

Para as válvulas de borboleta como apresentado na tabela temos que o


diâmetro equivalente delas é igual a 45 para cada, para as duas sendo igual a 90.
Somando os comprimentos de todos os acessórios citados acima, temos que
nosso 𝐿𝑒𝑞/𝐷 = 167, 49 . Dessa maneira, poderemos calcular a perda de carga do

sistema.
O fator de atrito (𝑓) é um coeficiente adimensional que pode ser calculado
pela equação de Colebrook-White, através do qual se estabelece a dependência
deste parâmetro com a rugosidade da tubulação, seu diâmetro e o Número de
Reynolds, como podemos ver abaixo:

1
0,5 =− 2, 0 · 𝑙𝑜𝑔(
ε/𝐷
+
2,51
0,5 ) (Eq. 4)
𝑓 3,7 𝑅𝑒 · 𝑓

Onde:
𝑓 = Fator de atrito;
𝐷 = Diâmetro interno do tubo;
𝜀 = Rugosidade do tubo (ε = 0, 002𝑚𝑚) com base na literatura;
𝑅𝑒 = Número de Reynolds associado ao escoamento.

O número de Reynolds é um adimensional utilizado para medir a turbulência


de um dado escoamento.

𝑅𝑒 =
𝜌𝑣𝐷 (Eq. 5)
𝜇

𝑅𝑒 = Número de Reynolds associado ao escoamento;


𝐷 = Diâmetro interno do tubo;
𝜌 = Densidade do fluido;
𝑣 = Velocidade média de escoamento no tubo;
𝜇 = Viscosidade do fluído.

3.4 BALANÇO DE ENERGIA

Para conseguirmos encontrar os dados das bombas, precisamos primeiro


fazer o balanço energético para calcularmos o HEAD. Assim, partiremos do seguinte
esquema de processo:
FIGURA 9 - Esquema do processo

Será adotado, para fins de cálculos de carga da bomba, o volume de controle


entre os pontos A e F, de tal modo que a equação do balanço de energia aplicado
fique:

∆𝑣
2
∆𝑃 (Eq. 6)
2𝑔
+ ∆𝑧 + ρ𝑔
+ 𝑙𝑤 + 𝐻 = 0

Com as equações listadas acima (Eq. 1 à Eq. 6), podemos calcular o Head
da bomba para os 3 fluidos:

● Água (20ºC)

5
Pela Eq. 5, temos 𝑅𝑒 = 1, 86. 10 . Conforme a Eq. 4, após um cálculo
iterativo, temos 𝑓 = 0, 016.
A partir da Eq. 3 e da Eq. 2, sabemos que 𝑙 = 0, 19 𝑚 e
𝑤,𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜𝑠

𝑙𝑤,𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 = 0, 69 𝑚. Portanto, pela Eq. 1 temos a perda de carga total:

𝑙𝑤,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0, 88 𝑚.
Aplicando o balanço de energia entre os pontos A-F, é possível calcular o
Head da bomba, a partir da Eq. 6. 𝐻 = 90 𝑚.

● Água (80ºC)

Realizando os mesmos cálculos, temos:


5
𝑅𝑒 = 5, 14. 10 , 𝑓 = 0, 013, 𝑙𝑤,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0, 73 𝑚 e 𝐻 = 90 𝑚.

● Ácido Nítrico 95% (25ºC)

De maneira análoga:
5
𝑅𝑒 = 3, 46. 10 , 𝑓 = 0, 014, 𝑙𝑤,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0, 79 𝑚 e 𝐻 = 90 𝑚.

3.5 MARGEM DE SEGURANÇA PARA O HEAD DA BOMBA

Para encontrar a carga da bomba temos que verificar o ponto onde que a
carga fornecida e a exigida se encontram na carta da bomba. Quando a carga
fornecida pela bomba e a exigida pelo sistema coincidem, tem se o ponto de
operação. Todavia, comprar uma bomba para operar exatamente no ponto de
operação é uma decisão arriscada, uma vez que com o tempo a curva dessa bomba
proporcionará menos vazão do que o necessário. Assim, por medida de segurança,
foi realizada a adição de uma margem de segurança de 5% a 10% nos valores
calculados acima.

3.6 SELEÇÃO DA BOMBA

Para a seleção da bomba utilizamos a interface da KSB, que a partir dos


nossos dados do problema, sugeriu algumas bombas que seriam interessantes para
a situação, após essa pré-seleção, procuramos no próprio site os envelopes de
bombas e selecionamos a mais adequada.
Na FIGURA 10 a seguir está apresentado o envelope de bombas da marca
KSB:
FIGURA 10 - Envelope de bombas KSB

FONTE: Adaptado de KSB (2018)

Dentre os modelos, o que melhor se encaixou foi o MegaCPK 100-065-250


de 2900 rotações por minuto da fornecedora KSB, para todos os compostos
analisados. Na figura abaixo estão as curvas do equipamento e os tracejados
utilizados para obter as especificações da bomba. De acordo com o fabricante, esse
modelo de bomba centrífuga tem uma aplicabilidade ótima em linhas de água em
geral, e também alta resistência química, sendo que o rotor pode ser confeccionado
em aço inox, perfeito para o ácido nítrico. Assim, sabemos que ela poderá ser
utilizada igualmente nas 3 situações, afinal, tanto para água quanto para o ácido, os
valores são bastante similares, principalmente se levarmos em conta os erros de
cálculo. Abaixo temos os gráficos para cálculo de eficiência e potência de forma
conjunta tanto para as correntes de água quanto para as de ácido nítrico.
FIGURA 11 - Análises da bomba MegaCPK

FONTE: KSB (2018) Adaptado

Com os valores de vazão e carga da bomba, no primeiro gráfico foi possível


obter os valores para a eficiência e o diâmetro do rotor, sendo esses 66% e 260
mm. O diâmetro do rotor foi escolhido como sendo o maior entre os dois limites do
intervalo em que o ponto de encontro entre a carga e a vazão estava, para garantir
assim uma que a bomba conseguiria realizar seu trabalho. Com o diâmetro do rotor
da bomba, no segundo gráfico, é possível obter o NPSH requerido pela bomba
realizando a intersecção entre a vazão e a linha presente no gráfico, obtendo-se o
valor de 2,5 m. Em seguida, novamente com os valores de vazão e diâmetro do
rotor, pela terceira curva da bomba, foi obtida a potência do equipamento, sendo ela
de 40 HP. Com esses dados extraídos do gráfico (𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 = 2, 5 𝑚 e

𝑃𝑜𝑡 = 30 𝑘𝑊 = 40 𝐻𝑃), pode-se analisar a cavitação da bomba, bem como a


potência e eficiência dela.

3.7 CAVITAÇÃO

A cavitação é, como toda a certeza, um dos fatores mais importantes


envolvendo a escolha de uma bomba para uma determinada linha. Tal fenômeno se
baseia na passagem de um fluído do estado líquido para o gasoso durante o
bombeamento, devido a uma queda brusca de pressão, ocasionando assim sérios
danos mecânicos ao equipamento. Para que não ocorra cavitação, é necessário que
a energia do fluido em forma de pressão esteja sempre acima de sua pressão de
vapor. Desse modo, o líquido não conseguirá trocar de fase. Para bombas, utiliza-se
a seguinte expressão para cálculo:
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 − 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 > 𝑃𝑣

Nela se encontra representado que a energia disponível ao fluido, menos a


requerida pela bomba informada nas cartas das bombas, deve ser maior que a
pressão de vapor do fluído para que não haja cavitação.
Com 𝑃𝐴 = 700𝑚𝑚𝐻𝑔 = 93325, 7 𝑃𝑎 e 𝑧𝐴𝐵 = 2 𝑚, podemos analisar a

ocorrência ou não de cavitação:

3.7.1 Água 20ºC


Inicialmente, será calculado o NPSHD, com ρ = 1032 𝑘𝑔/𝑚³ e
𝑙𝑤,𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 0, 074 𝑚.
𝑃𝐴
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = ρ𝑔
+ 𝑧𝐴𝐵 − 𝑙𝑤,𝑠𝑢𝑐çã𝑜
93325,7 𝑃𝑎
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = 1032 𝑘𝑔/𝑚³ · 9,81 𝑚/𝑠²
+ 2 𝑚 − 0, 074 𝑚

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = 11, 14 𝑚

A fim de testarmos a desigualdade para a bomba, inicialmente calculamos a


𝑃𝑣 da água (20ºC), pela equação de Antoine da Tabela 1. Com

𝑃𝑣 = 17, 54 𝑚𝑚𝐻𝑔 = 0, 24 𝑚𝑐𝑎. A partir do exposto, foi testada a desigualdade para

a bomba selecionada:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 − 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 > 𝑃𝑣

11, 14𝑚 − 2, 5𝑚 > 0, 24 𝑚


A partir dos cálculos sabemos que a bomba não irá cavitar e possui uma
folga grande de NPSH.

3.7.2 Água 80ºC


De maneira análoga, com 𝑙𝑤,𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 0, 056 𝑚 e 𝑃𝑣 = 4, 83 𝑚𝑐𝑎:
93325,7 𝑃𝑎
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = 975,5 𝑘𝑔/𝑚³ · 9,81 𝑚/𝑠²
+ 2 𝑚 − 0, 056 𝑚 = 11, 70 𝑚

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 − 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 > 𝑃𝑣 ⇒ 11, 70 𝑚 − 2, 5 𝑚 > 4, 83 𝑚

Não ocorrerá cavitação.

3.7.3 Ácido Nítrico 25ºC


De maneira análoga, com 𝑙𝑤,𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 0, 060 𝑚 e 𝑃𝑣 = 0, 86 𝑚𝑐𝑓:
93325,7 𝑃𝑎
𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = 1509 𝑘𝑔/𝑚³ · 9,81 𝑚/𝑠²
+ 2 𝑚 − 0, 060 𝑚 = 8, 24 𝑚

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 − 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 > 𝑃𝑣 ⇒ 8, 24 𝑚 − 2, 5 𝑚 > 0, 86 𝑚

Não ocorrerá cavitação.

3.8 POTÊNCIA E EFICIÊNCIA DA BOMBA

A partir dos dados da Figura 11, foi possível obter os valores da eficiência e
diâmetro do rotor: η = 66% e ∅ = 260 𝑚𝑚 (este último foi escolhido sendo o maior
entre os dois limites do intervalo da interseção HxQ).
Levando em conta que as curvas analisadas são determinadas com água,
em um primeiro instante foi cogitado realizar a correção das curvas. Entretanto,
após analisarmos as viscosidades cinemáticas dos fluidos, conforme a Tabela 3
abaixo, concluiu-se que a correção não é necessária.

TABELA 3 - Viscosidade Cinemática dos fluidos

Fluido Água 20ºC Água 80ºC Ácido Nítrico (25ºC)

Viscosidade (cSt) 0,99 0,36 0,54

Por fim, é recomendado um leve aumento na potência da bomba. Sabendo


que a potência consumida será de 40 HP, a potência instalada da bomba poderá ser
de 50 HP.

4 RESULTADOS E PREÇOS

A Tabela 4 abaixo apresentam os principais valores obtidos para o


dimensionamento da bomba:

TABELA 4 - Resultados gerais

Diâmetro nominal econômico 6”

Diâmetro da tubulação 154,08 mm

Head (carga) da bomba 90 m

NPSHR 2,5 m

Potência consumida 40 HP

Potência instalada 50 HP

Eficiência 66%

Ocorrência da cavitação NÃO

Bomba escolhida MegaCPK 100-065-250

Diâmetro do rotor 260 mm

Rotações por minuto 2900


FONTE: Os Autores (2021).
Já a Tabela 5 abaixo apresenta resultados específicos encontrados para cada
fluido:
TABELA 5 - Resultados específicos

ÁGUA (20ºC) ÁGUA (80ºC) ÁCIDO NÍTRICO (25ºC)

Perda de carga total 0,88 m 0,73 m 0,79 m

NPSHD 11,14 m 11,70 m 8,24 m

Pv 0,24 m 4,83 m 0,86 m


FONTES: Os Autores (2021).

Por último, a Tabela 6 apresenta os fornecedores da bomba, das válvulas e


da tubulação:
TABELA 6 - Fornecedores

Produto Fornecedor Preço

Bomba MegaCPK KSB Não informado

Válvula Borboleta Rizzival Não informado

Válvula Portinhola Rizzival Não informado

Tubulação Aço Inox 316 Detron Não informado


FONTES: Os Autores (2021).
Escolhemos os fornecedores pelo que foi analisado dos produtos e das
recomendações. Porém, apesar de tentar contato com inúmeras empresas, não
obtivemos respostas quanto aos preços. O único a nos responder foi o responsável
pela empresa Luvison, mas por se tratar de uma empresa que normalmente realiza
projetos voltados a indústrias de bebidas ou alimentos, que procuram uma vazão
inferior e principalmente uma carga muito menor, não conseguimos respostas
válidas para este caso específico. Assim não conseguimos estimar um preço médio,
dando um exemplo, uma de suas bombas centrífugas com maior potência (que
conseguiriam alcançar os 90 mca necessários) atingiu um máximo de 10 metros
cúbicos por hora a essa potência, então apenas bombas centrífugas muito
específicas, como as da KSB, seriam válidas para a situação.
ANEXO 1 - FICHAS TÉCNICAS DAS BOMBAS
REFERÊNCIAS

TERINOX; Comércio de Aço e metais. Disponível em:


https://www.terinox.com.br/aco-inox-316-preco.

PERRY, CHILTON. Manual de Engenharia Química. Rio de Janeiro. Guanabara

YAWS. Chemical Properties Handbook. McGraw-Hill. 1999

AL, SMITH,.J.M. E. Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. Grupo


GEN, 2019. 9788521636854. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636854/. Acesso em: 13
out. 2021.

TABELA DE CORROSÃO. [S. l.]. Disponível em:


http://www.engved.com.br/assets/images/2014/08/Tabela-de-Corros%C3%A3o.pdf.
Acesso em: 13 out. 2021.

TUBO de aço carbono Schedule // NBR 5590. In: Tubo de aço carbono Schedule
// NBR 5590. [S. l.]. Disponível em:
https://www.aparecidatubos.com.br/tubo-schedule?gclid=Cj0KCQjwwY-LBhD6ARIsA
CvT72Pfm2XfSynKcMmbU4ARU1lKm-Zyb_HeT2QEzP9bWlgxiHOpHOW0uPQaAlw
OEALw_wcB. Acesso em: 11 out. 2021.

CREMASCO, Marco. A. Operações unitárias em sistemas particulados e


fluidomecânicos e outros trabalhos. Editora Blucher, 2018. 9788521208563.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521208563/.
Acesso em: 11 out. 2021.

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