Você está na página 1de 66

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Fernando Vedoy da Silva

ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO E


TRAÇÃO ENTRE CONCRETO COM ADIÇÃO DE MACRO FIBRAS DE AÇO E
MACRO FIBRAS DE POLÍMEROS.

Santa Cruz do Sul


2019
Fernando Vedoy da Silva

ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO E


TRAÇÃO ENTRE CONCRETO COM ADIÇÃO DE MACRO FIBRAS DE AÇO E
MACRO FIBRAS DE POLÍMEROS.

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso


de Engenharia Civil da Universidade de Santa
Cruz do Sul – RS, na área de estruturas de
concreto, como requisito para a obtenção do
título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Eng. Marco Antonio Pozzobon.

Santa Cruz do Sul


2019
RESUMO

A busca por novos materiais e processos mais eficientes é cada vez mais
importante para atender as exigências de um mercado cada vez mais
competitivo. Com isso as fibras aplicadas no concreto são uma boa alternativa
para aumentar a resistência do concreto. O objetivo do trabalho é analisar
diferentes tipos de macro fibras, como macro fibras de aço e macro fibras de
polímeros e diferentes teores de fibra incorporadas ao concreto e testar suas
resistências a compressão, a tração , atração na flexão e módulo de
elasticidade, e comparar com concreto de referência (sem fibras), utilizando
como referência a NBR 5739:2018, NBR 7222:2011, NBR 12142:2010, NBR
6118:2014 onde foram aplicadas cargas em corpos de prova até a sua ruptura
para obtenção de resultados. O concreto foi dosado para ter uma resistência
média de 35 MPa, e classe S100 de trabalhabilidade.

Palavras chave: fibra de aço, fibra de polímeros, resistência á compressão,


resistência a tração, concreto reforçado com fibras, módulo de elasticidade.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 10

1.1 Questão de pesquisa ..................................................................... 11

1.2 Objetivos ........................................................................................ 11

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................... 11

1.2.2 Objetivos específicos ............................................................... 11

1.3 Justificativa ..................................................................................... 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................. 15

2.1 Concreto ......................................................................................... 15

2.1.2 Cimento ................................................................................... 15

2.1.3 Água ........................................................................................ 16

2.1.4 Agregados ............................................................................... 16

2.1.5 Aditivos .................................................................................... 17

2.1.6 Módulo de elasticidade do concreto......................................... 17

2.2 Estrutura do concreto ..................................................................... 17

2.2.1 Estrutura do agregado graúdo ................................................. 19

2.2.2 Estrutura da pasta endurecida ................................................. 20

2.2.3 Zona de transição .................................................................... 20

2.3 Concreto com fibras ....................................................................... 21

2.3.1 Fibra de aço ............................................................................. 21

2.3.1.1 Histórico ................................................................................ 21

2.3.1.2 Características fibra de aço .................................................. 22

2.3.1.3 Interação fibra matriz ............................................................ 23

2.3.1.4 Propriedades no estado fresco ............................................. 24


2.3.1.4 Propriedades no estado endurecido ..................................... 25

2.3.1.5 Resistência a compressão e tração ...................................... 26

2.3.1.6 Comportamento a fadiga ...................................................... 27

2.3.1.7 Dosagem de concreto com fibras de aço .............................. 28

2.3.1.8 Aplicações ............................................................................ 29

2.3.2 Macro fibra de polímeros ......................................................... 30

2.3.2.1 Histórico ................................................................................ 30

2.3.2.2 Características fibra de polipropileno .................................... 31

2.3.2.3 Interação fibra matriz ............................................................ 34

2.3.2.7 Dosagem de concreto com macro fibras de polímeros ......... 35

2.3.2.8 Aplicações ............................................................................ 35

3. METODOLOGIA .................................................................................. 36

3.1. Introdução ..................................................................................... 36

3.2. Caracterização dos materiais ........................................................ 36

3.2.1 Areia ........................................................................................ 36

3.2.2 Brita ......................................................................................... 36

3.2.3 Água ........................................................................................ 36

3.2.4 Cimento ................................................................................... 37

3.2.5 Fibra......................................................................................... 37

3.2.6 Aditivo ...................................................................................... 37

3.3. Dosagem de traços de concreto com fibras .................................. 38

3.4. Ensaios de curva granulométrica e massa específico da areia e brita.


...................................................................................................................... 39

3.5. Ensaio a compressão de corpo de provas cilíndricos de concreto. 39

3.6. Ensaio de determinação da resistência à tração por compressão


diametral. ...................................................................................................... 42

3.7. Ensaio de resistência a tração na flexão em corpos de prova


prismáticos.................................................................................................... 45
3.8. Preparação do concreto ................................................................ 47

3.9. Módulo de elasticidade ................................................................. 50

4. RESULTADOS E ANÁLISE ................................................................. 52

4.1. Areia e brita ................................................................................... 52

4.2. Traços de concreto com fibras ...................................................... 56

4.3. Resistência a compressão ............................................................ 57

4.4. Resistência a tração (Compressão diametral) ............................... 58

4.5. Resistencia a tração na flexão ...................................................... 59

4.6. Módulo de elasticidade .................................................................. 60

5. CONCLUSÃO ...................................................................................... 61

5.1 Conclusão do trabalho.................................................................... 61

5.2 Sugestões para trabalhos futuros ................................................... 62

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 63


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Concreto sem fibras.................................................................. 13


Figura 2-Concreto com fibras................................................................... 13
Figura 3- Estrutura do concreto ............................................................... 18
Figura 4-Microestrutura do concreto ........................................................ 19
Figura 5-Clasificação fibras de aço .......................................................... 23
Figura 6-Compatibilidade fibras e agregados .......................................... 24
Figura 7-Concretos com diferentes teores de fibras ................................ 29
Figura 8-Microfibras de polipropileno ....................................................... 31
Figura 9-Resultados de ensaio a compressão. ........................................ 32
Figura 10-Resultados de ensaio a tração diametral................................. 33
Figura 11- Macro fibras poliméricas ......................................................... 33
Figura 12-Macrofibras .............................................................................. 34
Figura 13- Ensaio de compressão ........................................................... 40
Figura 14-Tolerancia para idade de ensaio ............................................. 41
Figura 15-Disposição do corpo de prova ................................................. 43
Figura 16-Procedimendo para ensaio de compressão diametral ............. 44
Figura 17-Disposição do corpo de prova prismático ................................ 45
Figura 18-Procedimento para o ensaio de tração na flexão .................... 46
Figura 19-Materiais pesados e separados para execução do concreto ... 47
Figura 20-Ensaio de abatimento .............................................................. 48
Figura 21-Moldagem dos corpos de prova cilíndricos.............................. 49
Figura 22-Moldagem dos corpos de prova prismáticos ........................... 49
Figura 23-Procedimento para o ensaio de módulo de elasticidade ......... 51
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Traços de concretos estudados ............................................... 38


Tabela 2-Curva granulométrica areia média natural ................................ 52
Tabela 3-Curva granulométrica areia grossa industrializada ................... 53
Tabela 4 -Curva granulométrica brita #0 .................................................. 54
Tabela 5-Curva granulométrica brita #1 ................................................... 55
Tabela 6: Traços de concreto .................................................................. 56
Tabela 7-Resultados ensaios de compressão ......................................... 57
Tabela 8-Resistencia a tração (Compressão diametral) .......................... 58
Tabela 9-Tração na flexão ....................................................................... 59
Tabela 10- Módulo de elasticidade .......................................................... 60
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1-Curva granulométrica areia média natural ............................... 52


Gráfico 2-Curva granulométrica areia grossa industrializada .................. 53
Gráfico 3-Curva granulométrica brita #0 .................................................. 54
Gráfico 4-Curva granulométrica brita #1 .................................................. 55
10

1. INTRODUÇÃO

O concreto é o material mais usado na construção civil no mundo


atualmente, devido a sua facilidade de produção e baixo custo, e por ser
facilmente moldado no seu estado fresco. Porém o concreto é um material frágil
com pouca resistência a tração e baixa capacidade de deformação. Buscou-se
ao longo dos anos obter materiais mais eficientes e duráveis, com pesquisas
para melhorar essas deficiências do concreto. Sendo a adição de fibras de aço
e polipropileno as que mais se destacaram.
A adição de fibras no concreto melhora sua resistência a tração, diminui as
fissuras causadas por retração, melhora sua ductilidade, e tem melhores
resultados quanto a fadiga e absorção de impactos. Segundo TESUKA (1989),
no concreto existem microfissuras e quando ele é submetido a deformações de
tração, a energia se concentra rapidamente nas extremidades dessas
microfissuras, provocando o alargamento incontrolado destas e por
consequência gerando uma ruptura frágil do material, as fibras formam uma
ligação entre as bordas das fissuras de modo que para aumentar a abertura das
mesmas é necessário mais energia. Ocasionando um aumento de resistência do
concreto.
O concreto reforçado com fibras (CRF) é uma mistura heterogênea de dois
materiais diferentes, que é o concreto e as fibras de aço ou polipropileno. O
resultado é um material que une as características dos dois materiais
adequadamente, visando um melhor desempenho estrutural. Este novo material
vem para suprir as deficiências do concreto tradicional, porem seu uso necessita
de novos estudos e aperfeiçoamentos.
11

1.1 Questão de pesquisa

Qual concreto teria um maior custo benefício em relação a sua resistência?


O concreto com adição de macro fibras de aço ou o concreto com adição de
macro fibras de polímeros?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo principal do trabalho consiste em analisar três tipos de fibras


incorporadas ao concreto e verificar qual fibra tem maior potencial de resistência
mecânica, e em quais situação são melhores empregadas.

1.2.2 Objetivos específicos

- Avaliar os ensaios de compressão e de tração com 7 dias e 28 dias de


cura.
- Avaliar os ensaios de módulo de elasticidade com 28 dias de cura.
- Avaliar por ensaios de compressão a resistência dos traços de concreto
com macro fibras de aço e de polímeros e comparar com o traço de referência.
- Avaliar por ensaios de tração a resistência dos traços de concreto com
macro fibras de aço e de polímeros e comparar com o traço de referência.
- Avaliar por ensaios de módulo de elasticidade resistência dos traços de
concreto com macro fibras de aço e de polímeros e comparar com o traço de
referência.
- Avaliar os resultados positivos e negativos de cada traço com macro fibras
de aço e de polímeros.
12

1.3 Justificativa

Os concretos convencionais têm uma grande resistência a compressão,


porem sua resistência a tração fica entorno de 10% da resistência a compressão
possuem baixa tolerância a carregamentos cíclicos e baixo valor de modulo de
elasticidade quando comparado a materiais como o aço.
De acordo com Figueiredo (2000), as fibras de aço, quando adicionadas ao
concreto, dificultam a propagação das fissuras devido o seu elevado módulo de
elasticidade. Pela capacidade portante pós-fissuração que o compósito
apresenta, as fibras permitem uma redistribuição de esforços no material mesmo
quando utilizada em baixos teores. Isto é particularmente interessante em
estruturas contínuas como os pavimentos e os revestimentos de túneis.
Para melhor entender este comportamento deve-se lembrar que o
concreto, como um material frágil, apresenta-se sempre susceptível às
concentrações de tensões quando do surgimento e propagação de uma fissura
a partir do aumento da tensão a ele imposta. No caso do concreto simples, uma
fissura irá representar uma barreira à propagação de tensões, representada
simplificadamente pelas linhas de tensão. Este "desvio" irá implicar numa
concentração de tensões na extremidade da fissura e, no caso desta tensão
superar a resistência da matriz, teremos a ruptura abrupta do material. Caso o
esforço seja cíclico, pode-se interpretar a ruptura por fadiga da mesma forma, ou
seja, para cada ciclo há uma pequena propagação das microfissuras e,
consequentemente, um aumento progressivo na concentração de tensões em
sua extremidade até o momento da ruptura do material. Assim, a partir do
memento em que se abre a fissura no concreto ele rompe abruptamente,
caracterizando um comportamento tipicamente frágil, conforme figura 1.
Segundo Figueiredo (2000). Quando se adicionam fibras ao concreto, este
deixa de ter o caráter marcadamente frágil. Isto ocorre pelo fato da fibra servir
como ponte de transferência de tensões pelas fissuras, minimizando a
concentração de tensões nas extremidades das mesmas, com isto tem-se uma
grande redução da velocidade de propagação das fissuras no concreto que
passa a ter um comportamento pseudo-dúctil, ou seja, apresenta uma certa
capacidade portante pós-fissuração. Com a utilização de fibras será assegurada
uma menor fissuração do concreto, conforme figura 2.
13

Figura 1- Concreto sem fibras

Figueiredo (2000)

Figura 2-Concreto com fibras

Figueiredo (2000)
14

Segundo Mehta e Monteiro (2008), a baixa resistência do concreto à tração,


resulta na rápida propagação das microfissuras que possui, quando o material é
submetido a uma tensão aplicada.
Segundo (GAVA 2004,) a incorporação de fibras de aço no concreto,
resulta na melhoria da ductilidade e tenacidade do material, assim como um
aumento de resistência desse compósito, quando exposto a um carregamento
que tende a gerar tensões de tração.
O intuito deste trabalho é comparar as resistências de tração e compressão
de diferentes traços de concreto feitos com fibras de aço e de polipropileno, com
o concreto convencional.
15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Concreto

O concreto é uma mistura de agregado miúdo, agregado graúdo, cimento


e água, em quantidades definidas para cada traço tendo eventualmente adições
de minerais e aditivos. O cimento ao ser hidratado pela água forma uma pasta
aderente aos grãos dos agregados. A água é responsável por ativar as reações
químicas do cimento o transformando em uma pasta aglomerante.
Sendo suas principais características a resistência a compressão e
plasticidade podendo ser moldado em vários formatos geométricos.
Quando o concreto é combinado com o aço, é chamado de concreto
armado, unindo a resistência a compressão do concreto com a resistência a
tração do aço. O concreto apresenta 10% de resistência a tração e flexão em
relação a sua resistência a compressão, devido a complexidade de sua estrutura.

2.1.2 Cimento

O cimento é um pó fino aglutinante que endurece na presença de água,


depois que ocorrer as reações de endurecimento não voltam mais ao seu estado
inicial mesmo na presença de água, composto principalmente de clínquer que é
uma mistura de calcário, argila e minério de ferro, levado a fornos com
temperaturas de 1450 °C.
Segundo Oliveira, (2000) o cimento Portland é um produto obtido pela
pulverização do clinquer constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de
cálcio, com uma certa proporção de sulfato de cálcio natural, contendo
eventualmente, adições de certas substâncias que modificam suas propriedades
ou facilitam seu emprego.
16

2.1.3 Água

Segundo a norma ABNT NBR 15900:2011 a água proveniente de redes


públicas de abastecimento é considerada adequada para a mistura do concreto,
já as águas de fontes subterrâneas, águas de superfície, águas de rios ou
lagoas, águas de captação pluvial ou água residual industrial podem ser
adequadas ao amassamento de concreto, mas precisam ser ensaiadas de
acordo ABNT NBR 15900-11, pois podem conter substancias ou matérias que
podem contaminar o concreto e reduzir sua vida útil.

2.1.4 Agregados

De acordo com a norma 7211:2009, da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT), agregado para concreto deve ser composto por grãos de
minerais duros, compactos, duráveis, estáveis, limpos e que não interfiram no
endurecimento e hidratação do cimento e também na proteção contra corrosão
da armadura.
As características que influenciam para a escolha do agregado são:
porosidade, distribuição granulométrica, absorção de água, fôrma, resistência à
compressão e tipo de substâncias presentes.
O agregado possui várias características que traz benefício ao concreto
quanto a retração e a sua resistência, tamanho, densidade e forma do grão
influenciam no estado final do concreto.
Os agregados utilizados no concreto são o graúdo e o miúdo, sendo o
graúdo os de partículas maiores que 4,8 mm (peneira Nº 4) e os miúdos os que
possuem partículas menores que 4,8mm e maiores que 75 um (peneira Nº 200).
Geralmente é utilizado como agregado graúdo pedregulhos originados da
britagem mecânica de rochas, e como agregado miúdo é utilizado na maioria dos
casos areias originadas da decomposição natural da rocha.
17

2.1.5 Aditivos

Os aditivos para concreto são incorporados no momento da mistura de


areia, água, agregados e cimento. Essas substâncias alteram algumas
características no concreto fresco e endurecido, melhorando algumas
qualidades do concreto e diminuindo algumas desvantagens da mistura.
O concreto com incorporação de aditivos pode ter sua trabalhabilidade,
resistência e compacidade melhoradas, e sua permeabilidade, retração e
absorção de água reduzidas.
Alguns aditivos usados no concreto são os superplastificantes,
retardadores de pega, aceleradores de pega e incorporadores de ar. O preparo
pode ser feito em centrais, ou nos canteiros de obras.

2.1.6 Módulo de elasticidade do concreto

O modulo de elasticidade do concreto é a razão entre uma tensão aplicada


sobre um corpo de prova e a deformação nele verificada.
Segundo Mehta e Monteiro (2014) o concreto é um material que apresenta
um comportamento não linear quando submetido a tensões de compressão ou
de tração, devido à sua natureza visco-elástica de pseudo sólido. O diagrama
tensão-deformação mostra que esse material, diferentemente dos materiais
homogêneos, não segue a lei de Hooke e nem sempre apresenta
proporcionalidade entre tensão aplicada e a deformação específica resultante.

2.2 Estrutura do concreto

O concreto tem suas propriedades originadas de sua estrutura interna,


podendo ser modificada sua estrutura interna na fase de agregado, pasta de
cimento e areia ocasionando uma mudança nas suas propriedades.
Segundo (METHA, 1994) ao analisar a seção transversal de um corpo de
prova de concreto, duas fases podem ser facilmente distintas que são as
partículas de agregado de tamanho e formas variados, e o meio ligante,
composto de uma massa contínua de pasta endurecida.
18

De acordo com (MEHTA, 1994), o concreto possui uma estrutura muito


heterogênea e complexa, por isso não existem modelos exatos de previsão do
comportamento desse material. São três constituintes que compõem a estrutura
do concreto, são eles: o agregado, a pasta de cimento endurecida, e a zona de
transição entre a pasta de cimento e o agregado, conforme figura 3.

Figura 3- Estrutura do concreto

Macroestrutura do concreto composto por pasta de cimento e agregado graúdo.


Conforme imagem obtida no site http://docplayer.com.br

Ao nível microscópico existe uma grande complexidade entre a pasta de


cimento e o agregado, conforme figura 4. A estrutura maior visível a olho nu é
chamada de macroestrutura, já a parte microscópica é chamada de
microestrutura.
19

Figura 4-Microestrutura do concreto

Cristais na pasta de cimento Portland hidratada. Conforme imagem obtida no site


http://docplayer.com.br

2.2.1 Estrutura do agregado graúdo

Os agregados de origem natural têm forma arredondada e uma superfície


de textura lisa, as rochas britadas têm uma textura rugosa e dependendo da
rocha ou do tipo de britador o agregado pode ter uma forma chata ou
arredondada. As características do agregado graúdo que afetam as
propriedades do concreto são geralmente a forma, textura e a porosidade.
Segundo (METHA,1994) o agregado é geralmente mais resistente que as
outras duas fases do concreto, não exercendo influência direta sobre a sua
resistência, exceto no caso de serem altamente porosos. De forma indireta o
formato e o tamanho do agregado podem afetar a resistência do concreto.
Quanto maior o tamanho do agregado e mais elevada a proporção de partículas
chatas e alongadas, maior será a tendência do filme de água se acumular
próximo a superfície do agregado, enfraquecendo a zona de transição pasta –
agregado.
20

2.2.2 Estrutura da pasta endurecida

Segundo (MEHTA, 1994). As características desejáveis para um concreto


como resistência, estabilidade dimensional e durabilidade são influenciadas não
somente pela proporção, mas também pelas propriedades da pasta que
dependem de aspectos microestruturais. A fonte principal de resistência nos
produtos sólidos da pasta é função das forças de atração que dependem da área
específica e dos tipos de cristais formados na hidratação do cimento.
Segundo (MEHTA, 1994). Quando o cimento é disperso em água o sulfato
de cálcio e os compostos de cálcio tendem a entrar em solução, e como
resultado dessas combinações após alguns minutos de hidratação do cimento
portland aparecem os primeiros cristais aciculares de um sulfoaluminato de
cálcio hidratado chamado estringita, e algumas horas mais tarde cristais
prismáticos grandes de hidróxido de cálcio e pequenos cristais de silicato de
cálcio hidratado.
A fase silicato de cálcio hidratado constitui de 50 a 60% do volume de
sólidos de uma pasta de cimento portland completamente hidratado e, é a mais
importante na determinação das propriedades da pasta. Os cristais de hidróxido
de cálcio constituem de 20% a 25 % do volume de sólidos na pasta hidratada,
sua presença em quantidade considerável no cimento portland hidratado tem
efeitos desfavoráveis sobre a resistência química a soluções acidas (MEHTA,
1994).

2.2.3 Zona de transição

Segundo (METHA E MONTEIRO, 2008) zona de transição na interface


geralmente é o ponto mais fraco do concreto, sendo considerada como limitante
da resistência do concreto. É por causa da presença da zona de transição que
se da a ruptura do concreto em nível de tensão consideravelmente mais baixa
do que os outros dois componentes constituintes do concreto.
De acordo com (METHA E MONTEIRO, 2008) a microestrutura na zona de
transição na interface, especialmente o volume de vazios e microfissuras
presentes, exerce grande influência na rigidez ou modulo de elasticidade do
21

concreto. No material compósito a zona de transição serve como uma ponte


entre os dois componentes: a matriz argamassa e partículas de agregado
graúdo. Mesmo quando os componentes individuais possuem alta rigidez, a
rigidez do compósito é reduzida em função das zonas fragilizadas, isto é, vazios
e microfissuras presentes na zona de transição que não permitem a transferência
de tensão.

2.3 Concreto com fibras

2.3.1 Fibra de aço

2.3.1.1 Histórico

As fibras de palha com a finalidade de aumentar a resistência dos tijolos já


eram utilizadas no Antigo Egito, como nos reportam as Sagradas Escrituras.
"Naquele mesmo dia o Faraó deu está ordem aos inspetores do povo e aos
capatazes: não continueis a fornecer palha ao povo, como antes, para o fabrico
dos tijolos" (Êxodo 5, -7).
Segundo ACCETTI E PINHEIRO (2000) o uso de fibras em concreto surgiu
em 1911, quando Grahan sugeriu o uso de fibras de aço em conjunto com a
armadura convencional, com o objetivo de aumentar a resistência do concreto
armado. Porém, somente na década de 60 começou o desenvolvimento de
caráter técnico e científico e surgiram muitas aplicações práticas do concreto
com fibras, e uma certa variedade de fibras apareceram no mercado.
METHA E MONTEIRO (2008) relatam que o primeiro concreto com fibras
utilizado com fim estrutural foi feito em 1971, para a produção de painéis
desmontáveis de 3250m² e 65 mm de espessura. Esse concreto continha 3% em
massa de fibras da aço estiradas a frio, com 2,5mm de diâmetro e 25mm de
comprimento. Os painéis foram utilizados na garagem do aeroporto Heathrow,
em Londres. O concreto com fibras de aço tem tido aplicações diversas em pisos
idustriais, pavimentos, revestimentos de túneis, blocos de ancoragem de cabos
de protenção
De acordo com SERNA (2007) as fibras podem ser usadas com mais
vantagem em elementos onde a distribuição de tenções é muito variável
pavimentos e revestimentos de túneis por exemplo, ou nas três dimensões
22

elementos muito armados em que a distância entre a armadura dificultam a


concretagem, elementos de pouca espessura onde o posicionamento errado da
armadura convencional pode modificar a altura útil, em elementos pouco
armados.

2.3.1.2 Características fibra de aço

De acordo com (FIGUEREDO, 2011) as fibras de aço possuem


extremidades na forma de ganchos para aumentar sua ancoragem e têm
comprimento variando de 25mm chamadas fibras curtas, a 60mm chamadas
fibras longas, podem ser fornecidas soltas ou coladas em forma de pentes, estas
fibras coladas facilitam o processo de mistura e homogeneização do material.
A norma que estabelece as especificações para a utilização das fibras de
aço no Brasil é a ABNT NBR 15530 (2007). São previstos na norma três tipos
básicos de fibras em função de sua conformatação geométrica conforme figura
5.
• Tipo A: fibras de aço com ancoragem nas extremidades.
• Tipo C: fibras de aço corrugada.
• Tipo R: fibras de aço reta.
Segundo norma ABNT NBR 15530 (2007) prevê três tipos de classes de
fibras conforme o tipo de aço que deu origem as fibras.
• Classe I: fibra oriunda de arame trefilado a frio.
• Classe II: fibra oriunda de chapa laminada a frio.
• Classe III: fibra oriunda de arame trefilado e escarificado.
23

Figura 5-Clasificação fibras de aço

Classificação e geometria das fibras para aplicação de reforço em concreto,


(FIGUEREDO, 2008)

2.3.1.3 Interação fibra matriz

De acordo com FIGUEREDO (2000) quanto mais direcionadas as fibras


estiverem em relação ao sentido da tensão principal de tração, melhor será o
desempenho do compósito. Como consequência prática, recomenda-se a
utilização de fibras cujo comprimento seja igual ou superior ao dobro da
dimensão máxima característica do agregado utilizado no concreto. Deve haver
uma compatibilidade dimensional entre agregados e fibras de modo que estás
interceptem com maior frequência a fissura que ocorre no compósito.
Está compatibilidade dimensional possibilita a atuação da fibra como
reforço do concreto e não como mero reforço da argamassa do concreto. Isto é
importante pelo fato da fratura se propagar preferencialmente na região de
24

interface entre o agregado graúdo e a pasta para concretos de baixa e moderada


resistência mecânica. Assim, a fibra que deve atuar como ponte de transferência
de tensões nas fissuras deve ter um comprimento tal que facilite o seu correto
posicionamento em relação à fissura, ou seja, superior a duas vezes a dimensão
máxima do agregado conforme figura 6.

Figura 6-Compatibilidade fibras e agregados

Concreto reforçado com fibras onde há compatibilidade dimensional entre ás


fibras e o agregado graúdo. FIGUEREDO 2000.

2.3.1.4 Propriedades no estado fresco

De acordo com FIGUEREDO (2000) apesar do ganho de desempenho


conferido pelas fibras no que se refere à contenção da propagação das fissuras
quando o concreto se encontra no estado endurecido, a adição de fibras altera
a as condições de consistência do concreto e, consequentemente, a sua
trabalhabilidade. Isto ocorre principalmente porque ao se adicionar à fibra ao
concreto está se adicionando também uma grande área superficial que demanda
água de molhagem. Por exemplo, se forem adicionados 50kg de fibra de aço
com ancoragem em gancho, 30mm de comprimento e seção circular com
diâmetro de 0,5mm em um metro cúbico de concreto teremos uma nova área de
molhagem de, aproximadamente, 50m². Dessa forma, ter-se-á uma menor
quantidade de água disponível para fluidificar a mistura. Por isso, fica claro que,
25

quanto menor for o diâmetro da fibra, maior será a influência da mesma na perda
de fluidez.

Segundo BALAGURU E SHAH (1992) de maneira similar, fibras mais


longas atuam na consistência do concreto. Tais parâmetros podem ser
representados em conjunto através do conceito do fator de forma que consiste
na relação entre o comprimento da fibra e o diâmetro da circunferência da fibra
como um elemento redutor da trabalhabilidade dos concretos, podendo
ocasionar prejuízos à sua compactação e, consequentemente, à sua
durabilidade e desempenho mecânico com área equivalente à sua seção
transversal. Assim, quanto maior for o fator de forma maior será o impacto na
trabalhabilidade do concreto. Por estas razões, aponta-se a adição da fibra como
um elemento redutor da trabalhabilidade dos concretos, podendo ocasionar
prejuízos à sua compactação e, consequentemente, à sua durabilidade e
desempenho mecânico.
O concreto com adição de fibras deve apresentar boa trabalhabilidade
principalmente no caso de ser bombeado, sendo usado aditivos para melhorar
sua trabalhabilidade.

2.3.1.4 Propriedades no estado endurecido

Segundo Medeiros (2012), existem uma série de fatores que influenciam


nas propriedades mecânicas de concretos com fibras como:
- Resistência da matriz de concreto;
- Resistência mecânica do material empregado na fabricação das fibras;
- Características geométricas das fibras;
- Volume de fibras adicionadas ao concreto;
- Orientação e distribuição das fibras dentro da matriz de concreto.
- Tensão de aderência entre as fibras e a matriz;
- Razão entre dimensão máxima do agregado e o comprimento da fibra.
De acordo com VELASCO, (2008). quando incorporado fibra de aço no
concreto, o seu comportamento é alterado principalmente na região pós
fissuração. Algumas características das fibras como fração volumétrica, tipo e
26

geometria, resistência e módulo de elasticidade são alguns dos fatores, que


geram as mudanças nas propriedades mecânicas desse compósito.

2.3.1.5 Resistência a compressão e tração

Segundo Figueiredo, (2000) o objetivo da adição de fibras ao concreto não


é alterar a resistência a compressão do mesmo. Vários estudos já foram feitos
sobre a adição de fibras ao concreto onde a resistência à compressão era
avaliada de maneira secundária. Alguns trabalhos apontam uma redução nos
valores obtidos para a resistência à compressão como uma consequência da má
compactação obtida com o material. No entanto, como as fibras atuam como
ponte de transferência de tensões pelas fissuras, sejam elas produzidas por
esforços de tração ou cisalhamento como ocorre no ensaio de compressão, o
concreto também apresentará um ganho quanto à tenacidade, isto é, haverá um
maior consumo energético após a fissuração do material.
Araújo (2002), ensaiou à compressão concretos com fibras de aço com
ancoragem, diâmetro de 0,62 mm, comprimento de 30 mm, nas quantidades de
0%, 0,75% e 1,5% em volume. Os resultados mostraram que a incorporação de
fibras não resulta necessariamente um aumento na resistência à compressão, e
quando há esse aumento, o valor não ultrapassa 16%.
De acordo com Medeiros (2012), para os volumes de fibras que são
utilizados usualmente (menor que 2%), propriedades como resistência à
compressão, módulo de elasticidade, tensão máxima, deformação específica
relativa não é tão alterado quando comparado com o comportamento de
resistência à tração e flexão. Entretanto, quando incorporado maiores teores de
fibras, podem acarretar tanto em acréscimos quanto perda na resistência e no
módulo. A perda associa-se ao aumento do teor de ar que é gerado pelos
aglomerados de fibras.
De acordo com o American Concrete Institute (ACI 544.1R, 1996), cita que
a incorporação de fibras de aço no concreto resulta em um aumento de 0 e 15%
na resistência à compressão, para frações volumétricas que estejam acima de
1,5%. Porém, com relação ao esforço de tração, as fibras aumentam a sua
27

resistência de forma mais significativa, estando na faixa de 30 e 40% para


adições com um teor de 1,5%.
De acordo com Figueiredo (2011), o aumento da resistência à tração por
compressão diametral gerado pelas fibras, vai variar conforme o comprimento
das fibras e a dimensão máxima do adregado graúdo. Essa variação pode ser
compreendida na faixa de 60% até 130% de ganho de resistência à tração
utilizando o ensaio de compressão diametral, dependendo o teor incorporado.
De acordo com o American Concrete Institute (ACI 544.1R, 1996), em
geral, as fibras de aço proporcionam um aumento na resistência do material ao
cisalhamento. Esse aumento tem se mostrado dependente da forma de ensaio
empregada e ainda do alinhamento das fibras na região de ruptura por
cisalhamento. É possível obter um aumento de 30% na resistência ao
cisalhamento para um teor de 1% de acréscimo de fibras.

2.3.1.6 Comportamento a fadiga

De acordo com a NBR 6118,(2014) a fadiga se caracteriza como um


fenômeno associado a repetidas ações dinâmicas, sendo um processo de
modificações permanentes e progressivas da estrutura interna de um material
submetido a oscilação de tensões provenientes dessas ações.
Segundo Figueiredo, (2011), devido ao fato das fibras de aço atuarem
como ponte de transferência de tensão, existe uma redução na propagação das
fissuras, resultando assim um concreto resistente a um maior número de cargas
cíclicas. Dessa forma, quando utilizado fibras, o concreto continua se mostrando
portante, mesmo quando fissurado, devido ao seu comportamento “pseudo
dúctil” (FIGUEIREDO, 2011).
Naaman e Hammond (1998), empregaram em seus estudos experimentais
fibras de aço com ancoragem, um volume de 2% e fator de forma de 60, sendo
que resultou em quase 3 x 106 ciclos até a ruptura, sendo que as tensões foram
variadas de 10% a 70% da carga estática. Entretanto, segundo Li e Matsumoto
(1998), não é necessário que sejam incorporados grandes teores de fibras,
sendo que pequenas quantidades adicionadas já melhoram a propriedade com
relação à fadiga.
28

2.3.1.7 Dosagem de concreto com fibras de aço

De acordo com Figueiredo,(2011) para que haja a viabilidade econômica


do concreto reforçado com fibras, deve-se dosar de uma forma que seja
otimizado o consumo de fibras, ou seja, definir o mínimo consumo necessário
para que sejam atendidas as exigências de desempenho. Deve-se ressaltar que
a viabilidade econômica do concreto reforçado com fibras, não se pode basear
única e exclusivamente no seu custo unitário, mas sim no custo global como um
todo que pode ser proporcionado.
De acordo com o ACI 544, o concreto com fibras é especificado pelo teor e
pela sua resistência. Geralmente a resistência à compressão é especificada para
aplicações estruturais, enquanto que a resistência à flexão é especificada para
aplicar em pavimentos. Usualmente é especificado resistência à compressão de
34 a 48 MPa aos 28 dias e resistência à flexão de 5 a 7 MPa para a mesma
idade. Os extremos máximos usuais são de 1,2% a 1,5% em volume, porém
podem ser especificados também teores baixos de 0,38% e altos de até 2,8%.
Figueiredo, Ceccato e Torneri (1997) fizeram um estudo entre a resistência
de fibras (ancoradas) que possuíam comprimentos diferentes, porém seções
transversais iguais, e foi obtido um ganho de 57,5% para a fibra de maior
comprimento.
Segundo Figueiredo (2011), é possível correlacionar a carga aplicada, com
a deflexão gerada para diferentes teores de fibras. É possível observar que para
uma mesma deformação, quanto maior o teor de fibras, maior será a
necessidade de aplicação de carga, ou seja, quanto maior o teor de fibras, maior
capacidade portante para o compósito, conforme figura 7.
29

Figura 7-Concretos com diferentes teores de fibras

Curvas para concretos com fck=20MPa com diferentes teores de fibras

2.3.1.8 Aplicações

De acordo com o ACI 544 (1988) as fibras de aço estão sendo utilizadas
tanto em usos não estruturais quanto em usos estruturais. Esses usos podem
ser observados em pavimentos de aeroportos e rodovias, fundações de
máquinas, pisos industriais, estruturas hidráulicas (barragens, vertedouros e
para resistir a cavitação), concretos refratários, revestimento de túneis e minas,
pisos de pontes, revestimento para estabilização de taludes em rodovias e
ferrovias dentre outras.
Segundo Mehta e Monteiro (2008) a primeira aplicação estrutural que o
concreto reforçado com fibras teve foi na produção de painéis desmontáveis de
3250 mm² com 65 mm de espessura, em Londres, no ano de 1971, para utilizar

em um estacionamento do aeroporto Heathrow. O concreto teve a incorporação


de fibras de aço estiradas a frio de 25 mm de comprimento e 0,25 mm de
30

diâmetro, em uma proporção de 3% em massa. Após 5 anos de uso, foi realizada


uma inspeção, e não foi detectado nenhum sinal de fissura.
De acordo com Mehta e Monteiro (2008) em 1971, o U. S. Army
Construction Engineering Research Laboratory realizou experimentos em um
concreto reforçado com fibras (em volume de 2%) em lajes que são utilizadas
para decolagem em Vicksburg, Missisipi. O experimento consistiu em submeter
a pista de decolagem a um carregamento gerado pelas 12 rodas da aeronave
C5A (13,6 toneladas por roda). A comparação foi realizada entre uma laje de
concreto reforçadas com fibras de 150 mm de espessura com uma laje de
concreto simples de 250 mm de espessura. Enquanto que a laje de concreto com
fibras necessitou de 350 carregamentos para fissurar, a de concreto
convencional precisou de apenas 40. Da mesma forma, o concreto simples foi
julgado destruído com 950 carregamento, sendo que o concreto reforçado com
fibras após 8735 carregamentos, se mostrou em condições de uso, mesmo com
as fissuras apresentadas.
Segundo Figueiredo (2011) as principais aplicações do concreto com fibras
são em pavimentos, revestimento de túneis e tubos de concreto para obras de
saneamento. Como principal vantagem de uso desse concreto para pavimentos,
se tem a eliminação da colocação de armadura o que acarreta em um número
menor de funcionários e um tempo reduzido para a execução. De forma análoga,
existe uma redução do tempo de execução de túneis, uma vez que é eliminada
a colocação de tela metálica. Como tendência de utilização futura, é possível
destacar o caso de estruturas submetidas a esforços de fadiga ou ainda a abalos
sísmicos

2.3.2 Macro fibra de polímeros

2.3.2.1 Histórico

As macro fibras de base polimérica surgiram no mercado internacional nos


anos 1990 quando começaram a ser fornecidas em cilindros que consistiam em
feixes de um grande número de fibras unidos por uma fita externa.
De acordo com Morgan; Rich (1996) as primeiras aplicações ocorreram
para o concreto projetado na Australia e Canadá.
31

2.3.2.2 Características fibra de polipropileno

De acordo com Figueiredo (2011) as fibras de polipropileno são fornecidas


em duas formas básicas: as microfibras e as macro fibras, conforme figuras 11
e 12. As microfibras, possuem dois tipos básicos: as mono filamentos e as
fibriladas, conforme figura 8. As fibriladas apresentam-se como uma malha de
finos filamentos de seção retangular. A estrutura da malha das fibriladas
promove um aumento na adesão entre a fibra e a matriz devido ao efeito de
intertravamento. As fibras chamadas de monofilamentos consistem em fios
cortados em comprimento padrão.

Figura 8-Microfibras de polipropileno

Fibras de polipropileno fibriladas (a), fibras monofilamento (b), Figueiredo (2005)

As fibras de polipropileno são compostas por filamentos extremamente


finos, de material polimérico que pode ser moldado usando apenas aquecimento,
é um material termoplástico. Possuem grande flexibilidade e tenacidade em
função de sua constituição.
Possuem grande variedade de formas e baixo modulo de elasticidade
variando em torno de 8 GPa. As fibras de polipropileno possuem resistência a
tração de aproximadamente 400 MPa e elevada resistência ao ataque de
substâncias químicas e álcalis.
As fibras de polipropileno possuem baixa resistência ao fogo e baixa
sensibilidade á luz solar,e aderência limitada a matriz. Auxiliam no controle de
32

micro- fissuração durante o endurecimento do concreto, sendo usadas em


estruturas onde existem grandes superfícies, como em pavimentos e pisos
industriais.
De acordo com Onuki; Gasparetto (2013) segundo ensaios realizados
obtiveram os seguintes resultados em concretos com o uso de cimento tipo CP
IV, classe de resistência utilizada 32 MPa, com slump de 140mm com adição de
fibras de aço e de polipropileno, conforme figura 9.
Para o ensaio de resistência a compressão (NBR 5739:1994).

Figura 9-Resultados de ensaio a compressão.

Onuki; Gasparetto (2013)


33

Para ensaios de determinação da resistência à tração por compressão diametral:


(NBR 7222:1994) conforme figura 10.

Figura 10-Resultados de ensaio a tração diametral

Onuki; Gasparetto (2013)

Figura 11- Macro fibras poliméricas

Cillindro com macrofibras poliméricas produzido para lançamento direto na


betoneira para a produção de concreto (Figueiredo 2010)
34

Figura 12-Macrofibras

Macro fibras fornecidas soltas (Figueiredo 2010)

De acordo com Figueiredo, (2000) a redução da fissuração e exsudação


com a adição de fibras poliméricas se deve ao fato de que as fibras dificultam a
movimentação da água no interior do concreto, aumentando sua coesão. Esse
aumento pode ser desejável para alguns usos específicos como o concreto
projetado ou pré-moldado, minimizando os riscos de desplacamento e
garantindo a estabilidade dimensional do concreto recém desformado.

2.3.2.3 Interação fibra matriz

Conforme (HASABA, 1984) um efeito importante da utilização desse tipo


de fibra é aumentar à capacidade de absorção de energia a tração. Isso
possibilita ao conjunto um melhor resultado quanto à flexão, principalmente na
etapa de pós fissuração na qual as fibras sofrem o processo de arrancamento
da matriz. Esse processo permite que o material ainda resista devido aos
mecanismos de transferência de tensões fibra/matriz, a determinados níveis de
tensão enquanto ocorre o deslizamento friccional. Como esse processo envolve
35

liberação de energia, esperam-se mudanças no comportamento dinâmico do


material.

2.3.2.7 Dosagem de concreto com macro fibras de polímeros

De acordo com Zollo (1984) uma fração volumétrica de 0,1% a adição de


fibras de polipropileno não afeta quaisquer propriedades do concreto endurecido.
Já uma fração volumétrica superior a 0,5% gera redução de 5 a 10% na
resistência a compressão, devido principalmente a dificuldade de
homogeneização dessas misturas.

2.3.2.8 Aplicações

As principais aplicações do concreto com fibras de polipropileno são:


- Lajes apoiadas no solo;
- Pisos industriais;
- Estruturas hidráulicas;
- Taludes e maciços estabilizados;
- Estruturas pré-moldadas;
- Tubos de concreto para esgotos e águas pluviais;
- Casca de parede fina;
- Tanques e piscinas.
36

3. METODOLOGIA

3.1. Introdução

O presente trabalho se dará pela comparação dos resultados de


resistência compressão, tração (diametral), tração na flexão e módulo de
elasticidade entre concretos com diferentes teores de fibras, sendo três traços
com fibras de aço, três traços com fibras de polímeros flexíveis e três traços com
fibras de polímeros rígidos e um traço sem fibras usado como referência.

3.2. Caracterização dos materiais

3.2.1 Areia

Para os ensaios de tração e compressão foi utilizado dois tipos de agregado


miúdo, areia média natural e a areia grossa industrial. Secas de forma natural.

3.2.2 Brita

Para os ensaios de tração e compressão foi utilizado dois tipos de agregado


graúdo, a brita # 0 e a brita # 1, ambas provenientes da pedreira da região de
Santa Cruz do Sul. Materiais utilizados foram secos de forma natural.

3.2.3 Água

A água utilizada foi proveniente da rede de abastecimento público.


37

3.2.4 Cimento

Para a produção de todos os CPs foi utilizado o cimento portland CP II-40,


composto com fíler de 40 MPa , proveniente de mesmo lote. Doado pela empresa
de concretagem de Santa Cruz do Sul.

3.2.5 Fibra

As fibras que foram usadas para o trabalho são fibras de aço com
ancoragem nas extremidades, fibras de polímeros flexíveis e fibras de polímeros
rígidas. As fibras de aço segundo o fabricante têm resistência atração de 1,115
N/mm², comprimento de 50 mm, diâmetro de 1,05 mm e fator forma (l/d) de 45.
As fibras de polímeros segundo o fabricante têm resistência a tração de
600 MPa, comprimento de 51 mm, fator forma (l/d) de 74 e módulo de
elasticidade 9,5GPa.

3.2.6 Aditivo

Para os ensaios foi usado um aditivo químico líquido plastificante de pega


normal. Que atende aos requisitos da NBR 11.768/2011, “Aditivos químicos para
concreto de cimento Portland ”.
38

3.3. Dosagem de traços de concreto com fibras

Para a moldagem dos CPs foi usada a verificação padrão de


trabalhabilidade que é de 1:5 cimento agregado, com um teor de argamassa de
54%.
Nos traços que foram usados para a moldagem dos CPs foi usado um fator
de água /cimento de 0,5 a 0,55, que é usado para concretos de pisos industriais.
O slump foi ajustado com água e ficou entre 100mm e 160mm (classe
s100).
Para o estudo foi utilizado três teores de fibras para cada tipo de fibra.
Sendo A1, A2, A3 traços com fibras de aço.
PF4, PF5, PF6, traços com fibras de polímeros flexíveis.
PR7, PR8, PR9, traços com fibras de polímeros rígidas.
E RE10, traço usado como referência, todos estão representados conforme
tabela 1.
Tabela 1- Traços de concretos estudados

Materiais secos em kg
Traços Cimento Pozolana Areia Areia Brita Brita Macrofibra Água
Aditivo
CP II 40 cinza mineral industrial natural #1 #0 Prevista
A1 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,6 7,35 0,12
A2 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 1 7,35 0,12
A3 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 1,4 7,35 0,12
PF4 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,1 7,35 0,12
PF5 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,2 7,35 0,12
PF6 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,3 7,35 0,12
PR7 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,1 7,35 0,12
PR8 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,2 7,35 0,12
PR9 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,3 7,35 0,12
RE10 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0 7,35 0,12

Fonte: Arquivo pessoal


39

3.4. Ensaios de curva granulométrica e massa específico da areia e brita.

As massas específicas foram calculadas de acordo com a NBR 9776:1987


e a NBR NM 53:2003.
Para determinação da massa específica da areia natural e industrializada,
foi usada a expressão a (1) conforme NBR 9776:1987.
500
ɣ= (1)
𝐿𝑓 −200

onde,
ɣ é a massa específica;
𝐿𝑓 é a leitura final do frasco;
𝐿0 é a leitura inicial do frasco;
Para determinação da massa específica da brita #0 e brita #1, foi utilizada
a expressão (2), conforme NBR NM 53:2009.
𝒎
𝑑= (2)
𝒎𝒔 −𝒎𝒂

Onde,
d é a massa específica do agregado seco;
𝒎𝒔 é a massa ao ar da amostra em condição saturada;
𝒎𝒂 é a massa em água da amostra;
m é a massa ao ar da amostra seca;

3.5. Ensaio a compressão de corpo de provas cilíndricos de concreto.

Os ensaios a compressão do concreto com fibras foram feitos conforme


NBR 5739:2018.
Conforme NBR 5739:2018 os corpos-de-prova moldados devem atender
ao estabelecido na NBR 5738.
De acordo com a NBR 5739:2018 deve-se determinar o diâmetro a ser
utilizado para o cálculo da área da seção transversal com exatidão de +- 0,1mm,
pela média dos dois diâmetros, medidos ortogonalmente na metade da altura do
corpo de prova.
Determinar a altura do corpo de prova, que deve ser medida sobre seu eixo
longitudinal, com exatidão de 0,1 mm, incluindo o capeamento.
40

Os corpos de prova devem ser rompidos a compressão em uma dada idade


especificada, com as tolerâncias de tempo descritas na tabela da figura 14. No
caso de corpos de prova moldados de acordo com a NBR 5739, a idade deve
ser contada a partir do momento da moldagem.
Os ensaios foram realizados de acordo com NBR 5739:2018 compressão
de corpos de prova cilíndricos de concreto, conforme figura 13, todos os corpos
de provas foram capeados.

Figura 13- Ensaio de compressão

Fonte: Arquivo pessoal


41

Figura 14-Tolerancia para idade de ensaio

Imagem obtida a partir da NBR 5739:2018.

Antes de iniciar o ensaio as faces dos pratos e do corpo de prova


devem ser limpas e secas, antes destes serem colocados na posição de
ensaio. O corpo de prova deve ser cuidadosamente centralizado no prato
inferior, com o auxílio de círculos concêntricos de referência, observando-
se o sentido da moldagem. Quando o topo e a base dos corpos de prova
forem submetidos a desgaste por abrasão, indicar a orientação de
moldagem do corpo de prova de forma inequívoca.
A escala da força escolhida para o ensaio deve ser tal que a força de
ruptura do corpo de prova ocorra no intervalo que a máquina foi calibrada.
O carregamento do ensaio deve ser aplicado continuamente sem
choques, com velocidades de carregamento de (0,45+-0,15) MPa/s. A
velocidade de carregamento deve ser mantida constante durante todo o
ensaio.
O carregamento deve cessar quando houver uma queda de força que
indique a ruptura.
A resistência a compressão deve ser calculada conforme expressão (3).
4𝐹
𝑓𝑐 = 𝜋𝐷2 (3)

Onde:
fc é a resistência a compressão expressa em megapascais (MPa).
F é a força máxima alcançada, expressa newtons (N)
D é o diâmetro do corpo de prova, expresso em milímetros (mm)
42

O resultado da resistência a compressão deve ser expresso em megapascais


(MPa), com três algarismos significativos.

3.6. Ensaio de determinação da resistência à tração por compressão


diametral.

Os ensaios de resistência a tração por compressão diametral devem ser


realizados segundo NBR 7222:2011.
Segundo NBR 7222:2011 os corpos de prova moldados devem atender ao
estabelecido na NBR 5738.
O corpo de prova deve ser colocado de forma que o plano axial definido
por geratrizes diametralmente opostas, que deve receber o carregamento,
coincida com o eixo da aplicação de carga.
Colocar entre os pratos da máquina e os corpos de prova em ensaio, as
duas tiras de chapa duras de fibra de madeira. As tiras de madeira devem ser
usadas para apenas uma determinação conforme figura 15.
Ajustar os pratos da máquina até que seja obtida uma compressão capaz
de manter em posição o corpo de prova.
A carga deve ser aplicada continuamente e sem choques, com o
crescimento constante da tensão de tração, a uma velocidade de (0,05+-0,02)
MPa/s até a ruptura do corpo de prova.
43

Figura 15-Disposição do corpo de prova

Imagem obtida a partir da NBR 7222:2011

A resistência à tração por compressão diametral deve ser calculada pela


expressão (4).
2𝐹
fct,sp= (4)
𝜋𝑑𝑙
Onde:
fct,sp é a resistência á tração por compressão diametral, expressa com três
algarismos significativos, em megapascais (MPa).
F é a força máxima obtida no ensaio, expresso em newtons (N).
d é o diâmetro do corpo de prova expresso em milímetros (mm).
l é o comprimento do corpo de prova expresso em milímetros (mm).
44

Ensaios foram realizados em laboratório normatizados seguindo a NBR


7222:2011, conforme figura 16.

Figura 16-Procedimendo para ensaio de compressão diametral

Fonte: Arquivo pessoal


45

3.7. Ensaio de resistência a tração na flexão em corpos de prova


prismáticos
Segundo NBR 12142:2010, prescreve o método de ensaio para determinar
a resistência a tração na flexão do concreto usado em corpo de prova prismático,
conforme figura 17.

Figura 17-Disposição do corpo de prova prismático

Imagem obtida a partir da NBR 12142:2010

A resistência à tração na flexão deve ser calculada pela expressão (5).


𝑝𝑙
fct, = (5)
𝑏𝑑2
Onde:
fct, é a resistência á tração na flexão, expressa com três, em megapascais
(MPa).
p é a força máxima obtida no ensaio, expresso em newtons (N).
l a distância entre os apoios em (mm).
46

b é a largura do corpo de prova expresso em milímetros (mm).


d é a altura do corpo de prova expresso em milímetros (mm).
Os ensaios foram realizados segundo NBR 12142:2010 para determinação
da tração, conforme figura 18.

Figura 18-Procedimento para o ensaio de tração na flexão

Fonte: Arquivo pessoal


47

3.8. Preparação do concreto

Para a preparação do concreto foi utilizada betoneira com a


capacidade de 120 litros, os materiais foram pesados e separados conforme
figura 19. A adição dos materiais ocorreu com a betoneira em movimento na
seguinte ordem:
- 80% de água
- 100 % de agregado graúdo
- 100 % de agregado miúdo
- 100% da fibra
- 100 % de cimento
- 100% de cinza pozolanica
- 20% de água,
- 100% de aditivo.

Figura 19-Materiais pesados e separados para execução do concreto

Fonte: Arquivo pessoal

A mistura foi feita em aproximadamente 10 minutos, contados a partir do


primeiro lançamento de água. Após isso foi realizado o ensaio de abatimento
48

como tronco de cone, para verificar se a consistência pré-estabelecida foi


atingida conforme figura 20.

Figura 20-Ensaio de abatimento

Fonte: Arquivo pessoal

Estando o abatimento dentro dos parâmetros pré-estabelecidos prosseguiu


para a moldagem de doze corpos de prova cilíndricos para cada traço de
concreto, conforme figura 21, totalizando 120 corpos de prova cilíndricos
moldados ao fim do estudo. Foram adotados corpos de prova cilíndricos com
dimensões 10 cm x 20 cm para os ensaios de resistência a compressão e
compressão diametral.
E corpos de prova prismáticos com dimensões de 10 cm x 10 cm x 40 cm
para ensaios de tração na flexão totalizando 30 corpos de prova prismático,
conforme figura 22. Para a execução da moldagem foi utilizado adensamento
manual. Os moldes foram untados com óleo veicular.
49

Figura 21-Moldagem dos corpos de prova cilíndricos

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 22-Moldagem dos corpos de prova prismáticos

Fonte: Arquivo pessoal


50

Após a moldagem os corpos de prova ficaram guardados em local seguro


livre de intempéries e de vibrações. A desmoldagem ocorreu após 24 horas de
cura para não danificar os corpos de prova.
Após a desmoldagem os corpos de provas ficaram imersos em água para
que a cura do concreto ocorra da melhor maneira possível., sete dias para os
ensaios com esta idade de cura e vinte e oito dias para os ensaios com 28 dias
de cura úmida.

3.9. Módulo de elasticidade

Segundo a NBR 6118:2014, o modulo de elasticidade é calculado pela


expressão (6).
E = 5600 √fck, (6)
para fck de 20MPa a 50Mpa.
Sendo E = o modulo de elasticidade em Gpa.
 = coeficiente de ajuste para agregados graúdos sendo de basalto = 1,2.
fck = resistência a compressão do concreto em 28 dias.
Segundo a NBR 8522:2017, o modulo de elasticidade é calculado pela
expressão (7).
σb−σa
𝐸𝑐𝑖= (7)
εb−εa
Onde, σa é a tensão correspondente à deformação específica 0,5 (MPa), σb
é a tensão maior que corresponde à 0,3f c (MPa), εa é a deformação específica
média dos corpos de prova sob tensão de 0,5 MPa e ε b é a deformação
específica média dos corpos de prova sob tensão de 0,3fc, conforme figura 23.
51

Figura 23-Procedimento para o ensaio de módulo de elasticidade

Fonte: Arquivo pessoal


52

4. RESULTADOS E ANÁLISE

4.1. Areia e brita

Os ensaios para a determinação do peso específico e curva granulométrica


das areias natural e industrializada foram feitos segundo NBR 9776:1987.
Sendo o peso específico da areia natural 2,61 g/cm³, e o peso específico
da areia industrializada 2,82 g/cm³. Dados obtidos com ensaios de laboratório.
A curva granulométrica da areia média natural é dada pela tabela 2 e
gráfico 1.

Tabela 2-Curva granulométrica areia média natural

PENEIRA (mm) RETIDA (%) ACUMULADA (%)


4,75 0,64 0,64
2,36 1,88 2,52
1,18 3,84 6,36
0,6 12,92 19,28
0,3 61,18 80,46
0,15 16,76 97,22
FUNDO 2,68 99,9
Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 1-Curva granulométrica areia média natural

Fonte: Arquivo pessoal


53

A curva granulométrica da areia grossa industrializada é dada pela tabela


3 e gráfico 2.

Tabela 3-Curva granulométrica areia grossa industrializada

PENEIRA (mm) RETIDA (%) ACUMULADA (%)


4,75 1,24 0,64
2,36 19,56 20,8
1,18 19,22 40,02
0,6 12,92 52,94
0,3 10,7 63,64
0,15 8,68 72,32
FUNDO 27,66 99,98
Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 2-Curva granulométrica areia grossa industrializada

Fonte: Arquivo pessoal

A areia industrializada grossa possui um maior teor de partículas finas em


sua composição, comparada com a areia natural média.
Por possuir um maior teor de partículas finas (filer), no concreto a areia
industrializada consegue fechar com maior eficiência os espaços vazios, e ter
maior aderência do cimento agregado, gerando maiores resistências.
54

Os ensaios para a determinação do peso específico e curva granulométrica


da brita#0 e brita#1 foram feitos segundo a NBR NM 53:2009.
Sendo o peso específico da brita #0 2,88 g/cm³, e o peso específico da
brita #1 2,73 g/cm³. Dados obtidos com ensaios de laboratório.
A curva granulométrica da brita #0 é dada pela tabela 4 e gráfico 3.

Tabela 4 -Curva granulométrica brita #0

PENEIRA (mm) RETIDA (%) ACUMULADA (%)


19 0 0
12,5 0 0
9,5 0,022 2,2
6,3 0,3253 34,73
4,75 0,2301 57,74
FUNDO 0,4227 100,01

Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 3-Curva granulométrica brita #0

BRITA #0
120

100
ACUMULADA%

80

60

40

20

0
19 12,5 9,5 6,3 4,75 FUNDO

mm

Fonte: Arquivo pessoal


55

A curva granulométrica da brita #1 é dada pela tabela 5 e gráfico 4.

Tabela 5-Curva granulométrica brita #1

PENEIRA (mm) RETIDA (%) ACUMULADA (%)


19 0 0
12,5 0,7022 70,22
9,5 0,263 96,52
6,3 0,0325 99,77
4,75 0 99,77
FUNDO 0,0042 100,19

Fonte: Arquivo pessoal

Gráfico 4-Curva granulométrica brita #1

BRITA #1
120

100
ACUMULADA %

80

60

40

20

0
19 12,5 9,5 6,3 4,75 FUNDO

mm

Fonte: Arquivo pessoal


56

4.2. Traços de concreto com fibras

Para o trabalho foram executados dez traços de concretos sendo nove com
diferentes teores de fibras, contendo macro fibras de aço e macro fibras de
polimeros de e um traço de referência conforme ilustrado na tabela 6.

Tabela 6: Traços de concreto

Materiais secos em kg
Traços Cimento Pozolana Areia Areia Brita Brita Macrofibra Aditivo Água Fator água/ Slump
CP II 40 cinza mineral industrial natural #1 #0 consumida aglomerante (mm)
A1 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,6 0,12 7,10 0,48 110
A2 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 1 0,12 6,95 0,47 100
A3 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 1,4 0,12 7,30 0,50 110
PF4 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,1 0,12 8,45 0,57 110
PF5 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,2 0,12 9,25 0,63 110
PF6 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,3 0,12 9,75 0,66 120
PR7 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,1 0,12 8,30 0,56 110
PR8 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,2 0,12 8,25 0,56 120
PR9 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0,3 0,12 8,45 0,57 110
RE10 12,5 2,2 12,9 24 27,4 13 0 0,12 8,15 0,55 110

Fonte: Arquivo pessoal

Os traços com fibras de aço A1, A2 e A3 tiveram uma menor relação


água/aglomerante em relação ao traço usado como referência.
Os traços com fibras de polímeros flexíveis PF4, PF5, e PF6 tiveram uma
maior relação água/aglomerante em relação ao traço usado como referência.
Os traços com fibras de polímeros rígidas PR7, PR8 e PR9 ficaram muito
próximos da relação água /aglomerante.
Todos os traços ficaram com slump entre 100 mm e 120 mm, para atender
a trabalhabilidade.
57

4.3. Resistência a compressão

Na tabela 7 constam os resultados do ensaio de resistência a


compressão em Mpa de acordo com cada traço com cura de 7 dias e 28 dias.

Tabela 7-Resultados ensaios de compressão

AÇO POLIMERO FLEXÍVEL POLIMERO RÍGIDO REFERÊNCIA


TRAÇOS A1 A2 A3 PF4 PF5 PF6 PR7 PR8 PR9 RE10
MPA (7 DIAS) 33,7 37,4 33,3 26,9 25,0 21,5 32,0 29,0 29,2 36,4
MPA (28 DIAS) 42,2 44,2 39,1 34,3 32,3 27,7 42,1 38,4 39,7 45,6
FATOR A/C 0,48 0,47 0,50 0,57 0,63 0,66 0,56 0,56 0,57 0,55

Fonte: Arquivo pessoal

Os traços com fibras de aço tiveram um fator água/cimento menor que o


traço de referência, mas sua resistência a compressão ficou muito próxima do
traço de referência.
Os traços com polímeros flexíveis tiveram um aumento no fator
água/cimento, em relação ao traço de referência, o que ocasionou uma
diminuição da resistência a compressão, cerca de 28%.
Os traços com polímeros rígidos mantiveram a relação água/cimento em
ralação ao traço de referência, porem sua resistência a compressão diminuiu
cerca de 10%.
58

4.4. Resistência a tração (Compressão diametral)

Na tabela 8 constam os resultados do ensaio de resistência a compressão


diametral em MPA de acordo com cada traço com cura de 7 e 28 dias.

Tabela 8-Resistencia a tração (Compressão diametral)

AÇO POLIMERO FLEXÍVEL POLIMERO RÍGIDO REFERÊNCIA


TRAÇOS A1 A2 A3 PF4 PF5 PF6 PR7 PR8 PR9 RE10
MPA (7 DIAS) 2,94 3,24 3,33 2,47 2,25 1,82 2,58 2,65 2,25 2,71
MPA (28 DIAS) 2,82 3,05 3,56 2,97 3,18 4,12 3,76 3,73 4,11 4,21
FATOR A/C 0,48 0,47 0,50 0,57 0,63 0,66 0,56 0,56 0,57 0,55
Fonte: Arquivo pessoal

Os traços com fibras de aço tiveram um fator água/cimento menor que o


traço de referência, sua resistência foi aumentando com o aumento do teor de
fibra, mas sua resistência a tração ficou um abaixo do traço de referência cerca
de 28%.
Os traços com polímeros flexíveis tiveram um aumento no fator
água/cimento, em relação ao traço de referência, sua resistência foi aumentando
com o aumento do teor de fibra, apesar de um aumento no fator água/cimento o
traço PF6 teve um resultado muito próximo do traço de referência.
Os traços com polímeros rígidos mantiveram a relação água/cimento em
ralação ao traço de referência, sua resistência foi aumentando com o aumento
do teor de fibra, os traços PR7 e PR8 ficaram abaixo do traço de referência cerca
de 11% e o traço PR9 teve resultado muito próximo do traço de referência.
59

4.5. Resistencia a tração na flexão

Na tabela 9 constam os resultados do ensaio de resistência a tração na


flexão em MPA de acordo com cada traço com cura de 7 dias e 28 dias.

Tabela 9-Tração na flexão

AÇO POLIMERO FLEXÍVEL POLIMERO RÍGIDO REFERÊNCIA


TRAÇOS A1 A2 A3 PF4 PF5 PF6 PR7 PR8 PR9 RE10
MPA (7 DIAS) 4,33 3,17 5,07 3,74 3,55 3,49 4,29 4,09 3,30 4,39
MPA (28 DIAS) 5,51 5,36 5,80 4,56 5,09 4,86 5,93 5,28 5,79 6,30
FATOR A/C 0,48 0,47 0,50 0,57 0,63 0,66 0,56 0,56 0,57 0,55
Fonte: Arquivo pessoal

Os traços com fibras de aço tiveram um fator água/cimento menor que o


traço de referência, sua resistência foi aumentando com o aumento do teor de
fibra, exceto pelo traço A2 mas sua resistência a tração ficou um pouco abaixo
do traço de referência cerca de 14%.
Os traços com polímeros flexíveis tiveram um aumento no fator
água/cimento, em relação ao traço de referência, apesar de um aumento no fator
água/cimento o traço PF5 teve um resultado próximo do traço de referência.
Os traços com polímeros rígidos mantiveram a relação água/cimento em
ralação ao traço de referência, os traços PR7 e PR9 ficaram muito próximos do
traço de referência e o traço PR8 ficou abaixo cerca de 15%.
60

4.6. Módulo de elasticidade


Os resultados do modulo de elasticidade calculados segundo NBR
6118/2014 e NBR 8522/2017 são apresentados na tabela 7.

Tabela 10- Módulo de elasticidade

AÇO POLIMERO FLEXÍVEL POLIMERO RÍGIDO REFERÊNCIA


TRAÇOS A1 A2 A3 PF4 PF5 PF6 PR7 PR8 PR9 RE10
GPa NBR 6118 (28 DIAS) 43,63 44,68 42,02 39,36 38,22 35,37 43,60 41,62 42,34 45,38
GPa NBR 8522 (28 DIAS) 32,60 33,28 34,22 29,40 32,15 27,40 25,32 30,64 32,54 31,20
FATOR A/C 0,48 0,47 0,50 0,57 0,63 0,66 0,56 0,56 0,57 0,55

Fonte: Arquivo pessoal

Em todos os traços a NBR 6118:2014 apresenta resultados bem maiores


que a NBR 8222:2017.
Os traços com fibras de aço apresentaram aumento no módulo de
elasticidade com o aumento do teor de fibras no traço. O traço A3 teve maior
ganho em relação ao traço de referência cerca de 8%.
Os traços com polímeros flexíveis PF4 e PF6 ficaram abaixo do traço de
referência cerca de 12%, o traço PF5 ficou muito próximo do valor de referência.
Os traços com fibras de polímeros rígidas PR7 e PR8 ficaram abaixo do
traço de referência, o traço PR9 teve um ganho de 4,3%.
61

5. CONCLUSÃO

5.1 Conclusão do trabalho

O maior ganho de resistência a compressão foi com a adição de fibras de


aço no concreto. As fibras poliméricas tiveram menores resultados de resistência
que o concreto de referência. Com adição de fibras de aço teve um pequeno
aumento na resistência a compressão do concreto cerca de 2,67% em relação
ao traço de referência com sete dias de cura úmida.
Com 28 dias de cura os traços com fibras de aço tiveram resultados na
compressão muito próximo do traço de referência, porem ficaram abaixo do valor
de referência e os traços com polímeros tiveram valores abaixo do traço de
referência.
O maior ganho de resistência a tração foi com a adição de fibras de aço no
concreto. Com adição de fibras de aço teve um aumento significativo na
resistência a tração do concreto cerca de 19% em relação ao traço de referência,
com sete dias de cura úmida.
Com 28 dias de cura todos os traços com fibras de aço e de polímeros
tiveram resistência a tração abaixo do traço de referência.
O maior ganho de resistência a tração foi com a adição de fibras de aço no
concreto. Com adição de fibras de aço teve um aumento significativo na
resistência a tração do concreto cerca de 13% em relação ao traço de referência,
com sete dias de cura úmida.
Com 28 dias de cura os traços com fibras de aço e de polímeros rígidos
tiveram valores de resistência a tração muito próximos do valor de referência,
porem abaixo do valor de referência, os traços com fibras flexíveis tiveram
valores abaixo do valor de referência.
Os traços com fibras de aço A1, A2, e A3 apresentaram resultados de
módulo de elasticidade muito próximos do traço de referência, porém abaixo do
valor de referência, já os traços com fibras de polímeros tiveram resultados
abaixo do valor de referência.
Para moldagem dos corpos de provas, ao colocar o concreto nas fôrmas
foi encontrada a dificuldade para dar acabamento na face superior, por possuir
pontas das fibras para fora da forma, dificultando o acabamento.
62

Tendo em vista os resultados apresentados anteriormente confirmou-se


que a presença das fibras nos corpos de prova, não traz nenhum resultado
significativo.

5.2 Sugestões para trabalhos futuros

O estudo realizado envolveu somente um comparativo entre traços de


concretos com macro fibras de aço e macro fibras de polímeros, para trabalhos
futuros, sugere-se:

• Estudar outros teores de fibra na mistura do concreto;


• Aumentar o 𝑓𝑐𝑘 do concreto;
• Utilizar outros tipos de fibras para realização dos comparativos;
• Usar outras adições como sílica;
• Verificar o impacto de aditivos superplastificantes;
• Realizar ensaios de tenacidade para os traços trabalhados;
63

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMERICAN CONCRET INSTITUTE, Commitee 544, Design considerations


for steel fiber reinforced concrete. ACI journal, Detroit, set-out 1988, p 563-580

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739:


Concreto – Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos – Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 2018.

_____. NBR 7222: Concreto e argamassa –Determinação da resistência


atração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos – Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 2011.

_____. NBR 8522: Concreto- Determinação dos módulos estatísticos de


elasticidade e de deformação à compressão. Rio de Janeiro: ABNT, 2017

_____. NBR 9776: Agregados – Determinação da massa específica de


agregados miúdos por meio do frasco Chapman. Rio de Janeiro, 1987

_____. NBR 12142: Concreto – Determinação da resistência à tração na


flexão em corpos-de-prova prismáticos. Rio de Janeiro, 2010.

_____. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação de massa específica


e massa específica aparente. Rio de Janeiro, 2009.

_____. NBR NM 53: Agregado graúdo – Determinação de massa


específica, massa específica aparente e absorção de água. Rio de Janeiro, 2009.

______. NBR 15530: Fibras de aço para concreto. Especificação. Rio de


Janeiro, 2007.
64

______. NBR 7211: Agregado para concreto–Especificação. Rio de


Janeiro, 2009.

______. NBR 15900-1:2009 Água para amassamento de concreto parte 1


–Requisitos. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 7222: Concreto e argamassa –Determinação da resistência


atração por compressão diametral de corpos de prova cilindricos – Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 2011.

______. NBR 6118: Concreto- Projeto de estruturas de concreto –


Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BALAGURU, P. N., SHAH, S. P. Fiber-Reinforced Cement Composites,


International Edition, 1992.

FIGUEIREDO, A.D.; CECCATO, M.R. e TORNERI, P. Influência do


comprimento da fibra no desempenho do concreto reforçado com fibras de aço.
39a REIBRAC. Instituto Brasileiro do Concreto. São Paulo. 1997. 10p.

Figueiredo, Antônio Domingues de. Concreto com fibras de aço / A.D. de


Figueiredo. -- São Paulo : EPUSP, 2000.

Figueiredo, Antônio Domingues de. Concreto reforçado com fibras / A.D.


de Figueiredo. -- São Paulo : 2011.

GAVA, G. P.; PIERI, T. S.; PRUDÊNCIO JR., L. R. Ensaio de flexão de


vigas de concreto reforçado com fibras de aço: influência da presença e
posicionamento do entalhe e do número de fibras na seção fissurada. e-Mat -
Revista de Ciência e Tecnologia de Materiais de Construção Civil. Vol. 1, n. 2, p.
114-127, 2004.
65

HASABA, S., KAWAMURA, M., KOIZUMI, T., et al., Resistibility Against


Impact Loadand Deformation Characteristics Under Bending Load in Polymer
and Hybrid(Polymer and Steel) Fiber Reinforced Concrete. Detroit- 1984.

MEDEIROS, A. Estudo do comportamento à fadiga em compressão do


concreto com fibras. Tese de Doutorado, PUC – RJ: 201 p.; Rio de Janeiro,
Brasil; 2012.

MEHTA, P. K. MONTEIRO, Paulo Jose Melaragno. Concreto: estrutura,


propriedades e materiais. São Paulo: PINI, 1994. 573p.

MEHTA, P. K; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e


materiais. São Paulo: Ibracon, 2008. 751p.

MEHTA, P. K; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e


materiais. São Paulo: Ibracon, 2014. 674p.

NAAMAN, A. E.; HAMMOND, H. Fatigue characteristics of high


performance fiber-reinforced concrete. Cement & Concrete Composites, v.20,
1998., p363.

.
ONUKI ,F.A. Michelle; GASPARETTO,A. Patricia. Comparativo das
propriedades do concreto no estado fresco e endurecido com adição de fibras
de aço e de polipropileno. 2013. Trabalho de conclusão de curso Universidade
Federal Paraná, Curitiba, 2013.

Shimosaka, Tobias Jun. Influência do teor de diferentes tipos de fibras de


aço em concretos auto adensáveis / Tobias Jun Shimosaka. - 2016. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil. Pato Branco, PR, 2016.
66

TANESI, J. A influência das fibras de polipropileno no controle da fissuração


por retração. Dissertação apresentada na Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, 1999.

TEZUKA, Y. Concreto armado com fibras. São Paulo, ABCP, 1989. 24p.

VELASCO, R. V. Concretos autoadensáveis reforçados com elevadas


frações volumétricas de fibras de aço: propriedades reológicas, físicas, mecânica
e térmicas. Tese de Doutorado, UFRJ – RJ: 349 p.; Rio de Janeiro, Brasil; 2008.

VENDRUSCOLO, M. A. Estudo do Comportamento de Materiais


Compósitos Fibrosos para Aplicação como Reforço de Base de Fundações
Superficiais. Tese de D. Sc., PPGEC/UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil, 224 pp,
2003.

Você também pode gostar