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DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA

DE CONSTRUÇÕES EM
BETÃO ARMADO

DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 1/272


3. ANOMALIAS E CAUSAS

3.2 Anomalias decorrentes do


processo de construção

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias decorrentes do processo
de construção
a) Vazios e zonas porosas:

Ocorrem junto às superfícies


exteriores ou no interior da massa
do betão.

Principais causas:
• deficiente compactação do betão;
• segregação dos inertes;
• granulometria mal escolhida dos
inertes (deficiência de finos);
• baixa relação água / cimento;
• deficiente vibração;
• cofragem mal escorada ou de
rigidez insuficiente.
Zonas porosas
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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

a) Vazios e zonas porosas (cont.):


Zonas porosas no betão Vazios no betão

“Bolhas de pele” “Chochos”


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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

b) Segregação:

A segregação do betão resulta numa distribuição não uniforme


dos seus constituintes. Em consequência, encontram-se finos
em excesso à superfície e percentagens elevadas de água /
cimento.
Principais causas:
• a preparação incorrecta do
betão;
• o excesso de vibração;
• betonagem de alturas
excessivas.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

b) Segregação (cont.):

A segregação pode também ocorrer quando o espaçamento das


armaduras é muito pequeno e não permite a passagem dos
agregados durante a betonagem.

Armaduras com espaçamento


demasiado reduzido para
betonagem / vibração

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

c) Erros de geometria:

Por vezes, a colocação em obra dos elementos de uma


estrutura não respeita o projecto e não segue a geometria e
dimensionamento exacto das peças. Disto podem resultar por
exemplo pilares e paredes com inclinações ou excentricidades
entre elementos da estrutura.

Principais causas:
• deficiente controlo da
qualidade na execução
(posicionamento incorrecto
da cofragem).

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

d) Descontinuidades visíveis no betão:

Juntas de betonagem são pontos de descontinuidade muito


frequentes, onde o betão não tem uma ligação forte e uniforme.
Acontecem quando novo betão é depositado sobre um betão já
em fase de presa. O novo betão não adere completamente ao
betão inicial ficando entre eles uma separação visível.
Principais causas:
• deficiente controlo da
qualidade na execução.

Junta de betonagem visível


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3.2 Anomalias (processo de construção)

d) Descontinuidades visíveis no betão (cont.):

“Esbabaçado”

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

d) Descontinuidades visíveis no betão (cont.):

“Crostas”

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

e) Manchas no betão:

As manchas existentes à superfície do betão decorrentes do


processo de construção podem ser: manchas de humidade,
colorações ou eflorescências (sais).

Principais causas:
• acção dos materiais incorporados no fabrico do betão;
• ataque de ácidos, sulfatos e álcalis;
• deficiente colocação de armaduras (corrosão);
• deficiente colocação / preparação da cofragem;
• acção de óleos de descofragem.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

e.1) Manchas de humidade:

As manchas de humidade
no betão ocorrem por
perda de humidade
através da cofragem.

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3.2 Anomalias (processo de construção)
2) Manchas coloridas:

As colorações estão relacionadas com as variações de cor à


superfície do betão (agregados aparentes, salpicado, negrões,…).

Por exemplo:
• os óxidos metálicos (contidos nos inertes) que se encontram
próximo da superfície, oxidam e hidratam, originando
coloração avermelhada; estes óxidos são facilmente
detectados com água de cal;
• quando se utiliza o cloreto
de cálcio como acelerador
da presa, podem ocorrer
nódulos à superfície,
causando manchas.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

e.2) Manchas coloridas (cont.):

A superfície do betão pode ser manchada (contaminada) devido à


oxidação das armaduras durante o processo de construção.

Deficiente colocação das armaduras, Oxidação das armaduras que


que ficaram em contacto com a ainda não foram betonadas
cofragem

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

3) Manchas brancas (eflorescências):

As eflorescências são depósitos de sais cristalizados que aparecem


à superfície do betão endurecido e têm origem na circulação de
água através deste material.

Principais causas:
• sais solúveis e matéria
orgânica existente nos
agregados ou água de
amassadura.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

f) Fissuração:

Durante o processo de construção, pode dar-se origem a fissuração


significativa.

Principais causas:
• colocação incorrecta
das armaduras e cabos
de pré-esforço;
• deficiente cura do betão;
• assentamento plástico do
betão;
• remoção prematura das
cofragens.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

f.1) Fissuração devido à colocação incorrecta das


armaduras e cabos de pré-esforço:
• no caso das armaduras, uma colocação incorrecta pode
implicar deficiente recobrimento das mesmas, o que facilita a
fissuração e não protege da corrosão;

• os deslocamentos das
armaduras antes do
endurecimento do
betão podem provocar
igualmente fissuras.

Ausência de recobrimento
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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

f.1) Fissuração devido à colocação incorrecta das


armaduras e cabos de pré-esforço (cont.):
• no caso dos cabos de pré-esforço, a sua excentricidade tem que
estar de acordo com o projecto, ou a capacidade resistente será
necessariamente menor podendo provocar fissuração e mesmo
colapso.

Cabo de pré-esforço
mal colocado
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3.2 Anomalias (processo de construção)

f.2) Fissuração devido à deficiente cura do betão / calor de


hidratação:
• uma cura do betão mal executada pode levar à fissuração por
retracção do betão, pois não existe água para compensar a
evaporação natural durante a sua secagem;

• raramente este tipo de fissuras implica


a fractura dos agregados mas provoca
separação à volta dos agregados.

Retracção plástica
do betão
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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.3 Anomalias estruturais
f.2) Fissuração devido à deficiente cura do betão / calor de
hidratação (cont.):
O betão fresco passa por um processo de aumento de
temperatura devido ao calor gerado pela hidratação do cimento.

O aumento de temperatura ocorre durante as primeiras horas ou


dias depois da betonagem e o betão arrefece de seguida até à
temperatura ambiente.

O calor de hidratação associado a baixa resistência do betão


pode levar a fissuras.

As fissuras devido ao calor de hidratação são mais severas com


a não existência de juntas de dilatação e em peças de grandes
dimensões.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

f.3) Fissuração devido ao assentamento plástico do betão:


• as fissuras causadas pelo assentamento plástico do betão
devem-se à migração da água do betão para a superfície
exterior antes de atingir a presa;

• a diminuição do volume de betão provoca assentamento que,


quando impedido localmente pela armadura ou cofragem, causa
fissuração.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

f.4) Fissuração devido à remoção prematura das cofragens:

• a remoção da estrutura de suporte da cofragem antes de o betão


atingir a resistência necessária pode provocar fissuração,
deformações e até mesmo o colapso.

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

1. Identifique as anomalias associadas ao processo de


construção

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)

2. Identifique as anomalias associadas ao processo de


construção

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)
Vazios e zonas porosas
Erros de geometria

Bolhas de pele à superfície de uma viga

Irregularidade do perfil do pilar

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3. ANOMALIAS E CAUSAS
3.2 Anomalias (processo de construção)
Segregação Descontinuidades visíveis

Aspecto de um betão mal vibrado em que


houve segregação e, consequentemente,
formação de “ninhos de pedras”

Deficiente junta de betonagem

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