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Manifestações Patológicas Em Fachadas De Revestimento Cerâmico

L.B. SANTOS I.V. VOSTA


Engenheiro, graduando DOCTUM Engenheira, graduanda DOCTUM
Centro de Engenharias DOCTUM- Centro de Engenharias DOCTUM-
Campus Itamar Franco Juiz de Fora - MG. Campus Itamar Franco Juiz de Fora - MG
Lucasbrun765@gmail.com

RESUMO

As manifestações patológicas em fachadas de revestimentos cerâmicos podem ocorrer devido


a uma série de fatores, como problemas estruturais, falhas na instalação, condições climáticas
adversas e falta de manutenção adequada.

Palavras chaves: manifestação patológica, revestimento cerâmico, fachada, desplacamento.

ABSTRACT
Pathological manifestations in ceramic tile facades can occur due to a number of factors, such
as structural problems, installation failures, adverse weather conditions and lack of proper
maintenance.

Keywords: Pathological manifestation, Ceramic coating, Facade, Desplacing.

Manifestações patológicas em fachadas de revestimento cerâmico


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INTRODUÇÃO

As manifestações patológicas em fachadas de revestimento cerâmico podem ocorrer


devido a diversos fatores, como falta de manutenção adequada, uso de materiais de baixa
qualidade, má execução da instalação, exposição a condições climáticas extremas ou até
mesmo problemas estruturais do edifício.

Alguns dos problemas mais comuns são o descolamento das placas cerâmicas, infiltrações
de água, trincas, eflorescência (depósito de sais minerais na superfície), manchas,
desbotamento e desgaste prematuro.

O descolamento das placas cerâmicas pode ocorrer devido a falhas na fixação, uso
inadequado de argamassa ou até mesmo movimentações estruturais do edifício. As
infiltrações de água podem surgir devido à falta de impermeabilização adequada ou
problemas na junta de dilatação entre as placas. Trincas podem ocorrer devido a tensões
estruturais, má execução da instalação ou expansão térmica. A eflorescência é causada
pela migração de sais minerais presentes na argamassa ou na própria cerâmica, formando
manchas brancas na superfície. O desbotamento e desgaste prematuro podem ser
resultado da exposição contínua aos raios solares, chuva ácida ou uso de produtos
químicos inadequados na limpeza.

Para prevenir essas manifestações patológicas, é importante seguir as orientações do


fabricante para instalação e manutenção adequadas dos revestimentos cerâmicos. Além
disso, é fundamental contar com profissionais especializados na execução do projeto e
utilizar materiais de qualidade. A inspeção regular das fachadas e a realização de reparos
ou correções precoces também são medidas importantes para evitar problemas futuros.

OBJETIVO:O objetivo do trabalho sobre manifestações patológicas em fachadas de


revestimento cerâmico é estudar, analisar e compreender as diversas formas de
deterioração que podem ocorrer nesse tipo de revestimento. Esse trabalho tem como
propósito identificar as causas raiz dessas patologias e fornecer soluções e recomendações
para prevenir, mitigar ou corrigir os problemas encontrados.
METODOLOGIA: O presente artigo foi elaborado a partir de consultas bibliográficas em
meio digital, como repositório das universidades, revistas eletrônicas e o google
acadêmico. Sendo a pesquisa descritiva e exploratória nos temas fachada, fachada com
revestimento cerâmico e patologias de desplacamento cerâmico e posterior foi realizado
um levantamento de informações quanto ao desplacamento cerâmico.

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TÓPICOS:

 Classificar e descrever as manifestações patológicas mais comuns em fachadas de


revestimento cerâmico.
 Investigar as causas subjacentes dessas manifestações, como problemas estruturais,
falhas de instalação, ação de agentes externos, entre outros.
 Analisar as consequências das patologias, incluindo impactos estéticos, durabilidade,
segurança e desempenho do revestimento cerâmico.
 Propor soluções e estratégias para prevenir a ocorrência de patologias, bem como
recomendações para reparos e intervenções corretivas quando necessário.
 Avaliar a eficácia das medidas preventivas e corretivas adotadas, considerando sua
durabilidade, custo-benefício e sustentabilidade.

REFERENCIAL TEÓRICO:

TIPOS DE FACHADAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO:


Para entender melhor as patologias dos revestimentos cerâmicos necessitamos entender de
forma geral os tipos de revestimentos aplicados no e os métodos de sua aplicação.

Fachada com tijolos cerâmicos: Essa fachada utiliza tijolos cerâmicos como revestimento. Esses
tijolos são colocados em camadas, criando um visual tradicional e rústico. Essa opção é
bastante durável e proporciona um apelo estético clássico.
Fachada com cerâmica retangular: Nesse estilo, placas cerâmicas retangulares são aplicadas na
fachada, podendo ser colocadas na horizontal ou na vertical. O resultado é uma fachada com
um visual contemporâneo e limpo. É possível variar as cores e texturas das placas para criar
diferentes efeitos.
Fachada com cerâmica mosaico: Essa fachada utiliza pequenas peças cerâmicas que são
combinadas para formar um padrão ou uma imagem. Pode ser utilizado em murais ou detalhes
decorativos na fachada, criando um visual personalizado e artístico. Essa opção permite uma
ampla variedade de designs e possibilita a criação de fachadas únicas.
Fachada com cerâmica em relevo: Nesse caso, as placas cerâmicas possuem texturas ou
relevos que adicionam dimensão e interesse visual à fachada. Pode-se obter efeitos como
ondulações, padrões geométricos ou até mesmo imitação de materiais naturais, como pedra
ou madeira. Essa fachada proporciona um aspecto visualmente interessante e tátil.
Fachada com cerâmica em padrões geométricos: Esse estilo utiliza cerâmicas com formatos
geométricos, como triângulos, hexágonos ou losangos. Essas peças são aplicadas formando
padrões repetitivos, criando um visual moderno e arrojado. Essa opção oferece uma ampla
gama de possibilidades de design, permitindo criar fachadas únicas e contemporâneas.

TIPOS DE PATOLOGIAS COMUNS EM REVESTIMENTO DE FACHADA

● CONGÊNITAS: Originam-se na fase dos projetos, por conta de erros e/ou omissões de
profissionais e a falta do seguimento de Normas Técnicas. As principais avarias registradas nas
edificações são por conta dessas falhas.
● CONSTRUTIVAS: Como o próprio nome já diz, essa Patologia está relacionada à fase de
execução/construção da obra. Grande parte das anomalias nas edificações, segundo pesquisas
mundiais, ocorrem nessa fase por não haver mão de obra qualificada, ausência de
metodologias no assentamento e produtos não certificados.

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● ADQUIRIDAS: Esse processo patológico pode ser adquirido devido à exposição no ambiente
em que se insere, levando em conta a vida útil dos revestimentos, decorrente da ação humana
ou agressividade do meio, manuseamento incorreto nos revestimentos, danificando suas
camadas.
● ACIDENTAIS: Tem sua caracterização ligada a algum fenômeno atípico, resultado de uma ação
incomum, e tem como exemplo as fortes chuvas e ventos, que possuem intensidade superior
ao normal, incêndio e recalque. Essa ação provoca alguns esforços imprevisíveis,
principalmente na camada base, sobre os rejuntes, podendo até afetar as peças e causando
movimentações, aumentando assim, o risco de desencadear processos patológicos.

Exemplos comuns de patologias em fachadas de revestimentos cerâmicos:

Alguns exemplos comuns de manifestações patológicas são:

1. Descolamento: O descolamento ocorre quando as cerâmicas se soltam da


superfície de fixação, resultando em espaços vazios entre a fachada e as peças cerâmicas. Isso
pode ser causado por uma instalação inadequada, falta de aderência, uso de argamassas ou
cola de baixa qualidade, entre outros fatores.
2. Rachaduras: As rachaduras podem se formar nas cerâmicas ou na argamassa
de assentamento. Elas podem ser causadas por movimentações estruturais, variações de
temperatura, excesso de tensões ou deficiências no sistema de fixação.
3. Eflorescência: A eflorescência é a formação de depósitos de sal que surgem na
superfície do revestimento cerâmico. Ela ocorre quando a umidade penetra na fachada e traz
consigo os sais presentes nos materiais. Com o tempo, esses sais cristalizam e se depositam na
superfície, causando manchas e deterioração.
4. Manchas e pigmentação: Manchas e pigmentação indesejadas podem ocorrer
devido a vários fatores, como ação de substâncias químicas, umidade excessiva, poluição
atmosférica, depósitos de poeira ou falta de limpeza adequada.
5. Degradação do rejunte: O rejunte utilizado entre as peças cerâmicas pode
deteriorar-se ao longo do tempo, resultando em desgaste, descoloração, fissuras e falhas na
vedação. Isso pode permitir a infiltração de água e outros agentes prejudiciais.

Com base nos resultados de análise, para evitar ou minimizar as manifestações


patológicas em futuras instalações de revestimento cerâmico é necessário adicionar aditivos
impermeabilizantes na argamassa de reboco, a fim de não ter problemas com infiltrações.

Os aditivos são compostos de polímeros vinílicos e devem ser misturados no momento de


preparo da argamassa. Dessa forma, o reboco passa a ter propriedades impermeabilizantes
que vão evitar as infiltrações nas paredes.
Segundo NBR 5674(2012) sugere -se que a cada 3 anos seja realizada uma manutenção na fachada, que
consiste em uma lavagem completa e verificação de todos os elementos do sistema. Essa periodicidade
pode mudar, dependendo do sistema construtivo utilizado e da idade do edifício. O mais viável é que se
consulte um engenheiro perito para realizar esta avaliação, e em muitos casos é indispensável a
contratação de um laudo técnico a fim de especificar detalhadamente a periodicidade, os itens que
deverão ser verificados e como deverão ser corrigidos os problemas encontrados.
Em geral, na verificação dos elementos da fachada, deve ser observado:
– A presença de fissuras nos revestimentos
– Os possíveis pontos de desplacamento
– Porosidade de rejuntes
– Aderência de juntas de dilatação e dessolidarização

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– Manchamentos e sujidades

Segundo Oleari (2015) esse destacamento é causado pela perda de aderência entre os
elementos que compõem o revestimento cerâmico como a interface cerâmica com a colante e
entre o emboço e a argamassa. Para Campante e Sabbatini (2001) a maioria das manifestações
patológicas em revestimentos cerâmicos são causados por falta de compreensão das interfaces
dos seus componentes, no qual essa está relacionada a falta de conhecimento técnico de toda
cadeia produtiva, destacando as seguintes:

 mão de obra desqualificada e sem treinamento necessário;

 incorporadores preocupados com o custo do material em vez de priorizar a qualidade;

 fabricantes de materiais que não estão preocupados com as informações de utilização


do produto e garantia do mesmo; De acordo com Boschi (2009), cerca de 90% do
revestimento cerâmico produzido no Brasil está sendo utilizado em ambientes
internos, devido a perda de confiabilidade por parte dos especificadores nos
revestimentos cerâmicos para fachadas.

Segundo Medeiros e Sabbatini (1999 p.2-3), as patologias decorrentes em revestimentos


cerâmicos podem dar-se por uma combinação de fatores, entre eles: fissuras e descolamentos
podem ser causados devido a propagação de fissuras ocorridas na interface do revestimento
com a estrutura, falta de reforço no substrato e nas juntas de controle, preenchimento
inadequado das juntas de colocação, falta de argamassa de assentamento no verso das placas
no processo de execução e também a não observação dos limites de tempo em aberto e tempo
de ajuste dos materiais de assentamento.
Conforme Campante e Baía (2003), o revestimento cerâmico se torna junto à estrutura uma
parte integrante da edificação, assim é essencial que o mesmo apresente propriedades
específicas, contribuindo para o adequado desempenho do edifício durante as condições de
uso. Os autores destacam ainda as principais propriedades do revestimento cerâmico que são:

 A capacidade do revestimento permanecer aderido à base;

 Resistência mecânica, que consiste na capacidade do material em suportar as


solicitações referentes ao uso;

 Isolamento térmico e acústico, estanqueidade à água e aos gases, segurança contra o


fogo, dentre outras;

 Características superficiais e de permeabilidade apropriados ao ambiente de uso;

 Durabilidade e capacidade do material manter suas funções e propriedades durante


toda a vida útil prevista nas especificações do projeto

 . No revestimento cerâmico os elementos que compõem o sistema trabalham de


maneira a exercer suas funções à base da qual se aderem. De forma sistemática,
verificando o modelo das camadas para revestimentos cerâmicos de paredes internas,
podemos observar cinco principais conjuntos que o compõe: substrato ou base,

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camada de regularização ou emboço, camada de fixação – argamassa colante, peças do


revestimento cerâmicas e as juntas (REBELO,2010).

No revestimento decorativo com placas cerâmicas, a camada de acabamento é composta pelas


placas cerâmicas e pelas juntas entre as placas, cujo preenchimento entre as mesmas é feito
com rejunte. Como essa camada, fica bastante exposta à ação das intempéries, entre elas a
variação de temperatura e umidade, sendo a mais solicitada do sistema. Assim, é importante
que o conjunto possa cumprir com suas funções e propriedades, a fim de que possa resistir às
tensões a que estará sujeito (RIBEIRO; BARROS,2010).
De acordo com Rebelo (2010) o rejuntamento é realizado de maneira que possa preencher os
espaços vazios entre duas placas cerâmicas consecutivas, e tem por finalidade apoiar e
impermeabilizar protegendo as arestas das placas cerâmicas. Da mesma maneira que a
argamassa colante, a argamassa de rejuntamento deve ser utilizada de acordo com o ambiente
a ser aplicado.
Segundo Junginger (2003), o rejunte é um material de grande relevância para o desempenho
do revestimento cerâmico, e suas funções estão relacionadas com as propriedades e
características do material aplicado. Pois, quanto maiores forem as solicitações ao
revestimento cerâmico exposto, consequentemente maiores serão os esforços que atuaram
sobre o rejunte. Conforme define Lima (2003), o sistema de revestimento cerâmico é composto
pela relação entre a placa cerâmica, argamassa de assentamento e rejunte, sendo a camada
anterior composta de base, chapisco e impermeabilizante. Dessa forma, o sistema é
constituído por várias camadas e materiais que têm comportamentos diferentes. Logo, é de
suma importância a especificação correta dos materiais, assim como é fundamental cumprir
todas as etapas e técnicas de execução, a fim de que possam obter um bom resultado na obra.
Já conforme Rebelo (2010), a execução do revestimento cerâmico está vinculada a um conjunto
de atividades indispensáveis para a apropriada execução da camada de acabamento,
abrangendo as seguintes etapas: verificação e preparo do substrato; aplicação da camada de
fixação; assentamento dos componentes; preenchimento das juntas e limpeza. Assim, a
execução do revestimento cerâmico é uma das etapas que deve ser bem planejada desde a
elaboração do projeto, pois ela é de extrema importância dentro de uma edificação. Visto que,
além de desempenhar funções técnicas, contribui para proporcionar qualidade estética ao
acabamento da mesma (MELLO,2014).
Para Campante e Baía (2003), a execução do revestimento cerâmico consiste em um conjunto
de atividades listadas a seguir:

Planejamento da execução dos serviços, como compra técnica, estoque de materiais e a


escolha adequada da mão-de-obra;

Preparo do substrato que constitui desde a limpeza, visto que o substrato deve estar isento de
qualquer tipo de material contaminante. Também deve-se verificar a textura do mesmo, de
modo que possa proporcionar uma melhor aderência no assentamento das placas cerâmicas e
a verificação da planicidade da superfície;

Execução da camada de acabamento que deve ser realizada somente quando o substrato
estiver bem curado. Recomenda-se um prazo mínimo de sete dias para revestimentos internos;

Preparação e espalhamento da argamassa colante, nesta etapa é importante seguir todas as


especificações do fabricante como a quantidade de água necessária para a mistura, entre
outras informações;

Assentamento das placas cerâmicas, nesta fase é essencial seguir o seguinte passo a passo das
atividades a desenvolver: Molhagem da base que deve ser realizada somente em condições de

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insolação direta, temperaturas muito altas. Posteriormente realiza-se o assentamento da placa


cerâmica. Com relação aos cortes das placas é recomendado ser executado antes da aplicação
da argamassa colante;

Rejuntamento e execução das juntas: Deve-se utilizar espaçadores plásticos de modo que
possa manter uma uniformidade da espessura entre as placas cerâmicas. Recomenda-se ainda
que o rejuntamento seja iniciado somente após 72 horas do assentamento das placas
cerâmicas.

Processo de assentamento de revestimento de pastilhas cerâmicas:


O revestimento cerâmico de fachada é composto por inúmeras camadas, sendo: base,
chapisco, emboço, argamassa colante, revestimento cerâmico e rejunte, que deve obedecer a
critérios de resistência e aderência (Oliveira, 2020).
BASE: A base é a primeira camada da composição da fachada, segundo a NBR 13755:2017 pode
ser constituída por: Concreto moldado in loco, concreto pré-moldado, alvenaria de tijolos
maciços, alvenaria de blocos cerâmicos, alvenaria de blocos vazados de concreto, alvenaria de
blocos de concreto celular, alvenaria de blocos sílicos-calcários. No sistema de forro, além da
importância do estudo das camadas de argamassas colantes e do acabamento, é importante
também, saber o tipo de base utilizada. O estudo da variação de volume de cada composição
da base e sua rigidez é fundamental para sua durabilidade. Além disso, deve-se avaliar a
capacidade de pega, que está proporcionalmente ligada à rugosidade do material. Logo, o
revestimento deve ser compatível com a natureza do substrato (ANTUNES, 2010).

CHAPISCO: O chapisco, sendo a segunda camada da composição da fachada, tem como


finalidade ser a preparação da base, tendo função de aumentar a rugosidade e regular a
absorção do substrato. Portanto, segundo o Lordsleem Jr (2010), fornece características como
maior aderência, visando uma maior resistência entre a argamassa e o revestimento da base.
Conforme Baía e Sabbatini (2001), a aplicação do chapisco, deve ser proceder da seguinte
forma: 1º Limpeza do substrato; 2º Eliminar as irregularidades superficiais; 3º Remover as
incrustações metálicas e 4º Aplicação do chapisco. Com base na NBR 7200:1998, o chapisco
deve ser aplicado com consistência fluida, proporcionando melhor introdução da pasta de
cimento, de maneira a ter melhor aderência superficial entre o revestimento e a base. E a
norma também regulamenta que o chapisco precisa ser aplicado por lançamento, sem cobrir
totalmente a base. A camada deve ser protegida da ação direta do sol e do vento, mantendo a
superfície úmida, por no mínimo, 12h após a aplicação. O chapisco deve ser definido conforme

a base, sendo classificado em três tipos, conforme a sua aplicação: - Chapisco lançado com
colher: sendo composto pela mistura de argamassa cimentícia + areia + água. Pode ser aplicado
em estrutura e alvenaria. - Chapisco desempenhado: sendo de argamassa industrializada, com
sua aplicação através de desempenadeira dentada sobre a superfície do concreto. - Chapisco
rolado: sendo composto pela mistura de argamassa cimentícia + areia + água + aditivos
adesivos, com sua forma de aplicação com rolo sobre a alvenaria ou estrutura de concreto.
EMBOÇO: Emboço terceira camada que compõem a fachada, e um dos mais importantes,
necessita de cura mínima 14 dias para a colocação do revestimento conforme NBR 13755:2017.
Argamassa utilizada em emboço, conforme Ambrozewicz (2012), é a argamassa mista,
composta por cimento Portland, cal e areia. A camada de emboço tem que atender a
resistência superficial conforme a classificação da NBR 13755:2017.
TELA DE REFORÇO: Mas quando se ultrapassa a espessura desejada do emboço há a
necessidade de utilização de tela galvanizada, conforme descreve a NBR 13755:2017. Elas são

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usadas para suportar cargas e para debilitar as fissuras, assim garantindo maior resistência ao
peso próprio do revestimento. Essas telas têm que ter o diâmetro mínimo de fio 1,24mm (BWG
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ARGAMASSA COLANTE: Conforme NBR 14081-1:2015, argamassa colante industrial no estado
seco, é composta por cimento Portland, agregados minerais e aditivos químicos, que quando
misturado com água, forma uma pasta gelatinosa, plástica e aderente, empregado no
assentamento de placas cerâmicas para revestimento de fachada (Oliveira, 2020). 8 A
argamassa colante mais utilizada no assentamento de revestimento cerâmico é AC-III, segundo
a norma NBR 14081:2012. Para o preparo desta argamassa colante é necessário seguir
rigorosamente o preparo descrito na sua própria embalagem. Outra observação importante, é
que sempre se deve umedecer a base antes da aplicação da argamassa, para evitar a má
aderência da cola no emboço e sempre a superfície deve estar limpa, livre de pó.
REVESTIMENTO CERÂMICO: Os revestimentos cerâmicos podem ser classificados segundo
especificações normativas, ou regras de mercado, de acordo com suas características estéticas
e/ou técnicas (OLIVEIRA, 2020). NBR 13816:1997 classifica e cataloga os revestimentos
cerâmicos conforme a sua absorção d'água. Esta especificação deve estar na caixa do produto.
NBR 13755:2017 (Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de
argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação - Procedimento) as placas
cerâmicas devem apresentar absorção máxima de 6%.
JUNTAS E REJUNTES: As juntas nas fachadas são de suma importância, pois elas têm o papel de
interromper a continuidade da cerâmica, dando assim um alívio, evitando possíveis
destacamentos da cerâmica. Sendo assim, há a necessidade da previsão delas no projeto de
fachada. Temos diversos tipos de juntas, porém iremos citar aqui somente as mais importantes.
JUNTA DE MOVIMENTO: Segundo NBR 13755:2017 é o espaço cuja função é subdividir o
revestimento, para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou próprio
revestimento.
JUNTA DE DESSOLIDARAÇÃO: Elas são necessárias na separação do revestimento em diferentes
partes do sistema, aliviando suas tensões. A norma estabelece o uso desta junta em cantos
verticais, nas mudanças de direções dos panos da fachada, no encontro de áreas revestidas
com pisos e forros, vigas, ou outros tipos de revestimentos, ou quando houver mudança de
materiais que compõem a estrutura-suporte de concreto para alvenaria.
JUNTAS DE ASSENTAMENTO: Segundo NBR 13755 admite-se esta junta como o espaço regular
entre duas peças cerâmicas. E é, nessas juntas, que são aplicados às argamassas de rejunte
com espessura conforme a recomendação do fabricante. Conforme citado por Junginger e
Medeiros (2003), o rejunte deve ser capaz de suportar esforços provenientes da movimentação

de placas cerâmicas e da base, proporcionando um alívio para acúmulo natural das tensões
sobre o revestimento cerâmico ao longo de sua vida útil da edificação.

Análise de resultados:

Após a análise dos documentos contidos através das pesquisas e as informações coletadas
durante a vistoria, constatamos que o revestimento na fachada externa frontal, é uma
patologia que está relacionada à fase de execução/construção da obra. Este tipo de anomalia
em edificações, segundo pesquisas mundiais – como a citada por Campante e Sabbatini (2001):
“a maioria das manifestações patológicas em revestimentos cerâmicos são causados por falta
de compreensão das interfaces dos seus componentes, no qual essa está relacionada a falta de
conhecimento técnico de toda cadeia produtiva, destacando as seguintes:
Mão de obra desqualificada e sem treinamento necessário;

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Incorporadores preocupados com o custo do material em vez de priorizar a qualidade;

Fabricantes de materiais que não estão preocupados com as informações de utilização do


produto e garantia do mesmo;” – que confirmam a ocorrência nessa fase por não haver mão
de obra qualificada, ausência de metodologias no assentamento e produtos não certificados.

Por ser fachada externa, devido à exposição ao tempo e levando em conta a vida útil dos
revestimentos, a ausência de etapas importantes na execução da obra, como por exemplo a
falta de junta de dilatação, argamassa na pastilha e no emboço – exemplificadas por Lima
(2003): “o sistema de revestimento cerâmico é composto pela relação entre a placa cerâmica,
argamassa de assentamento e rejunte, sendo a camada anterior composta de base, chapisco e
impermeabilizante. Dessa forma, o sistema é constituído por várias camadas e materiais que
têm comportamentos diferentes. Logo, é de suma importância a especificação correta dos
materiais, assim como é fundamental cumprir todas as etapas e técnicas de execução, a fim de
que possam obter um bom resultado na obra.” – trazem como consequência o destacamento
dessas pastilhas no revestimento.

(MELLO, 2014) “O desempenho das telhas cerâmicas é tão importante para as edificações que
é uma das etapas que deve ser cuidadosamente planejada desde a fundação da empresa.” É
para dar ao trabalho acabado uma qualidade estética. Conclui-se que toda a fachada terá de
ser refeita para sanar a doença em causa em resultado da execução da obra em caso de avaria,
ou seja, o proprietário terá de realizar trabalhos de manutenção para corrigir o problema e
concluir. Falhas na fase de construção O tipo overlay pode ser mantido ou substituído por outro
material mais adequado ao clima. São analisados os fatores patológicos, pelo que todos estes
serviços melhoram a eficiência e longevidade da fachada exterior verificam erros de execução,
devolvem o bem ao seu estado original, e eliminar a causa do problema.

Considerações Finais:

Em conclusão, as manifestações patológicas em fachadas de revestimento cerâmico podem


ocorrer por uma variedade de motivos e têm o potencial de impactar negativamente a
durabilidade, estética e desempenho dessas fachadas. É essencial entender as causas
subjacentes dessas patologias e buscar soluções adequadas para prevenir, mitigar ou corrigir os
problemas encontrados.

Durante o estudo dessas manifestações, foi possível observar que a má instalação, problemas
estruturais, exposição a condições climáticas adversas e falta de manutenção adequada são
fatores frequentemente associados ao surgimento de patologias em fachadas de revestimento
cerâmico. Além disso, o conhecimento sobre os materiais utilizados, as técnicas de instalação
adequadas e o uso de produtos de qualidade desempenham um papel fundamental na
prevenção dessas manifestações. Para lidar com essas patologias, é importante adotar
abordagens multidisciplinares e contar com a orientação de profissionais especializados, como

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arquitetos, engenheiros civis e empresas de manutenção. Investir em um projeto bem


planejado, seleção adequada de materiais, instalação correta, manutenção regular e aplicação
de soluções de reparo apropriadas são medidas essenciais para garantir a durabilidade e o
desempenho adequado das fachadas de revestimento cerâmico.

É crucial que as intervenções sejam baseadas em uma avaliação precisa das manifestações
patológicas, considerando as especificidades de cada caso. Além disso, a conscientização sobre
a importância da manutenção preventiva e da inspeção regular das fachadas de revestimento
cerâmico é fundamental para evitar problemas futuros e garantir a preservação a longo prazo
desses elementos construtivos.

Em suma, compreender as manifestações patológicas em fachadas de revestimento cerâmico e


buscar soluções adequadas é essencial para garantir a qualidade, a durabilidade e a estética
dessas fachadas. Com a devida atenção aos detalhes durante o projeto, a instalação e a
manutenção, é possível minimizar o surgimento de patologias e garantir o bom desempenho
desses revestimentos, contribuindo para a segurança e a preservação dos edifícios.

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