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Responsável Técnico:
Engenheiro Civil
Douglas de Carvalho Arantes
CREA/PR: 179871/D
ART:
1720225567230
Data: 14/10/2022
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1. INTRODUÇÃO
Patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos
e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes do diagnóstico do problema.
À terapia cabe estudar a correção e a solução desses problemas patológicos. Para obter êxito nas medidas
terapêuticas, é necessário que o estudo precedente da questão, ou seja, o diagnóstico, tenha sido bem
conduzido.
Um edifício está sujeito sempre às movimentações naturais da estrutura, efeitos térmicos,
higroscópicos, à deterioração natural causada pelo tempo e as intempéries, efeitos de defeitos
construtivos, além de uma série de outros fatores que podem vir a causar os mais diferentes tipos de
manifestações patológicas.
2. OBJETIVO DO TRABALHO
Este laudo tem por objetivo documentar os problemas verificados na vistoria efetuada na data de 2
de setembro de 2022, na área comum de um Condomínio Residencial, situado na Avenida Xingu nº 205,
Ipanema, Pontal do Paraná/Pr.
Na vistoria buscou-se identificar as manifestações patológicas, danos e defeitos construtivos
existentes na edificação.
3. ANTECEDENTES
A edificação foi vistoriada face ao contrato firmado entre a empresa Bold Engenharia e Construção
LTDA e a Associação dos Moradores do Conjunto Residencial Ipanema.
Vistoriamos todas as áreas da edificação, exceto fundação, as quais solicitaram realização de nossa
vistoria.
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4. CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL
Edificação residencial constituída de um bloco único, com 40 (quarenta) apartamentos, porém construído
em duas etapas.
4.9. Acabamentos
4.9.4. Paredes
Massa corrida, acrílica, textura e pintura.
4.9.5. Piso
Cerâmica
4.9.6. Cobertura
Telhas de fibrocimento.
5. INSPEÇÃO
6. SINTOMATOLOGIA
Os detalhes das incidências são apresentados a seguir no presente trabalho. Abaixo apresentamos
alguns conceitos sobre manifestações patológicas que visam contribuir para o entendimento deste
trabalho.
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Razões estéticas, quando o material lixiviado entra em contato com o ar, interage com o CO2 e
forma uma crosta esbranquiçada de carbonato de cálcio (CaCO3) na superfície da estrutura, conhecido
como eflorescência, de aparência desagradável.
A área da Edificação foi vistoriada com o objetivo de identificar manifestações patológicas
decorrentes de infiltração e permeabilidade das estruturas, tais como: bolor, manchas de umidade,
vazamentos e lixiviação de cálcio. A infiltração de água associada com o oxigênio poderá potencializar a
corrosão de armaduras, comprometendo a segurança da estrutura, e, ainda, descolar e desagregar
revestimentos e trechos de concreto, podendo gerar acidentes com pessoas e bens.
A NBR 9575 /2010 Impermeabilização – Seleção e Projeto estabelece as exigências e
recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização.
FISSURAS EM EDIFÍCIOS
Dentre as manifestações patológicas particularmente importantes é o problema das fissuras,
devido a três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o
comprometimento do desempenho da edificação (estanqueidade de água, durabilidade, isolação acústica,
etc) e o desconforto estético causado pelas mesmas.
Em todas as construções, nas quais intervém o concreto, aparecem fissuras que podem manifestar-
se após anos, semanas ou, inclusive, mesmo após algumas horas.
Em geral, as mesmas causas produzem idênticos tipos de fissuras de tal maneira que, conhecendo-
se uma causa, é possível prever o quadro de fissuras que irá surgir, esquematizar o fenômeno e determinar
suas possíveis consequências.
As fissuras são provocadas por tensões oriundas de atuação de sobrecargas ou de movimentações
de materiais, dos componentes ou da obra como um todo, movimentações provocadas por variações
térmicas e de umidade, atuação de sobrecargas ou concentração de tensões, deformabilidade excessiva
das estruturas, recalques diferenciados das fundações, retração de produtos à base de ligantes hidráulicos
e alterações químicas de materiais de construção.
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A norma técnica NBR 6118/2014 apresenta recomendações sobre fissuras em estruturas de
concreto.
Iniciamos a Perícia pela área do pavimento térreo, analisando a localização dos pilares e vigas de
sustentação principais do edifício.
Localizamos através do scanner todos os pilares da edificação, onde observamos o espaçamento do
aço, e as condições da saúde dos mesmos.
Consideramos como Bloco 01 o bloco que foi construído primeiramente e como Bloco 02, o
segundo Bloco que está ligado ao primeiro, porém construído posteriormente.
Bloco 01
Térreo
Imagem 03: Imagem do Edifício Imagem 04: Garagem a direita, com vigas e
pilares aparentes
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Imagem 05: Correção, realizada pelo Imagem 06: Despassivação do aço em pé de pilar
condomínio de ferragens em despassivação
Imagem 07: Cobrimento mínimo de armadura Imagem 08: Aço despassivando, sem tratamento e
desrespeitado em execução, menor que 1cm recobrimento adequado
de cobrimento. Vício construtivo
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Imagem 10: Câmera térmica não identifica
umidade ascendente em pilares no bloco da
frente do edifício
Imagem 11: Câmera térmica identifica umidade em tubulação pluvial abaixo das sacadas.
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Imagem 13: Vigas sem cobrimento, da Imagem 14: Aço em expansão na laje
armadura principal 1.5cm e do estribo,
cobrimento menor que 5mm
Imagem 15: Garagem do Bloco 02, com aço em Imagem 16: Laje abaixo de um banheiro, ferragem
despassivação na laje exposta e despassivação do aço
Imagem 17: Câmera térmica identifica infiltração Imagem 18: Depósito com ferragem exposta
de água em laje.
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Imagem 19: Estalactite por infiltração de água, Imagem 20: Rachadura estrutural encontrada
no depósito entre laje e viga, descolamento da viga da laje
Imagem 21: Umidade na parede da garagem Imagem 22: Flexas nas vigas, causadas na
vinda externamente e pelos vãos dos execução da obra, vício construtivo.
elementos vazados
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Imagem 25: Viga abaulada. Bloco 02, flexa Imagem 26: Expansão de aço bloco 02
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Primeiro andar
Imagem 28: Primeiro andar, rachadura na junta Imagem 29: afundamento e descolamento
entre viga e laje entre laje piso e alvenaria
Imagem 30: Corredores com rachaduras em Imagem 31: Rachadura estrutural em alvenaria
alvenarias pilares e vigas iniciando em pilar
Imagem 32: Rachadura atravessa apartamento Imagem 33: A mesma rachadura da imagem 32
nº 9 atravessa e desce para a parede dos fundos
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Bloco 1
Segundo andar
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Bloco 02 Segundo Andar
Imagem 40: Infiltração no 3º andar corrigido, Imagem 41: Área descoberta completamente
sem umidade, porém causou danos na sem impermeabilização
alvenaria
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Telhado 3º andar bloco 02
Imagem 46: Laje superior bloco 2 Imagem 47: Rachadura parte dos fundos bloco
2
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Imagem 50: Continuação da rachadura da laje Imagem 51: Diferença de nível recalque da
bloco 2 estrutura
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Imagem 55: Rachadura por recalque
Andar 3
Bloco 1
Imagem 56: Rachadura no corredor superior Imagem 57: Local exato onde o prédio está
partindo-se
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Imagem 58: Rachadura corrigida, porém abriu Imagem 59: Rachadura externa
novamente, sinal que a estrutura do prédio
está trabalhando
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8. CONCLUSÃO
A partir da vistoria realizada para esse laudo, pudemos observar diversas manifestações patológicas
na edificação.
Através da análise visual criteriosa e com o equipamento scanner de armaduras e câmera térmica,
pudemos observar uma edificação com aproximadamente 30 anos de construção, possuindo vícios
construtivos e patologias severas de infiltração de água e recalque.
Encontramos patologias que vão desde exposição de armaduras até a lixiviação, efluerescência e
carbonatação. Todas devido à infiltração de água. Sabemos que a edificação se encontra a poucos metros
do mar, o que faz com que a própria necessite de mais cuidados, no que diz respeito ao cobrimento do
aço, quando analisamos estrutura de aço concreto, porém conforme imagem 13, não foi respeitado o
cobrimento nominal de armadura que com classe de agressividade IV, é de mínimo 5cm.
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Na NBR 15575 parte 2, ítem 7.2, define os requisitos básico para uma edificação habitacional, em
relação à sua estrutura durante sua vida de projeto em relação as diversas exposições de ação de peso
próprio, sobrecargas de utilização, atuações do vento dentre outros, são eles:
No caso do Edifício em questão, consideramos que a estrutura encontrada está em colapso, não
atendendo nenhum dos requisitos da NBR 15575, como mostramos anteriormente.
Analisando a garagem do Edifício, observamos um Edifício com diversos vícios construtivos, que vão
desde falta de cobrimento do concreto até grandes flechas encontradas em vigas.
Porém, o que mais nos impressionou, foram as dimensões das rachaduras encontradas, imagem 48,
que claramente nos mostram que o edifício está afundando, olhando de frente, para sua esquerda.
Diagnosticamos então, a partir da análise de nossa vistoria, o recalque diferencial na estrutura. O
recalque diferencial nada mais é do que um fenômeno que ocorre quando a estrutura sofre um
rebaixamento, devido ao adensamento do solo sob sua fundação. As causas mais comuns de recalque são:
• Ausência ou mau estudo do solo, em que foi executado a fundação. Aqui vale salientar que,
o solo não é homogêneo em sua maioria, e muitas vezes apresenta, bolsões a poucos
metros de distância de um solo rijo;
• Problemas com dimensionamento de fundações. Para cada tipo de solo, há um tipo de
fundação, que deve ser dimensionada estruturalmente considerando cargas de segurança;
• Falhas de execução;
• Alteração do solo por rebaixamento do lençol freático;
• Vazamento de esgoto ou pluvial;
• Vibrações externas, que comprometem o solo.
Não tivemos acesso ao projeto estrutural para este laudo, assim como acesso ao estudo do solo,
porém sabemos que, caso tenha ocorrido, a execução de fundações em solo criado ou aterro, constitui
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uma fonte significativa de problemas. Os recalques oriundos de fundações assentes sobre aterros podem
ocorrer por: deformações no corpo do aterro, deformações do solo natural abaixo do aterro e execução de
fundações sobre aterros sanitários por exemplo.
Segundo Velosso e Lopes em 2011, há uma relação entre a abertura de fissuras e danos em
edifícios, que mostramos abaixo.
Imagem 62
Considerando que temos fissuras que têm a proporção do dobro do indicativo severo e perigoso da
tabela, há a necessidade imediata de evacuação do edifício, pois a estrutura está em ruínas e a ponto de
um colapso.
Alertamos que, imediatamente, tomem-se medidas de controle de recalque e tratamento
estrutural das rachaduras encontradas e que seja avisado a defesa civil do Município de Pontal do Paraná,
para que haja a interdição da área.
Novas inspeções prediais devem ser efetuadas periodicamente, para avaliação do estado geral da
edificação.
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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relatório é composto por 25 páginas e é emitido em uma via. Permanecemos à disposição para
quaisquer esclarecimentos que se façam necessários.
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