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Patologia das construções –

Engenharia Civil

Pouso Alegre – Minas Gerais

15 de Junho de 2021
INSPEÇÃO DE MANIFESTAÇÕES
PATOLÓGICAS
Integrantes do grupo:
Eduardo Barbosa
Eduardo Almeida
Flávio Gabriel
Ykaro Soares Machado
Yuri Soares Machado

Prof: Daniel Casalechi


.

INTRODUÇÃO

As fissuras são as causas mais frequentes de falha de desempenho em alvenarias, pois


os materiais utilizados em sua fabricação, tais como cerâmicas e concreto, assim como
a argamassa utilizada, são frágeis, apresentando baixa resistência à tração. Dessa
forma, o presente trabalho terá como finalidade a identificação das fissuras em um
imóvel residencial construído em alvenaria convencional e por meio de suas
configurações e histórico de ocorrência, diagnosticar suas origens e propor as medidas
corretivas mais adequadas. Por tanto, foi realizada uma visita a uma obra residencial na
cidade de Pouso Alegre – MG, onde foram coletados dados e foram tiradas fotos das
manifestações que serão abordadas no trabalho.
OBJETIVOS

Estudar os mecanismos responsáveis pela formação de fissuras e outras


manifestações patológicas em edificações residenciais construídas em
alvenaria.
Analisar as manifestações patológicas existentes na edificação em estudo
estabelecendo suas causas de acordo com suas configurações.
Determinar as medidas corretivas mais adequadas para a recuperação da
edificação.
ESTUDO DE CASO

O estudo de caso foi realizado por meio de coleta de dados sobre manifestações
patológicas relacionadas as manifestações patológicas observadas em uma residência
construída em alvenaria convencional, tendo como objetivo registrar, por meio de
fotos, as fissuras e demais manifestações existentes e obter informações sobre seu
histórico, configuração e atividade.
Localização e descrição do imóvel
.

• O imóvel analisado fica localizado em Pouso Alegre – MG, no


bairro Curralinho, zona rural.
• Área do terreno: 1500 m².
• Imóvel residencial unifamiliar.
• Área da residência: 111,34 m².
• Idade da edificação: menos de 1 ano.
Croqui da residência
Visita ao local e coleta de dados

A visita foi realizada no dia 01 de junho de 2021, com a finalidade


de identificar as patologias e realizar seu registro fotográfico.
Metodologia
A inspeção predial foi baseada na vistoria da edificação, que tem como resultado a
análise técnica do fato ou da condição relativa à utilização, mediante a verificação “in
loco” de cada sistema construtivo, no que tange a segurança e a manutenção predial,
de acordo com o conteúdo abstraído durante as aulas teóricas de patologias da
construção. A inspeção precede ao diagnóstico das anomalias construtivas e falhas de
manutenção que interferem e prejudicam o estado de utilização do prédio e suas
instalações, tendo como objetivo verificar os aspectos de desempenho, vida útil,
utilização e segurança da construção.
Não foram realizados testes, medições ou ensaios na ocasião da vistoria, conforme
nível de inspeção estabelecido no escopo para realização deste trabalho.
Manifestações patológicas
Fissuras mapeadas no reboco
Causa: As fissuras mapeadas podem formar-se por retração das argamassas, por
excesso de finos no traço, quer sejam de ligantes, quer sejam de finos no agregado, ou
por excesso de desempenamento. Geralmente, sua forma típica é em forma de mapa e
frequentemente são superficiais, contudo, recentemente devido ao excesso de finos e
ligantes, principalmente de cimento nas argamassas industrializadas, e a falta de cura,
tem-se observados outros tipos de configurações, mas ainda resultante da retração das
argamassas.
Riscos: As fissuras de reboco e emboço devido a retração excessiva durante o processo
de cura não apresentam um risco estrutural, mas podem acabar comprometendo o
acabamento e revestimento final.
Como tratar: Um tratamento comum para fissuras mapeadas é a aplicação de tintas e
selantes flexíveis, capazes de absorver a abertura causada pelas tensões na parede.
Manifestações patológicas
Fissura vertical na alvenaria através da argamassa e do bloco
Causa: argamassa com resistência insuficiente ou bloco e argamassa com resistência
insuficiente. Se a fissura é devida ao próprio peso da alvenaria, a mesma deverá ser
refeita.
Riscos:  fissuras verticais são irregularidades que interferem no desempenho adequado
da edificação, como a estanqueidade à água, o conforto térmico e acústico, a
durabilidade e até mesmo a segurança estrutural. As trincas podem ser um alerta de
possível colapso da alvenaria ou da edificação.
Como tratar: Caso a fissura tenha aparecido e não evoluído, ou seja, cessou, é possível
executar um reparo na alvenaria.
Manifestações patológicas
Ferragem mal armada causando uma exposição do aço após a concretagem
Causas: Ao analisar a imagem notamos que há um acumulo de estribos nesse pilar, que
não foram devidamente fixados durante a armação do pilar, aparentando ter ficado
soltos e acabaram descendo no lançamento do concreto.
Riscos: Perca considerável na resistência do pilar, pode ser responsável por causar
outras patologias na parte interna ou externa da residência. Risco de a estrutura ruir
com a degradação do aço exposto.
Como tratar: o reforço geralmente é tratado como uma intervenção com a função de
aumentar a capacidade resistente dos elementos estruturais, porém podemos também
atribuir ao reforço a função e corrigir falhas nos elementos estruturais por deficiências
de execução.
Manifestações patológicas
Armação exposta ao “pé do pilar”
Causas: Pode ter ocorrido algum erro durante a concretagem, na armadura ou até
mesmo no concreto. No caso dessa imagem ocorreu um problema que é conhecido
como “bicheira no concreto onde os agregados do concreto não foram misturados
como deviam e houve um acumulo dos agregados maiores no pé do pilar, esse
acumulo de material foi retirado.
Riscos: Perca na resistência da estrutura onde cargas distribuídas e pontuais estão
aplicadas, pode ocorrer sérios riscos de tombamento,
Como tratar: Será feita uma verificação do aço, se o mesmo estiver em processo de
oxidação por ter ficado exposto por ao tempo será realizada uma limpeza com escoa
de aço. Após isso será feita a remoção da terra que se acumulou na parte de baixo do
pilar, na parte superior será feita uma limpeza no pilar para deixa-lo uniforme. Após a
verificação do aço, limpeza do concreto, será realizada uma forma para que possamos
refazer a concretagem.
Manifestações patológicas
Fissura no piso de uma área de circulação
Causas: Tempo muito longo até a realização da junta de dilatação, uso incorreto da
cura química ou não foi umedecido frequentemente.
Riscos: Continuação da fissura causando trincas em revestimentos e paredes que estão
sobre esse piso.
Como tratar: Será feito um tratamento de fissuras em piso, onde o executor realizara
um corte com uma serra mármore exatamente na fissura, aprofundando e deixando
um pouco mais larga, após esse corte foi feito um cobrimento com PU para impedir
que a água se infiltre por essa fissura.
Manifestações patológicas
Cerâmicas ocas
Causas: Falta de espalhamento da argamassa colante em toda superfície da peça de
porcelanato.
Riscos: Em caso de bater nessa peça de cerâmica pode quebra-la ou risco de
descolamento da peça.
Como tratar: a peça terá que ser removida e reassentada, ficar atento ao espalhar a
argamassa por toda a peça com auxílio da desempenadeira para que não ocorra o
mesmo problema novamente.
Manifestações patológicas
Fissura diagonal no pilar
Causas: A principal causa é o recalque de fundação, mas não podemos descartar a
possibilidade de o pilar estar sujeito a uma carga superior à prevista em projeto ou
mesmo um concreto com resistência inadequada.
Riscos: As patologias decorrentes dos recalques diferenciais comprometem não
somente a segurança da estrutura como também podem resultar em demandas
judiciais entre construtores e proprietários.
Como tratar: Dentre as soluções técnicas para recalques diferenciais, destaca-se o
tratamento do solo por injeção de alta pressão. A tecnologia é indicada para locais que
apresentem solos pouco coesivos e de baixa resistência, onde é necessário consolidar o
substrato e aumentar a capacidade de carga do solo.
Manifestações patológicas
Fissura na horizontal
Causa: Esse tipo de fissura é muito comum onde se encontra a divisa da laje com
platibanda, ela acontece por causa da dilatação térmica ser diferente na laje e na
platibanda, ocasionando a fissura.
Risco: As fissuras de reboco e emboço devido a retração excessiva durante o processo
de cura não apresentam um risco estrutural, mas podem acabar comprometendo o
acabamento e revestimento final.
Como tratar: Remoção de uma pequena faixa de reboco ao redor da trinca, e após faz-
se a aplicação do reboco novamente, logo após é recomendado fazer um corte no
reboco para induzir que a fissura fique reta e uniforme, após o corte deve se fazer um
tratamento com PU para que não se infiltre água.
CONCLUSÃO

Neste trabalho pudemos descobrir quais as principais causas de fissuras, trincas,


rachaduras, entre outras patologias presentes em edificações, e concluir que as principais
causas dessas manifestações podem ser evitadas, pois são consequências da
incompatibilidade dos projetos arquitetônicos, estruturais, hidrossanitários, elétricos e da
má execução da obra, por exemplo.
Através da quantidade e diversidade de manifestações encontradas e expostas neste
trabalho, é possível notarmos a gravidade dos futuros problemas na obra quando se tem
projetos deficientes e com falta de detalhamento, má execução e a devida inspeção do
engenheiro responsável. Por fim, cabe dizer, que mesmo ocorrendo evitando tais defeitos,
as manifestações patológicas nas edificações continuar aparecendo por outros motivos, por
isso deve-se haver um programa eficiente de conferência e manutenção constante para
assegurar a durabilidade das edificações.

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