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Trincas e Fissuras.

1 - Trinca horizontal próximo do teto pode ser devido ao adensamento da argamassa de assentamento dos tijolos ou falta
de amarração da parede com a viga superior.
2 - Fissuras nas paredes em direções aleatórias pode ser devido à falta de aderência da pintura, retração da argamassa de
revestimento, retração da alvenaria ou falta de aderência da argamassa à parede.
3 - Trincas no piso podem ser produzidas por vibrações de motores, excesso de peso sobre a laje ou fraqueza da laje.
Verificar se há trincas na parte de baixo (ver item 4). Se tiver é grave. Peça o PARECER de um engenheiro de estruturas.
4 - Trincas no teto podem ser causadas pelo recalque da laje, falta de resistência da laje ou excesso de peso sobre a laje.
Pode ser grave. Peça o PARECER de um engenheiro de estruturas.
5 - Trincas inclinadas nas paredes é sintoma de recalques. Um dos lados da fundação não aguentou ou não está
aguentando o peso e afundou ou está afundando. Geralmente é grave. Peça o PARECER de um engenheiro de estruturas.
6 - O abaulamento do piso pode ser causado por recalque das estruturas, por expansão do subsolo ou colapso do
revestimento. Quando causados por recalque, são acompanhados por trincas inclinadas nas paredes. Os solos muito
compressíveis, com a presença da água, se expandem e empurram o piso para cima.
7 - As trincas horizontais próximas do piso podem ser causadas pelo recalque do baldrame ou mesmo pela subida da
umidade pelas paredes, por causa do colapso ou falta de impermeabilização do baldrame.
8 - Trinca vertical na parede é causada, geralmente pela falta de amarração com algum elemento estrutural como pilar ou
outra parede que nasce naquele ponto do outro lado da parede. Esses são apenas ALGUNS exemplos de fenômenos que
causam o surgimento de trincas nas casas, apartamentos e fábricas.
Como você viu, alguns casos podem ser graves e podem até levar à queda do prédio. Não confie na sorte e muito menos
nas "achologias" dos curiosos pretensamente "entendidos" no assunto. Peça o PARECER de um engenheiro, de
preferência de um Patologista de Edificações. Ele vai fazer uma Vistoria Técnica no local, tirar muitas fotos e elaborar um
Laudo Técnico contendo o PARECER, que é um diagnóstico cientificamente fundamentado.
Problemas estruturais em condomínios (fissuras/trincas).
Com o avanço do tempo de construção de um prédio, é normal aparecerem trincas e fissuras nas paredes e estruturas do
prédio. Comentaremos sobre aquelas que menos representam sinais de perigo. Inicialmente, a origem das fissuras e
trincas tem sua causa atribuída a um trabalho dinâmico (acomodação/deformalidade estrutural), mecânico (carga
excessiva), térmico (dilatação/retração) e/ou às reações químicas na mistura dos materiais de construção empregados.
1. Fissuras que aparecem de forma superficial nas paredes, e em sentido aleatório, são provenientes da reação do
cimento misturado na argamassa de traço forte, que tende à retração, dada a falta de boa cura (molhagem constante da
argamassa). Seu surgimento não traduz nenhum risco, somente agressão ao aspecto estético.
2. Trincas horizontais e verticais definidas e estampadas nas paredes, próximas ao teto e/ou ao encontro das mesmas
podem ser causadas pela separação da alvenaria com a estrutura, significando má aderência entre a massa de
assentamento e os tijolos. Também não representa risco de acidente.
3. Alterações de fissuração no piso de um andar térreo, tanto ao longo das paredes como em meio de vão, em linhas
gerais, são devido ao adensamento e carreamento (perda) do material de enchimento de base da camada bruta de
concreto (lastro), que pode sinalizar uma infiltração de canalizações subterrâneas, ou até mesmo influência de um lençol
freático presente (elevação de seu nível). Embora não traga nenhum aspecto de perigo, esse quadro já requer uma
atenção especial de correção do problema. Este é um dos casos mais comuns, porém devem ser monitorados através de
uma avaliação técnica de um profissional qualificado.
RACHADURA NAS PAREDES DE ALVENARIA.
Ao aparecer uma rachadura em alguma parede, piso ou teto, o importante é verificar se ela aumenta no comprimento e,
principalmente, na largura. Meça a rachadura com uma régua e acompanhe a evolução com o passar de alguns dias. Se
ela aumenta, é provável que exista algum problema na estrutura - as lajes, vigas e pilares não estão aguentando a carga
(peso) do prédio e a transmitem para as paredes. Se ela fica estagnada, é provável que seja algum problema de
acabamento.
RACHADURAS NAS PEÇAS DE ESTRUTURA
Ao aparecer uma rachadura em algum elementos de estrutura, o importante é chamar o mais rápido um engenheiro para
que ele avalie o problema e a eventual necessidade de se fazer obras de reforço.Entre outros problemas, as rachaduras
podem causar corrosão da armadura (barras de aço que ficam dentro concreto), causando sérios danos à resistência do
edifício.
ORDEM DA GRAVIDADE - RACHADURAS NAS VIGAS
Em geral, acabam formando as flexões (barrigas na viga), nem toda barriga representa risco.
Rachaduras inclinadas
Aparecem próximo da junção da viga com o pilar, causadas por sobrecarga. Indicam que a viga está querendo se separar
do pilar.
Rachaduras verticais
Aparecem no meio da viga, no vão (formado pela distância entre um pilar e outro), também por sobrecarga. São chamadas
de fissuras de flexão, pois formam as barrigas.
Rachaduras horizontais
São raras.
RACHADURAS NAS LAJES
Normalmente, as fissuras saem dos cantos e vão para o meio da laje. São comuns os apartamentos os apartamentos de
último andar apresentarem rachaduras nas paredes devido a variação de temperatura, que causa dilatação da laje.
PRINCIPAIS CAUSAS DA RACHADURA EM EDIFÍCIOS DE CONCRETO ARMADO
 Variações de temperatura
 Variações de umidade
 Recalques de fundação (deformação da fundação causada por afundamento do solo)
 Alteração química dos materiais
*Quase todas as construções de prédios no Brasil são feitas por concreto armado. As estruturas metálicas ou de alvenaria
são muito raras.
RACHADURAS NOS PILARES
As rachaduras nos pilares são as mais graves, pois são eles que transmitem a carga do prédio para a fundação - é difícil
um prédio ruir com rompimento de uma viga ou laje.
Rachaduras inclinadas
São as mais preocupantes. Em geral, são causadas por um recalque (afundamento do solo e consequente deformação da
fundação do prédio).
Rachaduras verticais
Em geral são causadas quando o pilar está com sobrecarga (está recebendo mais peso do que sua capacidade)
Rachaduras horizontais
Podem surgir por problema de recalque ou quando a carga é excêntrica (atua fora do centro do pilar)
R$ 90,00 por hora é o preço cobrado por um engenheiro pelo trabalho de vistoria de uma obra, segundo tabela do Ibape
(Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícia de Engenharia).
QUANDO SE PREOCUPAR COM AS RACHADURAS
Fissuras e trincas podem esconder problemas estruturais da construção. Saiba em que casos é preciso consertar a
estrutura afetada.

Fissuras, trincas e rachaduras podem ser mais que problemas estéticos. Elas podem indicar danos na estrutura da
construção


Fissuras, trincas e rachaduras podem não ser apenas um incomodo estético. A abertura na parede, no piso ou no teto
pode significar um problema grave, com risco de danos à estrutura da casa e necessidade de reparo. Como detectar o
perigo?
As marcas são distinguíveis pelo tamanho da abertura, que costuma ser proporcional à profundidade que ela alcança.
Quanto mais ampla e funda, maior a chance de água e ar entrarem e atingirem o esqueleto da construção.
A fissura é como um fio na parede, estreito e superficial, e tem uma abertura de até 0,5 milímetro. “A uma distância de
meio metro você talvez não a enxergue. São normalmente bem pequenas”, diz o engenheiro Nelson Nór, membro titular do
Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (Ibape –SP).
A fissura não costuma representar problema; pode ser apenas resultado da movimentação natural do imóvel, sujeito ao
peso, frio, calor e à umidade. “O que não é comum é o progresso dessa fissura para trinca e rachadura. Se isso acontece,
é porque a estrutura da casa está se movimentando e deformando”, explica o engenheiro Bruno Pretti, de Vila Velha (ES) .
As trincas e rachaduras são aberturas mais amplas e profundas. As fendas de 0,5 mm a 1,5 mm normalmente são
classificadas como trincas, e é mais difícil diferenciá-las da fissura (é preciso equipamento profissional para ser medida).
Já a rachadura é facilmente observável: profunda e acentuada, divide mais nitidamente a parede. Tem de 1,5 mm a 5 mm.
“A abertura é significativa, você pode colocar a ponta de uma caneta Bic”, compara Nór.
Para saber se a fissura está crescendo, os engenheiros aconselham um teste: passe uma camada de gesso sobre a fenda
e observe. Se o gesso rachar depois de mais ou menos um mês, a fissura está evoluindo e a construção tem algum
problema.
O nível de gravidade depende do local onde a marca apareceu. Se for em uma peça estrutural, como coluna, pilar, viga ou
laje, a preocupação deve ser maior e imediata. “Mas se a abertura aparecer em uma parede, talvez o prejuízo seja apenas
estético”, diz Nór.
Outra maneira de avaliar o risco é observar o formato da fenda. Se ela é inclinada (forma um ângulo) e longa, é sinal de
que uma parte da casa está mais assentada (funda) no terreno. Uma região com muitas fissuras também merece análise
atenta.
São diferentes as razões para o aparecimento de aberturas: excesso de carga, impacto durante a construção, falta de
manutenção, obras vizinhas e dilatação são os mais comuns. O tratamento também é variado. Nos casos mais graves,
uma deve-se fazer uma avaliação profissional a fim de detectar e eliminar o problema que causou a trinca ou rachadura.
“Às vezes, é necessário fazer um reforço na fundação da construção”, exemplifica Nór. Se a fissura for simples, o retoque
é feito com massa e tinta.
As aberturas podem aparecer em vários elementos, mas no concreto armado são mais comuns e preocupantes. Na
madeira que participa da estrutura da casa, como explica Pretti, fissuras são naturais, principalmente se ela está sujeita a
sol e chuva. Rachaduras só aparecem depois que a madeira está bem deformada, o que já chama atenção antes de a
abertura aparecer.

Trinca em lajes, MSET Fita Trinca.


Representante MSET: Augusto (32) 3083-8343 (32) 9130-2415
www.impermeabilizanteparalajes.com.br
É uma fita autoadesiva pronta para uso, ideal para reparos de trincas e fissuras e para reforços de sistemas de
impermeabilização. Á base de poliuretano possui alta resistência e longevidade, sendo superior às fitas aluminizadas e
outros materiais existentes no mercado.
Principais Características
 Fácil e rápida de usar, bastando remover a fita de proteção e aplicar;
 Indicada também para trincas estruturais em lajes e paredes;
 Alta aderência;
 Suporta altas temperaturas (até 70ºc);
 Alta elasticidade e flexibilidade (100% de alongamento).
Campos de Aplicação
 Lajes e calhas;
 Reforço de impermeabilização;
 Telhas de fibrocimento, cerâmica e metálica;
 Piscinas, reservatórios, caixas d'água e tanques de contenção.
Propriedades Mecânicas MSET Fita Trinca
 Peso 750 g/m2
 Cor Cinza
 Embalagem Caixa / 5m
 Largura 10 cm
 Espessura 0,8 mm
 Temperatura de Trabalho -35ºc a +70ºc
 Carga de Rompimento 1,73 MPa
Limitações
Não aplique quando a temperatura da base estiver ou atingir uma temperatura superior a 70°c; O produto não pode ser
aplicado se o substrato estiver úmido.
Preparo do substrato
O substrato deve estar limpo, são e isento de graxa, óleos, desmoldantes, poeiras ou qualquer substância que possa
atrapalhar a ancoragem.
Aplicação do MSET Fita Trinca
Sistema de impermeabilização (reforço):
 Limpeza rigorosa;
 Aplicação de uma demão de impermeabilizante MSET Manta Líquida, MSET Imper-pó ou MSET Mlastic;
 Após a secagem completa do impermeabilizante aplicar o MSET Fita Trinca em cantos (rodapés) ou arestas de
tubos;
 Apertar bem a MSET FITA TRINCA contra a superfície para garantir total aderência;
 Seguir com aplicação de duas demãos restantes de impermeabilizante utilizado;
Tratamento de trincas em lajes:
 Com a base completamente seca, limpar rigorosamente com pincel ou escova;
 Remover o papel de proteção e posicionar sobre a trinca;
 No caso de emendas, sobrepor à fita em 10 cm, no mínimo;
 Apertar bem a MSET FITA TRINCA contra a superfície para garantir total aderência;
 Cobrir a MSET FITA TRINCA com duas demãos de MSET Manta Líquida.
Aplicação em calhas e telhados:
 Com a base completamente seca, limpar rigorosamente com pincel ou escova;
 Remover o papel de proteção e posicionar sobre a trinca;
 Nas telhas aplicar nos vãos, entre uma telha e outra;
 Apertar bem a MSET FITA TRINCA contra a superfície para garantir total aderência;
 Cobrir a MSET FITA TRINCA com duas demãos de MSET Manta Líquida.
Precauções
 Manter a embalagem sempre fechada, quando não estiver em uso;
 Nunca reutilizar a embalagem para outra finalidade;
 Armazenar na embalagem original em local coberto, seco, ventilado e longe de fontes de calor;
 Manter fora do alcance das crianças e animais;
 É recomendável o uso de luvas;
 Em caso de contato com a pele e olhos, lave com água potável e corrente por 15 minutos;
 Se ingerido, não provoque vômito, consulte imediatamente um médico levando a embalagem;
 Para maiores informações consulte o nosso Departamento Técnico.
Garantia
 As informações contidas nesta ficha técnica são baseadas em testes laboratoriais e em nosso conhecimento
sobre o produto. Medidas de valores podem variar devido o ambiente. A MSET garante ser este produto livre de
defeitos de fabricação e a extensão de sua garantia é limitada ao preço de compra de seu produto, somente se
provado ser defeituoso e quando usado como recomendado. Não há outras garantias expressas ou implícitas, e
nenhum vendedor, agente, distribuidor ou revendedor tem autoridade para estender, alterar ou renunciar a estas
provisões. Para mais informações contatar o Departamento Técnico da MSET.
Tempo de Validade do Produto
Dezoito meses, a partir da data de fabricação, armazenado na embalagem original lacrada, entre 15° a 30°C.

Vazamento de gás
Existem testes para verificar a soldagem de tubulações de cobre destinadas à condução de gás? Como saber se há
vazamentos?
Silas Sepúlveda e Silva Júnior
Viçosa (MG)
As soldagens devem ser executadas de acordo com as diretrizes dos fabricantes dos tubos e conexões. Folhetos
explicativos descrevem passo a passo a maneira de executar o lixamento e remoção do óxido de cobre formado na
superfície do tubo, como aplicar a pasta de soldagem etc. Para liberar a instalação, o projetista ou instalador responsável
deve verificar se as juntas entre as tubulações e conexões estão estanques.
A NBR 13192 e a NBR 13933 exigem a realização de um ensaio de estanqueidade. A tubulação deve ser preenchida com
gás ou ar e deve ser submetida a uma pressão de 1,5 vez a sua pressão de trabalho, durante uma hora, para verificar a
existência de vazamentos nas juntas. Para realizar o teste, aplica-se espuma de sabão nos pontos de soldagem.
Douglas Barreto
Laboratório de Instalações Prediais
Reforço de laje
Como deve ser executado o reforço de uma laje cuja armadura negativa ficou muito amassada após a concretagem?
A laje é do tipo steel deck (fôrma metálica nervurada) com vãos de 2,5 m, concreto de 20 MPa, espessura entre o fundo da
nervura e a parte superior da laje de 13 cm e cobrimento em cima da nervura de 5 cm. Por causa da deformação, terei de
fazer uma camada de regularização de ± 2,5 cm para chegar ao nível que preciso e para evitar trincas no revestimento.
Sendo assim, é possível executar o reforço na própria camada de regularização ou terei de reforçar a laje?
Leonardo Rodrigues Cintra

Dispondo de 2,5 cm para regularização, parece possível a introdução das armaduras negativas nessa capa. Para isso, a
superfície já concretada deverá ser bem escarificada, o que pode ser feito com ponteiro ou martelete, para ficar bastante
rugosa.
Depois de limpar e umedecer a laje, as armaduras poderão ser posicionadas. O concreto lançado deverá estar bem
adensado e possuir resistência de 20 MPa. Se houver alguma dúvida de como unir o concreto novo e o concreto velho,
após escarificação da superfície poderão ser introduzidos alguns conectores na transição entre um e outro. Por exemplo:
pode-se executar furos com broca de 10 mm e chumbamento de pinos com 8 mm de diâmetro, colados no concreto velho
com adesivo epóxi ou poliéster.
Na impossibilidade de realizar esse tipo de reforço, poderão ser efetuadas ranhuras no concreto velho com serra de disco
diamantado, colando-se as armaduras negativas com as mesmas resinas acima indicadas. Em qualquer situação, para
que as armaduras negativas entrem efetivamente em serviço seria desejável a aplicação de pequenas contraflechas (1 a 2
mm) nos centros dos vãos contíguos à continuidade (macaqueamento e colocação de escoras, a serem retiradas cerca de
dez dias após a execução do serviço). Como os vãos são relativamente pequenos (2,5 m), tal procedimento talvez seja
dispensável. Sugiro que o projetista da laje seja consultado.
Ercio Thomaz
Divisão de Engenharia Civil
Microconcreto
O que é argamassa armada? Qual o peso por metro quadrado desse material? Qual a trama mínima e máxima da tela
para ser utilizada como armadura? Qual a areia mais indicada e que traço o mais recomendado para essa argamassa?
Cezar Cecchele - Prefeitura Municipal de Passo Fundo - Passo Fundo (RS)

A argamassa armada é um microconcreto armado. Permite a confecção de peças bastante esbeltas e, por isso, tornou-se
uma tecnologia própria dentro do campo do concreto armado. Não se trata simplesmente de fazer um concreto em
miniatura, pois os vãos resultam muito maiores relativamente à seção das peças. Também o fato de trabalhar com
dimensões menores para as seções das peças já implica exigências peculiares no controle da qualidade.
O cuidado com o posicionamento da armadura é crítico devido aos pequenos cobrimentos, que, afinal, são os
responsáveis pela durabilidade do componente em argamassa armada. O sistema impõe explorar as geometrias mais
favoráveis à resistência a momentos fletores e o cuidado com as fôrmas acaba sendo mais requintado que no concreto
armado tradicional. As possibilidades de industrialização e rapidez de execução são muito grandes.
O sistema entusiasmou empreendedores públicos e muitas obras foram construídas, no Brasil, mas sem precauções
elementares de durabilidade, o que é lamentável, pois isso contribuiu para um relativo descrédito dessa tecnologia por
causa de corrosão de armaduras em curto prazo. Pode-se dizer que as obras construídas rigorosamente de acordo com a
NBR 1259 têm uma expectativa de durabilidade bastante maior que um grande número de construções já em uso
(infelizmente, a norma só foi editada depois da construção de muitas obras e, mesmo já publicada, não foi seguida em
vários casos).
Segundo a NBR 1259, o peso próprio a considerar para efeito de cálculo é de 24 kN/m3, não diferindo muito do concreto
tradicional, embora a menor densidade admissível para a matriz (argamassa sem armadura) seja 1.800 kg/m3. O que
acarreta peso próprio menor é principalmente a esbeltez das peças (dimensão mínima de 12 mm). Os pequenos
cobrimentos da armadura (maior que 4 mm para ambientes "protegidos" e maior que 6 mm para ambientes "não
protegidos") exigem uma recomendação de matrizes de baixa relação água-aglomerante (menor que 0,45 em massa,
segundo a norma já recomenda, mas há ambientes específicos em que relações água-aglomerante ainda menores seriam
recomendáveis, e mesmo uma proteção superficial contra carbonatação ou penetração de cloretos - o que indica a
necessidade de uma revisão da norma).
Carlos Eduardo de Siqueira Tango - Divisão de Engenharia Civil - Ligação alvenaria-estrutura
Que recursos podem evitar fissuras e destacamentos nos encontros entre alvenaria com vigas e pilares?
Nessas regiões, deve-se evitar vazios na argamassa interposta e prever ligação com ferros cabelos (Æ 6 mm, não lisos),
instalados na argamassa de assentamento, por exemplo, a cada duas ou três fiadas. Pode-se usar também telas metálicas
galvanizadas, ou de náilon, na argamassa de revestimento, ao longo da junção pilar-alvenaria. No encontro de alvenaria
com vigas, deve-se empregar argamassa fraca ("podre") para acomodar eventuais deformações da viga por efeito de
carregamento, temperatura, deformação lenta, etc.
Contudo, é importante que a viga possua rigidez suficiente, para evitar flechas excessivas e sobrecarregar a alvenaria
além do admissível, dentro de certos limites, os quais dependem do tipo de bloco utilizado (concreto, cerâmico, etc.), da
argamassa de assentamento/encunhamento, dimensões da parede, etc. Os procedimentos de reparo de trincas existentes
em obras já acabadas têm como base os mesmos princípios acima descritos. Por exemplo, em trincas na interface pilar-
alvenaria, pode-se empregar telas metálicas galvanizadas, ou de náilon, como reforço na argamassa de revestimento, ou
material flexível (mástique) na junção entre os elementos referidos etc.
Esse assunto é abordado nos livros "Trincas em edifícios - causas, prevenção e recuperação" e "Tecnologia,
Gerenciamento e Qualidade na Construção", de Ercio Thomaz (Editora PINI), onde estão citadas diversas outras
referências bibliográficas.
Roberto Nakaguma
Divisão de Engenharia Civil
Leia Mais
Da Argamassa Armada ao Microconcreto de Alto Desempenho. Paulo Eduardo da Fonseca e Carlos Eduardo de Siqueira
Tango. Revista Téchne, setembro de 2001, Editora PINI

A banalização da recuperação estrutural !


Estão “maquiando” nossas estruturas. Leonardo Zapla*
No artigo anterior, falávamos sobre as infiltrações e os caminhos que a água usa para apresentá-las (trincas, rachaduras,
poros dos materiais, falhas no material como, ninhos no concreto, brocas e fendas junto as armaduras) e os estragos que
elas causam nas edificações. Apresentamos também, uma técnica revolucionária que impermeabiliza profundamente
através de injeção o interior da própria estrutura, realizando uma rápida colmatação das trincas, fissuras e cavidades no
interior do concreto, preenchendo e impermeabilizando sem quebrar.
Sem duvida a infiltração é a causa ou o meio necessário para a grande maioria das patologias em edificações. Dentre as
diversas, podemos destacar o ataque as estruturas de concreto armado.
A água como eletrólito da corrosão.
A água é um meio condutor de eletricidade devido á sua carga natural de íons Cálcio, Magnésio, Sódio, Bicarbonato,
Sulfato, Cloretos e Nitratos. Sem dúvida, os cloretos são os que se relacionam mais com a corrosão, já que, como outros
íons, aumentam a condutividade elétrica da água, facilitando enormemente o fluxo da corrente de corrosão. Também
reduzem, de forma significativa, a proteção de filmes ou películas de proteção aplicadas, pois, por aí permeiam facilmente.
Os íons nitratos, como os sulfatos, são tão perigosos quanto os cloretos para o aço. Apresentam –se, entretanto, em
menores concentrações. Na prática, águas com alta concentração de sulfatos atacam o concreto. O pH da água raramente
foge do em torno a 4,5 – 8,5. De todos os gases dissolvidos na água, o OXIGÊNIO ocupa posição especial porque é um
tremendo estimulante á corrosão. Um concreto bem dosado, com recobrimento e fator a/c (água/cimento) adequados,
inclusive ao ambiente, estará protegendo suas armaduras da corrosão pelo fato de fornecer um ambiente envolvente
altamente alcalino, com um pH entre 12 e 13. No entanto, quanto mais permeável for a camada de recobrimento mais o
concreto tornar-se-á “molhável”, permitindo fácil acesso á água e aos gases, como o oxigênio, através de sua rede de
vazios. Comumente, no entanto, ter-se-á, sempre, trincas e/ou fissuras em sua superfície, devido a processos de cura
insuficientes ou mesmo inexistentes, fazendo com que aqueles elementos tenham fácil e rápido acesso ás armaduras.
Além de ser um dos principais “elos” da corrosão, a água também pode corroer o concreto. A medida em que a água vai
infiltrando, ela dissolve o Oca (dando hidróxido de cálcio), e também a sílica, tornando o concreto cada vez mais poroso,
consequentemente mais fraco. O dióxido de carbono na atmosfera reagirá com a umidade (devido a infiltração) existente
no interior dos poros da estrutura, convertendo o hidróxido de cálcio com alto pH, em carbonato de cálcio que tem pH mais
neutro. (pH diminui inicia a corrosão). Observe que voltamos ao ponto inicial, CORROSÃO.
Corrosão – Transformação do metal em compostos de propriedades menos desejáveis (normalmente, a oxidação para
voltar a ser o mineral do qual foi extraído. Retorno ao seu estado natural mais estável).
Uma força “invisível”.
Todo este processo contribui para o aumento significativo da desagregação do concreto. Esta desagregação se inicia na
superfície com uma mudança de coloração seguida de um aumento na espessura das fissuras entrecruzadas, que
costumam aparecer.
Nas regiões em que o concreto não é adequado, não recobre ou recobre deficientemente a armadura, há a formação de
óxihidróxidos de ferro, que passam a ocupar volumes de três a dez vezes superiores ao volume original do aço da
armadura, podendo causar pressões de expansão superiores a 15 Mpa.
Estas tensões provocam inicialmente a fissuração do concreto na direção paralela a armadura corrida, o que favorece
ainda mais a carbonatação e a penetração de agentes agressivos, causando o lascamento do concreto.
O comprometimento do desempenho da estrutura e o constrangimento psicológico.
É sabido que o concreto armado só funciona como um sólido composto (ou seja, como é calculado) quando há perfeita
aderência entre o concreto e o aço. É comum encontrarmos condomínios com a filosofia – Isso pode esperar mais um
pouco, não vai cair etc.. Esperando o momento “certo” para intervir, deixando muitas vezes os condôminos sem sono. Mas
devemos alertar que em geral, os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo,
além de acarretarem outros problemas associados ao inicial.
Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, efetivas, fáceis de executar e mais baratas quanto mais cedo
forem executadas. A demonstração mais expressiva dessa afirmação é a chamada “lei de Sitter” que mostra os custos
crescendo segundo uma progressão geométrica.
Dividindo as etapas construtivas e de uso em quatro períodos correspondentes ao projeto, à execução propriamente dita, à
manutenção preventiva efetuada antes dos primeiros três anos e à manutenção corretiva efetuada após surgimento dos
problemas, a cada uma corresponderá um custo que segue uma progressão geométrica de razão cinco (5).
Segundo SITTER, colaborador do CEB – Comitê Euro-international du Béton – formulador dessa lei de custos amplamente
citada em bibliografias especificas da área, adiar uma intervenção significa aumentar os custos diretos em progressão
geométrica de razão 5, o que torna ainda mais atual o conhecido ditado popular “não deixes para amanhã o que se pode
fazer hoje”, por cinco vezes menos.
A boa vontade que pode sair muito caro.
Síndico precavido, econômico, há anos mantendo uma administração enxuta. Um belo dia se depara com as lajes e vigas
de suas garagens em processo de corrosão e desplacamento. Certamente, já sabe o que fazer. Deixa recado com o
porteiro para encontrar o Sr. Das obras, que há anos ronda o condomínio e adjacências. “Profissional” barato, de
confiança, muito bom por sinal. Entretanto, esquece que o Sr. Das obras é um bom executor, mas não detém
conhecimentos técnicos que os diversos serviços de engenharia requer. Continuando, lá vão, síndico e Sr. Das obras a
loja de materiais de construção mais próxima. O resultado? Compram os mais diversos materiais. Aquele do comercial Dr,
diz o Sr. Das obras. Satisfeito com a “economia” e com a orientação sugerida pelo balconista da loja, seguem para a
execução da “maquiagem estrutural”.
Remoção do concreto danificado pela corrosão, remoção das carepas de corrosão, pintura inibidora polimérica ou
anticorrosiva, aplicação da argamassa de reparo. Pronto !!! agora é só pintar Dr.
Bem Sr. Síndico, devemos lhe informar que o termo “recuperação estrutural” aplicado em uma estrutura, motivado por
processo de corrosão em suas armaduras significa a restituição da sua integridade em todos os sentidos, seja o físico e
químico, sempre considerando-se que um processo é uma série de fenômenos sucessivos com nexo de causa e efeito. A
restituição das seções do aço e do concreto, danificados por processos de corrosão nas armaduras, representa nada mais
nada menos do que o efeito. E a causa ? Bem, a causa da corrosão nem todos sabem, mas, é de origem eletroquímica,
somente neutralizada por processo eletroquímico. Por que apenas tratar os efeitos? Evidentemente, esta forma de
recuperação estrutural conduz ao aceleramento da deterioração da estrutura.
Todo problema patológico, chamado em linguagem jurídica de vício oculto ou vício de construção, deve ser acompanhado
ou executado por um profissional devidamente habilitado.
O conhecimento da patologia da construção é indispensável, em maior ou menor grau, para todos que trabalham com
recuperações e construção. Quando se conhecem os defeitos que uma construção pode vir a apresentar e suas causas, é
muito menos provável que se cometam erros.
Voltando dias depois para ver o serviço do Sr. Das obras e do Síndico econômico, nos deparamos com o seguinte quadro:
Utilização de argamassa com altíssima resistência a compressão, invariavelmente duas a três vezes superior ao do
concreto original. Em outras palavras, sua relação tensão – deformação (módulo de elasticidade) é totalmente diferente da
base, dando como resultado uma transmissão de carga mais intensa e sujeitando-a a um descolamento prematuro. Bem
mais impermeável que o concreto da base, possui uma rede de vazios bem inferior. O resultado é um comportamento
dimensional (coeficiente de dilatação térmica-relaxação-fluência) anômalo, não tão importante para espessuras
correspondentes ao recobrimento, mas extremamente prejudicial para espessuras mais profundas, onde o volume de
cargas é mais intenso. Na verdade, o que se deseja é uma boa aderência, uma massa similar á original, uma cura
adequada (retração por secagem) e a efetiva neutralização da corrosão através de um processo eletroquímico. Tudo a
mais influencia o comportamento dimensional da peça estrutural, devido a falta de cuidado em tentar compatibilizar a
recuperação. A incompatibilidade nas recuperações em todos os segmentos da área é muito comum. Mas este será o
nosso próximo assunto, não recupere antes do próximo artigo.

FOTOS

*Eng° Leonardo Zapla é especialista em Patologias da Construção, Perito, Consultor técnico de algumas empresas e
diretor da Zapla Serviços Especiais para Engenharia. (21) 2487-5143 - www.zapla.com.br
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