Você está na página 1de 24

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

JOÃO VICTOR CORDEIRO BARROS


LUCIANO HENRIQUE DE ANDRADE MELO DA SILVA

IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE PATOLOGIAS NAS EDIFICAÇÕES

Caruaru
2022
JOÃO VICTOR CORDEIRO BARROS
LUCIANO HENRIQUE DE ANDRADE MELO DA SILVA

IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DE PATOLOGIAS NAS EDIFICAÇÕES

Relatório apresentado como instrumento


de avaliação da disciplina de Identificação
e Solução de Patologias em Edificações do
curso de Engenharia Civil.
Docente: Humberto Correa Lima Junior

Caruaru
2022
RESUMO

A ocorrência dos problemas patológicos nas edificações ocasiona uma redução de sua vida
útil, o que está diretamente relacionado com o desempenho dos materiais ou componentes da
edificação, refletindo diretamente no desempenho das edificações, assim como no
comprometimento quanto à segurança dos usuários. Assim, o objetivo do presente trabalho
consiste em um estudo de caso de uma edificação residencial localizada no município de Belo
Jardim, agreste de Pernambuco, identificando as várias patologias presentes na edificação em
estudo, procurando identificar suas possíveis causas e consequentes soluções.

Palavras-chave: Patologias; edificações; desempenho das edificações.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Nazário e Zancan (2011), o termo Patologia, tem origem grega
páthos = doença, e logos= estudo, e, portanto, pode ser entendido como o estudo da
doença, que é muito utilizado nas áreas da ciência. Na construção civil pode-se atribuir
patologia aos estudos dos danos ocorridos em edificações. A patologia se resume ao estudo
da identificação das causas e dos efeitos dos problemas encontrados em uma edificação,
elaborando seu diagnóstico e correção. Um diagnóstico adequado de uma manifestação
patológica deve indicar em que etapa do processo construtivo teve origem o fenômeno que
desencadeou o problema, podendo constar as possíveis correções para o(s) problema(s)
assim como medidas de profilaxia que servem tanto para evitar o seu aparecimento quanto
a sua propagação.

Os problemas patológicos podem ter origem em qualquer fase envolvida no processo


construtivo de uma edificação, em que muitas vezes, podem ser atribuídos a um conjunto
de fatores e não somente a uma falha em etapa isolada, tais como: projetos mal feitos, má
qualidade dos materiais empregados na construção, falta de controle tecnológico,
principalmente relacionado ao concreto, falha na etapa de construção, equipe sem
preparação para execução de projetos mais elaborados, falta de fiscalização por parte dos
gestores ou responsáveis pela execução do empreendimento, edificações sendo utilizadas
para outros propósitos do que o que foi projetado ou mesmo pelo seu uso inadequado e a
falta de manutenção.
Assim, o objetivo do presente trabalho consistiu na identificação de patologias em
três edificações residenciais localizadas no município de Belo Jardim, agreste de
Pernambuco, procurando identificar suas possíveis causas e consequentes soluções.

2. LOCALIZAÇÃO
As edificações consistem em três residências unifamiliares localizadas no município de
Belo Jardim, agreste pernambucano. A fim de facilitar sua identificação, estas foram
separadas da seguinte forma, conforme a Figura 1, 2 e 3:
● Edificação 1: primeiro andar, localizada no bairro Santo Antônio;
● Edificação 2: térrea, localizada no bairro Floresta;
● Edificação 3: primeiro andar, localizada no bairro Floresta.

Figura 1: Edificação 1, localizada no bairro Santo Antônio.

Fonte: Google Earth (2022).

Figura 2: Edificação 2, localizada no bairro Floresta.

Fonte: Google Earth (2022).


Figura 3: Edificação 3, localizada no bairro Floresta.

Fonte: Google Earth (2022).

3. PROCEDIMENTO

O procedimento utilizado consistiu na identificação tátil visual das diversas patologias


presentes na edificação, registradas por meio de fotografias, onde, por meio da análise das
condições locais, assim como através de relatos dos usuários acerca do processo construtivo
da edificação, procurou-se identificar suas possíveis causas e suas correspondentes soluções.

4. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

4.1 AUSÊNCIA DE VERGAS

Conforme descrito na NBR 6118 (ABNT, 2014) verga e contraverga são


considerados elementos estruturais colocados sobre vãos de aberturas não maiores do que
1,2m, a fim de distribuir as tensões concentradas nas paredes adjacentes aos vãos. São
instaladas na parte de cima dos caixilhos, de modo que cubra todo o vão das janelas e
portas, onde o transpasse deve ser de 1/10, de acordo com o tamanho do vão, mas nunca
deve ser menor do que 30 cm.

A ausência ou má execução de vergas e contravergas nas aberturas ocasionam o


aparecimento de fissuras devido a concentração de tensões existentes nestes locais. A Figura
4 mostra a manifestação patológica observada na edificação 1 devido a falta de vergas, que
se dá por meio de rachaduras nos vértices das portas.
Figura 4: Rachaduras devido a falta de vergas nos vãos de portas (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Para que seja realizado o processo de reparação de fissuras, é necessário retirar


caixilhos, refazer vergas, e recolocar caixilhos.

4.2 RACHADURAS VERTICAIS NAS ALVENARIAS

A Figura 5 mostra rachaduras verticais nas alvenarias presentes na edificação 1,


originadas, muito provavelmente, pela ausência de elementos de rigidez na alvenaria. Ao ser
realizada a execução de uma alvenaria, faz-se necessário que seja executada uma pequena
viga, chamada cinta de amarração, que tem como finalidade fazer com que a alvenaria
trabalhe em conjunto, como um elemento solidário e firme, aumentando sua resistência a
movimentos laterais e evitando a fissuração.

Como solução, deve-se realizar a execução da cinta de amarração, que deve ser
executada na última fiada das alvenarias, com tijolos tipo canaleta, onde são colocadas duas
barras de ferro e preenchidos com concreto.
Figura 5: Rachaduras verticais nas alvenarias (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Como observado na Figura 6, além da falta de elementos de rigidez, um dos fatores


cruciais para o aparecimento da fissura deu-se pelo apoio indevido do telhado sob a
alvenaria, provocando sobrepeso.

Figura 6: Fissura devido ao sobrepeso do telhado (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).


Em encontro entre paredes e pilares, devido ao fato de serem elementos diferentes
com composições e/ou disposições diversas, estes irão se deformar de formas distintas de
acordo com os esforços solicitantes, tais como força e temperatura. A Figura 7 mostra uma
fissura vertical no encontro de um pilar com a parede onde, devido a deficiência de
amarração entre os elementos construtivos provenientes da expansão da alvenaria,
resultando em fissuras provenientes de esforços de tração, que não são resistidos pela
argamassa presente na alvenaria.

Figura 7: Fissura devido a deficiência na amarração pilar/parede (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Como forma de solucionar o problema, é recomendado a realização da amarração


com material resistente à tração, sendo o aço o mais utilizado. A amarração deve ser
executada entre tijolos e blocos da parede e entre paredes justapostas, através da inserção de
elementos metálicos nas juntas de argamassa durante o assentamento, proporcionando maior
rigidez ao conjunto ou pelo transpasse geométrico dos tijolos. Para a restauração da fissura,
deve-se realizar a inserção de tela metálica no encontro da parede com o pilar, transpassando
20 cm de cada lado.

4.3 REVESTIMENTOS: ALTERAÇÃO QUÍMICA DO MATERIAL

4.3.1 DESAGREGAÇÃO

A desagregação é a perda de continuidade na argamassa de emboço, podendo se


manifestar através do esfarelamento da argamassa devido a elevada pulverulência, e sua
ocorrência pode ser devido ao baixo teor de aglomerante, excesso de elementos finos na
areia, aplicação de cal na argamassa que não esteja completamente hidratada ou a dissolução
de sais. A Figura 8 mostra a desagregação do revestimento observado na edificação 1, onde,
como forma de solução, tem-se a remoção da camada atual e execução de outra, com
argamassa devidamente dosada.

Figura 8: Desagregação do revestimento (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

4.3.2 DESCASCAMENTO DE PINTURA

O descascamento da pintura pode ser ocasionado por:

● Aplicação de tinta sobre superfície úmida;


● Aplicação de tinta sobre reboco sem cura adequada;
● Má aderência da tinta devido a diluição incorreta;
● Aplicação de tinta sobre superfícies que contenham partes soltas e caiação.

A Figura 9 mostra o descascamento da pintura observado na edificação 2, tendo


como forma de solução a retirada da pintura atual, limpeza adequada do substrato e
reaplicação da pintura.
Figura 9: Descascamento da pintura (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

4.3.1 MANCHAMENTOS: EFLORESCÊNCIA

As eflorescências apresentam-se como manchas esbranquiçadas nas alvenarias e


ocorrem devido a presença da cal livre em quaisquer substratos que levam cimento na
composição, o que está relacionado com a presença dos compostos químicos hidróxidos de
cálcio e hidróxidos de magnésio nos materiais cimentícios, que, ao reagirem com o gás
carbônico do ar, transformam-se na cal livre, processo chamado de carbonatação.

Quando a cal livre entra em contato com a água, ocorre a dissolução da cal livre.
Essa solução, por conta de diferentes níveis de concentração do sal, migra, através de
processo osmótico, para a superfície e a evaporação da água resulta na formação dos
depósitos salinos esbranquiçados, a chamada eflorescência. A Figura 10 mostra a presença
de salina na edificação 2.
Figura 10: Salina na parede (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

Tendo em vista a importância da água no processo de eflorescência, tem-se como


medida profiláxica para evitar tal problema a adequada impermeabilização da fundação
durante a construção da edificação, a fim de barrar a ascensão capilar da água nas paredes.
No entanto, uma vez já executada a edificação, sua solução, apesar de possível, pode
resultar desvantajosa economicamente, de modo que, se não executada, há necessidade de
reparos constantes.

4.4 SISTEMA DE COBERTURA

A Figura 11 mostra a grande quantidade de infiltrações no telhado da edificação 1,


caracterizado por meio da dissolução do forro de gesso. O telhado é composto por uma
estrutura de uma água, onde é utilizado telhas de fibrocimento. Observa-se que, devido ao
elevado grau de infiltração, grande parte do forro desabou. Como medida corretiva, torna-se
necessário uma análise estrutural adequada da cobertura, assim como a verificação e
substituição das telhas defeituosas.
Figura 11: Infiltração no telhado (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Com relação ao sistema de drenagem de águas pluviais do telhado, observou-se um


elevado estágio de corrosão da calha de zinco conforme a Figura 12, onde nota-se a abertura
de um orifício, o que proporcionou a entrada de água na edificação e, consequentemente,
perfurações e desabamento da forro de gesso. Desse modo, há necessidade da substituição
da calha danificada, assim como uma melhor análise das demais partes que constituem o
sistema de drenagem.

Figura 12: Corrosão da calha (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).


A Figura 13 mostra a presença de cupim em uma viga de madeira que compõe a
cobertura da lavanderia da edificação 1, onde, a depender do grau de deterioração, pode
oferecer elevados riscos à perda de resistência e, consequentemente, ao rompimento da
peça. Apesar de não estar em um estágio avançado, há necessidade de sua eliminação por
meio da utilização de produtos adequados, a fim de evitar seu avanço e sua propagação para
os demais elementos que compõem o telhado, assim como outras peças em madeira.

Figura 13: Cupim na viga de madeira (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

4.5 IMPERMEABILIZAÇÃO DA LAJE

As lajes podem ser caracterizadas como estruturas laminares, normalmente planas e


horizontais, solicitadas predominantemente por cargas normais ao seu plano médio e que
dividem pavimentos.
E um dos maiores inimigos dos elementos estruturais, e em especial da laje, é a
infiltração. As lajes, por serem elementos com maior superfície, estão frequentemente
sujeitas a umidade, sendo imprescindível sua adequada impermeabilização.Sua ausência
pode causar desde pequenos problemas, como manchas, bolor, descascamento de
revestimentos e pintura, até riscos quanto seu desempenho e suas funções estruturais,
comprometendo a segurança da edificação.
A Figura 14 e 15 mostram o descascamento do revestimento da laje do banheiro e a
laje do quintal da edificação 1, onde, a fim de se chegar a uma solução adequada, há
necessidade de uma análise estrutural mais criteriosa, a fim de se verificar a solução mais
eficiente, através de intervenções que vão desde sua impermeabilização e aplicação do
revestimento, para a Figura 14, e a retirada da vegetação e sua impermeabilização, para a
Figura 15, até o reforço estrutural das mesmas.

Figura 14: Descascamento do revestimento da laje do banheiro (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Figura 15: Laje do quintal (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

4.6 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Uma instalação elétrica é o sistema elétrico físico, ou seja, é o conjunto de


componentes elétricos associados e coordenados entre si, composto para um fim específico,
onde inclui componentes elétricos que não conduzem corrente, mas que são essenciais ao
seu funcionamento, como condutos, caixas e estrutura de suporte, etc. Já um sistema elétrico
é um circuito ou conjunto de circuitos inter-relacionados, constituído para determinada
finalidade, é formado por componentes elétricos que conduzem ou não corrente, de modo
que toda instalação elétrica corresponde a um sistema elétrico.
A NBR 5410/2004 estabelece condições a que as instalações elétricas de baixa
tensão devem satisfazer, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. No entanto, são comuns
problemas como curto-circuito e fuga de corrente nas instalações elétricas residenciais, onde
ocorrem principalmente quando existem falhas na isolação dos circuitos, ou seja, nos casos
em que há condutores desencapados, ligações mal feitas e fadiga do material isolante.
Assim, no tocante ao presente item, foram observados os seguintes problemas nas
edificações analisadas:

4.6.1 FALTA DE FIXAÇÃO DE INTERRUPTORES E TOMADAS

Conforme as Figura 16 e 17 observam-se a instalação de caixas de interruptores e


tomadas sem a adequada fixação na parede, de modo que permite o contato com fios
descobertos através de suas faces posteriores, conforme observa-se na Figura 16. Na Figura
17, nota-se um risco maior para a ocorrência de choques elétricos para crianças, já que está
instalada a 40 cm do chão.

Figura 16: Fixação inadequada do interruptor (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).


Figura 17: Fixação inadequada da tomada de corrente (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

4.6.2 TOMADA DE CORRENTE PRÓXIMO AO CHUVEIRO

A Figura 18 mostra a instalação de tomada próximo ao chuveiro, observado na


edificação 1. A NBR 5410:2004, em seu item 9.1.2.1 define os volumes contidos nos locais
em que há banheira ou chuveiro, de modo que, no presente caso, que contém apenas
chuveiro, tem-se os volumes 1 e 2, conforme a Figura 19. Desse modo, o item 9.1.4.3.1
estabelece que nenhum dispositivo de proteção, seccionamento e comando deve ser
instalado nos volumes 0, 1 e 2.
Figura 18: Localização inadequada da tomada de corrente (edificação 1).

Fonte: Autor (2022).

Figura 19: Definição dos volumes do banheiro com apenas chuveiro.

Fonte: Figura 17 - NBR 5410:2004.

4.6.2 INSTALAÇÃO INADEQUADA DO CHUVEIRO ELÉTRICO

A Figura 20 mostra a instalação elétrica de um dos chuveiros da edificação 2,


realizada por meio de tomada corrente. No entanto, conforme já mencionado, o item
9.1.4.3.1 da NBR 5410:2004 estabelece que não deve haver este tipo de dispositivo no
respectivo volume.
Figura 20: Instalação incorreta do chuveiro elétrico (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

Em seu item 9.5.2.3, a NBR 5410:2004 estabelece que a conexão do aquecedor


elétrico de água ao ponto de utilização deve ser direta, sem o uso de tomadas de corrente. A
Figura 21 mostra a instalação de outro chueveiro na edificação 2, onde, apesar de está de
acordo com o item 9.5.2.3, desatende o item 9.1.4.3.1, por apresentar um interruptor no
volume 1. Além disso, nota-se que a ligação dos fios encontra-se fora da caixa de derivação,
onde observa-se a exposição do condutor, sendo necessário seu adequado isolamento e
posicionamento na caixa de derivação.
Figura 21: Isolamento e localização inadequada da ligação dos fios (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

4.6.3 MÁ EXECUÇÃO DO QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE CIRCUITOS


(QDC)

O Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC) é responsável por armazenar, proteger


e fazer a distribuição de todos os circuitos da instalação, sendo obrigatório em todas as
instalações elétricas. De forma geral, é compostos por dispositivos de proteção, sendo eles:

● Disjuntores: são dispositivos que protegem contra curto circuito ou


sobrecarga;
● Diferencial Residual (DR): responsável por proteger contra fuga de corrente
elétrica, protegendo contra choques elétricos;
● Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS): dispositivo de proteção contra
surtos elétricos, importante para proteção dos equipamentos elétricos e
eletrônicos de surtos elétricos acontecem por causa das descargas
atmosféricas que atingem redes elétricas e anomalias na rede elétrica, por
exemplo.

Salvo casos particulares descritos no item 9.5.3 da NBR 5410:2004, recomenda-se a


execução de circuitos elétricos de tomada e iluminação de forma distinta, assim como a
exclusividade do circuito para para chuveiros elétricos. Em seu item 9.5.4, a presente norma
estabelece que todo circuito terminal deve ser protegido contra sobrecorrentes por
dispositivo que assegure o seccionamento simultâneo de todos os condutores de fase. No
entanto, a Figura 22 mostra o QDC da edificação 3, onde observa-se que, apesar de
aparentar a existência de dois circuitos (iluminação e tomada: não há chuveiro elétrico), há
apenas um disjuntor monopolar para ambos os circuitos, não obedecendo o estabelecido no
item 9.5.4 da NBR 5410:2004. Além disso, nota-se a falta de outros dispositivos de
proteção, como DR e DPS, assim como não há separação por cores dos condutores elétricos,
o que dificulta sua identificação, sobretudo em situações de manutenção ou novas
instalações elétricas.

Figura 22: Inadequação do QDC (edificação 3).

Fonte: Autor (2022).

4.7 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS

As instalações de esgotos sanitários têm a finalidade de coletar e afastar da


edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos,
encaminhando-os para um destino adequado. De acordo com a NBR 8160:1999, o sistema
predial de esgoto sanitário tem como objetivo permitir o rápido escoamento dos esgotos, a
desobstrução das tubulações, vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o
interior das edificações, assim como impedir a poluição ambiental.

A Figura 23 mostra a tubulação da pia do banheiro da edificação 1, onde nota-se a


falta de sifões, de modo a impedir a entrada de gases proveniente das tubulações. Por sua
vez, como pode-se observar na Figura 24, proveniente da edificação 2, há a deficiência na
fixação da tubulação que recebe as águas dos sifões, onde, a fim de evitar sua rotação,
nota-se a amarração da tubulação na parede. Além disso, conforme relatado pelo morador,
há eventos constantes de retorno de esgoto na parte externa, o que pode estar relacionado
com a falta do tubo de ventilação, o que acaba obstruindo a passagem da água. Na
edificação 3, conforme a Figura 25, nota-se que, a fim de dificultar o vazamento da água do
lavador, provavelmente devido à quebra do sifão, utilizou-se uma bolsa plástica na entrada,
como forma de “isolamento”.
Figura 23: Inexistência de sifão (edificação 1).

Fonte: Autor (2022) .

Figura 24: Fixação inadequada da tubulação (edificação 2).

Fonte: Autor (2022).

Figura 25: Reparo inadequado no sifão (edificação 3).

Fonte: Autor (2022).


Com relação a conexão de tubulações, nota-se que houve sua queima, resultando na
ineficiência do encaixe, de modo que pode haver vazamentos, assim como na degradação da
tubulação. A Figura 26 mostra tubulação do vaso sanitário e do lavador da edificação 3.

Figura 26: Conexão inadequada da tubulação (edificação 3).

Fonte: Autor (2022).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de suma importância uma boa caracterização das patologias a fim de se obter


soluções eficazes para os diversos tipos de problemas encontrados nas edificações. Como
observado, são diversas as patologias presentes nas edificações residenciais, sendo
caracterizadas por diferentes graus de complexidade, indo desde problemas mais complexos,
como estruturais e eflorescências, por exemplo, até aqueles de mais simples solução, como
as instalações hidrossanitárias, resultando em situações que interferem desde o adequado
desempenho de determinados itens até o comprometimento da segurança dos usuários.

REFERÊNCIAS

● Equipe Leroy Merlin.Como impermeabilizar laje?.2021. Disponível em:


<https://www.leroymerlin.com.br/dicas/como-impermeabilizar-laje>. Acesso
em Outubro de 2022.

● PASCOAL, Monte.Patologias em Instalações Elétricas.2019. Disponível


em:<http://www.imontepascoal.com/noticias/31102019/patologias-em-instala
coes-eletricas/>. Acesso em Outubro de 2022.

● REIS,Gabriela Gonçalves.Patologias Geradas nas Instalações Hidráulicas


Prediais.2008.Disponível
em:<https://www.unifimes.edu.br/filemanager_uploads/files/documentos/se
mana_universitaria/xiii_semana/trabalhos_aprovados/tecnologia_sustentabili
dade/resumos_expandidos/PATOLOGIAS%20GERADAS%20NAS%20INT
ALA%C3%87%C3%95ES%20HIDR%C3%81ULICAS%20PREDIAIS.pdf>
Acesso em Outubro de 2022.

● FERRAZ, L. S. Avaliação das Patologias das Instalações Elétricas de


Baixa Tensão. 2016. 149 pág. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Engenharia Elétrica) - Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2016.

● CAMARGO, N. F.; ARANTES, A. V.; SILVA. M. D. G. Análise de


manifestações patológicas ocasionadas em edificações na cidade de Rio
Verde - GO. Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO.

● ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NORMA


BRASILEIRA. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de
Janeiro: [s.n.], 2004. 209 p.

● ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NORMA


BRASILEIRA. NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário - projeto e
execução. Rio de Janeiro: [s.n.], 1999. 74 p.

● ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NORMA


BRASILEIRA. NBR 6118: Projetos de estrutura de concreto - procedimento.
Rio de Janeiro: [s.n.], 2014. 238 p.

Você também pode gostar