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Materiais de Construção

PLÁSTICOS

série MATERIAIS

rui santos
joão guerra martins 2.ª edição / 2010
Apresentação

No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser,


genericamente, o repositório da Monografia do Eng.º Rui Santos.

Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à


especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e
alargar-se ao que se pensa omitido.

Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo
uma por cada um dos temas base do mesmo, ou seja:

1. Movimentos de terras.
2. Desmontes.
3. Demolições.
4. Rochas.
5. Ligantes.
6. Colas e mástiques.
7. Argamassas e rebocos.
8. Betões.
9. Metais.
10. Execução de estruturas metálicas.
11. Execução de estruturas de betão armado e/ou pré-esforçado.
12. Plásticos.
13. Distribuição de água (fria e quente) e drenagem de águas residuais (domésticas e
pluviais).
14. Climatização (aquecimento e refrigeração) e ventilação.

Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.

João Guerra Martins


Os plásticos na Construção Civil

ÍNDICE DE TEXTO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9

I. GENERALIDADES ............................................................................................................ 11
1.1. Introdução ........................................................................................................................ 11
1.2. Histórico ........................................................................................................................... 11

II. MATERIAIS PLÁSTICOS .............................................................................................. 18


2.1. Os polímeros..................................................................................................................... 18
2.1.1. Origem ................................................................................................................... 19
2.1.2. Natureza química.................................................................................................. 22
2.1.3. Classificação .......................................................................................................... 27
2.2. Características genéricas dos materiais plásticos ......................................................... 30
2.2.1. Massa volúmica ..................................................................................................... 31
2.2.2. Peso molecular ...................................................................................................... 32
2.2.3. Cristalinidade e amorfismo ................................................................................. 32
2.2.4. Características mecânicas .................................................................................... 34
2.2.5. Características térmicas ....................................................................................... 36
2.2.6. Características eléctricas ..................................................................................... 39
2.2.7. Características acústicas ...................................................................................... 39
2.2.8. Resistência à corrosão .......................................................................................... 39
2.2.9. Absorção de água .................................................................................................. 39
2.2.10. Resistência à degradação e durabilidade ......................................................... 40
2.2.11. Características óptico-visuais ............................................................................ 40
2.2.12. Vantagens e desvantagens .................................................................................. 40

III. PROCESSAMENTO DE MATERIAIS PLÁSTICOS ................................................. 43


3.1. Introdução ........................................................................................................................ 43
3.2. Processos industriais de polimerização ......................................................................... 43
3.2.1. Polimerização em volume (massa) ...................................................................... 43
3.2.2. Polimerização em solução .................................................................................... 43
3.2.3. Polimerização em suspensão ................................................................................ 44
3.2.4. Polimerização em emulsão ................................................................................... 44
3.3. Processamento de termoplásticos ................................................................................... 45
3.3.1. Extrusão................................................................................................................. 45
3.3.2. Injecção .................................................................................................................. 46
3.3.3. Calandragem ......................................................................................................... 47
3.3.4. Termomoldagem ................................................................................................... 47
3.3.5. Moldagem por sopro ............................................................................................ 48
3.4. Processamento de termoendurecíveis ............................................................................ 48
3.4.1. Moldagem por compressão .................................................................................. 48
3.4.2. Moldagem por transferência ............................................................................... 48
3.5. Processamento de compósitos ......................................................................................... 49
3.5.1. Laminação manual ............................................................................................... 49
3.5.2. Projecção simultânea............................................................................................ 49

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Os plásticos na Construção Civil

3.5.3. Moldagem por injecção ........................................................................................ 50


3.5.4. Moldagem em contínuo ........................................................................................ 50
3.5.5. Pultrusão ............................................................................................................... 51
3.5.6. Centrifugação ........................................................................................................ 51
3.5.7. Moldagem por enrolamento filamentar ............................................................. 52
3.6. Principais aditivos ........................................................................................................... 52
3.6.1. Adjuvantes............................................................................................................. 53
3.6.2. Cargas .................................................................................................................... 55
3.7. Técnicas de união de materiais plásticos ....................................................................... 55
3.7.1. Uniões por peças acessórias ................................................................................. 55
3.7.2. União por colagem ................................................................................................ 56
3.7.3. União por soldadura ............................................................................................. 56
3.7.4. Uniões em plásticos reforçados com fibras ........................................................ 56

IV. PRINCIPAIS MATERIAIS PLÁSTICOS USADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL... 58


4.1. Materiais plásticos e respectivas siglas .......................................................................... 58
4.2. Polietileno (PE) ................................................................................................................ 59
4.3. Polipropileno (PP) ........................................................................................................... 61
4.4. Policloreto de vinilo (PVC) ............................................................................................. 62
4.5. Poliacetato de vinilo (PVAC) .......................................................................................... 63
4.6. Poliestireno (PS)............................................................................................................... 64
4.6.1. Poliestireno butadieno (SB) ................................................................................. 64
4.6.2. Poliestireno acrilonitrilo (SAN) ........................................................................... 64
4.6.3. Acrilonitrilo butadieno estireno (ABS) ............................................................... 65
4.6.4. Espuma de poliestireno expandido (EPS) .......................................................... 65
4.6.5. Espuma de poliestireno extrudido (XPS) ........................................................... 66
4.7. Polimetacrilato de metilo (PMMA) ................................................................................ 66
4.8. Policarbonato (PC) .......................................................................................................... 67
4.9. Poliamida (PA) ................................................................................................................. 67
4.10. Polibutileno (PB) ............................................................................................................ 68
4.11. Poliuretanos (PUR) ........................................................................................................ 68
4.12. Resinas epoxídicas (EP) ................................................................................................ 69
4.13. Resinas Fenólicas (PF) .................................................................................................. 70
4.14. Resinas de ureia formaldeído (UF) e de melamina formaldéido (MF) ..................... 70
4.15. Poliéster insaturado (UP) .............................................................................................. 71
4.16. Silicones (SI) ................................................................................................................... 72
4.17. Plásticos compostos ....................................................................................................... 73
4.17.1. Plásticos compostos de fibra de vidro (PRFV)................................................. 73

V. UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS PLÁSTICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......... 75


5.1. Tubagens .......................................................................................................................... 76
5.1.1. Tubagem para água fria no interior e exterior dos edifícios ............................ 77

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5.1.2. Tubagem para água quente no interior dos edifícios ........................................ 79


5.1.3. Tubagem para drenagem de águas residuais e ventilação................................ 83
5.1.4. Tubagem para distribuição de gás ...................................................................... 84
5.2. Perfis ................................................................................................................................. 85
5.3. Isolamento térmico e acústico......................................................................................... 86
5.4. Revestimentos e Impermeabilizações ............................................................................ 89
5.4.1. Revestimentos de pavimentos .............................................................................. 89
5.4.2. Revestimentos de paredes .................................................................................... 91
5.4.3. Impermeabilizações .............................................................................................. 93
5.5. Geotêxteis ......................................................................................................................... 96
5.5.1. Noções gerais ......................................................................................................... 96
5.5.2. Aplicações .............................................................................................................. 99
5.6. Vidro sintético .................................................................................................................. 99
5.7. Artigos sanitários ........................................................................................................... 102
5.8. Aditivos para betão........................................................................................................ 102
5.9. Elementos auxiliares no trabalho com betão .............................................................. 103
5.10. Instalações eléctricas ................................................................................................... 104

CONCLUSÃO....................................................................................................................... 105

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 107

ANEXO I ............................................................................................................................... 110

ANEXO II.............................................................................................................................. 117

ANEXO III ............................................................................................................................ 117

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Os plásticos na Construção Civil

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1.1. Alexander Parkes, inventor da Parkesine (1862) [46]............................................... 12


Fig. 1.2. John Wesley Hyatt [46] ............................................................................................ 13
Fig. 1.3. Relógio de resina fenólica (baquelite) e celulóide (1920) [46] .................................. 14
Fig. 1.4. Hermann Staudinger [54] .......................................................................................... 15
Fig. 2.1. Plataforma petrolífera [http://www.galpenergia.com/] .............................................. 19
Fig. 2.2. Refinação do petróleo bruto [37] ............................................................................... 21
Fig. 2.3. Relação monómero-polímero [41] ............................................................................ 22
Fig. 2.4. Poliadição e policondensação [41] ............................................................................ 23
Fig. 2.5. Homopolímero e copolímeros [32] ............................................................................ 25
Fig. 2.6. Copolímero de inserção (ramificado) [25] ................................................................. 26
Fig. 2.7. Polímero de estrutura linear (ex: Polietileno de alta densidade - PEAD) [32] .......... 26
Fig. 2.8. Polímero de estrutura ramificada (ex: Polietileno de baixa densidade - PEBD) [32] 27
Fig. 2.9. Polímero de estrutura em rede (ex: Resina fenol formaldeído) [32] .......................... 27
Fig. 2.10. Classificação dos plásticos segundo a sua origem [43] ........................................... 28
Fig. 2.11. Volume vs temperatura para dois polímeros, um amorfo e um semicristalino [32] 33
Fig. 2.12. Aparelho para ensaio de choque Izod e choque Charpy [25] ................................... 35
Fig. 3.1. Polimerização em emulsão [32] ................................................................................. 44
Fig. 3.2. Esquema de uma extrusora, mostrando as diversas zonas funcionais [27] ................ 45
Fig. 3.3. Extrusor de Polietileno [20] ....................................................................................... 46
Fig. 3.4. Esquema de uma máquina injectora [12] ................................................................... 47
Fig. 3.5. Projecção simultânea [3] ............................................................................................ 50
Fig. 3.6. Vista geral do processo de pultrusão [3] .................................................................... 51
Fig. 3.7. Vista geral do processo de centrifugação [3] ............................................................. 52
Fig. 3.8. Vista geral do processo de enrolamento [3] ............................................................... 52
Fig. 4.1. Estrutura química do polietileno [30] ........................................................................ 60
Fig. 4.2. Protecção de obra em polietileno [15] ....................................................................... 60
Fig. 4.3. Estrutura química do polipropileno [30] .................................................................... 61
Fig. 4.4. Estrutura química do policloreto de vinilo [30] ......................................................... 62
Fig. 4.5. Estrutura química do poliacetato de vinilo [8] ........................................................... 63
Fig. 4.6. Estrutura química do poliestireno [30] ....................................................................... 64
Fig. 4.7. Construir com EPS [33] ............................................................................................. 65
Fig. 4.8. Isolar com poliestireno extrudido [44] ....................................................................... 66
Fig. 4.9. Estrutura química do polimetacrilato de metilo [8] ................................................... 66
Fig. 4.10. Estrutura química do policarbonato [30].................................................................. 67
Fig. 4.11. Estrutura química da poliamida [8] .......................................................................... 68
Fig. 4.12. Estrutura química do polibutileno [8] ...................................................................... 68
Fig. 4.13. Estrutura química do poliuretano [8] ....................................................................... 69
Fig. 4.14. Estrutura química das resinas epoxídicas [8] ........................................................... 69
Fig. 4.15. Estrutura química das resinas fenólicas [8] .............................................................. 70
Fig. 4.16. Estrutura química da melamina [8] .......................................................................... 70
Fig. 4.17. Estrutura química de um póliester insaturado [8] .................................................... 71
Fig. 4.18. Estrutura química de um silicone [8] ....................................................................... 72
Fig. 4.19. Amostra de fibra de vidro [15] ................................................................................. 73
Fig. 5.1. Acessórios em PVC [http://www.asc.pt/poliresine.htm] ........................................... 79
Fig. 5.2. Tubos e acessórios de polipropileno copolímero random (PP-R) [40] ..................... 81
Fig. 5.3. Técnicas de união de tubos de polietileno para condução de gás [50] ....................... 84
Fig. 5.4. Perfis em PVC [49] .................................................................................................... 85

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Os plásticos na Construção Civil

Fig. 5.5. Revestimento de pavimentos em PVC [49] ............................................................... 90


Fig. 5.6. Revestimento plástico contínuo de paredes [http://www.imperbor.pt/]..................... 91
Fig. 5.7. Papel de parede em PVC [49] .................................................................................... 92
Fig. 5.8. Membrana de impermeabilização polietileno de alta densidade[http://www.sigsa-
sa.com]...................................................................................................................................... 93
Fig. 5.9. Membrana de impermeabilização em PVC [49] ........................................................ 94
Fig. 5.10. Silicones [http://www.plastimix.pt/] ....................................................................... 95
Fig. 5.11. Geosintéticos [35] .................................................................................................... 98
Fig. 5.12. Cobertura em chapas acrílicas [http://www.dicopesa.com.br/].............................. 100
Fig. 5.13. Cobertura em policarbonato [http://www.poliwork.com.br/] ............................... 101
Fig. 5.14. Espaçadores plásticos para pilares, vigas e paredes [45] ....................................... 104
Fig. 5.15. Calhas e caixas plásticas [49] ................................................................................. 104

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Desenvolvimento histórico da produção dos principais polímeros sintéticos [8].


.................................................................................................................................................. 16
Quadro 2 – Diferenças entre as polimerizações em cadeia e em etapas [41].......................... 24
Quadro 3 – Comparação das três categorias de polímeros [8]. ............................................... 29
Quadro 4 – Valores indicativos da massa volúmica de alguns dos materiais com aplicação na
construção civil [8]. .................................................................................................................. 31
Quadro 5 – Valores indicativos de algumas propriedades mecânicas de alguns dos materiais
com aplicação na construção civil [8]. ..................................................................................... 36
Quadro 6 – Valores indicativos de algumas propriedades térmicas de alguns dos materiais
com aplicação na construção civil [8]. ..................................................................................... 37
Quadro 7 – Identificação física de alguns materiais plásticos através da combustão [12]. .... 38
Quadro 8 – Principais vantagens e desvantagens dos materiais plásticos [15]. ...................... 41
Quadro 9 – Comparação dos sistemas de polimerização [41]. ............................................... 45
Quadro 10 – Vantagens e desvantagens das uniões por colagem de materiais compostos de
fibra de vido [2]. ....................................................................................................................... 57
Quadro 11 – Principais materiais plásticos e respectivas siglas [8]. ....................................... 58
Quadro 12 – Principais aplicações de materiais plásticos na construção civil [25]. ............... 75
Quadro 13 – Características físicas dos polietilenos de média e de alta densidade [8]. ......... 77
Quadro 14 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno. .......................................... 77
Quadro 15 – Características físicas do policloreto de vinilo rígido [8]. ................................. 78
Quadro 16 – Vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo. .......................... 78
Quadro 17 – Vantagens e desvantagens dos tubos de poliéster reforçado com fibra de vidro.
.................................................................................................................................................. 79
Quadro 18 – Características físicas do polietileno reticulado [8]. .......................................... 80
Quadro 19 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno reticulado. ......................... 80
Quadro 20 – Características físicas do polipropileno homopolímero e copolímero [8]. ........ 81
Quadro 21 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polipropileno. ..................................... 81
Quadro 22 – Características físicas do policloreto de vinilo clorado [8]. ............................... 82
Quadro 23 – Vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo clorado. ............. 82
Quadro 24 – Vantagens e desvantagens dos tubos de parede composta por plástico e metal. 83
Quadro 25 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno. .......................................... 85
Quadro 26 – Vantagens do policloreto de vinilo para perfis................................................... 86
Quadro 27 – Vantagens e desvantagens do poliestireno expandido. ...................................... 87
Quadro 28 – Vantagens e desvantagens do policloreto de vinilo. .......................................... 87
Quadro 29 – Vantagens do uso de espumas rígidas de poliuretano em isolamentos [26]. ..... 88
Quadro 30 – Vantagens das resinas de fenol formaldeído. ..................................................... 88
Quadro 31 – Vantagens das resinas de fenol formaldeído de célula fechada. ........................ 88
Quadro 32 – Vantagens e desvantagens das resinas de ureia formaldeído. ............................ 89
Quadro 33 – Propriedades isolantes de alguns materiais usados em isolamento [26]. ........... 89
Quadro 34 – Vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de pavimentos. ............... 90
Quadro 35 – Vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de paredes....................... 92
Quadro 36 – Comparação das propriedades dos polímeros sintéticos, para igual peso [14]. . 97

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Os plásticos na Construção Civil

INTRODUÇÃO

Pretendeu-se com o presente trabalho fazer uma análise dos materiais plásticos mais
utilizados em construção civil, bem como, avaliar a sua utilidade e importância face às
necessidades e exigências da construção civil actual.

Para a sua concretização, numa fase inicial, utilizou-se fundamentalmente como método o
recurso a literatura técnica sobre a matéria. No decorrer do processo de pesquisa verificámos
que em relação a outros temas, aquela, sobretudo a de autores nacionais ou em língua
portuguesa, é escassa. No entanto, estávamos longe de imaginar existir uma tão grande
profusão de páginas na Internet, à qual acabaríamos por recorrer, sobre os materiais plásticos,
ou com eles relacionadas. Aqui a quantidade de informação é imensa, embora nem sempre
utilizável porque, não raras vezes, é duvidosa por falta de referências, quer quanto aos autores
quer quanto às fontes.

Ao longo do trabalho fomos verificando que, fruto de intensa investigação no sector, em


resposta às necessidades de consumo e às necessidades concorrenciais das empresas, mal um
livro é posto nas bancas rapidamente fica desactualizado. Na verdade, este facto deve-se à
quantidade e variedade de produtos plásticos que frequentemente são lançados no mercado,
não sendo possível uma actualidade duradoura de qualquer publicação. Assim, entendemos
por bem evitar fazer referências comerciais específicas, falar de características peculiares que
dão originalidade ou diferenciação a determinados produtos, mas cuja existência é muitas
vezes efémera, fazendo antes o enfoque de características genéricas comuns aos polímeros
base para alguns materiais plásticos de maior interesse para o sector da construção civil,
tentando deste modo produzir um documento, que se espera, útil no imediato e susceptível de
ser melhorado no futuro.

O trabalho desenvolve-se em cinco capítulos.

No primeiro capítulo, intitulado “Generalidades”, depois de uma breve introdução, é feita uma
ligeira resenha histórica, na qual se entendeu não dever ser feita uma referência cronológica
exaustiva da evolução dos materiais plásticos. Isto porque, se por um lado não era esse o
propósito do trabalho, também se apercebeu que seria difícil evitar erros de datação, uma vez
que no decorrer da pesquisa se foram encontrando divergências entre os vários autores
referenciados, no que às datas de aparecimento dos diversos materiais plásticos diz respeito.
Privilegiou-se então, situar apenas aqueles que, no nosso entender, terão sido os momentos

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Os plásticos na Construção Civil

chave no seu processo evolutivo, da origem aos nossos dias. Assim sendo, fica desde já
ressalvada a eventualidade da existência de incorrecções nas datas referidas no texto.

No capítulo seguinte, designado por “Materiais Plásticos”, é feita uma abordagem sucinta aos
polímeros sintéticos, no que à origem, natureza química, classificação e características
genéricas essenciais, diz respeito (evitando-se referências a fórmulas químicas, ou aprofundar
o estudo das estruturas moleculares, por nos pareceu possuir pouco valor prático para
profissionais da construção civil, em particular para os engenheiros civis e arquitectos).

O terceiro capítulo, intitulado “Processamento de Materiais Plásticos”, trata do fabrico, das


técnicas de união e dos principais aditivos usados nos materiais plásticos.

No quarto capítulo, “Principais Materiais Plásticos Usados na Construção Civil”, é feita uma
descrição das características dos materiais plásticos com maior utilização no sector da
construção civil, tendo-se procurado focalizar a atenção para os aspectos mais relevantes e,
sobretudo, mais interessantes para os profissionais da área.

No quinto e último capítulo, sob o título “Utilização dos Materiais Plásticos na Construção
Civil”, é feita uma referência sintética às principais utilizações possíveis dos materiais
plásticos com maior implantação no actual mercado nacional da construção civil, quer pela
quantidade de uso quer pela qualidade da utilidade.

Em anexo apresenta-se um quadro resumo das características médias, físicas, mecânicas,


térmicas, ópticas, químicas e tecnológicas dos principais materiais plásticos usados na
construção civil e um quadro com a indicação de algumas classes de plásticos, bem como as
correspondentes designações comerciais, propriedades, aplicações e, a título indicativo, os
preços praticado em meados de 1994 nos EUA (entendemos que não seria correcto, e
necessário, efectuar o seu câmbio para a realidade e moeda corrente europeia).

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Os plásticos na Construção Civil

I. GENERALIDADES

1.1. Introdução

Ao falar-se de plásticos1 é difícil não associar de imediato a ideia de um saco de compras, ou


um “tupperware” doméstico. Esta é, no entanto, uma imagem demasiado redutora de um
material cuja popularidade pode levar os menos avisados a associá-lo a produtos de pouco
valor. Pelo contrário, o elevado desenvolvimento tecnológico, associado à crescente evolução
no mundo da química orgânica, tem permitido um notável nível de procura, descoberta e
utilização de materiais plásticos. De facto, as suas extraordinárias propriedades, versatilidade
de tipologia e formas, possibilitam um vasto leque de aplicações, tornando-o num produto
moderno, apetecível e cada vez mais importante.

Sectores como os de utilidades domésticas, brinquedos e construção civil, até aos que
empregam tecnologias mais sofisticadas, como os de saúde, informática, electrónicos,
automóveis e aviação, entre outros, vêm ampliando a utilização desta matéria-prima nos seus
produtos.

No caso particular da construção civil e no decurso do século XX, com destaque para a sua
segunda metade e início deste século, alguns dos materiais convencionais utilizados foram
progressivamente sendo substituídos por materiais poliméricos. Pode-se dizer que se verifica,
hoje em dia, que nos países mais industrializados cerca de 25 % dos polímeros produzidos são
utilizados nesta indústria.

De facto, desde as instalações hidráulicas e eléctricas até ao acabamento de uma obra (como
em revestimentos de pavimentos e caixilharias), o plástico tem-se revelado como elemento
fundamental para o sector de construção civil. Embora nem sempre aparente (caso das
tubagens que se escondem atrás das paredes) e em certos casos disfarçados (como em pisos ou
telhas que imitam peças de cerâmica), o plástico vem aumentando a cada ano a sua
importância e peso, sobretudo no segmento dos edifícios.

Hoje em dia, já é possível construir uma casa utilizando apenas materiais plásticos.

1.2. Histórico

DuBois e Jonh atribuem a primeira moldagem de materiais plásticos deliberada aos índios
malaios em 1843 (cit. In Throne 1979).

1
Do gr. plástikós, «relativo a obras de barro», pelo lat. Plastìcu-, «plástico; relativo à modelação». [54]

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Os plásticos na Construção Civil

Após tomar conhecimento de uma substância chamada nitrato de celulose ("descoberta" em


1845, em Basileia, Suíça, por C. F. Schönbein) [43;54], Alexander Parkes desenvolveu um
novo material que podia ser usado em estado sólido, plástico ou fluído, por vezes duro como
marfim, opaco, flexível, impermeável, durável, colorável e ser empregue em utensílios e
ferramentas. Este material, que se viria a designar por Parkesine (c. 1855, com patente
registada em 1861) [54], divulgado por toda a Grã-Bretanha a partir da Grande Exposição de
Londres de 1862 [46;48], foi quimicamente obtido a partir de uma mistura de clorofórmio e
óleo de rícino, processo esse que conduziria ao desenvolvimento do primeiro material semi-
sintético: o celulóide2.

Fig. 1.1. Alexander Parkes3, inventor da Parkesine (1862) [46]

Seria contudo John Wesley Hyatt o verdadeiro impulsionador da introdução deste novo
produto no mercado. Na realidade, pese embora não ter sido o seu verdadeiro inventor, foi
Hyatt quem desenvolveu a produção e aplicação industrial do celulóide de Parkes, quando em
1869 se propôs encontrar um substituto do marfim das bolas de bilhar [5;54]. Este produziu
uma bola a partir de nitrocelulose, que no entanto não funcionou graças à grande instabilidade
do material, altamente inflamável e explosivo [48]. Não teria sido, portanto, um bom começo
para um material que, embora nos anos seguintes tenha vindo a resolver o problema da
escassez de marfim nos Estados Unidos e mesmo substituísse com êxito alguns materiais
tradicionais, estava longe de conseguir o estatuto de qualidade que nos anos vindouros os
materiais plásticos granjeariam. De facto, e conforme Guedes e Filkauskas (1987, p. 13)

2
O termo celulóide só aparece em 1872 como designativo de todos os materiais plásticos obtidos a partir da
celulose, estendendo-se a outros plásticos não derivados desta matéria-prima. [54]
3
Químico, metalúrgico e inventor britânico (1813-1890), notabilizou-se pelo estudo laboratorial e científico,
bem como no desenvolvimento de vários processos e materiais industriais [54].

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Os plásticos na Construção Civil

argumentam, “Não era um material estável, decompunha-se facilmente quando exposto à luz
ou ao calor e era altamente inflamável.”.

Em 1870 os irmãos John e Isaías Hyatt começaram a fabricar o celulóide na Albany Dental
Plate Company, cuja curiosa designação derivava do facto daquele material ter sido
inicialmente utilizado pelos dentistas, para substituição da borracha vulcanizada4 utilizada
pelas marcas dentárias. Este produto era obtido através da adição, ao nitrato de celulose, de
um plastificante à base de cânfora (substituía o óleo de rícino usado na Parkesine) [41] que
lhe reduzia a fragilidade, aumentando a sua utilidade, desse modo.

Fig. 1.2. John Wesley Hyatt5 [46]

Dois anos mais tarde a Albany Dental Plate Company daria origem à Celluloid Manufacturing
Company, com uma fábrica em Newark no New Jersey, sendo nessa altura que surgiria pela
primeira vez a designação Celulóide (marca que obterá um sucesso tão grande, nos anos
seguintes, que virá a ser o nome que definirá as matérias plásticas feitas de celulose, mas não
somente estas).

Na prática, o celulóide, acima de tudo, veio substituir a borracha vulcanizada, muito onerosa
em certas aplicações industriais. Seria, no entanto, a partir deste material desenvolvido por
Hyatt que outros polímeros surgiram.

4
Vulcanização é o processo (estudado pelo químico americano Charles Goodyear em 1839) que impede a
separação das cadeias da borracha natural, interligando-as com enxofre, usando um catalizador de óxido de zinco
[8].
5
Inventor norte-americano (1837-1920) que ficou conhecido, fundamentalmente, por ter desenvolvido o
celulóide descoberto por Alexander Parkes e ser o fundador da moderna indústria de polímeros (plásticos) [54].

13
Os plásticos na Construção Civil

Até ao limiar do século XX os materiais plásticos evoluiriam muito pouco em virtude do


reduzido conhecimento científico sobre materiais poliméricos.

A partir da década de trinta, daquele século, assistiu-se a um incremento inusitado na


comercialização de produtos plásticos, como foi dito na revista "Busines Week", em 1935, "as
tendências modernistas impulsionaram o uso de plásticos em edifícios, mobílias e decoração,
e os plásticos, pela sua beleza, impulsionaram o modernismo" (cit. In A Era do plástico) [29].
Tudo graças ao facto de, em 1909, Leo Hendrik Baekeland6 ter concebido uma resina plástica
pelo processo de condensação, que seria o primeiro plástico completamente artificial,
baptizado em sua homenagem com o nome de baquelite.

A baquelite era um material sintético, totalmente produzido em laboratório, ao contrário do


celulóide que era feito a partir da celulose e de outras matérias vegetais.

Fig. 1.3. Relógio de resina fenólica (baquelite) e celulóide (1920) [46]

O plástico artificial de Baekeland, ou baquelite, largamente usado até ao presente, era algo de
formidável, com um considerável potencial de negócio, pelo que rapidamente proliferaram
imitações com o propósito de serem concorrenciais. Desta situação surgiram uma série de
conflitos de patentes a que Baekeland sentiu necessidade de pôr cobro, pelo que propôs a
fusão de todos os produtores, formando uma grande concentração empresarial da qual esteve
à frente.

A baquelite tornar-se-ia o material de base a milhares de novos produtos, como ainda hoje
sucede, tendo o plástico destronado o aço no papel de símbolo da indústria.

6
Inventor norte-americano (1863-1944), de origem belga, que se notabilizou pelo facto de ter concebido, ao fim
de várias experiências, o primeiro plástico totalmente artificial, que baptizou de baquelite (de Baekeland), ou
poli-oxibenzilmetileno-glicol anidro [54].

14
Os plásticos na Construção Civil

Foi, contudo, com o contributo de um dos pioneiros no estudo dos polímeros, Hermann
Staudinger, que se abriu caminho para o seu desenvolvimento, a partir do reconhecimento de
que estes são constituídos por moléculas gigantes de milhares de átomos unidos por ligações
covalentes, as quais apelidou de macromoléculas. Embora inicialmente mal aceites por alguns
cientistas, gerando inclusive discussão ao longo dos anos vinte do século passado [13;46], as
teorias de Staudinger acabariam por vingar junto da comunidade cientifica de então, até
porque, ao contrário dos percursores Parkes e Hyatt cujas invenções foram casuais, ele
provaria que a razão estava do seu lado através de demonstrações experimentais com raios X
dos vários polímeros existentes na altura.

Fig. 1.4. Hermann Staudinger7 [54]

No segundo quartel do século XX, em virtude dos conhecimentos entretanto apurados e do


estímulo de desenvolvimento inerente às Grandes Guerras, começaram a ser produzidos, em
grande variedade, produtos sintéticos constituídos por macromoléculas (que obtiveram, e
continuam a obter, grande sucesso comercial).

Nos últimos cinquenta anos a indústria das matérias plásticas desenvolveu-se imenso, vindo
mesmo a superar a indústria do aço. Materiais como o poliestireno, o polietileno, o policloreto
de vinilo (PVC), a poliamida (Nylon), ou o polipropileno, fazem parte do quotidiano de todos,
independentemente da sua condição social, e estão presentes quer nas mais remotas aldeias
quer nas grandes cidades.

O desenvolvimento da indústria dos plásticos foi de tal maneira vertiginoso que se assistiu à
substituição progressiva dos materiais tradicionais, o que tornou possível a realização de

7
Químico alemão (1881-1965), nascido em Worms e falecido em Freiburg em Breisgau, foi galardoado com o
Prémio Nobel da Química em 1953, pelo contributo que deu para o desenvolvimento dos plásticos. [54]

15
Os plásticos na Construção Civil

aplicações absolutamente fantásticas, como, por exemplo, um motor de combustão interna


feito de plástico, ou uma barreira transparente contra raios X.

No quadro 1 apresenta-se o ano aproximado do lançamento dos principais plásticos


industriais, conforme Esgalhado e Rocha (2002, p. 2). De notar que vários autores apontam
datas diferentes para o aparecimento desses diversos materiais plásticos. Como exemplo,
verifica-se que para o silicone se aponta a data de origem para 1900 [30]; 1930 [31]; 1943
[13;25;32;43;46] e 1945 [5].

Quadro 1 – Desenvolvimento histórico da produção dos principais polímeros sintéticos [8].

Plástico Ano de
lançamento

Celulóide 1870
Baque1ite 1909
Acetato de celulose 1927
Ureia formaldeído 1928
Polimetacrilato de metilo 1931
Polic1oreto de vinilo 1936
Poliacetato de vinilo 1938
Poliestireno 1938
Polietileno (baixa densidade) 1939
Poliamida (nylon 6-6) 1939
Melamina 1939
Poliéster insaturado 1942
Silicone 1943
Politetrafluoretileno 1943
Po1ietilenoteraftalato 1945
Acrilonitrilo butadieno estireno 1946
Resinas epoxídicas 1947
Poliuretanos 1953
Po1ietileno (alta densidade) 1954
Policarbonato 1958
Po1ipropileno 1959
Po1iacetal 1959
Poliéter clorado 1959
Resinas fenoxídicas 1962
Polioxifenileno 1964
Polibutileno 1965
Poli 4-metilpenteno 1965
Polissulfona 1965
Polissulfureto de etileno 1966
Polissulfureto de fenileno 1968
Politereftalato de butileno 1971
Poliamidas aromáticas 1972
Poliéster aromático 1974
Poliarilato 1978
Poliéter-éter cetona 1982
Poliéterimida 1982
Poliésteres termotrópicos 1984

16
Os plásticos na Construção Civil

Da análise do quadro 1 verifica-se que a partir de 1984 não há referência ao aparecimento de


qualquer tipo de novo material plástico, isso porém, não se deve a uma estagnação industrial,
ou a nada mais haver para inventar, mas sim ao facto de que, depois dos anos setenta, se ter
dado um certo amadurecimento da tecnologia dos polímeros. Por outro lado, o ritmo dos
desenvolvimentos diminui, enquanto se procura aumentar a escala comercial dos avanços
conseguidos. Ainda assim, pode-se ressaltar algumas inovações tais como:

• Os polímeros de cristal líquido;

• Os polímeros condutores de electricidade;

• Os polisilanos;

• Os novos polímeros de engenharia, ver em 2.2.2., como poli(eter-imida),


poli(éter-éter-cetona) nele referidos.

Na última década do século passado assiste-se ao aparecimento dos catalisadores de


metaloceno, dos biopolímeros, do uso em larga escala dos elastómeros termoplásticos e
plásticos de engenharia e sobretudo a uma preocupação com a reciclagem dos plásticos. Este
processo de conservação ambiental torna-se quase uma obsessão, pois dele depende a
viabilização comercial dos polímeros e daí a reciclagem em grande escala de garrafas de PE
(polietileno) e PETB (politereftalato de etileno).

17
Os plásticos na Construção Civil

II. MATERIAIS PLÁSTICOS

2.1. Os polímeros

Embora apenas se tenha começado a sintetizar polímeros no século XIX, eles já eram usados
pelo homem desde a pré-história. De facto os polímeros naturais, assim designados por se
formarem naturalmente, sempre tiverem um papel importante ao longo dos tempos na medida
em estão presentes, entre outras coisas, no suporte essencial da vida, a alimentação. As
proteínas, os polissacarídeos, os ácidos nucleícos, a celulose e a borracha são exemplos de
polímeros naturais.

Os materiais que são constituídos à base de polímeros apresentam-se sob as mais variadas
formas, que vão desde os materiais sólidos e flexíveis, às fibras e aos materiais celulares
rígidos ou não, aos filmes, às pinturas, aos adesivos, etc. e tem propriedades tão diferentes
como, por exemplo:

• Uns podem-se fundir por aquecimento, enquanto outros endurecem pelo calor;

• Outros são solúveis na água ou em solventes apropriados, enquanto que outros


são insolúveis;

• Muitos decompõem-se pelo calor, a baixas temperaturas, enquanto que outros


resistem ao aquecimento, sem decomposição nem qualquer alteração química.

Esta possibilidade de dar aos materiais uma grande variedade de características, torna-os
particularmente interessantes nas suas diversas utilizações e é uma das principais causas da
sua enorme divulgação.

Nos últimos anos, o conhecimento das relações existentes entre a estrutura e as propriedades
dos polímeros, e ainda o aparecimento de novas técnicas de fabrico destes novos materiais,
permitiu que se lograsse atingir o objectivo de se sintetizarem produtos com características
previamente estabelecidas.

Perante este cenário diríamos que os polímeros sintéticos são o material ideal, tecnicamente
perfeitos. Mas, na verdade, existe um grande senão, um problema de vital importância para o
futuro do planeta e que se tem vindo a agravar com o decorrer dos anos em função do
aumento progressivo do consumo dos plásticos é que, estes polímeros, desenvolvidos para
durar eternamente e resistirem a todas as formas de degradação são de difícil colocação
quando deixam de ser úteis.

18
Os plásticos na Construção Civil

Apenas um tipo de polímeros sintéticos, os termoplásticos (ver referência em 2.1.3), são


recicláveis, pelo que, não será de estranhar que hoje a preocupação com a reciclagem seja
assunto da máxima importância. O desenvolvimento e uso dos materiais plásticos será
inviável caso este problema não seja adequadamente resolvido. O futuro poderá passar, quase
seguramente, pelos nos plásticos biodegradáveis.

2.1.1. Origem

Os materiais poliméricos, vulgarmente designados por plásticos, abrangem uma extensa gama
de materiais fabricados pelo homem a partir de dois elementos: o carbono e o hidrogénio.
Estes são provenientes de um produto natural: o petróleo bruto. Este é constituído por uma
mistura complexa de hidrocarbonetos a que se associam certas impurezas tais como,
compostos de enxofre, azoto ou oxigénio.

De facto, a matéria-prima que dá origem aos polímeros são os monómeros, ver em 2.1.2., e
estes por sua vez são normalmente obtidos a partir do petróleo ou gás natural. Esta não é,
contudo, a única forma de os obter. Embora com acréscimo de preço, que os torna menos ou
nada competitivos, os monómeros podem ser obtidos a partir da madeira, álcool, carvão e até
do CO2, uma vez que todas essas matérias-primas são ricas em carbono, o átomo principal que
constitui os materiais poliméricos.

No passado, os monómeros eram obtidos de resíduos do refino do petróleo. Porém, hoje o


consumo de polímeros é tão elevado que esses “resíduos” tem de ser produzidos
intencionalmente nas refinarias, para dar conta do consumo.

Fig. 2.1. Plataforma petrolífera [http://www.galpenergia.com/]

19
Os plásticos na Construção Civil

É do petróleo bruto que se obtém um elevado número de produtos, que lhe são derivados, e de
grande interesse económico, como: combustíveis, óleos base, óleos lubrificantes, ceras do
petróleo, parafinas, betumes e as matérias-primas para a indústria petroquímica, usualmente
classificadas em olefinas8 (etileno, propileno, butilenos, butadieno, etc.) e aromáticos9
(benzeno, tolueno e xileno), que através de processamentos característicos, darão origem a
vários materiais intermediários, tais como: o polietileno, o polipropileno, o polibuteno, etc., e,
subsequentemente, a diversos produtos acabados.

A proveniência e as características das ramas de petróleo bruto são factores preponderantes no


programa de fabrico das refinarias, que é concebido para fazer face às exigências qualitativas
e quantitativas do mercado consumidor. De referir que a génese do petróleo bruto é complexa
e ainda não completamente conhecida, embora a teoria orgânica aceite e considere que os
petróleos resultaram da decomposição em ambiente anaeróbico, e sob a acção de
microrganismos, de componentes gordos do sapropel10, acumulados no fundo de certas
lagunas [54].

Antes de ser consumido na forma de produto final, o petróleo bruto tem que passar por uma
refinação, figura 2.2, que consiste numa série de tratamentos físicos e químicos que visam a
separação em numerosos componentes, os chamados derivados.

A diversidade de produtos derivados e as suas características implicam uma grande


complexidade nas operações a efectuar na refinaria, as quais se podem reunir em três grupos
fundamentais:

1. As operações físicas de separação, que incluem:

i. A destilação;

ii. O fraccionamento;

iii. A extracção por solvente;

8
Nome genérico dos hidrocarbonetos acíclicos, de fórmula geral Cn H2n, homólogos do etileno ou eteno C2 H4)
[54].
9
Compostos orgânicos, de estrutura cíclica, em que se admite a existência de ligações deslocalizadas por todos
os átomos do ciclo (alguns destes compostos - benzeno, naftaleno, fenantreno, antraceno, piridina, etc. - podem
ser obtidos do alcatrão da hulha) [54].
10
Lodo castanho, escuro ou negro, com aspecto gelatinoso, rico em substâncias betuminosas, resultante da
putrefacção de matéria orgânica constituída essencialmente por organismos aquáticos. [54]

20
Os plásticos na Construção Civil

2. As operações químicas de conversão molecular, que se destinam a alterar a estrutura


molecular dos compostos de forma a obter produtos com determinadas características;

3. As operações físicas e químicas, destinadas a melhorar a qualidade dos vários


derivados do petróleo por eliminação de certas impurezas [37;42].

O processo de refinação consiste, basicamente, em submeter inicialmente o petróleo bruto a


uma destilação fraccionada, isto é, a uma separação puramente física das diferentes
substâncias nele misturadas. Este processo não altera a estrutura das moléculas e, assim
sendo, as substâncias conservam a sua identidade química. Para a obtenção de maior número
e variedade de produtos, as fracções mais pesadas são partidas em fracções leves pelo
processo de Cracking (processo oposto à polimerização), que consiste, essencialmente, em
decompor, pelo calor e/ou por catálise (uso de um catalisador), as moléculas grandes das
substâncias pesadas. O ponto de ebulição destas substâncias é elevado.

Para obter substâncias constituídas por moléculas de tamanho menor, às quais correspondem
substâncias mais voláteis, o ponto de ebulição mais baixo. As fracções assim obtidas podem,
posteriormente, ser misturadas umas às outras para a obtenção de produtos com as
propriedades desejadas [37].

Fig. 2.2. Refinação do petróleo bruto [37]

21
Os plásticos na Construção Civil

2.1.2. Natureza química

Um polímero11 é uma molécula de grandes dimensões (macromolécula), natural ou artificial,


constituída por unidades moleculares mais pequenas (monómeros) que se repetem um grande
número de vezes.

Na figura 2.3 o etileno é o monómero que, após reagir com várias outras moléculas iguais a
ele, forma o polímero polietileno. A reacção química para obtenção do polímero é
denominada polimerização.

Fig. 2.3. Relação monómero-polímero [41]

Na reacção de polimerização em cadeia do monómero etileno em polietileno, à subunidade de


repetição (isto é: que se repete) chama-se mero. No exemplo apresentado na figura 2.3 o mero
é o CH 2 e n o número de subunidades, ou meros da cadeia molecular do polímero, a que se
chama grau de polimerização (GP) da cadeia polimérica [8;27;30;41].

Em 1929, Wallace Carothers12 dividiu as polimerizações em dois grupos, de acordo com a


composição ou estrutura dos polímeros. Segundo esta classificação, as polimerizações podem
ser por adição em cadeia (poliadição) ou por condensação (policondensação), figura 2.4
[25;41].

A poliadição é um tipo de reacção em que as moléculas de monómero se ligam entre si sem


qualquer modificação da sua composição e caracteriza-se fundamentalmente pela existência
de três fases:

ƒ A fase da iniciação, que consiste na quebra de uma ligação química na molécula de


monómero, com formação de um grupo reactivo, através da junção de um aditivo que
funciona como catalizador da reacção. Podem ser usados vários tipos de catalizadores,

11
Polímero (do grego: poli - muitas, mero - partes). [16;27;41]
12
Químico norte-americano (1896-1937), foi pioneiro no desenvolvimento comercial de polímeros, tendo
produzido a borracha sintética - o neopreno - e o nylon. Sintetizou muitos polímeros condensados,
especialmente, poliésteres, poliéteres e uma poliamida [54].

22
Os plásticos na Construção Civil

tais como os peróxidos orgânicos (que actuam como formadores de radicais livres13)
[25;41];

ƒ A fase de propagação, que é aquela em que se dá o crescimento da cadeia molecular


por adição sucessiva de unidades de monómero [25;41];

ƒ A fase de finalização (terminação), que corresponde ao crescimento as cadeias


moleculares que reagem entre si, conduzindo ao fim da reacção [25;41;54].

Fig. 2.4. Poliadição e policondensação [41]

A policondensação é um tipo de reacção em que duas ou mais moléculas de monómeros, que


podem ser idênticas ou diferentes, reagem entre si, com eliminação de pequenas moléculas
[25].

Em 1953 esta classificação foi aperfeiçoada por Paul Flory14, que utilizou como critério o
mecanismo de reacção envolvido na polimerização, para dividir as reacções características em cadeias
e em etapas, a que correspondem, respectivamente, às poliadições e policondensações.
13
Pode definir-se um radical livre como um grupo de átomos que tem um electrão desemparelhado (electrão
livre), que se pode ligar covalentemente a outro electrão desemparelhado (electrão livre), de outra molécula. [27]

23
Os plásticos na Construção Civil

As polimerizações em cadeia e em etapas possuem características diferentes, como é mostrado no


quadro 2.

Quadro 2 – Diferenças entre as polimerizações em cadeia e em etapas [41].

POLIMERIZAÇÃO EM CADEIA POLIMERIZAÇÃO EM ETAPAS

Apenas o monómero e as espécies Quaisquer duas espécies moleculares presentes no


propagantes podem reagir entre si. sistema podem reagir.

A polimerização possui no mínimo


A polimerização só possui um processo cinético.
dois processos cinéticos.

A concentração do monómero decresce O monómero é todo consumido no início da reacção,


gradativamente durante a reacção. restando menos de 1% do monómero ao fim da reacção.

A velocidade da reacção cresce com o A velocidade da reacção é máxima no início e decresce


tempo até alcançar um valor máximo, com o tempo.
a partir do qual permanece constante.

Polímeros com um alto peso molecular Um longo tempo reaccional é essencial para se obter um
formam-se desde o início da reacção, não polímero com elevado peso molecular, que cresce
se modificando com o tempo. durante a reacção.

A composição percentual do polímero é A composição percentual do polímero é diferente do


igual à do mero que lhe dá origem. mero que lhe dá origem.

Com esta nova classificação, alguns polímeros, como os poliuretanos (que não libertam
moléculas de baixo peso molecular, mas são caracteristicamente obtidos por uma reacção de
condensação), passaram a ser classificados de forma mais precisa, sendo considerados
provenientes de polimerizações em etapas [41]. Antes eram incorrectamente considerados
como produtos de poliadição,

Durante um processo polimerização o número de moléculas que se unem é variável, daí que o
polimerizado resultante tenha também, consequentemente, um peso molecular variável. Na
verdade, e segundo Throne (1979, p. 74), “(…) a maioria dos polímeros comerciais não tem
peso molecular idêntico (…)”. Quanto maior for o grau de polimerização, mais elevado será o
peso molecular do polímero (ver 2.2.3.), sendo esta uma característica particularmente
importante, se atentarmos que um peso molecular alto afecta significativamente as suas
propriedades químicas e físicas. De facto, e segundo McCrum et al. (1999, p. 19), “Há dois
factores moleculares que governam as propriedades mecânicas dum polímero. O primeiro é o
comprimento da molécula, (…). O segundo é a forma da molécula.”.

14
Químico e físico norte-americano (1910-1985) nascido no Illinois e falecido na Califórnia. Recebeu o Prémio
Nobel da Química em 1974, pelas investigações que realizou sobre as macromoléculas sintéticas e naturais [54].

24
Os plásticos na Construção Civil

Se somente um único tipo de monómeros está presente na estrutura do polímero, este designa-
se homopolímero. Se os polímeros são constituídos por dois ou mais tipos de monómeros
denominam-se copolímeros (ou heteropolímeros [25]) e constituem uma sequência mais ou
menos desordenada das unidades monómeras, em função das quantidades respectivas de
monómeros ligados e da sua reactividade em relação à cadeia que se forma [25;27;32;41;54].

Podem obter-se diferentes tipos de copolímeros em função da forma como as moléculas de


monómeros se unem entre si. Assim, as unidades podem ser distribuídas aleatoriamente
(“randomicamente”), alternadas, em blocos, ou ramificadas, permitindo estas combinações
dar origem a polímeros com diferentes propriedades, baseados nas estruturas obtidas.

Na figura 2.5 estão representadas formas esquemáticas de um homopolímero, de um


copolímero aleatório (“randômico”), de um copolímero alternado e de um copolímero em
bloco.

Fig. 2.5. Homopolímero e copolímeros [32]

Na figura 2.6 está representado um copolímero de inserção (ramificado), em que A e B


representam moléculas de dois monómeros diferentes.

25
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 2.6. Copolímero de inserção (ramificado) [25]

Em função da natureza química dos monómeros, e da técnica empregada para a


polimerização, os polímeros podem exibir diferentes tipos de arquitecturas. Os mais comuns
são os de estrutura linear, ramificada ou em rede.

A figura 2.7 ilustra o polietileno de alta densidade (PEAD), uma molécula de cadeia longa e
linear, feita pela polimerização do etileno, um composto cuja fórmula estrutural é CH2=CH2
[32].

Fig. 2.7. Polímero de estrutura linear (ex: Polietileno de alta densidade - PEAD) [32]

A indústria também produz uma outra variedade de polietileno, que possui cadeias
ramificadas. Este é conhecido como polietileno de baixa densidade (PEBD) e está ilustrado na
figura 2.8. O impedimento espacial provocado pelas ramificações dificulta um
"empilhamento" das cadeias poliméricas. Por esta razão, as forças intermoleculares que
mantém as cadeias poliméricas unidas tendem a ser mais fracas em polímeros ramificados.
Por isso o PEBD é bastante flexível e pode ser utilizado como filme plástico para embalagens,
enquanto que o PEAD é bastante duro e resistente, sendo utilizado em garrafas, brinquedos,
etc. [32].

A figura 2.9 mostra um polímero cujas cadeias estão entrelaçadas numa complexa rede de
ligações covalentes. O exemplo da figura é a resina fenol formaldeído, onde moléculas de
fenol são unidas pelo formaldeído [32].

26
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 2.8. Polímero de estrutura ramificada (ex: Polietileno de baixa densidade - PEBD) [32]

Fig. 2.9. Polímero de estrutura em rede (ex: Resina fenol formaldeído) [32]

2.1.3. Classificação

Os polímeros podem ser classificados tendo em conta vários factores, como por exemplo:

9 Quanto à sua natureza química, tal como vimos em 2.1.2;

9 Quanto à sua estereoquímica15 - Os que têm todos os resíduos orgânicos orientados


para o mesmo lado da cadeia chamam-se isotácticos, enquanto aqueles que possuem
os grupos alternados regularmente de ambos os lados da cadeia tomam a designação
de sindiotácticos. Ainda os que necessitam de uma estereoquímica definida, por
possuírem os resíduos orgânicos orientados ao acaso, designam-se atácticos [27];

15
Parte da química que trata da estrutura e propriedades dos estereoisómeros (isómero, semelhante a outro pelo
que respeita às ligações, mas que difere dele pelo modo como os núcleos atómicos se encontram orientados no
espaço) [54].

27
Os plásticos na Construção Civil

9 Quanto à sua morfologia - Os polímeros exibem 2 tipos de morfologia no estado


sólido: o amorfo e o semicristalino [25;27;32], ver em 2.2.4;

9 Segundo o tipo de aplicação, isto é, se são plásticos de uso geral (polímeros utilizados
nas mais variadas aplicações, como o polietileno, o polipropileno, o poliestireno, o
polimetacrilato de metila, o policloreto de vinilo, baquelite, etc.), ou se são plásticos
de engenharia (polímeros, tais como o poliacetal, o policarbonato e o
politetrafluoretileno, empregados em substituição de materiais clássicos usados na
engenharia, como por exemplo a madeira e os metais);

9 Quanto ao comportamento mecânico; etc.

A figura 2.10 apresenta uma classificação dos polímeros em função da sua origem.

Fig. 2.10. Classificação dos plásticos segundo a sua origem [43]

O método mais usual de agrupar os polímeros é, segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 3),
“(…) de acordo com a sua estrutura e sistema de ligação, consequentemente, em termos do

28
Os plásticos na Construção Civil

seu comportamento mecânico e térmico.”. De acordo com aquela classificação, as principais


categorias de polímeros são os termoplásticos16, os termoendurecíveis17 e os elastómeros.

De notar que os termoplásticos e os termoendurecíveis pertencem ao grupo de polímeros


vulgarmente designado por plásticos18 e os elastómeros ou borrachas a outro grupo de
polímeros [27]. No quadro 3 encontram-se representações esquemáticas dessas três categorias
de polímeros.

Quadro 3 – Comparação das três categorias de polímeros [8].

Comportamento Estrutura Diagrama

Termoplástico Cadeias lineares flexíveis

Termoendurecível Rede tridimensional rígida

Elastómero Cadeias lineares interligadas

O facto de um polímero estar incluído na classe dos termoplásticos ou na classe dos


termoendurecíveis está intimamente relacionado com a funcionalidade do monómero, isto é,
com o número de ligações covalentes que cada uma das suas moléculas pode estabelecer
(ligações químicas que unem entre si os átomos constituintes das cadeias moleculares) [25].

Os termoplásticos, produzidos por poliadição ou policondensação, são plásticos que


necessitam de calor para serem enformados (temperaturas elevadas podem causar degradação
ou decomposição) e que mantém estável a forma adquirida durante a enformação, assim que
se dá o seu arrefecimento. Estes materiais podem, teoricamente, ser várias vezes reaquecidos
e reenformados em novas formas, sem que ocorra alteração significativa das suas
propriedades. Contudo, na prática, deve haver o cuidado de definir um limite de
reprocessamento destes materiais, já que este processo pode levar à degradação [8;27].

16
Plástico que amolece sempre que é aquecido [55].
17
Plástico que amolece ao calor e endurece quando submetido a um segundo aquecimento [55]. É comum
também designar esta categoria de plásticos por termofixos [43] ou termoestáveis [53].
18
A palavra plástico enquanto substantivo pode assumir o significado de classe de materiais que podem ser
moldados ou enformados por efeito do calor ou da pressão, de modo a adquirirem uma determinada forma, e
como adjectivo pode significar capacidade de ser moldado. De notar que plástico pode ainda ter o significado de
deformação contínua e permanente de um aço sem que se dê a rotura [27].

29
Os plásticos na Construção Civil

A maior parte dos termoplásticos é constituída por cadeias principais, muito longas, de
átomos de carbono ligados covalentemente. Porém, e eventualmente, podem haver ainda
átomos de azoto, oxigénio ou enxofre também ligados covalentemente na cadeia molecular
principal. Pode haver, ainda, átomos ou grupos de átomos pendentes ligados covalentemente
aos átomos da cadeia principal. As cadeias moleculares longas dos termoplásticos estão
ligadas umas às outras através de ligações secundárias [27].

Os termoendurecíveis, produzidos por policondensação, são plásticos enformados para uma


determinada forma permanente e depois curados (ou endurecidos). Durante o processo de
solidificação, através da adição de determinados agentes químicos, formam uma massa
estável que não pode voltar a amolecer sob pena de se degradar ou decompor. Estes plásticos
são geralmente mais rígidos, são também mais frágeis e não podem ser reciclados [8;27].

Para se obter um plástico termoendurecível na sua forma permanente é necessário calor (a


palavra grega que designa calor é therme). Todavia, existem muitos plásticos designados por
termoendurecíveis cuja cura ocorre à temperatura ambiente, através de uma simples reacção
química.

A maior parte dos plásticos termoendurecíveis é constituída por uma rede de átomos de
carbono ligados covalentemente uns aos outros, de modo a formar um sólido rígido. Podem,
por vezes, haver ainda átomos de azoto, oxigénio, enxofre e outros, também ligados
covalentemente na sua estrutura reticular [27].

Os elastómeros são polímeros que podem receber elevadas deformações elásticas sem que se
deformem permanentemente, isto é, podem sempre readquirir a sua forma original [27].
Segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 4), “A importância da borracha natural hoje em dia, tem
decrescido consideravelmente e muitas das borrachas comercializadas são termoplásticos. Consequentemente a
distinção entre borrachas e plásticos está a desvanecer-se (…)”.

2.2. Características genéricas dos materiais plásticos

A quantidade de materiais poliméricos já disponíveis, bem como, a possibilidade de em


laboratório alterar a forma de se combinarem, criando portanto produtos novos e
consequentemente diferentes, aliada à procura incessante da satisfação das necessidades de
mercado, quer introduzindo materiais com características inovadoras, quer criando produtos
mais eficientes justificados por razões de natureza económica (materiais mais baratos), por
razões de natureza estética (materiais modernos adequados às tendências da moda), ou outras,
faz com que não seja tarefa fácil identificar todos os polímeros e em particular as suas

30
Os plásticos na Construção Civil

características intrínsecas. Assim torna-se necessário definir algumas características base que
facilitem a identificação e agrupamento dos materiais poliméricos.

No âmbito restrito da construção civil, e atendendo à cada vez maior importância dos
materiais plásticos, quer pela quantidade com que aparecem em obra, particularmente nos
edifícios, quer pela qualidade que os torna cada vez mais apetecíveis, importa referenciar
algumas características que possibilitem aos interessados um melhor conhecimento do
material em si e das suas vantagens e desvantagens, de modo a adequar a cada caso a solução
mais próxima do ideal. Neste sentido referir-se-ão em seguida algumas das características
genéricas dos materiais plásticos mais relevantes para a construção civil.

Em anexo apresenta-se um quadro resumo das características médias, físicas, mecânicas, térmicas,
ópticas, químicas e tecnológicas dos principais materiais plásticos usados na construção civil (anexo I)
e um quadro com a indicação de algumas classes de plásticos, as correspondentes designações
comerciais, propriedades, aplicações e a título comparativo os preços praticados em meados de 1994
nos EUA (anexo II).

2.2.1. Massa volúmica

Uma característica comum a todo o tipo de plásticos é a sua pequena massa volúmica. Esta
característica confere-lhes uma leveza apreciável, tornando-se por vezes numa vantagem em
relação aos outros materiais vulgarmente utilizados em construção civil. No quadro 4
comparam-se valores indicativos das massas volúmicas de alguns dos materiais mais
utilizados na construção civil actual.

Quadro 4 – Valores indicativos da massa volúmica de alguns dos materiais com aplicação na
construção civil [8].

MASSAVOLUMICA
MATERIAL
( g/cm3)

Materiais plásticos
Plásticos reforçados 1,2 - 2,3
Plásticos rígidos não reforçados 0,8 - 2,2
Espumas rígidas 0,01 - 0,1
Outros materiais
Aço 7,8 -7,9
Betão 2,5 - 2,8
Madeira 0,27 - 0,97
Alumínio 2,56 - 2,80

31
Os plásticos na Construção Civil

2.2.2. Peso molecular

Referiu-se em 2.1.2 que durante um processo polimerização o número de moléculas que se


unem é variável. De facto, um polímero é uma substância heteromolecular no que respeita ao
comprimento das cadeias moleculares, isto é, estas tem diferentes comprimentos resultantes
de circunstâncias aleatórias que ocorrem durante a polimerização [25].

Assim, da polimerização dum monómero não se obtêm moléculas com o mesmo peso
molecular, mas antes moléculas cujo peso molecular abrange uma gama de valores, logo o
valor do peso molecular dum dado polímero, que se determina, não pode ser mais do que um
valor médio, conforme Ehrenstein (2001, p. 50), “(…) materiais poliméricos não têm um peso
molecular uniforme. Isto porque o processo da polimerização origina macromoléculas de
comprimento diferente.”.

Estas médias estão relacionadas com as propriedades dos polímeros (em particular mecânicas)
mediante relações empíricas, daqui deriva a importância daquela característica estrutural (as
propriedades dependem, além disso, do modo de distribuição dos valores do peso molecular).

Polímeros de peso molecular muito baixo não têm propriedades convenientes, mas por outro
lado, os de peso molecular muito elevado são difíceis de processar. Polímeros com variações
de índice de heterogeneidade, de amostra para amostra, apresentam significativas variações
nas suas propriedades [25].

2.2.3. Cristalinidade e amorfismo

Outra característica estrutural que influencia as características mecânicas dos polímeros é a


cristalinidade. Os polímeros quando em estado sólido podem ter dois tipos de morfologia: o
amorfo19 e semicristalino.

Num polímero as cadeias moleculares não se dispõem no espaço de forma rectilínea, mas
antes estão orientadas aleatoriamente e entrelaçadas facilitando o amorfismo. Efectivamente,
a ordenação das moléculas, ou dos segmentos duma mesma molécula, implica um estado
cristalino.

Devido às suas dimensões, as moléculas dos polímeros não atingem um grau de cristalinidade
equivalente à das substâncias cristalinas de pequeno peso molecular. A razão desta diferença é
que os fenómenos de enrolamento, dobragem e entrelaçamento das longas cadeias, que se dão

19
Smith (1998, p. 347) chama ao estado amorfo não cristalino e ao estado semicristalino parcialmente cristalino
[27].

32
Os plásticos na Construção Civil

tanto mais quanto maior for o seu comprimento, ou seja o peso molecular, originam na
disposição dessas cadeias uma certa desordem. Esta desordem das moléculas significa
estrutura amorfa.
Face ao que ficou dito, poder-se-ia pensar que todos os polímeros são consequentemente
amorfos. No entanto, observações usando a técnica dos raios X possibilitam verificar que em
certos polímeros existe alguma cristalinidade, que se manifesta pela existência de zonas em
que as cadeias estão orientadas entre si (cristalites), embora imersas numa massa amorfa. Este
é, aliás, o comportamento mais comum em polímeros lineares. A este tipo de polímeros
chama-se semicristalinos ou parcialmente cristalinos [25;27;32].

Devido às fortes interacções intermoleculares, os polímeros semicristalinos são mais duros,


resistentes e, como as regiões cristalinas espalham a luz, mais opacos que os polímeros
amorfos, que são normalmente transparentes [32].

Em baixas temperaturas, tanto as moléculas dos polímeros amorfos como dos semicristalinos
vibram com baixa energia. Dir-se-ia que se encontram congelados numa situação de estado
sólido, conhecida como "estado vítreo". À medida que o polímero é aquecido as moléculas
vibram com mais energia e dá-se a transição do estado vítreo para o estado “rubbery”. Neste
estado, o polímero possui um maior volume, maior dilatação térmica e maior elasticidade. O
ponto onde esta transição ocorre é conhecido como temperatura de transição vítrea e está
denotado no gráfico da figura 2.11 como Tg. Quando aquecidos, os polímeros podem vir a
derreter. A temperatura de fusão ou de amolecimento dos polímeros é indicada naquele
gráfico como Tm. No estado líquido, os polímeros podem ser moldados ou divididos em
micro-fibras, por exemplo. Somente alguns polímeros, os termoplásticos, podem ser
derretidos [27;32].

Fig. 2.11. Volume vs temperatura para dois polímeros, um amorfo e um semicristalino [32]

33
Os plásticos na Construção Civil

Os polímeros amorfos são constituídos, em geral, por moléculas assimétricas e por isso têm
menos tendência a empilharem-se ou disporem paralelamente. Um polímero linear tem mais
facilidade em cristalizar que um polímero da mesma natureza, mas de estrutura ramificada
(por exemplo o polietileno). Se um polímero cristalizável, fundido ou amolecido, for
arrefecido bruscamente a uma temperatura inferior ao seu ponto de fusão, será solidificado
com uma estrutura própria do estado líquido, isto é, desordenada e por isso amorfa. Se as
moléculas forem mantidas a uma temperatura tal que sejam possíveis deslocamentos, embora
limitados, dos seus segmentos, pode com o tempo desenvolver-se a cristalinidade.

A cristalinidade também pode ser desenvolvida por meios mecânicos. Assim, as moléculas
dum polímero submetido a esforço de tracção podem ser orientadas, em maior ou menor grau,
na direcção do estiramento. No processo de extrusão (ver 3.2.1) também a isotropia20 do
material é, em geral, eliminada. Num ou noutro caso as características mecânicas
consideradas na direcção das moléculas, assim alinhadas, diferem das mesmas características
quando relativas a outras direcções.

2.2.4. Características mecânicas

O comportamento mecânico dos materiais plásticos não pode ser dissociado da temperatura
ambiente, estes materiais manifestam comportamentos díspares ao calor e ao frio, podendo
em condições estremas ser rígidos e quebradiços ou flexíveis e elásticos.

Para além desta característica os materiais plásticos possuem propriedades comuns aos sólidos
de Hooke21, segundo Ogorkiewicz (1969, p. 36) “(…) os plásticos não tem um módulo de
young definido (…)”, e aos fluidos Newtonianos22, designando-se frequentemente este
comportamento por viscoelástico, o que significa que é fortemente afectado pela temperatura
e pelo tempo de actuação das solicitações a que está sujeito [8;19;25].

Assim, quando se quantificam valores de características mecânicas de um material plástico


eles devem vir sempre associados às condições em que foram determinados, isto é, o tempo
de actuação das solicitações e a temperatura a que foram realizados os ensaios [25].

20
Característica de certos meios cujas propriedades físicas são as mesmas, qualquer que seja a direcção em que
forem medidas [54].
21
A lei de Hooke foi descoberta e enunciada em 1678 pelo cientista inglês Robert Hooke. Segundo esta lei, a
tensão aplicada a qualquer sólido é directamente proporcional ao alongamento relativo que lhe é produzido
dentro dos limites elásticos do sólido. A constante de proporcionalidade é designada por módulo de elasticidade
ou módulo de Young [54].
22
Fluidos em que a deformação é proporcional à tensão e ao tempo [54].

34
Os plásticos na Construção Civil

Mas não só a temperatura e o tempo de actuação das solicitações influencia o comportamento


mecânico dos materiais plásticos, como este também é afectado por outros factores externos
que dependem do meio ambiente.

De facto, agentes como a radiação solar, o oxigénio, a humidade e os poluentes, também o


influenciam. Para além disso ele é ainda afectado por factores intrínsecos ao próprio material,
tais como: a sua estrutura química, o grau de cristalinidade, a presença de grupos polares e
grupos volumosos, a massa molecular, os aditivos utilizados e a natureza da copolímerização
quando presente [25].

Os materiais plásticos apresentam características de resistência mecânica muito diversas, além


disso o mesmo material pode também dar origem a valores de resistência diferentes, quer seja
no seu comportamento sob tracção, sob compressão, ou sob flexão. Esta diversidade
representa, naturalmente, uma dificuldade no estudo das características mecânicas destes
materiais considerados na sua generalidade, ao contrário do que sucede com os materiais
tradicionais, para os quais essas características são praticamente constantes.

Em consequência disso as curvas de tensão-deformação que os ensaios fornecem são de difícil


interpretação, visto que os valores das tensões de rotura ou de cedência neles indicados podem
não representar as suas verdadeiras capacidades funcionais.

Assim como no caso da resistência, também a rigidez dos materiais plásticos é muito variável.
Encontram-se plásticos com valores praticamente insignificantes, tais como os filmes e
plásticos flexíveis, bem como outros com valores de rigidez relativamente elevados [19].

Fig. 2.12. Aparelho para ensaio de choque Izod e choque Charpy [25]

A resistência ao impacto dos materiais plásticos é também variável. Plásticos há que


apresentam tenacidade elevada, isto é, conseguem absorver energia e deformar-se

35
Os plásticos na Construção Civil

plasticamente sem fracturar, enquanto outros se mostram bastante quebradiços, sem qualquer
capacidade de oposição ao choque.

No que respeita à dureza, pese embora existirem plásticos bastante duros, quando comparados
com o aço ou até com vidro os seus valores de dureza ficam aquém dos manifestados por
estes materiais, riscando mais facilmente.

No quadro resumo em anexo (I) poder-se-ão aferir as características mecânicas dos principais
materiais plásticos usados na construção civil.

No quadro 5 comparam-se valores indicativos de algumas propriedades mecânicas de alguns


dos materiais mais utilizados na construção civil actual [8].

Quadro 5 – Valores indicativos de algumas propriedades mecânicas de alguns dos materiais


com aplicação na construção civil [8].

Propriedades mecânicas

MATERIAL RESISTÊNCIA MÓDULO DE RESISTÊNCIA


À TRACÇÃO ELASTICIDADE AO IMPACTO
( MPa ) ( MPa ) ( cm.kg/cm² )

Materiais plásticos
200-1000 10000 200
Plásticos reforçados
10-150 120-9500 2-15
Plásticos rígidos não reforçados
0,2-2 - -
Espumas rígidas
Outros materiais
370-800 190000-224000 2000
Aço
1,5-3,5 5000-21000 -
Betão
90-140 / 3-7‫٭‬ 7500-16000‫٭٭‬ -
Madeira
‫٭‬respectivamente no sentido paralelo / perpendicular às fibras
‫٭٭‬no sentido paralelo às fibras

A relaxação e a fluência são também características deste material, contudo o seu valor varia
significativamente entre tipos diferentes, não existindo valores que possam ser apontados
como indicativos de um média genérica.

2.2.5. Características térmicas

As propriedades térmicas dos materiais plásticos, tal como em geral acontece com as restantes
propriedades físicas, estão intimamente condicionadas pela estrutura e pela composição
molecular do material [25]. “Se, por um lado, o aumento da temperatura de utilização dos materiais
plásticos pode conduzir a uma diminuição da sua resistência mecânica, por outro, uma diminuição torná-los-á
mais frágeis e quebradiços”, Esgalhado e Rocha (2002, p. 9).

36
Os plásticos na Construção Civil

Muito embora as temperaturas, a que se encontram expostas as construções, estarem


normalmente abaixo do limite recomendado para uso contínuo, o seu conhecimento torna-se
importante [8], porquanto a escolha do material a usar depende do seu comportamento
térmico.

Se para temperaturas baixas os plásticos são frágeis e quebradiços, adquirindo uma certa
elasticidade à medida que a temperatura aumenta, também é certo que continuando este
incremento térmico se quebram as ligações inter-moleculares e não só. De facto, também as
próprias cadeias moleculares se movem livremente, até que se atinge o estado de fundido. A
temperaturas suficientemente elevadas as ligações covalentes das cadeias moleculares
quebram-se dando-se a decomposição do plástico [19;25]. Daí que a escolha do material
plástico a utilizar não deva ser indiferente à temperatura de serviços que terão de suportar,
atendendo ao nível a que os comportamentos referidos acontecem. Aliás, segundo
Ogorkiewicz (1969, p. 48), “A temperatura é obviamente um parâmetro que deve ser estudado
em qualquer apresentação de dados para projecto de selecção de material”.

Comparativamente a outros materiais, a maioria dos plásticos tem elevados coeficientes de


dilatação térmica. Contraem ou dilatam de acordo, respectivamente, com a diminuição ou
aumento de temperatura (como seria expectável).

Quadro 6 – Valores indicativos de algumas propriedades térmicas de alguns dos materiais


com aplicação na construção civil [8].
Propriedades térmicas
COEFICIENTE
TEMPERATURA
MATERIAL DE DILATAÇÃO CONDUTIVIDADE
DE UTILIZAÇÃO
TÉRMICA TÉRMICA
Máx. LINEAR (kCal/ºC.h.m)
(ºC)
( x 10−6 /ºC)

Materiais plásticos
Plásticos reforçados 150-250 15-30 0,18-0,20
Plásticos rígidos não reforçados 60-150‫٭‬ 50-250 0,12-0,32
Espumas rígidas 70 100-200 0,017-0,034
Outros materiais
Aço 400-500 10,6-12,4 35-45
Betão 250 10-12 1,3-1,6
Madeira - 5/0,5‫٭٭‬ 0,1-0,3
Vidro - 9 0,8
Fibra de vidro/mineral - - 0,035-0,039
Cortiça - - 0,033-0,038
‫٭‬no caso do PTFE o valor é de 250ºC
‫٭٭‬respectivamente no sentido paralelo / perpendicular às fibras

37
Os plásticos na Construção Civil

Da observação do quadro 6, no qual se comparam valores indicativos de algumas


propriedades térmicas de diversos materiais, entre os mais utilizados na construção civil
actual, verifica-se que existe uma enorme diferença no comportamento à dilatação térmica
linear dos materiais plásticos, pelo que, as dilatações destes materiais, produzidas pelo
aumento de temperatura, não devem ser menosprezadas aquando do dimensionamento dos
equipamentos e, sobretudo, quando da sua instalação em obra. Verifica-se ainda que a
condutividade térmica dos materiais plásticos é relativamente baixa, pelo que estes materiais
apresentam boas propriedades de isolamento.

No que respeita à incombustibilidade pode-se afirmar que os materiais plásticos não são de
todo recomendados, se esta característica for importante na escolha do material a utilizar. De
acordo com Esgalhado e Rocha (2002, p. 10) “(…) não existe nenhum material plástico que
seja incombustível, isto é, que permaneça inalterado ao contacto com a chama”.

Quadro 7 – Identificação física de alguns materiais plásticos através da combustão [12].


Tipo de Propagação Extinção Características da chama Comportamento do material Odor
Termoplástico da Chama da chama durante e após a Combustão
Acetato de rápida não há cor amarela escura desprende Funde, goteja e as gotas com- Açúcar queimado
Celulose pouca fumaça preta durante a tinuam a queimar
queima e fumaça branca após a
queima
Acetal lenta não há Cor azul claro, sem fumaça Funde, goteja e as gotas com- formaldéido, ape-
tinuam a queimar nas após a queima

Acrílico rápida não há Cor amarela no topo e azul nos Amolece e apresenta pouca Característico do
cantos da base, fumaça preta, carbonização superficial monómero acrílico
(frutas)
crepita
ABS rápida não há Cor amarela com fuligem preta Amolece e carboniza superfi- Característico
cialmente, evidência de adocicado
porosidade levemente ardido
no final

Nylon lenta há Cor azul na base com topo ama- Funde, goteja e espuma Proteínas
relo, sem fumaça queimadas

Poliestireno rápida não há Cor amarela alaranjada, fuma- Amolece, forma bolhas e Característico de
maça preta densa com fuligem carboniza superficialmente, monómero
após esfriar a superfície fica estireno
aperolada

Polietileno lenta não há Cor azul da base com topo ama- Funde e goteja Parafina
relo, desprende fumaça durante queimada (vela)
e após a queima

Polipropileno lenta não há Cor azul da base com topo ama- Funde e goteja Parafina
relo, desprende fumaça durante queimada com um
e após a queima leve toque ardido

Policarbonato difícil há Cor amarela desprende fuma- Amolece, forma bolhas e Característico de
ça cinza durante a queima carboniza medicamentos

PVC difícil há Cor amarela, verde nos cantos Amolece e carboniza Característico de
da base, fumaça branca, crepita superficialmente cloretos
SAN rápida não há Cor amarela com forte fuligem Funde borbulha e carboniza Característico de
preta superficialmente, evidência monómero
de poros após esfriar estireno

38
Os plásticos na Construção Civil

Há plásticos que ardem lentamente e que após o fim da chama, que provoca a combustão,
continuam a arder, tais como o polietileno e o polimetracrilato de metilo e que, por isso, são
considerados combustíveis. Outros existem que ardem rapidamente, tal como o poliestireno
expandido e que libertam gases tóxicos durante a sua combustão, considerados inflamáveis. E
ainda outros considerados auto-extínguiveis, já que se incendeiam em contacto com a chama,
mas cuja combustão se extingue logo após o fim daquela, como por exemplo o policloreto de
vinilo, o policarbonato e a poliamida [8].

O quadro 7 dá indicações quanto à forma de identificação física de alguns materiais plásticos


durante a combustão.

2.2.6. Características eléctricas

Os materiais plásticos possuem, devido à sua estrutura orgânica, boas propriedades de


isolamento eléctrico, o que contudo não significa que não existam plásticos condutores
eléctricos, como se refere em 3.6.1..

2.2.7. Características acústicas

Alguns materiais plásticos, como por exemplo o poliestireno extrudido e o poliestireno


expandido, devido à sua estrutura celular, apresentam boas propriedades de isolamento
acústico.

2.2.8. Resistência à corrosão

O facto de a maior parte dos materiais plásticos serem de superfície lisa e sem poros, o que
impede a penetração e acumulação de impurezas, e da sua estrutura orgânica impedir reacções
iónicas, faz com que estes materiais sejam resistentes à absorção de água (impermeabilidade)
e à reacção com muitos dos agentes químicos mais comuns (inalterabilidade).

2.2.9. Absorção de água

Segundo Rocha (1990, p. 33), “Apesar de a maior parte dos materiais plásticos ser insolúvel
em água, eles podem absorvê-la, afectando de forma variável algumas das suas propriedades.
O efeito mais nefasto verifica-se na resistência eléctrica”.

A absorção de água provoca em alguns plásticos, como as poliamidas e os poliésteres,


alteração de propriedades mecânicas e noutros, tal como as poliamidas, uma alteração

39
Os plásticos na Construção Civil

significativa na tensão e extensão na rotura, quando se passa de um ambiente seco para um


ambiente saturado [25].

No quadro resumo em anexo poder-se-à avaliar a capacidade de absorção de água dos


principais materiais plásticos usados na construção civil.

2.2.10. Resistência à degradação e durabilidade

A resistência dos materiais plásticos à degradação provocada pelas condições ambientais varia
de plástico para plástico. Factores como o clima (se é seco ou húmido), a acção dos raios
solares e a temperatura (alternância entre o calor e o frio), podem provocar degradação e levar
ao envelhecimento do material plástico, pelo que nem todos os plásticos podem ser usados em
aplicações exteriores.

Tal como a maior parte dos compostos orgânicos, os materiais plásticos são sensíveis aos
raios ultravioleta e sabe-se que o Sol é a principal fonte deste tipo de raios [3]. Para obstar a
esta contrariedade torna-se necessário que na formulação dos materiais plásticos seja
necessário juntar aditivos (ver em 3.6.1.) [22] que evitem, atenuem ou retardem a sua
degradação e envelhecimento.

2.2.11. Características óptico-visuais

Tanto os termoplásticos como os termoendurecíveis podem apresentar-se transparentes,


translúcidos ou opacos, tal como se refere em 2.2.4..

Existem aditivos que alteram as características dos polímeros de forma a que os materiais
plásticos, a que dão origem, tenham características programadas. Entre estas encontram-se
certos corantes que dão ao produto final uma transparência colorida, ou pigmentos que podem
diminuir a transmissão da luz tornando o produto final totalmente opaco.

2.2.12. Vantagens e desvantagens

Vimos já que estes materiais poliméricos assumem cada vez maior importância na construção
civil, a justificação para tal reside nas suas vantagens em relação aos materiais tradicionais.
Assim, vejamos [5;15;22]:

• Os materiais plásticos têm baixo peso;

• Aparência agradável;

• Uma resistência mecânica adequada a um conjunto considerável de aplicações;

40
Os plásticos na Construção Civil

• Elevada resistência à corrosão;

• Moldabilidade;

• Maleabilidade;

• Flexibilidade arquitectónica.

Por outro lado estes materiais têm também algumas desvantagens, sendo as principais
[5;15;22]:

• Fraca resistência ao fogo e a temperaturas elevadas;

• Preço;

• Baixo módulo de elasticidade/alta deformabilidade;

• Perda de qualidades (como a tonalidade) resultante da deterioração produzida pela


radiação ultravioleta e pela fluência;

• Baixa dureza.

Existem, contudo, aditivos (ver à frente em 3.4.) que se não eliminam estas deficiências pelo
menos atenuam-nas.

No quadro 8 indicam-se as principais vantagens e desvantagens dos materiais plásticos


segundo a perspectiva de Martinho (1996, p. 101).

Quadro 8 – Principais vantagens e desvantagens dos materiais plásticos [15].

Vantagens Desvantagens

• Fácil utilização • Fraca resistência mecânica (em geral)


• Baixa densidade • Dimensões instáveis
• Resistente à corrosão • Termicamente instáveis
• Isolante eléctrico • Baixa resistência ao calor e intempéries
• Isolante térmico • Dificuldade de reparação quando danificados
• Custo elevado (eventualmente)

Relativamente ao factor custo, quiçá aquele que, na indústria da construção civil, tem maior
peso tem na escolha do material a adoptar, quando existe mais que uma solução, verifica-se
que se considerarmos o custo por unidade de massa, os plásticos continuam a ser mais caros
que os seus concorrentes. Contudo, se os analisarmos em função do custo por unidade de
volume útil verificamos o contrário. De qualquer modo, o preço dos plásticos tende a
diminuir, pelo menos tem sido esta a tendência de mercado até aos dias de hoje, em virtude de

41
Os plásticos na Construção Civil

uma produção cada vez mais eficiente em resultado do relevante desenvolvimento que se tem
vindo a verificar na indústria dos plásticos [8].

42
Os plásticos na Construção Civil

III. PROCESSAMENTO DE MATERIAIS PLÁSTICOS

3.1. Introdução

Uma das mais importantes características dos plásticos é a facilidade com que podem ser
processados. Em alguns casos, artigos semi-acabados, tais como chapas ou varões, são
produzidas usando métodos convencionais como o caldeamento. No entanto, na maior parte
dos casos, o artigo acabado, que pode ter de uma forma complexa, é produzido numa única
operação. As etapas de processamento, de aquecimento, de moldagem e arrefecimento podem
ser contínuas, como no caso da produção de tubos por extrusão, ver à frente em 3.3.1., ou um
repetido ciclo de acções, mas na maioria dos casos os processos podem ser automatizados e
por isso são particularmente adequados a produção em massa [6].

Há um sem número de métodos de processamento (fabrico) que podem ser usados para os
plásticos. Na maior parte dos casos a escolha do método baseia-se na forma do componente e
se é um termoplástico ou um termoendurecível. É importante, no entanto, que durante o
processo de criação o projectista tenha uma compreensão básica da gama de métodos de
processamento para plásticos, já que uma forma inconcebível, ou um detalhe do desenho,
podem limitar a escolha de métodos por moldagem [6].

Far-se-á de seguida referência aos principais métodos de processamento de plásticos.

3.2. Processos industriais de polimerização

A produção industrial de plásticos pode ser feita recorrendo a processos diferentes nos quais
existe uma dinâmica de alteração constante devida ao desenvolvimento permanente de novas
tecnologias. Existem, contudo, alguns processos de polimerização que assumem maior
relevância que os restantes, como são os casos que a seguir se apresentam.

3.2.1. Polimerização em volume (massa)

Neste processo, muito utilizado na polimerização por condensação, o monómero e o activador


são misturados num reactor que é aquecido e arrefecido consoante as exigências do processo
[27;41].

3.2.2. Polimerização em solução

A polimerização em solução é um processo em que o monómero é dissolvido num solvente


não reactivo que contém um catalizador [27;41].

43
Os plásticos na Construção Civil

3.2.3. Polimerização em suspensão

O processo consiste em misturar o monómero com um catalizador e em seguida dispersá-lo


numa solução aquosa [27;41].

3.2.4. Polimerização em emulsão

O processo de emulsão é semelhante ao processo de suspensão, uma vez que envolve uma
emulsão estável de água, todavia adiciona-se um emulsionante (surfactante) para dispersar o
monómero sob a forma de partículas pequenas [27;32;41].

Fig. 3.1. Polimerização em emulsão [32]

O quadro 9 compara as características das polimerizações em massa, solução, suspensão e


emulsão.

44
Os plásticos na Construção Civil

Quadro 9 – Comparação dos sistemas de polimerização [41].

TIPO VANTAGENS DESVANTAGENS


Volume (Massa) Alto grau de pureza Difícil controlo de temperatura
Requer equipamentos simples Distribuição de peso molecular larga
Solução O solvente reduz o peso molecular e
Fácil controlo da temperatura
a velocidade da reacção
A solução polimérica formada
Dificuldades na remoção dos
pode ser directamente utilizada
solventes
Emulsão Polimerização rápida Contaminação do polímero com
Obtenção de polímeros com alto agentes emulsionantes e água
peso molecular
Fácil controlo da temperatura
Suspensão Fácil controlo da temperatura Contaminação do polímero com
Obtenção do polímero na forma agentes estabilizantes e água
de pérolas Requer agitação contínua

3.3. Processamento de termoplásticos

3.3.1. Extrusão

Este processo, representado esquematicamente na figura 3.2., consiste na colocação da


matéria-prima numa tremonha, que a conduz a um parafuso de extrusão, onde é sujeita a
temperatura elevada. De seguida a matéria fundida e comprimida passa por uma cabeça
extrusora onde lhe é dada a forma desejada [13;19;25;27;43].

Fig. 3.2. Esquema de uma extrusora, mostrando as diversas zonas funcionais [27]

45
Os plásticos na Construção Civil

Através deste processo podem produzir-se tubos, perfis, chapas, filmes, revestimentos de
cabos eléctricos, etc., e todos os termoplásticos podem ser trabalhados com maior ou menor
dificuldade. No entanto, aqueles mais vulgarmente trabalhados por extrusão são o policloreto
de vinilo (PVC), o polietileno, as poliamidas e os acrílicos.

Fig. 3.3. Extrusor de Polietileno [20]

3.3.2. Injecção

O processamento por injecção (figura 3.4.) consiste em fundir a matéria-prima para que possa
ser injectada num molde com a geometria da peça desejada, onde permanece até se atingir um
arrefecimento que permita a sua desmoldagem. Quando isso acontece o molde abre-se e a
peça é expelida, reiniciando-se então a o processo para criação de uma nova peça
[12;13;19;25;27]. Ao contrário da extrusão, a injecção é um processo descontínuo.

Este processo tem algumas vantagens, tais como [27]:

i. Podem produzir-se peças de elevada qualidade com velocidade de produção alta;

ii. O processo tem custos laborais relativamente baixos;

46
Os plásticos na Construção Civil

iii. Pode atingir-se um bom acabamento superficial na peça moldada;

iv. O processo pode ser grandemente automatizado;

v. Podem fabricar-se formas complicadas.

E algumas desvantagens, tais como [27]:

i. O elevado custo do equipamento faz com que seja necessário produzir um grande
volume de peças, de modo a compensar o custo da máquina;

ii. O processo tem de ser rigorosamente controlado, para que se obtenham produtos de
qualidade.

Plásticos como o policloreto de vinilo, o polietileno, o poliestireno e os acrílicos são


produzidos por este processo.

1. Reservatório para matéria-prima 2. Canhão 3. Cilindro de injecção


4. Bico de injecção 5. Sistema de fecho e abertura do molde 6. Molde

Fig. 3.4. Esquema de uma máquina injectora [12]

3.3.3. Calandragem

Este é um processo em que a matéria-prima é forçada a passar entre cilindros aquecidos que
rodam a diferentes velocidades e é usado na produção de filmes e chapas [25].

3.3.4. Termomoldagem

A termomoldagem, ou termoenformação, de folha é um modo de processamento de


termoplásticos que consiste em impelir contra a superfície do molde, por acção de uma
pressão mecânica (quando se trata de moldes fechados), ou usando vácuo (quando se trata de
moldes abertos), uma folha de plástico aquecida. Esta técnica é usada fundamentalmente para
fabrico de chapas onduladas de PVC [25;27].

47
Os plásticos na Construção Civil

3.3.5. Moldagem por sopro

Neste processo, utilizado na produção de objectos de formas cilíndricas, tais como garrafas,
tambores e cântaros, um cilindro ou tubo de plástico aquecido, a que vulgarmente se chama
pré-forma, é colocado entre as mandíbulas dum molde, que depois é fechado prendendo as
extremidades do cilindro. A forma do objecto é adquirida injectando-se ar comprimido que
empurra o plástico contra as paredes do molde [27].

3.4. Processamento de termoendurecíveis

3.4.1. Moldagem por compressão

É um processo de moldagem que consiste em introduzir a resina termoendurecível, que pode


ser pré-aquecida, num molde quente contendo uma ou mais cavidades na parte inferior. A
parte superior, vulgarmente designada por molde macho, desce e comprime a resina plástica.
Pode ser feito a frio ou a quente, por via húmida ou por via seca, e é basicamente usado para
processamento de peças lisas para aplicar no fabrico de carroçaria para indústria automóvel
[25;27].

Este processo tem algumas vantagens, tais como [27]:

i. Devido à sua relativa simplicidade os custos de produção dos moldes são baixos;

ii. O fluxo relativamente curto do material reduz o desgaste e a abrasão dos moldes;

iii. É mais viável a produção de peças de grandes dimensões;

iv. Dada a simplicidade do molde é possível a utilização de moldes mais compactos;

v. Os gases libertados durante a reacção de cura podem libertar-se durante o processo de


moldagem.

E algumas desvantagens, como, por exemplo [27]:

i. Neste processo a produção de formas complicadas é difícil;

ii. É difícil que os componentes de uma peça mantenham tolerâncias apertadas;

iii. É necessário retirar as rebarbas às peças moldadas.

3.4.2. Moldagem por transferência

Este é também um método de moldagem de plásticos termoendurecíveis, como as resinas


fenólicas, ureias, melaminas e resinas alquilamidas [27], que difere da moldagem por

48
Os plásticos na Construção Civil

compressão no modo como o material é introduzido nas cavidades do molde. Neste método o
material não é introduzido directamente na cavidade do molde, mas sim numa câmara exterior
(câmara de carga). Depois do molde estar fechado, o material previamente aquecido é
transferido da câmara de carga por um êmbolo que o injecta através de canais apropriados no
molde. Após o material moldado ter tempo para que cura ocorra, de modo a formar-se um
material polimérico rígido reticulado, a peça é ejectada do molde [27].

Este processo tem algumas vantagens, tais como [27]:

i. Em relação à moldagem por compressão a moldagem por transferência tem a


vantagem de não se formarem rebarbas durante o processo, pelo que as peças
necessitam de menos operações de acabamento.

ii. Podem produzir-se muitas peças ao mesmo tempo, usando um sistema de gitagem.

iii. A moldagem por transferência é especialmente útil para fazer peças pequenas com
formas complicadas, que seriam difíceis de produzir por moldagem por compressão.

Por este processo é também possível moldar termoplásticos.

3.5. Processamento de compósitos23

3.5.1. Laminação manual

Neste processo é feita uma impregnação da fibra de vidro com resina de forma manual e em
camadas sucessivas A resina é aplicada à trincha ou rolo, ou ainda por meio de um
pulverizador, como se se tratasse de uma pintura, sendo os moldes normalmente de madeira
ou em poliéster reforçado com fibra de vidro e a polimerização realizada à temperatura
ambiente [25].

Fabricam-se por este processo, por exemplo, peças sanitárias, chapas para coberturas e
revestimento de paredes, revestimento de barcos e de aeronaves, etc.

3.5.2. Projecção simultânea

Este processo consiste em cortar em pequenos troços fibra de vidro, na forma de fio contínuo,
e projectá-los simultaneamente com resina sobre a superfície do molde. Os moldes são
idênticos aos usados na laminação natural.

23
Compósito é um material formado por uma mistura ou combinação de dois ou mais micro ou
macroconstituintes, que diferem na forma e na composição química e que, na sua essência, são insolúveis entre
si [27].

49
Os plásticos na Construção Civil

Tal como na laminação natural, a projecção simultânea permite fabricar peças de grandes
dimensões, mas com a vantagem de obterem cadências de produção mais rápidas [3;25].

Fig. 3.5. Projecção simultânea [3]

3.5.3. Moldagem por injecção

Trata-se de um processo de moldagem em que a resina é injectada no reforço de fibra de


vidro, e que, dependendo do molde utilizado, tanto pode ser realizado à temperatura ambiente
(moldes de poliéster reforçado com fibras de vidro), como a temperaturas elevadas (máximo
de 120 ºC) se o molde for metálico.

Através deste método de moldagem são criadas peças quer para a indústria náutica (pranchas
de vela), quer para a indústria automóvel (carroçarias).

3.5.4. Moldagem em contínuo

Neste processo as fibras de vidro são depositadas sobre um filme termoplástico, previamente
coberto com resina, o mesmo acontecendo na superfície superior (também ela coberta com
resina, para que da moldagem resulte uma espécie de sandwich que irá adquirir a forma
pretendida, numa câmara de formatação e polimerização a quente).

Este método é utilizado para o fabrico de chapas planas ou onduladas [25].

50
Os plásticos na Construção Civil

3.5.5. Pultrusão

A pultrusão, ou extrusão por tracção, é um processo utilizado no fabrico de plásticos


reforçados por fibras, com a forma de perfis de secção constante, tais como vigas, calhas,
tubos cilíndricos ou mesmo com outras secções. Consiste em impregnar de resina um fio
contínuo de fibra de vidro. A mistura passa depois por um dispositivo que lhe dá a forma
(conformador) e numa câmara aquecida onde se dá a polimerização da resina. Obtém-se um
perfil que depois de puxado é cortado nas dimensões desejadas [3;25;27].

Fig. 3.6. Vista geral do processo de pultrusão [3]

Este processo tem algumas vantagens [3], tais como:

i. A produção é feita em contínuo e a cadência elevada;

ii. Pouca necessidade de mão-de-obra;

iii. Grande variedade de formas de perfis;

iv. Grande variedade de propriedades mecânicas, em função da natureza e percentagem


de reforço utilizado.

E algumas desvantagens [3], nomeadamente:

i. Os investimentos necessários são muito elevados;

ii. A conclusão da instalação deve ser feita por pessoal muito qualificado;

iii. O trabalho manual necessita determinada qualificação.

3.5.6. Centrifugação

Utiliza-se no fabrico de peças circulares de grandes diâmetros, tais como tubos e cisternas em
plásticos reforçados [3;11;25]. O material finamente dividido é colocado num molde

51
Os plásticos na Construção Civil

cilíndrico animado de movimento de rotação e aquecido do exterior. O material por acção


centrífuga distribui-se na superfície interior do cilindro, segundo uma espessura constante.
Após arrefecimento é feita a desmoldagem.

Fig. 3.7. Vista geral do processo de centrifugação [3]

3.5.7. Moldagem por enrolamento filamentar

Neste tipo de moldagem o material, fio contínuo, manta ou tecido, depois de impregnado de
resina termoendurecível, é enrolado em torno de um mandril que lhe dá a forma [3;25].

Este processo é usado no fabrico de tubos ou outras peças de grandes dimensões com forma
de revolução [3;25].

Fig. 3.8. Vista geral do processo de enrolamento [3]

3.6. Principais aditivos

No fabrico de materiais plásticos os polímeros são os constituintes básicos, mas não únicos,
em geral. Juntam-se-lhes normalmente aditivos em concentrações variadas cujas funções são
muito diversificadas, algumas de enorme relevância, destinando-se fundamentalmente a
melhorar as condições de processamento, as propriedades e a apresentação estética do produto
acabado.

52
Os plásticos na Construção Civil

Efectivamente, alguns aditivos têm por finalidade facilitar as operações de moldagem, outros
destinam-se a proteger o material contra alterações provocadas pelo calor durante aquela
operação, outros a limitar o seu envelhecimento durante a utilização, outros promovem um
desejado ajustamento de algumas das suas propriedades às funções a exercer, outros ainda
têm funções estéticas, modificando-lhes a cor e melhorando a sua apresentação, etc.
[3;8;21;34;43;53].

Na utilização dos aditivos é necessário ter em atenção alguns factores, tais como a
compatibilidade entre o aditivo e o polímero, grau de dispersão dos aditivos e a possibilidade
de antagonismos (ou sinergismos24) de acções. Na realidade, um aditivo pode
simultaneamente melhorar uma dada característica num polímero e modificar, de forma
indesejável, uma outra propriedade base desse polímero [21]. De notar que a utilização de
aditivos não é apenas fruto de formulações dos polímeros e respectivas utilizações, “mas
também da legislação, da pressão dos consumidores, de factores ambientais e toxicológicos e
do desenvolvimento tecnológico”, Real (1999, p. 9).

Os aditivos para plásticos subdividem-se em adjuvantes e cargas. “Os adjuvantes são todas as
substâncias não poliméricas introduzidas num polímero, em pequenas quantidades, com o objectivo de facilitar o
seu processamento, modificando ou melhorando o seu comportamento reológico e/ou as suas propriedades
físicas e para lhe conferir estabilidade ao longo do tempo, fundamentalmente à acção do calor, da radiação
ultravioleta, à oxidação e ao impacto. Estas substâncias são normalmente, produtos orgânicos ou
organometálicos e possuem, geralmente, baixo peso molecular quando comparadas com os próprios polímeros.
As restantes substâncias são geralmente minerais, utilizadas em concentrações elevadas e designam-se por
cargas. No entanto, certos produtos minerais podem também classificar-se como adjuvantes, desde que a sua
função assim o justifique. Exemplo disso são os carbonatos mistos de alumínio e magnésio, usados na
estabilização térmica do PVC, ou o negro de carbono, usado também como pigmento, protector à radiação
ultravioleta e antioxidante em poliolefinas”, Real (1999, p. 9).

A aditivação faz-se após a polimerização, muitas vezes na fase de granulação ou durante a


transformação do polímero em produto acabado [8;21].

3.6.1. Adjuvantes

Este tipo de aditivos classifica-se em categorias, de acordo com a sua função [21]. Os tipos de
aditivos da classe dos adjuvantes usados com maior frequência são os corantes ou pigmentos,
os lubrificantes, os estabilizantes, os antioxidantes, os plastificantes, os retardadores de
chama, os agentes anti-estáticos e os agentes de formação de espumas [8;12].
24
Sinergia, acção conjunta de coisas, pessoas ou organizações, especialmente quando o efeito é superior ao que
é obtido através da totalidade das acções separadas de cada uma das partes [54].

53
Os plásticos na Construção Civil

Os corantes (substâncias solúveis) ou pigmentos (substâncias não solúveis) são aditivos que
permitem alterar a cor e melhorar a aparência estética do plástico [8;25].

Os lubrificantes externos são utilizados para o processo de desmoldagem de modo a evitar ou


atenuar as consequências do contacto directo entre o polímero e as partes metálicas quentes da
máquina. Os lubrificantes internos são usados para aumentar a facilidade com que as
moléculas do polímero deslizam umas sobre as outras [8;12;21;25].

Os estabilizantes são aditivos utilizados para proteger o polímero da degradação provocada


principalmente pela luz ultravioleta e pelo calor [3;8;12;21;25]. Neste tipo de aditivos podem-
se encontrar os absorventes de raios ultra violeta, que se utilizam para proteger os plásticos da
nefasta acção dos raios solares. São aditivos que absorvem selectivamente este tipo de raios
mais enérgicos, devolvendo a energia absorvida em forma de radiações menos nocivas,
Antequera et al. (1994, p. 70).

Os antioxidantes são aditivos usados para evitar ou retardar a degradação dos termoplásticos
causada pela oxidação25 das suas cadeias, por influência atmosférica ou por altas temperaturas
atingidas durante o seu processamento, tanto na fase de fabrico (na extrusão após a
polimerização), quanto durante a sua transformação [12].

Os plastificantes são produtos químicos utilizados para modificar as propriedades mecânicas


dos polímeros, no sentido de lhes suprimir ou reduzir o carácter frágil e vítreo e lhes
transmitir ductilidade e flexibilidade [8;12;21;25].

Os Retardadores de chama são aditivos incorporados aos plásticos com o objectivo de


modificar o seu comportamento quando expostos à chama, quer impedindo-os de pegar fogo,
quer impedindo a propagação da chama, a formação de fumo, ou ainda de pingar quando
estão a arder [8;12].

Os agentes anti-estáticos são aditivos que têm por finalidade impedir a criação ou
armazenamento de electricidade estática na superfície das peças ou produtos fabricados de
termoplásticos [8;12;21]. De referir que, pese embora a maioria dos termoplásticos serem
bons isolantes eléctricos26, não evita que sob determinadas condições estes materiais

25
Na presença de oxigénio dão-se reacções de fotoxidação que originam novas espécies químicas, geralmente
radicais, que por sua vez podem iniciar reacções químicas secundárias (de propagação ou de terminação), as
quais são fortemente dependentes da natureza e concentração daqueles radicais e também da temperatura [23].
26
Em 2000, o prémio Nobel da Química foi atribuído a um trio de investigadores, Hideki Shirakawa, do Japão,
Alan Heeger e Alan MacDiarmid, dos Estados Unidos. Estes investigadores colaboraram nos anos 70 no estudo
das propriedades de polímeros orgânicos, como o poliacetileno, isto é, plásticos e demonstraram que estes

54
Os plásticos na Construção Civil

adquiram facilmente, mas não percam com a mesma facilidade, cargas de electricidade
estática.

Os agentes de formação de espumas são espumas obtidas a partir dos polímeros que contém
no seu seio um aditivo capaz de, por volatilização, produzir um gás que actua como agente
espumante, ou o aditivo participa numa reacção química que gera um gás responsável pela
formação de espuma [8;25].

3.6.2. Cargas

Existe uma grande variedade de cargas, quer de uso frequente, quer de uso específico em
determinadas situações para resolver problemas pontuais. De qualquer modo, é sempre
necessário que as cargas utilizadas reúnam uma série de condições indispensáveis para a sua
correcta aplicação, em especial a neutralidade e a compatibilidade com a resina e resistência
dos agentes químicos [3].

As cargas podem ser inactivas, se o seu objectivo é a redução dos custos do produto acabado
sem induzir grandes alterações nas propriedades dos plásticos, ou funcionais se o seu
objectivo é a introdução de uma alteração específica nas propriedades do plástico tal como,
um aumento de resistência ao impacto, ou um melhoramento superficial. Este tipo de cargas,
de acordo com Real (1999, p. 10), “(…) normalmente acarretam um aumento de preço do
polímero”.

3.7. Técnicas de união de materiais plásticos

Os materiais plásticos podem ser unidos entre si através de um dos três processos
fundamentais a seguir indicados, ou por combinações entre eles.

3.7.1. Uniões por peças acessórias

A ligação de materiais plásticos por peças acessórias resulta da adopção, neste domínio, das
concepções utilizadas com os materiais tradicionais.

Este processo de união tem sobre os outros dois processos, a que a seguir se faz referência, a
vantagem de utilizar dispositivos desmontáveis, sendo a execução relativamente independente
da instabilidade das condições atmosféricas, o que nem sempre sucede com aqueles.

materiais, usualmente isolantes eléctricos, podem ser transformados em condutores eléctricos ([31]) através de
tratamentos apropriados. Por exemplo, oxidando alguns desses polímeros com iodo, aumenta a sua
condutividade eléctrica 10 milhões de vezes. Esta descoberta abriu uma área de possibilidades infinitas, que está
em grande expansão [38].

55
Os plásticos na Construção Civil

No âmbito da construção civil é corrente a união de materiais por meio de acessórios.

3.7.2. União por colagem

No âmbito da indústria da construção o processo de colagem é utilizado de preferência dentro


de oficinas, onde existem em geral melhores condições, sobretudo de carácter ambiental. No
entanto, a colagem pode também ser feita nos estaleiros, onde os adesivos podem ser também
utilizados na reparação de materiais, para além de ser utilizados em uniões.

A indústria de síntese põe à disposição dos construtores uma gama extensa de adesivos à base
de polímeros, que naturalmente devem ser devidamente escolhidos em função das condições
de uso.

3.7.3. União por soldadura

O processo de união por soldadura está, evidentemente, reservado aos materiais


termoplásticos.

A soldadura por meio de gás aquecido inspira-se na soldadura dos metais. Utilizam-se,
também neste domínio, varetas de material de adição, em geral idêntico ao material a soldar,
que por fusão preenche os sulcos criados por corte conveniente nos materiais a unir. O gás
deve ser quimicamente inerte (como o azoto), para que não possa originar alterações químicas
no material. Este processo é utilizado, sobretudo, para unir peças relativamente espessas. O
aquecimento dos materiais a soldar pode também ser feito por meio de ferramenta aquecida a
temperatura conveniente.

3.7.4. Uniões em plásticos reforçados com fibras

A ligação deste tipo de materiais plásticos é normalmente feita por uniões aparafusadas ou por
colagem.
De um modo geral, os métodos aplicados para uniões estruturais nos metais podem ser
aplicados aos materiais plásticos reforçados com fibras (PRF). Não obstante, a natureza física
dos PRF introduz problemas que não existiam com aqueles materiais e, embora determinadas
tendências possam estabelecer-se, não é normalmente possível para um determinado material
composto generalizar o comportamento.

A rigidez e a resistência anisotrópica, a baixa resistência ao corte inter-laminar e as


resistências de tracção ao longo da espessura produzem modos de rotura inesperados. O
comportamento da união pode também estar condicionado pelo tipo e forma da fibra, tipo de

56
Os plásticos na Construção Civil

resina e pela percentagem de fibra. Para além disso, a resistência é influenciada pelo tipo de
união, dimensões da união, etc. Logo, estas características fazem com que cada caso tenha
que ser analisado individualmente, sempre que se opta por uniões aparafusadas [2].

As ligações por colagem utilizam-se cada vez mais, uma vez que a qualidade dos adesivos e o
conhecimento técnico que se possui sobre o seu comportamento, tem vindo a aumentar nos
últimos anos. O quadro 10 foi elaborado de acordo as vantagens e desvantagens das uniões
por colagem, segundo Antequera et al. (1993, p. 10-28).

Quadro 10 – Vantagens e desvantagens das uniões por colagem de materiais compostos de


fibra de vido [2].

Vantagens Desvantagens

A concentração de tensões pode ser Não é possível eliminar a união sem


minimizada. danificar os componentes.
A eficiência da união é alta, A união pode ficar debilitada de forma
obtendo-se economia de peso grave por efeitos ambientais.
relativamente às uniões mecânicas. As superfícies a colar requerem
preparação.
A integridade da união é dificilmente
observável por inspecção.

57
Os plásticos na Construção Civil

IV. PRINCIPAIS MATERIAIS PLÁSTICOS USADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

4.1. Materiais plásticos e respectivas siglas

No quadro 11 indicam-se alguns dos principais materiais plásticos e elastómeros, bem como
as respectivas siglas usualmente utilizadas para os indicar.

Quadro 11 – Principais materiais plásticos e respectivas siglas [8].


Designação do material plástico Sigla
TERMOPLÁSTICOS
Polietileno PE
Polietileno de baixa densidade PEBD
Polietileno de alta densidade PEAD
Polietileno reticulado PER / PEX
Polipropileno PP
Policloreto de vinilo PVC
Poliacetato de vinilo PVAC
Poliestireno PS
Polimetacrilato de metilo PMMA
Policarbonato PC
Poliamida PA
Polibutileno (Polibuteno-l) PB
Polioxifenileno PPO
Politereftalato de butileno PBTB
Politereftalato de etileno PETB
Polioxirnetileno POM
Politetrafluoretileno PTFE
Politriclorofluoretileno PTC
TERMOENDURECÍVEIS
Poliuretanos * PUR
Resina epoxídica EP
Resina de fenol formaldeído PF
Resina de ureia formaldeído UF
Resina de melamina formaldeído MF
Poliéster insaturado UP
Silicone SI
ELASTÓMEROS
Silicone SI
Poliestireno butadieno SB
Poliestireno acrilonitrilo SAN
Acrilonitrilo butadieno estireno ABS
Polibutadieno PBD
Poliisobutileno PIB
Policloropreno (ou Neopreno) -
Poliisopreno PIP
‫ ٭‬podem também apresentar-se como termoplásticos ou elastómeros

De notar que existe uma norma portuguesa sobre esta matéria [52], a qual contempla alguns
plásticos e respectivas siglas não indicados no quadro em questão. Como curiosidade referira-
se ainda que Guedes e Filkauskas (1987, p. 93) acrescentam outros plásticos e respectivas

58
Os plásticos na Construção Civil

siglas em função da padronização feita pela norma ASTM27 D 1600 e que Hall (1981, p. 2)
apresenta outras siglas para alguns elastómeros.

Dos plásticos indicados no quadro 11 far-se-á, de seguida, uma abordagem sucinta daqueles
que mais interesse têm para a construção civil, referindo-se a forma de processamento, a
respectiva estrutura química e as principais características e aplicações.

4.2. Polietileno (PE)

O polietileno é um termoplástico pertencente ao grupo dos polímeros poliolefínicos, sendo


uma das matérias plásticas mais desenvolvidas e conhecidas. De aspecto transparente ou
opaco, incolor ou colorido em diversas cores e tonalidades, embora a sua cor natural seja o
branco leitoso, de sensação ao tacto semelhante à cera, é obtido, tal como se faz referência em
2.1.1., a partir da polimerização do gás etileno, que resulta da desidratação do álcool etílico ou
da destilação do petróleo. Possui propriedades que podem variar em função da temperatura e,
sobretudo, das condições de pressão a que reacção ocorre [8;12;25].

Os tipos de polietileno obtidos de acordo com as condições da reacção são usualmente


distinguidos entre polietileno de baixa densidade ramificado (a reacção ocorre a alta pressão,
entre os 120 e 300 MPa e a temperaturas da ordem dos 150 a 300ºC), polietileno de baixa
densidade linear (produto recente produzido por processos diversos), ambos conhecidos pela
sigla PEBD, e o polietileno de alta densidade (a reacção ocorre a baixa pressão, entre os 2 e 5
MPa e a temperaturas da ordem dos 50 a 100ºC), conhecido pela sigla PEAD.

A partir do polietileno de alta densidade, usando determinados processos físicos ou químicos


para sujeitar as macromoléculas a reticulação, obtém-se um polietileno reticulado de sigla
PER, cuja resistência térmica é superior aos demais [8;25]. Segundo Esgalhado e Rocha
(2002, p. 15) argumenta ”O polietileno pode, em função do seu grau de cristalinidade, ter diferentes
densidades que permitem classificá-lo como polietileno de baixa densidade PEBD (densidade entre 0,910 e
0,925), polietileno de média densidade PEMD (densidade entre 0,926 e 0,940) e polietileno de alta densidade
PEAD (densidade entre 0,941 e 0,970) “.

Segundo Smith (1998, p. 333) “O GP médio do polietileno pode variar entre cerca de 3 500 e
25 000, correspondendo a massas moleculares médias entre 100 000 e 700 000 g/mol.”.

A estrutura química do polietileno é do tipo representado na figura 4.1.

27
ASTM é a sigla que identifica a “American Society For Testing And Material”.

59
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 4.1. Estrutura química do polietileno [30]

As principais características do polietileno podem ser resumidas a um baixo custo, facilidade


de ser trabalhado, isolante eléctrico, combustível e sensível à radiação solar, intumescência
em contacto com gorduras, colagem difícil, propriedades mecânicas dependentes do grau de
polimerização e cristalinidade, boa resistência ao choque, embora sensível à fissuração sob
tensão, inodoro, atóxico, o que segundo Guedes e Filkauskas (1987, p. 102) “(…) implica o
uso de pigmentos exclusivamente orgânicos”, permeável a certos gases ou vapores, como,
por, exemplo o dióxido de carbono, o oxigénio, o azoto e o vapor de água, boa resistência aos
ácidos fracos e fortes não oxidantes, às bases e à maioria dos solventes orgânicos e quando
reticulado tem boa resistência térmica, [8;12;25;27;30].

As principais aplicações genéricas do polietileno são as embalagens, garrafas, brinquedos e


conservantes de madeira. No sector da construção civil o polietileno é aplicado em filmes
geotêxteis, geomembranas, barreiras de humidade, protecção temporária de paredes contra a
chuva, cobertura de materiais depositados ao ar livre, coberturas protectoras para
equipamentos, protecção contra poeira em obras de construção, isolantes de cabos eléctricos,
canalizações de água, de esgoto e de gás.

Fig. 4.2. Protecção de obra em polietileno [15]

O Polietileno, quando reticulado, pode ainda ser utilizado em condução de água quente e no
fabrico de material hospitalar com necessidade de esterilização [8;15;25;27;30;43].

60
Os plásticos na Construção Civil

4.3. Polipropileno (PP)

O polipropileno é também um termoplástico com origem no grupo dos polímeros


poliolefínicos, sendo um dos mais importantes plásticos de massa, devido às suas inerentes
versatilidades, aliadas a um custo adequado a um consumo em larga escala. De aspecto
transparente ou opaco, incolor ou colorido em todas as cores e tonalidades, embora a sua cor
natural seja o branco leitoso, é obtido a partir da polimerização do propileno, que resulta da
destilação do petróleo, num procedimento semelhante ao do polietileno de alta densidade, isto
é, sob pressão e na presença de catalizadores [8;12;25].

É um polímero com enorme mercado devido às propriedades que lhe são inerentes, aliado à
possibilidade de ser adicionado com inertes (cargas), ou ser reforçado com fibras de vidro, ou
ainda copolimerizado de etileno e propileno (polipropileno copolímero) originando materiais
com características muito apreciadas do ponto de vista técnico comercial [8;12;25].

A estrutura química do polipropileno é do tipo representado na figura 4.3.

Fig. 4.3. Estrutura química do polipropileno [30]

O polipropileno possui propriedades muito semelhantes às do polietileno de alta densidade,


todavia tem uma menor densidade, mas uma maior rigidez e dureza, bem como um ponto de
amolecimento mais elevado.

Das suas principais características há a destacar o baixo custo, elevada resistência química,
excepto a ácidos oxidantes, fácil moldagem, fácil coloração, alta resistência à fractura por
flexão ou fadiga, boa resistência ao impacto acima de 15oC, boa estabilidade térmica, maior
sensibilidade à luz UV e agentes de oxidação, sofrendo degradação com maior facilidade que
o polietileno. É o mais rígido entre os polímeros poliolefinicos e mantém esta característica se
submetido a mais de 100°C, tem resistência à fluência superior ao PEAD, possui muita
resistência a abrasão e ao calor, tem excelentes qualidades dieléctricas e de isolamento, uma
muito especial resistência às repetidas dobragens (10 milhões de flexões), uma colagem
difícil, é combustível e permeável a gases e solventes orgânicos [8;12;25;27;30;43].

61
Os plásticos na Construção Civil

As principais aplicações genéricas do polipropileno são os brinquedos, calçados, utensílios


domésticos, componentes de electrodomésticos, embalagens, componentes para a indústria do
automóvel, artigos de desporto, isolamento de cabos eléctricos, etc. Na construção civil
utilizam-se materiais de polipropileno em sistemas de tubagem para distribuição de água e
drenagem de águas residuais a temperatura elevada (é um forte concorrente do PER), em
sistemas de aquecimento a água e na drenagem exterior de águas residuais [8;12;25;27;30].

4.4. Policloreto de vinilo (PVC)

O policloreto de vinilo, ou abreviadamente PVC, é um termoplástico de massa de uso e forma


de apresentação diversificada. É o único material plástico que não é 100% originário do
petróleo. O PVC contém, em peso, 57% de cloro (derivado do cloreto de sódio - sal de
cozinha) e 43% de eteno (derivado do petróleo). Obtido pela reacção de polimerização do
cloreto de vinilo sob a acção do calor e na presença de catalizadores apropriados. Existem
algumas variantes do PVC, tais como o PVCH, o PVCW e o PVCC, sendo esta última a
variante mais conhecida. Denominada por policloreto de vinilo colorado, obtém-se
provocando a fixação de átomos de cloro sobre o PVC [8;12;25;47].

São poucas as aplicações em que o PVC é utilizado sem que haja necessidade de adicionar
compostos ao material base, de modo a permitir o seu processamento e conversão em
produtos finais. Os componentes a adicionar podem ser plastificantes, estabilizadores de
temperatura, lubrificantes, materiais de enchimento e corantes orgânicos e inorgânicos [27].

A estrutura química do policloreto de vinilo é do tipo representado na figura 4.4.

Fig. 4.4. Estrutura química do policloreto de vinilo [30]

O PVC é um material de elevada resistência química e grande capacidade de se misturar com


aditivos, o que permite a produção de uma vasta gama de produtos com diferentes
propriedades físicas e químicas. Podem-se, no entanto, generalizar a todas as variantes
características como: versatilidade, leveza (1,4 g/cm3), o que facilita seu manuseio e
aplicação, fabricado com baixo consumo de energia, solidez e resistência a choques,

62
Os plásticos na Construção Civil

impermeabilidade a gases e líquidos, boa resistência à abrasão, à acção de fungos, bactérias,


insectos e roedores, boa estabilidade dimensional, bom isolamento térmico, eléctrico e
acústico, sensibilidade ao choque a baixas temperaturas, não propaga a chama, sendo auto-
extinguível, quimicamente inerte à maioria dos produtos químicos, não resiste bem a
temperaturas superiores a 70ºC (o PVCC resiste bem a temperaturas até 100 ºC) e decompõe-
se a temperaturas superiores a 150 ºC, sendo ainda sensível à radiação solar
[8;12;25;27;30;47].

O PVC tem variadas aplicações que vão desde os isoladores eléctricos, mangueiras, sapatos e
malas de mão, aos discos áudio. No sector da construção civil, o PVC é de todos os plásticos
utilizados o mais conhecido e mais facilmente identificável, quer por leigos quer por
entendidos, sendo principalmente usado em redes de distribuição de água potável domiciliar e
pública, redes de saneamento básico domiciliar e público, revestimento de paredes,
revestimento de piscinas, calhas técnicas, esquadrias, portas e janelas, recobrimento de fios e
cabos eléctricos, forros e divisórias, mantas de impermeabilização, persianas e venezianas,
papel de parede e chapas onduladas para coberturas [8;12;25;27;47].

4.5. Poliacetato de vinilo (PVAC)

O poliacetato de vinilo, ou abreviadamente PVAC, obtém-se por copolimerização do acetato


de vinilo resultante da reacção entre o acetileno e o ácido acético glacial, na presença de
catalizadores [8;25]. A sua estrutura química é do tipo representado na figura 4.5.

Fig. 4.5. Estrutura química do poliacetato de vinilo [8]

O PVAC é um material de grande plasticidade, com poder de aderência, solúvel a frio (o que
o torna adequado para entrar na composição de copolímeros e polímeros pouco solúveis), boa
resistência a óleos e gorduras e uma resistência térmica superior à do PVC [8;25].

O PVAC é utilizado na preparação de soluções ou emulsões para revestimentos ou


impregnações para impermeabilizações [8;25].

63
Os plásticos na Construção Civil

4.6. Poliestireno (PS)

O poliestireno standard, de sigla PS, obtém-se a partir da polimerização do estireno, sendo


este obtido a partir do etilbenzeno, depois de sofrer desidrogenação, vaporização e
condensação. Termoplástico duro e quebradiço, com transparência cristalina, sem odor e sem
sabor [8;12;25;27], a sua estrutura química é do tipo representado na figura 4.6.

Fig. 4.6. Estrutura química do poliestireno [30]

De um modo geral, os poliestirenos têm boa estabilidade dimensional, baixa retracção na


moldagem e são fáceis de processar a um baixo custo, baixa densidade, elevada resistência à
absorção de água e à difusão do vapor de água, baixa resistência a óleos e solventes
orgânicos, e baixa resistência à radiação solar, calor e intempéries, boa resistência à tracção e
má resistência ao choque [8;12;25;27].

O Poliestireno é um plástico límpido utilizado em utensílios de cozinha. Na forma de espuma


serve para isolamentos (nomeadamente térmicos) e coberturas.

Existem no mercado vários tipos de poliestireno, indicam-se a seguir alguns desses tipos.

4.6.1. Poliestireno butadieno (SB)

O poliestireno butadieno obtém-se por copolimerização do estireno com o butadieno. Este


tipo de poliestireno tem, em relação ao standard, a vantagem de ser mais resistente ao impacto
[25;27].

4.6.2. Poliestireno acrilonitrilo (SAN)

O poliestireno acrilonitrilo é um copolímero aleatório e amorfo de estireno e acrilonitrilo. Este


tipo de poliestireno tem, em relação ao standard, a vantagem de ser mais resistente
quimicamente, tem temperaturas de deflexão superiores, maior tenacidade e maior capacidade
de suportar cargas [25;27].

As principais aplicações são as lentes, instrumentos para automóveis, seringas etc. No sector
da construção civil utilizam-se na substituição de vidros.

64
Os plásticos na Construção Civil

4.6.3. Acrilonitrilo butadieno estireno (ABS)

É um termoplástico, obtido por copolimerização do estireno com o acrilonitrilo e com o


butadieno. Este tipo de poliestireno tem, em relação ao standard, a vantagem de ser mais
resistente ao impacto e ter maior resistência mecânica [25;27].

As principais aplicações são as tubagens e acessórios, em particular tubos para esgotos de


edifícios.

4.6.4. Espuma de poliestireno expandido (EPS)

O poliestireno expandido é um plástico celular e rígido, que se pode apresentar numa grande
variedade de formas e aplicações. Trata-se de uma espuma de poliestireno moldada,
constituída por um aglomerado de grânulos produzida por polimerização inicial do monómero
estireno, por aquecimento numa suspensão de água. Durante o processo de polimerização é
introduzido um agente de formação de espumas que provoca a expansão das esferas, criando
um favo de esferas fechadas que depois de colocadas num molde e aquecidas de novo dão
origem a uma espuma inodora, inerte e atóxica [8;33]

Fig. 4.7. Construir com EPS [33]

O EPS é versátil, fácil de manusear e colocar, apesar de muito leve tem uma resistência
mecânica elevada, baixa condutibilidade térmica, isolante térmico, amortecedor de impactos,
resistente à compressão, totalmente inócuo, impermeável e resistente à humidade, resistente
quimicamente (é compatível com a maioria dos materiais correntemente utilizados na
construção de edifícios, tais como cimento, gesso, cal, água, etc.), baixa absorção de água e
insensível à humidade, sendo resistente ao envelhecimento.

As aplicações do EPS na construção civil são extraordinariamente variadas, para além de ser
um excelente material de isolamento térmico, pode também ser um sistema construtivo.

65
Os plásticos na Construção Civil

As suas principais características tornam-no num material especialmente apropriado para uma
utilização como isolante, elemento de aligeiramento e enchimento, substrato para a realização
de formas decorativas de acabamento.

4.6.5. Espuma de poliestireno extrudido (XPS)

O poliestireno extrudido é também uma espuma rígida de poliestireno, mas diferencia-se do


EPS por ser obtida por um processo de extrusão em contínuo e por empregar outros gases
expansores. A sua única aplicação corrente é como isolamento na construção civil,
apresentando-se sob a forma de placas coloridas, existindo no entanto um sucedâneo, O PSP
(poliestireno papel), que é também uma espuma rígida de poliestireno extrudida produzida
com uma fraca espessura (2 - 3 mm) e cuja aplicação básica são as bandejas e tabuleiros para
acondicionar produtos alimentares [33].

O XPS tem elevada resistência térmica e grande resistência à compressão.

Fig. 4.8. Isolar com poliestireno extrudido [44]

4.7. Polimetacrilato de metilo (PMMA)

O polimetacrilato de metilo (plástico acrílico) é um termoplástico homopolímero, cuja


principal característica é a transparência. Obtém-se a partir da reacção de polimerização do
metacrilato de metilo na presença de catalizadores [8;12;25;27]. A estrutura química do tipo
representado na figura 4.9.

Fig. 4.9. Estrutura química do polimetacrilato de metilo [8]

66
Os plásticos na Construção Civil

As principais características deste plástico são a transmissão de luz (92%), leve, brilhante,
combustível, não estilhaça, é resistente à intempérie, pode fissurar sob tensão, tem um
coeficiente de dilatação térmica linear elevado e uma resistência química limitada pela acção
dos ácidos oxidantes [8;12;25;27;48].

Na construção civil o PMMA é utilizado em vidros sintéticos anti-vandalismo (conhecido por


vidro acrílico), sinalizadores de tráfego, clarabóias e banheiras [8;12;25;27].

4.8. Policarbonato (PC)

Importante plástico de engenharia, da família dos poliésteres aromáticos, acidentalmente


descoberto em 1898 na Alemanha, mas cujo desenvolvimento apenas seria retomado em
1950, passando a ser comercializado a partir de 1958 [12]. O policarbonato obtém-se a partir
da reacção de policondensação entre o fosfogeno e o bisfenol-A. Termoplástico sólido, de
estrutura amorfa, apresenta-se transparente no seu estado original, podendo ser tingido com
qualquer tipo de corantes [8;12;25;27]. Tem estrutura química do tipo representado na figura
4.10.

Fig. 4.10. Estrutura química do policarbonato [30]

A excelente resistência à fluência e ao impacto, a boa transparência (85%), estabilidade


dimensional e térmica, resistência aos raios ultravioleta, alta temperatura de deflexão, boas
características de isolamento eléctrico são as suas principais propriedades [8;12;25;27;30;48].

O policarbonato é aplicado em compact-discs (CD’s/DVD’s), janelas e óculos de segurança,


carcaças para ferramentas eléctricas, computadores, copiadoras e impressoras, frascos,
escudos de polícia anti-choque, aquários, etc. Na construção civil também é usado como vidro
sintético anti-vandalismo e telhas para coberturas transparentes/translúcidas com propriedades
de isolamento térmico (por introdução de almofada de ar entre duas lâminas deste material)
[8;12;25;27;30].

4.9. Poliamida (PA)

As poliamidas, comercialmente conhecidas por nylons, são termoplásticos aromáticos obtidos


por polimerização e condensação de um diácido orgânico com uma diamina alifática
[8;12;25;27]. A estrutura química é do tipo representado na figura 4.11.

67
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 4.11. Estrutura química da poliamida [8]

As poliamidas podem ser reforçadas com fibra de vidro, com o objectivo de melhorar o seu
desempenho mecânico e térmico. Podem ainda ser copolimerizadas de forma diversificada.

As principais características são a elevada resistência ao desgaste, ao choque e à tracção,


resistência à fadiga e à riscagem, baixo coeficiente de atrito, boa resistência térmica,
excelentes propriedades eléctricas, auto-extinguíveis, bastante higroscópicas e resistentes ao
ataque químico da maioria dos produtos químicos [8;12;25;27].

As principais aplicações são o fabrico de componentes de engenharia, tais como parafusos,


porcas, buchas, acessórios para portas e janelas, etc. [8;12;25;27].

4.10. Polibutileno (PB)

O polibutileno é obtido a partir da polimerização do monómero butileno, cuja estrutura


química é do tipo representado na figura 4.12.

Fig. 4.12. Estrutura química do polibutileno [8]

Este termoplástico é leve, apresenta resistência elevada, é flexível, dúctil e tenaz, resistente a
temperaturas elevadas, possui boa resistência química, embora atacado por alguns ácidos
fortes e algumas bases fortes, de preço elevado, é sobretudo aplicado em tubagem para
distribuição de água quente [8].

4.11. Poliuretanos (PUR)

Os poliuretanos obtêm-se da reacção de compostos de isocianato com compostos que


possuem hidrogénios reactivos [8;25;27]. A estrutura química é do tipo representado na figura
4.13.

68
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 4.13. Estrutura química do poliuretano [8]

Além do seu extraordinário coeficiente de transferência de calor, tenacidade, resistência à


abrasão, desgaste e envelhecimento, os poliuretanos também são isolantes eficazes contra
chuva, vento, neve, poeira e correntes de ar, absorvem barulho e vibrações estruturais. As
espumas de poliuretano para coberturas industriais são resistentes e podem ser feitas em
várias cores [8;25;27;36].

Os poliuretanos são usados em engenharia civil como isolantes térmicos e acústicos em


estruturas de coberturas, janelas, persianas e vários tipos de telhados, além de equipamentos
de aquecimento e refrigeração, incluindo enchimento de espaços ao redor de oleodutos para
transportes de energia e outras tubagens, preenchimento de cavidades e fendas, ajuste de pré-
fabricados, fixação de batentes e de guarnições de portas e janelas, colchões e estofos.
Quando preparados na forma líquida servem para tintas ou vernizes, e na forma de espuma
para estofos e enchimentos [8;25;27;36].

4.12. Resinas epoxídicas (EP)

As resinas epoxídicas constituem uma família de materiais poliméricos termoendurecíveis,


obtidas a partir de diferentes compostos químicos. Os plásticos epoxídicos obtêm-se a partir
de epoxídos adicionados com compostos com átomo de hidrogénio reactivo [8;25;27]. A
estrutura química é do tipo representado na figura 4.14.

As características deste tipo de materiais dependem do grau de reticulação das cadeias


moleculares do polímero, podem contudo considerar-se como comuns a todos eles algumas
características genéricas, tais como boa resistência química (excepto para acetonas, bases e
ácidos fortes), boas propriedades eléctricas, grande poder de aderência, boa resistência à
humidade e aos agentes atmosféricos, boas propriedades mecânicas, elevada dureza e
flexibilidade e boa resistência à temperatura [8;25;27].

Fig. 4.14. Estrutura química das resinas epoxídicas [8]

69
Os plásticos na Construção Civil

As resinas epoxídicas são utilizadas em tintas, vernizes, na laminação da madeira e cola,


cisternas e tubagens e adesivos para reparação de betão e outros materiais pétreos.

4.13. Resinas Fenólicas (PF)

Os plásticos fenólicos, também conhecidos por fenoplásticos, resinas fenólicas, resinas de


fenol-formal ou pela designação comercial baquelite, obtêm-se por reacção de polimerização
de um aldeído (normalmente o formaldeído) com um fenol [8;25;27]. A estrutura química é
do tipo representado na figura 4.15..

Fig. 4.15. Estrutura química das resinas fenólicas [8]

Os fenoplásticos são extremamente duros, possuem boas propriedades mecânicas, elevado


módulo de elasticidade, boa estabilidade dimensional, resistem a elevadas temperaturas
(podem suportar continuamente temperaturas da ordem dos 150 ºC) e tem um coeficiente de
dilatação térmica linear reduzido, quimicamente inertes excepto para ácidos e bases fortes e
quando expostos à radiação solar tendem a escurecer gradualmente [8;25;27].

Aplicam-se na indústria eléctrica no fabrico de diversos tipos de isolantes, quadros eléctricos


e cabos de ferramentas, são também utilizados no fabrico de colas (metal-metal e metal-
madeira) usadas em aeronáutica e ainda na imitação do marfim e tartaruga (depois de
coloridos) para fabrico de brinquedos. Na construção civil são usados para isolamento térmico
e como aglomerantes de diversos materiais [8;25].

4.14. Resinas de ureia formaldeído (UF) e de melamina formaldéido (MF)

Os aminoplásticos são obtidos pela policondensação da ureia e formol, ou de melamina com


formol e são termoendurecíveis, tal como os fenoplastos [8;25;27]. A estrutura química é do
tipo representado na figura 4.16.

Fig. 4.16. Estrutura química da melamina [8]

70
Os plásticos na Construção Civil

Estas resinas são incolores, inodoras, transparentes, duras e de bom acabamento superficial.
Podem suportar temperaturas até 120 ºC em regime contínuo, resistem bem a ácidos e bases
fracas, são excelentes isolantes eléctricos, têm resistência ao impacto medíocre e boa
resistência aos agentes atmosféricos [8;25;27].

Têm como principais aplicações o fabrico de colas para contraplacados e madeira, fabrico de
corpos moldados para electrodomésticos (misturadores, máquinas de barbear, etc.), de
vernizes para soalho. Devido à sua grande dureza e transparência, os aminoplásticos de
melamina-formol são muito utilizados no fabrico de laminados decorativos, em mesas e
cadeiras e outros móveis para cozinhas e restaurantes [8;25;27].

4.15. Poliéster insaturado (UP)

Os poliésteres resultam da policondensação de um ou vários ácidos dicarboxilicos (diácidos)


com um ou vários álcoois divalentes (diálcoois). Podem apresentar uma cadeia linear ou
tridimensional (esta conseguida pela adição de uma substância polimerizável como, por
exemplo, o estireno) e, consequentemente, podem ser termoplásticos ou termoendurecíveis
[8;25;27]. A estrutura química é do tipo representado na figura 4.17.

As características deste tipo de materiais dependem do monómero e do grau de reticulação.


Podem, contudo, considerar-se algumas características genéricas, tais como boa resistência
química, boas propriedades eléctricas, resistência à corrosão, combustibilidade reduzida,
possuem grande poder de absorção e amortecimento de vibrações sonoras, bons isolantes
térmicos, resistem bem à humidade e possuem boa resistência mecânica que pode ser
melhorada quando reforçados com fibra de vidro ou amianto [8;25;27].

Fig. 4.17. Estrutura química de um póliester insaturado [8]

Têm como principais aplicações a construção de tubos e recipientes para produtos químicos,
construção de grandes depósitos e tanques de camiões, carroçarias para automóveis, barcos de

71
Os plásticos na Construção Civil

recreio, etc. Na construção civil, quando reforçados, aplicam-se em chapas planas e onduladas
para coberturas, moldes para cofragens de betão, tubagem de grande diâmetro e louça
sanitária, quando não reforçados aplicam-se em mástiques, mármores sintéticos, vernizes e
gel-coats [8;25;27].

4.16. Silicones (SI)

Os silicones podem ser obtidos na forma de ceras, óleos lubrificantes, de resinas plásticas
termoendurecíveis e de elastómeros. São polímeros organo-silícicos nos quais o silício
substitui o carbono dos compostos orgânicos, obtendo-se pela hidrólise dos clorosilanos,
seguida da condensação do produto instável assim obtido [8;25;27]. A estrutura química é do
tipo representado na figura 4.18.

Fig. 4.18. Estrutura química de um silicone [8]

Os óleos lubrificantes possuem boas características, a sua viscosidade varia muito pouco com
a temperatura e apresentam pequena tensão superficial. Aplicam-se em agentes de
desmoldagem, lubrificantes e protecção contra a corrosão [8;25;27].

Os silicones plásticos possuem boa estabilidade térmica, podendo suportar temperaturas até
250 ºC, sendo bons isoladores eléctricos, principalmente quando prensados com amianto e
fibra de vidro. Por estas razões, são utilizados em revestimentos sujeitos a variações de
temperatura consideráveis, revestimentos anti-aderentes e, em electrotecnia, como isolantes
[8;25;27].

Os elastómeros possuem uma importante propriedade, que é a de manterem a sua elasticidade


e resistência à tracção num grande intervalo de temperaturas (-110 a +200 ºC). Apresentam,
ainda, grande inércia química e são antiaderentes. Usam-se como vedantes e isolantes em
situações térmicas severas, em correias de transporte para a indústria alimentar; na indústria
farmacêutica e aplicações cirúrgicas, em tubos para transformações e válvulas artificiais para
o coração [8;25;27].

Na construção civil utilizam-se para colagem e vedação in situ (bancas, banheiras,


caixilharias, fissuras, etc).

72
Os plásticos na Construção Civil

4.17. Plásticos compostos

Os compósitos são materiais fabricados expressamente para melhorar os valores e


propriedades que os materiais que os constituem apresentam individualmente. De um modo
geral, poder-se-á afirmar que nos compósitos as fibras suportam os esforços mecânicos e as
resinas a configuração final do produto acabado, por analogia com o betão armado, as fibras
desempenham o papel da armadura e as resinas o do betão [3].

Entre os compósitos distinguem-se os três tipos seguintes [3]:

i. Materiais compostos de matriz orgânica, em que a matriz utilizada tanto pode ser um
termoendurecível como os poliésteres, resinas epóxidicas, resinas fenólicas, entre
outros, ou um termoplástico, como o propileno, poliamida, ou como fibras são usadas
as de vidro, carbono, aramida, boro, etc.

ii. Materiais compostos de matriz cerâmica, em que a matriz é cerâmica, sendo a mais
utilizada o carboneto de silício de carbono, sendo as fibras de carbono, cerâmicas,
metálicas, etc.

iii. Materiais compostos de matriz metálica, em que as matrizes utilizadas são de


alumínio, de titânio, prata, cobre, entre outras, e as fibras usadas são de boro,
cerâmicas, carbono, alumínio, etc.

4.17.1. Plásticos compostos de fibra de vidro (PRFV)

Actualmente o mercado dos compósitos é quase totalmente formado por compostos de matriz
orgânica com diferentes tipos de fibras, sendo as mais comuns de vidro, os PRFV, também
conhecidos por GFRP (do inglês: Glass Fiber Reinforced Polymer [39]).

Fig. 4.19. Amostra de fibra de vidro [15]

73
Os plásticos na Construção Civil

A utilização em trabalhos de engenharia civil de polímeros reforçados com fibra de vidro data
de antes de 1950, segundo Gaylord (1974, p. 3), “(…) aplicação comercial (desde
aproximadamente 1946) (…)”, quando foram pela primeira vez estudados para uso estrutural.
No entanto, apenas após os anos setenta é que eles foram, finalmente, considerados para
aplicação em estruturas de engenharia e a sua superior performance sobre o aço foi
reconhecida [11;24].

Pese embora estes materiais terem sido aplicados com sucesso a uma grande variedade de
usos, isto não significa utilização indiscriminada para substituírem outros materiais, aliás de
acordo com Gaylord (1974, p. 4), “ Os plásticos reforçados têm sido mal aplicados e não é
legítimo afirmar que não têm limites”.

Os plásticos reforçados com fibras de vidro têm, em relação a outros materiais, algumas
vantagens, tais como: grandes e complexas formas, reparações ou substituições podem ser
rapidamente criadas ou fabricadas, laminados feitos por processos mecânicos apresentam
propriedades físicas, mecânicas e eléctricas facilmente reproduzidas, é possível maior
liberdade de projecto com plásticos reforçados com fibras de vidro do que com a maior parte
de outros materiais, maior relação força-peso, são extremamente elásticos e duros e não
amolgam como o metal, além de possuírem boas qualidades de resistência ao tempo não
corroem e são resistentes a ataques químicos assim como a fungos, sendo bons isolantes
eléctricos e térmicos. E, com certeza, algumas desvantagens, tais como: não podem ser
utilizados se a temperatura for superior a 400 ºF (aproximadamente 205 ºC), a rigidez não é
muito alta se comparada com alguns metais, as propriedades dos laminados manufacturados
são difíceis de reproduzir repetitivamente, o custo das matérias brutas é relativamente alto,
tendo contudo menores custos de instalação, de equipamento e menos trabalho, sendo que
alguns processos de laminagem são lentos se comparados com os usados para os metais [11].

74
Os plásticos na Construção Civil

V. UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS PLÁSTICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Tal como foi sendo dito ao longo do texto, os materiais plásticos têm vindo a crescer de
importância nos mais variados domínios. No quadro 12 é feita uma abordagem às
potencialidades destes materiais em relação ao tipo de aplicação pretendido no âmbito da
construção civil.

Quadro 12 – Principais aplicações de materiais plásticos na construção civil [25].

Designação do produto Aplicação Material plástico utilizado (a)

Condutas de água fria PVC, PEAD, PEBD


Tubagem Condutas de água quente e PER, PVCC, PP, PB, PEX
aquecimento (utilizáveis também em condutas de
água fria)
Condutas de esgoto e ventilação PVC, PEAD, PEBD
Perfis Persianas. caixilharia, rodapés PVC
Moldes para cofragem Construção de estruturas de PS, PP, PUR
betão
Betão impregnado com plásticos:
elementos resistentes a agentes PMMA, PVAC
químicos agressivos, e com boa
Betão com aditivos plásticos
resistência mecânica
Betão celular: prefabricados de
PS (esferas pré-expandidas)
grandes dimensões e elementos
isolantes
Substituição do tijolo tradicional PS (esferas pré-expandidas)
Tijolos cerâmicos celulares
Placas delgadas (ladrilho e rolo) Revestimento de piso e de parede PVC, PVAC
Placas de mármore sintético UP (com granulado pétreo)
Painéis Cobertura de fachadas UP, PVC (com ou sem alma
em PS expandido)
Revestimento de tectos PS expandido
Placas e espumas Isolamento térmico e acústico
PS expandido, PUR
injectadas. em
espaços confinados
Impermeabilização EP, SI, PUR
Revestimento de piso PVAC, PUR (interiores)
Argamassas sintéticas
Epoxídicos e copolímeros
EVAC (muito resistentes -
estradas, naves industriais)
Chapa ondulada Cobertura (horizontal e vertical) PVC, UP:(reforçado com fibra
de vidro)
Vidro sintético Substituição do vidro-iluminação PMMA, PC
cobertura, clarabóias, divisórias
Telas Impermeabilização PVC, PEAD, PP, PA, propileno
copolímero
Geotêxteis Filtragem, drenagem, consolidação
PVC, PEAD, PP
de terrenos
Juntas Absorção da dilatação de elementos de PVC, neopreno, propileno
betão copolímero
Estanquidade de uniões em carpintaria
Mástiques Borracha de silicone, PUR
metálica e de madeira,
em obras hidráulicas e em aeroportos
Apoios de estruturas para
Apoios Borracha sintética, Neoprene
absorção de cargas e/ou facilidade de
deslizamento
Louça sanitária (banheiras, bases Instalações sanitárias UP (reforçado com fibras
de chuveiro, WC monobloco, etc.] de vidro)
(a) O significado das siglas está indicado no quadro 11.

75
Os plásticos na Construção Civil

Hoje, olhamos para um tubo de queda de águas pluviais em plástico e quase nos esquecemos
que não era este o material que ainda há pouco tempo se utilizava para este tipo de função. De
facto, a competitividade no que à qualidade versus preço diz respeito, não permite grandes
veleidades aos projectistas, pelo que estes apenas utilizam materiais tradicionais, no caso em
apreço, por exemplo o zinco, cujo preço é pouco convidativo, por razões meramente estéticas.

Contudo, os plásticos não se têm vindo a impor apenas pelo seu baixo custo, na realidade a
indústria dos materiais plásticos propõe-se oferecer produtos cujas potencialidades, embora
não respondam totalmente a todas as solicitações do sector da construção civil, constituem
alternativa para a resolução de alguns problemas para os quais os materiais tradicionais não
conseguem dar resposta cabal.

Indicam-se de seguida algumas das utilizações de materiais plásticos na construção civil.

5.1. Tubagens

A aplicação de tubagem de materiais plásticos no interior de edifícios surgiu em Portugal na


década de 60, não parando de crescer desde aí.

As vantagens dos tubos de materiais plásticos sobre os tubos de materiais tradicionais são, em
especial, a sua boa resistência química, a sua leveza e a consequente facilidade de transporte,
manuseamento e montagem. O seu baixo coeficiente de condutividade térmica é também uma
vantagem, na medida em que contribui para uma redução dos inconvenientes de circulação do
fluido circulante, aspecto que se reveste de interesse, em especial nas regiões frias.

Como desvantagens, aponta-se a sua pequena rigidez e o seu elevado coeficiente de dilatação
térmica, relativamente ao dos materiais estruturais usuais. A pequena rigidez dos materiais
plásticos pode ser compensada fabricando tubos de parede suficientemente espessa. Mas para
grandes diâmetros esse procedimento obrigaria à utilização de uma quantidade de material tão
elevada que os tubos passariam a ter pouco interesse económico. O aparecimento recente de
tubos de materiais plásticos reforçados com fibras de vidro pode vir a minimizar o
inconveniente acabado de referir. O elevado coeficiente de dilatação térmica obriga a ter
certos cuidados na montagem dos tubos, que se prendem com aspectos relativos a juntas de
dilatação e à distribuição dos pontos de fixação à estrutura (número, espaçamento, etc.).

São vários os materiais plásticos utilizados no processamento de tubagens e acessórios. Em


seguida é feita uma análise aos materiais plásticos mais utilizados para algumas funções mais
comuns, quer para o interior quer para o exterior dos edifícios.

76
Os plásticos na Construção Civil

5.1.1. Tubagem para água fria no interior e exterior dos edifícios

™ POLIETILENO (PE)

Existem no mercado dois tipos de tubos em polietileno usados em redes de distribuição de


água, o de média densidade (PEMD) e o de alta densidade (PEAD). Os tubos de baixa
densidade não são actualmente usados em distribuição de água. No quadro 13 indicam-se as
características físicas destes dois tipos de polietileno.

Quadro 13 – Características físicas dos polietilenos de média e de alta densidade [8].


Valor usual
Características Unidades
PEMD PEAD
Massa volúmica kgm
−3 926-940 >940
Coeficiente de dilatação térmica linear −5 −1 18 20
10 x ºC
Tensão de rotura (tracção) 18 18
MPa
Extensão na rotura (tracção) % 600-1000 1000
Módulo de elasticidade (tracção) MPa 800 1000

A tendência actual vai no sentido de classificar os polietilenos em função da tensão de


segurança, em detrimento da classificação em função da densidade. Assim classificam-se
segundo as tensões de segurança de: σs = 5 MPa, σs = 6,3 MPa e σs = 8 MPa [8].

O quadro 14, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 37 e 38), apresenta um


conjunto de vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno.

Quadro 14 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno.


VANTAGENS DESVANTAGENS

• Leveza, o que constitui uma vantagem durante o manuseamento e • Sensibilidade a solos contaminados com oxidantes,
a instalação; detergentes, solventes e hidrocarbonetos;
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas excepções • Exigência de equipamento e pessoal especializado para a
que no entanto não constituem problema para as aplicações em execução de uniões por soldadura;
causa; • Degradação por radiação solar, no caso dos tubos azuis;
• Flexibilidade, particularmente nos pequenos diâmetros, o que • Difícil execução de ensaios de pressão interior de tubos de
facilita as mudanças de direcção sem recurso a acessórios grandes diâmetros, devido à fluência do material;
especiais;
• Difícil detecção de fugas;
• Boa resistência aos entalhes superficiais (até 10% da espessura da
parede do tubo); • Necessidade de serem complementados em obra com cintas
metálicas para detecção de tubos enterrados.
• Pequeno coeficiente de atrito;
• Facilidade de união por soldadura que, se bem executada, permite
obter uma união de muito boa qualidade;
• Boa resistência ao choque, às vibrações e aos movimentos do
solo;
• Facilidade de instalação em valas estreitas.

Os tubos de polietileno, fabricados por extrusão, são normalmente aditivados com negro de
carbono, que lhes dá cor preta, para protecção contra a degradação produzida pela radiação

77
Os plásticos na Construção Civil

solar [8]. Os seus diâmetros variam dos 12 até aos 1600 mm, contudo os diâmetros das classes
de maior pressão não ultrapassam os 500 mm.

™ POLICLORETO DE VINILO (PVC)

As características físicas mais relevantes do PVC encontram-se no quadro 15. Estas


características dizem respeito ao policloreto de vinilo sem plastificante, também designado
por policloreto de vinilo rígido e representado pela sigla PVC-U [8].

O policloreto de vinilo não plastificado, que constitui a maior parte os tubos de distribuição de
água, tem hoje vários tipos. As principais são duas e a que correspondem as tensões de
segurança de 10 MPa e de 6 MPa, que se identificam respectivamente por PVC 10 e PVC 6
(normalmente a primeira para distribuição de água fria e a segunda para drenagem de águas
pluviais). Os tubos fabricados por extrusão devem apresentar cor cinzenta e ser opacos. Os
seus diâmetros exteriores variam desde os 16 até os 315 mm [51].

Existem ainda na classe de 4 MPa, sendo usado para tubagens de águas residuais domesticas.

Quadro 15 – Características físicas do policloreto de vinilo rígido [8].

Características Unidades Valor usual

Massa volúmica kgm


−3 1350-1460
Coeficiente de dilatação térmica linear −5 −1 6
10 x ºC
Tensão de rotura (tracção) 55-65
MPa
Extensão na rotura (tracção) % 200
Módulo de elasticidade (tracção) MPa 2500-4200

O quadro 16, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 40), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo.

Quadro 16 – Vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo.


VANTAGENS DESVANTAGENS

• Leveza, o que constitui uma vantagem durante o • Sensibilidade aos entalhes;


manuseamento e a instalação;
• Sensibilidade ao choque, em especial a baixas temperaturas;
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas
excepções que no entanto não constituem problema para as • Sensibilidade a más condições de instalação, nomeadamente à má
aplicações em causa; compactação do terreno envolvente;

• Técnicas de união de fácil execução; • Sensibilidade à radiação solar;

• Pequeno coeficiente de atrito. • Sensibilidade a solos contaminados com solventes orgânicos,


compostos halogenados e alguns derivados do petróleo;
• Necessidade de serem complementados em obra com cintas
metálicas para detecção de tubos enterrados.

78
Os plásticos na Construção Civil

Fig. 5.1. Acessórios em PVC [http://www.asc.pt/poliresine.htm]

™ POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO (PRFV)

Os tubos de poliéster reforçado com fibras de vidro são produzidos, com vantagens técnicas e
económicas, pelos processos de moldagem por contacto, de enrolamento filamentar, ou de
centrifugação, nos diâmetros nominais de 100 a 3000 mm. Aplicam-se, em geral, em condutas
enterradas de abastecimento de água potável. Os acessórios a aplicar podem ser PRFV, de
ferro fundido e de aço [8;10].

O quadro 17, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 43) apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de poliéster reforçado com fibra de vidro.

Quadro 17 – Vantagens e desvantagens dos tubos de poliéster reforçado com fibra de vidro.
VANTAGENS DESVANTAGENS

• Relativa leveza, o que constitui uma vantagem durante o • Sensibilidade ao choque, existindo a possibilidade de se iniciarem
manuseamento e a instalação; fissuras difíceis de detectar, que podem ser responsáveis por
delaminação da parede do tubo;
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas
excepções que não constituem problema para as aplicações • Sensibilidade à corrosão sob tensão em alguns ambientes
em causa; orgânicos e inorgânicos;
• Facilidade de fabrico de acordo com as exigências • Comportamento a pressões cíclicas pouco estudado;
específicas relativas à lasse de pressão e à rigidez
circunferencial; • Exigência de boas condições de compactação do terreno
envolvente, para evitar deformações indesejáveis, em especial
• Disponibilidade em grandes dimensões. nos tubos de baixa rigidez circunferencial;
• Necessidade de serem complementados em obra com cintas
metálicas para detecção de tubos enterrados.

5.1.2. Tubagem para água quente no interior dos edifícios

A tubagem para água quente que a seguir se faz referência, é constituída por materiais
plásticos com resistência térmica acrescida relativamente ao polietileno e ao policloreto de
vinilo e que pode naturalmente também ser usada para distribuição de água fria.

™ POLIETILENO RETICULADO (PEX)

O polietileno reticulado conhecido pelas siglas PER ou PEX, obtido conforme descrito em
4.2., processado por extrusão, é comercializado em tubos ou rolos, nos diâmetros que vão
desde os 12 mm até aos 110 mm. Os acessórios a aplicar são metálicos, geralmente fabricados

79
Os plásticos na Construção Civil

em latão [8]. No quadro 18 indicam-se algumas das características físicas do polietileno


reticulado.

Quadro 18 – Características físicas do polietileno reticulado [8].

Características Unidades Valor usual


Massa volúmica kgm
−3 940
Temperatura de amolecimento de Vicat (1 Kg)28 ºC 133
Condutibilidade térmica W/mºC 0,38
Coeficiente de dilatação térmica linear −5 −1 14
10 x ºC
Tensão de rotura (tracção) 20-26
MPa
Extensão na rotura (tracção) 500
%
Módulo de elasticidade (tracção) 1150
MPa

O quadro 19, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 47), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno reticulado.

Quadro 19 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno reticulado.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Leveza, o que constitui uma vantagem durante o • Sensibilidade à radiação solar;
manuseamento e a instalação; • Permeabilidade da parede ao oxigénio. Para evitar os
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas inconvenientes daqui resultantes os tubos podem ser fornecidos
excepções que não constituem problema para as aplicações com uma camada que constitui uma barreira à entrada de
em causa; oxigénio para o interior dos tubos.
• Flexibilidade, particularmente nos pequenos diâmetros, o que
facilita mudanças de direcção sem recurso a acessórios
especiais;
• Boa resistência à temperatura, o que permite a sua utilização
em sistemas de distribuição de água quente a temperaturas de
operação até 70 ºC (para pressões de 4,6 e 10 bar); a
temperatura máxima durante o uso pode atingir os 95 ºC
desde que tal ocorra em períodos interpolados, que somados
não excedam um ano, no total de 50 anos de funcionamento
do sistema;
• Boa resistência à rotura frágil, mesmo a baixas temperaturas;
• Boa resistência aos entalhes superficiais (até 10% da
espessura da parede do tubo);
• Pequeno coeficiente de atrito;
• Boa resistência ao choque, às vibrações e ao movimento da
envolvente (parede ou pavimento) em que estão instalados;
• Facilidade de instalação dos tubos de pequeno diâmetro
dentro da manga corrugada.

™ POLIPROPILENO (PP)

Os tubos de polipropileno existentes no mercado são fabricados a partir do polipropileno


homopolímero, obtido pela reacção de polimerização do propileno, ou do polipropileno

28
Destina-se a avaliar as características de amolecimento dos materiais plásticos, pela determinação da
temperatura à qual ocorre a penetração de uma agulha sob condições de ensaio controladas. [8]

80
Os plásticos na Construção Civil

copolímero, obtido pela reacção de polimerização do propileno com o etileno. Os


polipropilenos copolímeros podem ser em bloco (PP-B) ou em random (PP-R) [8].

Fig. 5.2. Tubos e acessórios de polipropileno


copolímero random (PP-R) [40]

No quadro 20 indicam-se algumas das características físicas do polipropileno homopolímero e


copolímero.

Quadro 20 – Características físicas do polipropileno homopolímero e copolímero [8].


Valor usual
Características Unidades
Homopolímero Copolímero
Massa volúmica kgm
−3 915 912
Temperatura de amolecimento de Vicat (1 Kg) ºC 149 147
Condutibilidade térmica W/mºC 0,22 0,22
Coeficiente de dilatação térmica linear −5 −1 15 15
10 x ºC
Tensão de rotura (tracção) MPa 31-42 23-38
Extensão na rotura (tracção) % 100-600 500-1000
MPa
Módulo de elasticidade (tracção) 1100-1600 1000-1400

O quadro 21, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 49), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de polipropileno.

Quadro 21 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polipropileno.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Leveza, o que constitui um factor favorável nas operações de • Exigência de equipamentos e pessoal especializados para
manuseamento e a instalação. O polipropileno é, de entre os execução das uniões por soldadura. Em contra partida a esta
materiais plásticos presentemente usados nesta aplicação, o particularidade, refere-se que as uniões, se convenientemente
de menor densidade; executadas, são de muito boa qualidade, uma vez que a soldadura
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas funde o material do tubo com o material do acessório, originando
excepções que, no entanto, não constituem problema na uma única peça;
utilização destes tubos para a distribuição de água quente e • Rigidez, o que impossibilita pequenas mudanças de direcção sem
fria para aquecimento; o recurso à execução de uniões por soldadura utilizando
• Pequeno coeficiente de atrito; acessórios, eles também de polipropileno.

• Boa resistência à temperatura, o que permite a sua utilização


em sistemas de distribuição de água quente a temperaturas de
operação de 70 ºC (para pressões de 4,6 e 10 bar); a
temperatura máxima durante o uso pode atingir os 95 ºC
desde que tal ocorra em períodos interpolados, que somados
não excedam um ano, no total de 50 anos de funcionamento
do sistema.

81
Os plásticos na Construção Civil

™ POLICLORETO DE VINILO CLORADO (PVCC)

O PVCC tem uma temperatura de transição vítrea superior à do PVC, consequentemente uma
temperatura de amolecimento superior. Por esta razão o PVCC é adequado para o fabrico de
tubagem para condução de água quente.

Os tubos de PVCC são fabricados nos diâmetros de 12 a 160 mm, a sua cor deve ser bege-
cinzento esverdeado (norma NF T54-090) e, em virtude da sua rigidez, são fornecidos em
varas [8;17].

No quadro 22 indicam-se algumas das características físicas do policloreto de vinilo clorado.

Quadro 22 – Características físicas do policloreto de vinilo clorado [8].


Características Unidades Valor usual
Massa volúmica kgm
−3 1480-1560
Temperatura de amolecimento de Vicat (1 Kg) ºC 110
Condutibilidade térmica W/mºC 0,14
Coeficiente de dilatação térmica linear −5 −1 6,8
10 x ºC
Tensão de rotura (tracção) 50-60
MPa
Extensão na rotura (tracção) 50-300
%
Módulo de elasticidade (tracção) 2550-4000
MPa

O quadro 23, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 51), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo clorado.

Quadro 23 – Vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo clorado.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Leveza, o que constitui um factor favorável nas operações de • Sensibilidade aos entalhes;
manuseamento e de instalação; • Sensibilidade ao choque, em especial a baixas temperaturas;
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas • Rigidez, o que impossibilita a execução de pequenas mudanças
excepções que, no entanto, não constituem problema para a de direcção sem o recurso a acessórios.
aplicação em causa;
• Pequeno coeficiente de atrito;
• Boa resistência à temperatura, o que permite a sua utilização
em sistemas de distribuição de água quente a temperaturas de
operação de 70 ºC (para pressões de 4,6 e 10 bar); a
temperatura máxima durante o uso pode atingir os 95 ºC
desde que tal ocorra em períodos interpolados, que somados
não excedam um ano, no total de 50 anos de funcionamento
do sistema.

™ TUBO DE PAREDE COMPOSTA POR PLÁSTICO E METAL

O quadro 24, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 52), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de parede composta por plástico e metal.

82
Os plásticos na Construção Civil

Quadro 24 – Vantagens e desvantagens dos tubos de parede composta por plástico e metal.
VANTAGENS DESVANTAGENS
• Leveza, o que constitui uma vantagem nas operações de • Sensibilidade aos entalhes devido às pequenas espessuras da
manuseamento e de instalação; camada exterior da parede constituinte dos tubos;
• Boa resistência aos produtos químicos, com algumas • Morosidade no estabelecimento das condições de utilização,
excepções que, no entanto, não constituem problema para a devido ao facto das curvas de regressão serem dependentes das
aplicação em causa; variáveis atrás indicadas.
• Pequeno coeficiente de atrito;
• Boa resistência à temperatura, o que permite a sua utilização
em sistemas de distribuição de água quente a temperaturas de
operação até 70 ºC e 10 bar de pressão;
• Técnica de união de fácil execução.

Os tubos de parede composta por plástico e metal são constituídos por três camadas, uma
interior de plástico, uma intermédia de alumínio e uma exterior de material plástico igual ou
diferente do que constitui a camada interior. Os materiais plásticos utilizados podem ser de
polietileno reticulado, de polipropileno, de polietileno de média e de alta densidade. Estes
tubos são fabricados de modo a garantir uma vida útil de 50 anos para pressões de operação
até 10 bar e temperaturas até 70 ºC, nos diâmetros 12, 16, 20, 6, 32, 40 e 50 mm [8].

5.1.3. Tubagem para drenagem de águas residuais e ventilação

¾ Tubagem exterior enterrada sem pressão

Os tubos para este tipo de função são fabricados com diferentes materiais plásticos, sendo os
de utilização mais comum o policloreto de vinilo, o polietileno, o polipropileno
(homopolímero e copolímero) e poliéster reforçado com fibras de vidro [8].

Os tubos são geralmente dimensionados entre os 110 e os 1200 milímetros, dependendo as


ligações do tubo-tubo ou tubo-acessório e do tipo de material constituinte dos componentes a
ligar e do tipo de parede (lisa ou corrugada) [8].

¾ Tubagem no interior dos edifícios, sem pressão, para fluidos de alta e baixa temperatura

Os tubos para este tipo de função são fabricados com diferentes materiais plásticos, sendo os
de utilização mais comum o policloreto de vinilo, o polietileno e o polipropileno [8].

Este tipo de tubos são geralmente fabricados com parede compacta e superfícies interna e
externa lisas, ou terem a parede constituinte estruturada, nos diâmetros entre 32 e 315 mm,
destinando-se a drenagem de águas residuais domésticas de baixa e alta temperatura,
ventilação e drenagem de águas pluviais [8].

A recolha de águas pluviais em coberturas e o seu escoamento em tubos de queda através de


caldeiras e acessórios em PVC, tem vindo a ser amplamente utilizada em edifícios.

83
Os plásticos na Construção Civil

5.1.4. Tubagem para distribuição de gás

Os tubos de plástico podem ser também empregues em redes de distribuição de gás, sendo os
mais utilizados o PE de alta ou média densidade, e num futuro próximo segundo Esgalhado e
Rocha (2002, p. 59) o PEX.

™ POLIETILENO (PE)

Os tubos de PE devem ser de cor amarela ou preta, devendo neste caso apresentar listas
longitudinais, de identificação amarelas (quatro no mínimo), co-extrudidas na superfície
exterior do tubo e uniformemente espaçadas da sua periferia. Os seus diâmetros vão dos 20
até aos 630 mm [8].

Os sistemas de união possíveis de usar na montagem de tubos e acessórios são a


electrossoldadura, a soldadura topo a topo e a junta mecânica [8].

A electrossoldadura, figura 5.3. a), é um processo de união por fusão através de uma
resistência eléctrica, incorporada num acessório. Os acessórios electrossoldáveis são
geralmente moldados por injecção e equipados com uma resistência eléctrica na superfície de
contacto com a peça a soldar [50].

A soldadura topo a topo, figura 5.3. b), é uma técnica de soldadura que consiste na ligação dos
topos dos tubos ou dos acessórios por pressão, depois de devidamente amolecidas as
superfícies de contacto [50].

Os acessórios dos sistemas de união podem ser fabricados em PE ou noutros materiais, desde
que adequados ao contacto com gases combustíveis. As peças metálicas dos acessórios
susceptíveis de sofrer corrosão devem ser protegidas [8].

a) electrossoldadura b) soldadura topo a topo


Fig. 5.3. Técnicas de união de tubos de polietileno para condução de gás [50]

84
Os plásticos na Construção Civil

O quadro 25, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 60), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno.

Quadro 25 – Vantagens e desvantagens dos tubos de polietileno.


VANTAGENS DESVANTAGENS

• Leveza, o que constitui um factor favorável nas operações de • Sensibilidade a solos contaminados com oxidantes, detergentes,
manuseamento e de instalação; solventes e hidrocarbonetos;
• Exigência de equipamento e pessoal especializado para a
• Boa resistência aos combustíveis gasosos, como o gás execução de uniões por soldadura;
natural, butano e propano; • Difícil execução de ensaios de pressão interior de tubos de
• Boa resistência à corrosão; grandes diâmetros, devido à fluência do material;
• Boa flexibilidade, permitindo ser encurvados, adaptando-se a • Difícil detecção de fugas,
mudanças de direcção, conseguindo-se uma redução na • Necessidade de serem complementados em obra com cintas
quantidade de acessórios necessária à instalação de uma rede; metálicas para detecção de tubos enterrados.
• Boa resistência aos entalhes superficiais (até 10% da
espessura da parede do tubo);
• Pequeno coeficiente de atrito;
• Facilidade de união por soldadura que, se bem executada,
permite obter uma união de muito boa qualidade;
• Boa resistência ao choque, às vibrações e aos movimentos do
solo;
• Boa resistência ao impacto;
• Adequados para entubamento interior de condutas já
existentes;
• Facilidade de instalação em valas estreitas.

™ POLIETILENO RETICULADO (PEX)

As propriedades inerentes ao PEX, tais como a boa resistência à rotura e a capacidade de


união por fusão, fazem prever que, num futuro próximo, venha a ser usado com elevado
desempenho em redes de distribuição de gás [8].

5.2. Perfis

Os materiais plásticos também podem ser utilizados em perfis, nomeadamente para caixilharia
de portas e janelas, persianas, estores e respectivas caixas de resguardo, coberturas diversas,
rodapés sob a forma de caixa (calhas técnicas), podendo acomodar componentes de instalação
eléctrica, informática, etc.

a) caixilharia b) persiana
Fig. 5.4. Perfis em PVC [49]

85
Os plásticos na Construção Civil

O material plástico mais utilizado no fabrico de perfis é o policloreto de vinilo rígido, contudo
recentemente têm vindo a ser utilizados outros materiais plásticos, tais como as resinas de
poliéster reforçadas com fibra de vidro [8].

O quadro 26, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 85), apresenta um conjunto de
vantagens do policloreto de vinilo para perfis.

Quadro 26 – Vantagens do policloreto de vinilo para perfis.


VANTAGENS
• Leveza;
• Boa estabilidade dimensional e resistência ao impacto;
• Elevada rigidez entre – 30ºc e 60ºC;
• Bom isolamento térmico, acústico e eléctrico (este ultimo particularmente útil no caso de perfis para caixas de rodapés que
acomodam material eléctrico);
• Elevada estanquidade que, juntamente com o processo de termo-soldadura dos perfis, permite o melhoramento da
hermeticidade das juntas,
• Resistência ao vento e às variações de humidade e temperatura;
• Resistência à corrosão/poluição,
• Auto-extinguibilidade da chama;
• Ausência de manutenção;
• Possibilidade de obtenção de perfis cada vez mais finos, conduzindo a uma iluminação mais ampla dos interiores;
• Maleabilidade, permitindo a construção de perfis complexos;
• Cor incorporada, dispensando a pintura;
• Simplicidade de técnicas de instalação e montagem,
• Reciclabilidade tanto ao nível do material em si como dos próprios perfis em fim de vida útil;, sendo para além disso um
material quimicamente inerte e insolúvel em água, não originando problemas de poluição quer sob o solo quer na atmosfera.

5.3. Isolamento térmico e acústico

Dadas as crescentes exigências ao nível do conforto, o isolamento acústico e térmico tem


adquirido uma importância cada vez maior. Consequentemente o número de soluções para
resolver este tipo de solicitações é também grande, tanto ao nível dos produtos como das
marcas.

Dos produtos plásticos utilizados em isolamento, com maior implantação no mercado


nacional, far-se-ão seguidamente algumas considerações.

™ POLIESTIRENO (PS)

O poliestireno é actualmente o material mais utilizado em isolamentos. Sob a forma


expandida ou extrudida, existem no mercado uma grande variedade de produtos, disponíveis
em blocos e placas. Das características genéricas deste tipo de materiais fez-se já referência
em 4.6.

86
Os plásticos na Construção Civil

No caso particular do isolamento acústico, o poliestireno expandido não absorve o som


através da massa e é menos eficiente em relação às espumas de PVC e de poliuretano [8].

O quadro 27, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 68), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo clorado.

Quadro 27 – Vantagens e desvantagens do poliestireno expandido.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Boas propriedades térmicas; • Apesar de existirem certas classes auto-extinguíveis, em caso de
• Boas propriedades mecânicas; fogo o material amolece e colapsa rapidamente, embora a sua
contribuição para a carga global total seja muito pouco
• Durabilidade; significativa;
• Leveza; • Apesar da pequena permeabilidade ao vapor de água, torna-se
• Preço reduzido; necessária a utilização duma barreira de vapor de água, para
evitar qualquer perda possível das propriedades de isolamento.
• Facilidade de fabrico;
• Facilidade de manuseamento.

™ POLICLORETO DE VINILO (PVC)

Deste tipo de plástico fizeram-se já considerações em 4.4. As espumas de PVC são flexíveis e
resistentes, embora permeáveis à passagem de gás e de líquido. A espuma de PVC de célula
aberta possui boas propriedades de isolamento acústico [8].

O quadro 28, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 69), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens dos tubos de policloreto de vinilo.

Quadro 28 – Vantagens e desvantagens do policloreto de vinilo.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Pequena transmissão e absorção de vapor de água; • Sensibilidade à radiação solar.
• Auto-extinguibilidade em caso de fogo;
• Elevada resistência mecânica;
• Elevada rigidez.

™ ESPUMA RÍGIDA DE POLIURETANO (PUR)


A espuma rígida de PUR é uma estrutura de células predominantemente fechada preenchidas
com um gás inerte usado na formação de espuma [8]. Material com extraordinárias
propriedades isolantes, em virtude da sua baixa condutividade térmica, cuja baixa densidade
permite a obtenção de um isolamento de menor peso. A capacidade de moldagem, aliada à
simplicidade de fabrico e ao poder de adesão da espuma, permite a sua produção no próprio
local da obra, por vazamento dos componentes líquidos pré-misturados entre duas paredes a
isolar. A rapidez, a simplicidade de execução e o menor custo de exploração, tornam
vantajoso este processo de isolamento térmico sendo crescente a sua utilização, pese embora

87
Os plásticos na Construção Civil

os inconvenientes resultantes da ausência de caixa de ar: inexistência de ventilação e


drenagem das condensações [26].

No quadro 29 indicam-se as vantagens do uso de espumas rígidas de poliuretano em


isolamentos segundo Silva e Capelo (1981, p. 14).

Quadro 29 – Vantagens do uso de espumas rígidas de poliuretano em isolamentos [26].


VANTAGENS
- Alta eficiência: menores espessuras de isolamento;
- Baixa densidade: menor peso do isolamento;
- Reforço estrutural: em painéis-sanduiche a espuma contribui para reforçar a estrutura;
- Capacidade de moldagem: a espuma pode ser fabricada no interior de moldes mesmo com formas complicadas;
- Adesão: a espuma adere durante a formação à maioria dos materiais como metais, papel, madeira, grande número de plásticos
e minerais;
- Simplicidade de fabrico: fabrico simples e rápido num só passo a partir dos componentes líquidos. Não necessita de qualquer
tratamento posterior.

™ ESPUMA FLEXÍVEL DE POLIURETANO (PUR)

A estrutura de células aberta da espuma flexível de PUR possibilita uma excelente absorção
acústica a elevadas frequências. Este tipo de espumas são resistentes ao ataque por fungos,
bactérias e bolores, tendo contudo a desvantagem de serem muito caras [8].

™ RESINAS DE FENOL FORMALDEÍDO (PF)


As espumas fenólicas encontram-se disponíveis em placas, blocos ou secções moldadas, quer
em estrutura de célula aberta, quer em estrutura de célula fechada [8].

O quadro 30, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 71), apresenta um conjunto de
vantagens das resinas de fenol formaldeído.

Quadro 30 – Vantagens das resinas de fenol formaldeído.


VANTAGENS
• Elevada resistência mecânica;
• Elevada resistência às temperaturas elevadas;
• Baixo custo.

O quadro 31, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 71), apresenta um conjunto de
vantagens das resinas de fenol formaldeído de célula fechada.

Quadro 31 – Vantagens das resinas de fenol formaldeído de célula fechada.


VANTAGENS
• Pequena absorção de água;
• Pequena taxa de difusão de vapor de água.

88
Os plásticos na Construção Civil

™ RESINAS DE UREIA FORMALDEÍDO (UF)

O quadro 32, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 71), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens das resinas de ureia formaldeído.

Quadro 32 – Vantagens e desvantagens das resinas de ureia formaldeído.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Simples de obter; • Resistência mecânica pequena;
• Preço reduzido; • Absorção de água;
• Pode ser aplicada in-situ. • Provoca irritabilidade no momento da sua aplicação.

No quadro 33 comparam-se as propriedades isolantes de alguns dos materiais mais usados em


isolamento. Da sua análise verifica-se que quando comparados com os materiais tradicionais
os plásticos são mais eficientes e económicos, isso deve-se a um conjunto de características
das quais se destaca o reduzido peso e baixo coeficiente de condutividade térmica

Quadro 33 – Propriedades isolantes de alguns materiais usados em isolamento [26].

K TIP. (TEM.
IGUAL ISOLAMENTO
AMB.) GAMA DE
PESO
ESPECIF. TEMPERAT.
MATERIAL Kcal/
W/m°C TÍPICO DE TRABALHO ESPESSURA CUSTOS
PESO
hm ºC (Kgm3)
(ºC) EQUIVAL. EQUIVAL. RELATIVOS

Espuma rígida de PU 0,023 0,020 35 -180 a 110 1 1,0 1

Poliestireno expandido 0,033 0,028 15 - 150 a 70 1,4 0,6 1,1

Resina fenólica 0,033 0,028 30 - 200 a 130 1,4 1,2 ?

Fibra de vidro 0,034 0,029 65 -180 a 315 1,5 2,8 4,0

Lã mineral 0,041 0,035 100 - 100 a 980 1,8 5,1 2,0

Cortiça 0,045 0,039 100 - 180 a 94 2,0 5,7 3,0

Amianto (fibra) 0,052 0,044 160 - 100 a 450 2,2 10,1 9,3

Espuma de vidro 0,054 0,047 144 - 220 a 430 2,4 9,9 16,6

Betão celular 0,139 0,120 550 -- 6,0 94,3 1,7

5.4. Revestimentos e Impermeabilizações

Os materiais plásticos têm vindo gradualmente a adquirir importância no campo dos


revestimentos e impermeabilizações.

5.4.1. Revestimentos de pavimentos

São inúmeros os materiais plásticos para revestimentos de pavimentos existentes no mercado.


Fabricados numa larga gama de cores, padrões e formas, apresentam algumas vantagens em

89
Os plásticos na Construção Civil

relação a outros materiais, nomeadamente a facilidade de colocação, a pequena necessidade


de manutenção, a resistência ao desgaste e à derrapagem, sendo ainda relativamente baratos e
duráveis [8].

™ POLICLORETO DE VINILO (PVC)

Pese embora alguma controvérsia em relação ao uso deste material em revestimentos de


pavimentos, devido ao facto da sua combustão gerar fumos tóxicos, a sua comercialização
continua em vigor [8].

Habitualmente designado simplesmente por vinil, o PVC é bastante utilizado para a confecção
de diversos tipos de pisos, tais como parquet, imitações de cerâmica, de madeira e de
mármore.

Fig. 5.5. Revestimento de pavimentos em PVC [49]

O quadro 34, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 73), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de pavimentos.

Quadro 34 – Vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de pavimentos.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Resistência ao fogo, apesar do policloreto de vinilo arder em • Resistência limitada às temperaturas elevadas(superiores a 70ºC;
contacto com uma chama, a combustão auto-extingue-se, • Podem ocorrer pequenas marcas devido à acção dos cigarros
quando a chama é retirada; incandescentes;
• Flexibilidade, sendo de fácil aplicação; • A temperatura baixas, próximas dos 0ºC, podem tornar-se
• Resistência à fluência por acção de cargas (melhorada com quebradiços, sendo a fase de montagem a que pode oferecer
um ligeiro aumento de temperatura); maiores problemas.
• Resistência adequada ao desgaste;
• Resistência adequada à abrasão;
• Vastas possibilidades de decoração (revestimentos impressos
com gravuras de diversas cores e padrões, com possibilidade
infinita de combinações);
• Boa resistência a agentes químicos (excepto cetonas, ésteres,
éteres e hidrocarbonetos clorados e intumescência na
presença de hidrocarbonetos aromáticos);
• Comportamento adequado em locais onde a limpeza diária se
faça por via húmida, suportando sem qualquer dano a
presença de água.

90
Os plásticos na Construção Civil

™ OUTROS PLÁSTICOS

O peso que as preocupações ambientais têm na valorização dos materiais, fez com que se
tivessem procurado alternativas ao PVC. Assim as borrachas sintéticas para revestimentos
tem vindo a crescer de importância, nomeadamente as resinas epoxídicas (muito resistentes ao
desgaste e aos agentes químicos), as resinas de poliéster (possuem excelente resistência à
abrasão e ao desgaste, bem como aos agentes químicos e à água, além de boas propriedades
mecânicas e boa capacidade de isolamento térmico e acústico), as resinas acrílicas (possuem
boa resistência química e boa resiliência) e os poliacetato de vinilo (facilidade de aplicação à
temperatura ambiente, mas têm fraca resistência à humidade) [8].

5.4.2. Revestimentos de paredes

PAREDES EXTERIORES

As paredes exteriores podem ser revestidas com alguns materiais plásticos, nomeadamente
com pinturas e com emulsões sintéticas. As resinas que mais se empregam neste tipo de
aplicações são do tipo que formam filme por evaporação, ou do tipo que formam filme por
transformação química, isto é, necessitam dum processo de polimerização [8].

Na figura 5.6. estão representadas três amostras de revestimento de paredes, num produto à
base de polímeros sintéticos em emulsão aquosa com grãos de mármore nas cores naturais.

Fig. 5.6. Revestimento plástico contínuo de paredes [http://www.imperbor.pt/]

PAREDES INTERIORES

Existem no mercado imensos produtos de revestimento de paredes interiores, para além das
pinturas e emulsões sintéticas. Far-se-á seguidamente referência aos mais utilizados.

™ REVESTIMENTOS DE LIGANTES SINTÉTICOS

Conhecidos como “estuques sintéticos”, são executados a partir de produtos comercializados


em forma de pastas prontas a aplicar, constituídas essencialmente por resinas sintéticas em

91
Os plásticos na Construção Civil

dispersões aquosas, por cargas sílicas ou de calcite, por adjuvantes diversos e, eventualmente,
por um complemento de água e pigmentos, quando necessário.

™ POLICLORETO DE VINILO (PVC)

Encontram-se no mercado uma vasta gama de produtos de várias cores e padrões, sob a forma
de ladrilhos ou rolos, revestidos produzindo efeitos especiais, ou até mesmo um acabamento
acolchoado29, que contribui também para o isolamento acústico [8].

Os papéis de parede, figura 5.7, são fabricados pelo processo de espalmagem, podem ser
feitos com plastisol, uma pasta líquida de PVC, e constituem uma alternativa aos
revestimentos tradicionais.

Fig. 5.7. Papel de parede em PVC [49]


O quadro 35, elaborado segundo Esgalhado e Rocha (2002, p. 76), apresenta um conjunto de
vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de paredes.

Quadro 35 – Vantagens e desvantagens do PVC em revestimento de paredes.


VANTAGENS DESVANTAGENS
• Facilidade de montagem; • Resistência mecânica relativamente baixa, daí o desenvolvimento
• Leveza; das telas vínilicas com suporte têxtil ou de papel.

• Flexibilidade;
• Grande variedade de cores, padrões e texturas;
• Resistência à abrasão;
• Resistência aos agentes de lavagem;
• Resistência à formação de manchas;
• Resistência ao fogo (auto-extinguibilidade), apesar da sua
combustão originar fumos tóxicos;
• Boas características de isolamento acústico;
• Durabilidade;
• Higiénico, uma vez que agarra pouca sujidade e esta é fácil
de limpar;
• Preços baixos comparativamente a certos materiais
tradicionais.

29
Normalmente consiste numa estrutura tipo sandwich de duas camadas estritas de filme, com uma camada de
borracha entre elas, sendo o conjunto soldado na sua globalidade. [8]

92
Os plásticos na Construção Civil

5.4.3. Impermeabilizações

Os materiais plásticos vieram contribuir fortemente para a resolução de problemas de


impermeabilização de forma simples e económica.

Os materiais mais frequentemente utilizados são os filmes de polietileno e de policloreto de


vinilo, colocados em paredes, em pavimentos ou sob revestimentos de coberturas, bem como
os produtos à base de resinas de silicone aplicadas por pulverização para impermeabilização,
por impregnação, de substratos como o cimento, a pedra e a madeira [8].

Os materiais plásticos têm, em relação aos concorrentes, além da grande flexibilidade,


resistência mecânica e espessuras adequadas, a vantagem de serem resistentes aos bolores e
outros microorganismos.

™ FILMES DE POLIETILENO

Os filmes de polietileno são uma eficiente barreira contra a humidade. Leves e flexíveis,
quando enterrados podem durar indefinidamente, uma vez que não estão expostos à sua
principal causa de degradação: a radiação solar [8].

Podem ser usados como sub-cobertura na construção de estradas, como membranas de


impermeabilização em aterros sanitários, placas de pavimentos sujeitas a vapor ou a
esterilização de água quente (nomeadamente em hospitais e determinado tipo de fábricas), na
separação entre pisos flutuantes e o piso do pavimento (permitindo os movimentos do
primeiro), pavimentos com aquecimento embutido, para protecção de betão fresco em lajes
(tanto para protecção contra água pluviais, quer assegurando que a humidade que está na
superfície seja retida pelo período de tempo necessário a assegurar uma cura adequada), etc.
[8].

Fig. 5.8. Membrana de impermeabilização polietileno


de alta densidade[http://www.sigsa-sa.com]

93
Os plásticos na Construção Civil

™ FILMES DE POLICLORETO DE VINILO

As membranas são feitas pela técnica de impregnação de PVC plastificado, sobre telas
naturais ou sintéticas, podendo também ser feitas por calandragem ou extrusão “fat die” [49].

Fig. 5.9. Membrana de impermeabilização em PVC [49]

De fácil instalação, transporte e manipulação em obra, as membranas de impermeabilização


em PVC têm um tempo de vida útil elevado, excelente resistência à humidade, relativa boa
resistência ao impacto e boa resistência aos agentes químicos. Sua flexibilidade permite boa
resposta a movimentos de juntas, quer de origem térmica, quer de origem mecânica [8;49].
São aplicáveis em pavimentos e paredes, com elevado tempo de vida útil esperado e muito
usadas em fundações, protecção de estradas, encostas, lagos e efluentes.

™ TRATAMENTO HIDRÓFUGO DE PAREDES E TELHADOS COM RESINAS DE


SILICONE

As resinas de silicone têm uma grande capacidade de impermeabilizar, permitindo


simultaneamente a respiração dos suportes. Isto deve-se à pequena quantidade de material
necessário para hidrofugar uma superfície. O tratamento de fachadas com este tipo de
materiais evita a formação de sujidade, devido à pequena aderência do pó às paredes secas e
ao facto das águas da chuva escorrerem pelas superfícies [8].

™ MATERIAIS PARA SELAGEM DE JUNTAS

Para colmatar as fissuras provocadas pelas contracções e expansões estruturais, podem usar-se
materiais plásticos que sejam capazes de recuperar a posição inicial, após sofrerem
compressão. É desse tipo de produtos que se falará de seguida.

94
Os plásticos na Construção Civil

ƒ Massas

Existem no mercado massas de um só componente, que se baseiam em elastómeros sintéticos


(normalmente o poliisobutileno), adequadas para vedação de juntas de dilatação em placas de
cimento e juntas entre vidro e perfis de janelas, selagem de chapas onduladas em telhados
com inclinação até 10º, selagem de perfis de caixilharia e selagem de pontos onde a parede ou
telhado sejam atravessados por tubos ou cabos [8].

Existem ainda massas de dois componentes, constituídas por um elastómero sintético líquido
ao qual se junta um elastómero no momento de utilização. Estas massas tem a vantagem de
possuir maior dureza e uma resistência à abrasão elevadas, sendo normalmente utilizadas na
reparação de pisos de cimento [8].

Fig. 5.10. Silicones [http://www.plastimix.pt/]

ƒ Cintas

As cintas são fabricadas em espumas de poliuretano impregnada com um material


betuminoso. São leves, extremamente flexíveis e completamente impermeáveis à água, ao pó
e ao vento quando comprimidas. São materiais que não sofrem envelhecimento por acção de
agentes climatéricos e as suas propriedades não se alteram entre os -10 ºC e 80 ºC. Para além
disso, recuperam a forma e dimensão original quando desaparece a compressão [8].

ƒ Perfis elásticos

Os perfis elásticos de elastómeros, ou plásticos, obtêm-se por extrusão, sendo os mais


utilizados o PVC e o neopreno. A utilização do neopreno é mais comum pelo facto de ser
mais resistente à temperatura e de suportar melhor os efeitos dos agentes atmosféricos.

95
Os plásticos na Construção Civil

Estes perfis têm elevada elasticidade e resiliência30, bem como a vantagem de não
necessitarem de adesivos para aplicação, o que facilita o seu emprego em uniões [8].

5.5. Geotêxteis

Os geotêxteis, designação dada aos produtos constituídos por fibras têxteis especialmente
empregues em Geotecnia, foram, na forma de tecido de algodão, utilizados pela primeira vez
entre 1926 e 1935, para reforço da super-estrutura de estradas nos Estados Unidos.

A primeira aplicação de um geotêxtil de fibras sintéticas aconteceu em 1950, nos EUA


(Florida), para protecção contra a erosão.

A primeira aplicação de geotêxteis não-tecidos teve lugar em 1969, em França, com o


objectivo de separar uma camada de solo mole de uma camada drenante [14].

Nas últimas décadas do século passado era já grande a aceitação deste tipo de plásticos,
sobretudo em obras geotécnicas, que foram substituindo os materiais tradicionais devido à sua
versatilidade, baixo custo e facilidade de aplicação. De acordo com Lopes (1997, p. 1), no
final do século passado havia “(…) pelo menos uma centena de produtores de geotêxteis e os
seus diferentes tipos, bem como os produtos afins (geogrelhas, georedes, etc.) devem
ultrapassar algumas centenas.”.

5.5.1. Noções gerais

Os geosintéticos (geotêxteis e produtos afins constituídos por fibras de polímeros sintéticos),


figura 5.11, são predominantemente de poliéster, poliamida, polipropileno e polietileno.

No quadro 36 comparam-se algumas das propriedades mais importantes destes polímeros


sintéticos.

Os tipos de geotêxteis mais correntes são [18]:

i. Tecidos, obtidos pelo interlaçamento de dois conjuntos de fios paralelos, podendo


aparecer como um verdadeiro tecido ou uma rede;

ii. Não-tecidos, por vezes chamados tapetes ou feltros, obtidos usando fibras de 5 a 15
cm de comprimento, formando flocos, e podendo ser ligados por agulhagem,
soldagem ou colagem;

30
Capacidade de resistência ao choque de um material definida e medida pela energia absorvida pela rotura de
uma amostra de secção unitária desse material [54].

96
Os plásticos na Construção Civil

a. Grelhas, obtidas por moldação, conseguindo-se uma espécie de chapa com


aspecto mais ou menos aberta.

Quadro 36 – Comparação das propriedades dos polímeros sintéticos, para igual peso [14].

POLÍMEROS POLIÉSTER POLIAMIDA POLIPROPILENO POLIETILENO


PROPRIEDADES
Resistência
*** ** * *
à tracção
Deformação na
** ** *** ***
rotura
Taxa de
* ** *** ***
fluência
Massa surfácica *** ** * *
Preço *** ** * *
Não
Resistência *** ** ** *
estabilizado
aos raios
ultra-violetas Estabilizado *** ** *** ***
Resistência aos
* *** *** ***
álcalis
Resistência aos
** ** ** ***
microorganismos
Resistência aos
** ** * *
óleos
Resistência aos
*** *** *** ***
detergentes

*** Grande
** Média
* Fraca

As principais funções dos geotêxteis são a drenagem, filtração, separação, reforço, protecção
e contenção. Embora, quase sempre, estas funções sejam complementares, o geotêxtil deve
ser caracterizado apenas por uma dessas funções, aquela que for considerada principal
[14;18].

A função de drenagem consiste em evacuar a água do solo confinante. As exigências são,


portanto, ao nível hidráulico, isto é, o geotêxtil deve garantir uma certa permeabilidade
transversal e longitudinal, logo a permissividade e distribuição dos poros são propriedades
determinantes, devendo-se ainda assegurar a estabilidade mecânica, impedindo-se a lixiviação
dos finos e o seu arrastamento para o interior do geotêxtil [14;18].

A filtragem deve ser garantida através de uma boa permeabilidade, quer transversal quer
longitudinal, deve conseguir separar solos de diferentes granulometrias, permitindo o
escoamento da água e impedindo a colmatação, isto é, acumulação da água a montante do
filtro (originando um aumento de pressões neutras e a consequente perda de capacidade
resistente do solo), devendo efectuar a retenção dos finos do solo [9;14;18].

97
Os plásticos na Construção Civil

De notar que as funções de drenagem e filtragem estão inevitavelmente associadas, exigindo


que os filtros tenham características aparentemente contraditórias. Se, por um lado, a acção de
drenagem obriga o geotêxtil a ser mais permeável que o solo a drenar, implicando grandes
aberturas dos poros, por outro lado, a acção de filtragem implica que a abertura dos poros não
permita a passagem de partículas dos solos. Esta é contudo uma contradição aparente. De
facto, e de acordo com Ferreira (1988, p.2), “(…) a exigência de drenagem (permeabilidade) constitui
um limite inferior das dimensões das aberturas enquanto a exigência de filtro (retenção) constitui um limite
superior. A dimensão da abertura dos poros dos filtros é assim limitada pelas duas exigências referidas,
constituindo os dois critérios usuais cumulativos de dimensionamento de filtros”.

a) geotêxteis b) geogrelhas c) geomembranas e) geodrenos d) protecção


contra a erosão
Fig. 5.11. Geosintéticos [35]

Na função de separação, o geotêxtil permite a demarcação física entre duas camadas de


materiais de natureza diferente, impedindo que, por efeito de solicitações mecânicas, a
camada superior se misture com a camada base, permitindo manter a integridade desta
[14;18].

Os geotêxteis, contrariamente aos solos, possuem resistência à tracção, podendo esta


característica proporcionar uma espécie de armadura que constitui uma interface que permite
assegurar uma boa transmissão e repartição das tensões na envolvente [14;18].

98
Os plásticos na Construção Civil

Os geotêxteis podem assegurar a transição entre dois meios diferentes, servido de protecção a
determinadas solicitações pontuais.

A função de anti-fissuras é uma característica dos geotêxteis que lhes permite fazer a
transição entre uma camada base, eventualmente fissurada e a necessitar de recobrimento, e a
nova camada de revestimento.

5.5.2. Aplicações

Os geotêxteis em geral são aplicados para funções de drenagem, filtragem, separação, reforço
e protecção em obras geotécnicas.

As geogrelhas bidireccionais são aplicadas em reforço (sub-bases, bases e pavimentos), uma


vez que permitem maior degradação de cargas com diminuição de assentamentos diferenciais.
As geogrelhas unidireccionais são aplicadas em contenção de terras/aterros armados, com
taludes inclinados até 90º e paramentos com revestimento vegetal ou pré-fabricados de betão.

As geomembranas são aplicadas em depósitos e reservatórios de água, ETAR's e aterros


sanitários, lagos artificiais e canais de rega.

As protecções contra a erosão têm como função proteger a camada superficial, onde são
aplicados e reter a terra vegetal.

Os geocompósitos para drenagem (geodrenos) são aplicados em drenagem de superfícies


verticais ou horizontais, caves de construções, muros de suporte, terraços, drenagem de
lixiviados em aterros sanitários, valas de drenagem ou encontros de pontes.

5.6. Vidro sintético

Todos os substitutos comuns do vidro são materiais plásticos, tais como o polimetacrilato de
metilo (acrílico), o policloreto de vinilo, o poliestireno, o policarbonato e o poliéster reforçado
com fibra de vidro [48].

Estes materiais possuem boas propriedades óptico-visuais, podendo apresentar-se


transparentes, translúcidos ou opacos, incolores, ou coloridos através da adição de corantes
que absorvam determinados comprimentos de onda e transmitam outros. A opacidade obtém-
se através da adição de pigmentos que diminuem a transmissão de luz, podendo ser reduzida
até à total obstrução. De salientar que os materiais plásticos possuem ainda algumas
características que os tornam mais apetecidos em relação ao vidro, tais como a sua leveza, boa
resistência e facilidade de adaptação a diversos tipos de aplicações [8].

99
Os plásticos na Construção Civil

Os materiais plásticos, dado o seu baixo peso específico, têm particular interesse para
aplicações em coberturas, existindo no mercado especificamente para este tipo de aplicação
variados produtos, quer quanto à transmissão de luz, cor e textura, quer quanto à forma e
geometria.

Assim, pode-se encontrar placas opacas planas ou onduladas em policloreto de vinilo, placas
translúcidas, planas ou onduladas, normalmente em poliéster reforçado com fibra de vidro ou
policloreto de vinilo e placas transparentes, como por exemplo clarabóias, ou outros
elementos de pequena superfície, normalmente em polimetacrilato de metilo, ou em
policarbonato [8].

™ ACRÍLICO

O polimetacrilato de metilo é produzido em placas moldadas, sendo a moldagem realizada


entre folhas de vidro, o que lhes garante excelente planimetria. Existem no mercado chapas
transparentes, ou translúcidas, de várias cores, com texturas superficiais diversas, nas
espessuras entre 1mm e 100 mm [8;48].

O vidro acrílico possui uma boa resistência à flexão, boa resistência química à maior parte dos
agentes químicos, insensibilidade aos agentes atmosféricos, não amarelecendo durante um
prazo de 10 anos, boa resistência à fractura, não tem tendência para estilhaçar, boa
estabilidade dimensional e temperatura máxima de serviço rondando os 80/85 ºC, para painéis
planos não sujeitos a cargas, e os 75/80 ºC, para produtos termomoldados. Possui ainda forte
resistência ao envelhecimento.

A figura 5.12. retrata uma vista geral do Estádio Olímpico de Munique, marco da arquitectura
alemã, todo coberto com chapas acrílicas.

Fig. 5.12. Cobertura em chapas acrílicas [http://www.dicopesa.com.br/]

100
Os plásticos na Construção Civil

Este tipo de materiais apresenta problemas de combustibilidade, pelo que, atendendo que a
resistência ao fogo é um factor de primordial importância em edifícios, o seu emprego em
construção pode não ser aconselhável [8;48].

O seu peso específico é quase idêntico ao dos policarbonatos, e menos de metade em relação
ao do vidro, podendo transmitir a luz de forma muito intensa (chegando a 92% para
espessuras entre 1 e 25mm), com reduções quando se trata de folhas coloridas [48].

™ POLICARBONATO

O policarbonato arquitectónico é produzido numa grande variedade de formas, podendo ser


utilizado em substituição do vidro, figura 5.13. É bastante leve em relação ao vidro normal,
fácil de instalar, aparecendo no mercado em placas com espessuras de 1mm à 12mm,
transparentes, coloridas e opacas e em diversas texturas de superfície [48].

Este material, a partir de 1960, começou a substituir o vidro e os acrílicos, mas a sua limitada
resistência à maioria dos produtos químicos e à radiação ultravioleta levou a que a sua
aplicação fosse progressivamente reduzida a partir de 1980 [8].

Os laminados de policarbonato plano, resistentes a balas, podem ser fabricados com


espessuras até 33mm. O revestimento da superfície com silicone proporciona à folha
resistência adicional à abrasão [48].

A transmissão da luz varia entre 82%, para 12mm, e 90%, para 1mm, de espessura do
material. O produto característico de 5 ou 6mm possui uma transmissão de 85%, semelhante
ao vidro (84%). Estes valores são reduzidos em 50% para a folha de cor bronze [48].

O policarbonato é recomendado para instalações industriais que necessitem de forte


iluminação natural [8].

Fig. 5.13. Cobertura em policarbonato [http://www.poliwork.com.br/]

101
Os plásticos na Construção Civil

™ POLICLORETO DE VINILO

O PVC rígido é ideal para a fabricação de chapas extrudidas flexíveis planas ou onduladas. As
telhas onduladas em PVC têm como vantagens a transparência, a resistência ao impacto e às
condições de tempo adversas.

™ POLIÉSTER REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO

As placas onduladas translúcidas de poliéster reforçado com fibra de vidro são muito
utilizadas em coberturas e telheiros, em que é importante assegurar níveis interiores de
iluminação natural adequados. Conseguem-se durações superiores a dez anos se as placas
forem devidamente fixadas, com as sobreposições aos limites efectuados correctamente e
desde que a qualidade da chapa seja certificada.

As características da resina poliéster utilizada na produção das placas, em particular a


resistência à radiação ultra-violeta, resistência ao fogo e propriedades mecânicas, são critérios
a utilizar na selecção e controle de qualidade das placas.

Estas apresentam normalmente transmissão de radiação visível superiores a 70%, mas


utilizando resinas com índice de refracção ajustado ao índice de refracção das fibras de vidro,
conseguem-se transmissões de luz superiores a 80%.

Para resistência das chapas aos elementos climáticos devem-se escolher resinas com
resistência à hidrólise e não devem ser utilizadas fibras com ligantes ou tratamentos
superficiais de emulsão.

5.7. Artigos sanitários

Algumas das propriedades dos materiais plásticos têm vindo a permitir a sua utilização numa
grande variedade de artigos e acessórios para instalações sanitárias, nomeadamente o poliéster
reforçado com fibra de vidro, utilizado no fabrico de banheiras, polibans, bacias de retrete,
lavatórios e lava louças.

O plástico acrílico utilizado em chapas rígidas separadoras para banheiras e polibans e a


resina fenólica (baquelite) utilizada em tampos de bacias de retrete e bidés [8;53].

5.8. Aditivos para betão

Apesar de, face às suas características mecânicas, não poderem ser usados como materiais
base para elementos estruturais, os plásticos podem ser aproveitados como aglomerantes nos
betões e argamassas [8].

102
Os plásticos na Construção Civil

™ POLIACETATO DE VINILO

A incorporação no betão de um aditivo, constituído por uma dispersão de PVAC, permite


melhorar apreciavelmente a resistência à flexão e compressão, proporcionando um aumento
da resistência ao impacto e à abrasão [8;53].

™ POLIESTIRENO EXPANDIDO

O poliestireno expandido, quando incorporado no betão, permite que este melhore a sua
capacidade de isolamento térmico, se torne mais leve e mais fácil de transportar e colocar [8].

™ RESINAS EPOXÍDICAS

As resinas epoxídicas aditivadas com um endurecedor possuem propriedades interessantes,


nomeadamente excelente aderência sobre materiais de construção e ausência de contracções
em relação ao momento da sua preparação. Podem, ainda, ser adicionadas cargas com o
objectivo de baixar o seu preço ou melhorar a resistência mecânica [8].

Aplicam-se em uniões entre estruturas de betão, protecção de betão, união de elementos pré-
fabricados e reparação de fendas e imperfeições.

5.9. Elementos auxiliares no trabalho com betão

Os materiais plásticos podem também ser utilizados como elementos auxiliares na técnica do
fabrico e colocação do betão, em diversas tarefas, tais como [8;53]:

9 Recobrimento do betão fresco com películas de polietileno para protecção contra a


secagem rápida;

9 Revestimento de cofragens para facilitar a desmoldagem (materiais que anulam os


inconvenientes da adesão de partes do betão às cofragens, em particular as de
madeira);

9 Moldes para cofragem em policloreto de vinilo e poliéster reforçado com fibras de


vidro;

9 Filmes de polietileno para revestimento interior de moldes;

9 Cofragem perdida das placas de poliestireno expandido para o isolamento térmico de


vigas e pilares;

9 Vedação de juntas de dilatação com perfis elásticos de PVC ou de espuma de


poliuretano impregnada de betuminoso.

103
Os plásticos na Construção Civil

Mais recentemente apareceram no mercado espaçadores, figura 5.14, de plástico para auxílio
na manutenção da posição das armaduras no decorrer das betonagens [45].

Fig. 5.14. Espaçadores plásticos para pilares, vigas e paredes [45]

5.10. Instalações eléctricas

Os materiais plásticos, dada a sua excelência em isolamento eléctrico, são aplicados no


fabrico de peças e acessórios diversos para instalações eléctricas, figura 5.15. Os mais
utilizados são o policloreto de vinilo, o polietileno, as resinas fenólicas de ureia formaldeído e
de melamina formaldeído [8].

Fig. 5.15. Calhas e caixas plásticas [49]

104
Os plásticos na Construção Civil

CONCLUSÃO

Os plásticos adquiriram em poucos anos, a nível mundial, estatuto próprio e uma notável
importância social, técnica e económica. Pouco a pouco, os mais diversos campos de
actividade foram invadidos por estes novos produtos, devido às suas características intrínsecas
e excelentes propriedades. Os plásticos ultrapassaram, nas suas aplicações, os materiais
tradicionais que fizeram a história da revolução industrial e ganharam rapidamente uma
posição de destaque.

O forte incremento que, a partir da segunda metade do século passado, se verificou na


indústria dos materiais plásticos, reflectiu-se com particular relevo no sector da construção
civil. No decorrer das últimas décadas alguns dos materiais convencionais utilizados foram
progressivamente sendo substituídos por materiais poliméricos. Hoje, algumas aplicações
destes materiais em engenharia civil são já tradicionais.

As características técnicas, e fundamentalmente económicas, dos materiais plásticos fazem


com que estes materiais se venham revelando como elementos fundamentais para o sector da
construção civil. Em aplicações mais nobres, tais como perfis utilizados em caixilharia,
estores e persianas, chapas de cobertura e elementos ornamentais, etc., ou menos visíveis
como, por exemplo, os aditivos para betões, os mástiques e os geotêxteis, os plásticos vêm
aumentando a cada ano a sua importância e peso, sobretudo no segmento dos edifícios.

Esta proliferação de utilizações, aliada à tradicional aplicação de materiais poliméricos em


produtos de consumo com baixa vida expectável, não deve induzir a sua aplicação sem
cuidados especiais em construção civil, em que os tempos de duração de projecto são quase
sempre superiores a quarenta anos. A este respeito, particular atenção deve ser dada aos níveis
de protecção contra a radiação ultra-violeta, hidrólise e migração de componentes.

A utilização precipitada de materiais poliméricos, como aliás quaisquer outros, pode resultar
em duração inferior à pretendida e em certas aplicações ocasionar riscos. De facto, a aplicação
dos materiais plásticos deve ser sempre antecedida de prévio estudo do fim específico a que se
destinam, verificando-se algumas condições particulares no que respeita a determinados
parâmetros, nomeadamente os relativos às condições ambientais que estarão presentes ao
longo do seu tempo de vida útil esperado. Paralelamente, há que dar especial atenção à
correcta instalação destes materiais. Na verdade, não existem plásticos bons e plásticos maus,
mas sim boas e más escolhas de produtos a utilizar e, ou, boas e más instalações desses
produtos.

105
Os plásticos na Construção Civil

Criados para durar “eternamente”, os plásticos têm colocado problemas ao nível da deposição
após tempo de vida útil. Se por um lado alguns destes materiais podem ser reciclados e
utilizados para produção de novos produtos, ou serem incorporados noutros materiais, por
outro lado, a toxicidade e nocividade que alguns deles comportam, aliadas às consequências
do excesso de sucata, podem ser preocupantes para o futuro da humanidade. Contudo, admite-
se que serão tomadas medidas preventivas eficazes, como a introdução maioritária dos
plásticos biodegradáveis (a alquimia das próximas gerações?).

Uma nota final para referir que temos consciência de que este trabalho poderia ser diferente,
quiçá ter explorado melhor determinadas matérias ou aflorado outras, mas fica a esperança
que ele seja, de alguma forma, um contributo e um instrumento auxiliar para futuros estudos
mais aprofundados sobre uma matéria, que fruto do enorme dinamismo provocado pela
evolução tecnológica, aliado à cada vez mais acentuada procura e utilização dos materiais
plásticos, nunca estará fechada.

106
Os plásticos na Construção Civil

BIBLIOGRAFIA

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107
Os plásticos na Construção Civil

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108
Os plásticos na Construção Civil

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[54] Porto Editora Multimédia (2002). Diciopédia 2003 O Poder do Conhecimento. [DVD-
ROM]. Porto, Porto Editora, Lda., compatível com Windows 98, 2000, Me, XP, ou
Windows NT (SP6).
[55] Dicionário Mais-Da Ideia às Palavras. Edição Portuguesa (1996). Selecções do Reader’s
Digest, S.A.. Lisboa, Lisboa Editora.

109
Os plásticos na Construção Civil

ANEXO I

110
Os plásticos na Construção Civil

Quadro Resumo - Características médias dos principais materiais plásticos usados na construção
civil [8].
Polietileno Polietileno
Polietileno
Alta baixa
Alta Polipropileno
Propriedades Unidades densidade
densidade densidade
(PP)
ramificado linear
(PEAD)
(PEBD) (PEBD)
FÍSICAS
Massa volúmica −3 0,941 0,93-1,10 1,07-1,08 1,01-1,04
gcm
Absorção de água (24h) % <0,01 0,19-0,39 0,15-0,25 0,2-0,45
Permeabilidade a gases m²/Pa.s
Vapor de água - 4,3 x10 − 16 Menos 0,37x10 − 17
Dióxido de carbono - 0,7 x10 − 16 permeável -
Oxigénio - 0,2 x10 − 16 que 0,75 x10 − 16
Azoto - 0,06 x10 − 16 o 0,37x10 − 17
Hidrogénio - - PEBD ramif. 0,49 x10 − 16
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 21-38 4,1-15,9 13,1-27,6 31-41
Alongamento na rotura % 20-1000 90-800 100-950 100-600
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 0,4-1,2 0,10-0,26 0,26-0,52 1,14-1,55
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 21-35 15 - 37,9-55,2
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 0,35-0,7 - - 1,03-2,07
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 21-42 - - 41,4-55,2
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 0,7-1,4 0,24-0,33 0,235-0,800 1,17-1,72
−1
Impacto Izod (c/entalhe) Jm 30-200 N quebra 53-Nquebra 21-53
D45-D70 D40-D60 D47-D58 R80-R102
Dureza
Shore Shore Shore Rockwell
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 80 40 90 100
−5 −1
Coef. dilatação linear 10 ºC 6-8 16-18 16-20 8,1-10
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC 11-12x10 − 4 8x10 − 4 - 2,8x10 − 4
Calor específico Cal/g.ºC 0,55 0,555 - 0,46
Temp. deformação sob carga ºC 66-79 40-49 - 99-110
Propagação da chama - Mto lenta Mto lenta Mto lenta Lenta
ÓPTICAS
Índice de refracção - 1,54 1,51 1,51 1,49
Translúcido Translúcido Translúcido Transparente
Transmissão luminosa -
a opaco a opaco a opaco a opaco
Possibilidades de coloração - Ilimitadas Ilimitadas Ilimitadas Ilimitadas
QUÍMICAS
Requer Requer Requer Requer
Acção da luz solar -
protecção protecção protecção protecção
Atacado por Atacado por Atacado por Atacado por
Acção dos ácidos fortes - ácidos ácidos ácidos ácidos
oxidantes oxidantes oxidantes oxidantes
Acção dos ácidos fracos - Mto resist. Resistente Resistente Mto resist.
Acção das bases fortes - Mto resist. Mto resist. Resistente Mto resist.
Acção das bases fracas - Mto resist. Mto resist. Resistente Nula
Solúvel em Solúvel em Resistente
Acção de solventes orgânicos - Resistente
(T>80ºC) em* Solv. Aromát. (T>80ºC)
TECNOLÓGICAS
Possibilidades de moldagem - Muito boas Muito boas - Boas mto boas
* Hidrocarbonetos (HC); hidrocarbonetos halogenados e aromáticos; principais ésteres alifáticos; di-n-amil éter.

111
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo (continuação) - Características médias dos principais materiais plásticos usados na
construção civil [8].
Acrilonitrilo
Poliestireno Poliestireno butadieno
Poliestireno
Propriedades Unidades (PS)
butadieno acrilonitrilo estireno
(SB) (SAN) (ABS)
impacto elevado
FÍSICAS
−3
Massa volúmica gcm 1,04-1,065 0,93-1,10 1,07-1,08 1,01-1,04
Absorção de água (24h) % 0,03-0,05 0,19-0,39 0,15-0,25 0,2-0,45
Permeabilidade aos gases m²/Pa.s - - - -
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 35,9-51,7 28-46 69-82 33-43
Alongamento na rotura % 1,2-2,5 10-60 2-3 5-70
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,3-3,3 2,1-3,2 2,8-3,9 1,59-2,8
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 82,8-89,7 28-63‫٭‬ 96,6-103 31-55
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 3,31-3,38 - 3,7-4 0,97-2,07
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 69-100,7 35-57‫٭‬ 75,9-103 55-75,9
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,62-3,38 - 3,45-4 1,72-2,41
−1
Impacto Izod (c/entalhe) Jm 19-24 30-200 21-32 160-640
M60-M75 M65-M70 M80 R85-R105
Dureza
Rockwell Rockwell Rockwell Rockwell
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 70 70 90 80
Coef. dilatação linear −5 −1 6-8 3,4-21 6,5-6,8 9,5-11
10 ºC
−4 −4 −4 −4
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC 2,4-3,3x10 1-3x10 3x10 3,4-6x10
Calor específico Cal/g.ºC 0,32 0,32-0,35 0,32-0,34 0,35-0,38
Temp. deformação sob carga ºC 66-91 65-93 91-93 76-96
Propagação da chama - Lenta Lenta Lenta Lenta
ÓPTICAS
Índice de refracção - 1,59-1,60 1,52-1,55 1,57 -
Transparente Transparente
Transmissão luminosa - Transparente Transparente
a opaco a opaco
Possibilidades de coloração - Ilimitadas Ilimitadas Ilimitadas Ilimitadas
QUÍMICAS
Nulo a
Diminuição Ligeiro
Acção da luz solar - Arnarelece ligeiro
resis. mecâ. amarelecim.
amarelecim
Atacado por Atacado por Atacado por Atacado por
Acção dos ácidos fortes -
ác. oxidantes ác. oxidantes ác. oxidantes ác. oxidantes
Acção dos ácidos fracos - Nula Nula Nula Nula
Acção das bases fortes - Nula Nula Nula Nula
Acção das bases fracas - Nula Nula Nula Nula
Solúvel em Solúvel em Solúvel em Solúvel em
HC, HC, cetonas, cetonas,
Acção de solventes orgânicos -
Aromáticos e Aromáticos e ésteres e HC ésteres e HC
cIorados cIorados cIorados cIorados
TECNOLÓGICAS
Possibilidades de moldagem - Muito boas Muito boas Boas Boas mto boas
* determinados na rotura

112
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo (continuação) - Características médias dos principais materiais plásticos usados na
construção civil [8].
Poliamida
Policarbonato Polimetacrilato (PA) Polibutileno
Propriedades Unidades (PC) (PMMA) “nylon 6,6” (PB-1)

FÍSICAS
Massa volúmica −3 1,2 1,17-1,20 1,13-1,15 0,910-0,925
gcm
Absorção de água (24h) % 0,15 0,3-0,4 1-1,3 <0,01-0,02
Permeabilidade aos gases m²/Pa.s - - - -
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 65,5 48-76 62-83 26-30
Alongamento na rotura % 110 2-10 60-300 300-380
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,38 2,62-3,10 1,3-2,9 0,207-0,276
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 86,2 83-124 56-91 -
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,41 2,55-3,17 1,4-2,8 0,213
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 93,1 90-131 56-98 14-16
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,34 2,9-3,17 1,4-2,8 0,375-0,380
−1
Impacto Izod (c/entalhe) Jm 850 16-27 54-107 640-800
M 70 M85-M105 R120 D55-D65
Dureza
Rockwell Rockwell Rockwell Shore
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 100-135 75 120 -
Coef. dilatação linear −5 −1 6,8 5-9 8 12,8-15
10 ºC
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC −4 −4 −4 −4
4,6x10 4,6x10 5,8x10 5,2x10
Calor específico Cal/g.ºC - 0,35 0,55-0,56 -
Temp. deformação sob carga ºC 138-143 66-99 149-182 -
Auto Auto
Propagação da chama - Lenta Arde
extinguível extinguível
ÓPTICAS
Índice de refracção - 1,586 1,49 1,53 1,50
Transparente Transparente Transparente
Transmissão luminosa - -
(85%-inicial) (92%-inicial) a opaco
Possibilidades de coloração - Ilimitadas Ilimitadas Ilimitadas -
QUÍMICAS
Ligeira Provoca o
Acção da luz solar - Ligeira Muito fraca
descoloração estalar
Atacado por
Acção dos ácidos fortes - Atacado Atacado Atacado
ác. oxidantes
Acção dos ácidos fracos - Resistente Pratica./nula Resistente Res. limitada
Acção das bases fortes - Atacado Pratica./nula Nula Atacado
Acção das bases fracas - Atacado Pratica./nula Nula Res. limitada
Solúvel em Solúvel em Resistência
Resistente
HC, Cetonas, limitada
Acção de solventes orgânicos - aos solventes
aromáticos e ésteres e HC, (T>100ºC)Solv.
comuns aromáticos
Em cetonas aromáticos
TECNOLÓGICAS
Possibilidades de moldagem - Razoável/boas Boas Muito boas -

113
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo (continuação) - Características médias dos principais materiais plásticos


usados na construção civil [8].
Policloreto de Poliacetato de
Policloreto de
vinilo vinilo
Propriedades Unidades vinilo rígido
plastificado (PVAC)
(PCV-U)
(PVC)
FÍSICAS
Massa volúmica −3 1,30-1,58 1,16-1,35 1,19
gcm
Absorção de água (24h) % 0,04-0,4 0,15-0,75 -
Permeabilidade aos gases m²/Pa.s - - -
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 41-52 48-76 62-83
Alongamento na rotura % 40-80 2-10 60-300
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,4-4,1 2,62-3,10 1,3-2,9
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 55-90 6,2-11,7 -
Módulo de elasticidade 10³ Mpa - - -
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 69-110 - -
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,1-3,4 - -
−1
Impacto Izod (c/entalhe) Jm 21-1068 - 102,4
D65-D85 A50-A100 82-85
Dureza
Shore Shore Shore
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 60 35 -
Coef. dilatação linear −5 −1 5-10 7-25 28-72
10 ºC
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC −4 −4 −4
3,5-5x10 3-4x10 3,8x10
Calor específico Cal/g.ºC 0,2-0,28 0,3-0,5 -
Temp. deformação sob carga ºC 54-74 - -
Auto Auto
Propagação da chama - -
extinguível extinguível
ÓPTICAS
Índice de refracção - 1,52-1,55 - 1,4669
Transparente Transparente
Transmissão luminosa - -
a opaco a opaco
Possibilidades de coloração - Ilimitadas Ilimitadas -
QUÍMICAS
Requer Requer
Acção da luz solar - Boa estabilidade
protecção protecção
Resistência
Nula a ligeira
Acção dos ácidos fortes - Nula (ác.oxidantes)
limitada
(ác. carboxílicos)
Resistência limitada
Acção dos ácidos fracos - Nula Nula (ác. carboxílicos)
Acção das bases fortes - Nula Limitada Não resistente
Acção das bases fracas - Nula Nula Resistente
Solúvel em Solúvel em
Solúvel em
Cetonas, Cetonas,
Cetonas, ésteres,
ésteres, ésteres,
éteres, álcoois,
éteres, e HC éteres, e HC
Acção de solventes orgânicos - aromáticos, HC
colorados, colorados,
halogenados, HC
Intumescência Intumescência
Aromáticos, entre
em HC em HC
outros
aromáticos aromáticos
TECNOLÓGICAS
Medíocres a
Possibilidades de moldagem - boas
- Boas

114
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo (continuação) - Características médias dos principais materiais plásticos usados na
construção civil [8].
Poliéster Poliéster
Poliuretano insaturado insaturado Silicone
Propriedades Unidades (PUR) S/reforço‫٭‬ S/reforço‫٭‬ (SI)
(UP) (UP)
FÍSICAS
Massa volúmica gcm
−3 1,05 1,04-1,46 1,50-2,10 0,99-1,5
Absorção de água (24h) % 0,1-0,2 0,15-0,6 0,05-0,5 0,02
Permeabilidade aos gases m²/Pa.s - - -
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 69-76 41-90 210-340 2,4-6,9
Alongamento na rotura % 3-6 <2,6 0-5 100-300
Módulo de elasticidade 10³ Mpa - 2,1-4,4 5,5-31 0,062
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 86,2 83-124 -
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,41 2,55-3,17 0,213
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 131
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 4,2
Impacto Izod (c/entalhe) Jm
−1
21
Dureza 30-35 35-75 40-80 A15-A65
Barcol Barcol Barcol Shore
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 65 - 157 260
Coef. dilatação linear −5
10 ºC
−1 11 5-5-10 1,5-3 30-80
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC −4 - - −4
7,8x10 3,5-7,5x10
Calor específico Cal/g.ºC - - - -
Temp. deformação sob carga ºC 70-90 - - -
Propagação da chama Lenta Auto
- Arde Lenta
extinguível
ÓPTICAS
Índice de refracção - - 1,52-1,57 - 1,43
Transmissão luminosa - - - - -
Possibilidades de coloração - - - - -
QUÍMICAS
Acção da luz solar - Ligeira Amarelece Ligeira Nula
Acção dos ácidos fortes Atacado Atacado Atacado Atacado
- (ácidos (ácidos (ácidos (ácidos
oxidantes) oxidantes) oxidantes) oxidantes)
Acção dos ácidos fracos Resistente
- Resistente Resistente Resistente
limitada
Acção das bases fortes Resistente
-
limitada
Atacado Atacado Atacado
Acção das bases fracas - Resistente Resistente Resistente Resistente
Acção de solventes orgânicos Resistente a Não
alguns resistente a
- Atacado Atacado
solventes alguns solv.
orgânicos orgânicos
TECNOLÓGICAS
Possibilidades de moldagem - Boas - Boas Medíocres
* reforço de fibra de vidro

115
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo (continuação) - Características médias dos principais materiais plásticos usados na
construção civil [8].
Resinas de Resinas de
Resinas Resinas
ureia melamina
Propriedades Unidades epoxídicas fenólicas
formaldeído‫٭‬ formaldeído‫٭‬
(EP) (PF)
(UF) (MF)
FÍSICAS
Massa volúmica gcm
−3 1,11-1,40 1,24-1,32 1,47-1,52 1,47-1,52
Absorção de água (24h) % 0,08-0,15 0,1-0,36 0,48 0,1-0,6
Permeabilidade aos gases m²/Pa.s - - - -
MECÂNICAS
Comportamento em tracção
Tensão de rotura MPa 28-90 34-62 38-48 48-90
Alongamento na rotura % 3-6 1,5-2,0 0,5-1 0,6-0,9
Módulo de elasticidade 10³ Mpa 2,4 2,8-4,8 9-9,7 9,3
Comportamento em compressão
Tensão de cedência MPa 103-172 83-103 172-310 228-310
Módulo de elasticidade 10³ Mpa - - - -
Comportamento em flexão
Tensão de cedência MPa 90-145 76-117 70-124 83-104
Módulo de elasticidade 10³ Mpa - - 9,7-10,3 7,6
Impacto Izod (c/entalhe) Jm
−1
11-53 12-21 14-28 13-19
Dureza M80-M110 M93-M120 M110-M120 M120
Rockwell Rockwell Rockwell Rockwell
TÉRMICAS
Temp. máx de utilização ºC 120 200 77 99
Coef. dilatação linear −5
10 ºC
−1 4,5-6,5 6,8 2,2-3,6 2,0-5,7
Condutibilidade térmica Cal/s.cm.ºC 4-5x10
−4
3,5x10
−4
10x10
−4
7-10x10
−4

Calor específico Cal/g.ºC - - 0,4 -


Temp. deformação sob carga ºC 46-288 - 132-138 204
Propagação da chama - Lenta Muito lenta Muito lenta Nula
ÓPTICAS
Índice de refracção - 1,55 - 1,54-1,56 -
Translúcida
Transmissão luminosa - Translúcida - Translúcido
a opaco
Possibilidades de coloração - - - Ilimitadas Ilimitadas
QUÍMICAS
Acção da luz solar Ligeira Ligeira
Escureci-
- Nula modificação modificação
mento
de cor de cor
Acção dos ácidos fortes Atacado
- Não resistente (ácidos Decompõe-se Decompõe-se
oxidantes)
Acção dos ácidos fracos - Nula Resistente Nula Nula a ligeira
Acção das bases fortes Nula a
Resistência
-
limitada
Não resistente Atacada ligeiro
ataque
Acção das bases fracas Nula a muito
- Nula Resistente Nula ligeiro
ataque
Acção de solventes orgânicos Geralmente
- Resistente Nula Nula
resistente
TECNOLÓGICAS
Possibilidades de moldagem - - - Muito boas Boas
* carga: alfa-celulose

116
Os plásticos na Construção Civil

ANEXO II

117
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo II - Classes, designações comerciais, propriedades, aplicações e preços de alguns materiais plásticos para selecção de materiais [27].
Classe de material Designações Propriedades Aplicações Tipo Preços em
comerciais Meados de 1994
(US$/kg)
Parte I - Termoplásticos
Polietileno Dowlex Tenaz, baixa resistência mecânica; Filmes, tubos, chapas; moldagem (Railcar)
(varia entre Rexene Baixo coeficiente de atrito; boa por sopro; isolamento de fios e de LDPE, utilização geral para 1,21-1,32
os tipos de baixa e Fortiflex resistência química e eléctrica. cabos. moldagem
de alta densidade) Petrothene HMW-HDPE, 1,32-1,39
moldagem por sopro
Polipropileno Pro-fax Tenaz, resistência mecânica relativa" Recipientes, fechos, utensílios domés- (Railcar)
Rexene mente baixa, mas melhor que a do ticos, brinquedos; fibras e isolamentos Homopolímero de utilização 1,21-1,32
Fortilene polietileno; boa resistência à eléctricos; em automóveis, os copolí- geral para injecção
fadiga; baixa densidade; boa resistência meros são utilizados em painéis e Copolímero aleatório 1,32-1,43
química e eléctrica. decorações de interiores e baterias. para injecção
Poliestireno Styron Transparência óptica; fabrico fácil; Garrafas e tampas; brinquedos; (Railcar)
(transparente) Replay boa estabilidade térmica e dimensional; dispositivos de "Cristal" de utilização geral 1,32-1,46
Ladene excelente isolador. utilização médica. alta temperatura 1,39-1,46
Poliestireno Styron Facilidade de processamento; boa Embalagens; descartáveis; HIPS: óptima resistência 1,59-1,61
(resistente ao VaItra resistência ao impacto e rigidez; consumíveis de electrónica; ao impacto
impacto) bom isolador; baixo custo. brinquedos. Reforçado por fibras 2,00-2,10
Policloreto de Novablend Resistência mecânica, alongamento; Tubos e condutas, canais (Railcar)
vinilo (rígido) resistência química. e janelas de vinilo; Homopolímero de utilização 0,82-0,84
pavimentos. geral
Tubos 0,79-0,82
Policloreto de vinilo Unichem Flexibilidade, resistência química Revestimentos; tecidos sintéticos, Misturas cloretadas 3,02
(flexível) Ultra e à humidade; colorabilidade; couro sintético; isolamento para tubos de PVC
Kohinn durabilidade; baixo custo. de fios eléctricos;
folhas de vinilo; luvas.
Acrílicos Plexiglass Transparência cristalina; boa dureza Substituição do vidro em janelas e Uso geral 2,58
Acrylite superficial; boa resistência química em utilizações com transmissão da luz; Impacto 3,35
Perspex vários meios; estabilidade mecânica; sinais de iluminação; luzes traseiras
resistência às condições atmosféricas. de automóveis.
Politereftalato de Valox Reforçados ou tendo como materiais Aplicações em automóveis, eléctricas/ 30% fibra de vidro 3,88
etileno (PET) (tipos Impet de enchimento fibras de vidro, Iamelas de /electrónicas e electrodomésticos; 55% fibra de vidro 4,42
para engenharia) Petra vidro, minerais ou micas para melhorar o caixas de motores, casquilhos de Copolímero, PETG 2,16
desempenho em termos de rigidez, lâmpadas, sensores, interruptores, relés
resistência mecânica e ao calor; boa e bobinas; peças em espiral para trans-
moldabilidade e resistência química. formadores de fornos e micro-ondas.
carcaças para pequenos aparelhos
domésticos.

118
Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo II - Classes, designações comerciais, propriedades, aplicações e preços de alguns materiais plásticos para selecção de materiais [27].
Classe de material Designações Propriedades Aplicações Tipo Preços em
comerciais Meados de 1994
(US$/kg)
Parte I - Termoplásticos (cont.)
Politereftalato Valox Facilmente obtido por moldagem por Dispositivos eléctricos de ligação, Sem enchimento 3,62-3,86
butileno (PBT) Cleanex injecção; utilizado em ligações eléc- bobinas, blocos terminais e suportes de Resistência ao impacto alta 4,30-4,53
Ultradur tricas devido às propriedades eléctricas, fusíveis; tampas dos distribuidores, 30% fibra de vidro 3,75-4,19
resistência ao calor e química, e facili- componentes para portas e janelas de
dade de vazamento em secções finas. automóveis; peças de bombas.
ABS Magnum O acrolinitrilo confere resistência quí- Painéis de instrumentos e consolas de Resistência ao 2,82-3,05
(acrilonitrilo- -butileno- Cycolac mica e estabilidade ao calor; o buta- automóveis; grelhas de radiadores; impacto média
estireno) Lustran dieno confere tenacidade e resistência ao caixas de faróis de automóveis; portas Resistência ao 2,98-3,11
impacto; o estireno confere rigidez e extrudidas e termoenformadas de impacto alta
processabilidade a baixo custo. electrodomésticos; pequenos aparelhos Tubos 2,43-2,54
domésticos e caixas de computadores; Liga ABS/PC 3,27-3,39
tubos de drenagem e de escape.
Acetal Delrin Duro, resistente, rígido; alguma Componentes do sistema de Homopolímero 3,97-4,06
(homopolímero) sensibilidade ao entalhe; boa resistência combustível de automóveis, engre- 20% fibra de vidro 4,04-4,35
Celcon química; estabilidade dimensional; baixo nagens e mecanismos de elevação de Copolímero 3,97-4,06
(copolímero) coeficiente de atrito. janelas; puxadores e manivelas; 25% fibra de vidro 4,19-4,44
Tenac engrenagens industriais, válvulas,
excêntricos e bombas; roldanas,
parafusos, porcas e elos de ligação;
peças de canalização tais como
válvulas e suportes.
Óxido de polifenileno Noryl Boas propriedades eléctricas numa larga Painéis de instrumentos e encostos dos Injecção 3,09-4,86
(modificado) Prevex gama de condições de humidade e assentos de automóveis; caixas e 20% fibra de vidro 4,72-4,98
temperatura; boa resistência ao impacto e teclados de computadores; caixas de 30% fibra de vidro 4,42-4,86
rigidez com reforço de fibras ou outro; bombas e impulsores. Extrusão 3.75-5,29
boa processabilidade.
Nylon (poliamida linear) Zytel Resistência mecânica, tenacidade, Engrenagens, chumaceiras, peças anti- Tipo 6,6 5,29-5,32
Nylamid rigidez, resistência ao desgaste e à -atrito; peças submetidas a Reforço mineral 2,98-4,30
abrasão elevadas; baixo coeficiente de temperaturas elevadas e tendo que 30% fibra de vidro 5,29-5,39
atrito; absorve alguma humidade; elevada resistir a hidrocarbonetos e solventes; Tipo 6 5,03-7,62
resistência ao impacto e rigidez. peças eléctricas submetidas a Reforço mineral 3,75-3,91
temperaturas elevadas; rodízios; caixas 30% fibra de vidro 3,77-5,39
para ferramentas
eléctricas.

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Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo II - Classes, designações comerciais, propriedades, aplicações e preços de alguns materiais plásticos para selecção de materiais [27].
Classe de material Designações Propriedades Aplicações Tipo Preços em
comerciais Meados de 1994
(US$/kg)
Parte I - Termoplásticos (cont.)
Policarbonato Lexan Transparência, excelente resistência Substituição do vidro; caixas de Moldagem por 5,34-5,49
Makrolon ao impacto; elevada temperatura de máquinas de escritório e painéis de injecção
Calibre deflexão pelo calor; estabilidade instrumentos; dispositivos de ligação 20% fibra de vidro 5,29-7,26
dimensional; eléctrica e interruptores; CDs 30% fibra de vidro 4,83-5,45
boa resistência eléctrica. (compact disc) de leitura laser; Extrusão 5,34-5,49
lentes oftálmicas. Reforçado por fibras 5,63-6,38
Disco compacto (CO) 6,20
Polissulfona Udel Transparente, resistente ao calor, baixa Instrumentos médicos e tabuleiros Utilização geral 9,34-10,82
Ultrason inflamabilidade; boas propriedades para colocar instrumentos durante 10% fibra de vidro 9,14-10,59
eléctricas até cerca de 190°C; boa a esterilização; dispositivos de 20% fibra de vidro 7,92-9,27
rigidez e estabilidade a temperaturas ligação eléctrica, bobinas e núcleos,
elevadas; boa resistência ao impacto e componentes de TV; equipamento
resistência química. de processamento químico para
tubagens, bombas, módulos de
filtros, placas de suporte e torres
de enchimento resistentes à corrosão.
.Polissulfureto Ryton Combinação excelente de resistência Essencialmente para dispositivos 40% fibra de vidro 6,91-7,28
Fortron a alta temperatura, resistência química, de ligação eléctrica funcionando 20% fibra de vidro/35% 3,46
Supec fluidez, propriedades eléctricas a alta temperatura; devido à resistência material de enchimento
e estabilidade dimensional. química utilizam-se em 35% fibra de vidro/35% 4,35
bombas, válvulas, uniões de tubos material de enchimento
e peças de campos petrolíferos.
Polieterimida Ultem Resistência mecânica e rigidez elevadas Boa resistência ao calor e química Não reforçado 10,26
a temperaturas elevadas; boas para peças a funcionar com fluidos 30% fibra de vidro 8,39
propriedades e ao ar; utilizações eléctricas que
eléctricas, resistência química requerem uma elevada resistência
e processabilidade. mecânica e estabilidade
dimensional; dispositivos de ligação
eléctrica e placas de circuitos
impressos; sensores debaixo da
tampa do motor em automóveis.
Politetra- fluoroe-tileno Teflon Inerte quimicamente em muitos meios; Tubagens e válvulas químicas; 14,13-15,89
Neoflon propriedades mecânicas úteis desde vedantes e anéis; revestimentos
Fluorocomp temperaturas criogénicas até 260°C; não aderentes; revestimentos de
baixo coeficiente de atrito. tubos de combustível.

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Os plásticos na Construção Civil

Quadro resumo II - Classes, designações comerciais, propriedades, aplicações e preços de alguns materiais plásticos para selecção de materiais [27].
Classe de material Designações Propriedades Aplicações Tipo Preços em
comerciais Meados de 1994
(US$/kg)
Parte II - Termoendurecíveis
Fenólicos Baquelite Boa resistência ao calor até cerca de Aplicações de resistência térmica Misturas para moldagem 1,37-2,21
Durez 150°C; boa estabilidade dimensional e eléctrica a alta temperatura; Tipos reforçados 2,54-6,62
Plenco e resistência à fluência; boa acessórios de fixação eléctricos;
Valite resistência eléctrica. adesivos.
Poliésteres Rosite Pode ser utilizado sem materiais de Assentos de cadeiras; peças exteriores Orto de utilização geral (GP 1,50-1,74
(insaturados) Premi enchimento, com materiais de de automóveis; barcos; portas protecto- Ortho)
Polyrite enchimento ou reforçado (fibra de ras de chuveiros; componentes eléc- Isoftálico 1,61-1,79
vidro); rígido; resiliente; resistente à tricos; reparação de automóveis; matriz Bis A 2,65-3,31
corrosão e às condições atmosféricas. de compósitos reforçados com fibra de
vidro ou de carbono.
Epoxídicos Ciba-Geigy Boas propriedades mecânicas; boa Revestimentos de protecção; adesivos; Resinas de utilização geral (GP 2,82-3,02
(RP-) adesão e propriedades de isolamento moldagem eléctrica; matriz de compó- resin)
Fiberite eléctrico. sitos com fibras de carbono. Semiconduc Novolac 4,26-5,03
Farboset
Ureias e melaminas Perstop Componentes moldados; boa Os componentes moldados tendo como Misturas para moldagem
Cymel durabilidade materiais de enchimento a celulose alfa Bk & Bw 1,48-1,72
Fiberite e dureza superficial; boa resistência são utilizados em aparelhos para insta- Wh * Iv 1,59
Plenco a cargas aplicadas e resistência lações eléctricas, tais como placas para
a solventes orgânicos; boa resistência parede, receptáculos e interruptores de
eléctrica. circuito, fechos, caixas, maçanetas
e puxadores.
Silicones Silastic Propriedades elastoméricas; bom Revestimentos e adesivos, isoladores Misturas para moldagem 12,82-14,12
Baysilon isolador eléctrico; vedante; boa de alta temperatura. Tipo especial 19,67-69,49
LIM resistência química. Silicone-epoxídica 12,82-14,12
(silicones GE)

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Os plásticos na Construção Civil

ANEXO III

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Os plásticos na Construção Civil

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Os plásticos na Construção Civil

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Os plásticos na Construção Civil

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