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2. Objetivos
O objetivo desta pesquisa é a análise e dimensionamento de um projeto de captação de
água pluvial visando à economia de água potável, redução do volume de enchentes,
fornecimento da água pluvial para a área de construção civil na cidade de Uberlândia -
MG. Apresentar o método de dimensionamento de reservatório, descrever o local de
estudo do projeto, analisar e determinar a área necessária para a coleta da água da
chuva.
4. Justificativa
Propõe-se através deste estudo, um estudo técnico para racionalizar a destinação das
águas de chuva, utilizando um método de captação de água pluvial, através de
reservatório, dimensionado para Uberlândia-MG, pois a cidade não dispõe de tais
medidas para minimizar as enchentes em áreas críticas da cidade, bem como o excesso
de detritos oriundos das mesmas e fornecer o recurso hídrico para o ramo da construção
civil, em atividades que não se faz necessário o uso de água tratada, através de um
projeto elaborado para redução, economia e preservação.
Pretende-se, através deste artigo, ressaltar a importância da elaboração do projeto e
conscientizar de que tais medidas preventivas objetivam mitigar problemas muitas vezes
irreparáveis. As regiões avaliadas ainda não pertencem a um quadro crítico de
inundações, mas é necessário adotar medidas para não fazer parte dessa realidade. Em
função das alterações climáticas, do mal-uso dos recursos naturais e da escassez de
sistemas de drenagens eficientes em determinadas regiões, torna-se viável a análise de
novas formas de captação de águas de chuva para garantir a sustentabilidade.
5. Revisão da Literatura
6. Metodologia
6.2.1. Topografia
Para definir os atributos topográficos da área de estudo, foi usado o mapa
planialtimétrico de Uberlândia em arquivo dwg no software AutoCad, em escala
1:20.000, com curvas de nível com equidistância de 1 em 1 metro. A partir dos dados
topográficos, foi traçado a microbacia.
Fonte: Autores
Determinada as características da bacia, definiu-se os locais propostos da implantação
do reservatório. Para a escalação do local deve considerar alguns critérios como a
disponibilidade do ambiente, a capacidade da obra de interferir no amortecimento, as
condições topográficas e geológicas da área.
6.2.5 Declividade
Onde CN é o número de curva ponderado; CNi é o número da curva pra área analisada;
Ai é a área da bacia (km) e At é a área total (km).
7. Resultados
7.1. Topografia
ÁREAS EDIFICADAS 0,14 0,57 0,09 0,25 0,05 0,05 0,3 2,38 3,83
Fonte: Autores
Partindo-se da urbanização atual para crítica da bacia de estudo, conforme tabela (1.5).
A área edificada passa a obter 63,35 % e as áreas de rua 24 %, da área total da
microbacia. Já as áreas verdes 8,97%, e o solo exposto 0%. As áreas de represas e
vegetal natural foram conservadas.
Tabela 1.5 - Uso e ocupação do solo (Urbanização crítica).
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8 TOTAL
ÁREAS VERDES 0 0,83 0,14 0,03 0,05 0,15 0,01 0,18 1,39
ÁREAS EDIFICADAS 0,29 3,59 1,33 0,48 0,26 0,64 0,46 2,77 9.82
SOLO EXPOSTO 0 0 0 0 0 0 0 0 0
RUAS 0,06 1,47 0,5 0,15 0,10 0,27 0,15 1,02 3,72
VEGETAÇÃO NATURAL 0 0,38 0 0 0 0 0 0 0,38
REPRESA 0 0,19 0 0 0 0 0 0 0,19
ÁREA TOTAL (KM²) 0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97 15,5
Fonte: Autores.
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8 TOTAL
ÁREAS PERMEAVEIS 0,17 5,1 1,42 0,38 0,29 0,9 0,29 1,42 9,88
ÁREAS IMPERMEAVEIS 0,16 1,36 0,55 0,27 0,12 0,16 0,33 2,55 5,62
AIDC 0,14 1,16 0,47 0,23 0,11 0,14 0,28 2,2 4,85
AINC 0,02 0,19 0,08 0,04 0,02 0,02 0,04 0,35 0,78
ÁREA TOTAL (KM²) 0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97 15,5
Fonte: Autores.
Partindo-se da urbanização atual para crítica, conforme tabela (1.7), as áreas permeáveis
foram reduzidas para 33,48% e AINC para 9,23% da área da microbacia. As áreas
impermeáveis aumentaram para 66,52% e as AIDC para 57,35.
Tabela 1.7 – Área permeável, área impermeável, AIDC e AINC (Urbanização crítica).
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8 TOTAL
ÁREAS PERMEAVEIS 0,1 2,46 0,62 0,2 0,14 0,36 0,17 1,15 5,19
ÁREAS IMPERMEAVEIS 0,24 3,99 1,36 0,46 0,27 0,7 0,45 2,82 10,31
AIDC 0,21 3,44 1,18 0,4 0,24 0,6 0,38 2,43 8,89
AINC 0,03 0,55 0,19 0,06 0,04 0,1 0,06 0,39 1,43
ÁREA TOTAL (KM²) 0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97 15,5
Fonte: Autores.
7.1.4. Declividade
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8 MICROBACIA
COMPRIMENTO
DA CURVA DE 1,73 60,88 8,68 3,9 4,31 4,6 55,6 44,65 -
NIVEL (KM)
EQUIDISTÂNCIA
ENTRE CURVAS DE 5 5 5 1 1 5 5 5 -
NIVEL (M)
ÁREA DA SUB-
0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97 15,5
BACIA (KM²)
DECLIVIDADE
3,95 4,85 2,42 0,36 0,69 2,13 4,86 5,13 3,92
MÉDIA
Fonte: Autores
Fonte: Autores.
Segundo a classificações dos solos proposta pelo método do SCS estes solos são do tipo
D, C e B
Fonte: Autores.
VELOCIDADE DO TEMPO DE
COMPRIMENTO DO DECLIVIDADDE
CONDUTOS ESCOAMENTO TRANSITO
CONDUTO (m) MÉDIA (M/M)
(M/S) (MIN.)
1 1.104.14 0,01 3,35 5,49
2 2955,73 0,02 4,3 11,46
3 1811,83 0,03 5,15 5,86
4 1768 0,01 4,93 5,98
Fonte: Autores.
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8 TOTAL
L (KM) 0,606 3,327 0,796 0,648 0,332 0,499 0,82 1,958 -
ÁREA
IMPERMEAVEL 0,16 1,36 0,55 0,27 0,12 0,16 0,33 2,55 5,62
(KM²)
TEMPO DE
19,71 49,37 17,8 17,94 12,47 16,34 21,1 26,12 -
CONCENTRAÇÃO
ÁREA TOTAL
0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97 15,5
(KM²)
Fonte: Autores.
Com a soma do tempo de concentração da SB-2 com o tempo de trânsito no conduto 4
foi encontrado o maior valor de tempo de concentração para o cenário atual 55,28
minutos.
Partindo da condição atual para a crítica tabela (2.4) os maiores tempos de concentração
foram adquiridos nas SB-2 com 36,91, SB-8 com 19,39 e SB-1 com 17,65 minutos
Tabela 2.4 -Tempo de concentração (urbanização crítica).
SUB-BACIAS SB-1 SB-2 SB-3 SB-4 SB-5 SB-6 SB-7 SB-8
L (KM) 0,606 3,327 0,796 0,648 0,332 0,499 0,818 1,958
ÁREA
IMPERMEAVEL 0,24 3,99 1,36 0,46 0,27 0,7 0,45 2,82
(KM²)
TEMPO DE
17,65 36,91 14,01 15,7 10,06 11,12 19,39 25,41
CONCENTRAÇÃO
ÁREA TOTAL
0,35 6,46 1,97 0,66 0,41 1,06 0,62 3,97
(KM ²)
Fonte: Autores.
No cenário critico o maior tempo de concentração foi obtido com a soma do tempo de
concentração da SB-4 com o tempo de trânsito dos condutos 1,2 e 4 com 38,63 minuto.
TEMPO DE
INTERVALO VAZÃO MÁXIMA
SUB-BACIAS CONCENTRAÇÃO
ATUAL CRITICA ATUAL CRITICA ATUAL CRITICA
SB-1 19,71 17,62 20-30 20-30 11,9 13,46
SB-2 49,37 36,91 50-60 40-50 127,61 196,68
SB-3 17,8 14,01 20-30 20-30 63,8 87,68
SB-4 17,94 15,7 30-40 20-30 26,78 31,91
SB-5 12,47 10,06 20-30 20-30 16,83 22,31
SB-6 16,34 11,12 30-40 20-30 30,06 48,86
SB-7 21,1 19,39 20-30 20-30 22,04 25,85
SB-8 26,12 25,41 30-40 30-40 142,92 153,87
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Perante os limites de espaço, a área obtida para a construção do reservatório foi de
18400 m² com 3 m de profundidade, sendo que a escavação mais profunda e dificultada
pela presença de solo maciço rochoso.
8. Conclusão
Conclui-se que a microbacia do córrego Jataí é pequena, tem baixa declividade média e
maiores declividades próximo as nascentes de cursos de água.
Por meio do software torne-se admissível a determinação de hidrogramas resultantes
bem como a modelagem hidrodinâmica. Observa-se que a chuva de projeto estimada
gerou um hidrograma com vazão de pico próximo ao inicio da precipitação e as vazões
máximas foram proporcionais às áreas impermeáveis e AIDC de cada sub-bacia.
Para o dimensionamento do reservatório o método proposto neste trabalho, resultou em
valores satisfatórios. Conclui-se também que a área destinada para o reservatório é
suficiente para a implantação do mesmo. Perante os cenários apresentados, a proposta
de implantação de um reservatório na sub-bacia 8 apresenta como uma medida de
extrema importância para amortizar os transtornos causados pela chuva nesta região e a
jusante da mesma.
Conclui-se também que a proposta de reuso da água pluvial armazenada no reservatório
torna-se um método viável para utilização em fins não potáveis na construção civil, uma
vez que grande parte da água utilizada nas obras é tratada e não se faz necessário o uso
da mesma.
Por fim, observa-se que as medidas sustentáveis e não-estruturais podem contribuir
consideravelmente na cautela das inundações urbanas, além de evitar a
impermeabilização do solo e conservar as áreas verdes. O incentivo para o uso dessas
práticas gerariam menos despesas aos cofres públicos, pois o amortecimento do
escoamento superficial causada por tais medidas exigiria menos estruturas de drenagem.
9. Referências
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