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FACULDADE IRECÊ

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

LARA EMILLY VIEIRA DE SOUZA

PAULO JORGE ANDRADE SANTANA

RHUAN RIKELMY PEREIRA BONFIM

PROJETO GEOMÉTRICO DE UMA HIPOTÉTICA RODOVIA

IRECÊ-BA
2022
LARA EMILLY VIEIRA DE SOUZA

PAULO JORGE ANDRADE SANTANA

RHUAN RIKELMY PEREIRA BONFIM

PROJETO GEOMÉTRICO DE UMA HIPOTÉTICA RODOVIA

Memorial Descritivo apresentado pelos alunos do


curso de Engenharia Civil da FAI Faculdade Irecê
do 8° semestre, como requisito parcial avaliativo
da disciplina de Projeto e Construção de Estradas.

Prof. Supervisor(a): Kidman Pimenta de Souza

IRECÊ-BA
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................4
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................................4
3. ESPECIFICAÇÃO DA CLASSE DO PROJETO ........................................................................4
3.1 DADOS FORNECIDOS ...............................................................................................................4
3.2 PARAMÊTRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO GEOMÉTRICO ..................................5
4. DESCRIÇÃO DO TRAÇADO .......................................................................................................5
5. MEMÓRIAL DE CÁLCULO ........................................................................................................6
5.1 CURVA DE CONCORDÂNCIA HORIZONTAL ......................................................................5
5.2 CÁLCULO DOS PARÂMETROS ANGULARES .....................................................................7
5.3 CÁLCULO DAS ESTACAS ........................................................................................................9
5.4 CÁLCULO DA SUPERLARGURA ..........................................................................................11
5.5 SUPERELEVAÇÃO ...................................................................................................................12
5.6 CONCORDÂNCIA VERTICAL – GREIDE .............................................................................12
5.6.1 COMPRIMENTO DE TRANSIÇÃO ....................................................................................12
5.6.2 CÁLCULO DA FLECHA OU ORDENADA MÁXIMA .....................................................13
5.6.3 CÁLCULO DAS ESTACAS DOS PONTOS SINGULARES (PCV, PIV E PTV) .............14
6. COMENTÁRIO FINAL ...............................................................................................................14
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................15
1. INTRODUÇÃO

A execução de uma rodovia deve ser realizada com precisão, permitindo uma
conformação espacial onde suas características técnicas como por exemplo raios e curvas
devem ser projetados para garantir a segurança e o conforto aos usuários. Tendo em vista a
importância de um projeto de estradas, deve ser realizado um estudo completo do local onde
será realizada a construção da rodovia, integrando um conjunto de elementos que irá compor o
projeto geométrico.
Visando promover a amplitude do conhecimento referente a disciplina de Estradas aos
discentes do oitavo semestre de engenharia civil da Fai – Faculdade Irecê, a docente e
engenheira Kidman Pimenta, propôs à turma a elaboração de um projeto geométrico de uma
hipotética rodovia, para que os estudantes pudessem aplicar os cálculos geométricos
(concordância horizontal e vertical), vistos em sala de aula.
Diante disto, o presente documento trata-se de um projeto geométrico realizado pela
equipe descrita, que utilizou como parâmetro as diretrizes retratadas no manual de projeto
geométrico do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de transportes) e no livro
proposto Introdução ao Projeto geométrico de Rodovias de Shuu Lee, recomendado pela
professora à turma.

2. OBJETIVOS

O projeto geométrico tem como objetivo principal a aplicação dos cálculos geométricos
(concordância horizontal e vertical) a uma hipotética rodovia, aproximando os estudantes da
realidade, capacitando-os para as determinadas situações que serão encontradas na profissão.

3. ESPECIFICAÇÃO DA CLASSE DO PROJETO

3.1 DADOS FORNECIDOS

Para elaboração do projeto geométrico, foram fornecidos para o grupo os seguintes


dados:
• Planta topográfica, com curvas de nível a cada 1,0m, em CAD.
• Diretriz Geral: Ponto de Partida D e Ponto de Chegada E
• Considerou-se o terreno homogêneo, do ponto de vista geológico-geotécnico, e sem
áreas com problemas de instabilidade ou existência de solos compressíveis.
• Desconsiderou-se variações acentuadas no nível d’água, estando estas dentro dos
limites das margens do curso.
• O projeto estará condicionado à topografia

3.2 PARAMÊTRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO GEOMÉTRICO

• Classe técnica da rodovia: Classe IV A;


• Classe funcional da rodovia: Coletor – Secundário;
• Velocidade Diretriz Mínima: 60 Km/h;
• Terreno plano;
• Raio mínimo de Curva Horizontal: 125,00m;
• Distância de visibilidade de Parada: 85,00m;
• Taxa de Superelevação Máxima: 8%;
• Rampa máxima: 4%;
• Largura da Faixa de Trânsito: 3,00m;

4. DESCRIÇÃO DO TRAÇADO

O DNER (1996) (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) apresenta algumas


recomendações para a definição do traçado, que devem ser levados em consideração, para que
sejam evitados problemas e defeitos comuns no projeto geométrico.
Utilizando como parâmetro essas orientações, o traçado foi realizado, buscando manter
os raios dos arcos de circunferência e desenvolvimento amplos, concordados por pequenas
tangentes, evitando tangentes longas para manter a harmonia do traçado com a paisagem, além
disso, segundo as normas do DNER, as curvas de deflexão devem ser bem direcionadas,
estando situados entre 10º e 35º. Sendo assim, o valor da deflexão adotado para a projeção
geométrica dessa rodovia foi de 54º00’00”, o azimute foi de 34º00’00” e os comprimentos dos
trechos tangentes de 2.244,238m (L1) e 412,384m (L2).
Abaixo a representação do traçado realizado para essa rodovia:

Figura 01: Traçado do Projeto Geométrico 3


5. MEMÓRIAL DE CÁLCULO

O cálculo da concordância é realizado utilizado para o projeto geométrico, a curva


circular simples, pois esse tipo de curva oferece boas propriedade para o tráfego nas rodovias e
os seus usuários. A figura a seguir, retirada do livro Introdução ao Projeto geométrico de
Rodovias, apresenta o esquema de curva circular simples, onde existe dois alinhamentos retos
que se interceptam em um vértice.

Figura 02: Representação da Curva Circular Simples

Onde:
PI : Ponto de Interseção;
PC : Ponto de Curva;
PT : Ponto de Tangente;
∆ : Ângulo de deflexão;
AC : Ângulo Central;
T : Tangente Externa ou Exterior (m);
D : Desenvolvimento (ou comprimento) da curva circular (m);
R : Raio da curva circular (m);
G : Grau de Curva
O : Centro da curva circular

5.1 CURVA DE CONCORDÂNCIA HORIZONTAL

Para efetuar a definição geométrica, é necessário que seja adotado um raio da curva
circular. Nas recomendações do DNER é apontado um raio de 5000m como limite da curva,
pois curvas com raios a cima desse valor, promove sensibilidade mecânica do procedimento de
mudança de direção dos veículos.
A equipe adotou um raio de 700 m para concordância horizontal, a tabela abaixo para as
características técnicas da rodovia de classe IV, o valor mínimo do raio é de 125m e velocidade
diretriz igual a 60 km/h.

Figura 03: Características técnicas – Projeto de Novas Rodovias

Tabela 1 - Raios de Curvas que dispensam a Transição


V (Km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
R (m) 170 300 500 700 950 1200 1550 1900 2300 2800

Diante do exposto, foram obtidos os seguintes dados, para o início dos cálculos:
Terreno Plano;
Rodovia Classe IV A;
Raio da Curva Circular (R)= 700,00m;
Comprimento dos trechos em tangente: L1=2.244,238m e L2=412,384m;
Velocidade Diretriz (Vdir)= 60,00 Km/h

5.2 CÁLCULO DOS PARÂMETROS ANGULARES

a) Tangente Externa (T):


∆ 54°
𝑻 = 𝑹 ∗ 𝒕𝒈 (𝟐) ⇒ T = 700 ∗ tg ( ) ⇒ 𝐓 = 𝟑𝟓𝟔, 𝟔𝟔𝐦
2
b) Cálculo do desenvolvimento D:
𝝅𝑹∆ π∗700∗54°
𝑫=𝑨= ⇒ D= ⇒ 𝐃 = 𝟔𝟓𝟗, 𝟕𝟑𝐦
𝟏𝟖𝟎º 180º

c) Cálculo da deflexão para a corda especificada (dc)


O comprimento da corda é função do raio de curvatura adotado. A tabela 5
apresenta valores de cordas recomendadas pelo DNER em função do raio.

Figura 04: Tabela das cordas admissíveis para as curvas (Lee, 2005)

Como o raio do traçado tem 700m a corda máxima (c) a ser adotada é de 20m
• Grau da Curva (G)
𝒄 20
𝑮 = 𝟐 ∗ 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏 (𝟐∗𝑹) ⇒ G = 2 ∗ arcsen (2∗700) ⇒ 𝐆 = 𝟏, 𝟔𝟒°

• Deflexão para a corda especificada (dc)


𝑮 1,64°
• 𝒅𝒄 = ⇒ dc = ⇒ 𝐝𝐜 = 𝟎, 𝟖𝟐°
𝟐 2


d) Cálculo da deflexão por metro (dm)
𝑮 𝟏,𝟔𝟒°
𝒅𝒎 = ⇒ 𝐝𝐦 = ⇒ 𝐝𝐦 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟏° ⇒ 𝐝𝐦 = 𝟎°𝟎𝟐′ 𝟐𝟕, 𝟔′′
𝟐∗𝒄 𝟐∗𝟐𝟎

e) Recalcular o raio para uma dm inteira


Caso seja adotado o raio inteiro, os ângulos de deflexão serão fracionados, por isso deve-
se efetuar um cálculo inverso de onde partirá de um dm e/ou 𝒅𝒄 arredondado. Ou seja, é
calculado um novo raio que será fracionado. Sendo assim, adotando 𝐝𝐦 = 0°2′0" tem-se:
𝒅𝒎 = 0,033333°
𝒅𝒄 = 𝒅𝒎 ∗ 𝒄 ⇒ 𝒅𝒄 = 𝟎, 𝟑𝟑𝟑° ∗ 𝟐𝟎 ⇒ 𝒅𝒄 =0,6667°
𝒄 𝒄𝟐𝟎
𝑹 = 𝟐𝒔𝒆𝒏(𝒅 ⇒ 𝑹 = 𝟐𝒔𝒆𝒏(𝟎,𝟔𝟔𝟔𝟕°) ⇒ 𝑹 = 𝟖𝟓𝟗, 𝟎𝟐𝒎
𝒄)
f) Cálculo da Tangente Externa (T) e do Desenvolvimento da Curva (D)
Recalcular T, PC e PT para o novo raio (fracionário)
𝟓𝟒°
𝑻 = 𝟖𝟓𝟗, 𝟎𝟐 ∗ 𝒕𝒈 ( ) ⇒ 𝑻 = 𝟒𝟑𝟕, 𝟔𝟗𝒎
𝟐

𝝅∗𝟖𝟓𝟗,𝟎𝟐∗𝟓𝟒°
𝑫= ⇒ 𝑫 = 𝟖𝟎𝟗, 𝟔𝟎𝒎
𝟏𝟖𝟎º

5.3 CÁLCULO DAS ESTACAS

Como descrito no item 4.1.1 as estacas serão locadas a cada 20 metros, e como foi
definido nas etapas anteriores a rodovia terá início no ponto D e será finalizada no ponto E.
Assim, será determinado os pontos singulares da curva e assim serão locadas,
considerando o ponto D a estaca como 0+0,00m.
• Estaca do Ponto D (𝐄𝐃 ):
𝐄𝐃 = 𝟎 + 𝟎, 𝟎𝐦 (Ponto de Partida)

• Estaca do Ponto de Interseção Vertical (𝐄𝐏𝐂 ):


𝑳𝟏 −𝑻 2.244,238−458,219
𝑬𝑷𝑪 = 𝑬𝑫 + ⇒ 𝐸𝑃𝐶 = 0 + 0,0𝑚 +
𝟐𝟎 20

𝐄𝐏𝐂 = 𝟏. 𝟕𝟖𝟔, 𝟎𝟏𝟗𝐦 𝐨𝐮 𝟖𝟗 + 𝟔, 𝟎𝟏𝟗𝐦

• Estaca do Ponto de Curva Vertical (𝐄𝐏𝐈 ):


𝑬𝑷𝑪 +𝑻 1.786,019+458,219
𝑬𝑷𝑰 = ⇒ EPI =
𝟐𝟎 20

𝐄𝐏𝐈 = 𝟐. 𝟐𝟒𝟒, 𝟐𝟑𝟖𝐦 𝐨𝐮 𝟏𝟏𝟐 + 𝟒, 𝟐𝟑𝟖𝐦

• Estaca do Ponto de Tangente Vertical (𝐄𝐏𝐓 ):


𝑬𝑷𝑪 +𝒅 1.786,019+817,02
𝑬𝑷𝑻 = ⇒ EPT =
𝟐𝟎 20

𝐄𝐏𝐓 = 𝟐. 𝟔𝟎𝟑, 𝟎𝟑𝟗𝐦 𝐨𝐮 𝟏𝟑𝟎 + 𝟑, 𝟑𝟎𝟗𝐦

• Estaca do Ponto E (𝐄𝐄 ):


𝑬𝑷𝑻 +(𝑳𝟐 −𝑻) 𝟐.𝟔𝟎𝟑,𝟎𝟑𝟗+(𝟒𝟏𝟐,𝟑𝟖𝟒−𝟑𝟕𝟓,𝟎𝟔𝟕)
𝑬𝑬 = ⇒ 𝑬𝑬 =
𝟐𝟎 𝟐𝟎

𝐄𝐄 = 𝟐. 𝟔𝟒𝟎, 𝟑𝟓𝟔 𝐨𝐮 𝟏𝟑𝟐 + 𝟎, 𝟑𝟓𝟗𝐦


Figura 05: Traçado Analítico

5.4 SUPERLARGURA

De acordo com o DNIT a largura da pista de uma via é dada pela função máxima da
largura máxima dos veículos e suas velocidades. Por meio da soma das larguras máximas dos
veículos e as distancias de segurança entre eles e entre os veículos e as bordas do pavimento.
O DNIT admite as seguintes especificações para o cálculo da superlargura:
• Lv = largura física do Veículo de Projeto, em m. (Para Veículo de Projeto CO,
adota-se
• LV = 2,60m)
• E = distância entre eixos do Veículo de Projeto, em m. (Para o Veículo de Projeto
CO, adota-se E = 6,10m)
• R = raio da curva, em m
Sendo assim, a rodovia terá as seguintes características:
• Pista simples com duas faixas, sendo que cada faixa terá largura (LF) de 3,00m
O DNIT recomenda que seja adotado um gabarito lateral (GL) de 0,60m, para LF com
essa largura.

Figura 06: Valor de GL segundo o DNIT


Utilizando a equação:

𝐆𝒄 = 𝐋𝑽 + 𝑹 − √𝑹𝟐 − 𝑬𝟐
Obteve-se:
• Largura normal da pista em tangente (𝐋𝒏 )

𝑳𝒏 = 𝑵 ∗ 𝑳𝒇 ⇒ L𝑛 = 2 ∗ 3 ⇒ 𝐋𝒏 = 𝟔𝐦

• Gabarito devido à trajetória em curva


𝐆𝒄 = 𝐋𝑽 + 𝑹 − √𝑹𝟐 − 𝐄𝑬 𝟐 ⇒ G𝑐 = 2,6 + 859,02√859,022 + 𝐸𝐸 2

𝐆𝒄 =2,62m
• Gabarito devido ao balanço dianteiro

𝐆𝒅 = √𝑹𝟐 + 𝐁𝒅 ∗ (𝟐 ∗ 𝐄𝑬 + 𝐁𝒅 ) − 𝑹 ⇒ G𝑑 = √859,022 + 1,2 ∗ (2 ∗ 6,1 + 1,2) − 859,02

𝐆𝐝 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟗𝟑𝟔𝐦
• Folga dinâmica
𝑽 60
𝑭𝑫 = 𝟏𝟎∗√𝑹 ⇒ FD = 10∗ ⇒ 𝐅𝐃 = 𝟎, 𝟐𝟎𝐦
√859,02

• Largura total da pista em curva (LT)


𝑳𝑻 = 𝑵 ∗ (𝑮𝒄 + 𝑮𝑳 ) + (𝑵 − 𝟏) ∗ 𝑮𝒅 + 𝑭𝑫
LT = 2 ∗ (2,62 + 0,6) + (2 − 1) ∗ 0,00936 + 0,2
𝐋𝐓 = 𝟔, 𝟔𝟓𝐦
• Superlargura

𝑺𝑹 = 𝑳 𝑻 − 𝑳 𝑵 ⇒ SR = 6,65 − 6,0

𝐒𝐑 = 𝟎, 𝟔𝟓

5.5 SUPERELEVAÇÃO

A superelevação se refere declividade transversal da pista em um único sentido, nos


trechos em curva horizontal, com caimento orientado para o centro da curva (lado interno),
com o objetivo de contrabalançar a atuação da aceleração centrífuga. Assim, o DNIT
recomenda de acordo com cada classe de rodovia, o valor máximo de superelevação. Para a
classe adota para o presente projeto geométrico, onde a rodovia é de classe IV, o valor máximo
da superelevação é de 8%.
Sendo assim:
• emáx = 8%
• R mín = 125 m
• R = Rcor = 859,02m
• V = 60 Km/h
Calculando-se a superelevação:
𝟐∗𝑹𝒎í𝒏 𝑹𝒎í𝒏 𝟐 2∗125 1252
𝒆𝑹 = 𝒆𝒎á𝒙 ( − ) ⇒ eR = 0,08 (859,02 − 859,022)
𝑹 𝑹𝟐

𝐞𝐑 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟏𝟓𝟖 𝐨𝐮 𝟐, 𝟏𝟔%
A rodovia será executada com revestimento betuminoso com granulometria aberta, pois
se trata de um material mais barato, se comparado aos demais, como também se torna um
revestimento mais aplicável para a classe técnica adotada, já que não se trata de uma rodovia
de elevado padrão.
Para tal revestimento, o DNIT recomenda que haja um abaulamento entre 2,5% e 3%.
Para este projeto, será adotado um abaulamento de 3%.
Ainda segundo o DNIT, a superelevação mínima da rodovia deverá ser igual ao
abaulamento adotado, para que a drenagem não fique comprometida no trecho em curva, já que
nesse trecho a drenagem é feita exclusivamente pela superelevação. Como a superelevação
calculada foi inferior ao abaulamento adotado para a rodovia, adotou-se para a superelevação o
mesmo valor do abaulamento, ou seja, eR =3%.

5.6 CONCORDÂNCIA VERTICAL – GREIDE

Para a execução do greide da rodovia foi realizado primeiramente o perfil longitudinal


parar que fosse possível equilibrar os volumes de aterros e corte O relevo onde foi
desenvolvida possui trechos com inclinações suaves (imed < 2%) e trechos com inclinações
mais acentuadas (imed > 2%). O perfil longitudinal está representado abaixo:

Figura 07: Perfil Longitudinal

O DNIT também determina um limite máximo de inclinação da rampa de 4% e conforme


dito anteriormente, a rodovia foi projetada para promover o máximo reaproveitamento do
volume de 10 corte, com apenas uma concordância vertical, tendo o greide inclinações de
1,58% (aclive) e - 1,45% (declive).

5.6.1 COMPRIMENTO DE TRANSIÇÃO

Em curva circular simples, sem curva de transição, o desenvolvimento da superlargura e


da superelevação se dará ao longo do comprimento de transição (Lc), alcançando seus valores
máximos no final da mesma.
Calculando-se então pelos critérios:
1º mínimo valor absoluto

𝑳𝒎í𝒏 = 𝟎, 𝟔 ∗ 𝑽 ⇒ Lmín = 0,6 ∗ 60

𝐋𝐦í𝐧 = 𝟑𝟔𝐦
2º máximo aceleração centrifuga admissível
𝑳𝒎í𝒏 = 𝑲𝒎í𝒏 ∗ |𝑨|
O valor de Kmin é definido através da tabela abaixo:

K mín = 5,7 Km/h

Então, Lmín = 5,7 ∗ |(1,58 − 1,45)| ⇒ 𝐋𝐦í𝐧 = 𝟏𝟕, 𝟐𝟕𝐦

3º Critério da Drenagem:
Irá limitar o comprimento da parábola em situações onde as inclinações das rampas ou
declives são muito baixas. O valor mínimo de declividade aceitável é de 0,35%. No caso de
valores menores, eles só podem ser aceitados para extensão máxima de 30 m, sendo o Lmáx
adotado neste projeto. Então:
𝐋𝐦á𝐱 = 30m
4º Distância de visibilidade
Pela tabela do DNIT temos: D = 85m, para curvas convexas.
Para 3ª hipótese – Extensão iluminada contida na curva
|𝑨|∗𝑫𝟐 |1,58+1,45|∗852
𝑳𝒎í𝒏 = 𝟏𝟐𝟐+𝟑,𝟓∗𝑫 ⇒ Lmín = 122+3,5∗58

𝐋𝐦í𝐧 = 𝟓𝟐, 𝟏𝟖𝒎


𝐋𝐦í𝐧 > D OK!

Para 4ª Hipótese – Faróis do veículo situados antes da curva iluminam o ponto mais
distante após a curva
𝟏𝟐𝟐+𝟑,𝟓𝑫 122+3,5∗85
𝑳𝒎í𝒏 = 𝟐 ∗ 𝑫 − |𝑨|
⇒ Lmín = 2 ∗ 85 − |1,58+1,45|

𝐋𝐦í𝐧 = 𝟑𝟏, 𝟓𝟓𝐦


Logo, será adota Lmín = 17,27 e Lmáx = 30, logo o L adotado é 25m.

5.6.2 CÁLCULO DA FLECHA OU ORDENADA MÁXIMA

Será calculado a flecha para parábola simples, onde:


𝑳𝒂 = 𝑳𝒃 = 𝑳⁄𝟐 ⇒ = 25⁄2 ⇒ = 𝟏𝟐, 𝟓𝐦

Sendo assim teremos as seguintes coordenadas:


𝑳 |𝑨| 25 |1,58+1,45|
𝑶𝒎á𝒙 = 𝟖 ∗ 𝟏𝟎𝟎 ⇒ Omáx = ∗
8 100

𝐎𝐦á𝐱 = 𝟎, 𝟎𝟗𝟒𝐦

𝑫𝒋 𝟐 6,25 2
𝑶𝒋 = 𝑶𝒎á𝒙 ∗ (𝑳 ) ⇒ Oj = 0,094 ∗ (12,5)
𝒃

𝐎𝐣 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟑𝟓𝐦
5.6.3 CÁLCULO DAS ESTACAS DOS PONTOS SINGULARES

Estaca Cota do trecho reto Flecha Cota do greide

ED (0+0,0 m) 296,00 m 0 296,00m


EPCV (46+4,58m) 296+924,58*(0,0158) = 310,60 m 0 310,60m
E’1 (46+0,00m) 296+920*(0,0158) = 310,536m 0,0235m 310,559m
EPIV (46+17,08m) 296+937,08*(0,0158) = 299,04m 0,094m 310,894m
E’2 (48+0,00mm) 310,894-2,92*(0,0145) = 310,851m 0,0235m 310,875m
EPTV (14+13,86m) 310,894-12,5*(0,0145) = 310,712m 0 310,712m
EE (121+12,56m) 310,894-1.692,55*(0,0145) = 286,35m 0 286,35m

6. COMENTÁRIO FINAL

Considerando o processo do desenvolvimento do projeto geométrico executado, é


satisfatório perceber que os objetivos esperados foram conquistados e as expectativas foram
atendidas.
Através da elaboração deste projeto geométrico, foi possível uma maior compreensão da
teoria ministrada em aula, e diante de toda situação, o projeto possibilitou uma maior
concepção do assunto, proporcionando aos alunos, uma posição de tomada de decisão, a qual
será encontrada no decorrer da experiência como engenheiros formados e profissionais,
preparando-os para o mercado de trabalho onde em breve serão inseridos.
É com imensa satisfação que a equipe responsável pela produção deste projeto, finaliza
este trabalho, concluindo mais uma etapa, com a certeza de ter garantido os conhecimentos
necessários, cumprido os objetivos e atendido às expectativas.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEE, H. S. Introdução ao Projeto Geométrico de Rodovias. Ed. DaUFSC, 2ª Ed., Florianópolis, 2005.
DNER(1999). Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais. DNIT, Rio de Janeiro -RJ.

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