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FEV 2017 Projeto de Revisão

R29
ABNT NBR 8850
Projeto e execução de torres metálicas
treliçadas para linhas de transmissão
ABNT – Associação
Brasileira de
- Procedimento
Normas Técnicas

Origem: ABNT NBR 8850:1985


Sede:
Rio de Janeiro ABNT/CB-03 - Comitê Brasileiro de Eletricidade
Av. Treze de Maio, 13 / 28º andar
CEP 20003-900 – Rio de Janeiro – RJ CE-03:011.07 – Comissão de Estudo de Suportes Metálicos para Linhas de
Tel.: PABX (21) 3974-2300
Fax: (21) 3974-2347 / 2220-6436
Transmissão
Endereço eletrônico: www.abnt.org.br
ABNT NBR 8850 - Design and manufacture of transmission line latticed steel
towers - Procedure
Copyright © 2004
ABNT – Associação Brasileira de Descriptors: Towers. Transmission lines.
Normas Técnicas
Printed in Brazil/ Esta Norma foi baseada no documento 22-00(GT-08)04:2000 - Cigré-Brasil
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados Esta Norma cancela e substitui a ABNT NBR 8850:1985
Palavras-chave: Torres. Linhas de transmissão. 37 páginas

Sumário
Prefácio
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Abreviaturas
5 Materiais
6 Projeto estrutural
7 Fabricação
8 Inspeção e ensaios

ANEXOS
A Distâncias mínimas entre furos e furos-bordas
B Condições específicas
C Análise de barras sujeitas à excentricidades e às restrições à articulação
D Exemplos de utilização das equações de flambagem
E Exemplos de utilização de calços
F Bibliografia

Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (ABNT/CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Nacional entre
os associados da ABNT e demais interessados.
Esta Norma contêm os anexos A,B e C de caráter normativo e os anexos D, E e F de caráter informativo.

1 Objetivo
Esta Norma tem por finalidade apresentar diretrizes e critérios gerais, dados e métodos que devem ser seguidos no projeto
e fabricação de torres metálicas treliçadas, galvanizadas, constituídas de perfis de aço laminados aparafusados,
destinados à montagem de linhas de transmissão, de acordo com a metodologia dos estados limites e critérios
probabilísticos de confiabilidade.
Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2016

2 Referências Normativas

As normas relacionadas a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita à revisão,
recomenda-se, quando da utilização desta norma, verificar as edições mais recentes das normas a seguir citadas. A ABNT
possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

ABNT NBR 5871:1987 - Arruela lisa de uso em parafuso sextavado estrutural - Dimensões e material
ABNT NBR 5909:1985 - Cordoalha de fios de aço zincados para estais, tirantes, cabos mensageiros e usos similares
ABNT NBR 6118:2014 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento
ABNT NBR 6323:2007 – Galvanização de produtos de aço ou de ferro fundido – Especificação
ABNT NBR 6648:2014 – Bobinas e chapas grossas de aço carbono para uso estrutural – Especificação
ABNT NBR 6650:2014 – Bobinas e chapas finas a quente de aço carbono para uso estrutural - Especificação
ABNT NBR 7007:2011 - Aços-carbono e microligados para barras e perfis laminados a quente para uso estrutural
ABNT NBR 7397:2007 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente – Determinação da
massa do revestimento por unidade de área – Método de ensaio
ABNT NBR 7398:2009 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente – Verificação da
aderência da camada de zinco – Método de ensaio
ABNT NBR 7400:2009 - Galvanização de produto de aço ou de ferro fundido por imersão a quente – Verificação da
uniformidade de revestimento – Método de ensaio
ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
ABNT NBR 8842:2010 - Torres metálicos treliçados para linhas de transmissão – Resistência ao carregamento - Método
de Ensaio
ABNT NBR 8851:2012 - Parafuso sextavado para uso estrutural – Dimensões
ABNT NBR 8852:1988 - Porcas sextavadas – Graus de produtos C – Dimensões
ABNT NBR 8855:1991 - Propriedades mecânicas de elementos de fixação - Parafusos e prisioneiros
ABNT NBR 9983:2010 - Arruela lisa de uso em parafuso sextavado estrutural de alta resistência – Dimensões e material -
Padronização
ABNT NBR 15980:2011 – Perfis laminados de aço para uso estrutural – Dimensões e tolerâncias
AISC:1995 - Manual of steel construction – Allowable stress design – Ninth edition
ASME B18.2.1:2012 - Square and hex bolts and screws – Inch series
ASME B18.2.2:2010 - Square and hex nuts
ASME B18.22.1:1965 - Plain washers
ASTM A6/A6M-13a - Standard specification for general requirements for rolled structural steel plates, shapes and sheet
piling
ASTM A90/A90M-13 - Standard test methods for weight (mass) of coating iron or steel articles with zinc or zinc-alloy
coatings
ASTM A123/A123M-13 - Standard specification for zinc (hot-dip galvanized) coating on iron and steel products
ASTM A143/A143M-07 - Standard practice for safeguarding against embrittlement of hot-dip galvanized structural steel
products and procedure for detecting embrittlement
ASTM A153/A153M-09 - Standard specification for zinc coating (hot-dip) on iron and steel hardware
ASTM A239-14 - Standard practice for locating the thinnest spot in a zinc (galvanized) coating on iron and steel articles 1,2
ASTM A394-08 - Standard specification for steel transmission tower bolts zinc coated and bare
ASTM A563-07a (2014) - Standard specification for carbon and alloy steel nuts
AWS D1.1:2010 - American Welding Society Standards – Structural Welding Code – Steel
IEC 60826:2003 – Design criteria of overhead transmission lines
SAE J1397:2009 - Estimated mechanical properties and machinability of steel bars

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3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 Contratante: Empresa responsável pela aquisição das torres;

3.2 Fabricante: Empresa responsável pela fabricação das torres e/ou dos protótipos;

3.3 Projetista: Profissional ou empresa responsável pelo projeto das torres e/ou pelos testes de protótipos;

3.4 Condições específicas de projeto: Documento contendo informações, dados, exigências, critérios e procedimentos
específicos do projeto a ser desenvolvido, conforme anexo B;

3.5 Cargas de projeto: Cargas que podem levar uma torre a um estado limite. Estas cargas devem ser definidas a partir
do nível de confiabilidade estrutural ou da classe de segurança que se queira para a linha de transmissão;

3.6 Hipóteses de cálculo: São os carregamentos ou árvores de carregamento montadas com as cargas de projeto e
combinadas de forma a representar situações de máxima solicitação a que uma torre possa estar submetida na linha de
transmissão;

3.7 Estados limites: Estados a partir dos quais uma torre não mais safisfaz a finalidade para a qual foi projetada;

3.8 Estado limite último: Estado correspondente à ruína de toda a torre, ou parte da mesma, por ruptura, deformação
plástica excessiva ou instabilidade;

3.9 Estado limite de utilização: Estado que, pela sua ocorrência, repetição ou duração, provoca efeitos ou danos
incompatíveis com as condições de uso da torre durante sua vida útil, tais como, deslocamentos excessivos, deformações
permanentes inaceitáveis, vibrações prejudiciais, etc;

3.10 Resistência limite ou característica (Rk): Representa a capacidade de resistência de uma torre quando um ou mais
elementos atinge um estado limite último;

3.11 Fator de minoração da resistência limite (R): É o coeficiente que minora a resistência limite Rk , de forma a se
considerar a variabilidade conjunta de todos os elementos de uma torre;

3.12 Resistência de cálculo (Rd ): Capacidade resistente de uma torre obtida a partir da resistência limite (Rk), minorada
do fator R.;

3.13 Solicitação de cálculo (Sd): Esforço transmitido a um elemento da torre devido a aplicação das cargas de projeto;

3.14 Torre metálica treliçada: É uma estrutura metálica em treliças espaciais, com capacidade de sustentação própria ou
através da utilização conjunta de sistema de estaiamento, projetada com o objetivo de dar sustentação aérea a cabos para
transmissão de energia elétrica.

4 Abreviaturas
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes abreviaturas:

Ac = área de contato do parafuso no furo da chapa ou perfil


Ag = área bruta da seção transversal do perfil
An = área líquida da seção transversal do perfil
Ap = área da seção transversal do corpo do parafuso
Ar = área líquida da seção transversal na raiz da rosca do parafuso
As = área líquida da rosca do parafuso
CR = coeficiente de ajuste de resistência de cordoalhas
E = módulo de elasticidade longitudinal do aço
fc = tensão de compressão atuante
fb = tensão de flexão atuante
ft = tensão de tração atuante
fv = tensão de cisalhamento atuante
FC = tensão limite de compressão
FCr = tensão limite de compressão para cantoneiras
Fp = tensão limite de esmagamento
Ft = tensão limite de tração
Ftv = tensão limite de tração combinada com cisalhamento
Fu = tensão limite de ruptura
FV = tensão limite de cisalhamento
Fvt = tensão limite de cisalhamento combinada com tração
FY = tensão limite de escoamento
H = altura total da torre
k = coeficiente de comprimento de flambagem
L = comprimento de flambagem
r = raio de giração da cantoneira

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Rd = resistência de cálculo
Rdc = resistência de cálculo à compressão
Rdp = resistência de cálculo ao esmagamento
Rdb = resistência de cálculo à flexão
Rdt = resistência de cálculo à tração
Rdv = resistência de cálculo ao cisalhamento
Rk = resistência limite ou característica
Sd = solicitação de cálculo
Sdc = solicitação de cálculo à compressão
Sdp = solicitação de cálculo ao esmagamento
Sdb = solicitação de cálculo à flexão
Sdt = solicitação de cálculo à tração
Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento
t = espessura da aba do perfil ou da chapa
w = largura plana da aba da cantoneira
W = momento resistente elástico
R = fator de minoração da resistência limite

5 Materiais
Nos itens a seguir são citadas as normas utilizadas como referência, e de uso mais frequente, para os tipos de aço
empregados no projeto e fabricação das torres.

5.1 Perfis e chapas

5.1.1 Características mecânicas


Os perfilados e chapas a serem utilizados na fabricação das torres podem ser de aço carbono comum e/ou aço carbono de
alta resistência e baixa liga. As características mecânicas destes aços devem, preferencialmente, atender a:
a) Aço carbono comum: grau MR-250 (perfis) e grau CG-250 (chapas), ou similar;
b) Aço carbono de alta resistência e baixa liga: AR-350, AR-415 (perfis), ou similar.
Na tabela 1 constam as principais características dos aços que podem ser utilizados.

Tabela 1 – Características dos Aços

FY mín. Fu
Classificação Denominação Tipo Produto Espessura
daN/cm2 daN/cm2
Aço de baixa resistência BR 190 1.900 3.300 mín.
Aço de média resistência MR 250 2.500 4.000-5.600
NBR 7007 AR 350 Perfis 3.500 4.500 mín.
Aço de alta resistência AR 415 4.150 5.200 mín.
AR 350 COR (*) 3.500 4.850 mín.
NBR 6648 CG 250 6,3  t  100 mm
Aço carbono Chapas 2.500 4.000-5.500
NBR 6650 CFQ 250 t  4,8 mm

Chapas e
A36 t  203 mm 2.500 4.000-5.500
Aço carbono ASTM perfis
A283 Gr C Chapas 2.050 3.800-5.150
t  19 mm 3.450 4.800 mín.
A242 (*) 19  t  38 mm 3.150 4.600 mín.
38  t  102 mm 2.900 4.350 mín.

Aço de alta resistência e A572 Gr 50 Chapas e t  102 mm 3.450 4.500 mín.


ASTM
baixa liga A572 Gr 60 perfis t  32 mm 4.150 5.200 mín.
t  102 mm 3.450 4.850 mín.
A588 (*) 102  t  127 mm 3.150 4.600 mín.
127  t  203 mm 2.900 4.350 mín.

(*) Aços com maior resistência frente à corrosão atmosférica.

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5.1.2 Tipos de perfis


As disposições desta Norma aplicam-se a perfis laminados a quente do tipo cantoneira. Em casos específicos, poderm ser
utilizados perfis de chapa dobrada a frio e, eventualmente, perfis soldados. Estes casos devem ser submetidos à
aprovação da Contratante, aplicando-se as normas pertinentes.
Esta norma não se aplica à utilização de barras chatas e tubos como peças estruturais de torres metálicas treliçadas.

5.1.3 Dimensões
No projeto da torre, devem ser adotadas as seguintes espessuras mínimas:
− torres = 3 mm ou 1/8”;
− fundações em grelhas = 5 mm ou 3/16”;
− “stubs” = no mínimo igual à espessura do montante;
− chapas de ligação = a espessura mínima não pode ser inferior à da barra que está sendo conectada.

5.2 Parafusos

5.2.1 Características mecânicas

5.2.1.1 Os parafusos devem atender as especificações da ABNT NBR 8855 (série métrica) ou da ASTM A394 (série em
polegadas). As características de resistência dos tipos normalmente utilizados nas torres para linhas de transmissão são
as seguintes:
a) ABNT NBR 8855 - Classe 5.8 - galvanizado, de baixo ou médio carbono:

− Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 5 200 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento na rosca........................................ Fv = 3 810 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento no corpo........................................ Fv = 3 220 daN/cm2

b) ABNT NBR-8855 - Classe 8.8 – galvanizado, de médio carbono, com tratamento térmico:

− Tensão limite de ruptura ( diâmetro  16 mm ).......................... Fu = 8 000 daN/cm2

− Tensão limite de ruptura ( diâmetro >16 mm ).............................. Fu = 8 300 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo


( diâmetro  16 mm )................................................................... Fv = 4 960 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo


( diâmetro > 16 mm )...................................................................... Fv = 5 150 daN/cm2

c) ASTM A394 Tipo "0" - galvanizado, de baixo ou médio carbono:

− Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 5 100 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento na rosca ....................................... Fv = 3 805 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento no corpo ....................................... Fv = 3 165 daN/cm2

d) ASTM A394 Tipo "1" - galvanizado, de médio carbono com tratamento térmico:

− Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 8 275 daN/cm2

− Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo......................... Fv = 5 130 daN/cm2

5.2.1.2 As tensões limites de cisalhamento Fv , e de tração Ft , quando não especificadas na norma correspondente, podem
ser obtidas a partir da tensão limite de ruptura Fu , através das seguintes expressões:
𝐹𝑣 = 0,62 . 𝐹𝑢 daN/cm2
𝐹𝑡 = 0,60 . 𝐹𝑢 daN/cm2

5.2.1.3 Para cada tipo de torre, todos os parafusos de mesmo diâmetro devem ser fabricados com o mesmo tipo de aço.

5.2.2 Dimensões

5.2.2.1 É permitido empregar parafusos tanto da série métrica (M12, M14, M16, M18, M20, M22, M24) quanto da série em
polegadas (1/2", 5/8", 3/4", 7/8", 1"). Uma única série, contudo, deve ser empregada em uma mesma torre.

5.2.2.2 Os parafusos devem ter cabeças hexagonais e atender às especificações da ABNT NBR 8851, com tolerância
conforme ABNT NBR 7261, para parafusos métricos, e ASME-B18.2.1, com tolerância 2A, para parafusos em polegadas.

5.2.2.3 A área da seção transversal do corpo dos parafusos (Ap ), assim como a área líquida (As ) e a área da raiz da rosca
(Ar ), para os parafusos citados, constam da tabela a seguir:

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Tabela 2 – Dimensões dos Parafusos

Diâmetro Área Resistente Área Líquida da


Área do Corpo p
Parafuso n da Rosca Rosca
[mm] Ap [cm2] [mm]
As [cm2] Ar [cm2]

M12 12 1,131 - 1,75 0,843 0,743

M14 14 1,539 - 2,00 1,154 1,021

M16 16 2,011 - 2,00 1,567 1,410

M18 18 2,545 - 2,50 1,925 1,709

M20 20 3,142 - 2,50 2,448 2,204

M22 22 3,801 - 2,50 3,034 2,761

M24 24 4,524 - 3,00 3,525 3,173

1/2" 12,7 1,267 13 - 0,915 0,811

5/8" 15,9 1,979 11 - 1,458 1,302

3/4" 19,1 2,850 10 - 2,158 1,948

7/8" 22,2 3,879 9 - 2,979 2,704

1" 25,4 5,067 8 - 3,908 3,554

NOTAS
Os valores apresentados na tabela 2 foram calculados a partir das equações apresentadas a seguir:
𝜋
1) Parafusos - série métrica: 𝐴𝑠 = . (𝑑 − 0,9382. 𝑝)2 . 0,01 [cm²]
4
𝜋 0,9743 2
2) Parafusos - série em polegadas: 𝐴𝑠 = . (𝑑 − ) . 6,4516 [cm²]
4 𝑛
Onde:
d = diâmetro nominal do parafuso em polegadas para série em polegadas e em milímetros para série em milímetros;
n = número de filetes ou sulcos por polegada;
p = passo, em mm.

5.3 Parafusos-degrau

5.3.1 Características mecânicas


Os parafusos-degrau devem ser fabricados com aço com características mecânicas equivalentes ao da ASTM A-394 tipo
T0 ou equivalente. Deverão ser utilizadas duas porcas e uma arruela em cada parafuso-degrau.

5.3.2 Dimensões
Os parafusos-degrau devem atender às prescrições da norma ABNT NBR 9980, respeitando-se as seguintes dimensões
mínimas:
a) diâmetro do corpo = 14,1 mm;
b) diâmetro da rosca = 5/8” ou 16 mm;
c) comprimento da parte não roscada = 140 mm;
d) diâmetro da cabeça = 33 mm;

5.4 Porcas

5.4.1 Características mecânicas


Para cada tipo de parafuso estabelecido nas normas ABNT NBR 8855 (série métrica) ou ASTM A394 (série em
polegadas), deve corresponder uma porca de características estabelecidas nas normas ABNT NBR 10062 (série métrica)
ou ASTM A563 (série em polegadas), conforme tabela a seguir:

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Tabela 3 – Correspondência entre Normas de Parafusos e Porcas

Parafusos Porcas

ABNT NBR 8855 Classe 5.8 ABNT NBR 10062 Classe 5

ABNT NBR 8855 Classe 8.8 ABNT NBR 10062 Classe 8

ASTM A394 Tipo"0" ASTM A563 grau A

ASTM A394 Tipo “1” ASTM A563 grau DH

5.4.2 Dimensões
As porcas devem ser hexagonais e atender às especificações das normas ABNT NBR 8852 (série métrica) ou ASME
B18.2.2 (série em polegadas).

5.5 Arruelas

5.5.1 Características mecânicas


As arruelas devem ser de aço e atender às especificações da Norma ABNT NBR-5871.

5.5.2 Dimensões
As arruelas devem atender as especificações da ABNT NBR 5871 (série métrica) ou ASME B18.22.1 "type B - NARROW"
(série em polegadas), podendo ser redondas ou quadradas e com as seguintes dimensões e tolerâncias:

Tabela 4 – Dimensões das Arruelas

Diâmetro ou lado da arruela Diâmetro do furo


Parafuso
mm mm

M12 23,5 13,5

M14 27,5 15,5

M16 29,5 17,5

M20 36,5 22,0

M22 39,0 24,0

M24 43,5 26,0

1/2" 25,4 14,3

5/8" 32,0 17,5

3/4" 35,2 20,7

7/8" 37,6 23,8

1" 44,7 27,0

As arruelas devem ter espessura nominal mínima de 3 mm e máxima de 6,4 mm, com tolerância de  0,4 mm. Devem ser
utilizadas, no máximo, duas espessuras distintas de arruelas por tipo de torre.

5.6 Calços

5.6.1 As características mecânicas do material a ser utilizado nos calços devem atender, como mínimas, as especificações
da Norma ABNT NBR 5871.

5.6.2 É recomendável a utilização de calços quando a relação entre a espessura a ser compensada e a distância entre os
pontos de ligação em questão for maior do que 3/1000. Em uma mesma ligação, os calços devem ser sempre utilizados
para compensar eventuais diferenças de planos (ver anexo E).

5.6.3 A espessura do calço ou da somatória dos mesmos deve ser compatível com o espaço a ser preenchido.

5.7 Contra-porcas tipo palnut ou arruelas de pressão


O material de fabricação das contra-porcas tipo Palnut deve atender as especificações da norma ABNT NBR 8853. Para as
arruelas de pressão o material deve atender as especificações da norma ABNT NBR 5854.

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5.8 Cordoalhas e ferragens para torres estaiadas

5.8.1 As cordoalhas usadas como elementos estruturais nas torres estaiadas devem ser de aço EHS galvanizado e
atender a norma ABNT NBR 5909. As características mecânicas mínimas devem ser conforme a tabela a seguir:

Tabela 5 – Características Mecânicas das Cordoalhas de Estais e Armações

Número Carga de Ruptura Mínima (Ru) Massa Aproximada


Diâmetro Nominal
de Fios em daN em kg/m

10,9 mm (55/128”) 19 9.600 0,56

12,7 mm (1/2") 19 12.100 0,76

13,25 mm (67/128”) 19 13.800 0,82

14,3 mm (9/16") 19 15.300 0,97

15,9 mm (5/8") 19 21.000 1,22

17,5 mm (11/16") 19 25.000 1,45

19,1 mm (3/4") 37 29.000 1,76

20,6 mm (13/16") 37 32.800 1,98

22,2 mm (7/8") 37 40.000 2,40

25,4 mm (1") 37 50.000 3,12

27,0 mm (1 1/16”) 37 58.000 3,52

28,6 mm (1 1/8") 37 66.000 3,96

30,2 mm (1 3/16”) 37 78.000 4,29

31,8 mm (1 1/4") 37 87.500 4,81

35,0 mm (1 3/8”) 37 103.000 5,79

38,1 mm (1 1/2") 37 123.000 6,99

5.8.2 As ferragens das cordoalhas usadas como elementos estruturais das torres estaiadas, exceto a cunha dos “vari-
grips”, deverm ser de aço galvanizado e ter carga de ruptura mínima igual ou superior à da cordoalha de aço
correspondente.

5.8.3 As conexões das cordoalhas com a torre e com as hastes âncoras devem ser feitas, preferencialmente, com
preformados tipo “big-grip” ou “vari-grip”.

5.8.4 No caso de utilização de ferragens preformadas, o sentido de encordoamento da última camada de fios da cordoalha
deve ser o mesmo do preformado da ferragem de conexão.

6 Projeto estrutural

6.1 Recomendações básicas


O Projetista deve procurar, sem deixar de atender as exigências contidas nas condições específicas de projeto, otimizar o
projeto da torre, estudando a melhor solução para os seguintes pontos:
a) inclinação dos montantes;
b) abertura da base da torre considerando o conjunto torre-fundação;
c) inclinação dos mastros e dos estais;
d) bitolas dos elementos, dimensionando e escolhendo bitolas comerciais sem folgas não justificadas;
e) garantia de qualidade na montagem (evitar que peças de bitolas diferentes tenham perfuração coincidente em
mais de uma posição de montagem na mesma torre);
f) facilidades de fabricação, transporte, estocagem e montagem. Dentro destes objetivos, o Projetista deve, sempre
que possível, e desde que não cause um significativo aumento de peso, preocupar-se em:
− limitar o comprimento máximo das peças, bem como configurar treliçamento, ligações e emendas que viabilizem
e facilitem a montagem manual das peças. Eventualmente, peças auxiliares de montagem podem ser utilizadas;

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2016

− reduzir, sempre que possível, a quantidade de peças diferentes para cada tipo de torre, principalmente quando
se tratar de peças que representem quantidades muito pequenas e/ou que correspondam a um insignificante
aumento de peso; para os mastros de torres estaiadas é recomendável que seja utilizado o maior número
possível de peças idênticas, especialmente as suas diagonais;
− minimizar a variação de comprimento dos parafusos;
− prever os necessários recortes nos extremos das cantoneiras, admitindo-se que na montagem dss torres as
porcas e os parafusos são apertados unicamente com chaves manuais;
− que os comprimentos dos cortes de pontas de abas de cantoneiras sejam os menores possíveis, apenas o
necessário para desobstruir o ponto de ligação.

6.1.1 Geometria das torres

6.1.1.1 As torres autoportantes podem ter base quadrada ou retangular, observando-se o indicado nas condições
específicas de projeto. No caso de base retangular, recomenda-se que a relação entre o lado menor e o lado maior do
retângulo seja igual ou maior que 0,6.

6.1.1.2 As inclinações dos estais das torres estaiadas devem ser mantidas para qualquer altura da torre.

6.1.1.3 Torres estaiadas bastante flexíveis (por ex.: “chaînette”, “cross-rope”) requerem que as distâncias elétricas sejam
verificadas com a torre com sua geometria deformada, devido a atuação dos carregamentos.

6.1.1.4 O projeto de uma torre deve apresentar uma silhueta onde, além de conter todas as informações recomendadas no
desenho de silhueta básica das torres (ver anexo B), deve apresentar também todas as dimensões principais da torre, a
composição de extensões e pernas, a identificação das barras, o desenho esquemático das grelhas e stubs, o ângulo de
inclinação e o diâmetro dos estais e a posição dos condutores para a cadeia em repouso e em balanço.

6.1.2 Extensões e pernas


As extensões e as pernas para cada tipo de torre devem ser projetadas atendendo ao seguinte:
a) As exigências contidas nas condições específicas de projeto;
b) As pernas devem ser intercambiáveis, ou seja, sua montagem deve ser possível tanto no tronco básico quanto
nas extensões. As pernas devem ser projetadas para poderem ser montadas em qualquer das quatro posições;
c) A altura de cada extensão de corpo deve ser tal que permita a montagem da torre com toda a variação de alturas
previstas na silhueta básica, considerando as combinações possíveis de extensões e pernas;
d) As diferentes alturas das torres estaiadas são obtidas variando-se as extensões, ou combinações de extensões,
na porção central dos mastros, permanecendo, portanto, seus extremos idênticos em qualquer combinação de
altura da torre;
e) As extensões do mastro de uma mesma torre estaiada devem apresentar conexões idênticas e devem ser
projetadas de modo a serem montadas em qualquer sequência na composição das alturas da torre.

6.1.3 Ângulo mínimo entre duas barras


Nas torres metálicas treliçadas, o ângulo entre duas barras concorrentes não deve ser inferior a 13 graus.

6.1.4 Rigidez da torre


Para garantir a rigidez e a estabilidade adequada, o projetista deve considerar o seguinte:
a) Diafragmas horizontais devem, necessariamente, ser colocados na junção das pernas com o corpo ou extensão,
na junção do tronco inferior com a parte superior (cintura), bem como no plano horizontal de junção da parte
inferior dos braços com o corpo da torre e no interior dos mastros das torres estaiadas, no máximo a cada 6 m;
b) Verificar a necessidade de diafragmas de contraventamento horizontal interno em outros níveis da torre, como na
seção de ligação da extensão com o tronco básico, particularmente quando se trata de troncos ou extensões de
grandes dimensões. Recomenda-se a distância vertical máxima de 20 m para torres autoportantes e 6 m para
mastros de torres estaiadas entre dois diafragmas consecutivos para se evitar que os painéis das faces tornem-se
muito flexíveis sob a ação do vento;
c) A colocação de diafragmas deve ainda ser tal que garanta a estabilidade da torre durante todo o processo de
montagem;
d) As pernas das torres podem receber um contraventamento interno, interligando faces adjacentes, visando reduzir
a esbeltez das barras ou do próprio conjunto;
e) Treliçamentos simples e defasados devem ter barras horizontais a cada quatro vãos e o comprimento de
flambagem do montante aumentado em 20% (vinte por cento).

6.2 Metodologia de análise

6.2.1 Método dos estados limites


O dimensionamento estrutural deve ser realizado mediante a aplicação da metodologia dos estados limites. Portanto, as
torres são verificadas tanto para condições definidas para estados limites últimos quanto para estados limites de utilização.

6.2.1.1 Estados limites últimos


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Para os estados limites últimos, a torre deve ser dimensionada para resistir às solicitações causadas pelas cargas de
projeto atuantes. Nestas condições, a seguinte equação deve ser satisfeita:
𝑆𝑑  𝑅𝑑
Onde:
− Sd representa as solicitações de cálculo (tração, compressão, flexão, cisalhamento, esmagamento) atuantes nos
diferentes elementos da torre, obtidas através da análise estrutural quando submetido aos carregamentos
especificados.
− Rd representa a resistência de cálculo da torre (tração, compressão, flexão, cisalhamento, esmagamento), obtida
através da aplicação do fator de resistência R sobre a resistência limite Rk de cada elemento estrutural,
conforme segue:
𝑅𝑑 = 𝑅 . 𝑅𝑘
− Rk representa a resistência limite da torre, obtida em função da tensão característica (escoamento, ruptura,
cisalhamento, esmagamento) ou da flambagem das barras críticas da torre.
− R é o fator de resistência que minora a resistência limite da torre ou dos seus elementos, para a obtenção da
resistência de cálculo do mesmo. Valores de R estão especificados em 6.2.1.3.

6.2.1.2 Estados limites de utilização


As torres devem ser dimensionadas ou verificadas para satisfazer às condições específicas dos estados limites de
utilização, devendo, além de resistir às cargas aplicadas, apresentar desempenho satisfatório durante a vida útil da LT,
sem danos ou defeitos que possam comprometer o seu desempenho, durabilidade ou impacto visual. Desta forma, a
verificação das torres quanto a deformações permanentes é uma condição considerada necessária. Em 6.2.1.4 encontra-
se especificado o limite de deformação a ser observado neste caso.

6.2.1.3 Fator de minoração da resistência limite R


Para dimensionamento ou verificação dos diferentes elementos de torres com configuração geométrica usual, para os
estados limites últimos, devem ser utilizados os seguintes fatores de minoração da resistência limite (ou característica):
a) Para torre projetada e testada através de protótipo conforme ABNT NBR 8842, incluindo as partes da torre que
não fazem parte do protótipo testado: R = 0,93;
b) Para torre projetada sem teste de protótipo:
R = 0,90 para torres de suspensão;
R = 0,85 para torres de ancoragem;
R = 0,80 para torres especiais.
NOTAS
1 O valor de R foi estabelecido a partir de estudos realizados em ensaios de protótipos de torres metálicas treliçadas testadas
no Brasil. Os estudos mencionados estão reportados no artigo relacionado no Anexo F – seção 24, destacando-se que a
resistência das torres segue uma distribuição lognormal com resistência média (Rm) obtida para as torres testadas de 104,6%,
tendo como referência a resistência Rk da(s) barra(s) crítica(s) normalizada em 100% e o coeficiente de variação da
resistência CV encontrado de 8,9%. Este valor de R considera um limite de exclusão de 10%.
2 São condições mínimas que permitem enquadrar uma torre na categoria especial:
• Ser um projeto individualizado, atendendo condições específicas de travessia, de relevo, de clima, de vento, etc;
• Estar associada a um importante sistema de transmissão, não se aceitando a possibilidade de falha;
• Ter silhueta com dimensões incompatíveis com as possibilidades de ensaio em estações de testes convencionais;
• Assim caracterizada pela Contratante.

6.2.1.4 Limite de deformação

6.2.1.4.1 A deformação elástica transversal ou longitudinal de uma torre submetida a carregamento permanente, definido
como um estado limite de utilização, não deve ser superior a H/100, onde H é a altura total da torre.

6.2.1.4.2 O carregamento permanente é geralmente aquele oriundo da condição EDS. Nesta condição, além do peso
próprio da torre e dos cabos, devem ser considerados a componente transversal dos cabos em torres utilizadas em
deflexões, desequilíbrios longitudinais em torres de ancoragem e eventuais desequilíbrios verticais.

6.2.1.4.3 Esta análise de deformação não se aplica aos cabos da armação das torres tipos “chainette” e “cross-rope”.

6.2.2 Carregamentos de projeto


As hipóteses de cálculo para estados limites últimos e estados limites de utilização são aquelas determinadas nas
condições específicas de projeto.

6.2.3 Análise estrutural

6.2.3.1 Análise estática

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6.2.3.1.1 Em geral, para o cálculo das deformações da torre, bem como para o cálculo das solicitações Sd atuantes nas
barras do mesmo, uma análise estática que leve em consideração a rigidez das barras e possíveis combinações de
extensões e assimetria de pernas é suficiente.

6.2.3.1.2 Há casos, entretanto, em que uma análise não-linear é necessária ou recomendável.

6.2.3.1.3 Uma análise não-linear geométrica é necessária em torres flexíveis, com grandes deformações, ou quando
quaisquer efeitos de 2a ordem possam, de alguma forma, causar a instabilidade da torre. Este é o caso, por exemplo, das
torres estaiadas e do tipo “trusspole”.

6.2.3.2 Análise dinâmica


Uma análise dinâmica torna-se necessária para torres não usuais, muito esbeltas, cuja frequência natural seja menor que 2
Hz. Não se recomendam as torres com frequência natural inferior a 1 Hz.

6.2.3.3 Solicitações nas barras


As solicitações em cada elemento da torre devem ser calculadas para todas as hipóteses de cálculo com o objetivo de se
obter os valores críticos de tração e/ou compressão para cada barra ou conjunto de barras iguais.

6.2.3.4 Solicitações nas fundações


As memórias de cálculo devem apresentar os esforços em todas as fundações da torre. As solicitações no topo das
fundações (interseção entre as linhas de trabalho do montante e das diagonais das pernas) devem ser calculadas para
todas as hipóteses de cálculo para estados limites últimos, tendo em conta as combinações de extensões e pernas mais
críticas. Devem ser apresentados os valores máximos das solicitações considerando os eixos globais da torre e os eixos
locais dos montantes (eixos horizontais transversal e longitudinal e o eixo na direção do montante).

6.3 Dimensionamento

6.3.1 Dimensionamento de barras comprimidas

6.3.1.1 Verificação à compressão


A solicitação de cálculo Sdc atuando em uma barra deve ser menor ou igual à resistência de cálculo Rdc desta barra, ou
seja:
𝑆𝑑𝑐  𝑅𝑑𝑐
Com:
𝑅𝑑𝑐 = 𝑅 . 𝐹𝑐 . 𝐴𝑔
Onde:
R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;
Ag = área bruta da seção transversal do perfil em centímetros quadrados (cm2),
FC = tensão limite de compressão em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), especificado em 6.3.1.2.

6.3.1.2 Tensão limite de compressão


A tensão limite de compressão FC atuando na área bruta da seção transversal das barras submetidas a um carregamento
axial de compressão deve ser:
2 𝑘.𝐿
1 𝑘. 𝐿⁄𝑟 Se ≤ 𝐶𝑐
𝐹𝑐 = [1 − . ( ) ] . 𝐹𝑌 𝑟
2 𝐶𝑐

𝜋2. 𝐸 Se
𝑘.𝐿
> 𝐶𝑐
𝐹𝑐 = 𝑟
(𝑘. 𝐿⁄𝑟)2
Com:

2. 𝐸
𝐶𝑐 = 𝜋. √
𝐹𝑌
Onde:
FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),
E = módulo de elasticidade longitudinal em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), (valor de
referência: 2,0  106 daN/cm2);
k.L/r = esbeltez efetiva, especificada em 6.3.1.4;

6.3.1.3 Tensão limite de compressão para cantoneiras (Fcr )


A tensão limite de compressão para cantoneiras (Fcr) depende da compacidade (w/t) das mesmas (flambagem local).

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w
a
R

tR
Figura 1 – Dimensões da cantoneira
Onde:
a = largura da aba;
t = espessura da cantoneira;
R = raio de laminação;
w = (a – t – R ) = largura plana da aba;
Neste caso, nas fórmulas de Fc e Cc da tensão limite de compressão de 6.3.1.2 o valor de FY deve ser substituido por Fcr
conforme segue abaixo, sendo que w/t não deve exceder a 25:
𝑤 𝑤 𝐹𝜎 = 𝐹𝛾 (cantoneiras compactas)
Se
𝑡
≤ (𝑡 )
𝑙𝑖𝑚

𝑤 𝑤 𝐸 (𝑤 ⁄𝑡 )
Se ( ) < ≤ 0,846. √( ) 𝐹𝜎 = [1,677 − (0,677. )] . 𝐹𝑌
𝑡 𝑙𝑖𝑚 𝑡 𝐹𝑌 (𝑤 ⁄𝑡 )𝑙𝑖𝑚

𝑤 𝐸 𝐸 2
Se > 0,846. √( ) 𝐹𝜎 = 0,3276. [ ]
𝑡 𝐹𝑌 (𝑤 ⁄𝑡)
Onde:

𝑤 𝐸
( ) = 0,470. √
𝑡 𝑙𝑖𝑚 𝐹𝑌

6.3.1.4 Esbeltez efetiva

6.3.1.4.1 A esbeltez efetiva (𝒌. 𝑳/𝒓) é a relação entre o comprimento de flambagem L e o raio de giração r, multiplicado
pelo coeficiente de comprimento efetivo k. Para o cálculo da esbeltez efetiva devem ser observadas as condições de
aplicação das cargas (excêntrica e concêntrica) e as condições de extremidade da barra, como segue:

6.3.1.4.2 Esbeltez efetiva de montantes aparafusados em ambas as abas (ver anexos C e D).
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 0 ≤ ≤ 150 =𝑟
𝑟 𝑟

6.3.1.4.3 Esbeltez efetiva das demais barras comprimidas (ver anexos C e D).
- Barras com cargas concêntricas em ambas as extremidades.
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 0   120 = (Eq. 1)
𝑟 𝑟 𝑟
- Barras com carga concêntrica em uma extremidade e excêntrica na outra.
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 0   120 = 30 + (0,75. ) (Eq. 2)
𝑟 𝑟 𝑟
- Barras com cargas excêntricas em ambas as extremidades.
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 0   120 = 60 + (0,5. ) (Eq. 3)
𝑟 𝑟 𝑟
- Barras sem restrição parcial à rotação em ambas as extremidades.
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 120   200 = (Eq. 4)
𝑟 𝑟 𝑟

- Barras com restrição parcial à rotação em uma das extremidades.


𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 120   225 = 28,6 + (0,762. ) (Eq. 5)
𝑟 𝑟 𝑟
- Barras com restrição parcial à rotação em ambas as extremidades.
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Se 120   250 = 46,2 + (0,615. ) (Eq. 6)
𝑟 𝑟 𝑟

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6.3.1.5 Esbeltez limite


A esbeltez efetiva definida em 6.3.1.4 não deve exceder aos seguintes valores:
𝑘.𝐿
Montantes:  150
𝑟
𝑘.𝐿
Outras barras comprimidas:  200
𝑟

6.3.1.6 Perfis compostos comprimidos


Na formação de perfis compostos deve-se evitar que cada perfil isolado flambe antes do perfil como um todo. Perfis
compostos solicitados à compressão devem satisfazer às seguintes condições:
a) Os perfis compostos devem atender aos mesmos limites de esbeltez efetiva definidos em 6.3.1.5.
b) A esbeltez efetiva de cada elemento do perfil composto deve atender:

Perfil Isolado Perfil composto


𝑘1 . 𝐿1 3 𝑘2 𝐿2
≤ .
𝑟1 4 𝑟2
Onde:
L2 = comprimento de flambagem do perfil composto;
r2 = raio de giração do perfil composto;
L1 = comprimento livre do perfil isolado, como indicado na figura a seguir;
r1 = raio de giração mínimo do perfil isolado.

Figura 2 – Perfis compostos

c) Na formação de perfis compostos com cantoneiras de abas maiores que 100 mm, as fixações entre as
cantoneiras devem ser feitas com, no mínimo, dois parafusos em cada ponto.

6.3.2 Dimensionamento de barras tracionadas

6.3.2.1 Verificação à tração

6.3.2.1.1 A solicitação de cálculo Sdt, atuando em uma barra, deve ser menor ou igual a resistência de cálculo Rdt desta
barra, ou seja:
𝑆𝑑𝑡  𝑅𝑑𝑡
Com:
𝑅𝑑𝑡 = 𝑅 . 𝐴𝑛 . 𝐹𝑡
Onde:
R. = fator de minoração da resistência limite, conforme 6.2.1.3;
An = área líquida da seção transversal, calculada conforme 6.3.2.2;
Ft = tensão limite de tração em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), conforme especificado a seguir.
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6.3.2.1.2 Para solicitação à tração atuando concentricamente na barra:


𝐹𝑡 = 𝐹𝑌
6.3.2.1.3 Para solicitação à tração em cantoneiras conectadas somente por uma aba:
𝐹𝑡 = 0,9 . 𝐹𝑌
Onde:
FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),
NOTA Para cantoneiras de abas desiguais conectadas na menor aba, deve ser considerada a aba não conectada com a mesma largura
da aba menor.

6.3.2.1.4 No caso de conexão em uma só aba, deve-se verificar o colapso por rasgamento da ligação à tração (“block
shear”) da cantoneira, conforme abaixo:
𝑆𝑑𝑡 ≤ (0,60. 𝐹𝑢. 𝐴𝑐 + 𝐹𝑦. 𝐴𝑡). 𝑅
Onde:
𝐴𝑐 = (𝑏 + 𝑑 + 𝑑′). 𝑡
𝐴𝑡 = 𝑐. 𝑡

centro de gravi-
G

dade do perfil
L

b d d'

Essa verificação é dispensável se o centróide do conjunto de parafusos da ligação coincidir com o centro de gravidade da
cantoneira.

6.3.2.2 Área líquida de barras tracionadas


A área líquida de barras tracionadas deve ser calculada através da seguinte expressão:

𝑠2
𝐴𝑛 = 𝐴𝑔 − (𝑛 . 𝑑𝑓 . 𝑡) + [∑ ].𝑡
4. 𝑔
Onde:
Ag = área bruta da seção transversal do perfil em centímetros quadrados (cm2);
n = quantidade de furos
df = diâmetro do furo (se o furo for puncionado, deverá ser considerado 1,6 mm maior que o diâmetro nominal do
furo) em centímetros
s = distâncias entre furos na direção paralela ao esforço em centímetros (cm);
g = distâncias entre furos na direção perpendicular ao esforço em centímetros (cm);
t = espessura do perfil da barra tracionada em centímetros (cm).

Sdt
g

s
Figura 3 – Distâncias entre Furos

6.3.2.3 Esbeltez limite


A esbeltez não deve exceder aos seguintes valores:
a) Para barras sempre tracionadas:
𝐿
 375;
𝑟
b) Para barras tracionadas que podem ficar sem solicitação de tração sob certas condições de carregamento:
𝐿
 250.
𝑟

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6.3.2.4 Perfis compostos tracionados


Perfis compostos solicitados à tração devem satisfazer às seguintes condições:
a) Os perfis compostos devem atender aos mesmos limites de esbeltez definidos em 6.3.2.3;
b) A esbeltez de cada elemento do perfil composto deve atender:

𝐿1
(Perfil isolado)  300
𝑟1

𝐿1 𝐿2
(Perfil isolado)  (Perfil composto)
𝑟1 𝑟2

c) Na formação de perfis compostos com cantoneiras de abas maiores que 100 mm, as fixações entre as
cantoneiras devem ser feitas com, no mínimo, dois parafusos em cada ponto.

6.3.3 Barras sem esforços calculados


As barras sem esforços calculados na análise estrutural devem atender a 6.3.3.1 a 6.3.3.3.

6.3.3.1 Esbeltez efetiva


Para o cálculo da esbeltez efetiva devem ser observadas as seguintes condições:
a) Quanto à excentricidade da ligação
• Barras sem excentricidade em suas extremidades
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Para 0   120 =
𝑟 𝑟 𝑟
• Barras com excentricidade em uma das extremidades
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Para 0   120 = 30 + 0,75.
𝑟 𝑟 𝑟
• Barras com excentricidade em ambas as extremidades
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Para 0   120 = 60 + 0,5.
𝑟 𝑟 𝑟
b) Quanto à restrição à rotação da ligação
• Barras sem restrição parcial à rotação em ambas as extremidades
𝑘.𝐿 𝐿
Para 120 
𝐿
 250 =
𝑟 𝑟 𝑟
• Barras com restrição parcial à rotação em uma das extremidades
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Para 120 
𝑟
 290 𝑟
= 28,6 + (0,762. )
𝑟
• Barras com restrição parcial à rotação em ambas as extremidades
𝐿 𝑘.𝐿 𝐿
Para 120 
𝑟
 330 𝑟
= 46,2 + (0,615. )
𝑟

6.3.3.2 Esbeltez limite


A esbeltez limite deverá atender às condições prescritas nos itens respectivos, conforme 6.3.3.1.

6.3.3.3 Resistência da barra


As barras de contraventamento devem ter uma resistência de cálculo à compressão Rdc para suportar no mínimo 2,5% da
máxima solicitação de cálculo Sdc atuante na barra principal contraventada, independentemente da inclinação e do número
de barras de contraventamento que chegam no mesmo ponto. O seu dimensionamento segue o disposto em 6.3.1. porém
utilizando as curvas de flambagem de 6.3.3.1.

6.3.4 Dimensionamento de barras flexo-comprimidas


Excetuando-se as barras em perfil cantoneira, onde as excentricidades das cargas axiais estão consideradas através da
redução da esbeltez efetiva conforme 6.3.1.4, outras barras solicitadas à flexo-compressão devem atender à seguinte
expressão:
𝑆𝑑𝑐 𝑆𝑑𝑀𝑥 1 𝑆𝑑𝑀𝑦 1
+ . + . ≤1
𝑅𝑑𝑐 𝑅𝑑𝑀𝑥 (1 − 𝑆𝑑𝑐 ⁄𝑃𝑒𝑥 ) 𝑅𝑑𝑀𝑦 (1 − 𝑆𝑑𝑐 ⁄𝑃𝑒𝑦 )
Onde:
Sdc = solicitação de cálculo à compressão em decanewtons (daN);
SdMx e SdMy = solicitações de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);
Rdc = resistência de cálculo à compressão, conforme item 6.3.1.1, em decanewtons (daN);

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RdMx e RdMy = resistências de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);
𝑅𝑑𝑀𝑥 = 𝑅 . 𝐹𝑌 . 𝑊𝑥 e 𝑅𝑑𝑀𝑦 = 𝑅 . 𝐹𝑌 . 𝑊𝑦 ;
2
 .𝐸 .𝐼𝑥
𝑃𝑒𝑥 = [daN];
(𝐾𝑥 .𝐿𝑥 )2
2
 .𝐸 .𝐼𝑦
𝑃𝑒𝑦 = [daN ];
(𝐾𝑦 .𝐼𝑦 )2

E = módulo de elasticidade longitudinal em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), (valor de referência:
2,0  106 daN/cm2);
Ix e Iy = momentos de inércia em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros a quarta (cm4);
Kx e Ky = coeficientes correspondentes ao modo de flambagem da barra em relação aos eixos x e y,
respectivamente;
Lx e LY = comprimentos de flambagem em relação aos eixos x e y, em centímetros (cm);
R = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;
FY = tensão de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN / cm2);
Wx e Wy = módulos de resistência elásticos em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros
cúbicos (cm3).
Sendo os eixos x e y os eixos centrais de inércia.

6.3.5 Dimensionamento de barras flexo-tracionadas


Excetuando-se as barras em perfil cantoneira, onde as excentricidades das cargas axiais estão consideradas através da
redução da tensão limite de tração, conforme 6.3.2.1, outras barras sujeitas a tração axial e flexão devem atender a
seguinte condição:
𝑆𝑑𝑡 𝑆𝑑𝑀𝑥 𝑆𝑑𝑀𝑦
+ + ≤1
𝑅𝑑𝑡 𝑅𝑑𝑀𝑥 𝑅𝑑𝑀𝑦
Onde:
Sdt = solicitação de cálculo à tração axial em decanewtons (daN);
Rdt = R . FY . An = resistência de cálculo à tração axial em decanewtons (daN);
SdMx e SdMy = solicitações de cálculo à flexão atuante em relação aos eixos x e y, respectivamente, em
decanewtons vezes centímetro (daN.cm);
RdMx e RdMy = resistências de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);
𝑅𝑑𝑀𝑥 = 𝑅 . 𝐹𝑌 . 𝑊𝑥 e 𝑅𝑑𝑀𝑦 = 𝑅 . 𝐹𝑌 . 𝑊𝑦 ;
R = fator de minoração da resistência limite especificado no item 6.2.1.3;
FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);
An = área líquida, calculada conforme definido no item 6.3.2.2, em centímetros quadrados (cm2);
Wx e Wy = módulos de resistência elásticos em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros
cúbicos (cm3).
Sendo os eixos x e y os eixos centrais de inércia.

6.3.6 Dimensionamento das cordoalhas e ferragens para torres estaiadas

6.3.6.1 Cordoalhas usadas como elementos estruturais das torres estaiadas


A solicitação de cálculo Sd t em um estai ou cordoalha de armação deve ser menor ou igual a resistência de cálculo Rdt
deste elemento. Isto é:
𝑆𝑑𝑡  𝑅𝑑𝑡
Com:
𝑅𝑑𝑡 = 𝑅 . 𝐶𝑅 . 𝑅𝑢
Onde:
R. = fator de minoração da resistência limite, conforme 6.2.1.3;
CR = coeficiente de ajuste de resistência de cordoalhas. Quando não estipulado nas condições específicas de
projeto, o valor deste coeficiente é tomado igual a 0,75, de forma que os fios da cordoalha não atinjam o
escoamento;
Ru = resistência última da cordoalha de aço galvanizado, correspondente ao valor da carga de ruptura indicado na
tabela em 5.8.1.
16
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6.3.6.2 Tensionamento inicial dos estais


Para torres de suspensão rotuladas na base, quando não estipulado nas condições específicas de projeto, a carga inicial
de tensionamento dos estais deve ser de, no mínimo, 10% da carga de ruptura das cordoalhas. O Projetista deve prever
uma tolerância de  10% do valor da tensão inicial para efeito das operações de montagem.

6.3.6.3 Ferragens
As ferragens dos estais e das cordoalhas de armação das torres estaiadas devem ter carga de ruptura igual ou superior a
da cordoalha a que estão conectadas.

6.3.7 Dimensionamento de ligações

6.3.7.1 Diretrizes gerais

6.3.7.1.1 Devem ser utilizados, no máximo, dois diferentes diâmetros de parafusos por torre.

6.3.7.1.2 O diâmetro mínimo dos parafusos deve ser M12 ou 1/2", caso não seja especificado outro diâmetro mínimo nas
condições específicas de projeto.

6.3.7.1.3 O parafuso deve ter comprimento tal que a solicitação ao cisalhamento seja no corpo, e não na rosca.

6.3.7.1.4 No caso de parafuso-degrau, a área a ser considerada para a solicitação ao cisalhamento deve ser a da seção da
rosca.

6.3.7.2 Distâncias mínimas entre furos e entre furo e borda


Todas as ligações das barras da torre devem ser aparafusadas. Ligações soldadas, quando inevitáveis, devem ter
tratamento específico conforme indicado em 7. De um modo geral, as diagonais devem ser aparafusadas diretamente nos
montantes e/ou entre si, reduzindo-se o emprego de chapas de ligação ao mínimo possível. No projeto das ligações deve
ser observado o Anexo A e as seguintes disposições:
a) A distância mínima entre furos deve atender às seguintes condições:
1,2.𝑝
1 a) 𝑠  ( ) + 0,6. 𝑑
𝐹𝑢 .𝑡

Onde:
s = distância mínima em milímetros (mm);
Fu = tensão limite de ruptura à tração da chapa ou do parafuso em decanewtons por milímetro quadrado
(daN/mm2);
t = espessura da aba do perfil ou da chapa em milímetros (mm);
d = diâmetro nominal do parafuso em milímetros (mm);
p = força máxima transmitida pelo parafuso em decanewtons (daN).
2 a) s  diâmetro da porca + 9,5mm (ou + 3/8" para série em polegadas), (recomendação para montagem).
Os diâmetros máximos das porcas, conforme ABNT NBR-8852 (série métrica) e ASME-B18.2.2 (série em
polegadas), são os seguintes:
Tabela 6 – Diâmetros Máximos das Porcas

Parafuso (Série Diâmetro da Parafuso (Série Diâmetro da


Métrica) Porca [mm] em polegadas) Porca [mm]

M12 19,9 1/2” 22,0

M14 22,8 5/8” 27,5

M16 26,2 3/4” 33,0

M20 33,0 7/8” 38,5

M22 37,3 1” 44,0

M24 39,6

b) A distância mínima do furo à borda, na direção do esforço ou inclinada, deve atender as seguintes condições:
1a) Barras carregadas
1,2 . 𝑝
𝑒 
𝐹𝑢 . 𝑡
𝑒  1,3 . 𝑑
𝑑
𝑒  𝑡 + ( 2 ) (só para furos puncionados)

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2a) Barras redundantes


𝑒  1,2 . 𝑑
𝑑
𝑒  𝑡 + ( 2 ) (só para furos puncionados)

Onde:
e = distância mínima em milímetros (mm);
Fu = menor tensão limite de ruptura entre as partes conectadas em decanewtons por milímetro
quadrado (daN/mm2);
t = espessura mínima da ligação em milímetros (mm);
d = diâmetro nominal do parafuso em milímetros (mm);
p = força máxima transmitida pelo parafuso em decanewtons (daN).

c) A distância mínima do furo à borda, na direção perpendicular ao esforço, deve atender às seguintes condições:
1 a) 𝑓  0,85 . 𝑒 (borda laminada)
2 a) 𝑓  (0,85 . 𝑒) + 1,588 𝑚𝑚 (borda cortada).

Onde:
f = distância mínima em milímetros (mm).

6.3.7.3 Verificação ao cisalhamento


A solicitação de cálculo Sdv que provoca esforço de cisalhamento nos parafusos de uma ligação deve ser menor ou igual à
resistência de cálculo Rdv , ou seja:
𝑆𝑑𝑣  𝑅𝑑𝑣
Com:
𝑅𝑑𝑣 = 𝑅 . 𝐹𝑣  (𝐴 . 𝑚 )
Onde:
𝑅 = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;
𝐹𝑣 = tensão limite de cisalhamento do parafuso, conforme item 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);
A = área da seção do corpo Ap ou da raiz da rosca Ar de cada parafuso da ligação em centímetros quadrados
(cm2), conforme seja a localização do plano de cisalhamento; estas áreas são obtidas da tabela do item 5.2.2.3;
m = 1 ou 2, conforme seja o número de seções resistentes ao cisalhamento em cada parafuso.

6.3.7.4 Verificação à tração


A solicitação de cálculo Sdt que provoca tração nos parafusos de uma ligação deve ser menor ou igual à resistência de
cálculo Rdt , isto é:
𝑆𝑑𝑡  𝑅𝑑𝑡
Com:
𝑅𝑑𝑡 = 𝑅 . 0,6. 𝐹𝑢 . 𝐴𝑠 ;
Onde:
𝑅 = fator de minoração da resitência limite, especificado em 6.2.1.3;
𝐹𝑢 = tensão limite de ruptura do parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), especificado em
5.2.1;
𝐴𝑠 = área líquida da rosca em centímetros quadrados (cm2), especificado em 5.2.2.3.

6.3.7.5 Verificação ao cisalhamento e tração combinados

Parafusos submetidos a esforços combinados de tração e cisalhamento deverão atender à seguinte condição:

𝑓𝑡 2 𝑓𝑉 2
( ) + ( ) ≤1
𝐹𝑡 𝐹𝑉

Onde:

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ft = tensão de tração atuante no parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2);
fV = tensão de cisalhamento atuante no parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2);
Ftt = tensão limite de tração do parafuso, conforme item 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);
FV = tensão limite de cisalhamento do parafuso, conforme item 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);

6.3.7.6 Verificação ao esmagamento


A solicitação de cálculo Sdp que provoca esmagamento na área de contato dos parafusos com as chapas ou perfis deve ser
menor ou igual à resistência de cálculo ao esmagamento Rdp , ou seja:

𝑆𝑑𝑝  𝑅𝑑𝑝
Para o parafuso de diâmetro d , adota-se um valor para a distância furo-borda cortada (vide Anexo A), tal que satisfaça as
seguintes condições:
𝑒 ≥ 1,3. 𝑑 + 𝛿
𝑑
𝑒 ≥ 𝑡+ + 𝛿
2
Onde:
𝛿 = tolerância de fabricação
𝑡 = espessura do material
Assim, tem-se a tensão limite de esmagamento como:
𝐹𝑢
𝐹𝑝 = (𝑒 − 𝛿).
1,2. 𝑑
Sendo:
𝐹𝑝 ≤ 1,5. 𝐹𝑢
E então:
𝑅𝑑𝑝 = 𝑅 . ( 𝐹𝑝 . 𝐴𝑐 )
Onde:
R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;
Fp = tensão limite de esmagamento, em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), conforme sejam as
distâncias dos furos às bordas e distâncias entre furos;
Fu = tensão limite de ruptura do aço de menor resistência em contato em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);
Ac = área de contato do parafuso com a chapa ou perfil, obtida para cada um dos parafusos pela expressão:
𝐴𝑐 = 𝑑 . 𝑡
d = diâmetro nominal do parafuso em centímetros (cm);
t = espessura da peça em contato em centímetros (cm).

6.3.7.7 Furos para fixação de ferragens


Esta verificação está limitada à relação entre o diâmetro do furo e o diâmetro do parafuso menor ou igual a 2. O esforço
aplicado pelo parafuso no furo alargado deve satisfazer a uma das seguintes condições:
𝑆𝑑 ≤ 𝑅 . 0,75. (𝐿 − 0,5. 𝑑𝑓). 𝐹𝑢
ou
𝑆𝑑 ≤ 𝑅 . 1,35. 𝑑. 𝑡. 𝐹𝑢
Onde:
R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;
Fu = tensão limite de ruptura do aço, em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);
L = distância mínima do centro do furo a qualquer uma das bordas, em centímetros (cm);
d = diâmetro nominal do parafuso, em centímetros (cm);
df = diâmetro nominal do furo, em centímetros (cm);
t = espessura da peça, em centímetros (cm).
O furo pode ser chanfrado nos dois lados da chapa. Caso o tamanho do chanfro seja superior a 0,10.t , deverá ser
considerada a redução da espessura efetiva de contato entre o parafuso e a chapa. A Figura 4 ilustra as dimensões para
verificação do esforço aplicado ao furo.

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Figura 4 – Furo para fixação de ferragens

6.3.7.8 Torques de aperto


No projeto e montagem da torre são recomendados os seguintes torques de aperto para os parafusos:

Tabela 7 – Torque de Aperto dos Parafusos

Torque
PARAFUSO daN.m
Min. Max.

M12 3,0 4,5

M14 5,0 8,0

M16 8,0 11,0

M20 15,0 21,0

M22 19,0 25,0

M24 22,0 32,0

1/2" 4,0 6,0

5/8" 9,0 11,0

3/4" 14,0 18,0

7/8" 20,0 26,0

1" 25,0 35,0

6.4 Recomendações adicionais

6.4.1 Comprimento máximo de perfis


O comprimento máximo de qualquer perfil, em peça única, deve ser de 9 m.

6.4.2 Montantes duplos


O emprego de cantoneiras duplas em "+" nos montantes deve ser evitado, sendo admitido somente quando não for
possível a utilização de cantoneiras simples de bitola superior.

6.4.3 Emendas de montantes

6.4.3.1 As emendas de montantes de bitolas diferentes devem ser feitas, preferencialmente, por superposição das
cantoneiras. A aresta da cantoneira interna deve ser esmerilhada para permitir um perfeito ajustamento entre as faces das
cantoneiras.

6.4.3.2 As emendas dos montantes devem localizar-se tão perto quanto possível e logo acima dos pontos de ligação dos
quadros horizontais ou das uniões das diagonais aos montantes.

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6.4.3.3 A emenda com a fundação deve ser feita imediatamente acima da ligação com a diagonal da perna, e permitir o
uso, indiferentemente, com grelha ou com “stub”.

6.4.4 Emendas de diagonais nos treliçamentos em "X"


Nas diagonais dos treliçamentos em "X", trabalhando no sistema tração-compressão, deve-se observar o seguinte:
a) Sempre que possível, evitar emendas;
b) Quando necessárias, fazê-las simetricamente tão perto quanto possível do ponto de cruzamento,
preferencialmente no menor vão;
c) Não devem ser emendadas através de chapa de ligação no ponto de cruzamento, nem haver recorte de uma das
abas neste ponto.

6.4.5 Posição das peças


A posição das cantoneiras deve ser prevista de modo que, sempre que possível, seja evitado o acúmulo de água e de
impurezas.

6.4.6 Barras solicitadas somente à tração


As barras previstas para trabalharem somente à tração podem vir a requerer dois parafusos na ligação para facilitar a
montagem. Além disto, devem ter seu comprimento de projeto reduzido da seguinte forma:
a) Barras com comprimento menor ou igual a 4 500 mm, devem ser reduzidas em 3,0 mm (1/8");
b) Barras com comprimento maior do que 4 500 mm, devem ser reduzidas em 3,0 mm (1/8") mais 1,5 mm (1/16") para
cada comprimento adicional de 3 000 mm. Valores intermediários devem ser ajustados apropriadamente;
c) Para cada ligação intermediária, reduzir o comprimento da barra em 1,5 mm (1/16"), se a ligação for de superposição,
ou 3,0 mm (1/8”), se a ligação for de topo.

6.4.7 Verificação para cargas de manutenção e montagem

6.4.7.1 As barras horizontais ou que façam ângulo menor que 45o com a horizontal devem resistir a uma carga vertical de
100 daN (peso de uma pessoa + ferramentas), aplicada em seu ponto médio, independentemente de qualquer outra carga,
sem deformação permanente.

6.4.7.2 As barras horizontais das vigas ou mísulas próximas à fixação das cadeias de isoladores devem suportar uma
carga vertical de 400 daN (peso de pessoas, equipamentos e ferramentas), aplicada em seu ponto médio,
independentemente de qualquer outra carga, sem deformação permanente.

6.4.7.3 Cargas especiais destinadas a operações de manutenção e montagem devem ser claramente indicadas nas
condições específicas de projeto.

6.4.8 Excentricidades nas ligações


As ligações das barras devem ser projetadas de maneira a evitar solicitações secundárias devidas às excentricidades nas
conexões. As solicitações adicionais resultantes dessas excentricidades devem ser levadas em consideração no cálculo
das peças e dos parafusos da ligação.

6.4.9 Parafusos
Os parafusos devem atender as seguintes condições:
a) Comprimento do corpo do parafuso: o corpo do parafuso deve ter comprimento tal que garanta que os esforços de
cisalhamento da ligação sejam transmitidos estritamente através do mesmo;
b) Comprimento das roscas: os parafusos devem ter comprimentos total e de rosca que permitam o aperto dos
mesmos, sobrando após o aperto e travamento uma quantidade mínima de 3 filetes de rosca;
c) Travamento: Os dispositivos de travamento a serem utilizados podem ser contra-porca tipo Palnut ou arruela de
pressão. Como alternativa, o travamento pode ser feito através de outro dispositivo aprovado pelo Contratante.

6.4.10 Parafusos-degrau

6.4.10.1 Os parafusos-degrau devem ser instalados a partir de cerca de 3 m acima do solo até o topo da torre, com
espaçamento aproximadamente constante entre 35 cm e 40 cm.

6.4.10.2 Os parafusos-degrau devem ser instalados conforme indicado nos desenhos da silhueta básica da torre. Caso não
haja definição, serão instalados em um dos montantes, até o topo, e nas estruturas suportes dos cabos para-raios, quando
for o caso.
NOTA A critério da Contratante, pode ser dispensada a utilização de parafusos-degrau nos mastros das torres estaiadas, quando o
treliçamento dos mesmos permitir a escalada sem maiores dificuldades.

6.4.11 Furos especiais

6.4.11.1 Quando indicado nas condições específicas de projeto, devem ser previstos furos para a instalação de placas de
sinalização e furos para a fixação de conectores do sistema de aterramento.

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6.4.11.2 Todas as estruturas devem ser projetadas com furos auxiliares de fixação que permitam a execução segura das
operações de lançamento e grampeamento de cabos e de manutenção. A carga máxima admitida em cada um desses
furos auxiliares deve ser explicitamente indicada nos respectivos desenhos das estruturas.

6.4.11.3 Nas estruturas, próximos aos furos para fixação permanente das cadeias de isoladores, deverão existir furos
auxiliares para sustentação dos cabos condutores durante as operações de grampeamento. Tais furos deverão ser
capazes de suportar a aplicação das cargas mais desfavoráveis previstas para estas operações da forma localmente mais
desbalanceada, conforme se ilustra abaixo para um detalhe específico de fixação aplicável a uma estrutura de suspensão:

a) Os 4 furos externos nas peças acima são os furos auxiliares e os 2 furos centrais são os furos para fixação
permanente das cadeias de suspensão;
b) As cargas previstas para as operações de grampeamento deverão ser aplicadas em 2 dos 4 furos auxiliares para
montagem/manutenção, conforme esquema acima.

6.4.11.4 Todas as estruturas devem ser projetadas com furações adequadamente posicionadas e dimensionadas de modo
a permitir o içamento das mesmas, completa ou parcialmente montadas no solo, até sua posição vertical definitiva. Os
desenhos de detalhamento correspondentes deverão esclarecer completamente todas as condições a serem observadas
para o içamento da estrutura a partir de tais furações. Recomenda-se que se aproveite os ensaios de carga previstos para
as torres para se realizar também um teste de içamento, utilizando-se as furações e seguindo o procedimento previsto no
respectivo projeto.

6.4.11.5 Nas estruturas de suspensão estaiadas, deverão ser previstos, próximos dos furos para fixação permanente dos
estais, furos auxiliares que permitam o estaiamento provisório da estrutura. Tais furos auxiliares terão diâmetro menor que
o dos furos para fixação permanente e deverão ser capazes de suportar uma carga equivalente a 150% da máxima tração
de pré-tensão especificada para os estais, o que deverá ser explicitamente indicado nos desenhos de projeto.

6.4.12 Apoios dos mastros de torres estaiadas


Os apoios dos mastros das torres estaiadas em suas bases são do tipo rotulado, permitindo a rotação dos mesmos em
todas as direções. No plano transversal, a base convexa de apoio deve permitir a inclinação do mastro com sua maior e
menor altura.

6.4.13 Elementos de ancoragem dos estais


Cuidados especiais devem ser tomados em relação ao projeto e dimensionamento dos elementos de ancoragem dos
estais, particularmente quando os mesmos não estiverem projetados na direção dos estais. Nesses casos, as solicitações
oriundas dos esforços horizontais e/ou de flexão deverão ser levadas em consideração.
No caso de ser projetada a ancoragem dos estais através de “stubs”, o dimensionamento dos mesmos deve ser conforme
os requisitos prescritos no item 6.5.3.

6.4.14 Proteções dos estais


Devido à importância estrutural dos estais, dispositivos de proteção e de sinalização nos pontos de fincamento dos
mesmos podem ser requeridos em áreas de agricultura mecanizada.

6.5 Fundações

6.5.1 Diretrizes gerais

6.5.1.1 O projetista das torres deve elaborar uma planilha contendo as solicitações atuantes no topo das fundações,
conforme estabelecido em 6.2.3.4.

6.5.1.2 Para o dimensionamento das fundações, as solicitações atuantes definidas na sub-seção anterior devem ser
majoradas por um fator de coordenação de resistência, no mínimo, igual a 1,1. Este fator de coordenação de resistência
tem por objetivo tornar o risco de falha da fundação menor que o da torre.

6.5.2 Dimensionamento de fundações em grelhas metálicas

6.5.2.1 As fundações em grelhas metálicas devem ser dimensionadas de forma a atender as solicitações provenientes das
cargas da planilha mencionada em 6.5.1.1.

6.5.2.2 Para dimensionamento das barras das fundações em grelhas metálicas devem ser utilizados os mesmos materiais
e critérios estabelecidos para projeto das barras das torres, observando-se o disposto em 6.5.1.2.

6.5.2.3 As cantoneiras das fundações devem ser posicionadas visando facilitar o reaterro.

6.5.2.4 As fundações em grelhas dos mastros das torres estaiadas devem ter profundidade mínima de 1,2 m.

6.5.3 Dimensionamento de “Stubs”

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6.5.3.1 O perfil dos "stubs" não pode ser menor do que o dos montantes, e sua seção (An) deve ser verificada através da
seguinte condição:
𝑆𝑑 𝑆𝑑𝑣
( + ) ≤ 𝑅 . 𝐴𝑛
𝐹𝑌 0,75. 𝐹𝑌
Onde:
Sd = solicitação de cálculo de tração (Sdt ) ou de compressão (Sdc) em decanewtons (daN);
FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);
Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento perpendicular ao eixo do "stub" em decanewtons (daN);
R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3.

6.5.3.2 Deve-se considerar que o esforço de compressão ou de tração transmitido aos “stubs” é resistido pelas cantoneiras
auxiliares (aletas) neles afixadas. Alternativamente, pode-se considerar que o esforço seja resistido pela aderência entre o
“stub” e o concreto. Neste caso, o comprimento do “stub” deve ser determinado em função da tensão de aderência
prescrita na ABNT NBR 6118, sendo recomendado o uso de, no mínimo, quatro aletas como garantia de resistência
adicional.

6.5.3.3 As aletas posicionadas em uma mesma face do “stub” devem ser espaçadas de pelo menos duas vezes a largura
“a” de sua própria aba (Figura 5 – lado esquerdo). No caso de aletas em posições alternadas, a distância entre elas deve
ser de pelo menos três vezes a largura “a” de sua própria aba (Figura 5 – lado direito). Recomenda-se que a distância
entre a aleta superior e o topo do concreto seja de seis vezes a largura de sua aba, com um valor mínimo de 50 cm. O
comprimento das aletas deve ser igual ou menor que 1,5 vezes a largura da aba do “stub”.

TOPO DO TOPO DO
CONCRETO CONCRETO
6a

6a

a a
STUB STUB
2a

3a

ALETAS
ALETAS
3a

Figura 5 – Posicionamento das aletas nos “Stubs”

6.5.3.4 A resistência das aletas deve ser calculada através do seguinte critério (vide figura 6):

𝑅 . 𝐹𝑌
𝑥 = 𝑡. √
1,19. 𝑓𝐶𝑘
𝑥
𝑃 = 1,19. 𝑓𝐶𝑘 . 𝑏. (𝑡 + 𝑅 + )
2

Onde:
fCk = resistência característica do concreto à compressão em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),
conforme NBR 6118, e indicada nas Condições Específicas de Projeto;
R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;
P = resistência da aleta em decanewtons (daN);
t = espessura do perfil da aleta (cantoneira) em centímetros (cm);
R = raio de laminação do perfil da aleta (cantoneira) em centímetros (cm);
b = comprimento da aleta em centímetros (cm).

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R t

Stub

x
Distribuição da
Tensão
P

Figura 6 – Parâmetros de cálculo da resistência das aletas

6.5.3.5 As aletas devem estar conectadas ao “stub” com um número mínimo de 2 (dois) parafusos dimensionados de forma
a possibilitar a adequada transferência de esforços do “stub” ao concreto.

6.5.4 Dimensionamento de chumbadores

6.5.4.1 No dimensionamento da seção transversal do chumbador devem ser consideradas as solicitações de tração e
cisalhamento de acordo com a seguinte condição:
𝑆𝑑𝑡 𝑆𝑑𝑣
+ ≤ 𝑅 . 𝐴𝑠
𝐹𝑌 𝑢. 0,85. 𝐹𝑌
Onde:
As = área resistente da seção da raiz da rosca em centímetros quadrados (cm2), especificada na tabela 8.

Tabela 8 – Dimensões dos Chumbadores

Diâmetro Área do Corpo p Área Resistente da Rosca


Chumbador n
[mm] Ap [cm2] [mm] As [cm2]

M16 16 2,011 - 2,00 1,567

M20 20 3,142 - 2,50 2,448

M24 24 4,524 - 3,00 3,525

M27 27 5,726 3,00 4,594

M30 30 7,069 3,50 5,606

M33 33 8,553 3,50 6,936

M36 36 10,179 4,00 8,167

M42 42 13,854 4,50 11,209

M48 48 18,096 5,00 14,731

M52 52 21,237 5,00 17,578

M56 56 24,630 5,50 20,300

M64 64 32,170 6,00 26,760

5/8" 15,9 1,979 11 - 1,458

3/4" 19,1 2,850 10 - 2,158

7/8" 22,2 3,879 9 - 2,979

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1" 25,4 5,067 8 - 3,908

1 1/8” 28,6 6,413 7 4,924

1 1/4” 31,8 7,917 7 6,252

1 3/8” 34,9 9,580 6 7,451

1 1/2” 38,1 11,401 6 9,066

1 3/4” 44,5 15,518 5 12,255

2” 50,8 20,268 4,5 16,118

2 1/2” 63,5 31,669 4 25,799

3” 76,2 45,604 4 38,499

NOTAS
Os valores apresentados na tabela 9 foram calculados a partir das equações apresentadas a seguir:


1) Chumbador - série métrica: 𝐴𝑠 = . (𝑑 − 0,9382 . 𝑝)2 . 0,01 [cm2]
4

 0,9743 2
2) Chumbador - série em polegadas: 𝐴𝑠 = . (𝑑 − ) . 6,4516 [cm2]
4 𝑛
Onde:
d = diâmetro nominal do parafuso em polegadas para série em polegadas e em milímetros para série em milímetros;
n = número de filetes ou sulcos por polegada;
p = passo em milímetros (mm).

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;


Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento no chumbador em decanewtons (daN);
µ = coeficiente de atrito entre chapa de base e o concreto ou argamassa (grout), valendo:
µ = 0.90 para chapa de base embutida no concreto;
µ = 0.70 para chapa de base apoiada no concreto;
µ = 0,55 para chapa de base apoiada em argamassa (grout) acima da superfície do concreto.

CHAPA CHAPA

GROUT

 = 0,9  = 0,7  = 0,55

Figura 7 – Coeficiente µ

6.5.4.2 O comprimento dos chumbadores deve ser determinado conforme ABNT NBR 6118.

6.5.4.3 O projetista deve considerar que a chapa de base é apoiada no concreto, caso não seja especificado de outra
forma nas condições específicas de projeto.

6.5.4.4 Quando a chapa de base apoiar-se nos chumbadores, os mesmos devem ser verificados para uma combinação de
tração, flexão e cisalhamento ou compressão, flexão e cisalhamento.

7 Fabricação

7.1 Considerações gerais

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A fabricação das torres deve respeitar as técnicas e processos normalmente empregados neste tipo de trabalho, podendo-
se adotar as normas do "Manual of Steel Construction" (AISC), nos casos omissos.

7.2 Cortes e dobramentos

7.2.1 Todos os cortes devem ser feitos sem deixar rebarbas ou saliências nas bordas.

7.2.2 Todos os cortes, chanfros e dobras devem ser feitos obrigatoriamente antes da galvanização.

7.2.3 O dobramento das peças deve ser feito usando-se métodos controlados, para evitar a fragilização ou perda de
resistência do material. Para dobras a frio, é recomendado um raio mínimo de dobra conforme tabelas X.4.1 e X.4.2 da
norma ASTM A6/ASTM A6M.

7.3 Furações

7.3.1 O diâmetro nominal dos furos não deve exceder o diâmetro nominal do parafuso em mais do que 1,6 mm (1/16"), no
caso de parafusos até M20 ou 3/4". Para diâmetros superiores, pode-se considerar que o diâmetro dos furos exceda o dos
parafusos em até 10%, antes da galvanização.

7.3.2 Todos os furos devem ser feitos obrigatoriamente antes da galvanização.

7.3.3 Não é permitido o uso de alargadores para corrigir alinhamentos mal feitos.

7.3.4 A execução de furos em cantoneiras ou chapas, por puncionamento em uma só operação, deve ser feita observando-
se os seguintes limites de espessura:
- Aço com Fy  250: t  diâmetro do furo;
- Aço com Fy  350: t  diâmetro do furo menos 1,6 mm (1/16");
- Aço com Fy  415: t  diâmetro do furo menos 3,2 mm (1/8").
Onde t é a espessura da cantoneira ou chapa.

7.3.5 Para cantoneiras ou chapas com espessuras maiores do que as mencionadas acima, os furos devem ser
subpuncionados e alargados ou abertos a broca.

7.4 Soldas

7.4.1 A utilização de solda deve ser reduzida ao mínimo e, quando empregada, deve estar claramente indicada nos
desenhos do projeto.

7.4.2 As soldas em elementos estruturais devem ser executadas, necessariamente, em fábrica e devem ser seguidas as
seguintes recomendações:
− Todas as ligações soldadas devem ser executadas segundo AWS-D1.1. Todos os laudos dos ensaios para
aprovação dos procedimentos devem ser apresentados à inspeção antes da execução dos serviços;
− Todos os soldadores que participarem dos serviços devem ser qualificados segundo a AWS-D1.1;
− Juntas de penetração total, quando necessárias, devem ser indicadas nos desenhos com símbolo adequado.
Neste caso, as especificações da contratante devem ser obedecidas em relação aos ensaios não destrutivos que
vierem a ser exigidos em todas as juntas;
− Os operadores de ultrassom devem ser qualificados para a função, com certificado de curso preparatório
fornecido por empresa ou entidade reconhecida.

7.5 Marcação das peças

7.5.1 Cada peça deve ser estampada, antes da galvanização, com uma marca formada por letras e números, de maneira a
identificar-se claramente a sigla do fabricante, o tipo de aço, o tipo da torre e a posição da peça na torre, a fim de se evitar
que peças semelhantes, destinadas a torres diferentes, se confundam.

7.5.2 As marcas das peças devem:


− estar localizadas sempre na mesma posição relativa para peças semelhantes, devendo, sempre que possível,
ser visíveis após a montagem da torre;
− ser feitas na parte externa de uma das abas da cantoneira;
− ter profundidade de aproximadamente 0,5 mm e altura mínima de 12 mm;
− ficar bem visíveis após a galvanização.

7.6 Galvanização

7.6.1 A galvanização de todas as peças da torre, incluindo as grelhas metálicas e “stubs”, deve ser feita a quente, sendo
aplicada somente após o corte, perfuração, dobramento, marcação e limpeza, obedecendo a ABNT NBR 6323, a ASTM-
A123 e a ASTM-A143, naquilo que for aplicável. Em casos especiais, a contratante poderá estabelecer critérios específicos
de galvanização para proteção adicional da torre.
NOTA: A norma ABNT NBR 6323 conduz a valores e critérios diferentes daqueles encontrados nas normas ASTM.

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7.6.2 Todos os parafusos, porcas, contra-porcas, arruelas e calços devem ser galvanizados conforme a ABNT NBR 6323.
O processo de fabricação das porcas deve garantir a proteção contra a corrosão das roscas e o livre movimento dos
parafusos.

8 Inspeção e ensaios

8.1 Tipos de ensaios


Nesta Norma, são definidas três categorias de ensaios, conforme a seguir:
a) Ensaios de tipo: são aqueles executados para comprovar a adequação do projeto aos requisitos físicos e
mecânicos especificados;
b) Ensaios de rotina: constituem todas as verificações, ensaios, análises e exames feitos durante os vários estágios
do processo de fabricação, para assegurar que o mesmo está se processando normalmente, sem a ocorrência de
nenhum defeito;
c) Ensaios de recebimento: são aqueles executados sobre o produto acabado, por amostragem, para liberação do
mesmo.

8.2 Ensaios de tipo

8.2.1 Pré-montagem das torres

8.2.1.1 Um protótipo de cada tipo de torre, com todas as combinações de extensões e pernas, com os “stubs” e grelhas
metálicas (em função do tipo de fundação adotado), e com todos os demais componentes e acessórios, deve ser pré-
montado de forma a assegurar uma perfeita montagem de todas as partes.

8.2.1.2 Os montantes devem ficar alinhados e nenhuma peça deve ficar deformada ou forçada. Não se admite alargamento
de furos.

8.2.1.3 Se durante a pré-montagem for detectada a existência de qualquer peça defeituosa, a mesma deve ser corrigida e
novamente pré-montada.

8.2.2 Ensaio de carregamento das torres

8.2.2.1 Os ensaios de carregamento devem ser executados em protótipos montados em posição vertical sobre plataforma
rígida, de acordo com o método da norma ABNT NBR 8842. Recomenda-se que os protótipos sejam inteiramente
galvanizados, excetuando-se eventuais peças substituídas durante os ensaios.

8.2.2.2 Os tipos de torres a serem ensaiados devem estar definidos nas condições específicas de projeto.

8.2.2.3 As condições específicas de projeto devem também indicar se o protótipo deverá ser submetido a ensaio destrutivo
ou não-destrutivo. No caso de execução de ensaio destrutivo, após o protótipo ser submetido à etapa de 100% das cargas
últimas de projeto correspondentes às árvores de carregamento, as cargas deverão ser elevadas em etapas de 5% até o
colapso da estrutura ou até 120% das cargas últimas, o que ocorrer primeiro.

8.3 Ensaios de rotina

8.3.1 Cada tipo de aço utilizado na fabricação de peças deve ser submetido a ensaios de qualidade. Corpos de prova de
perfis, chapas e barras devem ser submetidos a ensaios de tração para verificar sua conformidade com as normas
aplicáveis, sempre que houver dúvida quanto ao perfeito rastreamento ou representatividade dos certificados de origem.

8.3.2 Todos os perfis, chapas e barras devem ser verificados dimensionalmente para comparação com os requisitos das
normas ABNT NBR 15980 e ASTM A6/A6M.

8.3.3 O zinco usado para galvanização deve ser submetido à análise química, de forma a verificar sua conformidade com a
ABNT NBR 6010.

8.3.4 Após a galvanização, as peças das torres devem ser inspecionadas para estabelecer a conformidade da sua camada
de zinco com os requisitos da ABNT NBR-6323, da ASTM A123 e da ASTM A153, naquilo que for aplicável. Os ensaios a
serem executados são os mesmos previstos para o recebimento.

8.3.5 No caso de parafusos, porcas e arruelas, além da inspeção visual, verificação das dimensões e ensaios de
galvanização, deve ser verificado também o livre movimento da porca no parafuso.

8.4 Ensaios de Recebimento

8.4.1 Galvanização

8.4.1.1 Em cada peça das amostras selecionadas é feita uma inspeção da galvanização, devendo ser verificada a
concordância com a ABNT NBR 6323, ASTM-A123 e ASTM-A153, naquilo que for aplicável.

8.4.1.2 O peso mínimo da camada de zinco é verificado de acordo com a ABNT NBR 7397 e a ASTM A90.

8.4.1.3 A aderência da camada de zinco deve ser verificada conforme a ABNT NBR-7398 e a ASTM-A123.

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8.4.1.4 A uniformidade da camada de zinco deve obedecer a ABNT NBR 7400 e a ASTM A239. As amostras devem
resistir, sem apresentar depósito de cobre brilhante, ao número de imersões discriminado abaixo:
− cantoneiras, chapas e outros perfis, arruelas, calços e partes não roscadas de parafusos e porcas: seis
imersões;
− partes roscadas de parafusos: 4 imersões.

8.4.2 Ensaios mecânicos de parafusos, porcas e arruelas


Devem ser retiradas amostras de todos os tipos de parafusos, porcas e arruelas, as quais são submetidas aos seguintes
ensaios, de acordo com a ABNT NBR 8855, ABNT NBR 10062, ASTM A394 e a ASTM A563: tração do conjunto parafuso-
porca, cisalhamento no corpo e na rosca e dureza.

8.4.3 Verificação dimensional e de acabamento

8.4.3.1 As amostras selecionadas devem ser submetidas à verificação dimensional e de acabamento.

8.4.3.2 Os parafusos e porcas devem permitir uma adequada montagem, sendo verificados com relação ao livre
movimento da porca no parafuso.

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Anexo A (normativo)
Tolerâncias de fabricação

CANTONEIRAS LAMINADAS
s ±1.0 e ±2.0

G ±1,0

L
90°

e ±2.0

CHAPAS

f ±2.0 s ±1.0 f ±2.0

e±2.0

Notas:
1) As tolerâncias entre furos não são acumulativas em uma mesma ligação.
2) As tolerâncias indicadas acima estão em milímetros.

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Anexo B (normativo)
Condições específicas de projeto
Nas condições específicas de projeto devem ser apresentadas todas as informações básicas, exigências e critérios
específicos necessários para o desenvolvimento do projeto das torres, considerando suas condições de utilização, bem
como as condições locais da região de implantação da linha de transmissão. A seguir estão indicadas as diretrizes básicas
que devem ser especificadas.

B.1 Desenho de silhueta básica das torres


O desenho de silhueta básica de cada tipo de torre deve conter as seguintes informações:
a) A classe de tensão da linha de transmissão e as características dos cabos condutores e para-raios;
b) As condições de aplicação da torre, quais sejam, vão de vento máximo, vãos de peso máximo e mínimo e ângulo
máximo de deflexão;
c) A constituição do feixe de condutores e a respectiva distância entre subcondutores, quando for o caso;
d) A distância mínima entre centros de fases, tanto verticais quanto horizontais, conforme a configuração e número
de circuitos;
e) Nas torres de suspensão, as distâncias mínimas das fases à torre, na posição da cadeia em repouso e, quando
for o caso, na condição da cadeia em balanço. Nas torres de ancoragem devem ser indicadas as posições do
cabo de passagem, em repouso e em balanço;
f) Vistas e cortes necessários à definição da parte superior da torre;
g) A altura útil da torre, isto é, a altura necessária do condutor inferior ao solo, considerada desde o ponto de ligação
da cadeia com o cabo, em torres de suspensão, e desde o ponto de fixação da cadeia à torre, em torres de
ancoragem. Esta altura deve ser fornecida para mínima e máxima altura da torre;
h) Os desenhos esquemáticos contendo o comprimento das cadeias de isoladores e os respectivos detalhes de
fixação à torre;
i) O posicionamento do(s) cabo(s) pára-raios, ângulo de blindagem, assim como os respectivos detalhes de fixação
do(s) cabo(s) à torre;
j) Indicação da formação da torre, em termos de máxima e mínima altura, com definição das extensões e pernas;
k) Indicação da configuração geométrica da torre;
l) Indicação da limitação de abertura da base da torre ou dos estais, quando necessário;
m) A localização das placas de sinalização e dos conectores do sistema de aterramento;
n) A localização de parafusos-degrau e/ou de escadas, com respectivos detalhes quanto a sua concepção;
o) Os locais destinados para escalada de pessoal de manutenção em linha viva, bem como os afastamentos
necessários às partes energizadas, de modo a atender as normas de segurança aplicáveis.

B.2 Condições de carregamento

B.2.1 Carregamentos para o Estado Limite Último


Na composição das árvores de carregamento correspondentes ao Estado Limite Último, as seguintes condições e
critérios devem ser considerados, de acordo com a função de cada tipo de torre:
a) Cargas de vento determinadas com base no período de retorno T, compatível com o nível de confiabilidade da LT;
b) Cargas de tração de cabos;
c) Cargas de peso de cabos, considerando vãos de peso máximo e reduzido, e cargas de peso de cadeias de
isoladores;
d) Cargas de montagem, grampeamento de cabos e de manutenção, incluindo as cargas oriundas do içamento das
fases nas cadeias em V, quando for o caso;
e) Cargas devidas ao desequilíbrio longitudinal dos cabos;
f) Cargas de içamento da torre ou outras cargas relevantes para o projeto.

B.2.2 Carregamentos para o Estado Limite de Utilização


As árvores de carregamento correspondentes ao estado limite de utilização, normalmente especificadas para verificação
da deformação das torres, caracterizam as ações de longa duração, em condições EDS. Para este estado, as cargas de
peso e de tração de cabos em ângulo ou fim de linha, sem vento, são utilizadas nos seus valores nominais, sem
coeficientes de majoração ou minoração.

B.3 Galvanização
Em casos especiais de agressividade ambiental, devem ser informados os critérios específicos de galvanização para
proteção adicional da torre.

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Deve também ser fornecida a classe de galvanização dos estais, cabos de armação e interconexão das torres estaiadas,
bem como dos fios de aço dos preformados. Devem ainda ser indicadas as normas a serem atendidas para a galvanização
e ensaios dos componentes das torres.

B.4 Fundações

B.4.1 Tipos de fundações


Devem estar definidos os tipos de fundações previstas para a torre e para os estais.

B.4.2 Características do solo


Devem ser fornecidos os principais parâmetros de resistência do solo necessários para o projeto das fundações em grelha
metálica, a saber:
a) peso específico;
b) tensão admissível de compressão;
c) coesão;
d) ângulo de atrito interno;
e) condições de agressividade.

B.4.3 Resistência característica do concreto


Deve ser especificada a resistência característica à compressão do concreto (fCk) para dimensionar os elementos de
ligação.

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ANEXO C (normativo)

Análise de Barras Sujeitas a Excentricidades e a Restrições à Articulação

* Utilização das Equações de Flambagem para Barras Comprimidas *

1 ) Quando L / r  120: a tensão depende da excentricidade (parafusos nas 2 abas ou em somente 1 aba,
na ligação considerada).

Equação 1 kL/r=L/r

Equação 2 k L / r = 30 + 0,75 L / r

Equação 3 k L / r = 60 + 0,50 L / r

2 ) Quando L / r > 120: a tensão depende da restrição à articulação, ou seja, se o nó é rotulado ou engastado.

120 <
Equação 4 kL/r=L/r
L
≤ 200
r

120 <
Equação 5 k L / r = 28,6 + 0,762 L / r
L
≤ 225
r

120 < k L / r = 46,2 + 0,615 L / r


Equação 6 L
≤ 250
r

NOTA: Para usar os valores de kL/r correspondentes às equações 5 e 6 as seguintes condições devem ser satisfeitas:

a) As barras devem ser conectadas com dois ou mais parafusos para serem consideradas como oferecendo resistência
à rotação.

b) A rigidez da barra engastante (I/L) deve ser maior ou igual à soma das rigidezes das barras que a ela se engastam
em um determinado ponto (I/L). I=momento de inércia, L=comprimento.

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ANEXO D (informativo)

Exemplos de Utilização das Equações de Flambagem

Exemplo 1 - Perfil Simples

z x
y y

z
x

Se L / r zz  120: Eq. 3 Se L / r zz  120: Eq. 3


Se 120 < L / r zz < 200: Eq. 4 Se 120 < L / r zz < 250: Eq. 6*

Exemplo 2 - Perfil Simples

Se 0,5 L / r zz ou Se 120< 0,5 L / r zz < 225: Se 120 < 0,5 L / r zz < 250 ou
L / r xx  120: Eq. 3 Eq. 5* 120 < L / r xx < 250:
Se 120 < 0,5 L / r zz < 200 ou Se 120 < L / r xx < 250: Eq. 6*
120 < L / r xx < 200: Eq. 4 Eq. 6*

Exemplo 3 - Perfil Duplo

y y

x
L

Se L / r  120: Eq. 1 Se L / r  120: Eq. 1


Se 120 < L / r < 200: Eq. 4 Se 120 < L / r < 250: Eq. 6*

* - Para usar as equações 5 e 6 deve-se levar em consideração os comentários feitos no anexo C.

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Exemplos de Utilização das Equações de Flambagem

Exemplo 4 - Perfil Duplo

y y

x
L

Se 0,5 L / r yy ou Se 0,5 L / r yy ou
L / r xx  120: Eq. 2 L / r xx  120: Eq. 1
Se 120 < 0,5 . L / r yy <250 ou
120 < L / r xx < 250: Eq. 6*

Exemplo 5 - Perfil Duplo

y y

Se 120 < 0,5 L / r yy < 225: Se 120 < 0,5 L / r yy < 250 ou
Se 0,5 L / r yy ou
Eq. 5* 120 < L / r xx < 250:
L / r xx  120: Eq. 1
Se 120 < L / r xx < 250: Eq. 6*
Se 120 < 0,5 L / r yy < 200 ou
Eq. 6*
120 < L / r xx < 200: Eq. 4

Exemplo 6
Barras Tracionadas e Comprimidas

y
x
z
L z
x
y
L
C

L2

L1

Esforço de tração  20% esforço de compressão


Se L1/r zz  120: Eq. 2
Se 120 < L1 / r zz < 200: Eq. 4
Para cantoneiras de abas desiguais conectadas pela aba
maior deve-se tambem verificar ( L1 + 0,5 L2) / r xx
Esforço de tração < 20% esforço de compressão
L
L1/r zz ou L/r yy não há restrição na C
* - Para usar as equações 5 e 6 deve-se levar em consideração os comentários feitos no anexo C.

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ANEXO E (informativo)

Exemplos de Utilização de Calços


(ref. item 5.6.2)

x 9,5
Exemplo 1 Exemplo 2

102
102 x
Calço (2) - Esp. 3,2

7 L
x 12,
CALÇO
L 50 x 50 x 5,0

ESP. 5,0

x 102
L Calço Esp. 9,5 +
L1 Calço (1) - Esp. 3,2
L 102

Se (12,7-9,5) / L <= 3 / 1000, poderá ser desprezada


a utilização do calço (2), e o calço (1) poderá ser menor.
Se (12,7-9,5) / L1 <= 3 / 1000, poderá ser desprezada
a utilização do calço (1) e, conseqüentemente, também do calço (2).

Exemplo 3 Exemplo 4

L
L
CHAPA
L1
x 7,9

Calço Esp. 4,8 ESP. 4,8


x 76

CHAPA
L 76

ESP. 4,8
Calço Esp. 7,9 +
Calço (1) - Esp. 4,8

Calço (2) - Esp. 4,8

Se (esp.chapa) / L <= 3 / 1000, poderá ser desprezada


Se 4,8 / L <= 3 / 1000 poderá ser desprezada a utilização do calço (2), e o calço (1) poderá ser menor.
a utilização do calço Esp. 4,8.
Se (esp.chapa) / L1 <= 3 / 1000, poderá ser desprezada
a utilização do calço (1) e, conseqüentemente, também do (2).

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ANEXO F (informativo)
BIBLIOGRAFIA
As publicações relacionadas a seguir constituem complemento às normas descritas no item 2 (Referências Normativas).
Relativamente às normas, as edições indicadas referem-se às que estavam em vigor no momento desta publicação,
recomendando-se utilizar suas edições mais recentes.

[1] NBR-6352: 1980 - Cantoneiras de abas desiguais, de aço, laminadas a quente

[2] NBR-7399: 2009 - Produto de aço ou ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da
espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de ensaio

[3] NBR-7414: 2009 - Galvanização de produtos de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Terminologia

[4] NBR-14762: 2010 - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio

[5] ASCE 10-97: 2000 - Design of latticed steel transmission structures

[6] ASME-B18.5: 2012 - Round head bolts (inch series)

[7] ASME-B18.21.1:2009 - Washers – Helical spring-lock tooth lock and plain washers (inch series)

[8] ASTM-A36/A36M-12 - Standard specification for carbon structural steel

[9] ASTM-A283/A283M-13 - Standard specification for low and intermediate tensile strength carbon steel plates

[10] ASTM-A370-13 - Standard test methods and definitions for mechanical testing of steel products

[11] ASTM – A475-03 - Standard specification for zinc coated steel wire strand

[12] ASTM-A572/A572M-13a - Standard specification for high strength low-alloy Columbium-Vanadium structural steel

[13] ASTM-B6-13 - Standard specification for zinc

[14] ASTM-F568: 2001 - Standard specification for carbon and alloy steel externally threaded metric fasteners

[15] ISO 261: 1998 - ISO General purpose metric screw threads – General plan

[16] ISO 898-1: 2013 - Mechanical properties of fasteners made of carbon steel and alloy steel with specified
property classes – coarse thread and fine pitch thread – Part 1: Bolts, screws and studs

[17] ISO 898-2: 2012 - Mechanical properties of fasteners made of carbon steel and alloy steel with specified
property classes – coarse thread and fine pitch thread – Part 2: Nuts with specified
property classes – Coarse thread and fine pitch thread

[18] ISO 965: 2013 - ISO General purpose metric screw threads tolerances – Parts 1, 2 and 3

[19] ISO 4016: 2011 - Hexagon head bolts – Product grade C

[20] ISO 4034: 2012 - Hexagon regular nuts (style 1) – Product grade C

[21] ISO 4759/1: 2000 - Tolerances for fasteners – Part 1: Bolts, screws and nuts grades A, B and C

[22] ISO 7091: 2000 - Plain washers – Normal series product grade C

[23] Pachen, R., Pezard, J. and Zago, P.: “Probabilistic evaluation on test results of transmission line towers”, Session of
Cigré, Paper 22-13, Paris, France, 1988.

[24] Rieira, J. D., Menezes, R.C.R., Silva, V.R. and Silva, J.B.G.F.: “Evaluation of the probability distribution of the
strength of transmission line steel towers based on tower test results”, Session of Cigré, Paper 22-305, Paris, France,
1990.

[25] SCB2 WG08, “An experiment to measure the variation in lattice tower design”, Electra nº 138, Outubro, 1991.
[26] SCB2 WG08, “On the variability of mechanical properties of materials for transmission line steel towers”, Electra nº
189, Abril, 2000.
[27] SCB2 WG08, “Statistical analysis of structural data of transmission line steel towers”, Electra nº 208, Junho, 2003.
[28] Portaria do INMETRO no 178 de 18/07/2006 – “Regulamento técnico da qualidade para cantoneiras de aço
laminadas a quente para montagem de torres de transmissão de energia elétrica.”
[29] Pantalena, G., “Influência do torque de aperto na resistência ao cisalhamento de parafusos”, Novembro, 2010.

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