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MAI 2014 Projeto de Revisão

R21
ABNT NBR 8850
Execução de suportes metálicos
treliçados para linhas de transmissão
ABNT – Associação
Brasileira de
- Procedimento
Normas Técnicas

Origem: ABNT NBR 8850:1985


Sede:
Rio de Janeiro ABNT/CB-03 - Comitê Brasileiro de Eletricidade
Av. Treze de Maio, 13 / 28º andar
CEP 20003-900 – Rio de Janeiro – RJ CE-03:011.07 – Comissão de Estudo de Suportes Metálicos para Linhas de
Tel.: PABX (21) 3974-2300
Fax: (21) 3974-2347 / 2220-6436
Transmissão
Endereço eletrônico: www.abnt.org.br
ABNT NBR 8850 - Design and manufacture of transmission line latticed steel
towers - Procedure
Copyright © 2004
ABNT – Associação Brasileira de
Descriptors: Towers. Transmission lines.
Normas Técnicas
Printed in Brazil/ Esta Norma foi baseada no documento 22-00(GT-08)04:2000 - Cigré-Brasil
Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados Esta Norma cancela e substitui a ABNT NBR 8850:1985
Palavras-chave: Suportes. Linhas de transmissão. 38 páginas

Sumário

Prefácio
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Abreviaturas
5 Materiais
6 Projeto estrutural
7 Fabricação
8 Inspeção e ensaios

ANEXOS
A Distâncias mínimas entre furos e furos-bordas
B Condições específicas
C Análise de barras sujeitas à excentricidades e às restrições à articulação
D Exemplos de utilização das equações de flambagem
E Exemplos de utilização de calços
F Bibliografia

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (ABNT/CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Nacional entre
os associados da ABNT e demais interessados.

Esta Norma contêm os anexos A,B e C de caráter normativo e os anexos D, E e F de caráter informativo.

1 Objetivo
Esta Norma tem por finalidade apresentar diretrizes e critérios gerais, dados e métodos que devem ser seguidos no projeto
e fabricação de suportes metálicos treliçados, galvanizados, constituídos de perfis de aço laminados aparafusados,
destinados à montagem de linhas de transmissão, de acordo com a metodologia dos estados limites e critérios
probabilísticos de confiabilidade.
Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

2 Referências Normativas

As normas relacionadas a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita à revisão,
recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usar as edições mais
recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

ABNT NBR 5871:1987 - Arruela lisa de uso em parafuso sextavado estrutural - Dimensões e material

ABNT NBR 5909:1985 - Cordoalha de fios de aço zincados para estais, tirantes, cabos mensageiros e usos similares

ABNT NBR 6010:1988 - Zinco CANCELADA

ABNT NBR 6109:1994 - Cantoneiras de abas iguais, de aço, laminadas – Dimensões e tolerâncias ABNT NBR 15980:2011
– Perfis laminados de aço para uso estrutural – Dimensões e tolerâncias

ABNT NBR 6118:2003 2014 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento

ABNT NBR 6323:1996 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente 2007 – Galvanização de
produtos de aço ou de ferro fundido - Especificação

ABNT NBR 7007:2002 2011 - Aços-carbono e microligados para barras e perfis laminados a quente para uso estrutural e
geral

ABNT NBR 7397:1990 2007 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente – Determinação da
massa do revestimento por unidade de área – Método de ensaio

ABNT NBR 7398:1990 2009 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco por imersão a quente – Verificação da
aderência da camada de zinco – Método de ensaio

ABNT NBR 7400: 1990 2009 - Galvanização de produto de aço ou de ferro fundido – Revestimento de zinco por imersão
a quente – Verificação da uniformidade de revestimento – Método de ensaio

ABNT NBR 8800:1997 - Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios (Método dos estados limites) 2008 - Projeto
de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios

ABNT NBR 8842:1985 2010 - Suportes metálicos treliçados para linhas de transmissão – Resistência ao carregamento -
Método de Ensaio

ABNT NBR 8851:1987 2012 - Parafuso sextavado para uso estrutural – Dimensões

ABNT NBR 8852:1988 - Porcas sextavadas – Graus de produtos C – Dimensões

ABNT NBR 8855:1991 - Propriedades mecânicas de elementos de fixação - Parafusos e prisioneiros

ABNT NBR 9983:1987 2010 - Arruela lisa de uso em parafuso sextavado estrutural de alta resistência – Dimensões e
material - Padronização

AISC:1995 - Manual of steel construction – Allowable stress design – Ninth edition

ASME B18.2.1:1996 2012 - Square and hex bolts and screws – Inch series

ASME B18.2.2:1987 2010 - Square and hex nuts

ASME B18.22.1:1965- Plain washers ???? não achei

ASTM A6/A6M-13a:2001 - Standard specification for general requirements for rolled structural steel plates, shapes and
sheet piling

ASTM A90/ A90M-13:1995 - Standard test methods for weight (mass) of coating iron or steel articles with zinc or zinc-alloy
coatings

ASTM A123/ A123M-13:2001 - Standard specification for zinc (hot-dip galvanized) coatings on iron and steel products

ASTM A143/ A143M-07:1974 - Standard practice for safeguarding against embrittlement of hot-dip galvanized structural
steel products and procedure for detecting embrittlement

ASTM A153/ A153M-09:2001 - Standard specification for zinc coating (hot-dip) on iron and steel hardware

ASTM A239-14:1995 - Standard practice for locating the thinnest spot in a zinc (galvanized) coating on iron and steel
articles 1,2

ASTM A394-08:2000 - Standard specification for steel transmission tower bolts zinc_coated and bare

ASTM A563-07a (2014):2000 - Standard specification for carbon and alloy steel nuts

AWS D1.1:2010:2000 - American Welding Society Standards – Structural Welding Code – Steel

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IEC 60826:1998 - Loading and strength of overhead transmission line :2003 – Design criteria of overhead transmission
lines

SAE J1397:2009:1992 - Estimated mechanical properties and machinability of steel bars

3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 Contratante: Empresa responsável pela aquisição dos suportes

3.2 Fabricante: Empresa responsável pela fabricação dos suportes e/ou dos protótipos.

3.3 Projetista: Profissional ou empresa responsável pelo projeto dos suportes e/ou pelos testes de protótipos.

3.4 Condições específicas de projeto: Documento contendo informações, dados, exigências, critérios e procedimentos
específicos do projeto a ser desenvolvido, conforme anexo B.

3.5 Cargas de projeto: Cargas que podem levar um suporte a um estado limite. Estas cargas devem ser definidas a partir
do nível de confiabilidade estrutural ou da classe de segurança que se queira para a linha de transmissão.

3.6 Hipóteses de cálculo: São os carregamentos ou árvores de carregamento montadas com as cargas de projeto e
combinadas de forma a representar situações de máxima solicitação a que um suporte possa estar submetido na linha de
transmissão.

3.7 Estados limites: Estados a partir dos quais um suporte não mais safisfaz a finalidade para a qual foi projetado.

3.8 Estado limite último: Estado correspondente à ruína de todo o suporte, ou parte do mesmo, por ruptura, deformação
plástica excessiva ou instabilidade.

3.9 Estado limite de utilização: Estado que, pela sua ocorrência, repetição ou duração, provoca efeitos ou danos
incompatíveis com as condições de uso do suporte durante sua vida útil, tais como, deslocamentos excessivos,
deformações permanentes inaceitáveis, vibrações prejudiciais, etc.

3.10 Resistência limite ou característica (Rk): Representa a capacidade de resistência de um suporte quando um ou
mais elementos atinge um estado limite último;

3.11 Fator de minoração da resistência limite (R ): É o coeficiente que minora a resistência limite Rk , de forma a se
considerar a variabilidade conjunta de todos os elementos de um suporte.

3.12 Resistência de cálculo (Rd ): Capacidade resistente de um suporte obtida a partir da resistência limite (Rk), minorada
do fator R.

3.13 Solicitação de cálculo (Sd): Esforço transmitido a um elemento do suporte devido a aplicação das cargas de projeto.

3.14 Suporte metálico treliçado: É uma estrutura metálica espacial treliçada, com capacidade de sustentação própria ou
se utilizando de cabos para estaiamento e equilíbrio, projetada com o objetivo de dar sustentação aérea de passagem ou
de ancoragem a um ou mais circuitos de transmissão de energia elétrica e de dados.

4 Abreviaturas
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes abreviaturas:

Ac = área de contato do parafuso no furo da chapa ou perfil


Ag = área bruta da seção transversal do perfil
An = área líquida da seção transversal do perfil
Ap = área da seção transversal do corpo do parafuso
Ar = área líquida da seção transversal na raiz da rosca do parafuso
As = área líquida da rosca do parafuso
CR = coeficiente de ajuste de resistência de cordoalhas
E = módulo de elasticidade longitudinal do aço
fc = tensão de compressão atuante
fb = tensão de flexão atuante
ft = tensão de tração atuante
fv = tensão de cisalhamento atuante
FC = tensão limite de compressão
FCr = tensão limite de compressão para cantoneiras
Fp = tensão limite de esmagamento
Ft = tensão limite de tração
Ftv = tensão limite de tração combinada com cisalhamento
Fu = tensão limite de ruptura
FV = tensão limite de cisalhamento
Fvt = tensão limite de cisalhamento combinada com tração
FY = tensão limite de escoamento
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H = altura total do suporte


k = coeficiente de comprimento de flambagem
L = comprimento de flambagem
r = raio de giração da cantoneira
Rd = resistência de cálculo
Rdc = resistência de cálculo à compressão
Rdp = resistência de cálculo ao esmagamento
Rdb = resistência de cálculo à flexão
Rdt = resistência de cálculo à tração
Rdv = resistência de cálculo ao cisalhamento
Rk = resistência limite ou característica
Sd = solicitação de cálculo
Sdc = solicitação de cálculo à compressão
Sdp = solicitação de cálculo ao esmagamento
Sdb = solicitação de cálculo à flexão
Sdt = solicitação de cálculo à tração
Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento
t = espessura da aba do perfil ou da chapa
w = largura plana da aba da cantoneira
W = momento resistente elástico
R = fator de minoração da resistência limite

5 Materiais
Nos itens a seguir são citadas as normas utilizadas como referência, e de uso mais frequente, para os tipos de aço
empregados no projeto e fabricação dos suportes.

5.1 Perfis e chapas

5.1.1 Características mecânicas


Os perfilados e chapas a serem utilizados na fabricação do suporte podem ser de aço carbono comum e/ou aço carbono
de alta resistência e baixa liga. As características mecânicas destes aços devem atender a :

a) Aço carbono comum: grau MR-250 (tabela 1), ou similar;

b) Aço carbono de alta resistência e baixa liga: AR-350, AR-415 (tabela 1), ou similar.

Na tabela 1 constam as principais características destes aços.

Tabela 1 – Características dos Aços

FY Fu
Classificação Denominação Tipo Espessura
daN/cm2 daN/cm2

Aço comum ABNT NBR 7007 MR-250 t  25 mm 2 500 4 000

Aço de alta AR-350 t  19 mm 3 500 4 500


resistência e ABNT NBR 7007
baixa liga AR-415 t  32 mm 4 150 5 200

5.1.2 Tipos de perfis


As disposições desta Norma aplicam-se a perfis laminados a quente. Em casos específicos, poderm ser utilizados perfis de
chapa dobrada a frio e, eventualmente, perfis soldados. Nestes casos, devem ser consultadas as normas pertinentes.

Não é permitida a utilização de barras chatas e tubos como peças estruturais de suportes metálicos treliçados.

5.1.3 Dimensões
No projeto do suporte, devem ser adotadas as seguintes espessuras mínimas:

 estruturas = 3 mm ou 1/8”;

 fundações em grelhas = 5 mm ou 3/16”;

 “stubs” = no mínimo igual à espessura do montante;

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 chapas de ligação = a espessura mínima não pode ser inferior à espessura da barra que está sendo
conectada.

5.2 Parafusos

5.2.1 Características mecânicas

5.2.1.1 Os parafusos devem atender as especificações da ABNT NBR 8855 (série métrica) ou da ASTM A394 (série em
polegadas). As características de resistência dos tipos normalmente utilizados nos suportes para linhas de transmissão são
as seguintes:
a) ABNT NBR 8855 - Classe 5.8 - galvanizado, de baixo ou médio carbono:

 Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 5 200 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento na rosca........................................ Fv = 3 810 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento no corpo........................................ Fv = 3 220 daN/cm2

b) ABNT NBR-8855 - Classe 8.8 – galvanizado, de médio carbono, com tratamento térmico:

 Tensão limite de ruptura ( diâmetro  16 mm ).......................... Fu = 8 000 daN/cm2

 Tensão limite de ruptura ( diâmetro >16 mm ).............................. Fu = 8 300 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo

( diâmetro  16 mm )................................................................... Fv = 4 960 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo

( diâmetro > 16 mm )...................................................................... Fv = 5 150 daN/cm2

c) ASTM A394 Tipo "0" - galvanizado, de baixo ou médio carbono:

 Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 5 100 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento na rosca ....................................... Fv = 3 805 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento no corpo ....................................... Fv = 3 165 daN/cm2

d) ASTM A394 Tipo "1" - galvanizado, de médio carbono com tratamento térmico:

 Tensão limite de ruptura ............................................................... Fu = 8 275 daN/cm2

 Tensão limite de cisalhamento na rosca ou corpo......................... Fv = 5 130 daN/cm2

5.2.1.2 A tensão limite de cisalhamento Fv , quando não especificada na norma correspondente, pode ser obtida a partir da
tensão limite de ruptura Fu , através da seguinte expressão:
Fv = 0,62 . Fu daN/cm2

5.2.1.3 Para cada tipo de suporte todos os parafusos de mesmo diâmetro devem ser fabricados com o mesmo tipo de aço.

5.2.2 Dimensões

5.2.2.1 É permitido empregar parafusos tanto da série métrica (M12, M14, M16, M20, M24) quanto da série em polegadas
(1/2", 5/8", 3/4", 7/8", 1").

5.2.2.2 Os parafusos devem ter cabeças hexagonais e atender às especificações da ABNT NBR 8851, com tolerância
conforme ABNT NBR 7261, para parafusos métricos, e ASME-B18.2.1, com tolerância 2A, para parafusos em polegadas.

5.2.2.3 A área da seção transversal do corpo dos parafusos (Ap ), assim como a área líquida (As ) e a área da raiz da rosca
(Ar ), para os parafusos citados, constam da tabela a seguir:

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Tabela 2 – Dimensões dos Parafusos

Diâmetro Área Líquida da Área da Raiz da


Área do Corpo p
Parafuso n Rosca Rosca
[mm] Ap [cm2] [mm]
As [cm2] Ar [cm2]

M12 12 1,131 - 1,75 0,843 0,743

M14 14 1,539 - 2,00 1,154 1,021

M16 16 2,011 - 2,00 1,567 1,410

M20 20 3,142 - 2,50 2,448 2,204

M24 24 4,524 - 3,00 3,525 3,173

1/2" 12,7 1,267 13 - 0,915 0,811

5/8" 15,9 1,979 11 - 1,458 1,302

3/4" 19,1 2,850 10 - 2,158 1,948

7/8" 22,2 3,879 9 - 2,979 2,704

1" 25,4 5,067 8 - 3,908 3,554

NOTAS

Os valores apresentados na tabela 2 foram calculados a partir das equações apresentadas a seguir:

1) Parafusos - série métrica: As = [ / 4]. [ d - 0,9382 . p ]2 . 0,01 [cm2]

2) Parafusos - série em polegadas: As = [ / 4]. [ d - (0,9743 / n )]2 . 6,4516 [cm2]

Onde:

d = diâmetro nominal do parafuso em polegadas para série em polegadas e em milímetros para série em milímetros;

n = número de filetes ou sulcos por polegada;

p = passo, em mm.

3) A área da raiz da rosca é baseada no diâmetro efetivo ou primitivo.

4) Parafusos – série métrica: Ar = [ / 4]. [ d – (1,3 . p) ]2 . 0,01 [cm2]

5) Parafusos – série em polegadas: Ar = [ / 4]. [ d - (1,3 / n )]2 . 6,4516 [cm2]

5.3 Parafusos-degrau

5.3.1 Características mecânicas


Os parafusos-degrau devem ser fabricados com aço ASTM A-394 tipo T0 ou equivalente que apresente, como mínimo, as
características mecânicas da classe SAE-1010 da SAE-J1397. Deverão ser utilizadas duas porcas e uma arruela em cada
parafuso-degrau.

5.3.2 Dimensões
Os parafusos-degrau devem atender as seguintes dimensões mínimas:

a) diâmetro do corpo = 13,8 mm;

b) diâmetro da rosca = 5/8” ou 16 mm;

c) comprimento da parte não roscada = 140 mm;

d) comprimento da rosca = 60 mm  3 mm

e) diâmetro da cabeça = 33 mm;

altura = 10 mm  2 mm.

5.4 Porcas

5.4.1 Características mecânicas

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Para cada tipo de parafuso estabelecido nas normas ABNT NBR 8855 (série métrica) ou ASTM A394 (série em
polegadas), deve corresponder uma porca de características estabelecidas nas normas ABNT NBR 10062 (série métrica)
ou ASTM A563 (série em polegadas), conforme tabela a seguir:

Tabela 3 – Correspondência entre Normas de Parafusos e Porcas

Parafusos Porcas

ABNT NBR 8855 Classe 5.8 ABNT NBR 10062 Classe 5

ABNT NBR 8855 Classe 8.8 ABNT NBR 10062 Classe 8

ASTM A394 Tipo"0" ASTM A563 grau A

ASTM A394 Tipo “1” ASTM A563 grau DH

5.4.2 Dimensões
As porcas devem ser hexagonais e atender às especificações das normas ABNT NBR 8852 (série métrica) ou ASME
B18.2.2 (série em polegadas).

5.5 Arruelas

5.5.1 Características mecânicas


As arruelas devem ser de aço e atender às especificações da Norma ABNT NBR-9983.

5.5.2 Dimensões
As arruelas devem atender as especificações da ABNT NBR 5871 (série métrica) ou ASME B18.22.1 "type B - NARROW"
(série em polegadas), podendo ser redondas ou quadradas e com as seguintes dimensões e tolerâncias:

Tabela 4 – Dimensões das Arruelas

Diâmetro ou lado da arruela Diâmetro do furo


Parafuso
mm mm

M12 23,5 13,5

M14 27,5 15,5

M16 29,5 17,5

M20 36,5 22,0

M24 43,5 26,0

1/2" 25,4 14,3

5/8" 32,0 17,5

3/4" 35,2 20,7

7/8" 37,6 23,8

1" 44,7 27,0

As arruelas devem ter espessura nominal mínima de 3 mm e máxima de 6,4 mm, com tolerância de  0,4 mm. Devem ser
utilizadas, no máximo, duas espessuras distintas de arruelas por tipo de suporte.

5.6 Calços

5.6.1 As características mecânicas do material a ser utilizado nos calços devem atender, como mínimas, as especificações
da Norma ABNT NBR 9983.

5.6.2 É recomendável a utilização de calços quando a relação entre a espessura a ser compensada e a distância entre os
pontos de ligação em questão for maior do que 3/1 000. Em uma mesma ligação, os calços devem ser sempre utilizados
para compensar eventuais diferenças de planos (ver anexo E).

5.6.3 A espessura do calço ou da somatória dos mesmos deve ser compatível com o espaço a ser preenchido.

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5.7 Contra-porcas tipo palnut ou arruelas de pressão


O material de fabricação das contra-porcas tipo Palnut deve atender as especificações do aço classe SAE-1010/1020 da
SAE-J1397. Para as arruelas de pressão o material deve atender as especificações dos aços classe SAE-1055/1065 da
SAE-J1397.

5.8 Cordoalhas e ferragens para suportes estaiados

5.8.1 As cordoalhas dos estais, bem como as demais cordoalhas de armação dos suportes estaiados (por ex.: “cross-
rope”, “chaînette”), devem ser de aço EHS galvanizado e atender a norma ABNT NBR 5909. As características mecânicas
mínimas devem ser conforme a tabela a seguir:

Tabela 5 – Características Mecânicas das Cordoalhas de Estais e Armações

Número Carga de Ruptura Mínima (Ru)


Diâmetro Nominal
de Fios em daN

12,7 mm (1/2") 19 12.750

14,3 mm (9/16") 19 16.670

15,9 mm (5/8") 19 20.600

17,5 mm (11/16") 19 25.500

19,1 mm (3/4") 37 28.440

20,6 mm (13/16") 37 35.300

22,2 mm (7/8") 37 39.230

25,4 mm (1") 37 49.030

28,6 mm (1 1/8") 37 58.840

31,8 mm (1 1/4") 37 85.800

35,0 mm (1 3/8”) 37 101.000

5.8.2 As ferragens dos estais e das cordoalhas de armação dos suportes estaiados deverm ser de aço galvanizado com
carga de ruptura mínima igual ou superior a da cordoalha de aço correspondente. Quando utilizadas ferragens do tipo
“vari-grip”, a cunha de fixação do estai deve ser de alumínio.

5.8.3 As conexões das cordoalhas com o suporte e com as hastes âncoras devem ser feitas, preferencialmente, com
preformados tipo “big-grip” ou “vari-grip”.

5.8.4 No caso de utilização de ferragens preformadas, o sentido de encordoamento da última camada de fios da cordoalha
deve ser o mesmo do preformado da ferragem de conexão.

6 Projeto estrutural

6.1 Recomendações básicas


O Projetista deve procurar, sem deixar de atender as exigências contidas nas condições específicas de projeto, otimizar o
projeto do suporte, estudando a melhor solução para os seguintes pontos:

a) inclinação dos montantes;

b) abertura da base do suporte considerando o conjunto suporte-fundação;

c) inclinação dos mastros e dos estais;

d) bitolas dos elementos, dimensionando e escolhendo bitolas comerciais sem folgas não justificadas;

e) garantia de qualidade na montagem (evitar que peças de bitolas diferentes tenham perfuração coincidente em
mais de uma posição de montagem no mesmo suporte);

f) facilidades de fabricação, transporte, estocagem e montagem. Dentro destes objetivos, o Projetista deve, sempre
que possível, e desde que não cause um significativo aumento de peso, preocupar-se em:

 limitar o comprimento máximo das peças, bem como configurar treliçamento, ligações e emendas que viabilizem
e facilitem a montagem manual das peças. Eventualmente, peças auxiliares de montagem podem ser utilizadas;

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 reduzir, sempre que possível, a quantidade de peças diferentes para cada tipo de suporte, principalmente
quando se trata de peças que representam quantidades muito pequenas e/ou que correspondam a um
insignificante aumento de peso; para os mastros de suportes estaiados é recomendável que seja utilizado o
maior número possível de peças idênticas, especialmente as suas diagonais;

 minimizar a variação de comprimento dos parafusos;

 prever os necessários recortes nos extremos das cantoneiras, admitindo-se que na montagem dos suportes as
porcas e os parafusos são apertados unicamente com chaves manuais;

 que os comprimentos dos cortes de pontas de abas de cantoneiras sejam os menores possíveis, apenas o
necessário para desobstruir o ponto de ligação.

6.1.1 Geometria dos suportes

6.1.1.1 Os suportes autoportantes podem ter base quadrada ou retangular, observando-se o indicado nas condições
específicas de projeto. Na determinação da abertura do suporte, notadamente no caso de base retangular, deve ser
observado que as dimensões do retângulo da base, quando for o caso, devem ser escolhidas de modo que os esforços
nas barras principais (montantes), oriundos das hipóteses de cargas transversais, sejam da mesma ordem de grandeza
que os esforços decorrentes das hipóteses de cargas longitudinais.

6.1.1.2 As inclinações dos estais dos suportes estaiados devem ser mantidas para qualquer altura do suporte.

6.1.1.3 Suportes estaiados bastante flexíveis (por ex.: “chaînette”, “cross-rope”) requerem que as distâncias elétricas sejam
verificadas com o suporte com sua geometria deformada, devido a atuação dos carregamentos.

6.1.1.4 O projeto de um suporte deve apresentar uma silhueta onde, além de conter todas as informações recomendadas
no desenho de silhueta básica dos suportes (ver anexo B), deve apresentar também todas as dimensões principais do
suporte, a composição de extensões e pernas, a identificação das barras, o desenho esquemático das grelhas e stubs, o
ângulo de inclinação e o diâmetro dos estais e a posição dos condutores para a cadeia em repouso e em balanço.

6.1.2 Extensões e pernas


As extensões e as pernas para cada tipo de suporte devem ser projetadas atendendo ao seguinte:

a) As exigências contidas nas condições específicas de projeto;

b) As pernas devem ser intercambiáveis, ou seja, sua montagem deve ser possível tanto no tronco básico quanto
nas extensões. As pernas devem ter configuração única, podendo cada perna ser montada em qualquer das
quatro posições;

c) A altura de cada extensão do corpo do suporte deve ser tal que garanta a montagem do suporte com toda a
variação de alturas previstas na silhueta básica;

d) As diferentes alturas dos suportes estaiados são obtidas variando-se as extensões, ou combinações de
extensões, na porção central dos mastros, permanecendo, portanto, seus extremos idênticos em qualquer
combinação de altura do suporte;

e) As extensões do mastro de um mesmo suporte estaiado devem apresentar conexões idênticas e devem ser
projetadas de modo a serem montadas em qualquer sequência na composição das alturas do suporte.

6.1.3 Ângulo mínimo entre duas barras


Nos suportes metálicos treliçados, o ângulo entre duas barras concorrentes não deve ser inferior a 13 graus.

6.1.4 Rigidez do suporte


Para garantir a rigidez e a estabilidade adequada, o projetista deve considerar o seguinte:

a) Diafragmas horizontais devem, necessariamente, ser colocados na junção das pernas com o corpo ou extensão,
na junção do tronco inferior com a parte superior (cintura), bem como no plano horizontal de junção da parte
inferior dos braços com o corpo do suporte e no interior dos mastros dos suportes estaiados;

b) Verificar a necessidade de diafragmas de contraventamento horizontal interno em outros níveis do suporte, como
na seção de ligação da extensão com o tronco básico, particularmente quando se trata de troncos ou extensões
de grandes dimensões. Recomenda-se a distância vertical máxima de 20 m entre dois diafragmas consecutivos
para se evitar que os painéis das faces tornem-se muito flexíveis sob a ação do vento;

c) As pernas dos suportes podem receber um contraventamento interno, interligando faces adjacentes, visando
reduzir a esbeltez das barras ou do próprio conjunto;

d) A colocação de diafragmas deve ainda ser tal que garanta a estabilidade do suporte durante todo o processo de
montagem.

9
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6.2 Metodologia de análise

6.2.1 Método dos estados limites


O dimensionamento estrutural deve ser realizado mediante a aplicação da metodologia dos estados limites. Portanto, os
suportes são verificados tanto para condições definidas para estados limites últimos quanto para estados limites de
utilização.

6.2.1.1 Estados limites últimos


Para os estados limites últimos, o suporte deve ser dimensionado para resistir às solicitações causadas pelas cargas de
projeto atuantes. Nestas condições, a seguinte equação deve ser satisfeita:

Sd  Rd

Onde:

 Sd representa as solicitações de cálculo (tração, compressão, flexão, cisalhamento, esmagamento) atuantes nos
diferentes elementos do suporte, obtidas através da análise estrutural quando submetido aos carregamentos
especificados.

 Rd representa a resistência de cálculo do suporte (tração, compressão, flexão, cisalhamento, esmagamento),


obtida através da aplicação do fator de resistência R sobre a resistência limite Rk de cada elemento estrutural,
conforme segue:

Rd = R . Rk

 Rk representa a resistência limite do suporte, obtida em função da tensão característica (escoamento, ruptura,
cisalhamento, esmagamento) ou da flambagem das barras críticas do suporte.

 R é o fator de resistência que minora a resistência limite do suporte ou dos seus elementos, para a obtenção da
resistência de cálculo do mesmo. Valores de R estão especificados em 6.2.1.3.

6.2.1.2 Estados limites de utilização


Os suportes devem ser dimensionados ou verificados para satisfazer às condições específicas dos estados limites de
utilização, devendo, além de resistir às cargas aplicadas, apresentar desempenho satisfatório durante a vida útil da LT,
sem danos ou defeitos que possam comprometer o seu desempenho, durabilidade ou impacto visual. Desta forma, a
verificação dos suportes quanto a deformações permanentes é uma condição considerada necessária. Em 6.2.1.4
encontra-se especificado o limite de deformação a ser observado neste caso.

6.2.1.3 Fator de minoração da resistência limite R


Para dimensionamento ou verificação dos diferentes elementos de suportes com configuração geométrica usual, para os
estados limites últimos, devem ser utilizados os seguintes fatores de minoração da resistência limite (ou característica):

a) Para suporte projetado e testado através de protótipo conforme ABNT NBR 8842: R = 0,93;

b) Para suporte projetado sem teste de protótipo: R = 0,90 para suportes de suspensão;

R = 0,85 para suportes de ancoragem, de travessias e especiais.


NOTAS

1 Conforme a norma IEC 60826 o fator de minoração da resistência limite é dado pela expressão:

R = N . S . Q . C

Onde:

N = fator de resistência devido ao número de componentes sujeitos ao carregamento de máxima intensidade;

S = fator de resistência devido à coordenação de resistência;

Q = fator de resistência devido à qualidade de fabricação e montagem;

C = fator de resistência relacionado à resistência característica Rk.

No valor de R recomendado, já estão considerados os valores parciais dos fatores N , S , Q e C . SUGERIDO


RETIRAR

2 O valor de R foi estabelecido a partir de estudos realizados em ensaios de protótipos de suportes metálicos treliçados
testados no Brasil. Os estudos mencionados estão reportados no artigo relacionado no Anexo F – seção 24, destacando-se
que a resistência dos suportes segue uma distribuição lognormal com resistência média (Rm) obtida para os suportes testados
de 104,6%, tendo como referência a resistência Rk da(s) barra(s) crítica(s) normalizada em 100% e o coeficiente de variação
da resistência CV encontrado de 8,9%. Este valor de R considera um limite de exclusão de 10%.

10
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3 São condições mínimas que permitem enquadrar um suporte na categoria especial:

 Ser um projeto individualizado, atendendo condições específicas de relevo, de clima, de vento;

 Estar associado a um importante sistema de transmissão, não se aceitando a possibilidade de falha;

 Ter silhueta com dimensões incompatíveis com as possibilidades de ensaio em estações de testes convencionais.

6.2.1.4 Limite de deformação

6.2.1.4.1 A deformação transversal ou longitudinal de um suporte submetido a carregamento permanente, definido como
um estado limite de utilização, não deve ser superior a H/100, onde H é a altura total do suporte.

6.2.1.4.2 O carregamento permanente é geralmente aquele oriundo da condição EDS. Nesta condição, além do peso
próprio do suporte e dos cabos, devem ser considerados a componente transversal dos cabos em suportes utilizados em
deflexões, desequilíbrios longitudinais em suportes de ancoragem e eventuais desequilíbrios verticais.

6.2.1.4.3 Esta análise de deformação não se aplica aos cabos da armação dos suportes tipos “chainette” e “cross-rope”.

6.2.2 Carregamentos de projeto


As hipóteses de cálculo para estados limites últimos e estados limites de utilização são aquelas determinadas nas
condições específicas de projeto.

6.2.3 Análise estrutural

6.2.3.1 Análise estática

6.2.3.1.1 Em geral, para o cálculo das deformações do suporte, bem como para o cálculo das solicitações Sd atuantes nas
barras do mesmo, uma análise estática que leve em consideração a rigidez das barras e possíveis combinações de
extensões e assimetria de pernas é suficiente.

6.2.3.1.2 Há casos, entretanto, em que uma análise não-linear é necessária ou recomendável.

6.2.3.1.3 Uma análise não-linear geométrica é necessária em suportes flexíveis, com grandes deformações, ou quando
quaisquer efeitos de 2a ordem possam, de alguma forma, causar a instabilidade do suporte. Este é o caso, por exemplo,
dos suportes estaiados e do tipo “trusspole”.

6.2.3.1.4 Uma análise não-linear física (plástica) é recomendável nos casos em que se queira a otimização através da
redistribuição de esforços, o que só é possível quando o material apresentar suficiente ductilidade.

6.2.3.2 Análise dinâmica


Uma análise dinâmica torna-se necessária para suportes não usuais, muito esbeltos, cuja frequência natural seja menor
que 2 Hz. Não se recomendam os suportes com frequência natural inferior a 1 Hz.

6.2.3.3 Solicitações nas barras


As solicitações em cada elemento do suporte devem ser calculadas para todas as hipóteses de cálculo com o objetivo de
se obter os valores críticos de tração e/ou compressão para cada barra ou conjunto de barras iguais.

6.2.3.4 Solicitações nas fundações


As solicitações no topo das fundações (interseção entre as linhas de trabalho do montante e das diagonais das pernas)
devem ser calculadas para todas as hipóteses de cálculo para estados limites últimos, tendo em conta as combinações de
extensões e pernas mais críticas., e seus valores máximos devem ser apresentados Devem ser apresentados os valores
máximos das solicitações considerando os eixos globais do suporte e os eixos locais dos montantes (eixos horizontais
transversal e longitudinal e o eixo na direção do montante).

6.3 Dimensionamento

6.3.1 Dimensionamento de barras comprimidas

6.3.1.1 Verificação à compressão


A solicitação de cálculo Sdc atuando em uma barra deve ser menor ou igual à resistência de cálculo Rdc desta barra, ou
seja:

Sdc  Rdc

Com:

Rdc = R . FC . Ag

Onde:

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;

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Ag = área bruta da seção transversal do perfil em centímetros quadrados (cm2),

FC = tensão limite de compressão em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), especificado em 6.3.1.2.

6.3.1.2 Tensão limite de compressão


A tensão limite de compressão FC atuando na área bruta da seção transversal das barras submetidas a um carregamento
axial de compressão deve ser:

 2
 1  kL/r  
Fc  1    F Se k.L/r  Cc
 2  Cc   y
 

 2E
Fc  Se k.L/r  Cc
kL/r2
Com:

Cc =  (2E / FY)1/2

Onde:

FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),

E = módulo de elasticidade longitudinal em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), (valor de
referência: 2,0  106 daN/cm2);

k.L/r = esbeltez efetiva, especificada em 6.3.1.4;

6.3.1.3 Tensão limite de compressão para cantoneiras (Fcr )


A tensão limite de compressão para cantoneiras (Fcr) depende da compacidade (w/t) das mesmas (flambagem local).
w
a

R
tR

Figura 1 – Dimensões da cantoneira

Onde:

a = largura da aba;

t = espessura da cantoneira;

R = raio de laminação;

w = (a – t – R ) = largura plana da aba;

Neste caso, nas fórmulas de Fc e Cc da tensão limite de compressão de 6.3.1.2 o valor de FY deve ser substituido por Fcr
conforme segue abaixo, sendo que w/t não deve exceder a 25:

Se w / t  (w / t)lim Fcr = FY (cantoneiras compactas)

Se (w / t)lim  w / t  0,846 ( E/FY )1/2 Fcr = [1,677-(0,677 (w / t) / (w / t)lim)] FY

Se w / t  0,846 (E/FY)1/2 Fcr = 0,3276 . E / (w / t)2

Onde:

(w / t)lim = 0,470 (E/FY)1/2

6.3.1.4 Esbeltez efetiva

6.3.1.4.1 A esbeltez efetiva (k.L/r) é a relação entre o comprimento de flambagem L e o raio de giração r, multiplicado pelo
coeficiente de comprimento efetivo k. Para o cálculo da esbeltez efetiva devem ser observadas as condições de aplicação
das cargas (excêntrica e concêntrica) e as condições de extremidade da barra, como segue:

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6.3.1.4.2 Esbeltez efetiva de montantes aparafusados em ambas as abas (ver anexos C e D).
Se 0  L/r  150 k.L/r = L/r

6.3.1.4.3 Esbeltez efetiva de demais barras comprimidas (ver anexos C e D).


- Barras com cargas concêntricas em ambas as extremidades.
Se 0  L/r  120 k.L/r = L/r (Eq. 1)

- Barras com carga concêntrica em uma extremidade e excêntrica na outra.

Se 0  L/r  120 k.L/r = 30 + (0,75 L/r) (Eq. 2)

- Barras com cargas excêntricas em ambas as extremidades.

Se 0  L/r  120 k.L/r = 60 + (0,5 L/r) (Eq. 3)

- Barras sem restrição parcial à rotação em ambas as extremidades.


Se 120  L/r  200 k.L/r = L/r (Eq. 4)

- Barras com restrição parcial à rotação em uma das extremidades.

Se 120  L/r  225 k.L/r = 28,6 + (0,762 L/r) (Eq. 5)

- Barras com restrição parcial à rotação em ambas as extremidades.

Se 120  L/r  250 k.L/r = 46,2 + (0,615 L/r) (Eq. 6)

6.3.1.5 Esbeltez limite


A esbeltez efetiva definida em 6.3.1.4 não deve exceder aos seguintes valores:

Montantes: k.L/r  150

Outras barras comprimidas: k.L/r  200

6.3.1.6 Perfis compostos comprimidos


Na formação de perfis compostos deve-se evitar que cada perfil isolado flambe antes do perfil como um todo. Perfis
compostos solicitados à compressão devem satisfazer às seguintes condições:

a) Os perfis compostos devem atender aos mesmos limites de esbeltez efetiva definidos em 6.3.1.5.

b) A esbeltez efetiva de cada elemento do perfil composto deve atender:


k1.L1/r1 (Perfil isolado)  (3/4) . k2.L2/r2 (Perfil composto)

Onde:

L2 = comprimento de flambagem do perfil composto;

r2 = raio de giração do perfil composto;

L1 = comprimento livre do perfil isolado, como indicado na figura a seguir;

r1 = raio de giração mínimo do perfil isolado.

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Figura 2 – Perfis compostos

c) Na formação de perfis compostos com cantoneiras de abas maiores ou iguais a 100 mm, as fixações entre as
cantoneiras devem ser feitas com, no mínimo, dois parafusos em cada ponto.

6.3.2 Dimensionamento de barras tracionadas

6.3.2.1 Verificação à tração

6.3.2.1.1 A solicitação de cálculo Sdt, atuando em uma barra, deve ser menor ou igual a resistência de cálculo Rdt desta
barra, ou seja:
Sdt  Rdt

Com:

Rdt = R . An .Ft

Onde:

R. = fator de minoração da resistência limite, conforme 6.2.1.3;


An = área líquida da seção transversal, calculada conforme 6.3.2.2;

Ft = tensão limite de tração em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), conforme especificado a seguir.

6.3.2.1.2 Para solicitação à tração atuando concentricamente na barra:


Ft = FY

6.3.2.1.3 Para solicitação à tração em cantoneiras conectadas somente por uma aba:
Ft = 0,9 . FY

Onde:

FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),

NOTA Para cantoneiras de abas desiguais conectadas na menor aba, deve ser considerada a aba não conectada com a mesma largura
da aba menor.

6.3.2.2 Área líquida de barras tracionadas


A área líquida de barras tracionadas deve ser calculada através da seguinte expressão:

An = Ag - (n . df . t) + [  (s2 / (4 . g))] . t

Onde:

Ag = área bruta da seção transversal do perfil em centímetros quadrados (cm2);


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n = quantidade de furos

df = diâmetro do furo = dp + 0,3 cm em centímetros

dp = diâmetro nominal do parafuso em centímetros (cm);

s = distâncias entre furos na direção paralela ao esforço em centímetros (cm);

g = distâncias entre furos na direção perpendicular ao esforço em centímetros (cm);

t = espessura do perfil da barra tracionada em centímetros (cm).

Sdt
g

Figura 3 – Distâncias entre Furos

6.3.2.3 Esbeltez limite


A esbeltez não deve exceder aos seguintes valores:

a) Para barras sempre tracionadas: L/r  375;

b) Para barras tracionadas que podem ficar sem solicitação de tração sob certas condições de carregamento: L/r 
250.

6.3.2.4 Perfis compostos tracionados


Perfis compostos solicitados à tração devem satisfazer às seguintes condições:

a) Os perfis compostos devem atender aos mesmos limites de esbeltez definidos em 6.3.2.3;

b) A esbeltez de cada elemento do perfil composto deve atender:


L1/r1 (Perfil isolado)  300

L1/r1 (Perfil isolado)  L2/r2 (Perfil composto)

c) Na formação de perfis compostos com cantoneiras de abas maiores ou iguais a 100 mm, as fixações entre as
cantoneiras devem ser feitas com, no mínimo, dois parafusos em cada ponto.

6.3.3 Barras sem esforços calculados


As barras sem esforços calculados na análise estrutural devem atender a 6.3.3.1 a 6.3.3.3.

6.3.3.1 Esbeltez efetiva


Para o cálculo da esbeltez efetiva devem ser observadas as seguintes condições:

a) Barras sem restrição parcial à rotação em ambas as extremidades

Se 0  L/r  120 k.L/r = L/r

Se 120  L/r  250 k.L/r = L/r

b) Barras com restrição parcial à rotação em uma das extremidades.

Se 0  L/r  120 k.L/r = L/r

Se 120  L/r  290 k.L/r = 28,6 + (0,762 L/r)

c) Barras com restrição parcial à rotação em ambas as extremidades.

Se 0  L/r  120 k.L/r = L/r

Se 120  L/r  330 k.L/r = 46,2 + (0,615 L/r)

6.3.3.2 Esbeltez limite


k.L/r  250
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6.3.3.3 Resistência da barra


As barras de contraventamento devem ter uma resistência de cálculo à compressão Rdc para suportar no mínimo 2,5% da
máxima solicitação de cálculo Sdc atuante na barra principal contraventada, independentemente da inclinação e do número
de barras de contraventamento que chegam no mesmo ponto. O seu dimensionamento segue o disposto em 6.3.1. porém
utilizando as curvas de flambagem de 6.3.3.1.

6.3.4 Dimensionamento de barras flexo-comprimidas


Excetuando-se as barras em perfil cantoneira, onde as excentricidades das cargas axiais estão consideradas através da
redução da esbeltez efetiva conforme 6.3.1.4, outras barras solicitadas à flexo-compressão devem atender à seguinte
expressão:

S dc S dMx 1 S dMy 1
 .  .  1
Rdc RdMx (1  S dc / Pex ) RdMy (1  S dc / Pey )
Onde:

Sdc = solicitação de cálculo à compressão em decanewtons (daN);

SdMx e SdMy = solicitações de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);

Rdc = resistência de cálculo à compressão, conforme item 6.3.1.1, em decanewtons (daN);

RdMx e RdMy = resistências de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);

RdMx = R . FY . Wx e RdMy = R . FY . Wy;

Pex = 2 . E . Ix / (Kx . Lx )2 [daN];

Pey = 2 . E . Iy / (KY . LY )2 [daN ];

E = módulo de elasticidade longitudinal em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2), (valor de referência:
2,0  106 daN/cm2);

Ix e Iy = momentos de inércia em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros a quarta (cm4);

Kx e Ky = coeficientes correspondentes ao modo de flambagem da barra em relação aos eixos x e y,


respectivamente;

Lx e LY = comprimentos de flambagem em relação aos eixos x e y, em centímetros (cm);

R = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;


FY = tensão de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN / cm2);

Wx e Wy = módulos de resistência elásticos em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros


cúbicos (cm3).

Sendo os eixos x e y os eixos centrais de inércia.

6.3.5 Dimensionamento de barras flexo-tracionadas


Excetuando-se as barras em perfil cantoneira, onde as excentricidades das cargas axiais estão consideradas através da
redução da tensão limite de tração, conforme 6.3.2.1, outras barras sujeitas a tração axial e flexão devem atender a
seguinte condição:
(Sdt / Rdt ) + (SdMx / RdMx) + (SdMy / RdMy)  1

Onde:

Sdt = solicitação de cálculo à tração axial em decanewtons (daN);

Rdt = R . FY . An = resistência de cálculo à tração axial em decanewtons (daN);


SdMx e SdMy = solicitações de cálculo à flexão atuante em relação aos eixos x e y, respectivamente, em
decanewtons vezes centímetro (daN.cm);
RdMx e RdMy = resistências de cálculo à flexão em relação aos eixos x e y, em decanewtons vezes centímetro
(daN.cm);

RdMx = R . FY. Wx e RdMy = R . FY. Wy ;

R = fator de minoração da resistência limite especificado no item 6.2.1.3;

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FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);

An = área líquida, calculada conforme definido no item 6.3.2.2, em centímetros quadrados (cm2);

Wx e Wy = módulos de resistência elásticos em relação aos eixos x e y, respectivamente, em centímetros


cúbicos (cm3).

Sendo os eixos x e y os eixos centrais de inércia.

6.3.6 Dimensionamento das cordoalhas e ferragens para suportes estaiados

6.3.6.1 Estais e cordoalhas de armação


A solicitação de cálculo Sdt em um estai ou cordoalha de armação deve ser menor ou igual a resistência de cálculo Rdt
deste elemento. Isto é:

Sdt  Rdt

Com:

Rdt = R . CR .Ru

Onde:

R. = fator de minoração da resistência limite, conforme 6.2.1.3;


CR = coeficiente de ajuste de resistência de cordoalhas. Quando não estipulado nas condições específicas de
projeto, o valor deste coeficiente é tomado igual a 0,75, de forma que os fios da cordoalha não atinjam o
escoamento;

Ru = resistência última da cordoalha de aço galvanizado, correspondente ao valor da carga de ruptura indicado na
tabela em 5.8.1.

6.3.6.2 Tensionamento inicial dos estais


Para suportes de suspensão rotulados na base, quando não estipulado nas condições específicas de projeto, a carga
inicial de tensionamento dos estais deve ser de 10% da carga de ruptura das cordoalhas. O Projetista deve prever uma
tolerância de  10% do valor da tensão inicial para efeito das operações de montagem.

6.3.6.3 Ferragens
As ferragens dos estais e das cordoalhas de armação dos suportes estaiados devem ter carga de ruptura igual ou superior
a da cordoalha a que estão conectadas.

6.3.7 Dimensionamento de ligações

6.3.7.1 Diretrizes gerais

6.3.7.1.1 Devem ser utilizados, no máximo, dois diferentes diâmetros de parafusos por suporte.

6.3.7.1.2 O diâmetro mínimo dos parafusos, tanto para o suporte quanto para as suas fundações, deve ser M12 ou 1/2",
caso não seja especificado outro diâmetro mínimo nas condições específicas de projeto.

6.3.7.1.3 O parafuso deve ter comprimento tal que a solicitação ao cisalhamento seja no corpo, e não na rosca.

6.3.7.1.4 No caso de parafuso-degrau, a área a ser considerada para a solicitação ao cisalhamento deve ser a da seção da
rosca.

6.3.7.2 Distâncias mínimas entre furos e entre furo e borda


Todas as ligações das barras do suporte devem ser aparafusadas. Ligações soldadas, quando imprescindíveis, devem ter
tratamento específico conforme indicado em 7 . De um modo geral, as diagonais devem ser aparafusadas diretamente nos
montantes e/ou entre si, reduzindo-se o emprego de chapas de ligação ao mínimo possível. No projeto das ligações deve
ser observado o seguinte:

a) A distância mínima entre furos deve atender às seguintes condições:

1 a) s  [(1,2 p) / (Fu . t)] + 0,6 d

Onde:

s = distância mínima em milímetros (mm);

Fu = tensão limite de ruptura à tração da chapa ou do parafuso em decanewtons por milímetro quadrado
(daN/mm2);

t = espessura da aba do perfil ou da chapa em milímetros (mm);

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d = diâmetro nominal do parafuso em milímetros (mm);

p = força máxima transmitida pelo parafuso em decanewtons (daN).

2 a) s  diâmetro da porca + 9,5mm (ou + 3/8" para série em polegadas), (recomendação para montagem).

Os diâmetros máximos das porcas, conforme ABNT NBR-8852 (série métrica) e ASME-B18.2.2 (série em
polegadas), são os seguintes:
Tabela 6 – Diâmetros Máximos das Porcas

Parafuso (Série Diâmetro da Parafuso (Série Diâmetro da


Métrica) Porca [mm] em polegadas) Porca [mm]

M12 19,9 1/2” 22,0

M14 22,8 5/8” 27,5

M16 26,2 3/4” 33,0

M20 33,0 7/8” 38,5

M24 39,6 1” 44,0

b) A distância mínima do furo à borda, na direção do esforço ou inclinada, deve atender as seguintes condições:

1a) Barras carregadas

e  (1,2 . p) /(Fu . t)

e  1,3 . d

e  t + (d / 2) (só para furos puncionados)

2a) Barras redundantes

e  1,2 . d

e  t + (d / 2) (só para furos puncionados)

Onde:

e = distância mínima em milímetros (mm);

Fu = menor tensão limite de ruptura entre as partes conectadas em decanewtons por milímetro
quadrado (daN/mm2);

t = espessura mínima da ligação em milímetros (mm);

d = diâmetro nominal do parafuso em milímetros (mm);

p = força máxima transmitida pelo parafuso em decanewtons (daN).

c) A distância mínima do furo à borda, na direção perpendicular ao esforço, deve atender às seguintes condições:

1 a) f  0,85 . e (perfis laminados)

2 a) f  (0,85 . e) + 1,588 mm (chapas).

Onde:

f = distância mínima em milímetros (mm).

NOTA: As tabelas A.1 e A.2 do Anexo A apresentam as distâncias mínimas de barras carregadas para tensões de esmagamento
correspondentes a 1,083.Fu , 1,25.Fu e 1,50.Fu. Estas distâncias foram calculadas considerando-se tolerâncias de laminação conforme
ASTM-A6/A6M e tolerâncias de fabricação conforme Figura A.1 do Anexo A. Para outros valores da tensão de esmagamento, outras
tolerâncias de fabricação e para barras redundantes, devem ser utilizadas as fórmulas do item anterior para cálculo das distâncias
mínimas.

6.3.7.3 Verificação ao cisalhamento


A solicitação de cálculo Sdv que provoca esforço de cisalhamento nos parafusos de uma ligação deve ser menor ou igual à
resistência de cálculo Rdv , ou seja:

Sdv  Rdv

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Com:

Rdv = R . FV . ( A . m)

Onde:

R = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;


FV = tensão limite de cisalhamento do parafuso, conforme item 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);

A = área da seção do corpo Ap ou da raiz da rosca Ar de cada parafuso da ligação em centímetros quadrados
(cm2), conforme seja a localização do plano de cisalhamento; estas áreas são obtidas da tabela do item 5.2.2.3;

m = 1 ou 2, conforme seja o número de seções resistentes ao cisalhamento em cada parafuso.

6.3.7.4 Verificação à tração


A solicitação de cálculo Sdt que provoca tração nos parafusos de uma ligação deve ser menor ou igual à resistência de
cálculo Rdt , isto é:

Sdt  Rdt

Com:

Rdt = R . 0,6 . Fu . As ;

Onde:

R = fator de minoração da resitência limite, especificado em 6.2.1.3;


Fu = tensão limite de ruptura do parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), especificado em
5.2.1;

As = área líquida da rosca em centímetros quadrados (cm2), especificado em 5.2.2.3.

6.3.7.5 Verificação ao cisalhamento e tração combinados

6.3.7.5.1 A resistência de cálculo ao cisalhamento em função da tensão de tração atuante, quando houver esforços de
cisalhamento e tração combinados no parafuso a resistência de cálculo Rdv para verificação ao cisalhamento conforme
6.3.7.3, deve ser calculada como segue:
Rdv = R . Fvt (  A . m )

Com:

Fvt = FV [ 1 - ( ft / (0,60 . Fu ))2 ] ½

ft = Sdt /  A

Onde:

R = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;


Fvt = tensão limite de cisalhamento combinada com tração em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);

FV = tensão limite de cisalhamento do parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), conforme
item 5.2.1;

ft = tensão de tração atuante no parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);

A = área da seção do corpo Ap ou área líquida da rosca As , de cada parafuso, em centímetros quadrados (cm2),
sendo as áreas obtidas da tabela do item 5.2.2.3;
Fu = tensão limite de ruptura do parafuso, definido no item 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);

m = 1 ou 2, conforme seja o número de seções resistentes ao cisalhamento em cada parafuso.

NOTA: A verificação para cisalhamento e tração combinados deve ser para uma mesma seção do parafuso. Salvo casos especiais, esta
verificação é feita normalmente na seção do corpo dos parafusos.

6.3.7.5.2 Para o caso da tração corresponder ao torque máximo de aperto dos parafusos, conforme 6.3.7.7, e de se tratar
de parafusos ABNT NBR 8855 (série métrica) e ASTM A394 (série em polegadas) , Fvt assume os seguintes valores:

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Tabela 7 – Valores de Fvt para tração correspondente ao torque máximo do parafuso

ft Fvt
Parafuso Seção
(torque máx.) [daN/cm2]

ABNT NBR-8855 Classe 5.8 e corpo 0,34 Fu 2607

ASTM A394 Tipo “0” rosca 0,45 Fu 2528

ABNT NBR-8855 Classe 8.8 e corpo 0,21 Fu 4806

ASTM A394 Tipo “1” rosca 0,28 Fu 4553

6.3.7.5.3 A resistência de cálculo à tração em função da tensão de cisalhamento atuante, quando houver esforços de
tração e cisalhamento combinados no parafuso a resistência de cálculo Rdt para verificação à tração conforme 6.3.2.1.1,
deve ser calculada como segue:
Rdt = R . Ftv (A)

Com:

Ftv = 0,60 . Fu [ 1 - ( fV / FV)2 ] ½

fV = Sdv / A

Onde:

R = fator de minoração da resistência limite, especificado no item 6.2.1.3;


Ftv = tensão limite de tração combinada com cisalhamento em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);
Fu = tensão limite de ruptura do parafuso, definido em 5.2.1, em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2);

fV = tensão de cisalhamento atuante no parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);

FV = tensão limite de cisalhamento do parafuso em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), conforme
item 5.2.1;

A = área da seção do corpo Ap ou da raiz da rosca Ar de cada parafuso, em centímetros quadrados (cm2), sendo
as áreas obtidas da tabela do item 5.2.2.3.

6.3.7.6 Verificação ao esmagamento


A solicitação de cálculo Sdp que provoca esmagamento na área de contato dos parafusos com as chapas ou perfis deve
ser menor ou igual à resistência de cálculo ao esmagamento Rdp , ou seja:

Sdp  Rdp

Com:

Rdp = R . ( Fp . Ac )

Onde:

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;


Fp = tensão limite de esmagamento, em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm 2), variável entre os limites
de 1,083.Fu e 1,50.Fu, conforme sejam as distâncias dos furos às bordas e distâncias entre furos. Em 6.3.7.2 estão
especificadas as expressões para cálculo destas distâncias, enquanto que nas Tabelas A.1 e A.2, do Anexo A,
encontram-se calculados os valores das distâncias em função de alguns valores definidos de Fp (1,083 Fu , 1,25 Fu
e 1,50 Fu );
Fu = tensão limite de ruptura do aço de menor resistência em contato em decanewtons por centímetro quadrado
(daN/cm2);

Ac = área de contato do parafuso com a chapa ou perfil, obtida para cada um dos parafusos pela expressão:

Ac = d . t

d = diâmetro nominal do parafuso em centímetros (cm);

t = espessura da peça em contato em centímetros (cm).

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6.3.7.7 Torques de Aperto


No projeto e montagem do suporte são recomendados os seguintes torques de aperto para os parafusos:

Tabela 8 – Torque de Aperto dos Parafusos

Torque Esforço de tração produxido


PARAFUSO daN.m daN
Min. Max. Min. Máx.

M12 3,0 4,5 1 250 1 875

M14 5,0 7,5 1 786 2 679

M16 7,5 11,5 2 344 3 594

M20 13,0 22,0 3 250 5 500

M24 20,0 39,0 4 167 8 125

1/2" 3,5 5,5 1 378 2 165

5/8" 7,0 10,5 2 205 3 307

3/4" 12,0 19,0 3 150 4 987

7/8" 18,0 30,0 4 049 6 749

1" 25,0 45,0 4 921 8 858

NOTA Os valores de torque máximo foram obtidos considerando-se a seguinte fórmula aproximada, para
correlacionar o torque com a tração produzida no parafuso, no regime elástico:

T = K.P.D

Onde:

T = torque aplicado no parafuso em decanewtons vezes metro (daN.m);

K = coeficiente de proporcionalidade que depende do ângulo de inclinação dos filetes e do coeficiente


de atrito entre parafuso e porca. Segundo William Mac Guire, K ~ 0,20;

P = solicitação de tração produzida pelo torque em decanewtons (daN);

D = diâmetro nominal do parafuso em metros (m).

6.4 Recomendações adicionais

6.4.1 Comprimento máximo de perfis


O comprimento máximo de qualquer perfil, em peça única, deve ser de 9 m.

6.4.2 Montantes duplos


O emprego de cantoneiras duplas em "+" nos montantes deve ser evitado, sendo admitido somente quando não for
possível a utilização de cantoneiras simples de aço de alta resistência ou de bitola superior.

6.4.3 Emendas de montantes

6.4.3.1 As emendas de montantes de bitolas diferentes devem ser feitas, preferencialmente, por superposição das
cantoneiras. A aresta da cantoneira interna deve ser esmerilhada para permitir um perfeito ajustamento entre as faces das
cantoneiras.

6.4.3.2 As emendas dos montantes devem localizar-se tão perto quanto possível e logo acima dos pontos de ligação dos
quadros horizontais, das diagonais ou da fundação.

6.4.3.3 A emenda com a fundação deve ser feita imediatamente acima da ligação com a diagonal da perna, e permitir o
uso, indiferentemente, com grelha ou com “stub”.

6.4.4 Emendas de diagonais nos treliçamentos em "X"


Nas diagonais dos treliçamentos em "X", trabalhando no sistema tração-compressão, deve-se observar o seguinte:

a) Sempre que possível, evitar emendas;


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b) Quando necessárias, fazê-las simetricamente tão perto quanto possível do ponto de cruzamento,
preferencialmente no menor vão;

c) Não devem ser emendadas através de chapa de ligação no ponto de cruzamento, nem haver recorte de uma das
abas neste ponto.

6.4.5 Posição das peças


A posição das cantoneiras deve ser prevista de modo que, sempre que possível, seja evitado o acúmulo de água e de
impurezas.

6.4.6 Barras solicitadas somente à tração


As barras previstas para trabalharem somente à tração devem ter no mínimo dois parafusos na ligação para facilitar a
montagem. Além disto, devem ter seu comprimento de projeto reduzido da seguinte forma:

a) Barras com comprimento menor ou igual a 4 500 mm, devem ser reduzidas em 3,0 mm (1/8");

b) Barras com comprimento maior do que 4 500 mm, devem ser reduzidas em 3,0 mm (1/8") mais 1,5 mm (1/16") para
cada comprimento adicional de 3 000 mm. Valores intermediários devem ser ajustados apropriadamente;

c) Para cada ligação intermediária, reduzir o comprimento da barra em 1,5 mm (1/16"), se a ligação for de superposição,
ou 3,0 mm (1/8”), se a ligação for de topo.

6.4.7 Verificação para cargas de manutenção e montagem

6.4.7.1 As barras horizontais ou que façam ângulo menor que 45o com a horizontal devem resistir a uma carga vertical de
100 daN (peso de uma pessoa + ferramentas), aplicada em seu ponto médio, independentemente de qualquer outra carga,
sem deformação permanente.

6.4.7.2 As barras horizontais das vigas ou mísulas próximas à fixação das cadeias de isoladores devem suportar uma
carga vertical de 400 daN (peso de pessoas, equipamentos e ferramentas), aplicada em seu ponto médio,
independentemente de qualquer outra carga, sem deformação permanente.

6.4.7.3 Cargas especiais destinadas a operações de manutenção e montagem devem ser claramente indicadas nas
condições específicas de projeto.

6.4.8 Excentricidades nas ligações


As ligações das barras devem ser projetadas de maneira a evitar solicitações secundárias devidas às excentricidades nas
conexões. As solicitações adicionais resultantes dessas excentricidades devem ser levadas em consideração no cálculo
das peças e dos parafusos da ligação.

6.4.9 Parafusos
Os parafusos devem atender as seguintes condições:

a) Comprimento do corpo do parafuso: o corpo do parafuso deve ter comprimento tal que garanta que os esforços de
cisalhamento da ligação sejam transmitidos estritamente através do mesmo;

b) Comprimento das roscas: os parafusos devem ter comprimentos total e de rosca que permitam o aperto dos
mesmos, sobrando após o aperto e travamento um comprimento de parafuso de 3 mm a 12mm, com no mínimo 1
filete de rosca de folga;

c) Travamento: Os dispositivos de travamento a serem utilizados podem ser contra-porca tipo Palnut ou arruela de
pressão. Como alternativa, o travamento pode ser feito através do puncionamento da rosca do parafuso.

6.4.10 Parafusos-degrau

6.4.10.1 Os parafusos-degrau devem ser instalados a partir de cerca de 3 m acima do solo até o topo do suporte, com
espaçamento aproximadamente constante entre 35 cm e 40 cm.

6.4.10.2 Nos troncos, extensões e pernas dos suportes, os parafusos-degrau devem ser instalados conforme indicado nos
desenhos da silhueta básica do suporte. Caso não haja definição, serão instalados em um dos montantes, até o topo, e
nas duas mísulas dos cabos pára-raios, quando for o caso.
NOTA Geralmente dispensa-se a utilização de parafusos-degrau nos mastros dos suportes estaiados, quando o treliçamento dos mesmos
permitir a escalada sem maiores dificuldades.

6.4.11 Furos especiais

6.4.11.1 Quando indicado nas condições específicas de projeto, devem ser previstos furos para a instalação de placas de
sinalização e furos para a fixação de conectores do sistema de aterramento.

6.4.11.2 Devem ser previstos furos adicionais para permitir as operações de manutenção e montagem, cujos detalhes de
fixação e cargas devem estar indicados nas condições específicas de projeto.

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6.4.12 Apoios dos mastros de suportes estaiados


As conexões dos mastros dos suportes estaiados com suas fundações são do tipo rotuladas, permitindo a rotação dos
mesmos em todas as direções. No plano transversal a base convexa de apoio deve permitir a inclinação do mastro com
sua maior e menor altura.

6.5 Fundações

6.5.1 Diretrizes gerais

6.5.1.1 O projetista dos suportes deve elaborar uma planilha contendo as solicitações atuantes no topo das fundações,
conforme estabelecido em 6.2.3.4.

6.5.1.2 Para o dimensionamento das fundações, as solicitações atuantes definidas na sub-seção anterior devem ser
majoradas por um fator de coordenação de resistência, no mínimo, igual a 1,1. Este fator de coordenação de resistência
tem por objetivo tornar o risco de falha da fundação menor que o do suporte.

6.5.2 Dimensionamento de fundações em grelhas metálicas

6.5.2.1 As fundações em grelhas metálicas devem ser dimensionadas de forma a atender as solicitações de compressão,
tração e momento provenientes das cargas da planilha mencionada em 6.5.1 e considerando as características geológico-
geotécnicas da região de implantação da linha.

6.5.2.2 Para dimensionamento das barras das fundações em grelhas metálicas devem ser utilizados os mesmos materiais
e critérios estabelecidos para projeto das barras dos suportes, observando-se o disposto em 6.5.1.2. O fator de minoração
da resistência limite R a ser adotado no dimensionamento da fundação pode ter um valor menor que o estabelecido para o
dimensionamento do suporte.

6.5.2.3 As cantoneiras das fundações devem ser posicionadas visando facilitar o reaterro.

6.5.2.4 As fundações em grelhas dos mastros dos suportes estaiados devem ter profundidade mínima de 1,2 m.

6.5.3 Dimensionamento de “Stubs”

6.5.3.1 O perfil dos "stubs" não pode ser menor do que o dos montantes, e sua seção (An) deve ser verificada através da
seguinte condição:
[(Sd / FY ) + (Sdv / (0,75 . FY ))]  R An

Onde:

Sd = solicitação de cálculo de tração (Sdt ) ou de compressão (Sdc) em decanewtons (daN);

FY = tensão limite de escoamento do aço em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2);

Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento perpendicular ao eixo do "stub" em decanewtons (daN);

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3.

6.5.3.2 Deve-se considerar que o esforço de compressão ou de tração transmitido aos “stubs” é resistido pelas cantoneiras
auxiliares (aletas) neles afixadas. Alternativamente, pode-se considerar que o esforço seja resistido pela aderência entre o
“stub” e o concreto. Neste caso, o comprimento do “stub” deve ser determinado em função da tensão de aderência
prescrita na ABNT NBR 6118, sendo recomendado o uso de, no mínimo, quatro aletas como garantia de resistência
adicional.

6.5.3.3 As aletas posicionadas em uma mesma face do “stub” devem ser espaçadas de pelo menos duas vezes a largura
“a” de sua própria aba (Figura 4). Recomenda-se que a distância entre a aleta superior e o topo do concreto seja de seis
vezes a largura de sua aba, com um valor mínimo de 50 cm.

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TOPO DO TOPO DO
CONCRETO CONCRETO

6a

6a
a a
STUB STUB
2a

3a
ALETAS
ALETAS

3a
Figura 4 – Posicionamento das aletas nos “Stubs”

6.5.3.4 A resistência das aletas deve ser calculada através do seguinte critério (detalhes vide figura 5):

x = t [(R FY )/ (1,19 fCk )] ½


P = 1,19. fCk . b [ t + R + (x/2) ]

Onde:
fCk = resistência característica do concreto à compressão em decanewtons por centímetro quadrado (daN/cm2),
conforme NBR 6118, e indicada nas Condições Específicas de Projeto;

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;


P = resistência da aleta em decanewtons (daN);

t = espessura do perfil da aleta (cantoneira) em centímetros (cm);

R = raio de laminação do perfil da aleta (cantoneira) em centímetros (cm);

b = comprimento da aleta em centímetros (cm).

R t

Stub

x
Distribuição da
Tensão
P

Figura 5 – Parâmetros de cálculo da resistência das aletas

6.5.3.5 As aletas devem estar conectadas ao “stub” com um número de parafusos dimensionados de forma a possibilitar a
adequada transferência de esforços do “stub” ao concreto.

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6.5.4 Dimensionamento de chumbadores

6.5.4.1 No dimensionamento da seção transversal do chumbador devem ser consideradas as solicitações de tração e
cisalhamento de acordo com a seguinte condição:
[(Sdt / FY ) + (Sdv / (u . 0,85 . FY ))]  R Ar

Onde:

Ar = área líquida da seção da raiz da rosca em centímetros quadrados (cm2), especificada na tabela 9;

Tabela 9 – Dimensões dos Chumbadores

Diâmetro Área Líquida da Área da Raiz da


Área do Corpo p
Chumbador n Rosca Rosca
[mm] Ap [cm2] [mm]
As [cm2] Ar [cm2]

M16 16 2,011 - 2,00 1,567 1,410

M20 20 3,142 - 2,50 2,448 2,204

M24 24 4,524 - 3,00 3,525 3,173

M27 27 5,726 3,00 4,594 4,191

M30 30 7,069 3,50 5,606 5,087

M33 33 8,553 3,50 6,936 6,357

M36 36 10,179 4,00 8,167 7,451

M42 42 13,854 4,50 11,209 10,264

M48 48 18,096 5,00 14,731 13,526

M52 52 21,237 5,00 17,578 16,260

M56 56 24,630 5,50 20,300 18,742

M64 64 32,170 6,00 26,760 24,807

5/8" 15,9 1,979 11 - 1,458 1,302

3/4" 19,1 2,850 10 - 2,158 1,948

7/8" 22,2 3,879 9 - 2,979 2,704

1" 25,4 5,067 8 - 3,908 3,554

1 1/8” 28,6 6,413 7 4,924 4,470

1 1/4” 31,8 7,917 7 6,252 5,739

1 3/8” 34,9 9,580 6 7,451 6,799

1 1/2” 38,1 11,401 6 9,066 8,345

1 3/4” 44,5 15,518 5 12,255 11,249

2” 50,8 20,268 4,5 16,118 14,836

2 1/2” 63,5 31,669 4 25,799 23,970

3” 76,2 45,604 4 38,499 36,258

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NOTAS

Os valores apresentados na tabela 9 foram calculados a partir das equações apresentadas a seguir:

1) Chumbador - série métrica: As = [ / 4]. [d - 0,9382 . p ]2 . 0,01 [cm2]

2) Chumbador - série em polegadas: As = [ / 4]. [d - (0,9743 / n )]2 . 6,4516 [cm2]

Onde:

d = diâmetro nominal do parafuso em polegadas para série em polegadas e em milímetros para série em milímetros;

n = número de filetes ou sulcos por polegada;

p = passo em milímetros (mm).

3) A área da raiz da rosca é baseada no diâmetro efetivo ou primitivo.

4) Chumbadores – série métrica: Ar = [ / 4]. [d – (1,3 . p)]2 . 0,01 [cm2]

5) Chumbadores – série em polegadas: Ar = [ / 4]. [d - (1,3 / n )]2 . 6,4516 [cm2]

R = fator de minoração da resistência limite, especificado em 6.2.1.3;


Sdv = solicitação de cálculo ao cisalhamento no chumbador em decanewtons (daN);

u = coeficiente de atrito entre chapa de base e o concreto ou argamassa (grout), valendo:

u = 0.90 para chapa de base embutida no concreto;

u = 0.70 para chapa de base apoiada no concreto;

u = 0,55 para chapa de base apoiada em argamassa (grout) acima da superfície do concreto.

CHAPA CHAPA

GROUT

 = 0,9  = 0,7  = 0,55

Figura 6 – Coeficiente u

6.5.4.2 O comprimento dos chumbadores deve ser determinado conforme ABNT NBR 6118.

6.5.4.3 O projetista deve considerar que a chapa de base é apoiada no concreto, caso não seja especificado de outra
forma nas condições específicas de projeto.

6.5.4.4 Quando a chapa de base apoiar-se nos chumbadores, os mesmos devem ser verificados para uma combinação de
tração, flexão e cisalhamento ou compressão, flexão e cisalhamento.

7 Fabricação

7.1 Considerações gerais


A fabricação dos suportes deve respeitar as técnicas e processos normalmente empregados neste tipo de trabalho,
podendo-se adotar as normas do "Manual of Steel Construction" do American Institute of Steel Construction (AISC), no que
não contradisserem a presente Norma.

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7.2 Cortes e dobramentos

7.2.1 Todos os cortes devem ser feitos sem deixar rebarbas ou saliências nas bordas, não sendo permitido o uso de
maçarico.

7.2.2 Todos os cortes, chanfros e dobras devem ser feitos obrigatoriamente antes da galvanização.

7.2.3 O dobramento das peças deve ser feito usando-se métodos controlados, para evitar a fragilização ou perda de
resistência do material.

7.3 Furações

7.3.1 O diâmetro dos furos não deve exceder o diâmetro nominal do parafuso em mais do que 1,6 mm (1/16"), após a
galvanização.

7.3.2 Todos os furos devem ser feitos obrigatoriamente antes da galvanização.

7.3.3 Não é permitido o uso de alargadores para corrigir alinhamentos mal feitos.

7.3.4 A execução de furos em cantoneiras ou chapas, por puncionamento em uma só operação, deve ser feita
observando-se os seguintes limites de espessura:
- Aço MR-250 : t  diâmetro do furo;

- Aço AR-350 : t  diâmetro do furo menos 1,6 mm (1/16");

- Aço AR-415 : t  diâmetro do furo menos 1,6 mm (1/16").

Onde t é a espessura da cantoneira ou chapa.

7.3.5 Para cantoneiras ou chapas com espessuras maiores do que as mencionadas acima, os furos devem ser
subpuncionados e alargados ou abertos a broca.

7.4 Soldas

7.4.1 A utilização de solda deve ser reduzida ao mínimo e, quando empregada, deve estar claramente indicada nos
desenhos do projeto.

7.4.2 As soldas em elementos estruturais devem ser executadas, necessariamente, em fábrica e devem ser seguidas as
seguintes recomendações:
 Todas as ligações soldadas devem ser executadas segundo AWS-D1.1. Todos os laudos dos ensaios para
aprovação dos procedimentos devem ser apresentados à inspeção antes da execução dos serviços;

 Todos os soldadores que participarem dos serviços devem ser qualificados segundo a AWS-D1.1;

 Juntas de penetração total, quando necessárias, devem ser indicadas nos desenhos com símbolo adequado.
Neste caso, deve ser executado o exame por ultrassom em todas as juntas, segundo a AWS-D-1.1;

 Os operadores de ultrassom devem ser qualificados para a função, com certificado de curso preparatório
fornecido por empresa ou entidade reconhecida.

7.5 Marcação das peças

7.5.1 Cada peça deve ser estampada, antes da galvanização, com uma marca formada por letras e números, de maneira a
identificar-se claramente a sigla do fabricante, o tipo de aço, o tipo do suporte e a posição da peça no suporte, a fim de se
evitar que peças semelhantes, destinadas a suportes diferentes, se confundam.

7.5.2 As marcas das peças devem:


 estar localizadas sempre na mesma posição relativa para peças semelhantes, devendo ser visíveis após a
montagem do suporte;

 ser feitas na parte externa de uma das abas da cantoneira;

 ter profundidade de aproximadamente 0,5 mm e altura mínima de 12 mm;

 ficar bem visíveis após a galvanização.

7.6 Galvanização

7.6.1 A galvanização de todas as peças do suporte, incluindo as grelhas metálicas e “stubs”, deve ser feita a quente, sendo
aplicada somente após o corte, perfuração, dobramento, marcação e limpeza, obedecendo a ABNT NBR 6323, a ASTM-
A123 e a ASTM-A143, naquilo que for aplicável.

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7.6.2 Todos os parafusos, porcas, contra-porcas, arruelas e calços devem ser galvanizados conforme a ABNT NBR 6323.
O processo de fabricação das porcas deve garantir a proteção contra a corrosão das roscas e o livre movimento dos
parafusos.

8 Inspeção e ensaios

8.1 Tipos de ensaios


Nesta Norma, são definidas três categorias de ensaios, conforme a seguir:

a) Ensaios de tipo: são aqueles executados para comprovar a adequação do projeto aos requisitos físicos e
mecânicos especificados;

b) Ensaios de rotina: constituem todas as verificações, ensaios, análises e exames feitos durante os vários estágios
do processo de fabricação, para assegurar que o mesmo está se processando normalmente, sem a ocorrência de
nenhum defeito;

c) Ensaios de recebimento: são aqueles executados sobre o produto acabado, por amostragem, para liberação do
mesmo.

8.2 Ensaios de tipo

8.2.1 Pré-montagem dos suportes

8.2.1.1 Um protótipo de cada tipo de suporte, com todas as combinações de extensões e pernas, com os “stubs” e grelhas
metálicas (em função do tipo de fundação adotado), e com todos os demais componentes e acessórios, deve ser pré-
montado de forma a assegurar uma perfeita montagem de todas as partes.

8.2.1.2 Os montantes devem ficar alinhados e nenhuma peça deve ficar deformada ou forçada. Não se admite alargamento
de furos.

8.2.1.3 Se durante a pré-montagem for detectada a existência de qualquer peça defeituosa, a mesma deve ser corrigida e
novamente pré-montada.

8.2.2 Ensaio de carregamento dos suportes

8.2.2.1 Os ensaios de carregamento devem ser executados em protótipos montados em posição vertical sobre plataforma
rígida, de acordo com o método da norma ABNT NBR 8842.

8.2.2.2 Os tipos de suportes a serem ensaiados devem estar definidos nas condições específicas de projeto.

8.2.2.3 As condições específicas de projeto devem também indicar se o protótipo, após ser submetido às cargas
correspondentes às árvores de carregamento, é levado à destruição deverá ser submetido a ensaio destrutivo ou não-
destrutivo. No caso de execução de ensaio destrutivo, após o protótipo ser submetido à etapa de 100% das cargas últimas
de projeto correspondentes às árvores de carregamento, as cargas deverão ser elevadas em etapas de 5% até o colapso
da estrutura.

8.3 Ensaios de rotina

8.3.1 Cada tipo de aço utilizado na fabricação de peças deve ser submetido a ensaios de qualidade. Corpos de prova de
perfis, chapas e barras devem ser submetidos a ensaios de tração para verificar sua conformidade com as normas
aplicáveis, sempre que houver dúvida quanto ao perfeito rastreamento ou representatividade dos certificados de origem.

8.3.2 Todos os perfis, chapas e barras devem ser verificados dimensionalmente para comparação com os requisitos das
normas ABNT NBR 6109 e ASTM A6/A6M.

8.3.3 O zinco usado para galvanização deve ser submetido à análise química, de forma a verificar sua conformidade com a
ABNT NBR 6010.

8.3.4 Após a galvanização, as peças dos suportes devem ser inspecionadas para estabelecer a conformidade da sua
camada de zinco com os requisitos da ABNT NBR-6323, da ASTM A123 e da ASTM A153, naquilo que for aplicável. Os
ensaios a serem executados são os mesmos previstos para o recebimento.

8.3.5 No caso de parafusos, porcas e arruelas, além da inspeção visual, verificação das dimensões e ensaios de
galvanização, deve ser verificado também o livre movimento da porca no parafuso.

8.4 Ensaios de Recebimento

8.4.1 Galvanização

8.4.1.1 Em cada peça das amostras selecionadas é feita uma inspeção da galvanização, devendo ser verificada a
concordância com a ABNT NBR 6323 e a ASTM-A123 e ASTM-A153, naquilo que for aplicável, não sendo aceitas falhas
na galvanização, excesso de zinco, escórias ou falta de uniformidade ou de aderência da camada.

8.4.1.2 O peso mínimo da camada de zinco é verificado de acordo com a ABNT NBR 7397 e a ASTM A90.

8.4.1.3 A aderência da camada de zinco deve ser verificada conforme a ABNT NBR-7398 e a ASTM-A123.
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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

8.4.1.4 A uniformidade da camada de zinco deve obedecer a ABNT NBR 7400 e a ASTMA239. As amostras devem resistir,
sem apresentar depósito de cobre brilhante, ao número de imersões discriminado abaixo:
 cantoneiras, chapas e outros perfis, arruelas, calços e partes não roscadas de parafusos e porcas: seis
imersões;

 partes roscadas de parafusos: 4 imersões.

8.4.2 Ensaios mecânicos de parafusos, porcas e arruelas


Devem ser retiradas amostras de todos os tipos de parafusos, porcas e arruelas, as quais são submetidas aos seguintes
ensaios, de acordo com a ABNT NBR 8855, ABNT NBR 10062, ASTM A394 e a ASTM A563: tração do parafuso, tração
do conjunto parafuso-porca, cisalhamento no corpo e na rosca e dureza.

8.4.3 Verificação dimensional e de acabamento

8.4.3.1 As amostras selecionadas devem ser submetidas à verificação dimensional e de acabamento.

8.4.3.2 Os parafusos e porcas devem permitir uma adequada montagem, sendo verificados com relação ao livre
movimento da porca no parafuso.

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Anexo A (normativo)

Distâncias mínimas entre furos e furos-bordas

A.1 As distâncias mínimas entre os furos e furos-bordas para parafusos em milimetros ,estão indicadas na tabela A.1.
Tabela A.1

Distâncias mínimas entre furos e furos-bordas para diferentes tensões admissíveis de esmagamento, para
parafusos com diâmetros em milímetros

D p E
C
i a s C
A B Cantoneiras
â r p Cantoneiras
> 50mm
m a e  50 mm
(mm) (mm) e chapas
e f s (mm)
(mm)
t u s
r s u Fp = Fp = Fp = Fp  Fp = Fp = Fp = Fp = Fp = Fp = Fp =
o o r 1,083 1,25 1,5 1,25 1,5 1,083 1,25 1,5 1,083 1,25 1,5
a
Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu

 10 19 16 18

11 20 17 19

M12 12 21 21 25 31 31 18 18 21 20 20 23

> 12 19 16 18

 11 21 18 20

12 22 19 21

M14 13 23 24 28 34 35 19 20 24 21 22 26

14 24 20 22

> 14 21 18 20

 13 24 20 22

14 25 21 23

M16 16 27 27 32 37 40 23 23 27 25 25 29

> 16 24 20 22

 16 29 25 27

18 31 26 28

M20 20 33 33 39 44 49 28 28 33 30 30 35

> 20 29 25 27

 18 34 29 31

20 35 30 32

M24 22 37 39 46 52 59 31 33 39 33 35 41

24 39 33 35

> 24 34 29 31

NOTAS: 1) Para utilização desta tabela ver figura A.1.

2) As distâncias “A”, “B” e “C” já incluem tolerâncias de fabricação e laminação, conforme valores indicados nos
desenhos da figura A.1, de modo a garantir as distâncias mínimas normalizadas para “e”, “s” e “f”, respectivamente.

3) Para espessuras maiores que as indicadas em 7.3, os furos serão sempre abertos a broca.

4) Para furos abertos a broca, a distância mínima é aquela indicada na linha superior referente a cada parafuso.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

A.2 As distâncias mínimas entre os furos e furos-bordas para parafusos em polegadas estão indicadas na tabela A.2.
Tabela A.2

Distâncias mínimas entre furos e furos-bordas para diferentes tensões admissíveis de esmagamento, para
parafusos com diâmetros em polegadas

D p E
C
i a s C
A B Cantoneiras
â r p Cantoneiras
> 50mm
m a e  50mm
(mm) (mm) e chapas
e f s (mm)
(mm)
t u s
r s u Fp = Fp = Fp = Fp  Fp = Fp = Fp = Fp = Fp = Fp = Fp =
o o r 1,083 1,25 1,5 1,25 1,5 1,083 1,25 1,5 1,083 1,25 1,5
a
Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu Fu

 10,0 19 16 18

1 / 2“ 11,1 20 17 19

(12,7) 12,0 21 22 26 33 33 18 19 22 20 21 24

12,7 22 19 21

> 12,7 19 16 18

 13,0 24 20 22

5 / 8“ 14,0 25 21 23

(15,9) 15,9 27 27 32 38 39 23 23 27 25 25 29

> 15,9 24 20 22

 14,0 28 23 25

3 / 4“ 15,9 28 24 26

(19,1) 18,0 30 31 37 44 47 26 27 32 28 29 34

19,1 31 27 29

> 19,1 28 23 25

 18,0 32 27 29

7 / 8“ 19,1 33 28 30

(22,2) 20,0 34 36 43 49 55 29 31 36 31 33 38

22,2 36 31 33

> 22,2 32 27 29

 20,0 36 31 33

1“ 22,2 38 32 34

(25,4) 24,0 40 41 49 55 62 34 35 41 36 37 43

25,4 41 35 37

> 25,4 36 31 33

NOTAS: 1) Para utilização desta tabela ver figura A.1.

2) As distâncias “A”, “B” e “C” já incluem tolerâncias de fabricação e laminação, conforme valores indicados nos
desenhos da figura A.1, de modo a garantir as distâncias mínimas normalizadas para “e”, “s” e “f”, respectivamente.

3) Para espessuras maiores que as indicadas em 7.3, os furos serão sempre abertos a broca.

4) Para furos abertos a broca, a distância mínima é aquela indicada na linha superior referente a cada parafuso.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

CANTONEIRAS LAMINADAS
B±0.8 A±2.5

G±1,0
Sd
L

90°

C

2.
5

Tolerância para a aba da cantoneira (L):

ASTM A6M ASTM A6


±1 para L <_ 50 ±1/32 in. para L<_ 1 in.
±2 para 50 < L < 75 ±3/64 in. para 1 in. < L<_ 2 in.
_
+3 ou -2 para 75 < L <_ 100 ±1/16 in. para 2 in. < L < 3 in.
±3 para 100 < L <_ 150 +1/8 in. ou -3/32 in. para 3 in. _
< L<_ 4 in.
+5 ou -3 para L > 150 ±1/8 in. para 4 in. < L<_ 6 in.
+3/16 in. ou -1/8 in. para L > 6 in.

CHAPAS
C±2.5 B±0.8 C±2.5
C±2.5

Sd

Notas:

1) As tolerâncias entre furos não são acumulativas em uma mesma ligação.

2) As tolerâncias indicadas acima estão em milímetros, a menos das contidas na tabela.

Figura A.1 – Tolerâncias de laminação, de fabricação e globais

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

Anexo B (normativo)
Condições específicas

Nas condições específicas de projeto devem ser apresentadas todas as informações básicas, exigências e critérios
específicos necessários para o desenvolvimento do projeto dos suportes, considerando suas condições de utilização, bem
como as condições locais da região de implantação da linha de transmissão. A seguir estão indicadas as diretrizes básicas
que devem ser especificadas.

B.1 Desenho de silhueta básica dos suportes


O desenho de silhueta básica de cada tipo de suporte deve conter as seguintes informações:

a) A classe de tensão da linha de transmissão e as características dos cabos condutores e pára-raios;

b) As condições de aplicação do suporte, quais sejam, vão de vento máximo, vãos de peso máximo e mínimo e
ângulo máximo de deflexão da linha;

c) A constituição do feixe de condutores e a respectiva distância entre subcondutores, quando for o caso;

d) A distância mínima entre centros de fases, tanto verticais quanto horizontais, conforme a configuração e número
de circuitos;

e) Nos suportes de suspensão, as distâncias mínimas das fases ao suporte, na posição da cadeia em repouso e,
quando for o caso, na condição da cadeia em balanço. Nos suportes de ancoragem devem ser indicadas as
posições do cabo de passagem, em repouso e em balanço;

f) Vistas e cortes necessários à definição da parte superior do suporte;

g) A altura útil do suporte, isto é, a altura necessária do condutor inferior ao solo, considerada desde o ponto de
ligação da cadeia com o cabo, em suportes de suspensão, e desde o ponto de fixação da cadeia à estrutura, em
suportes de ancoragem. Esta altura deve ser fornecida para mínima e máxima altura do suporte;

h) Os desenhos esquemáticos contendo o comprimento das cadeias de isoladores e os respectivos detalhes de


fixação ao suporte;

i) O posicionamento do(s) cabo(s) pára-raios, ângulo de blindagem, assim como os respectivos detalhes de fixação
do(s) cabo(s) ao suporte;

j) Indicação da formação do suporte, em termos de máxima e mínima altura, com definição das extensões e pernas;

k) Indicação da forma geométrica da seção transversal da base do suporte;

l) A abertura na base do suporte, quando necessário;

m) A localização das placas de sinalização e dos conectores do sistema de aterramento, bem como os diâmetros dos
parafusos que os fixam;

n) A localização de parafusos-degrau e/ou de escadas, com respectivos detalhes quanto a sua concepção;

o) Os locais destinados para escalada de pessoal de manutenção em linha viva, bem como os afastamentos
necessários às partes energizadas;

p) Indicação dos furos auxiliares/locais de fixação de ferramentas de manutenção com respectivas cargas
necessárias; atenção especial deve ser dada às cadeias em V, devendo-se prever conexões para içamento da
fase correspondente;

q) Classe de galvanização dos estais, cabos de armação e interconexão dos suportes estaiados, bem como dos fios
de aço dos preformados.

B.2 Hipóteses de cálculo

B.2.1 Carregamentos para o Estado Limite Último


Na composição das árvores de carregamento correspondentes ao Estado Limite Último, as seguintes condições e
critérios devem ser considerados, de acordo com a função de cada tipo de suporte:

a) Cargas de vento e tração de cabos: determinadas com base no período de retorno T, compatível com o nível de
confiabilidade da LT;

b) Cargas de peso de cabos e cadeias de isoladores;

c) Cargas oriundas da pressão de vento sobre o suporte. Estas cargas devem ser obtidas a partir da velocidade
básica do vento, aplicando-se a metodologia especificada;

33
Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

d) Cargas de montagem ou de manutenção, incluindo as cargas oriundas do içamento das fases nas cadeias em V,
quando for o caso;

e) Cargas devidas ao desequilíbrio longitudinal dos cabos e outras cargas relevantes para o projeto;

f) Coeficientes de majoração ou de minoração das cargas de peso próprio do suporte (g).

B.2.2 Carregamento para o Estado Limite de Utilização


As árvores de carregamento correspondentes ao estado limite de utilização, normalmente especificadas para verificação
da deformação dos suportes, caracterizam as ações de longa duração, em condições EDS. Para este estado, as cargas de
peso e de tração de cabos em ângulo ou fim de linha, sem vento, são utilizadas nos seus valores nominais, sem
coeficientes de majoração ou minoração (g = 1,0).

B.3 Fundações

B.3.1 Tipos de fundações


Devem estar definidos os tipos de fundações previstas para o suporte: fundação em grelha metálica, fundação em concreto
com utilização de “stubs” ou chumbadores, etc.

B.3.2 Características do solo


Os principais parâmetros de resistência do solo necessários para o projeto das fundações típicas devem estar definidos em
função das características geológico-geotécnicas da região de implantação da linha de transmissão. Devem constar, no
mínimo:

a) o peso específico do solo, a tensão limite de compressão do solo e, quando necessário, a coesão e o ângulo de
atrito interno do solo;

b) nível do lençol freático;

c) condições de agressividade do solo.

B.3.3 Características do concreto


Deve ser especificada a resistência característica à compressão do concreto (fCk) quando previstas fundações em
concreto.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

ANEXO C (normativo)

Análise de Barras Sujeitas a Excentricidades e a Restrições à Articulação

* Utilização das Equações de Flambagem para Barras Comprimidas *

1 ) Quando L / r  120: a tensão depende da excentricidade (parafusos nas 2 abas ou em somente 1 aba,
na ligação considerada).

Equação 1 kL/r=L/r

Equação 2 k L / r = 30 + 0,75 L / r

Equação 3 k L / r = 60 + 0,50 L / r

2 ) Quando L / r > 120: a tensão depende da restrição à articulação, ou seja, se o nó é rotulado ou engastado.

Equação 4 kL/r=L/r

Equação 5 k L / r = 28,6 + 0,762 L / r

Equação 6 k L / r = 46,2 + 0,615 L / r

NOTA: Para usar os valores de kL/r correspondentes às equações 5 e 6 as seguintes condições devem ser satisfeitas:

a) As barras devem ser conectadas com dois ou mais parafusos para serem consideradas como oferecendo resistência
à rotação.

b) A rigidez da barra engastante (I/L) deve ser maior ou igual à soma das rigidezes das barras que a ela se engastam
em um determinado ponto (I/L). I=momento de inércia, L=comprimento.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

ANEXO D (informativo)

Exemplos de Utilização das Equações de Flambagem

Exemplo 1 - Perfil Simples

z x
y y

z
x

Se L / r zz  120: Eq. 3 Se L / r zz  120: Eq. 3


Se 120 < L / r zz < 200: Eq. 4 Se 120 < L / r zz < 250: Eq. 6*

Exemplo 2 - Perfil Simples

Se 0,5 L / r zz ou Se 120< 0,5 L / r zz < 225: Se 120 < 0,5 L / r zz < 250 ou
L / r xx  120: Eq. 3 Eq. 5* 120 < L / r xx < 250:
Se 120 < 0,5 L / r zz < 200 ou Se 120 < L / r xx < 250: Eq. 6*
120 < L / r xx < 200: Eq. 4 Eq. 6*

Exemplo 3 - Perfil Duplo

y y

x
L

Se L / r  120: Eq. 1 Se L / r  120: Eq. 1


Se 120 < L / r < 200: Eq. 4 Se 120 < L / r < 250: Eq. 6*

* - Para usar as equações 5 e 6 deve-se levar em consideração os comentários feitos no anexo C.

36
Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

Exemplos de Utilização das Equações de Flambagem

Exemplo 4 - Perfil Duplo

y y

x
L

Se 0,5 L / r yy ou Se 0,5 L / r yy ou
L / r xx  120: Eq. 2 L / r xx  120: Eq. 1
Se 120 < 0,5 . L / r yy <250 ou
120 < L / r xx < 250: Eq. 6*

Exemplo 5 - Perfil Duplo

y y

Se 120 < 0,5 L / r yy < 225: Se 120 < 0,5 L / r yy < 250 ou
Se 0,5 L / r yy ou
Eq. 5* 120 < L / r xx < 250:
L / r xx  120: Eq. 1
Se 120 < L / r xx < 250: Eq. 6*
Se 120 < 0,5 L / r yy < 200 ou
Eq. 6*
120 < L / r xx < 200: Eq. 4

Exemplo 6
Barras Tracionadas e Comprimidas

y
x
z
L z
x
y
L
C

L2

L1

Esforço de tração 20% esforço de compressão


Se L1/r zz  120: Eq. 2
Se 120 < L1 / r zz < 200: Eq. 4
Para cantoneiras de abas desiguais conectadas pela aba
maior deve-se tambem verificar ( L1 + 0,5 L2) / r xx
Esforço de tração <20% esforço de compressão
L
L1/r zz ou L/r yy não há restrição na C
* - Para usar as equações 5 e 6 deve-se levar em consideração os comentários feitos no anexo C.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

ANEXO E (informativo)

Exemplos de Utilização de Calços


(ref. item 5.6.2)

x 9,5
Exemplo 1 Exemplo 2

102
10 2 x
Calço (2) - Esp. 3,2

7 L
x 12,
CALÇO
L 50 x 50 x 5,0

ESP. 5,0 x 102


Calço Esp. 9,5 +
L
L1 Calço (1) - Esp. 3,2
L 102

Se (12,7-9,5) / L <= 3 / 1000, poderá ser desprezada


a utilização do calço (2), e o calço (1) poderá ser menor.
Se (12,7-9,5) / L1 <= 3 / 1000, poderá ser desprezada
a utilização do calço (1) e, conseqüentemente, também do calço (2).

Exemplo 3 Exemplo 4

L
L
CHAPA
L1
x 7,9

Calço Esp. 4,8 ESP. 4,8


x 76

CHAPA
L 76

ESP. 4,8
Calço Esp. 7,9 +
Calço (1) - Esp. 4,8

Calço (2) - Esp. 4,8

Se (esp.chapa) / L <= 3 / 1000, poderá ser desprezada


Se 4,8 / L <= 3 / 1000 poderá ser desprezada a utilização do calço (2), e o calço (1) poderá ser menor.
a utilização do calço Esp. 4,8.
Se (esp.chapa) / L1 <= 3 / 1000, poderá ser desprezada
a utilização do calço (1) e, conseqüentemente, também do (2).

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

ANEXO F (informativo)
BIBLIOGRAFIA

As publicações relacionadas a seguir constituem complemento às normas descritas no item 2 (Referências Normativas).
Relativamente às normas, as edições indicadas referem-se às que estavam em vigor no momento desta publicação,
recomendando-se utilizar suas edições mais recentes.

[1] NBR-6352: 1980 - Cantoneiras de abas desiguais, de aço, laminadas a quente

[2] NBR-7399:2009 1990 - Produto de aço ou ferro fundido revestido de zinco galvanizado por imersão a quente –
Verificação da espessura do revestimento por processo não destrutivo – Método de
ensaio

[3] NBR-7414:2009 1982 - Zincagem por imersão a quente – Terminologia Galvanização de produtos de aço ou
ferro fundido por imersão a quente - Terminologia

[4] NBR-10647: 1989 - Desenho técnico CANCELADA

[5] ASCE 10-97: 2000 - Design of latticed steel transmission structures

[6] ASME-B18.5:2012 - Round head bolts (inch series)


1990

[7] ASME-B18.21.1:2009 - Lock washers Washers: Helical spring-lock tooth lock and plain washers (inch series)
1999

[8] ASTM-A36/ A36M-12 - Standard specification for carbon structural steel


:2001

[9] ASTM-A283/ A283M- - Standard specification for low and intermediate tensile strength carbon steel plates
13 :2000

[10] ASTM-A370-13:1997 - Standard test methods and definitions for mechanical testing of steel products

[11] ASTM–A475-03:1998 - Standard specification for zinc_coated steel wire strand

[12] ASTM-A572/ A572- - Standard specification for high-strength low-alloy Columbium-Vanadium structural steel
13a :2001

[13] ASTM-B6-13 :2000 - Standard specification for zinc

[14] ASTM-F568: 2001 - Standard specification for carbon and alloy steel externally threaded metric fasteners
????não achei

[15] ISO 261: 1998 - ISO General purpose metric screw threads – General plan

[16] ISO 898-1:2013 1999 - Mechanical properties of fasteners made of carbon steel and alloy steel with specified
property classes – coarse thread and fine pitch thread – Part 1: Bolts, screws and studs

[17] ISO 898-2:2012 1992 - Mechanical properties of fasteners made of carbon steel and alloy steel with specified
property classes – coarse thread and fine pitch thread – Part 2: Nuts with specified
property classes proof load values – Coarse thread and fine pitch thread

[18] ISO 965:2013 1998 - ISO General purpose metric screw threads tolerances – Parts 1, 2 and 3

[19] ISO 4016:2011 1999 - Hexagon head bolts – Product grade C

[20] ISO 4034:2012 1999 - Hexagon regular nuts (style 1) – Product grade C

[21] ISO 4759/1: 2000 - Tolerances for fasteners – Part 1: Bolts, screws and nuts with threads  1.6 mm and 
150 mm and product grades A, B and C

[22] ISO 7091: 2000 - Plain washers – Normal series-product grade C

[23] Pachen, R., Pezard, J. and Zago, P.: “Probabilistic evaluation on test results of transmission line towers”, Session
of Cigré, Paper 22-13, Paris, France, 1988.

[24] Rieira, J. D., Menezes, R.C.R., Silva, V.R. and Silva, J.B.G.F.: “Evaluation of the probability distribution of the
strength of transmission line steel towers based on tower test results”, Session of Cigré, Paper 22-305, Paris,
France, 1990.

[25] SCB2 WG08, “An experiment to measure the variation in lattice tower design”, Electra nº 138, Outubro, 1991.
[26] SCB2 WG08, “On the variability of mechanical properties of materials for transmission line steel towers”, Electra nº
189, Abril, 2000.

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Projeto de Revisão ABNT NBR 8850:2014

[27] SCB2 WG08, “Statistical analysis of structural data of transmission line steel towers”, Electra nº 208, Junho, 2003.

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