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ESTUDO DE

CARACTERIZAÇÃO
HIDROGEOLÓGICA
ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA
8 de dezembro de 2022

1.CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E HIDROGEOLÓGICA

1.1.Apresentação

As informações geológicas e hidrogeológicas contidas neste documento


constituem parte do Posto de Revenda de Combustível M. R. F. COSTA CARVALHO-
POSTO OLINDENSE 1 em cumprimento a exigência da Secretaria do Estado de Meio
Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), para compatibilizar o processo de licenciamento
ambiental, em consonância com a determinação imposta pela Resolução CONAMA Nº
273/2000, art. 5, inciso I, letras (e/f).

1. 2. Dados do empreendimento
• M. R. F. COSTA CARVALHO-POSTO OLINDENSE 1
• CNPJ: 47.958.243/0001-09
• ENDEREÇO: ROD. MA 014, nº30, Centro, Olinda Nova do Maranhão-
MA
• CEP: 65.223-000
• EMAIL: fcontabilidade.ma@gmail.com
• COORDENADAS GEOGRÁFICAS: Latitude 2°59'46.2"S e Longitude
44°59'29.6"W

1.2. Localização do empreendimento

O posto será implantado e edificado em um terreno alugado, não possuindo


árvores protegidas em sua área útil. Conforme Legislação Municipal e o ambiente
entorno, o terreno encontra- se na Zona Urbana do município de Olinda Nova do
Maranhão/MA em uma Latitude 2°59'46.2"S e Longitude 44°59'29.6"W, sendo trecho de
circulação frequente de automóveis, caminhões e ônibus. O entorno do terreno num raio
de 100 m, compreende uma área comercial e com habitações.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

2.1 – Localização e Acesso

O M. R. F. COSTA CARVALHO-POSTO OLINDENSE 1 está localizado antes na


ROD. MA 014, nº30, Centro, Olinda Nova do Maranhão-MA, sob as coordenadas Latitude
2°59'46.2"S e Longitude 44°59'29.6"W como mostra a imagem abaixo.

Figura 1 – Localização da futura instalação do posto

O município de Olinda Nova do Maranhão teve sua autonomia política em


06/09/1995, está inserido na Mesorregião Norte Maranhense, na Microrregião Baixada
Maranhense (Figura 2), abrange uma área de 198 km², com uma população de
aproximadamente 13.122 habitantes e densidade demográfica de 66,27 habitantes/km²,
(IBGE, 2010). Limita-se ao Norte com o município de São Vicente Ferrer; ao Sul com o
município de Matinha; a Leste com os municípios de Matinha e São João Batista e a
Oeste com o município de Viana (Google Maps, 2011).

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Figura 2 - Localização do município de Olinda Nova do Maranhão

A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: -02º59’24” de


Latitude Sul e -44º59’24” de Longitude Oeste de Greenwich (IBGE, 2010).

O acesso a partir de São Luis, capital do estado, por um percurso total de 256 km,
se faz da seguinte maneira: 178 km pela BR–135 e BR-222 até a cidade de Vitória do
Mearim e 78 km pela rodovia estadual MA-014 até a cidade de Olinda Nova do Maranhão
(Google Maps, 2011).

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Analise e consistência dos dados

Os dados da estação da ANA cujo código: 00445010 que possui 30 anos de


observação foram analisados por ser mais aproximo ao município de Olinda Nova do
Maranhão, o qual foi consistido pelo HIDROWEB e pelo programa PLUVIO. Desta forma,
o comportamento das chuvas durante os anos apresenta pico bastante elevado e em
outros anos apresentou uma diminuição significativamente como pode ser verificado no
comportamento das chuvas como pode ser verificado no gráfico abaixo.

Gráfico 1: comportamento das chuvas

2.2 - Aspectos Socioeconômicos

Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos, a partir de


pesquisas nos site do IBGE (www.ibge.gov.br), da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) (www.cnm.org.br) e no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e
Cartográficos (2010).
O município foi elevado à condição de cidade com a denominação de Olinda
Nova do Maranhão, pela Lei Estadual nº 6414 de 06/09/1995. Segundo o IBGE (2010),
cerca de 45,29% da população reside na zona urbana, sendo que a incidência de pobreza
no município é de 57,21% e o percentual dos que estão abaixo do nível de pobreza é de
46,58%.Na educação destacam-se os seguintes níveis escolares em Olinda Nova do

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Maranhão: Educação Infantil (12,1%); Educação Especial (0,82%); Educação de Jovens e


Adultos (19,93%); Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano (56,35%); Ensino Médio do 1º ao
3º ano (10,98%) conforme o IMESC (2010).
O analfabetismo atinge mais de 40% da população da faixa etária acima dos sete
anos, dados da CNM (2000).
No campo da saúde, a cidade conta com 07 estabelecimentos públicos de
atendimento. No censo de 2000, o Estado do Maranhão teve o pior Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e Olinda Nova do Maranhão obteve baixo
desempenho, com IDH de 0,596.
O Programa de Saúde da Família – PSF vem procedendo a organização da
prática assistencial em novas bases e critérios, a partir de seu ambiente físico e social,
com procedimentos que facilitam a compreensão ampliada do processo saúde/doença e
da necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas. Em Olinda Nova do
Maranhão a relação entre profissionais da saúde e a população é 1/162 habitante,
segundo o Anuário Estatístico do Maranhão (2010).
A pecuária, o extrativismo vegetal, a lavoura permanente e a temporária, as
transferências governamentais, o setor empresarial com 33 unidades atuantes e o
trabalho informal são as principais fontes de recursos para o município.
A água consumida na cidade de Olinda Nova do Maranhão é distribuída pelo
Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal que atende
aproximadamente 3.200 domicílios através de uma central de abastecimento sem
tratamento (IBGE, 2010). O município possui um sistema de escoamento superficial dos
efluentes domésticos e pluviais que são lançados em lagoas e em cursos d’água
intermitentes. E a disposição final do lixo urbano, não é feita adequadamente em um
aterro sanitário.
O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE, através da
EQUATORIAL (2011) pelo Sistema Regional de Miranda, que abrange a região norte,
centro-norte e centro-oeste maranhense. O sistema é composto atualmente por vinte e
seis subestações, sendo duas na tensão de 138/69/13,8 KV, dezesseis na tensão de
69/13,8 KV, uma na tensão de 69/34,5 KV, seis na tensão de 34,5/13,8 KV e uma na
tensão 230/69 KV. Segundo o Anuário Estatístico do Maranhão (2010) referente aos
dados de 2008, existem 1.960 ligações de energia elétrica no município de Olinda Nova
do Maranhão.

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2.3 - Aspectos Fisiográficos

O estado do Maranhão, por se encontrar em uma zona de transição dos climas


semiárido, do interior do Nordeste, para o úmido equatorial, da Amazônia, e por ter maior
extensão no sentido norte-sul, apresenta diferenças climáticas e pluviométricas. Na região
oeste, predomina o clima tropical quente e úmido (As), típico da região amazônica. Nas
demais regiões, o estado é marcado por clima tropical quente e semiúmido (Aw).
As temperaturas em todo o Maranhão são elevadas, com médias anuais superiores
a 24ºC, sendo que ao norte chega a atingir 26ºC. Esse estado é caracterizado pela
ocorrência de um regime pluviométrico com duas estações bem definidas. O período
chuvoso, que se concentra durante o semestre de dezembro a maio, apresenta registros
estaduais da ordem de 290,4 mm e alcança os maiores picos de chuva no mês de março.
O período seco, que ocorre no semestre de junho a novembro, com menor incidência de
chuva por volta do mês de agosto, registra médias estaduais da ordem de 17,1mm. Na
região oeste do estado, onde predomina o clima tropical quente e úmido (As), as chuvas
ocorrem em níveis elevados durante praticamente todo o ano, superando os 2.000 mm.
Nas outras regiões, prevalece o clima tropical quente e semiúmido (Aw), com sucessão
de chuvas durante o verão e inverno seco, cujas precipitações reduzidas alcançam 1.250
mm. Há registros ainda menores na região sudeste, podendo chegar a 1.000 mm.
Os solos da região estão representados por Podzólico Vermelho-Amarelo,
Gleissolos, Solos Aluviais, Solos de Mangue e Areias Quartzosas (EMBRAPA, 2006). Os
Podzólicos Vermelho-Amarelos são solos minerais com textura média e argilosa,
situando-se, principalmente, nas encostas de colinas ou outeiros, ocupando também
áreas de encostas e topo de chapadas, com relevo que varia desde plano até fortemente
ondulado. São originados de materiais de formações geológicas, principalmente
sedimentares, de outras coberturas argilo-arenosas assentadas sobre as formações
geológicas. As áreas onde ocorre essa classe de solo são utilizadas com cultura de
subsistência, destacando-se as culturas de milho, feijão, arroz e fruticultura (manga, caju
e banana), além do extrativismo do coco babaçu. As áreas, onde o relevo é plano a
suavemente ondulado podem ser aproveitadas para a agricultura, de forma racional, com
controle da erosão e aplicação de corretivos e adubos para atenuar os fatores limitantes à
sua utilização.

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Gleissolos compreende solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que


apresentam horizonte glei dentro dos primeiros 150 cm da superfície do solo e encontram-
se permanente ou periodicamente saturados por água. São solos mal ou muito mal
drenados em condições naturais, formados principalmente a partir de sedimentos,
estratificados ou não, e sujeitos a constante ou periódico excesso d’água. Comumente,
desenvolvem-se em sedimentos recentes, nas proximidades dos cursos d’água e em
materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo formar-se também
em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, como também em
áreas abaciadas e depressões.
Solos Aluviais são solos minerais, não hidromórficos, pouco evoluídos, formados
em depósitos aluviais recentes, nas margens de cursos d’água. Apresentam apenas um
horizonte sobre camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre si. Devido a sua
origem estar relacionada a fontes diversas, esses solos são muito heterogêneos quanto à
textura e demais propriedades físicas e químicas, que podem variar num mesmo perfil
entre as diferentes camadas. Em geral, são solos de elevada potencialidade agrícola,
ocorrendo em área de várzeas com relevo plano, favorecendo a prática de mecanização
agrícola. As limitações de uso estão relacionadas aos riscos de inundação por cheias
periódicas ou por acumulação de água de chuvas na época de intensa pluviosidade.
Solos de Mangue são formados a partir do depósito de silte, areia e material
coloidal trazido pelos rios. Estes solos são muito moles, lodosos, salgados e ricos em
matéria orgânica em decomposição. São pobres em oxigênio, que é totalmente retirado
por bactérias que o utilizam para decompor a matéria orgânica, servindo de alimento a
uma extensa cadeia alimentar, como por exemplo, crustáceos e algumas espécies de
peixes. O solo do manguezal serve como habitat para diversas espécies, como
caranguejos.
Areias Quartzosas são solos arenosos, essencialmente quartzosos, que
apresentem teores em argila inferiores a 15%, muito profundos, excessivamente
drenados, forte a fortemente ácidos e com baixa a muito baixa fertilidade natural.
Apresenta baixa saturação de bases e alta a média saturação de alumínio trocável. Não
dispõem praticamente de nenhuma reserva de nutrientes para as plantas.
O município de Olinda Nova do Maranhão está localizado na Mesorregião Norte
Maranhense, na Microrregião Baixada Maranhense, pertencente à Área de Proteção
Ambiental Ilha dos Caranguejos. A altitude da sede do município é de 28 metros acima do

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nível do mar e a variação térmica durante o ano é pequena com a temperatura oscilando
entre 22,5°C e 31,7°C. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é tropical
(AW) úmido com dois períodos bem definidos: um chuvoso, que vai de janeiro a junho,
com médias mensais superiores a 247 mm e outro seco, correspondente aos meses de
julho a dezembro.

O relevo da região está contido na Baixada Maranhense que se caracteriza por


possuir um ambiente plano e suavemente ondulado contendo áreas extensas de
formação sedimentar recente, ponteadas de relevos residuais que formam outeiros e
superfícies tabulares cujas bordas decaem em colinas de declividade variada (Feitosa,
2006). As regiões de baixadas são alagadas durante o período chuvoso formando lagos
interligado. Esses fazem parte da bacia hidrográfica do Pindaré e a vegetação é composta
pela Floresta Ombrófila Densa (GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO, 2006/2007).

2.4 – Geologia e Hidrogeologia

O município de Olinda Nova do Maranhão está inserido nos domínios da Bacia


Sedimentar do Parnaíba, que, segundo Brito Neves (1998), foi implantada sobre os riftes
cambro-ordovicianos de Jaibaras, Jaguarapi, Cococi/Rio Jucá, São Julião e São
Raimundo Nonato. Compreende as supersequências Silurianas (Grupo Serra Grande),
Devoniana (Grupo Canindé) e Carbonífero-Triássica (Grupo Balsas) de Góes e Feijó
(1994).

Na área do município, o Cretáceo está representado pela formação Itapecuru


(K12it) e o Quaternário, pelos Depósitos Flúvio-Lagunares (Qfl).

Formação Itapecuru (K12it). Campbell (1948) foi quem primeiro descreveu essa
unidade, denominando-a de formação Serra Negra. Posteriormente, passou a usar o
termo Itapecuru, atribuindo-lhe idade cretácea, posicionando-a, com discordância local,
sobre a formação Codó. Litologicamente, essa unidade consiste, no flanco oeste e
noroeste da bacia, de arenitos avermelhados, médios a grosseiros, com faixas
conglomeráticas muito argilosas e intercalações de argilitos e siltitos, de coloração
variegada. Seguem-se arenitos avermelhados e esbranquiçados, finos a médios,
caulínicos, com estratificação cruzada de grande porte. Nas demais regiões, os arenitos

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são em geral finos com faixas de arenitos médios. O contato inferior da unidade com as
formações Codó e Grajaú é concordante, apresentando discordâncias locais.

Os Depósitos de Cordões Litorâneos correspondem às Dunas Recentes ou


Móveis, formadas a partir da acumulação de sedimentos removidos da face da praia pela
deflação eólica e distribuem-se como um cordão contínuo, disposto paralelamente à linha
de costa, somente interrompido pelas planícies fluviais e fluviomarinhas, ou ainda, pela
penetração até o mar de sedimentos da formação Barreiras e cangas lateríticas e
quartzosas. Caracterizam-se pela ausência de vegetação ou fixação de um revestimento
pioneiro, o qual detém ou atenua os efeitos da dinâmica eólica, responsável pela
migração das dunas. Aflora em áreas restritas, em praticamente todos os quadrantes do
município de Icatu. Ocupa uma área, restrita, situada a sudoeste do município de
Presidente Juscelino.

Os Depósitos Aluvionares que constituem os sedimentos clásticos inconsolidados,


relacionados às planícies aluvionares atuais dos principais cursos d’água são,
basicamente, depósitos de planícies de inundação. Destacam-se por sua morfologia típica
de planícies sedimentares, associadas ao sistema fluvial e são, de modo geral,
constituídos por sedimentos arenosos e argilosos, com níveis de cascalho e matéria
orgânica, inconsolidados e semiconsolidados. Aflora em áreas situadas a sul e norte do
município de Presidente Juscelino, ao longo da planície de inundação do rio Munim.

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3 - RECURSOS HÍDRICOS

3.1 - Águas Superficiais

O Maranhão é o único estado do Nordeste que menos se identifica com as


características hidrológicas da região, pois não há estiagem e nem escassez de recursos
hídricos, tanto superficiais como subterrâneos, em seu território.

É detentor de uma invejável rede de drenagem com, pelo menos, dez bacias
hidrográficas perenes. Podem ser assim individualizadas: Bacia do rio Mearim, Bacia do
rio Gurupi, Bacia do rio Itapecuru, Bacia do rio Grajaú, Bacia do rio Turiaçu, Bacia do rio
Munim, Bacia do rio Maracaçumé-Tromaí, Bacia do rio Uru-Pericumã-Aurá, Bacia do rio
Parnaíba-Balsas, Bacia do rio Tocantins, além de outras pequenas bacias. Suas
principais vertentes hidrográficas são: a Chapada das Mangabeiras, a Chapada do
Azeitão, a Serra das Crueiras, a Serra do Gurupi e a Serra do Tiracambu.

As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias. Elas


constituem divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo responsável pela
divisão territorial de cada bacia, que é formada por um rio principal e seus afluentes.

O município de Olinda Nova do Maranhão está inserido na bacia hidrográfica do


rio Pericumã, situada na porção noroeste do Maranhão. Ela drena uma área de
aproximadamente 3.888 km², correspondente a cerca de 1,17% do território maranhense.
Na rede hidrográfica, predomina o padrão dendrítico, constituída por rios, em geral,
intermitentes. Da cabeceira à foz, o rio Pericumã percorre 115 km na direção norte,
infletindo na direção noroeste, até alcançar a desembocadura. A bacia abrange, no trecho
situado à montante da Barragem de Pinheiro, os municípios de Pinheiro, Palmeirândia,
Peri-Mirim, São Bento, São Vicente de Ferrer, Olinda Nova do Maranhão, Presidente
Sarney, Matinha, Viana e Pedro do Rosário. À jusante, os municípios de Mirinzal, Central
do Maranhão, Bequimão e Guimarães, sendo que os dez primeiros municípios integram,
segundo a divisão do IBGE, a Microrregião denominada Baixada Maranhense. Já os
últimos, localizados no baixo curso da bacia, pertencem à Microrregião conhecida como
Litoral Ocidental Maranhense. Drenam a área do município os rios: da Pindova, do
Bonfim, do Pacheco, da Piranha e Capivara.

3.2 – Águas Subterrâneas

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O estado do Maranhão está quase totalmente inserido na Bacia Sedimentar do


Parnaíba, considerada uma das mais importantes províncias hidrogeológicas do país.
Trata-se de bacia do tipo intracratônica, com arcabouço geométrico influenciado por
feições estruturai de seu embasamento, o que lhe impõe uma estrutura tectônica em geral
simples, com atitude monoclinal das camadas que mergulham suavemente das bordas
para o seu interior.

Segundo Góes et al. (1993), a espessura máxima de todo o pacote sedimentar


dessa bacia está estimada em 3.500 metros, da qual cerca de 85% são de idade
paleozóica e restante, mesozóica. Dessa forma, o estado do Maranhão, por estar
assentado plenamente sobre terrenos de rochas sedimentares, diferentemente dos outros
estados nordestinos apresenta possibilidades promissoras de armazenamento e
explotação de águas subterrâneas com excelentes exutórios e sem períodos de estiagem.

3.2.1 - Domínios Hidrogeológicos

É considerada água subterrânea apenas aquela que ocorre abaixo da superfície,


na zona de saturação, onde todos os poros estão preenchidos por água. A formação
geológica que tem capacidade de armazenar e transmitir água é denominada aquífero.

Em relação à geologia, existem três domínios principais de águas subterrâneas:


rochas ígneas e metamórficas, que armazenam água através da porosidade secundária
resultante de fraturas, caracterizando, segundo Costa (2000), “aquífero fissural”; rochas
cabornáticas, calcário e dolomito, que armazenam água com o desenvolvimento da
porosidade secundária, através da dissolução e lixiviação de minerais carbonáticos pela
água de percolação ao longo das descontinuidades geológicas, caracterizando o que é
denominado de “aquífero cárstico”; sedimentos consolidados, arenitos, e inconsolidados,
as aluviões e dunas, que caracterizam o aquífero poroso ou intergranular.

O município de Olinda Nova do Maranhão apresenta um domínio hidrogeológico:


o aquífero poroso ou intergranular, relacionado aos sedimentos consolidados da formação
Itapecuru (K12it) e pelos sedimentos inconsolidados dos Depósitos Flúvio-Lagunares
(Qfl). Durante os trabalhos de campo foram cadastrados 40 pontos d’água sendo todos
poços tubulares (100,0%).

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Os Depósitos de Pântanos e Mangues, por apresentarem uma constituição


predominantemente pelítica (argila, silte e matéria orgânica), produzem uma
permeabilidade fraca, caracterizando esses depósitos sedimentares como um aquitardo,
com potencial hidrogeológico extremamente fraco.

O aquífero Itapecuru ocorre como aquífero livre e semiconfinado, na área do


município. Apresenta uma constituição litológica reunindo arenitos finos a muito
finos,predominantemente argilosos, esbranquiçados, avermelhados e cremes, com níveis
sílticos e argilosos que caracteriza uma permeabilidade fraca a regular e uma
produtividade de média afraca com os poços tubulares apresentando vazões entre 3,2 a
25,0 m³/h. Esse aquífero éalimentado pela infiltração direta das precipitações
pluviométricas nas áreas de recarga; pelainfiltração vertical ascendente, através das
formações inferiores e contribuição dos riosinfluentes. Os exutórios são: a rede de
drenagem superficial, quando os rios recebem porrestituição as águas armazenadas no
aquífero, principalmente, durante as cheias;evapotranspiração, quando o caráter argiloso
do perfil geológico diminui a infiltração,favorecendo uma maior evapotranspiração nas
áreas de recarga; a infiltração verticaldescendente, na base do aquífero; algumas fontes
de contato e descarga artificial, resultantesdo bombeamento de poços manuais e
tubulares, existentes.

Os Depósitos Flúvio-Lagunares, nos níveis mais arenosos, com areias


bemclassificadas, de alta permeabilidade, constituem aquíferos livres de baixa a
médiaprodutividade, dependendo da espessura, podendo ser explotado através de poços
tubularescom profundidades inferiores a 20 metros. Sua alimentação se faz,
principalmente, porinfiltração direta das águas de chuvas. Seus principais exutórios são:
escoamento natural daságuas subterrâneas, evapotranspiração, perda descendente para
a formação subjacente e poços tubulares.

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4.BALANÇO HÍDRICO

O balanço hídrico é uma avaliação entre a quantidade de água precipitada que


chega ao solo e aquela que é removida pela evapotranspiração das plantas, sendo que a
capacidade de retenção da água no solo depende principalmente da textura do mesmo e
do tipo de vegetação existente na área. A determinação destes dados é importante para
monitorar a variação do armazenamento de água no solo, a partir de diversos parâmetros
relacionados como o suprimento natural de água no solo, a demanda atmosférica e
capacidade de água disponível.

Existem diversos tipos de balanços hídricos, cada um com a sua finalidade


principal. Um desses modelos mais conhecidos é a partir do método do balanço hídrico
climatológico proposto por Thornthwaite e Mather (1955), o qual permite obter
informações sobre deficiência e excedente hídrico, áreas de retirada de água do solo,
reposição de água no solo e variação do armazenamento ao longo do ano, colocando em
evidência as variáveis hidrológicas mais importantes: precipitação, evapotranspiração, e
armazenamento superficial e subterrâneo.

Para gerar o gráfico de balanço hídrico da Figura 11, utilizou-se o software


“BHnorm” desenvolvido por Rolim e Sentelhas (1998).

No software BHnorm, a evapotranspiração potencial (ETP) é estimada pelo


método de Thornthwaite (1948); os índices de calor são calculados com valores normais
de temperatura média mensal e o fotoperíodo é ajustado de acordo com a latitude local,
que deve ser informada (ROLIM et al., 1998).

Os dados de entrada utilizados na análise do balanço hídrico foram


disponibilizados pelo site de meteorologia Jornal do Tempo.

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Figura 7- Gráfico gerado para o balanço hídrico o município de Olinda Nova do Maranhão

Conforme o gráfico apresentado, a deficiência hídrica do município de Olinda


Nova do Maranhão tem início no mês de maio e se prolonga até o mês de novembro. No
mês de dezembro ocorre a reposição hídrica, gerando um excedente hídrico entre janeiro
a maio. O comportamento da deficiência, excedente, retirada e reposição hídrica irá
influenciar diretamente o comportamento do armazenamento de água no solo.

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Quadro 3: Resultado do Balanço hídrico :Estação Utilizada: SUDAM/SUDENE


Evapotranspiração: Blaney & Criddle

Os totais pluviométricos anuais na região correspondem cerca de 80% a 91% de


ocorrência na estação chuvosa nos períodos de dezembro/abril, e cerca de 9% a 19% na
estação seca, maio/novembro. A região apresenta, portanto um período seco, sob o ponto
de vista climático, de seis a nove meses e, em relação ao solo e à vegetação, uma seca
ecológica de cinco a oito meses.

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Gráfico 2: Balanço hídrico normal mensal de Região

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5. CONCLUSÃO

Desta forma o empreendimento que se encontra escrito com o nome M. R. F.


COSTA CARVALHO-POSTO OLINDENSE 1, inscrito no CNPJ: 47.958.243/0001-09,
localizado no município de Olinda Nova do Maranhão, encontra-se apto a realizar a
Atividade de Comércio de Combustíveis, dando continuidade ao processo de
licenciamento ambiental.

Olinda Nova do Maranhão, 09 de dezembro de 2022

Raynara Batista Silva Baborsa

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BIBLIOGRAFIA
Atlas do Maranhão. Gerência de Planejamento e Desenvolvimento Econômico. Laboratório de
Geoprocessamento – UEMA. São Luís: GEPLAN, 2002;

FAUSTINO, J. Planificación y gestión de manejo de cuencas. Turrialba: CATIE, 1996. 90p.

Maranhão, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Coordenadoria de


Programas Especiais. Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro. Macrozoneamento do Golfão
Maranhense. Diagnóstico Ambiental da Microrregião da Aglomeração Urbana de São Luís. São
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8 de dezembro de 2022 21

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