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Curso: Cálculo Estrutural e Fundações

Disciplina: Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado (Parte Geral)


Aluno: Leandro de Almeida Carneiro

Na unidade II, foi feito um estudo de lajes em que conhecemos alguns tipos de lajes de concreto, como as cargas
são aplicadas e calculadas e o dimensionamento de armadura longitudinal e a verificação ao cisalhamento.

A partir destes conhecimentos, iniciaremos o estudo do dimensionamento das estruturas de concreto armado
utilizando a planta baixa mostrada abaixo: Leve em consideração os seguintes dados:

• Concreto – C25, classe II de agressividade ambiental;


• Considere a estrutura como um edifício comercial;
• Em cada laje, serão colocados um revestimento cerâmico e o forro de gesso na parte inferior (lembre-se de
utilizar a norma 6120/2019);
• Nas lajes 5 e 8 teremos uma parede de comprimento igual ao último número do seu ano de nascimento. A
direção da parede é de escolha do aluno e, quando ocorrer, poderá ser apoiada em outra laje;
• As espessuras são
o Contrapiso = 3cm
o Forro = 2cm
o Reboco = 2cm
o Chapisco = 1cm

• A parede do bloco é de 9 cm x 19cm x 19 cm;

O dimensionamento deve abordar:

1. O pré-dimensionamento da laje;
2. Cálculo das cargas atuantes e esforços solicitantes;
3. Cálculo das reações de apoio;
4. Dimensionamento das armaduras positivas e negativas;
5. Verificação dos esforços por cisalhamento;
6. Verificação das Flechas imediata e total;
7. Detalhamento da Estrutura;
1. O pré-dimensionamento da laje
ℓ𝑥
Vamos utilizar a equação 𝑑 ≅ (2,5 − 0,1𝑛)ℓ*, onde ℓ*≤ {
0,7 ⋅ ℓ𝑦

Pré-Dimensionamento da Altura das Lajes


𝝓𝓵
Laje 𝓵𝒙(𝒄𝒎) 𝓵𝒚(𝒄𝒎) 𝜸 (𝓵𝒚/𝓵𝒙) 𝟎, 𝟕𝓵𝒚(𝒄𝒎) 𝓵*(𝒎) 𝒏 𝒅(cm) 𝑐 (cm) 𝝓𝓵 (cm) 𝒉 = 𝒅 +
𝟐
+ 𝒄 (𝒄𝒎)
L1 515 615 1,19 430,5 4,31 1 10,3 2,0 1,0 13
L2 515 615 1,19 430,5 4,31 3 9,5 2,0 1,0 12
L3 515 615 1,19 430,5 4,31 2 9,9 2,0 1,0 12
L4 400 500 1,25 350,0 3,50 3 7,7 2,0 1,0 10
L5 500 515 1,03 360,5 3,61 4 7,6 2,0 1,0 10
L6 500 515 1,03 360,5 3,61 3 7,9 2,0 1,0 10
L7 600 615 1,03 430,5 4,31 1 10,3 2,0 1,0 13
L8 600 615 1,03 430,5 4,31 3 9,5 2,0 1,0 12
L9 600 615 1,03 430,5 4,31 2 9,9 2,0 1,0 12

O número de borda engastada das lajes (L1 e L7) é n=1, pois não tem continuidade em toda extensão das
bordas.

2. Cálculo das cargas atuantes e esforços solicitantes

𝛾𝑎𝑙𝑣 ∙𝑒∙ℎ∙ℓ
Para o cálculo da carga das paredes sobre as lajes foi utilizado a equação g 𝑝𝑎𝑟 = 𝐴𝑙𝑎𝑗𝑒
.

Ações nas lajes (kN/m²)


Perman. Carga
h Peso Revest. Revest. Parede Total
Laje Forro total Variável
(cm) próprio Inferior Piso (𝐠 𝒑𝒂𝒓 ) (p = 𝐠 𝒕𝒐𝒕 + q)
(𝐠 𝒕𝒐𝒕 ) (q)
L1 13 3,25 0,38 0,78 0,5 0,00 4,91 4,00 8,91
L2 12 3,00 0,38 0,78 0,5 0,00 4,66 4,00 8,66
L3 12 3,00 0,38 0,78 0,5 0,00 4,66 4,00 8,66
L4 10 2,50 0,38 0,78 0,5 0,00 4,16 4,00 8,16
L5 10 2,50 0,38 0,78 0,5 0,00 4,16 4,00 8,16
L6 10 2,50 0,38 0,78 0,5 1,23 5,39 4,00 9,39
L7 13 3,25 0,38 0,78 0,5 0,00 4,91 4,00 8,91
L8 12 3,00 0,38 0,78 0,5 0,00 4,66 4,00 8,66
L9 12 3,00 0,38 0,78 0,5 0,00 4,66 4,00 8,66

As lajes (L1/L2/L3/L4/L5/L7/L8/L9) não tem parede sobre a mesa, e sim sobre as vigas.
Paredes sobrepostas na planta de fôrma da estrutura.

3. Cálculo das reações de apoio


𝑝∙ℓ𝑥
Para calcular as reações utilizamos a equação 𝑉 = 𝑣 10
.

Reações de apoio nas vigas de borda das lajes armadas em duas direções (kN/m)
p
Laje Tipo 𝓵𝒙(𝒎) 𝜸 (𝓵𝒚/𝓵𝒙) 𝒗𝒙 𝒗′𝒙 𝒗𝒚 𝒗′𝒚 𝑽𝒙 𝑽′𝒙 𝑽𝒚 𝑽′𝒚
(kN/m²)
L1 2A 5,15 1,19 8,91 2,20 - 2,91 4,27 10,10 - 13,35 19,59
L2 5A 5,15 1,19 8,66 2,05 3,00 - 3,16 9,14 13,38 - 14,09
L3 3 5,15 1,19 8,66 2,53 3,70 2,17 3,17 11,28 16,50 9,68 14,14
L4 5A 4,00 1,25 8,16 1,71 2,50 - 3,03 5,58 8,16 - 9,89
L5 6 5,00 1,03 8,16 - 2,50 - 2,50 - 10,20 - 10,20
L6 5A 5,00 1,03 9,39 1,79 2,63 - 3,08 8,41 12,35 - 14,46
L7 2A 6,00 1,03 8,91 1,92 - 2,80 4,10 10,26 - 14,97 21,92
L8 5A 6,00 1,03 8,66 1,79 2,63 - 3,08 9,30 13,67 - 16,00
L9 3 6,00 1,03 8,66 2,27 3,32 2,17 3,17 11,79 17,25 11,28 16,47
Reações de apoio características (Vk - kN/m) das lajes nas vigas de borda.

4. Dimensionamento das armaduras positivas e negativas e Verificação dos esforços por cisalhamento

Para calcular os momentos fletores solicitantes nas lajes armadas em duas direções, utilizamos a equação
𝑝∙ℓ𝑥 2
𝑀= 𝜇 100 .

Momentos fletores solicitantes (característicos) nas lajes armadas em duas direções (kN.m/m)
p
Laje Tipo 𝓵𝒙(𝒎) 𝜸 (𝓵𝒚/𝓵𝒙) µx µ’x µy µ’y Mx M’x My M’y
(kN/m²)
L1 2A 5,15 1,19 8,91 4,35 - 3,86 9,88 10,28 - 9,12 23,35
L2 5A 5,15 1,19 8,66 3,00 7,72 2,65 7,19 6,89 17,73 6,09 16,51
L3 3 5,15 1,19 8,66 3,65 8,69 2,62 7,63 8,38 19,96 6,02 17,52
L4 5A 4,00 1,25 8,16 3,23 8,81 2,64 7,36 4,22 11,50 3,45 9,61
L5 6 5,00 1,03 8,16 2,22 5,50 2,00 5,29 4,53 11,22 4,08 10,79
L6 5A 5,00 1,03 9,39 2,27 5,98 2,56 6,46 5,33 14,04 6,01 15,17
L7 2A 6,00 1,03 8,91 3,26 - 3,64 8,79 10,46 - 11,68 28,19
L8 5A 6,00 1,03 8,66 2,27 5,98 2,56 6,46 7,08 18,64 7,98 20,14
L9 3 6,00 1,03 8,66 2,94 7,43 2,68 7,18 9,17 23,16 8,36 22,38
Momentos fletores característicos (Mk - kN.cm/m).

Classe de Agressividade Ambiental II com Δc de 5 mm (NBR 6120), para cálculo das armaduras de flexão
positivas será considerado o cobrimento nominal de 2,0 cm. No caso das armaduras negativas o cobrimento nominal
pode ser reduzido para 1,5 cm. Estimando o diâmetro de 10 mm para as barras das armaduras, e que 𝑑 = ℎ − 𝑐 −
𝝓𝓵
, a altura útil d resulta:
𝟐

d = h – 2,5 cm - para os momentos fletores positivos;

d = h – 2,0 cm - para os momentos fletores negativos.

A armadura mínima, negativa para lajes armadas em uma ou duas direções, e positiva para lajes armadas
em uma direção, deve ter: 𝜌𝑠 ≥ 𝜌𝑚í𝑛 . Para o concreto C25 a taxa de armadura mínima é:
𝐴𝑠
𝜌𝑚í𝑛 = = 0,15%
𝑏𝑤 ∙ ℎ
Considerando 𝑏𝑤 = 100 𝑐𝑚 a armadura mínima tem-se, 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,15ℎ (𝑐𝑚2 /𝑚)

Para as lajes armadas em duas direções, a armadura mínima positiva deve ser multiplicada pelo fator 0,67,
logo, 𝐴𝑠,𝑚í𝑛 = 0,67 ∙ 0,15ℎ = 0,10ℎ (𝑐𝑚2 /𝑚).
➢ Para momentos fletores negativos:

𝑏𝑤 ∙𝑑 2 100 ∙ 112
(L1): 𝐾𝑐 = 𝑀𝑑
= 1,4 ∙ 2335 = 3,70

Concreto C25 tem-se: 𝐾𝑠 = 0,026, domínio 2, 𝛽𝑥 = 𝑥/𝑑 = 0,27 ≤ 0,45 → ok!


𝑀𝑑 1,4 ∙ 2335
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠 𝑑
= 0,026 11
= 7,73 𝑐𝑚2 /𝑚 ≥ 0,15ℎ = 0,15 ∙ 13 = 1,95 𝑐𝑚2 /𝑚 . Para as demais lajes,
tem-se:

Kc M’x Ks βx = As Kc M’y Ks βx = As
Laje 𝟎, 𝟏𝟓𝒉 𝟎, 𝟏𝟓𝒉
(cm²/kN) (cm²/kN) x/d (cm²2/m) (cm²/kN) (cm²/kN) x/d (cm²2/m)
L1 3,70 0,026 0,25 7,73 ≥ 1,95
L2 4,03 0,025 0,22 6,21 ≥ 1,8 4,33 0,025 0,21 5,78 ≥ 1,8
L3 3,58 0,026 0,26 7,27 ≥ 1,8 4,08 0,025 0,22 6,13 ≥ 1,8
L4 3,97 0,025 0,23 5,03 ≥ 1,5 4,76 0,025 0,19 4,20 ≥ 1,5
L5 4,07 0,025 0,22 4,91 ≥ 1,5 4,24 0,025 0,17 4,72 ≥ 1,5
L6 3,26 0,026 0,28 6,39 ≥ 1,5 3,01 0,026 0,31 6,90 ≥ 1,5
L7 3,07 0,026 0,31 9,33 ≥ 1,95
L8 3,83 0,025 0,24 6,53 ≥ 1,8 3,55 0,026 0,26 7,33 ≥ 1,8
L9 3,08 0,026 0,30 8,43 ≥ 1,8 3,19 0,025 0,24 7,83 ≥ 1,8

➢ Para momentos fletores positivos:

𝑏𝑤 ∙𝑑 2 100 ∙ 10,52
(L1): 𝐾𝑐 = = = 7,66
𝑀𝑑 1,4 ∙ 1028

Concreto C25 tem-se: 𝐾𝑠 = 0,024, domínio 2, 𝛽𝑥 = 𝑥/𝑑 = 0,11 ≤ 0,45 → ok!


𝑀𝑑 1,4 ∙ 1028
𝐴𝑠 = 𝐾𝑠 𝑑
= 0,024 10,5
= 3,29 𝑐𝑚2 /𝑚 ≥ 0,10ℎ = 0,10 ∙ 13 = 1,30 𝑐𝑚2 /𝑚 . Para as demais lajes,
tem-se:

Kc Mx Ks βx = As Kc My Ks βx = As
Laje 𝟎, 𝟏𝟎𝒉 𝟎, 𝟏𝟎𝒉
(cm²/kN) (cm²/kN) x/d (cm²2/m) (cm²/kN) (cm²/kN) x/d (cm²2/m)
L1 7,66 0,024 0,11 3,29 ≥ 1,3 8,63 0,024 0,10 2,92 ≥ 1,3
L2 9,36 0,024 0,09 2,44 ≥ 1,2 10,59 0,024 0,08 2,15 ≥ 1,2
L3 7,69 0,024 0,10 2,97 ≥ 1,2 10,71 0,024 0,08 2,13 ≥ 1,2
L4 9,53 0,024 0,09 1,89 ≥ 1 11,66 0,024 0,08 1,54 ≥ 1
L5 8,87 0,024 0,10 2,03 ≥ 1 9,85 0,024 0,09 1,83 ≥ 1
L6 7,54 0,024 0,12 2,39 ≥ 1 6,68 0,024 0,13 2,69 ≥ 1
L7 7,53 0,024 0,12 3,35 ≥ 1,3 6,74 0,024 0,13 3,74 ≥ 1,3
L8 9,11 0,024 0,09 2,50 ≥ 1,2 8,08 0,024 0,11 2,82 ≥ 1,2
L9 7,03 0,024 0,12 3,24 ≥ 1,2 7,72 0,024 0,11 2,96 ≥ 1,2
Momentos fletores característicos (Mk - kN.cm/m) e áreas de armadura de flexão (cm2/m).

5. Verificação das Flechas imediata e total


𝛼∙𝑓𝑐𝑡 ∙𝐼𝑐
Para calcular as flechas vamos utilizamos a equação 𝑀𝑟 = , onde tem-se:
𝑦𝑡

3
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3 √25² = 2,565 𝑀𝑃𝑎 = 0,2565 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

𝑏 ∙ ℎ³
𝐼𝑐 =
12
Flecha imediata (𝒂𝒊 ) e total (𝒂𝒕 ) nas lajes
g q Ψ2 q p=g+ Mr Ma EI 𝒂𝒊 𝒂𝒕
Laje Tipo 𝓵𝒙 (𝒄𝒎) 𝜸 h (cm) α
(kN/m²) (kN/m²) (kN/m²) Ψ2 q (kNcm) (kNcm) (kN.cm²) (cm) (cm)
L1 2A 515 1,19 4,91 4,00 1,6 6,51 13 1084 1028 5,00 44086466,7 0,43 1,00
L2 5A 515 1,19 4,66 4,00 1,6 6,26 12 923 689 2,77 34675200,0 0,29 0,68
L3 3 515 1,19 4,66 4,00 1,6 6,26 12 923 838 3,40 34675200,0 0,36 0,83
L4 5A 400 1,25 4,16 4,00 1,6 5,76 10 641 422 3,00 20066666,7 0,18 0,43
L5 6 500 1,03 4,16 4,00 1,6 5,76 10 641 453 1,63 20066666,7 0,24 0,57
L6 5A 500 1,03 5,39 4,00 1,6 6,99 10 641 533 2,08 20066666,7 0,38 0,88
L7 2A 600 1,03 4,91 4,00 1,6 6,51 13 1084 1046 3,68 44086466,7 0,59 1,36
L8 5A 600 1,03 4,66 4,00 1,6 6,26 12 923 708 2,08 34675200,0 0,41 0,94
L9 3 600 1,03 4,66 4,00 1,6 6,26 12 923 917 2,72 34675200,0 0,53 1,23
Verifica-se que todas as flechas calculadas resultaram menores que as flechas máximas permitidas. Caso
alguma laje apresentasse flecha maior que a flecha limite, a sua altura deveria ser aumentada.

6. Detalhamento da Estrutura

Com a utilização do Ftool, encontramos as seguintes forças:

Diagrama de Forças - P1/V12/P2/V23/P3/V34/P4:

Diagramas de Força Cortante - P1/V12/P2/V23/P3/V34/P4:

Diagrama de Momentos Fletores - P1/V12/P2/V23/P3/V34/P4:

Diagrama de Forças – P15/V1015/P10/V105/P5/V51/P1:


Diagramas de Força Cortante – P15/V1015/P10/V105/P5/V51/P1:

Diagrama de Momentos Fletores - P15/V1015/P10/V105/P5/V51/P1:

Diagrama de Forças – P18/V1418/P14/V914/P9/V49/P4:

Diagramas de Força Cortante – P18/V1418/P14/V914/P9/V49/P4:

Diagrama de Momentos Fletores – P18/V1418/P14/V914/P9/V49/P4:


Diagrama de Forças - P15/V1516/P16/V1617/P17/V1718/P18:

Diagramas de Força Cortante - P15/V1516/P16/V1617/P17/V1718/P18:

Diagrama de Momentos Fletores – P15/V1516/P16/V1617/P17/V1718/P18:

Diagrama de Forças – P5/V56/P6/V67/P7/V78/P8/V89/P9:

Diagramas de Força Cortante – P5/V56/P6/V67/P7/V78/P8/V89/P9:


Diagrama de Momentos Fletores – P5/V56/P6/V67/P7/V78/P8/V89/P9:

Diagrama de Forças – P10/V1011/P11/V1112/P12/V1213/P13/V1314/P14:

Diagramas de Força Cortante – P10/V1011/P11/V1112/P12/V1213/P13/V1314/P14:

Diagrama de Momentos Fletores – P10/V1011/P11/V1112/P12/V1213/P13/V1314/P14:


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