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SAPATAS

DETALHES CONSTRUTIVOS
NBR 6122/2010 – Item 7.7.3: Todas as partes da fundações superficial (rasa
ou direta) em contato com o solo (sapatas, vigas de equilíbrio etc.) devem
ser concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5
cm de espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-
fundação.

No caso de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e,


portanto, pode ter espessura variável, no entanto observado um mínimo de
5,0 cm.
SOLICITAÇÕES

CARGA CENTRADA:

CARGA EXCÊNTRICA:
Para forças verticais localizadas em qualquer posição pertencente ao
núcleo central, as tensões na sapata serão somente de compressão.
CÁLCULO DAS TENSÕES SOBRE A SAPATA
DETERMINAÇÃO DAS DIMENSÕES EM PLANTA
DETERMINAÇÃO DA ALTURA DA SAPATA
DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS
A verificação da ruptura por compressão diagonal se faz na ligação
sapata-pilar, na região correspondente ao perímetro do pilar
(contorno C):
 Dispensa de armaduras transversais para força cortante

• Armaduras transversais para resistir à força cortante raramente são utilizadas


nas sapatas, assim como no caso de lajes em geral.
• Portanto, as sapatas são dimensionadas de tal modo que os esforços
cortantes sejam resistidos apenas pelo concreto, dispensando a armadura
transversal.
• Usualmente, a verificação da força cortante é feita numa seção de referência S2,
conforme ilustra a figura:
NBR
6118:2014
• Verificação das tensões de aderência
Em ensaios realizados por pesquisadores, verificou-se que um dos tipos
possíveis de ruína nas sapatas é o deslizamento excessivo das armaduras
longitudinais.
Isso impede que as tensões de tração necessárias ao equilíbrio sejam
mobilizadas integralmente. Portanto, recomenda-se a verificação das tensões de
aderência nas sapatas.

SAPATAS
FLEXÍVEIS:

SAPATAS
RÍGIDAS:
NBR 6118:2014
SAPATAS ISOLADAS
• a menor dimensão deve ser ≥ 60 cm (NBR 6122/2010, 7.7.1)
• a relação entre os lados deve ser A/B ≤ 2,5
• Regularmente, os lados A e B devem ser escolhidos de
modo que cA ≈ cB
EXEMPLO 1 –
SAPATA ISOLADA RÍGIDA
240

255
• Determinação da altura da sapata

A altura da sapata deve ser suficiente para permitir a correta ancoragem da


armadura longitudinal do pilar. O comprimento de ancoragem reto de barras
comprimidas, em zona de boa aderência, para concreto C20 e aço CA 50A
(vide tabela), vale:

Das restrições do comprimento de ancoragem e da rigidez escolhida para a sapata:

 Adotado h=75cm
 d= 4.5cm
 h0 = 25cm
• Dimensionamento das
armaduras na sapata

Determinação dos momentos fletores nas


seções de referência S1:
 Não tem momento, distribuição cte
• Verificação da ruptura por compressão diagonal
• Dispensa de armaduras transversais para força cortante
• Verificação das tensões de aderência
Detalhamento das armaduras da sapata – Exemplo 1
SAPATAS ISOLADAS - Excentricidade
nas Duas Direções
toda seção será comprimida
• K1 e K4 são determinadas no
ábaco mostrado a seguir. Num
ponto qualquer de
coordenadas
(x, y) a tensão é:
Notas:
- em todos os casos analisados deve-se ter, para a combinação de carregamento
mais desfavorável, σmáx = 1,3σadm ;
- para as cargas permanentes atuantes sobre a sapata, a base da sapata deve estar
inteiramente comprimida, isto é:

- Para garantir a segurança contra tombamento da sapata, na condição mais desfavorável,


pelo menos a metade da base da sapata deve estar comprimida, o que se consegue fazendo:
EXEMPLO 3 –
SAPATA EXCÊNTRICA NAS 2 DIREÇÕES

• Pilar de 40 x 60 cm
• Nk = 1.040 kN
• Mk  Mx = 280 kN.m / My = 190 kN.m
• Concreto - C20
• Aço CA-50 (fyd = 43,48 kN/cm²)
• σadm = 500 kN/m²
• , = 22 20 mm (parte tracionada)
a) Estimativa das dimensões da base da sapata

adotado B = 140 cm
A – ap = B – bp
A = B – bp + ap = 140 – 40 + 60 = 160

A área da base da sapata é:


Ssap = A . B = 160 . 140 = 22.400 cm² ≥
22.880 cm² ∴ ok!
b) Verificação das tensões na base da sapata

• Cálculo da tensão máxima 1 com auxílio do ábaco


As dimensões da sapata devem ser aumentadas! Nova tentativa com A = 220 cm,
B = 200 cm e cA = cB = c =80 cm:

no ábaco:

Tensões nos vértices da sapata:


c) Verificação do tombamento da sapata

Deve ainda ser verificada a equação:


d) Determinação da altura da sapata como rígida

Para a armadura do pilar (22 20 mm) será utilizado o gancho a fim de diminuir o
comprimento de ancoragem e a altura necessária para a sapata. Para 20, C20, boa
aderência, com gancho, resulta = 61 cm, e:
e) Determinação dos momentos fletores

As seções de referência S1 estão indicadas na Figura abaixo. Para simplificação pode-


se admitir uma tensão uniforme de referência como:
Como simplificação a favor da segurança será considerada a maior tensão entre aquelas
na metade dos lados A e B.
Atividade: fazer os demais cálculos,
verificações e o detalhamento final das
armaduras.
SAPATAS FLEXÍVEIS

• As sapatas flexíveis são menos utilizadas que as sapatas rígidas, e são


indicadas para cargas verticais baixas e solos relativamente fracos (NBR
6118, item 22.6.2.3).

• A verificação da punção é obrigatória, pois o cone de punção pode ficar


dentro da sapata.

Os momentos fletores e as forças cortantes podem ser calculados segundo dois


critérios:
a) “independentes” segundo cada direção, desprezando o fato que a sapata
trabalha como laje armada em cruz;

b) segundo cada direção com um determinado quinhão de carga, determinados


geometricamente e empiricamente, repartindo-se a área da sapata em “áreas de
influência”, que podem ser triangulares ou trapezoidais.
EXEMPLO 2–
SAPATA CORRIDA
A altura da sapata é determinada de acordo com a rigidez que se pretende
impor a ela. Como o solo possui resistência relativamente baixa, (tensão
admissível menor que 150 kN/m²), é aconselhável adotar sapata flexível.
• Portanto, a altura da sapata para que esta seja flexível deve ser no
máximo de 26,7cm.

• Por outro lado, a altura h0 na extremidade da base da sapata não deve


ser menor que 15cm.

• Analisando o intervalo em que se pode variar a altura da sapata na seção


(entre 15cm e 26,7cm), pode ser conveniente adotar no projeto uma
altura constante, pois a diferença entre h e h0 não é grande. Logo será
adotado:
h = h0 = 25cm

• Em função do cobrimento requerido, será adotada nos cálculos como


altura útil média

d = 20cm
• Dimensionamento das armaduras na sapata

• Armaduras longitudinais (Flexão):

Dentro da faixa de 1,0 m


adotada, tem-se:
• Como a sapata é corrida, a relação entre a maior e a menor dimensão em
planta assume valor superior à 2.
• Portanto, o caso é idêntico à das lajes armadas em uma direção.
• Armadura de distribuição (secundária)

• onde As e s referem-se, respectivamente, à área e ao


espaçamento das barras longitudinais principais.
• As/s indica a área de armadura por unidade de
largura (1m).
• Armaduras transversal:
A verificação do esforço cortante é feita numa seção de referência S2, distante
de d/2 da face do pilar.

 dispensa de armadura transversal para a força cortante:

∴ Não há necessidade de armadura transversal para a força cortante.


 Verificação da ruptura por compressão diagonal

= 2 ∗ 25 + 100 = 250
= 1.4 ∗ 1.05 ∗ 100 = 147 /

147 kN
= = 0.0294 /m
250 ∗ 20 cm

= 0.294 < = 3.55  ok!


 Verificação das tensões de aderência

Dentro da faixa de 1,0 metro adotada:


Detalhamento das armaduras da sapata – Exemplo 2

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