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RESUMO DE FUNDAÇÕES – TIPOS DE FUNDAÇÕES

I. Superficiais

1. Transmissão de carga pela base


2. Profundidade inferior a 2x a menor dimensão
3. No máximo a 3 m de profundidade
4. Blocos, Sapatas, Radier
5. Área comprimida mínima = 2/3 da área total, ou seja, a atuação de cargas
excêntricas deve-se limitar a 2/3 da área da base

II. Profundas

1. Transmissão de carga pela base (resistência de ponta) e superfície lateral


(resistência de fuste)
2. Profundidade superior a 8x a menor dimensão
3. Passa de 3 m de profundidade
4. Estacas, Tubulões, Caixões
5. Em estacas, não há descida do operário
6. Tubulão é cilíndrico, Caixão é prismático

a) Blocos de fundação

1. Elemento de rigidez elevada


2. Não possui armadura, com a tensões de tração sendo resistidas pelo
concreto. O bloco que é armado é o de coroamento, bloco esse que serve como
elemento de ligação entre os pilares e fundão profunda. Não confundir.
3. O bloco de fundação pode ser de alvenaria ou pedra também, além do concreto

b) Sapatas

1. Possui altura menor que os blocos de fundação


2. Possui armadura, com a tração sendo resistida pela mesma
3. Sapata centrada = centro de gravidade da sapata coincide com o centro de
gravidade do pilar
4. Sapata excêntrica = não há essa coincidência. Comum em sapatas de divisa,
onde é necessário vigas de equilíbrio (viga alavanca)
5. Vigas de equilíbrio são elementos estruturais que ligam um pilar de divisa a um
pilar interno na obra, fazendo com que a sapata trabalhe de forma centrada
6. São classificadas e m Isoladas, associadas ou corridas
7. Isoladas = 1 pilar
8. Corridas =Recebem três ou mais pilares num mesmo alinhamento, recebendo
cargas distribuídas linearmente, representando menos de 70% das cargas da
estrutura.
9. Associadas = comum a dois pilares, representando menos de 70% das cargas
da estrutura.

OBS: Repare que a parte dos 70% das cargas está em itálico. Coloquei essa
observação porque quando um grupo de fundações está pegando mais que 70%
das cargas geralmente opta-se por usar um radier.

10. Podem ser calculadas pelo método das bielas ou como placas. Se calculadas
como placas, observar puncionamento. O termo “placa” refere-se as sapatas
retangulares e planas, usadas geralmente quando a altura da sapata é de até 25
cm. Nesse caso, por conta de possuir uma área de contato com o pilar, pode
haver uma perfuração deste pilar à sapata e por isso deve ser verificado o
puncionamento.
11. Se apoiadas sobre rochas = calcular como peça rígida, se não, admitir pressão
na base como uniformemente distribuída
12. Colocação de calços na armadura da sapata para garantir o recobrimento da
armadura (esses calços são chamados popularmente de “cocadas”, mas também
podem ser usados os espaçadores vazados)
13. Durante a escavação da sapata, o ideal é que a cota de assentamento das mesmas
seja igual, mas em caso de aprofundamento da cava, pode-se preencher a
diferença de cota com concreto não estrutural (consumo mínimo de cimento de
150 kg/m³) ou aumentar o comprimento do pilar. Caiu uma questão
perguntando sobre isso.

14. Em caso de duas fundações superficiais em cotas distintas, observar o


ângulo α para evitar sobreposição do bulbo de tensões

Solos pouco resistentes α ≥ 60º


Solos resistentes α ≥ 45º
Rochas α ≥ 30º

OBS: A fundação situada na cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar.
Generalidades construtivas sobre sapatas e blocos de fundação (NBR 6122)

1. Menor dimensão em planta para sapata ou bloco = 0,6 m (60 cm)


2. Profundidade mínima de assentamento em divisa de terrenos = 1,5 m
3. Caso as dimensões em planta for menor que 1 m, profundidade pode ser menor
que 1,5 m
Ou seja, em via de regra = profundidade mínima é de 1,5m.
4. Lastro de 5 cm de concreto magro para evitar contato direto com o solo

c) Radier
1. Laje subterrânea
2. Calculado pelo método de Baker, Winkler ou área de influência dos pilares
3. Recebe todos ou parte dos pilares
4. Recebe e distribui mais do que 70% das cargas da estrutural

d) Tubulão

1. Grande seção, base alargada e seção circular


2. A céu aberto (acima do lençol freático) ou ar comprimido (abaixo do lençol
freático). No caso de tubulão a ar comprimido, é utilizado um equipamento
pneumático e a escavação é sempre feita com auxílio de revestimento
3. Cargas transmitidas preponderantemente pela ponta/base (isso aqui acaba
confundindo um pouco, pois apesar de ser uma fundação profunda, sua
resistência de fuste, ou seja, laterais, acaba sendo baixa)
4. Há a necessidade de trabalho manual (descida de um operário)

Generalidades construtivas:

 Altura máxima da base (a céu aberto) = 1,8 m


 Altura máxima da base (ar comprimido) = 3 m
 Altura mínima de rodapé = 20 cm
 Diâmetro mínimo do fuste = 80 cm, porém pode ser adotado como 70 cm a
partir de justificativa técnica (NR18)
ESTACAS

 Não há decida do operário em nenhuma fase


 Concreto pré-moldado, madeira, metálica ou mistas
 É obrigatório o uso de lastro de concreto magro com no mínimo 5cm para
execução do bloco de coroamento (objetivo é o mesmo no caso da sapata, que é
de não deixar o elemento em contato direto com o solo).
 A cabeça da estaca deve ficar pelo menos 5 cm acima deste lastro de concreto.
 Uma generalidade comum a várias estacas e que possivelmente pode cair em
prova é a seguinte: Não se pode executar estacas com espaçamento inferior a
5 diâmetros em intervalo inferior a 12 horas.

Basicamente serio o seguinte: Foi feita a concretagem de uma estaca de diâmetro


500mm, significa dizer que qualquer estaca numa distância de 5x500mm = 2,50
metros, deve esperar até 12 para iniciar. Possivelmente esse critério serve para
evitar eventuais estrangulamentos de fuste ou desmoronamentos.
 Fck para estacas geralmente é a partir de 20 MPA

Divisão quanto ao processo executivo:

Cravadas no solo (de Pré moldadas, madeira, metálica, microestacas


deslocamento) injetadas e TIPO FRANKI

Escavadas no solo
TIPO STRAUSS
(substituição)

Sem deslocamento (pouca


Estaca raiz e com revestimento metálico perdido e
remoção de solo devido a hélice contínua
perfuração rotativa)

Divisão quanto ao tipo de moldagem:


Madeira, metálica, pré moldado em concreto e
Pré moldado estaca mega

HÉLICE CONTÍNUA, TIPO


Moldado in loco
STRAUSS, TIPO FRANKI e RAÍZ

Geralmente estacas moldadas in loco são do tipo escavadas ou de pouco deslocamento


do solo, já as estacas pré moldadas geralmente são de cravação.
Não confundir:

Estaca Strauss: Moldada in loco, porém ESCAVADA (dica: “es” – escavada /


“estrauss”)
Estaca Franki: Moldada in loco, porém CRAVADA

a) Estaca Metálica

1. Vários tipos de perfis


2. Aços ASTM 36 (escoamento = 250 MPa) e A572 Grau 50 (escoamento = 345
MPa)
3. A cravação pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração.
4. Para evitar danificar a estaca durante a cravação por percussão, o uso de
martelos mais pesados e com menor altura de queda é mais eficiente do que o
uso de martelos mais leves e com grande altura de queda
5. Pode ser prolongada/emendada em situações excepcionais, com a utilização de
um elemento chamado prolonga

b) Estaca Mega (MEGA MACACO)

1. Usa o macaco hidráulico


2. Usadas em reforço de estruturas e recuperação de estruturas sem a necessidade
de demolição
c) Hélice Contínua

1. Utiliza-se do trado helicoidal


2. Injeção do concreto pela haste do trado, simultaneamente a sua retirada. A
armadura é introduzida após a concretagem
3. Não gera vibrações no terreno (baixo deslocamento devido ao processo
rotativo)
4. Execução acima ou abaixo do lençol freático
5. Penetra camadas resistentes

d) Estaca Raiz (é raiz porque é de argamassa)

1. Revestido integralmente por tubos metálicos


2. Atravessa rochas e matacões (é usado uma perfuratriz rotativa)
3. Usado para reforço de fundações
4. Não causa vibrações
5. Inteiramente armadas
6. Preenchido com argamassa de cimento e areia
7. Vedado o uso de lama betonítica

e) Tipo Franki
 Cravação de um tubo de ponta fechada por uma
bucha seca a partir de golpes de um pilão. Essa bucha
seca é formada por areia e brita e funciona como uma
espécie de capsula, na qual os golpes, após ela atingir
uma profundidade bastante resistente, faz com que ela
“estoure”, formando a base alargada;
 Armado integralmente
 Base alargada
 Produz muitas vibrações (afinal é cravada)
 Pode ser executada abaixo do nível d’agua
 Mnemônico = Franki Alargado é Bucha Seca

f) Tipo Strauss (escavada)


1. Escavação do solo por meio de uma sonda (chamada também de piteira) e
revestida por uma camisa metálica recuperável (dica Straus = Sonda)
2. Não tem base alargada
3. Bate-estaca Strauss para escavação (sim, é isso mesmo, apesar do nome remeter
a cravação, é escavada)
4. Em sua maioria não são armadas. No caso de estacas onde não haja esforços de
tração e flexão (daí a dispensa de armadura), é introduzido na estaca apenas uma
armadura de arranque, sem função estrutural. Porém há casos onde a estaca
necessita de resistir a esses esforços, sendo assim é introduzida no furo e
posteriormente concretado uma gaiola de aço.
5. Apta para terrenos planos e acidentados, locais confinados e solos
colapsivos e de baixa resistência (justamente por não ser cravada, e sim,
escavada)
6. Não provoca muitas vibrações (trata-se de uma estaca escavada), sendo assim é
perfeita para locais confinados
7. Inapta para solos duros, matacões, areia saturada e argila muito mole, locais
com lençol freático alto, etc. (dica, como é uma estacada do tipo escavada,
terá dificuldade em penetrar em locais muito duros e não é recomendada
para solos moles ou com lençol alto devido a possibilidade de
desmoronamento do furo)
8. Baixa capacidade de carga, se comparada as outras
9. Mnemônico = Straus vibra com piteira
Vibra = Causa poucas vibrações / com piteira (Sonda de escavação) / 300
kg/m³
STRAUSS X FRANKI

Escavada (não gera vibrações)

Escavação via sonda (piteira)


STRAUSS
Na sua maioria, não são armadas

Não tem base alargada

Cravada (gera vibrações)

Cravação via tubo de ponta fechada por uma


bucha seca através de golpes do pilão
FRANKI
Armadas integralmente

Possui base alargada


Comparativo
Estaca Strauss Tipo Franki
Tipo Moldada in loco Moldada in loco

Processo de instalação Escavação (piteira) Cravação (golpes de pilão)

Vibrações? Não (é escavada) Sim (cravada)

Armadas? Em sua maioria, não Sim, integralmente

Base Não é alargada Alargada

g) Estacas pré-moldadas ou pré-fabricadas

- De acordo com a NBR 6122/2019 pré-fabricadas e pré-moldadas são a mesma coisa


- É uma estaca de cravação (chamadas também de estacas de deslocamento porque ao se
cravar no solo, o mesmo é obviamente deslocado)
- É introduzida no terrenos por golpes de martelo de gravidade, martelo hidráulico, explosão
e afins
- As estacas cravadas podem ser do tipo pré-fabricadas em concreto, madeira ou metálica

Estacas de cravação
Pré-moldada de concreto Metálica Madeira Mega
NBR que rege NBR 6118 NBR 8800 NBR 7190 NBR 9062
Percussão, prensagem ou
Método de cravação Percussão ou prensagem Martelo em queda livre Macaco hidráulico
vibração

Podem ser emendadas? Sim, com o "prolonga" Sim, com o "prolonga" - -

h) ESTACAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO


(IMPORTANTE)
- Cravação por percussão ou prensagem
- Para evitar danificar a estaca durante a cravação por percussão, o uso de martelos
mais pesados e com menor altura de queda é mais eficiente do que o uso de
martelos mais leves e com grande altura de queda
- Podem sim ser emendadas, também com o artifício do Prolonga

GENERALIDADES CONSTRUTIVAS - ESTACAS


 Concretagem deve ser feita até pelo menos 30 cm acima da cota de arrasamento
 Desaprumo máximo = 1%
 Em conjunto de estacas, máximo de 10% de excentricidade
 Dmin para estacas sem travamento = 30 cm
 Cabeça das estacas embutidas no mínimo 5 cm dentro do bloco de coroamento
(seria uma espécie de traspasse)
 Para execução das estacas, é necessário que as demais estacas que estejam
próximas (5x o diâmetro da estaca) estejam concretadas a pelo menos 12 horas
 O efeito favorável da subpressão (esforço vertical para cima) não pode ser
considerado, a menos que o projetista ordene. Esse efeito é aquele alívio de carga
que calculávamos em Teoria das estruturas, mas como nesse caso causa um alívio,
não está a favor da segurança.
 No que diz respeito a anexação de grupos de estacas, deve ser sempre feito do
centro para as extremidades.

TERMINOLOGIAS

 NEGA = Medida para penetração permanente da estaca para uma série de 10


golpes (permanente). Entenda isso como o limite de cravação dessa estaca, pois
ela é a medida em que a estaca se “nega” a descer. A nega pode ser obtida a
partir de golpes de pilão ou martelo a partir de altura de queda. Seria uma
espécie de “SPT da estaca”
 REPIQUE = Parcela elástica do deslocamento da estaca (vai e volta). Seria o
quanto a estaca “volta” após receber o golpe do martelo ou pilão.

OBSERVAÇÃO INTERESSANTE E POSSÍVEL QUESTÃO DE PROVA:


Por estarem atrelados, tanto a NEGA quanto o REPIQUE são medidas indiretas
e dinâmicas da capacidade de carga da estaca.
OBS: A NEGA E O REPIQUE TEM QUE VERFIFICADOS EM TODAS
AS ESTACAS

 RECALQUE = Movimento descendente, afundamento. Quando o recalque é


ascendente, é chamado de levantamento. Há também o recalque diferencial que
seria uma espécie de recalque parcial, ou seja, considerando um apoio, é como
se ele não afundasse totalmente, apenas em parte, gerando assim uma diferença
de cota.

 COTA DE ARRASAMENTO = Nível em que devem ser deixados o topo da


estaca ou tubulão para ligação com o bloco de coroamento. Entenda isso como o
“arranque”
 FS =
Fator
de

Segurança (não pode ser inferior a 2)

 Fd = Carga de projeto

 Ssap = Seção da sapata (bloco ou tubulão)

ATRITO LATERAL
Atrito lateral positivo (+) = Fundação recalca (afunda) mais que o terreno
Atrito lateral negativo (-) = Recalque do solo é maior que o da fundação
Ponto neutro (0) = Ponto onde ocorre a mudança de atrito lateral de negativo para
positivo, ou seja, nesse ponto de mudança em específico, o recalque do solo é igual ao
recalque da estaca.

C20 é o concreto de menor resistência à compressão que pode ser aplicado para
fundações.

ADENDOS DE QUESTÕES QUE CAIRAM EM PROVAS (A MAIORIA


REFERENTES A PONTOS ESPECÍFICOS DA NBR 6122 DE 2019)
A) Dimensionamento de fundações considerando o vento como a variável
principal (Q1277746)
A NBR 6122(2019) no item 6.3.2 informa que para casos onde o vento é
considerado a variável principal, há uma majoração das cargas admissíveis nas
estacas em 15% e o fator de segurança (FS da formula anterior) pode ser no mínimo
1,6.

B) Desempenho de fundações (Q1277745)


Geralmente o desempenho das fundações limita-se a verificação de recalque das
mesmas, mas em casos específicos a verificação do desempenho das mesmas deve
ser considerado, como é o caso da análise da interação entre a estrutura e a
fundação. Como é óbvio, são para casos não comuns, por exemplo:
- Estruturas onde a carga variável tem significância em relação a carga total, como
por exemplo silos e reservatórios (no caso aqui geralmente a estrutura do
reservatório é dimensionada para a capacidade do mesmo, com qualquer acréscimo
contando)
- Estruturas com mais de 55 metros de altura contando do térreo até a laje de
cobertura do último piso habitável (essa situação aqui chama atenção por conta da
altura do prédio, logo para prédios altos e esbeltos certamente há a necessidade de
haver algum tipo de verificação adicional)
- Relação altura/largura superior a 4 (essa situação é a clássica esbeltez, ou seja, alto
e “magro”)
- Estruturas e fundações não convencionais (também acaba sendo obvio)

C) Ações variáveis (Q1779651)


A NBR 6122 define ações variáveis todas aquelas que possuem curtos intervalos e
baixas frequências, com esse curto intervalo sendo de no máximo 1 dias e de
frequência de menos de 3 dias por semena

OBS INTERESSANTE: O GASTALHO TAMBÉM É CONHECIDO COMO


COLARINHO (NBR 9062).
O gastalho é uma peça confeccionada em madeira, que serve como base, gabarito ou
suporte para a fixação da fôrma do pilar e garante as suas corretas dimensões e
posicionamento. A fase de colocação dos gastalhos, chama-se gastalhamento e
precede a fase de montagem da forma do pilar

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