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1) FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Classificação de tubulões
Os tubulões podem ser divididos em dois tipos: tubulões a céu aberto e tubulões a ar
comprimido.
• O tubulão a céu aberto é utilizado quando a fundação está acima do lençol freático.
Neste caso, a fundação é executada à pressão atmosférica e, a depender das
características do solo (sobretudo quanto à possibilidade de desmoronamento), pode ser
dispensada a necessidade de revestimento (encamisamento) da área escavada.
No caso das estacas há uma variedade ainda maior de tipologias sendo que cada uma
apresenta vantagens e desvantagens conforme será detalhado na próxima seção. De
modo geral as estacas podem ser classificadas, quanto ao tipo de resistência
predominante, em dois grupos: estacas de ponta e estacas flutuantes.
• As estacas escavadas são executadas realizando-se o furo por retirada do solo. Nesse
caso faz-se uma escavação manual ou mecânica do solo para criação de um furo com
diâmetro e profundidade adequado. São exemplos dessa técnica: estaca escavada, estaca
barrete, a trado, hélice contínua, raiz, microestaca e Strauss.
• Nas estacas cravadas, por sua vez, o furo não é feito por retirada solo, mas sim por
deslocamento do solo através da cravação da própria estaca no terreno ou de algum
elemento provisório de furação (camisa metálica), o qual força o solo se deslocar à
medida que o corre a penetração da estaca no terreno. Por isso as estacas cravadas são
também denominadas estacas de deslocamento. A cravação pode ser realizada por
percussão, prensagem ou vibração. São exemplos de estacas cravadas: Franki, estaca
de madeira,
metálica, estaca pré-fabricada de concreto e estacas de reação (mega ou prensada).
2) EXECUÇÃO DE TUBULÕES
3) EXECUÇÃO DE ESTACAS
a) ESTACA FRANKI
Outra desvantagem é que este tipo de estaca não é recomendado para casos em que
haja camadas de solo mole saturado, o que pode acarretar descontinuidade da camada
de concreto (estrangulamento do fuste) devido a movimentação do solo durante a
execução da estaca. Além disso, por ser uma estaca cravada sua execução gera
vibrações no solo e ruído gerando impactos negativos na área vizinha a obra.
Uma particularidade da estaca Franki é que a cravação não é realizada por golpes de um
martelo no topo da estaca, mas sim por golpes de um pilão na bucha que está ponta da
estaca.
Após o alargamento da base coloca-se a armadura no interior da estaca ancorando-a
na base alargada. Por fim realiza-se a concretagem da estaca por meio do lançamento
de concreto no furo em pequenas quantidades com posterior apiloamento.
Paralelamente a concretagem, realiza-se a retirada do tubo metálico.
Caso existam camadas se solos muito moles ou fluxo de água subterrânea na área de
execução das estacas, pode-se optar pela não retirada do revestimento. Neste caso a
estaca é denominada Franki tubada ou apenas de estaca tubada. Essa é uma forma de
se evitar o estrangulamento do fuste.
b) ESTACA STRAUSS
De acordo com a NBR 6122 este tipo de estaca não deve ser utilizado em areias
submersas ou com argilas moles ou saturadas, pois nestes casos aumenta o risco de
estrangulamento do fuste (redução do diâmetro em alguns trechos) quando retira-se o
revestimento da estaca. Além disso, no caso de solos arenosos ou pouco coesivos a
presença de água também pode levar ao fechamento do furo durante o processo de
concretagem. Sendo assim, a aplicação desse tipo de estaca abaixo do nível do lençol
freático deve ser evitada. A principal vantagem deste tipo de estaca é o fato de
requerer
equipamentos simples para sua execução e que podem ser utilizados inclusive em
locais de difícil acesso, devido a sua baixa altura. Consequentemente, trata-se de uma
estaca de baixo custo. Além disso, o processo executivo não gera muito ruído nem
vibrações, evitando assim, efeitos negativos nas áreas vizinhas a obra.
A estaca Franki apresenta base alargada, mas a estaca Strauss não apresenta base
alargada.
A execução da estaca escavada sem fluido estabilizante inicia-se com a perfuração, que
é realizada com um trado espiral acoplado a uma haste. Ao se atingir a cota de
assentamento da fundação, o fundo normalmente é apiloado com soquete. A NBR
6122 recomenda que a concretagem seja realizada no mesmo dia da perfuração com o
auxílio de funil para lançamento do concreto.
Neste tipo de estaca o processo executivo não gera muito ruído nem vibrações,
evitando assim efeitos negativos nas áreas vizinhas à obra. Outra vantagem é o baixo
custo de execução dessa técnica. Por outro lado, sua aplicabilidade é limitada a:
• Profundidades com camadas de solo sem presença de água durante todo o processo
de executivo, ou seja, desde a escavação até à concretagem.
• Solos que não apesentam pedregulhos ou matacões.
A lama bentonítica é formada por água e bentonita, a qual é uma rocha de origem
vulcânica cujo mineral predominante é a montimorilonita. O uso da bentonita se
justifica pelo fato de em repouso ele ter consistência gelatinosa, mas quanto sobre
agitação, fluidifica-se. Sendo assim, sua aplicação no furo é fácil, pois é feita sob
agitação, tornando a lama líquida e, uma vez em repouso no furo da estaca, a lama
adquire consistência gelatinosa o que permite conter as paredes da escavação.
Esse tipo de estaca é indicado em obras de grande porte que impõem sobre as
fundações cargas elevadas. Todavia, este tipo de estaca requer equipamentos robustos,
elevando seu custo de implantação. Outra desvantagem é o consumo de lama
bentonítica que é altamente poluente e deve ser tratada previamente ao descarte.
A estaca hélice contínua é uma estaca de concreto armado moldada in loco, com
escavação realizada por rotação de um trado helicoidal contínuo. O concreto é
introduzido por meio da haste do trado à medida que esta é retirada do furo.
Neste tipo de estaca, o processo executivo não gera muito ruído nem vibrações,
evitando assim efeitos negativos nas áreas vizinhas à obra. Além disso, seu processo de
execução permite uma elevada produtividade, ou seja, permite a implantação de várias
estacas em um curto intervalo de tempo.
d) Estaca raiz
A estaca raiz é uma estaca moldada in loco e constituída de argamassa de cimento e
areia com armadura. A escavação neste tipo de estaca é realizada pelo processo de
perfuração por rotação, ou por rotopercussão. Durante a furação, utiliza-se
revestimento metálico, formado por segmentos com comprimento entre 1 m e 1,5 m
que são rosqueados com o avanço da perfuração. Salienta-se que o revestimento é
recuperado ao final da execução da estaca.
Entretanto, as estacas raiz possuem custo elevado e consomem grande volume de água
e energia elétrica durante sua execução.
Além disso, no caso de estacas com diâmetro menor ou igual a 200 mm, à medida que
se retira o revestimento, deve-se aplicar uma pressão no topo da estaca por meio de ar
comprimido ou de bomba de injeção de argamassa, de modo a garantir o adensamento
da argamassa e seu espalhamento em todo volume do furo, inclusive na área
ocupada pelo revestimento que foi removido. Depois de se aplicar a pressão na estaca e
remoção dos tubos de revestimento, é necessário completar o nível de argamassa.
A estaca de reação, também denominada estaca mega ou prensada, é uma estaca pré-
moldada constituída de elementos de concreto armado ou metálicos. Esses elementos
que são cravados no terreno utilizando-se um macaco hidráulico.
Uma das principais vantagens da estaca mega com relação a outras estacas cravadas
é que ela não gera ruído nem vibrações excessivas. Isso se deve logicamente ao fato
de ser apenas prensada em direção ao solo pelo macaco hidráulico, ao invés de ser
cravada com a queda de um martelo.
No caso de segmentos de concreto, a conexão entre eles pode ser feita apenas por
sobreposição, e no caso de segmentos metálicos, a união deve ser realizada com união
por rosca ou solda.
f) ESTACAS DE MADEIRA
O eucalipto é uma das espécies de árvores mais utilizadas na confecção deste tipo de
estaca para obras temporárias, mas quando se trata de fundação permanente, as
madeiras como ipê e maçaranduba são geralmente as mais utilizadas, tendo em vista
sua maior resistência mecânica. A estaca de madeira pode ter diâmetro variável, mas,
de acordo com a NBR 6122, o diâmetro do topo deve ser de no mínimo 25 cm e o
diâmetro da ponta, de no mínimo 15 cm.
As estacas de madeira possuem baixo custo, porém não podem ser utilizadas em
terrenos com matacões e têm seu uso limitado, uma vez que há o risco de deterioração
por microrganismos no caso em que não permanecem submersas. Além disso, por ser
uma estaca cravada, sua execução gera vibrações no solo e ruídos, impactando
negativamente na área vizinha à obra.
A execução da fundação com estaca de madeira é realizada por cravação. Para isso
utiliza-se um equipamento que consiste em um martelo de cravação que aplica golpes
no topo da estaca, forçando a penetração desta no solo.
O martelo não deve acertar os golpes diretamente no topo da estaca de madeira, uma
vez que se pode causar danos à estaca, devido à concentração de tensões. Sendo assim,
deve ser colocada no topo da estaca uma proteção denominada cepo ou capacete, que
deve ser menos rígido do que a estaca, de modo a evitar danos a esta por tensões
excessivas.
g) ESTACA METÁLICA
Tendo em vista a elevada resistência mecânica das estas metálicas, estas apresentam
como
principais vantagens: a facilidade de transporte e manuseio, a elevada resistência a
esforços de flexão. Além disso, elas apresentam bastante flexibilidade quanto à
adequação de seu comprimento, devido à facilidade de corte com maçarico ou de
realização de emendas por solda.
A execução da fundação com estaca metálica é realizada por cravação (Figura 31). A
cravação das estacas metálicas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração.
Assim como para a estaca de madeira, um martelo de cravação aplica golpes no topo
da estaca, forçando a penetração desta no solo. Utiliza-se também no topo da estaca o
cepo ou capacete, que deve ser menos rígido do que a estaca para evitar danificá-la. É
permitida a realização de emendas nas estacas metálicas, as quais devem ser
executadas com solda. Ressalta-se que a tensão durante cravação deve ser menor ou
igual a 90% da tensão de escoamento do aço da estaca, caso sejam feitas medição das
tensões durante a cravação.
Além das seções de estacas apresentadas anteriormente, existe ainda outro tipo de
estaca metálica denominado estaca prancha, o qual é utilizado na construção de
cortinas ou muros de contenção. Para isso são cravadas várias estacas prancha, uma
ao lado da outra, sendo que elas possuem um elemento de ligação ou encaixe em suas
bordas laterais. Dessa forma, após a cravação, as estacas pranchas são justapostas e
encaixadas, formando uma cortina integrada, permitindo a escavação de um lado da
cortina, enquanto a porção de solo do outro lado é suportada por este muro de contenção
de estacas prancha.
Esse tipo de estaca apresenta como principais vantagens: não serem afetadas pelo
nível do lençol freático e possuírem a facilidade de realização de emendas. Por outro
lado, as estacas de concreto pré-fabricado têm como principais desvantagens: a
impossibilidade de uso em terrenos com matacões. Além disso, por ser uma estaca
cravada, sua execução gera vibrações no solo e ruído, produzindo impactos negativos
na área vizinha ao projeto.
Além disso, o içamento das estacas para transporte e manuseio gera esforços de flexão,
para os quais a estaca não precisaria ser armada se fosse moldada in loco. Afinal, a
estaca moldada in loco, após instalada, irá suportar predominantemente esforços de
compressão. Sendo assim, a armadura da estaca deve ser verificada quanto aos esforços
de flexão durante içamento e, se necessário, deve ter sua armadura reforçada.
Caso o topo da estaca seja danificado durante a cravação ou caso ele fique abaixo da
cota de arrasamento, é permitida a recomposição do topo da estaca desde que seja
utilizado concreto com resistência maior ou igual a do concreto utilizado na fabricação
da estaca.
Além disso, de acordo com a NBR 6122 é permitido o aproveitamento das sobras
estacas, desde que todos os seguintes critérios sejam atendidos:
A estaca Franki é uma estaca cravada e que gera vibrações durante sua execução, porém
a estaca raiz é uma estaca escavada com pouca vibração durante sua implantação. Sendo
assim, a afirmativa está errada.
Ainda de acordo com a referida norma, seguem as definições dos outros tipos de estacas
supracitados:
• A estaca Franki é moldada in loco, sendo executada por cravação por meio de
sucessivos golpes de um pilão sobre uma bucha seca. Essa bucha é constituída de pedra
e areia, previamente firmada na extremidade inferior do tubo de revestimento.
• A estaca hélice contínua é moldada in loco, executada mediante a introdução, por
rotação, de um trado helicoidal contínuo no terreno e injeção de concreto pela própria
haste central do trado. A injeção é feita simultaneamente com a retirada da haste central
e a armadura é introduzida após a concretagem.
• A estaca escavada é executada por perfuração do solo através de trado mecânico, sem
emprego de revestimento ou fluido estabilizante.
• A estaca Strauss é executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira. O
revestimento é total e com camisa metálica, realizando-se o lançamento do concreto e
retirada gradativa do revestimento com simultâneo apiloamento do concreto.
Estacas do tipo hélice contínua são bastante versáteis, sendo adequadas para vários tipos
de terrenos, com exceção daqueles em que há a presença de rochas e matacões, já que
seu processo executivo não possibilita atravessar tais obstáculos durante a perfuração.
As estacas raiz são executadas utilizando-se argamassa de cimento com areia e/ou
pedrisco.
As estacas raiz são um tipo de fundação profunda indicada para terrenos com matacões
devido ao seu processo de execução com perfuração rotopercusiva, que combina a
aplicação de golpes (percussão) com o corte rotativo sobre a rocha. Ademais, a
execução de estacas raiz não ocasiona vibrações e requer equipamentos de menor porte,
muito menores do que bate-estacas, facilitando seu uso em áreas de difícil acesso.
Broca: fundação profunda perfurada com trado manual, preenchida com concreto,
com comprimento mínimo de 3,0 m, utilizada para pequenas construções, com cargas
limitadas a 100 kN
estaca escavada com uso de fluido estabilizante: estaca moldada in loco, sendo a
estabilidade da perfuração assegurada pelo uso de fluido estabilizante (ou água, quando
houver também revestimento metálico). Recebe a denominação de estacão quando a
perfuração é feita por uma caçamba acoplada a uma perfuratriz rotativa, e estaca barrete
quando a seção for retangular e escavada com utilização de clamshell
estaca escavada mecanicamente: estaca executada por perfuração do solo por trado
mecânico, sem emprego de revestimento ou fluido estabilizante
estaca Franki: estaca moldada in loco executada pela cravação, por meio de
sucessivos golpes de um pilão, de um tubo de ponta fechada por uma bucha seca
constituída de pedra e areia, previamente firmada na extremidade inferior do tubo por
atrito. Esta estaca possui base alargada e é integralmente armada
estaca hélice monitorada com trado segmentado: estaca de concreto moldada in loco,
executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de segmentos de trado
helicoidal de diâmetro constante. A injeção de concreto é feita pela haste central do
trado, simultaneamente à sua retirada. A armadura é sempre colocada após a
concretagem da estaca
estaca raiz: estaca armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada
in loco executada por perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida integralmente,
no trecho em solo, por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis
estaca Strauss: estaca executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira e
revestimento total com camisa metálica, realizando-se gradativamente o lançamento e
apiloamento do concreto, com retirada simultânea do revestimento
estaca trado vazado segmentado (Hollow Auger): estaca moldada in loco executada
mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal constituído por
segmentos de pequeno comprimento (aproximadamente 1,0 m), rosqueados, e injeção
de argamassa pela própria haste central do trado, simultaneamente à sua retirada