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TIPOS DE FUNDAÇÕES

TIPOS DE SOLOS

Referências Bibliográficas:
NBR 6122 – NB 6484
Apostilas do curso de pós-graduação em
Construção Civil da UFMG 2002
Ênfase: Avaliações e Perícias
Definição:
Fundação é o elemento estrutural que transfere ao
solo as cargas que são aplicadas à estrutura.

“ Fundações – Profundidade mínima:


a base de uma fundação deve ser assente a uma profun-
didade tal que garanta que o solo de apoio não seja influ-
enciado pelos agentes atmosféricos e fluxos d’água. Além
disso, salvo quando a fundação for assente sobre rocha,
tal profundidade não pode ser menor que 1,50 metros”
(NBR 6122/1982-Projeto e execução de fundações).
Norma vigente: NBR 6122/2010:

Principal modificação em relação a NBR 6122/1996:


Desempenho das fundações

- Obrigatoriedade de execução de provas de carga


“ em
um maior número de casos. Com isso, nas estacas
por exemplo, com a execução das provas de carga a
priori, o coeficiente de segurança pode ser minorado
para 1,6 em vez de 2,0, ou seja, tem-se projetos mais
econômicos e seguros.

- Monitoramento de recalques nas estruturas acima de


60 m de altura ou com a relação altura/largura superior
a 4 e nas estruturas ou fundações não convencionais.
Dividem-se em dois grandes grupos:

4 Fundação superficial , rasa ou direta

• As cargas da estrutura são transmitidas


diretamente às fundações sem elementos
intermediários.
• Profundidade limitada de 2 a 3 metros.
4 Fundação profunda ou indireta

• As cargas da estrutura são transmitidas às


fundações através de elementos intermediários.
• Profundidade acima de três metros.
FUNDAÇÕES: Detalhamento

4 Fundações diretas

• Bloco
• Sapata
• Radier

4 Fundações profundas

• Tubulões
- tubulão a céu aberto
- tubulão a ar comprimido
• Estacas
- Grandes deslocamentos  Madeira
 Pré-moldada de concreto
 Franki
 Aço com ponta fechada

- Pequenos deslocamentos  Perfis de aço


 Strauss
 Pré-moldada com pré-furo

- Sem deslocamento  Rotativa


(escavadas) Trado
Hélice contínua
Raiz
Fundações Diretas ou Superficiais
As cargas são transmitidas ao terreno pela área de contato
com o solo.
a) Bloco – elemento em
concreto simples onde b) Sapata – elemento de
as tensões de tração concreto armado cujas
são resistidas pelo armaduras combatem
próprio concreto. os esforços de tração.
c) Sapata associada
elemento l que recebe pilares alinhados. Se
recebem carga distribuída linear recebem o
nome de sapata corrida.
d) Radier – elemento
tipo placa de
concreto armado
monolítica que
recebe todos pilares.

e) Radier parcial – elemento que recebe alguns


pilares que não estejam alinhados.
Fundações Profundas

As cargas são transmitidas ao terreno pela resistência


de ponta e/ou pela resistência lateral.

Tubulões Elemento de forma cilíndrica onde há a


descida do operário. Pode ser a céu aberto
ou sob ar comprimido. Despreza-se a
resistência lateral.

Estacas Elemento executado por equipamentos e


não há a descida do operário durante a
sua execução.
Tubulões São elementos estruturais constituídos da
concretagem de um poço usualmente de
forma cilíndrica, dotado de uma base
alargada.

4 Tubulões a céu aberto


• execução possível só do NA
• fuste geralmente de forma circular - Ø > 70 cm
• trabalha com resistência de ponta
4 Tubulões a ar comprimido

Indicados em escavações abaixo do lenço freático e


não se consiga esgotar a água por perigo de
desmoronamento. Geralmente usados em obras de
arte especiais.

• altura limitada a 34 m – pressão de 3,4 atm


• equipe de socorro médico disponível
• câmara de descompressão na obra
• manter compressores e reservatório de ar
reserva
Tubulão com
camisa de concreto
Estacas moldadas no local
4 Tipo Franki

Idéia  Cravar um tubo no solo através de


golpes de um pilão, em queda livre,
numa bucha de concreto seco colocada
na extremidade inferior do tubo.

Características  • estacas de carga elevada


gerais • necessário equipamento específico
• necessário mão-de-obra
especializada
Bate-estaca
típico
Estacas moldadas no local

4 Strauss

Estaca escavada com o emprego de uma sonda,


revestida por uma camisa metálica recuperada
que é cravada em toda sua profundidade.
O revestimento garante a estabilidade da
perfuração e permite que não ocorra mistura
com o solo durante a concretagem.
Equipamentos Utilizados

• Guincho com motor acoplado


• Chassi de madeira (para movimentar a máquina)
• Tripé metálico com carretilha no topo
• Guincho manual para levantamento dos tubos
• Tubos de aço de 2,5 m com roscas macho e fêmea
• Sonda, piteira ou soquete com lastro de chumbo >
300 Kg (possui válvula mecânica que permite a
entrada da escavação)
Vantagens

1 – Equipamento leve e econômico – adapta-se em


terrenos pequenos
2 – Ausência de vibrações
3 – Possibilidade de executar a estaca do tamanho
projetado
4 – Possibilidade de verificar corpos estranhos no solo
5 – Possibilidade de verificar a natureza do solo
6 – Possibilidade de executar a estaca próximo a divisas
7 – Estacas econômicas para cargas leves
Limitações

1 – Com elevada vazão não se consegue esgotar a


água com a sonda. Não é recomendada nestes
casos
2 – Em argilas moles ou areias submersas o risco de
seccionamento é muito grande. Não é recomendada
nestes casos
3 – Deve-se ter um controle rigoroso na concretagem
(falhas) e na retirada do tubo
4 – Indicadas para comprimentos máximos de 25,0 m
Estacas Escavadas

4 Hélice Contínua

É executada por meio de escavação com um


trado contínuo e injeção de concreto, sob pressão
controlada, através da haste central do trado
simultaneamente à sua retirada do terreno.
Vantagens

1– Elevada produtividade
2– Adaptável à maioria dos terrenos. Exceto rocha e matacões
3– Não causa vibrações e descompressão no terreno
4– Não usa lama betonítica
5– Cargas leves ou pesadas

Limitações

1 – Equipamento de grande porte, necessita de áreas planas


2 – Necessita de pá carregadeira para remoção do material
escavado
3 – Custo de mobilização elevado. Número mínimo de estacas
4 – Limitadas a 30 metros de profundidade
Monitoramento

As estacas hélice contínua são monitoradas


por sistema de computador alimentado por
baterias. O operador monitora da cabine,
através de mostradores digitais, diversos
parâmetros da estaca, tais como:
profundidade, velocidade de rotação da mesa,
torque, inclinação da estaca, pressão e
volumes do concreto etc. Para cada estaca é
emitido um relatório com o seu perfil provável.
Estacas Escavadas

4 Injetadas – Tipo Raiz

A técnica de estacas injetadas foi originalmente


desenvolvida para reforço de fundações e
melhoramentos das características mecânicas de
solos. A patente italiana data de 1952 e com o
domínio público na década de 1970 iniciou-se a
comercialização de estacas similares por diversas
empresas. Inicialmente eram denominadas estacas
de pequeno diâmetro ou micro estaca.
Estacas Pré-moldadas

Caracterizam-se por serem cravadas


no terreno por percussão,
prensagem ou vibração.
São constituídas por um único
elemento estrutural (madeira,
aço ou concreto) ou pela
associação de dois
destes elementos
(estacas mistas).
4 Estacas de madeira

• Em obras definitivas deve-se usar madeira de lei.


• Abaixo do lenço freático a sua duração é ilimitada.
• Atualmente a sua utilização é limitada em razão
da dificuldade em obter boas estacas.
• Para evitar danos durante a cravação, as cabeças
devem ser protegidas por anel de aço.
•  20 cm  150 KN  30 cm  300 KN  40 
500 KN
4 Estacas metálicas

• São utilizados perfis de aço I ou H tubos e trilhos


(usados).
• Podem ser cravadas em terrenos resistentes sem
risco de levantar estacas vizinhas.
• Estando coberta por solo a corrosão é praticamente
inexistente.
• Custo elevado devido ao material e pela diferença
de comprimento em relação a outras estacas.
4 Estacas de concreto

• São confeccionadas com concreto armado ou


protendido e adensadas por centrifugação ou
vibração.
• As seções são quadradas, circulares maciças ou
vazadas.
• Comprimento da peça de 12 m devendo ser
emendadas através de anéis soldados (tração).
• A carga máxima é indicada pelos fabricantes, porém
deve-se observar se o comprimento é compatível
com a transferência de carga para o solo.
APLICAÇÕES

Raiz 4 todo tipo de solo


até 150 t
4 usada para cargas mais baixas

Madeira 4 usada somente abaixo do NA


até 50 t

Strauss 4 não usada com argila mole ou areia


submersa
até 65 t
Hélice 4até 80 t
contínua
4 usada em solos coesivos e arenosos
com ou sem presença de água
Franki 4 até 280 t
4 restrições em casos particulares de
espessas camadas de solo mole
4 produz altas vibrações

Tipo broca 4 não usada abaixo do NA e terrenos


(trado) arenosos
até 20 t
Principais itens a ser considerados no estudo de
viabilidade do tipo de fundação.

- volumes de escavação e aterro


- volume de concreto e peso de aço
- facilidades executivas
- disponibilidade de equipamentos
- prazo de execução
EXEMPLOS DE FUNDAÇÕES NA REGIÃO DO
VALE DO AÇO

CASO 1- Fundação direta: Bairro Funcionários, Timóteo


- Edifício de 10 pavimentos em sapatas dimensionadas
com tensão admissível de 2,50 Kgf/cm2.
Fotos 1.1 , 1.2 e 1.3

CASO 2- Fundação profunda: Bairro Funcionários, Timóteo


- Edifício de 11 pavimentos em estacas hélice contínua
com profundidades de 15,00 a 30,00 m.
Fotos 2.1, 2.2 e 2.3
Foto 1.1
Foto 1.2
Foto 1.3
Foto 2.1
Foto 2.2
Foto 2.3
Tipos de solos: origem

Solo saprólito : alteração de rocha

Solo residual : decomposição das rochas

Solos sedimentares:

Solo coluvional: transportado ação da gravidade.

Solo aluvional: transportado pela ação da água.

Solo eólico: transportado pela ação do vento.


Formação dos solos:

Os solos constituem meios descontínuos formados


por grãos sólidos e vazios o que implica características
físicas e mecânicas peculiares e de certa forma distintas
daquelas associadas aos demais materiais da Engenharia
Civil, como o aço e o concreto, considerados sólidos.
Tamanhos das partículas

Solos grossos/granulares:
- compacidade - não coesivos - vibração
- são os pedregulhos e areias
- os grãos têm dimensões macroscópicas
- 50% são retidos na peneira 0,075 mm
- não são capazes de sofrer grandes deformações sem
ruptura da estrutura, portanto, não são plásticos
- apresentam volumes de vazios relativamente
pequeno, comparado ao volume das partículas
sólidas, com isso, têm peso específico mais elevado
- são permeáveis, face às dimensões dos vazios ser
proporcionais aos diâmetros dos grãos
Solos finos:
- consistência - coesivos - percussão
- são os siltes e argilas
- os grãos têm dimensões microscópicas
- 50% passam na peneira 0,075 mm
- são capazes de sofrer grandes deformações sem
ruptura da estrutura, portanto, são plásticos
- apresentam elevados volumes de vazios ,
comparado ao volume das partículas sólidas, com
isso, têm peso específico menores
- são impermeáveis, face às pequenas dimensões
dos vazios resultantes dos pequenos diâmetros
dos grãos sólidos
Métodos para determinar a tensão admissível
nos solos:

• Métodos teóricos

• Prova de carga sobre placas – NBR 6489

• Métodos semi-empíricos

• Métodos empíricos
Investigações geotécnicas

Condição básica para elaborar um projeto de


fundação:

CONHECIMENTO ADEQUADO DO SOLO

Ensaios in situ

* Identificar e classificar as diversas camadas do


substrato: TIPO DE SOLO E NÍVEL DE ÁGUA
* Avaliar as propriedades das
camadas:RESISTÊNCIA
Sondagem de simples reconhecimento a percussão
NBR 6484
SPT : Ensaio Padrão de Penetração
Standart Penetration Test

Finalidades:

• Determinar o tipo do solo atravessado

• Determinar a resistência do solo (N)

• Determinar a posição do nível de água


Estados de compacidade e de consistência

Índice de resistência
Solo Designação
à penetração (N)

N4 fofa(o)
areias e siltes 5a8 pouco compacta(o)
arenosos 9 a 18 medianamente
19 a 40 compacta(o)
> 40 compacta(o)
muito compacta(o)

N2 muito mole


argilas e siltes 3a5 mole
argilosos 6 a 10 média(o)
11 a 19 rija(o)
N > 19 dura(o)
Tensões admissíveis segundo
NBR 6122/94
Classe Descrição Valores (MPa)

1 Rocha sã, maciça, sem laminações ou sinal de decomposição 3,0


2 Rochas laminadas, com pequenas fissuras, estratificadas 1,5
3 Rochas alteradas ou em decomposição ver nota (c)
4 Solos granulares concrecionados, conglomerados 1,0
5 Solos pedregulhosos compactos a muito compactos 0,6
6 Solos predregulhosos fofos 0,3
7 Areias muito compactas 0,5
8 Areias compactas 0,4
9 Areias medianamente compactas 0,2
10 Argilas duras 0,3
11 Argilas rijas 0,2
12 Argilas médias 0,1
13 Siltes duros (muito compactos) 0,3
14 Siltes rijos (compactos) 0,2
15 Siltes médios (medianamente compactos) 0,1

Notas: a) Para a descrição dos diferentes tipos de solo, deve-se seguir as definições da NBR 6502.
b) No caso de calcário ou qualquer outra rocha cárstica, devem ser feitos estudos especiais.
c) Para rochas alteradas, ou em decomposição, tem que se levar em conta a natureza da rocha
matriz e o grau de decomposição ou alteração.

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