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ENGENHARIA CIVIL

FUNDAÇÕES

FUNDAÇÕES

P ROF . D R . P AULO A LBUQUERQUE

N OTAS DE A ULA 1.1

2004
SUMÁRIO

1. T IPOS DE F UNDAÇÕES ........................................................................... 1


1.1 Fundações Rasas ou Diretas (H ≤ B).............................................................................................1
1.1.1. Blocos de Fundação ..............................................................................................................1
1.1.2. Sapatas de Fundação ............................................................................................................2
1.1.3. Radier.....................................................................................................................................2
1.2. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ...........................................................................................................3
1.2.1. Estacas....................................................................................................................................3
1.2.2.1. Moldadas “in-loco”............................................................................................................3
1.2.3. Tubulões ............................................................................................................................. 19

2. NBR 6122 / 96 – P ROJETO E E XECUÇÃO DE F UNDAÇÕES........................... 22


2.1. Fundação Superficial (ou rasa ou direta)................................................................................. 22
2.1.1. Sapata ................................................................................................................................. 22
2.1.2. Bloco ................................................................................................................................... 22
2.1.3. Radier.................................................................................................................................. 22
2.1.4 Sapata associada........................................................................................................... 22
2.1.5. Viga de fundação............................................................................................................... 22
2.1.6. Sapata corrida..................................................................................................................... 23
2.2. Fundação Profunda ................................................................................................................... 23
2.2.1. Estaca .................................................................................................................................. 23
2.2.2. Tubulão............................................................................................................................... 23
2.2.3. Caixão.................................................................................................................................. 23
2.3. Termos........................................................................................................................................ 23
2.4. Investigações geotécnicas, geológicas e observações locais............................................. 24
2.4.1. Reconhecimento geológico .............................................................................................. 25
2.4.2. Reconhecimento geotécnico............................................................................................. 25
2.5. Cargas e segurança nas fundações .......................................................................................... 25
2.5.1. Estados Limites Últimos – Análise de Ruptura ................................................................. 26
2.5.2. Estados Limites de Utilização – Análise de Deformação ................................................. 27
2.6. Fundações Superficiais.............................................................................................................. 27

ii
2.6.1. Pressão admissível .............................................................................................................. 27
2.7. Metodologia para determinação da pressão admissível ........................................................ 28
2.7.1. Pressão admissível em solos compressíveis ...................................................................... 28
2.8. Solos expansivos........................................................................................................................ 28
2.9. Solos colapsíveis........................................................................................................................ 29
2.10. Dimensionamento de Fundações Superficiais...................................................................... 29
2.10.1. Dimensionamento geométrico ................................................................................ 29
2.10.2. Dimensionamento estrutural .......................................................................................... 29
2.10.2. Disposições construtivas.................................................................................................. 30
2.11. Fundações Profundas.............................................................................................................. 31
2.11.1. Carga admissível do ponto de vista geotécnico ............................................................ 31
2.11.2. Métodos para avaliação da capacidade de carga do solo............................................ 32
2.11.2.1. Métodos estáticos..................................................................................................... 32
2.11.2.2. Provas de carga ......................................................................................................... 32
2.11.2.3. Métodos dinâmicos .................................................................................................. 34
2.11.3. Carga admissível a partir do recalque............................................................................. 34
2.12. Atrito lateral............................................................................................................................ 34
2.13. Tração e Esforços Horizontais................................................................................................. 35
2.14. Efeito de Grupo ....................................................................................................................... 35

3. C APACIDADE DE C ARGA DE F UNDAÇÃO DIRETA ......................................... 35


3.1. Fórmulas de Capacidade de Carga........................................................................................... 36
3.1.1. Fórmula Geral de Terzaghi (1943 ) ................................................................................... 37
3.1.1.1. Ruptura Geral (areias compactas e argilas duras)..................................................... 38
3.1.1.2. Ruptura Local (areias fofas e argilas moles).............................................................. 39
3.1.1.3. Ruptura Intermediária (areias medianamente compactas e argilas médias).......... 39
3.1.1.4. Coeficientes de redução dos fatores de capacidade de carga para esforços
inclinados .................................................................................................................................. 39
3.1.1.5. Influência do Nível d’Água......................................................................................... 40
3.1.1.5. Critério para interpolação:.......................................................................................... 41
3.1.2. Fórmula de Skempton (1951) - Argilas............................................................................. 41
3.2. Método da NBR 6122/96.......................................................................................................... 42
3.2.1.– Correção para Solo Arenoso (Classe de 4 a 9) ............................................................... 42
3.2.2. Correção para solo argiloso (Classe de 10 a 15).............................................................. 43
iii
3.2.3. Para qualquer solo ............................................................................................................. 43
3.3. Prova de Carga em Fundação Direta ou Rasa.......................................................................... 44
3.4. Influência das Dimensões das Fundações nos Resultados de Provas de Carga .................... 46

4. R ECALQUES DE F UNDAÇÕES DIRETAS....................................................... 48


4.1. Recalques de Estruturas ............................................................................................................ 49
4.2. Efeito de Recalques em Estruturas ........................................................................................... 50
4.2.1.Recalques Admissíveis das Estruturas ................................................................................ 50
4.2.2. Causas de Recalques .......................................................................................................... 51
4.2.3. Recalques Limites (Bjerrum – 1963) ................................................................................. 51
4.3. Pressões de Contato e Recalques ............................................................................................. 52
4.3.1. Solos Arenosos ................................................................................................................... 53
4.3.2. Solos Argilosos ................................................................................................................... 54
4.4. Cálculo dos Recalques............................................................................................................... 55
4.4.1 Recalques por Adensamento – Solos Argilosos ................................................................ 55
4.4.2. Recalque Elástico................................................................................................................ 57

5. D IMENSIONAMENTO DE F UNDAÇÕES POR SAPATAS ..................................... 59


5.1.Sapatas Isoladas.......................................................................................................................... 59
5.2. Sapatas Associadas.................................................................................................................... 62
5.3. Sapatas de Divisa....................................................................................................................... 63

6. F UNDAÇÕES P ROFUNDAS...................................................................... 70
7. T UBULÕES ........................................................................................ 70
7.1. Tubulões a céu aberto............................................................................................................... 70
7.1.1. Sem revestimento............................................................................................................... 71
7.1.2. Com Revestimento ............................................................................................................. 71
7.2. Tubulões a Ar Comprimido ou Pneumáticos........................................................................... 72
7.3. Capacidade de Carga dos Tubulões......................................................................................... 74
7.3.1. Solos Coesivos .................................................................................................................... 75
7.3.2.1. Resistência Lateral....................................................................................................... 76
7.3.3. Solos Não Coesivos ............................................................................................................ 78
7.3.3.1. Resistência Lateral....................................................................................................... 79
7.3.4. Ensaio de campo – SPT e CPT............................................................................................ 80
7.3.4.1. Solos Coesivos - Resistência Lateral ........................................................................... 81

iv
7.3.4.2. Solos Coesivos - Resistência de Base ......................................................................... 81
7.3.4.2. Solos não coesivos – Resistência de Base.................................................................. 81
7.3.4. Considerações Finais.......................................................................................................... 82
7.4. Dimensionamento de Tubulões ............................................................................................... 82
7.4.1. Tubulão Isolado.................................................................................................................. 82
7.4.2. Superposição de Bases....................................................................................................... 84
7.4.2.1. Uma falsa Elipse .......................................................................................................... 85
7.4.2.2. Duas Falsas Elipses ...................................................................................................... 85
7.4.3. Pilares de Divisa.................................................................................................................. 86
7.4.4. Cálculo do Volume de Concreto ....................................................................................... 87
7.4.4.1. Tubulão com base circular ......................................................................................... 88
7.4.4.2. Tubulão com base em “falsa elipse” ......................................................................... 88
7.4.4.3. Tabela de cálculo de volume (Exemplo) ................................................................... 88

8. E STACAS .......................................................................................... 89
8.1. Classificação das Estacas ........................................................................................................... 89
8.2. Implantação ............................................................................................................................... 90
8.2.1. Pré-fabricadas: .................................................................................................................... 90
8.2.1.1 Madeira......................................................................................................................... 90
8.2.1.2. Concreto: ..................................................................................................................... 90
8.2.1.3. Metálicas:..................................................................................................................... 90
8.2.1.4. Mistas:.......................................................................................................................... 90
8.2.2. Moldadas in loco:............................................................................................................... 90
8.2.2.1. Estacas brocas (acima do NA) .................................................................................... 90
8.2.2.2. Estacas Strauss (acima do NA).................................................................................... 91
8.2.2.3. Estacas Simplex (abaixo do NA) ................................................................................. 91
8.2.2.4. Estacas Duplex (abaixo do NA) .................................................................................. 91
8.2.2.5. Estacas Franki (abaixo do NA) .................................................................................... 91
8.2.2.6. Estacas Escavadas- com ou sem lama bentonítica.................................................... 91
8.2.2.7. Estacas Raiz (abaixo do NA) ....................................................................................... 91
8.2.2.8. Estacas Barrete (abaixo do NA) .................................................................................. 91
8.2.2.9. Estacas Hélice Contínua.............................................................................................. 91
8.2.2.10. Estacas Ômega .......................................................................................................... 91
8.3. Estacas de Sustentação ............................................................................................................. 91
v
8.3.1. Forma de Trabalho de Sustentação .................................................................................. 91
8.4. Capacidade de Carga de Estacas Isoladas................................................................................ 93
8.4.1. Fórmulas Estáticas (FS=2,0 – global NBR 6122) ............................................................. 93
8.4.1.1. Fórmulas Teóricas........................................................................................................ 93
8.4.1.2. Fórmulas Semi-Empíricas............................................................................................ 97
8.4.1.3. Fórmulas Dinâmicas..................................................................................................103
8.4.1.4. Provas de Carga.............................................................................................................105
8.5. Dimensionamento...................................................................................................................105
8.6. Estacas Isoladas e Grupos de Estacas. ....................................................................................111
8.6.1. Fórmula das Filas e Colunas.............................................................................................111
8.6.2. Fórmula de Converse-Labarre ..........................................................................................113
8.6.3. Método de Feld ................................................................................................................113

9. C ARREGAMENTO H ORIZONTAL EM E STACAS ............................................ 114


10. C ARREGAMENTO À T RAÇÃO .............................................................. 116
11. P REVISÃO DE R ECALQUES ................................................................. 118
11.1. Método de POULOS & DAVIS (1968) ..................................................................................118
11.2- Método de VÉSIC (1969, 1975)...........................................................................................123
11.3. Método de AOKI & LOPES (1975)........................................................................................125

12. E SCOLHA DO T IPO DE F UNDAÇÃO ....................................................... 126


12.1. Deverão ser conhecidas no mínimo:....................................................................................126
12.2. Critérios de decisão:..............................................................................................................126
12.3. Etapas para estudo de uma fundação:................................................................................127
12.4. Limitações de alguns tipos de fundações profundas. ........................................................128

REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS ........................................................... 130

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Fundações Paulo Albuquerque

1. T IPOS DE F UNDAÇÕES

• Fundações Rasas ou Diretas


• Fundações Profundas

1.1 FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS (H ≤ B)

Elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas


pressões distribuídas sob a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento em
relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação (B). Incluem-
se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de
fundação e as sapatas corridas.
Para o caso de fundações apoiadas em solos de elevada porosidade, não saturados, deve ser
analisada a possibilidade de colapso por encharcamento, pois estes solos são potencialmente
colapsíveis. Em princípio devem ser evitadas fundações superficiais apoiadas neste solo, a não
ser que sejam feitos estudos considerando-se as tensões a serem aplicadas pelas fundações e a
possibilidade de encharcamento do solo.

1.1.1. B LOCOS DE FUNDAÇÃO

Figura 1.1 – Bloco escalonado.

Blocos de fundação → Assumem a forma de bloco escalonado, ou pedestal, ou de um tronco de


cone. Alturas relativamente grandes e resistem principalmente por compressão.

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1.1.2. SAPATAS DE FUNDAÇÃO

Figura 1.2 – Sapata isolada.

Sapatas (isoladas ou associadas) →. São elementos de apoio de concreto, de menor altura que os
blocos, que resistem principalmente por flexão.
Sapatas podem ser:
- circulares - (B = ∅)
- quadradas - (L=B)
- retangulares - ( L > B ) e ( L ≤ 3B ou L ≤ 5B )
- corridas - ( L > 3B ou L > 5B )

1.1.3. R ADIER

Quando todos pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de uma única
sapata. Este tipo de fundação envolve grande volume de concreto, é relativamente onerosa e de
difícil execução. Quando a área das sapatas ocuparem cerca de 70 % da área coberta pela
construção ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques diferenciais.

Figura 1.3 – Radier.

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1.2. FUNDAÇÕES PROFUNDAS

1.2.1. E STACAS

Elementos bem mais esbeltos que os tubulões, caracterizados pelo grande comprimento e
pequena secção transversal. São implantados no terreno por equipamento situado à superfície.
São em geral utilizados em grupo, solidarizadas por um bloco rígido de concreto armado ( bloco
de caroamento).
P ≤ RL + R P onde R L = Resistência Lateral e R P = Resistência de Ponta

Estacas quanto ao carregamento: Ponta, Atrito, Ação Mista, Estacas de Compactação, Estacas de
Tração e Estacas de Ancoragem

1.2.2.1. MOLDADAS “IN-LOCO”

1.2.2.1.1. E STACA ESCAVADA MECANICAMENTE (S / LAMA )

Figura 1.4 – Caminhão com perfuratriz.


- Acima do N.A.
- Perfuratrizes rotativas
- Profundidades até 30m
- Diâmetros de 0,20 a 1,70m (comum até 0,50m)

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Figura 1.5 – Detalhe do elemento de escavação.

1.2.2.1.2. E STACA ESCAVADA (C/LAMA BENTONÍTICA)

A lama tem a finalidade da dar suporte a escavação. Existem dois tipos: estacões (circulares φ=0,6
a 2,0m – perfuradas ou escavadas) e barretes ou diafragma (retangular ou alongadas, escavadas
com “clam-shells” - Figura 1.6).
Processo executivo:
a) Escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonítica previamente
preparada;
b) Colocação da armadura dentro da escavação cheia de lama;
c) Lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubo de concretagem (tremonha)
Fatores que afetam a escavação:
i) Condições do subsolo (matacões, solos muito permeáveis, camadas duras etc);
ii) Lençol freático (NA muito alto dificulta a escavação);
iii) Lama bentonítica (qualidade);
iv) Equipamentos e plataforma de trabalho (bom estado de conservação);
v) Armaduras (rígidas)

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Figura 1.6 – Clam-shell

Figura 1.7 - Concretagem de estaca barrete.

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1.2.2.1.3. E STACA RAIZ

São aquelas em que se aplicam injeções de ar comprimido imediatamente após a moldagem do


fuste e no topo do mesmo, concomitantemente a remoção do revestimento. Neste tipo de estaca
não se utiliza concreto e sim argamassa.

Figura 1.8 – Processo executivo de estaca raiz.

Figura 1.9 – Execução de estaca raiz.

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1.2.2.1.4. E STACA STRAUSS

Duas fases: perfuração (sonda ou piteira), colocação do tubo de revestimento recuperável


(simultaneamente) e lançamento do concreto. A concretagem é feita com apiloamento e retirada
da tubulação (guincho manual ou mecânico). Diâmetros de 0,25 a 0,62m.
Vantagens:
- Ausência de trepidação;
- Facilidade de locomoção dentro da obra;
- Possibilidade de verificar corpos estranhos no solo;
- Execução próximo à divisa.

Cuidados:
• Quando não conseguir esgotar água do furo não deve executar;
• Presença de argilas muitos moles e areias submersas;
• Retirada do tubo.

Figura 1.10 – Execução de estaca Strauss.

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Figura 1.11 – Elemento de perfuração da estaca Strauss.

1.2.2.1.5. E STACA A PILOADA

Também conhecida como soquetão ou estaca pilão. Utiliza-se o equipamento do tipo Strauss sem
revestimento. Sua execução consiste na simples queda de um soquete, com massa de 300 a
600kg, abrindo um furo de 0,20 a 0,50m, que posteriormente é preenchido com concreto. É
possível executar em solos de alta porosidade, baixa resistência e acima do NA. Muito utilizada no
interior do Estado de São Paulo, principalmente na região de Bauru. Determinadas áreas da
região de Sorocaba também é possível executar este tipo de fundação. Ex: região leste.

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