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SUMÁRIO
MÓDULO 1. ......................................................................... 04
Introdução – Bonsai Acer
MÓDULO 2. ......................................................................... 12
Ambiente de cultivo de Acer
MÓDULO 3. ......................................................................... 20
Elementos da composição
MÓDULO 4. ......................................................................... 30
O substrato
MÓDULO 5. ......................................................................... 20
Adubação
MÓDULO 6. ......................................................................... 65
Rega
MÓDULO 7. ......................................................................... 74
Poda
MÓDULO 8. ......................................................................... 83
Transplante
03
MÓDULO 10. ....................................................................... 115
Métodos de reprodução
04
MÓDULO INTRODUÇÃO
BONSAI
ACER
INTRODUÇÃO:
BONSAI ACER
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As cores vermelhas que caracterizam muito o Acer (fonte: site Pixabay).
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Por que o Acer?
A grande variedade de cores de suas folhas, variação de seus
recortes, profundidade dos lóbulos, texturas e cores do tronco,
delicadeza de seus ramos, cores das novas brotações,
capacidade de cicatrização de cortes, formação de belíssimos
nebari (alargamento superficial das raízes ligado ao início do
tronco), enfim, são muitas as razões que fazem despertar um
apreço pela espécie, e um grande interesse no seu cultivo.
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xas temperaturas fazem com que as folhas adquiram as cores
outonais mais espetaculares da natureza, como é o caso da
variedade Acer Palmatum ‘Summer Gold’, com seus tons
intensos de vermelhos, outras como o Deshojo, que apresenta
variações de matizes de cores rosadas, entre outras
variedades, cada uma com suas peculiaridades, com cores
variando entre amarelos e alaranjados, migrando para os
avermelhados, antes da queda de suas folhas no inverno,
quando então continuam seu atrativo, por revelar toda sua
delicada formação de galhos e ramificações finas.
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O cultivo de Acer se torna uma paixão tão viva, que em pouco
tempo somos capazes de ter uma coleção muito grande
unicamente de Acer. E o que parece é que nunca temos Acer
suficiente, sempre precisamos adquirir outro, e mais outro,
mais um… É um vício de folhas muito delicadas!
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Lamentavelmente minha falta de informação acerca da
espécie no início da minha jornada de cultivo, bem como
minha ansiedade gerada a partir da euforia de ter conseguido
adquirir meu primeiro Acer em 1997, me fizeram cometer
diversos erros no cultivo. Há algo que preciso dizer: Acer não
perdoa ansiosos! Controle sua ansiedade no cultivo de Acer,
do contrário você perderá sucessivas árvores por esta razão.
Eu cometi este e muitos outros erros no aprendizado. Erros
que me fizeram perder aquele primeiro exemplar, e tantos
outros adquiridos ao longo dos anos. E a cada novo
aprendizado, perder Acer começou a ser algo menos
frequente.
É querendo que você evite estes erros que escrevi este livro.
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MÓDULO AMBIENTE
DE CULTIVO
AMBIENTE DE
CULTIVO DE ACER
O Acer é naturalmente uma planta de clima temperado. Acer
Palmatum é originário do Japão, já o Acer Buergerianum é
natural da China. No Japão temos um clima tipicamente
temperado, caracterizado por estações do ano bem definidas. Já
a China, um país com dimensões continentais, apresenta oito
tipos de climas diferentes, e inclui-se aí o clima temperado.
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Acer aprecia ambientes úmidos e frescos. Não é a presença
do calor que torna seu cultivo difícil, mas a falta de frio em
uma estação do ano. Nestas estações de frio, o Acer hiberna,
perdendo todas as suas folhas, e isto faz parte do seu ciclo de
vida. Quando cultivada em uma região sem frio onde ela não
caduca (Acer é uma caducifólia, árvore que perde as folhas
em clima frio), ou seja, não perde as folhas, ela estará sempre
em atividade, e em pouco tempo estará estressada, por não
completar seu ciclo, que inclui uma temporada de hibernação.
E em algum momento ela morrerá. E isto normalmente não
demora a acontecer, em cerca de 3 a 4 anos já é o suficiente
para ela morrer por estresse. Num primeiro momento você
notará que ela estagnou, e perdeu o brilho das folhas. Este é
um sinal de que ela está em esgotamento físico.
O sol
O local de cultivo ideal é no exterior, onde seu Acer possa
pegar sol diretamente em suas folhas. Ele depende disso para
realizar a fotossíntese, que é a transformação da luz solar em
alimento próprio. Acer é uma árvore, e mesmo que esteja
sendo cultivado em vaso, ele continuará necessitando de tudo
o que uma árvore necessita: sol, chuva, vento. É possível
cultivar no interior, desde que ele fique próximo a uma janela,
ou numa varanda, onde possa pegar sol diretamente em suas
folhas, por pelo menos 3 horas diárias. Se cultivar no interior,
evite ar-condicionado.
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Este tende a retirar a umidade do ar, o que é ruim para o Acer.
Evite exposição solar direta nos horários de sol mais intenso
de verão, entre as 11 e 14hs. Se estiver cultivando a sol pleno,
providencie uma tela tipo sombrite sobre eles nesses horários,
principalmente no verão. Pode ser sombrite 50%, que fará uma
boa sombra sobre seu Acer.
A chuva
Normalmente, depois de uma chuva longa, percebemos que
nossas plantas estão revigoradas. E a razão disso é que a
água da chuva é rica em Nitrogênio.
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O vento
É comum acontecer de as pontas das folhas do Acer sofrerem
queimaduras, e muitas vezes isto é confundido com alguma
doença. O que ocorre é que as folhas do Acer, principalmente as
do Palmatum, são muito sensíveis e delicadas, sofrendo
queimaduras rapidamente por desidratação, quando submetidas
a correntes de vento seco e quente. Cuidado com esta
exposição. Manter o substrato úmido ajuda a evitar essa
ocorrência, mas mesmo assim pode ocorrer. Evite deixar o
substrato do Acer secar completamente entre uma rega e outra,
para diminuir as chances de essas queimaduras ocorrerem.
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Acer Rubrum exposto a baixas temperaturas.
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Cultivares mais comuns para cultivo de
Acer como bonsai
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Acer Palmatum Atropurpureum. Lindo, cultivar, mas pouco usual para bonsai.
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MÓDULO
ELEMENTOS DA
COMPOSIÇÃO
ELEMENTOS DA
COMPOSIÇÃO
Raízes
Uma formação de raízes interessante, exposta acima do solo,
também chamado de nebari, é um dos fatores de maior
importância e que conferem uma impressão de maturidade e
de idade ao bonsai. Quando as árvores crescem na natureza,
as raízes de uma árvore jovem encontram-se em geral ocultas
sob o solo. Com o passar do tempo, começam a ficar
expostas na superfície, e a formação de raízes acima do solo
de uma árvore rugosa e com muitos anos pode transformar-
se na sua característica de maior impacto, dando
imediatamente a impressão das características da árvore
quando é observada ao nível do solo.
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Da mesma forma, no bonsai, as formas interessantes e a
textura das raízes visíveis acima do solo dão uma impressão
de idade, e de que a planta está plenamente estabelecida.
Formação de
raízes: um
elemento
importante na
composição do
bonsai.
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Tronco
A característica mais importante do tronco é um bom
afunilamento, que também chamamos de conicidade,
significando que a grossura do tronco diminui suavemente até
o ápice da árvore. A grossura na base do tronco ajuda a dar a
impressão de maturidade da planta, mas um tronco de linhas
paralelas atingindo o topo da árvore destrói o equilíbrio e a
elegância da composição. A grossura do tronco deverá
também se aproximar das outras características da espécie.
Se por um lado as folhas delicadamente recortadas e
coloridas do Acer Palmatum podem ser representadas por um
tronco fino, por outro lado um Acer Buergerianum pode
necessitar ter um tronco mais robusto e pesado, que
reproduza a característica de grandeza desta variedade mais
robusta e menos delicada. Em certos casos, o material para
bonsai necessita de vários anos de crescimento e orientação
para desenvolver a forma de tronco ideal. Há muita
feminilidade no Acer Palmatum, e esta característica deve ser
levada em consideração ao formarmos o tronco desta espécie.
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Os aspectos do tronco caracterizam uma árvore.
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Galhos
Tal como o desenvolvimento das raízes, também a disposição
dos galhos e a forma como partem do tronco deve criar um
bom equilíbrio na árvore, em harmonia com o seu aspecto
geral e formando um bom complemento visual para a linha do
tronco.
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O bonsai é geralmente podado com um formato
aproximadamente cônico, porque a poda impede os ramos de
engrossar muito, o que poderia comprometer a escala e
equilíbrio da composição. O ápice da árvore deveria
apresentar os galhos mais delicados, e os ramos junto ao
topo são podados com maior frequência. Os ramos inferiores,
de modo geral, são deixados crescer bastante antes de serem
podados, o que lhes permite engrossar junto ao tronco.
Resumindo: o ápice é podado com mais frequência, a base, ou
galhos mais baixos, são podados com menor frequência,
favorecendo seu engrossamento junto ao tronco.
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Tamanhos de bonsai
O bonsai normalmente é classificado de acordo com seu
tamanho:
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Ideograma de “Bonsai”
Formatos de vasos
Existem muitos formatos de vaso, e nem todos servem à
qualquer árvore. Vamos aos principais:
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Vaso redondo: Muito utilizado no estilo “bunjingi” (literati).
Adequado tanto para coníferas como para caducas.
Escolha do vaso
O Acer Palmatum é essencialmente uma árvore feminina.
Toda a delicadeza de suas folhas, os finos recortes das folhas,
textura de tronco, a sutileza com que as cores das estações
são representadas em sua folhagem, bem como sua fina
ramificação fazem desta uma árvore muito feminina. Ao
contrário do Acer Buergerianum, que já demonstra grande
robustez até mesmo em árvores de pequeno porte, o Acer
Palmatum mantém sua delicadeza ao longo de todo seu
crescimento e desenvolvimento.
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MÓDULO
SUBSTRATO
O SUBSTRATO
O que é substrato
Substrato é a mistura de componentes que usamos para
plantar nossas árvores. É, vulgarmente falando, a “terrinha” do
bonsai. É onde as raízes se desenvolvem, fornecendo à planta
a água e os sais minerais que ela necessita para crescer e se
manter saudável.
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drenante para permitir que as raízes respirem, acumular
umidade, mas não água em excesso, reter nutrientes e ter
uma aparência estética agradável. Eles podem ser: caqueira
de tijolo ou telha de barro, pedrisco, carvão, casca de pinus
triturada, casca de côco triturada, casca de arroz carbonizada,
vermiculita (este deve ser usado com cautela, pois acumula
muita água) e alguns outros que você pode encontrar. Como o
substrato tem que ser leve, você pode usar até mesmo
pedaços de isopor (sem brincadeiras!). Observe que alguns
desses materiais podem não estar disponíveis em sua região.
Então pode ser preciso improvisar.
“O SUBSTRATO PRECISA
SER LEVE E GRANULADO”
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A akadama é um composto japonês, gerado a partir de rochas
vulcânicas. Já utilizei akadama normal, e é excelente, mas não
é insubstituível. Ela se decompõe facilmente com o passar do
tempo. Pode se tornar um barro no vaso, impedindo o fluxo de
ar e água para o substrato, o que pode ser fatal para o Acer.
Muitos ainda têm o akadama como o melhor substrato para
cultivo de bonsai, mas eu não tive uma boa experiência com
seu uso. Talvez eu tenha usado uma marca de qualidade
duvidosa, e pode ocorrer de ter no mercado marcas melhores,
mas esta foi minha experiência. Já me foi sugerido fazer a
queima da akadama em forno, a uma temperatura de 150ºC
por cerca de 1 hora, o que a tornaria menos sujeita a essa
decomposição, mas nunca fiz o teste.
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dem ser usados novamente. Mas nunca se esqueça de lavar
bem todos os materiais reciclados quando reutilizar. Pedrisco
e caqueira são bons exemplos.
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Você deve levar isso em consideração ao planejar seus
programas de transplante. A matéria orgânica também teria
de ser removida peneirando qualquer substrato reciclado.
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Portanto, os grãos ásperos são muito mais apropriados na
utilização em bonsai. Outra vantagem do grão áspero, é que
ele "irrita" as raízes, fazendo que ela se divida aumentando a
ramificação.
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Apresenta uma grande vantagem em relação à outros
compostos inorgânicos: normalmente apresenta cantos vivos,
arestas nos seus grãos, sendo este um bom fator para a
ramificação das raízes. É um ótimo substituto da akadama,
tão aclamada no universo do bonsai, com a vantagem de não
se decompor com a mesma facilidade que ocorre com o
composto japonês. Infelizmente não é acessível em todas as
regiões, e fazê-la manualmente dá bastante trabalho, pois
exige horas de marretadas em telhas de barro. Se pra você
isto não é algo tão trabalhoso assim, siga em frente!
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suas partículas (tem capacidade para reter água em 60% da
sua porosidade total.). Contribui para uma boa drenagem do
substrato, e tem um valor de pH baixo a neutro (4-7). A casca
de árvores mais utilizada na formulação de substratos é a de
pinheiro (pinus) que possui uma densidade muito variável e
dependente da granulometria. O ideal é que seja bem triturada
para se aproximar do tamanho de grão que normalmente
utilizamos nos substratos, como veremos mais adiante neste
módulo a respeito da granulometria do substrato.
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Terra vegetal, também chamada terra preta. É uma
denominação popular e comercial de solos com grande
quantidade de matéria orgânica. É rica em húmus, é bastante
fértil. O húmus ajuda a reter água no solo, torna-se poroso e
com boa aeração e, através do processo de decomposição
dos organismos, produz os sais minerais necessários às
plantas. Os solos mais adequados para a agricultura possuem
uma certa proporção de areia, argila e sais minerais utilizados
pelas plantas, além do húmus. Essa composição facilita a
penetração da água e do oxigênio utilizado pelos
microorganismos.. Possui a grande desvantagem de se
decompor rapidamente, compactando o solo e impedindo a
aeração das raízes. Eu dispenso seu uso nas minhas
composições.
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Carvão, um melhorador de solos. Deve ser usado em
pequenas quantidades, tal como “uma pitada de sal”. Muitos
trabalhos de pesquisa recentes, brasileiros e estrangeiros, têm
avaliado o uso de carvão de origem vegetal como
condicionador de solos, com o objetivo de aumentar os teores
de matéria orgânica e a capacidade de troca de cátions do
solo, melhorar a eficiência no uso de fertilizantes, promover o
crescimento de microrganismos benéficos ao crescimento
vegetal, entre outras características agronomicamente
desejáveis. Quando incorporado ao solo, o carvão demonstra
notável resistência à decomposição devido a características
químicas. Este é um dos grandes problemas do uso de
matéria orgânica no substrato: sua decomposição, tornando o
substrato compactado. Componentes inorgânicos inertes
ajudam a evitar este problema. Importante: não use o carvão
que sobrou na churrasqueira depois de você ter feito um
churrasco, ele contém sal e gordura da carne, e não serve.
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Composto orgânico é a decomposição natural de fontes de
matéria-orgânica, como por exemplo, restos de alimentos
(frutas, verduras, hortaliças, etc.), palhadas de plantas (milho,
cana,arroz, etc), tortas vegetais (mamona, algodão, etc.), etc.
Esse composto passa por um processo de fermentação, com
adição de umidade, misturas constantes e por fim,
estabilização da temperatura para liberação de uso. É uma
fonte rica em nutrientes, porém em baixos percentuais, pois a
liberação se dá pela atividade dos micro-organismos contidos
no composto. Desvantagens: decompõe-se rapidamente,
compactando o solo e impedindo a aeração das raízes.
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Entenda que os percentuais mencionados podem ser obtidos
usando um pote de medida padrão que você adapte, sendo o
percentual uma parte. Use medida de volume e não de peso
nestes percentuais. Por exemplo: 60% de componente A + 40%
de componente B, seria igual a 6 partes do componente A + 4
partes do componente B. Cada parte dessas seria um pote de
medida que você adotou como padrão. Aqui estão os 3 únicos
componentes que utilizo em todas as minhas composições de
substrato:
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MISTURA PARA APÓS A GERMINAÇÃO DE SEMENTES: Utilize
esta mistura para as mudas de sementes já germinadas, que
já desenvolveram suas primeiras folhas verdadeiras (ver
Módulo 10 “Métodos de Reprodução”). Não é a mistura para
germinar sementes. A mistura ideal para germinar sementes
você pode ver no Módulo 10 “Métodos de Reprodução”.
Vamos então para a mistura do pós germinação de sementes:
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Uma outra razão é o fato de o composto da Biomix que venho
utilizando conter boa quantidade de casca de pinus triturada,
que acumula umidade suficiente, deixa minhas composições
bastante porosas e evita a compactação do substrato. Acabei
dispensando a caqueira, com baixo custo.
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Já que nosso substrato é bastante drenante, dificilmente me
preocupo com excessos de adubo. Todo o excesso é
facilmente eliminado na rega. Então, sempre leve em
consideração este fato no momento de compor sua mistura
de substrato para seu Acer. Uma boa razão para usar apenas
adubos baratos.
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Substrato 100% inorgânico.
Pedrisco: 50%
Caqueira = 50%
Carvão: uma pitada (para 10 kg de substrato, algo como
uma mão cheia)
Outra opção:
Pedrisco: 50%
Akadama: 50%
Carvão: uma pitada (para 10 kg de substrato, algo como
uma mão cheia)
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Granulometria
Nunca se esqueça de peneirar TODOS os componentes do seu
substrato. Alguns componentes requerem menos atenção a
isso, mas para ter certeza, peneire todos os componentes, e
de preferência, isoladamente, antes de compor a mistura. A
saúde do seu Acer depende da vitalidade das raízes, e a
vitalidade das raízes depende da qualidade do substrato. Em
um vaso essa relação é muito mais crítica, por isso é
fundamental usar um substrato adequado.
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Este é o tamanho de grão que tenho mais utilizado nas
minhas composições. Não leve tão ao pé da letra em ficar
medindo exatamente cada partícula da composição, mas este
número vai nortear nossa busca na composição, e utilizar
peneiras que nos dêem grãos próximos a esta medida é o que
buscamos.
O que passar por esta peneira O que passar por esta peneira é o
é descartado. que será utilizado.
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As raízes capilares do Acer tem os poros (as “boquinhas” de
sucção) muito pequenas, e são facilmente entupidas pelo pó
presente no substrato não peneirado. Isso pode ser fatal para
seu Acer. Este pó é mais severo no caso da caqueira, onde,
após a rega, este pó se torna um barro grudento, que se
agarra facilmente às raízes. Peneira-lo se torna vital. O pó da
caqueira é extremamente fino. Regar generosamente pode
ajudar a eliminar o pó no pós-transplante quando utilizar
caqueira.
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compactação é mais difícil ocorrer, mas o uso do composto
orgânico não granulado, a terra preta, pode fazer o solo se
compactar, então é importante ter controle no seu uso.
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MÓDULO
ADUBAÇÃO
ADUBAÇÃO
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A melhor forma de aplicação é enterrá-los, visto que desta
forma serão melhor absorvidos pelo substrato, evitamos que
pássaros os retirem, e evitamos o mal cheiro que alguns
destes adubos liberam nos primeiros dias em contato com a
água. Este mal cheiro tende a desaparecer em alguns dias. Se
utilizar porta adubos, prepare-se para vez ou outra enxergar
larvinhas de mosca passeando sobre o substrato. Apesar de
ser algo desagradável, estas larvas não são prejudiciais à
planta.
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Minha opinião pessoal é que, em termos de adubar
regularmente uma coleção inteira de bonsai durante toda uma
temporada, não há muita diferença entre os mais diversos
adubos existentes. É suficiente seguir uma rotina de
adubação simples e direta. Podemos dizer que qualquer
ligeira vantagem de um produto em relação a outro pode ser
facilmente perdida para o clima, chuvas intensas ou práticas
de irrigação inadequadas.
Tipos de adubos
Há no mercado uma gama muito grande de opções de
adubos, e eles podem ser líquidos, sólidos de liberação lenta
ou absorção imediata. Vamos falar sobre alguns deles, os
mais utilizados.
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Comparando com os adubos químicos líquidos, estes podem
ter concentrações da ordem de 20-20-20, ou mais, mas são
rapidamente dispersos de nossos substratos altamente
drenantes, mais ainda em grandes composições inorgânicas,
durante a chuva e irrigação.
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Dois tipos de porta adubo: 1) saquinho de organza e 2) plástico com tampa.
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É possível que em poucos dias o nível de adubo químico fique
muito baixo e os nutrientes não estejam mais disponíveis para a
árvore até a próxima aplicação.
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O uso deste tipo de adubo normalmente está associado a um
crescimento demasiado do tamanho das folhas do Acer e a
um alongamento dos entrenós.
Frequência de adubação
A rotina de adubação mais simples e regular pode ser aplicar
um fertilizante orgânico de liberação lenta na superfície do
solo a cada 6 a 8 semanas durante a estação de crescimento
(primavera - verão). Isso fará com que uma mistura saudável
de nitrogênio, fósforo e potássio, além de micronutrientes
(veremos sobre eles mais a frente), esteja disponível para seu
Acer da primavera até o outono.
Acer em desenvolvimento
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Uma adubação líquida com alto teor de nitrogênio 10-10-10 ou
mesmo 20-20-20 pode ser aplicada a cada 15 dias (além do
adubo orgânico de liberação lenta). Fazemos a aplicação desde
a quebra da dormência (fim do inverno, quando as gemas
despertam) até o final do verão, quando o crescimento em
árvores caducas normalmente diminui. Esta
“superalimentação” vai incentivar um crescimento vigoroso e
um desenvolvimento muito rápido em árvores saudáveis. Como
a ideia aqui é um desenvolvimento mais forte, pode ocorrer um
crescimento do tamanho de folhas, e um alongamento do
tamanho do entrenó, mas isto pode ser controlado com o
passar do tempo, nas adubações de refinamento, como
veremos a seguir.
Acer em refinamento
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Caso você ache que o alongamento dos entrenós estão
excessivos em uma determinada árvore, suspenda o uso do
adubo líquido. Adubos não são remédios para plantas doentes.
Árvores fracas, doentes, recém transplantadas ou recém
coletadas não devem ser adubadas. Aguarde até que a planta
tenha se recuperado, e mostre sinais de atividade, para só
então iniciar uma rotina de adubação.
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No inverno eu evito adubar Acer. Neste período a planta está
em dormência, e aqui temos dois pontos:
A planta está hibernando, então o adubo será
desperdiçado;
A planta pode receber estímulo, e despertar
precocemente da dormência, e este efeito é
indesejado. Geadas podem ocorrer, e estas novas
brotações submetidas à geadas podem facilmente
queimar, gastando desnecessariamente a energia da
planta, que terá que despender nova energia para
brotar novamente no momento certo.
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O que é NPK?
Tanto os fertilizantes orgânicos como os inorgânicos contêm
uma série de elementos essenciais para o bom
desenvolvimento do nosso bonsai. Estes elementos estão
divididos em Primário, Secundário e Microelementos.
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Elementos secundários (micronutrientes)
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Ao adquirir algum adubo, veja no rótulo se o mesmo contém
macro e micronutrientes. Normalmente os rótulos trazem
informações como: “Contém Nitrogênio, fósforo e potássio +
micronutrientes”. Este é o caso de um adubo que contém os
elementos primários e os elementos secundários, que é
exatamente o desejável.
64
MÓDULO
REGA
REGA
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No período de Inverno nossa planta precisará de regas menos
frequente. Se estivermos em um dia quente, rega-se pela manhã
e também à tarde. Como foi dito acima, em dias
excepcionalmente quentes devemos regar mais vezes, isso
também inclui ter que regar ao meio do dia, se necessário. Uma
boa hora para climas normais é na parte da tarde, sua planta vai
aproveitar a umidade durante a noite. Em dias seguidos de
muito frio, pode não ser necessário regar todos os dias. Observe
sempre a umidade no substrato. Faça sempre uma inspeção da
necessidade de regar seu Acer.
Como regar?
A rega deve ser feita até a água escorrer pelo orifício no fundo
do vaso. Muitas vezes, por esquecimento ou outra razão,
deixamos de molhar nossa planta por um dia. Quando isto
ocorrer, a terra do vaso pode endurecer, e neste caso, pode ser
necessário insistir algum tempo na rega, até notarmos que a
água penetrou o substrato e escorreu pelo orifício no fundo do
vaso. Se você estiver usando um substrato moderno (ver
módulo 04 sobre Substrato) este problema não ocorre. Observe
que quando você molha um vaso com o substrato totalmente
seco, ou seja, onde não existe umidade, a água não penetra de
imediato, ela escorre como se fosse um piso. A pouca água que
permanece sobre a superfície do vaso vai dilatando e abrindo
poros que absorverão a água; por isto devemos molhar cada
vaso demoradamente e com regador de crivo fino.
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No período de Inverno nossa planta precisará de regas menos
frequente. Se estivermos em um dia quente, rega-se pela
manhã e também à tarde. Como foi dito acima, em dias
excepcionalmente quentes devemos regar mais vezes, isso
também inclui ter que regar ao meio do dia, se necessário.
Uma boa hora para climas normais é na parte da tarde, sua
planta vai aproveitar a umidade durante a noite. Em dias
seguidos de muito frio, pode não ser necessário regar todos
os dias. Observe sempre a umidade no substrato. Faça
sempre uma inspeção da necessidade de regar seu Acer.
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Frequência de rega
Aqui no viveiro onde cultivo meus Aceres, no inverno é normal
eu não regar diariamente, mas diariamente inspeciono cada
um deles para verificar a necessidade de rega. À medida que a
primavera vai se aproximando, e os dias vão ficando mais
quentes, a frequência de rega se torna maior, sendo
necessário regas diárias em dias não chuvosos, e em dias
quentes, mais de uma rega por dia. Nos dias muito quentes,
principalmente com a chegada do verão, é comum eu regar
quatro vezes num único dia cada Acer! Isso mesmo: 4 vezes
num dia, principalmente em situações de muito vento seco.
Quando as temperaturas superam os 30ºC, é comum regar
pelo menos 3 vezes ao dia, principalmente na presença de
correntes de vento. Nestas situações, usar musgo esfagno
sobre o substrato ajuda a manter a umidade.
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Não é necessário regar o bonsai mergulhando-o em uma
banheira ou bacia.
Aprenda a distinguir um substrato úmido de um substrato
seco. Perceba a aparência entre essas duas situações. Isso
ajuda a saber se uma árvore precisa de água novamente.
É bom regar a folhagem ao regar o bonsai, pois isso pode lavar
a poeira e os insetos, e Acer aprecia ambientes úmidos e
frescos. Mas tenha cuidado caso a presença de fungos seja
constante no seu viveiro. Ainda sobre os fungos, talvez seja
melhor molhar a folhagem apenas pela pela manhã, mas não à
noite, pois a folhagem úmida tem menor probabilidade de secar
à noite em climas úmidos, sendo um atrativo para fungos. Caso
seu Acer esteja em algum tratamento contra fungos, deve
suspender totalmente a rega da folhagem.
Em toda sua coleção de Acer, eles não vão necessariamente
secar ao mesmo tempo. Mesmo que tenham o mesmo
tamanho, idade semelhante, tenham sido plantados em
substrato idêntico e vasos semelhantes, cada planta tem uma
necessidade individual diferente. Muitas vezes pode ser
necessário regar uma árvore, mas a outra não. Não regue se
não for necessário.
Acer normalmente requer bastante água, mas considere manter
umidade, e não água. Acer aprecia ambientes frescos e
úmidos.
Árvores com mais raízes secam mais rápido do que árvores,
recém transplantadas, por exemplo, onde as raízes ainda têm
espaço para crescer e ocupar espaço no vaso.
Árvores em tratamento contra alguma doença normalmente
precisam de menos água do que árvores saudáveis.
Árvores que crescem no solo se misturam com grãos de
grande tamanho secam mais rápido do que aquelas que
crescem se misturam com grãos de tamanho pequeno.
Lembre-se que o vaso não pode ficar com o fundo totalmente
encostado na superfície, pois isto isolará o orifício do fundo do
vaso, evitando que a água escorra para fora. Isto também ajuda
na aeração do substrato pela parte inferior.
Encher uma bandeja com areia (pode ser de construção, média
ou grossa, ou pedrisco de 2mm) e colocar o vaso sobre esta
bandeja ajudará a manter umidade no vaso. É uma prática
recomendada para vasos muito pequenos. Faça furos no fundo
da bandeja para evitar que a água fique parada, causando
apodrecimento das raízes.
70
Uma bandeja com areia ajuda a manter umidade em vasos pequenos.
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Como regar se eu precisar viajar
Se você precisar viajar e não tiver como regar seu bonsai de
Acer, ou não puder contar com alguém que faça isso, existe
um procedimento simples que pode te ajudar. Afinal, levar seu
bonsai junto com você muitas vezes será impossível.
Procedimento:
Junte uma bacia que seja mais larga e profunda que o vaso
do seu bonsai;
Encha a bacia de água pura (a mesma água que você rega
normalmente) até cerca de 2 cm acima do nível do
substrato do bonsai, pelo menos;
Mergulhe seu bonsai nesta bacia, e deixe na sombra, pode
até mesmo deixar dentro de casa;
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Este procedimento garante que seu bonsai permaneça vivo
sem prejuízos por vários dias. Eu testei, e a planta esteve
muito bem por cerca de 7 dias. Quanto mais tempo você
permanecer fora, mais profunda deve ser a bacia, contendo
mais água, superando os 2 cm acima do nível do substrato.
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MÓDULO
PODA
PODA
Quando podar
O Acer tem picos de brotação, desde o despertar no início da
primavera. As brotações são lançadas com muita força, logo
em seguida estagna por uns dias, depois novas brotações são
lançadas e um novo alongamento das já existentes ocorre, e
então há nova pausa. Este processo acontece durante todo o
período de crescimento vegetativo, que são os meses de
primavera e verão. Algumas brotações iniciais da primavera
podem chegar a quase 1m de comprimento, até início do
verão.
75
O Acer irá sangrar muito se a poda for feita nas primeiras
semanas da primavera, ou seja, logo que notamos o inchaço
das gemas. Isto pode ser crítico, pois mesmo que uma pasta
selante seja aplicada, é difícil conter este sangramento, e
muita seiva é perdida. Haverá então retração de seiva
excessiva, podendo perder uma boa parte da madeira ou até
mesmo galhos mais finos. A entrada do inverno, logo após a
perda de todas as folhas, seria o melhor momento para podas
de galhos mais finos, a poda que irá manter a forma da árvore,
depois dos alongamentos do ramos no final do verão.
Também no inverno, após a queda das folhas, fica mais fácil a
avaliação da estrutura dos galhos e a determinação dos
melhores locais para o corte.
76
nergia da planta, pois a perda de seiva é grande, então além
dessa perda de energia, grande parte da madeira no entorno
do corte pode ser perdida devido à forte retração de seiva no
local.
77
Ferramentas básicas: 1) alicate lateral; 2) tesoura de poda.
78
Quanto aos galhos mais baixos, podemos deixar que se
desenvolvam por mais tempo antes de podar, crescendo até que
a árvore desacelere e faça uma pausa no crescimento no meio
do verão. Isso leva a uma aparência sem forma definida por
cerca de 4 a 6 semanas, mas os benefícios vão justificar esta
aparência nada atraente.
79
Patamares - a copa em camadas
À medida que sua árvore se torna madura com a idade, você
pode encorajar o desenvolvimento de camadas para criar a
forma de uma árvore madura de Acer, os chamados
patamares. Na natureza normalmente vemos Acer com copa
bastante densa, mas à medida que sua árvore vai
envelhecendo, buscar a formação de patamares se torna
interessante, e acentua a aparência de idade da árvore.
80
Para criar essa aparência, remova todos os ramos que
penetram na camada acima ou abaixo dela. Verifique sua
árvore com muito cuidado antes de iniciar a poda de formação
de camadas. Se necessário aguarde mais de um dia antes de
retirar algum galho, isto te dará tempo para decidir. Não tenha
pressa nesse processo.
Galho líder
Um recurso muito utilizado no cultivo de bonsai de Acer
chama-se galho líder, também chamado de galho de
sacrifício. Este líder é um galho que deixamos crescer
livremente por um longo período de tempo, em comparação
com o restante da árvore, onde as podas são mais frequentes.
Muitas vezes o líder pode chegar a 1 metro de altura ou até
mais.
81
Normalmente é um galho do ápice que deixamos crescer e se
alongar para cima. Mas pode ser feito nas extremidades de
galhos laterias, ou da base do bonsai, quando buscamos um
ou mais de um dos seguintes benefícios obtidos pelo galho
líder:
82
MÓDULO
TRANSPLANTE
TRANSPLANTE
84
1. Quando as raízes crescem tanto que ocupam todo interior
do vaso, começando a envelhecer;
2. Os grãos de terra se degradam, e o substrato começa a
compactar. Essa condição é acentuada tanto pelo
desenvolvimento das raízes quanto pelo acúmulo de
matéria orgânica;
3. Com o tempo a terra torna-se ácida pela ação dos ácidos
orgânicos resultante do apodrecimento das raízes finas e
da matéria orgânica restante do adubo;
4. Se a água que regamos é calcárea, os sais se acumulam
sobre a terra. A água evapora, porém, os sais se
acumulam sobre o substrato, acabando por dificultar a
absorção de nutrientes pelas raízes;
5. As más condições das raízes diminuem sua capacidade
de absorção. Com o tempo surgirão inúmeros problemas
relacionados à falta de nutrientes.
Poda de raízes
Este é o processo vital que garante o vigor das raízes durante
a remoção das partes antigas e inativas. As raízes são
estimuladas bem ao redor do tronco, permitindo que a árvore
cresça em um meio limitado. À medida que as raízes se
desenvolvem, os galhos refletem sua atividade e apresentam
uma profusão de brotos. O reenvasamento/poda de raízes é
feito quando a árvore se torna abundante em raízes.
85
No caso do Acer a cada 2 anos seria uma boa recomendação
de transplante com poda de raízes:
86
Cerca de 2 meses após o início da brotação. O Acer respondeu muito bem.
Função do transplante
87
O nebari, que é a formação de raízes na base do tronco, é um
dos elementos mais valorizados no bonsai. Se deixarmos as
raízes longas, ou altas demais no vaso, o nebari não se
desenvolverá corretamente, então, por outro lado,
desvalorizará o bonsai.
A poda de raízes
rejuvenesce um bonsai.
88
Cuidados pós transplante
89
02 Exposição ao vento: correntes de vento seco e quente são um
grande problema para as folhas do Acer, e tendem a
desidratá-las rapidamente, causando queimaduras nas
folhas. Após um transplante este risco é acentuado. Cuidado
com o local onde deixará seu Acer. Não descuide da rega.
90
Dica:
Pendure um CD (uma mídia antiga de compact disc) próximo
à sua planta. Ao girar com a força do vento, a luz solar
refletida espantará os pássaros.
91
As raízes crescem continuamente através das pontas e
teoricamente seu desenvolvimento não tem limite.
Normalmente o maior crescimento das raízes ocorre a partir
dos 20°C, e começa a reduzir quando a temperatura no vaso
passa dos 30°C. O crescimento das raízes começa ao final do
inverno, chega ao máximo em meados da primavera e começa
a reduzir no final da primavera. No verão o crescimento das
raízes estagna, e recomeça ao final do verão atingindo seu
máximo em meados do outono. No inverno não há
crescimento.
. Transplante no verão
92
Fazer transplante nesta época não significa que sua planta vai
morrer, mas os cuidados pós transplantes devem ser
rigorosos. Logo após transplantar coloque sua planta à
sombra, tendo o cuidado de mantê-la sempre fresca,
borrifando as folhas com água pura. Evite exposição solar
direta nos primeiros 15 dias, principalmente nos horários
entre as 11 e 14hs, onde o sol é muito intenso. As folhas do
Acer são muito sensíveis e delicadas, e desidratam com muita
facilidade. Considere isso ao escolher o local de
acondicionamento após o transplante, de modo a evitar
correntes de vento seco e quente também. Volte a exposição
solar gradativamente após 20 dias, escolhendo os horários de
sol menos intenso, no início da manhã ou final da tarde.
. Transplante no outono
93
. Transplante no inverno
. Transplante na primavera
94
O passo a passo do transplante
Importante:
Esterilize a lâmina da sua ferramenta antes de fazer qualquer
corte no Acer, seja nas podas de raízes ou nos galhos, a fim de
evitar possível contaminação por agentes patógenos
provenientes de outras plantas. Utilize álcool para esterilizar.
Vaso comum
95
2. Caso não seja possível desbastar o torrão de terra com
um garfinho ou hashi, com auxílio de uma espátula ou
serra, corte fora o terço inferior da terra com raízes (linha
pontilhada);
3. Com auxílio de um garfinho ou gancho, desmanche um
pouco o torrão, desembaraçando as raízes.
1. Prepare o substrato;
2. Escolha o vaso;
3. Coloque uma tela cobrindo o furo de drenagem do vaso;
4. Passe um arame através dos furos, estes arames vão prender
a planta ao vaso, para evitar que se mova enquanto
desenvolve novas raízes;
5. Coloque um pouco de substrato no fundo do vaso;
6. Acomode a planta dentro do vaso e a amarre com o arame;
7. Complete o vaso totalmente com o substrato;
8. Com a ajuda de um palito tipo hashi acomode o substrato
entre as raízes, evitando grandes espaços vazios;
9. Regue devagar e abundantemente até que escorra bastante
água pelos furos de drenagem do vaso, pode exagerar na rega.
Esta rega generosa ajuda a eliminar o pó que tenha restado
quando peneiramos o substrato.
96
Coloque o seu Acer em um local sombreado e fresco (sem sol)
por aproximadamente 30 dias para que regenere as suas
raízes. Não falhe na rega neste período, pois poderá ser fatal.
Vaso de bonsai
97
Por último, acomode o Bonsai no vaso, um pouco fora do
centro do vaso e complete com substrato. Use algum tipo de
palito ou hashi do diâmetro de um lápis, por exemplo (pode
ser de bambu), para preencher os espaços vazios no interior
do vaso, para acomodar o substrato entre as raízes, e
preencher espaços vazios.
Logo após o plantio, faça uma rega generosa. Esta rega ajuda
a eliminar o pó que tenha restado quando peneiramos o
substrato. Coloque o seu Acer em um local sombreado e
fresco (sem sol) por aproximadamente 30 dias para que
regenere as suas raízes. Não falhe na rega neste período, pois
poderá ser fatal.
98
Porém use este procedimento somente em plantas já bem
estabelecidas, com bom desenvolvimento de suas raízes. Não
faça em Acer jovem, tais como os adquiridos no mercado com
cerca de 1,5 a 2 anos de idade. Estes ainda não estão prontos
para receber este procedimento de lavagem total das raízes.
99
A superfície do solo do Bonsai deve ser um pouco superior à
borda do vaso. Nas primeiras vezes comece plantando no
mesmo nível ou ligeiramente mais alto do que a borda do
vaso. Com a prática você saberá posicionar a planta
corretamente.
100
No primeiro ano após o transplante, o Acer tem crescimento
irregular dos ramos, tamanhos de folhas podem ser
irregulares e os entrenós ficam com um crescimento desigual,
uns longos e outros mais curtos. Isso se deve ao fato de que,
no primeiro ano, o Acer está repondo seu sistema radicular,
emitindo novas raízes, então é de se esperar este crescimento
irregular da copa da planta.
101
Engrossamento de tronco: A Fórmula do
Engrossamento
Transplantes muito frequentes fazem com que o Acer precise
com mais frequência emitir suas raízes mais finas, as
capilares, que são as raízes de alimentação, que absorvem os
nutrientes e a água. Se mantemos uma frequência menor de
transplantes com poda de raízes, algo em torno de 2 a 3 anos
entre transplantes, ao invés de fazer a cada ano,
proporcionamos à árvore que ela permaneça mais tempo com
suas raízes capilares, ganhando força em menos tempo, desta
forma, engrossando o tronco mais rapidamente. Então temos:
Onde:
102
Providenciar uma bacia mais larga, mas não muito profunda,
fará com que as raízes se desenvolvam lateralmente, que é
tudo o que precisamos no bonsai. Aliado a um tempo maior
entre transplantes, utilizando um substrato moderno drenante
e leve, tem-se um engrossamento substancial de um Acer em
menos tempo.
103
Ao adquirir mudas deste tipo, o início do trabalho de raízes deve
ser feito com a retirada do pequeno pote, e o plantio num vaso
maior, mais largo, e de preferência não mais profundo, sem
desmanchar o torrão de terra, e preenchendo as laterais do torrão
com um substrato moderno, próprio para cultivo. Isto vai favorecer
o desenvolvimento radial das raízes, e fortalecer o sistema
radicular que parte do tronco, tendo em pouco tempo, um sistema
forte, capaz de aguentar, no próximo transplante, a manutenção
correta do torrão, sendo então possível desmanchar o torrão, lavar
e selecionar raízes e direcioná-las corretamente. Neste momento
seu pré-bonsai já estará com cerca de 3 a 4 anos, e as raízes já
estarão mais desenvolvidas, fortalecidas, tanto em ramificações,
quanto o ponto de partida delas, na base do tronco. Agora já é
possível mexer no torrão sem medo de danificá-las, executando
um transplante como mencionado anteriormente.
104
Resumindo o procedimento:
105
MÓDULO
ARAMAÇÃO
ARAMAÇÃO
107
A aramagem é uma competência técnica que exige prática,
mas com algum cuidado aprende-se facilmente. Para alguns
iniciantes pode ser difícil aceitar a necessidade de aramagem,
no entanto, os mais belos e famosos bonsai talvez não
existissem sem o uso desta importante técnica.
Quando aramar
Teoricamente, a aramagem pode ser feita em qualquer época,
embora as árvores estejam mais sujeitas a sofrer danos com
o processo no início da Primavera e no início do Verão,
quando estão cheias de seiva e têm brotos novos e macios, ou
no começo do Outono, quando é natural a madeira estar
engrossando.
Dica:
Deixe de regar dois ou três dias antes da aramagem. Um
tronco ou ramo que esteja hidratado é mais difícil de
manipular, por isso a árvore é mais flexível se não tiver sido
regada recentemente. CUIDADO! Faça isso com cautela: em
alguns casos, dois dias sem regar pode causar danos
irreversíveis em seu Acer.
108
Durante quanto tempo manter o arame
O período para manter o arame na árvore varia de acordo com
vários fatores: a grossura do tronco ou galho, o tipo de árvore,
a idade da madeira. Um tronco grosso é mais resistente à
orientação do que um fino; os troncos ou galhos jovens e
flexíveis são trabalhados mais facilmente do que a madeira
madura.
109
Dica:
É comum no Acer deixarmos o arame marcar os galhos antes
de retirar. Estas marcas estimulam a árvore a formar uma
casca sobre as marcas, formando pequenas cicatrizes que
dão um aspecto de maturidade ao Acer. Neste caso, usamos
um arame mais grosso que o recomendado. Aplique esta
técnica com cuidado, e com algum projeto prévio, para não
deixar o arame estrangular o galho.
Retirar o arame
110
Depois de retirar o arame, tenha atenção novamente, pois é
natural que alguns troncos ou galhos voltem à sua posição
original. Isso acontece lentamente, mas desde que comece a
acontecer, terá que aramar novamente. A segunda aramagem
pode seguir a direção da primeira, mas se a árvore estiver
ferida, terá de enrolar o arame na direção oposta à da
aramagem anterior.
Tipos de arame
Os dois tipos mais comuns de arame usados para bonsai são
o de alumínio e o cobre. O arame de cobre tem de ser
temperado para permitir a resistência, de forma que fique
mais fácil de dobrar. É possível encontrar arame de cobre pré-
temperado à venda.
111
A cor brilhante e prateada do alumínio não é apropriada à cor
natural das árvores, por isso é preferível usar arame de
alumínio que tenha sido tratado para retirar o brilho e ficar
com um colorido acobreado. É facilmente adquirido e é o mais
utilizado.
Técnicas de aramagem
112
No caso do Acer, a aramagem normalmente é feita buscando
formar uma árvore de copa densa. Enquanto numa conífera se
busca formação de patamares até mesmo em árvores
relativamente jovens, este efeito no Acer normalmente só é
buscado em plantas já desenvolvidas, que tenham maturidade.
Acer, na natureza, é uma planta que desenvolve copa densa e
cheia, então procuramos representar isto em vaso.
Se for trabalhar numa árvore com ramos fortes que tenham que
ser muito torcidos, pode precisar de ráfia para enrolar em volta
dos ramos antes de os aramar, o que protegerá a casca. É
também aconselhável por vezes envolver o arame com papel
quando se trabalhar com galhos delicados.
113
O arame tem que ficar bem ancorado e firme para ser eficaz.
Para um tronco com um ramo baixo, o arame pode ser preso
na terra. Com ramos altos, é costume aramar dois ramos com
o mesmo arame, dando uma volta em torno do tronco para o
prender. A aramagem é feita iniciando da parte mais forte da
árvore para a mais delicada. Se precisar aramar o tronco,
comece por ele mesmo. Faça a aramagem dos galhos,
começando pelo nível mais baixo para os níveis mais altos. Há
pessoas que preferem aramar todos os ramos no seu
comprimento até toda a árvore estar aramada, depois voltam
aos galhos mais finos para se dedicarem aos detalhes. Há
outros cultivadores que preferem completar um ramo de cada
vez tanto com o arame principal como com o auxiliar antes de
passarem adiante.
114
MÓDULO MÉTODOS DE
REPRODUÇÃO
MÉTODOS DE REPRODUÇÃO
Alporquia
A alporquia é um método de reprodução que consiste em
provocar um enraizamento em uma parte madura de uma
planta adulta. Este procedimento pode ser realizado em um
galho apenas ou no tronco de uma árvore. A alporquia tem
muitas vantagens sobre outros métodos, como estaquia, por
exemplo, e uma delas é a possibilidade de você encontrar em
uma planta adulta, um galho ou uma parte desta planta, que,
se você conseguir reproduzir ou enraizar, em pouco tempo
terá um ótimo bonsai. É um procedimento muito gratificante,
dada a sua facilidade de execução e rapidez na obtenção de
uma nova muda.
116
Outra aplicação da alporquia é a correção do nebari, quando a
planta apresenta uma formação de raízes com pouca atração
visual para bonsai. Podemos então recorrer à alporquia para
consertar um nebari defeituoso, refazendo-o completamente,
o que de outra forma talvez fosse mais difícil ou até mesmo
impossível corrigir. Chamamos isto de alporquia baixa. É um
alporque feito logo acima do nebari da planta.
117
No método da alporquia, o galho escolhido para fazer o
anelamento (ver a seguir), durante processo de enraizamento
do galho, o ideal é que se tenha bastante massa verde (galhos
e folhas), para que haja mais incentivo e estímulo para
enraizamento. Portanto, neste período, evite fazer podas no
galho onde a alporquia foi executada.
Procedimento:
O método da alporquia.
118
2. Junte neste local o esfagno bem úmido conforme a figura.
Você deve colocar o musgo em todo o entorno do corte;
3. Passe o plástico transparente (ou filme em alumínio) em
volta do esfagno e amarre bem para manter a umidade
constantemente. Pode usar um plástico opaco ou preto. Um
plástico transparente facilita a visualização quando há
emissão de raízes.O filme de alumínio facilita o
envolvimento do musgo, e dispensa o uso de barbantes nas
extremidades.
4. De 40 a 45 normalmente as raízes já poderão surgir. Evite a
curiosidade de ficar abrindo constantemente para verificar
se já enraizou. Pode verificar, eventualmente, mas evite a
frequência;
5. Após o aparecimento das raízes, cerca de 120 dias depois,
retire o plástico, corte logo abaixo do local do enraizamento
e plante com muito cuidado em um vaso qualquer, para que
aumente a quantidade de raízes.
6. O substrato utilizado já pode ser o definitivo para bonsai,
aquele que vimos no Módulo 4 “O Substrato”.
7. Pode ser usado hormônio enraizante. Neste caso, passe o
hormônio sobre o corte superior, e em toda a casca acima
do corte superior em cerca de 2 cm. Eu não uso qualquer
tipo de hormônio nos alporques que faço.
Atenção:
Embora seja o método de reprodução mais seguro, com alto
índice de sucesso, ele não garante uma eficácia de 100%,
podendo falhar, não ocorrendo o enraizamento. Isto é comum de
acontecer. Em alguns casos, ao invés de formar raízes, a planta
forma um calo lenhoso no corte. Se isto ocorrer, repita o
procedimento desde o início.
119
Qual época do ano fazer o procedimento?
Uma boa época para se fazer alporquia é quando a planta está
com atividade metabólica acelerada, para estimular a
formação de raízes o mais rápido possível no corte. Então,
uma boa época seria no início da primavera, que é quando a
planta está em intensa atividade de brotação, podendo ser
executada durante todo o período de crescimento (primavera
e verão), mas quanto mais cedo na primavera, melhor. Evite
fazer a alporquia no final do verão, que é quando a atividade
da planta já começa a dar sinais de desaceleração pela
proximidade do outono.
Observações:
120
5. Tome muito cuidado com as primeiras raízes, elas são muito
frágeis e se rompem com extrema facilidade.
6. Durante o processo de enraizamento, se perceber que o
musgo esfagno secou, você pode injetar água utilizando
uma seringa com agulha. Se o musgo esfagno estiver bem
vedado nas extremidades, dificilmente secará. Mas é bom
ter esse cuidado, e observar. O musgo esfagno seco pode
ser fatal para sua nova muda, se ela já tiver emitido raízes.
Dica:
Abrir a massa de raízes recém formada com as raízes enroladas
ao musgo esfagno pode ser bem difícil, pelo emaranhado que
fica entre as raízes e o musgo. Isto deve ser feito com muito
cuidado para evitar o rompimento destas raízes. Uma forma de
facilitar este trabalho é usar o musgo esfagno picado antes de
iniciar o procedimento da alporquia. Picar o musgo com uma
tesoura facilita este procedimento pós-enraizamento.
Dica:
No segundo ano após separar a alporquia da planta-mãe, faça
um transplante e aparafuse uma madeira logo abaixo das raízes.
Chamamos isto de madeirite. Isto incentivará um
desenvolvimento de raízes totalmente radial (para as laterais,
em direção às bordas do vaso), e não axial (para o fundo do
vaso), formando assim um nebari correto para seu futuro bonsai
de Acer. E então plante a nova muda em um vaso largo, e de
preferência pouco profundo para o bom e correto
desenvolvimento das raízes.
121
Estaquia
Este é sem dúvida o procedimento mais fácil e rápido de
execução. Trata-se do processo de corte e plantio de uma
parte, ou pequeno galho de uma planta, que seria jogado fora,
e que pode servir para obtenção de uma nova planta, através
do plantio em substrato adequado, de modo a favorecer o
desenvolvimento de novas raízes neste galho. É a forma mais
rápida de se obter material para novas mudas, visto que
qualquer poda pode gerar material para obter dezenas de
novas mudas, apenas fazendo o plantio destas estacas.
122
te da estação, porque numa eventual poda de rotina é possível
obter o material adequado para o procedimento. Mas de modo
geral, aqui no viveiro, a época que mais obtenho estacas é no
inverno, quando todos os Aceres estão ainda dormentes,
completamente sem folhas. Neste período, faço podas em
todas as plantas (ver módulo “Poda”), gerando o maior
número de estacas no ano, a fim de preparar as plantas para
as novas brotações da primavera, que se aproxima. É então o
momento que obtenho a maior quantidade de material para
estaca.
Dica 01:
Só servirão de estacas aqueles materiais já lignificados, ou
seja, aqueles que já atingiram uma maturidade de madeira na
sua estrutura. Estacas de ponteiras pouco desenvolvidas, com
a sua estrutura ainda macia, não servem para estaquia.
Dica 02:
Ao cortar as estacas, se não for possível plantá-las
imediatamente no substrato adequado, seja por estar longe
do recipiente, ou qualquer outra razão, tenha uma bacia cheia
de água ao seu lado, e coloque as estacas dentro, para que
elas não se desidratem até que você leve para o local onde
vão ser plantadas. Seja breve neste momento! São minutos
cruciais para o sucesso.
123
Substrato para estaquia
Muitos foram os testes que fiz a fim de encontrar o melhor
substrato para estaquia, aquele que me entregasse o melhor
aproveitamento do material resultante das podas. A principal
característica que busquei foi a de que fosse barato, ou seja,
economicamente viável, visto que tenho o interesse de
divulgar para o maior número de pessoas, e sendo este muito
caro, acabaria sendo inacessível para muitos, desencorajando
os cultivadores a terem a felicidade de obter suas próprias
mudas de Acer, a partir de um procedimento barato.
124
Caso você não encontre este substrato pronto de cultivo de
morangos, é possível montar o seu próprio. Ele é composto
pelos seguintes componentes:
125
Você pode utilizar o mesmo substrato utilizado para bonsai,
conforme falamos no Módulo 04 “Substrato”, também vai
funcionar bem. Mesmo assim, caso pretenda compor sua
própria mistura para estaquia, se atente às seguintes
características que o substrato deve conter:
Preparando as estacas
Ao cortar os galhos para obter as estacas, corte em diagonal. A
estaca deve ter pelo menos 15 cm de comprimento. Dê
preferência para estacas com diâmetro inferior a 1cm, caso seja
de diâmetro superior, prefira o método da alporquia.
126
As estacas têm pelo menos 15 cm de comprimento e diâmetro menor que 1 cm.
O corte em diagonal aumenta o lábio de contato com o substrato.
127
Alguns minutos fora destas condições, já são suficientes para o
sucesso ou fracasso do método. É válido deixar de molho por
alguns minutos numa solução de SuperThrive de 2 ml/litro de
água. Eu dispenso totalmente o uso deste fertilizante, mas seu
uso pode ser válido. Eu julgo ser um material muito caro para o
resultado conseguido. Use apenas se já tiver, caso não tenha,
não se preocupe.
128
As estacas vão sendo inseridas na caixa com substrato previamente umedecido.
129
Exposição solar somente quando você notar após 3 a 4 meses
a emissão de novas brotações. Caso não seja possível fazer
uma estufa, mantenha na sombra de outras árvores, tendo o
cuidado de manter sempre uma boa umidade no substrato.
Há estudos que indicam que as estacas enraízam melhor em
temperaturas acima de 20ºC. Portanto, o final do inverno é
realmente uma boa época para colher estacas.
130
Após retirar a estaca do recipiente de enraizamento,
providencie um vaso onde você vai deixá-la pelos próximos 12
meses, pelo menos, para um correto e eficaz enraizamento.
Neste período sua estaca fortalecerá as raízes que partem do
tronco, e desenvolverá todo o sistema radicular. O substrato
para plantio pode ser o mesmo usado para bonsai (ver
módulo 04 "Substrato"). Pode iniciar uma rotina de adubação,
tal como se faz com um bonsai (ver módulo 05 “Adubação”).
A partir de agora você já poderá tratá-la como uma muda de
Acer normalmente, mantendo todos os cuidados de rega,
adubação e exposição solar.
Semente
Este é um grande desafio, e uma busca incessante de alguns
cultivadores apaixonados pelo Acer. Vou tentar aqui
reproduzir fielmente o procedimento que me fez ter sucesso
na germinação de sementes de Acer Palmatum. Mas antes,
vou fazer algumas considerações.
131
Germinar sementes de Acer depende de alguns fatores: época do
ano, a qualidade da semente, a temperatura à qual a semente foi
anteriormente exposta, a forma como foi coletada e armazenada e
também dos requisitos de dormência da semente. São aspectos
difíceis de controlar se estiver em uma região pouco propícia para
o cultivo de Acer.
132
Procedimento para germinar sementes
de Acer
Todo o processo descrito a seguir foi exatamente o que fiz, e
que obtive sucesso na germinação de sementes de Acer
Palmatum, mas o procedimento pode ser reproduzido para
qualquer cultivar de Acer. A maior parte do Brasil não tem um
clima favorável para cultivo de Acer, por essa razão é preciso
imitar as condições climáticas do habitat natural do Acer para
tornar possível a germinação de sementes. E o procedimento
que descrevo a seguir faz exatamente isso.
Coleta de sementes
133
Não descarte sementes baseado no tamanho dela, visto que
umas são bem menores que outras, e isto é visto também
pelo tamanho da hélice: semente pequena, hélice pequena.
Isto não tem relação com a possibilidade de germinação.
134
Um detalhe interessante diz respeito às sementes muito
pequenas. Deve-se ter cuidado com elas, pois todas podem
acabar flutuando devido à tensão superficial. Então este é um
caso onde é melhor contar com elas, como se estivessem
aptas, e utilizarmos para tentar germinar.
Preparação do substrato
135
Prepare pequenos potes com tampa, de preferência
transparentes, com esta mistura de substrato. Borrife com
água toda a mistura de modo que toda ela fique úmida. Não
há necessidade de água especial, é água da torneira mesmo.
Deixe o substrato bem úmido para receber as sementes.
Coloque as sementes no pote com o substrato e cubra com
uma fina camada do mesmo substrato. Tampe o pote.
136
Estratificação
Os potes com as
sementes no substrato
são armazenados na
parte mais baixa da
geladeira.
137
Eu germinei sementes de Acer deixando os potes no meu
estúdio, que é um local totalmente isento de luz solar, com
paredes espessas que mantiveram a temperatura em torno de
18ºC nos dias que antecederam a germinação. Os potes
ficaram totalmente fechados, com as tampas, tal como
quando foram retirados da geladeira. Não mexi neles até que
vi as primeiras sementes germinando.
Após a germinação
O período entre o tempo na geladeira e o início das
germinações é em torno de 90 dias, sendo 60 dias na
geladeira, e cerca de 30 dias até iniciar a germinação. Ao
germinar, as mudinhas exibirão duas pequenas folhinhas
chamadas cotilédones. Elas vão nutrir a muda até que ela
tenha emitido suas primeiras folhas verdadeiras. Após a
emissão destas folhas verdadeiras, podemos retirar com
muito cuidado as mudas da sementeira (os potes plásticos) e
plantá-las em vasos individuais, usando um substrato de
bonsai, já com uma parte de composto orgânico (ver Módulo
04 “O Substrato”), usando um pedrisco de 2mm. Este
substrato deve ser bastante drenante, tal como o utilizado
para bonsai. O substrato deve ser mantido úmido o tempo
todo, mas evite que fique encharcado, pois isso pode resultar
na perda das mudas.
138
Não adube as mudas até 5 ou 6 semanas após o replantio. E
quando iniciar a rotina de adubação, faça suavemente, pois o
sistema radicular das mudas ainda é muito imaturo, e
queimará facilmente. Prefira adubos orgânicos, como
recomendo no Módulo 5 “Adubação”.
139
MÓDULO DESFOLHA
DESFOLHA
141
trário, você pode falhar miseravelmente com seu Acer,
retardando seu crescimento, tornando a planta fraca e até
mesmo debilitando-a, sendo um alvo fácil para doenças,
podendo causar a morte de sua árvore.
A desfolha no Acer
Desfolha é a retirada das folhas de uma árvore através de
métodos manuais ou químicos. O método químico pode ser
feito através do uso da uréia concentrada, por exemplo, mas
aqui vamos tratar apenas do processo manual, com o uso de
tesouras. O processo manual também pode ser feito com a
mão, arrancando a folha com pecíolo inteiro. Não recomendo
fazer desta forma, pois no caso do Acer Palmatum,
principalmente, isto pode resultar no arrancamento da gema
dormente junto com a folha, prejudicando as novas brotações.
O ideal é usar uma tesoura bem afiada, e cortar o pecíolo na
metade. A desfolha pode ser total ou parcial dependendo do
objetivo que estamos buscando.
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Normalmente as pessoas que estão iniciando no cultivo de
Acer, têm bastante dúvidas e medos sobre a técnica. Mas à
medida que forem estudando sobre a técnica e entendendo
sobre a planta, as dúvidas deixam de existir, junto com os
medos. Espero conseguir passar aqui o meu conhecimento
sobre a técnica de forma clara e didática.
Finalidades da desfolha
Os principais motivos que nos levam a realizar a desfolha são
os seguintes:
Dica:
Quanto maior a ramificação secundária e terciária da árvore,
maior será a tendência desta planta em produzir folhas
menores.
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02 Reduzir o tamanho da folha
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A grande dificuldade climática de cultivo de Acer não é a
presença dos dias de alta temperatura, mas a ausência dos
dias de frio intenso. Lembre-se que Acer é uma árvore natural
de climas temperados. Isto não é garantia de que será
possível a adaptação, mas é uma tentativa, e muitas vezes
funciona, principalmente com o Acer Buergerianum, que é
uma variedade mais resistente à falta de frio intenso.
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06 Aramar no verão
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Por isso dizemos que a melhor época para se realizar este
procedimento é entre janeiro e fevereiro, que é mais ou menos
este o período. Quando fazemos a desfolha no verão,
encorajamos a planta a pensar que está diante de uma nova
primavera.
Importante:
Não faça duas desfolhas seguidas no período de 1 ano.
Principalmente se você está começando agora. Desfolhar na
época errada poderá enfraquecer muito seu Acer.
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Será uma questão de escolha. Como ela já terá cumprido um
ciclo inteiro, e pelo menos 12 meses já terão se passado da
desfolha anterior, você poderá desfolhar normalmente no
verão.
Desfolha parcial
A desfolha parcial deve ser feita quando buscamos uma
harmonia entre todas as áreas de uma árvore. Quando
queremos engrossar uma determinada zona da árvore,
deixamos esta área se desenvolver, e desfolhamos o restante do
Acer. O que é feito então, é uma desfolha em apenas uma parte
do Acer, não em todo ele.
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Desfolha em plantas
Jamais aplique a desfolha em um Acer doente, fraco ou
debilitado. Mesmo que você saiba exatamente como fazer a
desfolha, conheça a técnica em profundidade e saiba o
momento exato de aplicar, se sua árvore não estiver em
condições de receber a técnica, de nada adianta. A árvore que
receber a desfolha e não estiver em condições, poderá perder
galhos ou até mesmo morrer. A brotação das folhas após a
desfolha requer uma grande energia da planta, e se ela não
estiver em plena saúde, não conseguirá brotar novamente.
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2. A última adubação do seu Acer deve ocorrer de duas a três
semanas antes de desfolhar. Se estiver utilizando adubo
peletizado de liberação lenta, faça a previsão deste período.
Se adubamos uma planta logo após a desfolha, há uma
grande chance de as novas folhas virem grandes, podendo
ser até maiores que as anteriores à desfolha. Para
evitarmos isto é que fazemos este controle da adubação
antes de desfolhar. Voltamos a adubar somente se
necessário depois do amadurecimento das novas folhas.
3. Aplicar a desfolha na época certa. No Sul do Brasil deve ser
aplicado no meio do verão, como visto anteriormente. Se
desfolhar muito tarde, próximo à entrada do outono, a
planta enfraquecerá. Portanto, se você perdeu o momento
certo para desfolhar, não desfolhe.
4. Após a desfolha, com a planta sem folhas, a absorção de
água pela planta é muito baixa. Então é importante
controlarmos as regas. Neste momento, podemos deixar o
substrato secar levemente entre uma rega e outra. Com o
surgimento das novas brotações a rega se normaliza.
5. Uma das finalidades da desfolha é a redução das folhas,
DOENTES
como visto anteriormente. Para conseguirmos otimizar a
busca por este resultado, após a desfolha o melhor é
colocarmos o Acer em exposição a pleno sol. Como de
costume, proteja nas horas mais quentes, entre as 11 e
14hs. Se deixarmos na sombra, a planta tenderá a
aumentar o tamanho das folhas na tentativa de buscar
mais luminosidade.
6. Após a desfolha poderemos aramar, pois com a planta sem
as folhas, este trabalho fica muito facilitado. E também sem
as folhas conseguimos enxergar melhor a estrutura da
planta, e definir quais galhos necessitam de aramação e
definir o posicionamento correto. Estas duas técnicas
(desfolha e aramação) normalmente são feitas juntas.
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MÓDULO PRAGAS E
DOENÇAS
PRAGAS E DOENÇAS
Cochonilhas
Surgem como pequenas bolinhas brancas no Acer, que são
praticamente estáticas na planta, principalmente as de
carapaça. Sugam a seiva da planta deixando-a enfraquecida.
Excretam uma cera que pode atrair fungos, tal como a
fumagina (uma espécie de capa escura que vai cobrindo a
folha, impedindo a fotossíntese) e formigas doceiras.
Portanto, se vir algumas formiguinhas doceiras no seu Acer,
investigue, pois pode ser que ele esteja sendo atacado por
cochonilhas. Algumas apresentam um corpo mole e peludo,
normalmente não ultrapassam 3 mm de comprimento.
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Como combater: a cochonilha, quando identificada no início,
pode ser retirada com a mão mesmo ou a ponta de uma
tesoura, mas em casos de ataques mais severos, passe um
algodão embebido em álcool na região atacada, e depois
pulverize a planta com óleo de neem ou um óleo mineral. Caso
um ataque ocorra, siga as recomendações de aplicação do
fabricante.
Pulgão
Este pequeno inseto, que não ultrapassa 5 mm de
comprimento, multiplica-se rapidamente em dias de altas
temperaturas. São normalmente pretos, verdes ou marrons,
mas podem aparecer em outras variações de cores. Atacam
principalmente as novas brotações, sugando a seiva e
impedindo o desenvolvimento da planta. Podem causar um
engruvinhamento das folhas, que ficam retorcidas. Tal como a
cochonilha, excretam uma substância adocicada, atraindo
fungos (fumagina) e formigas doceiras.
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Como combater: são facilmente combatidos com inseticida
comum, do tipo SBP, ou algum outro de diluição em água. Há
no mercado inseticidas específicos para pulgão que também
podem ser usados. Depois da primeira aplicação, repita dentro
do prazo de 7 dias. Normalmente são totalmente eliminados
já na primeira aplicação. Caso um novo ataque ocorra, aplique
novamente.
Lagartas
É um inseto de hábito noturno. As lagartas normalmente
alimentam-se à noite, ficando durante o dia agrupadas no
tronco das árvores. Causam grandes estragos nas folhas
rapidamente se não combatidos logo.
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Como combater: pode ser combatido com inseticidas. Há no
mercado diversas opções específicas para o combate de
lagartas. Não espere conseguir enxergá-la para iniciar o
combate. Quando perceber algumas folhas perfuradas, sem
identificar o causador, provavelmente seja ataque de lagartas,
que muitas vezes se escondem durante o dia. Aplique o
inseticida em toda a planta, mesmo sem visualizar a lagarta.
Caso um ataque ocorra, siga as recomendações de aplicação
do fabricante.
Ácaro
Talvez esta seja a praga que mais acomete o Acer. Aqui no
viveiro tenho problemas anuais com eles, se não usar
combatentes preventivos. São pequenos aracnídeos que
atacam normalmente em temperaturas altas as novas
brotações, causando enormes estragos, impedindo o
desenvolvimento da árvore. Em muitos casos não é possível
vê-los a olho nu.
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Como combater: seu controle pode ser feito através do uso de
acaricidas. No mercado há opções disponíveis, normalmente
à base de bifentrina. Em casos de grandes culturas, em
ataques mais severos, pode ser necessária a recomendação
de um agrônomo, que poderá receitar acaricida a base de
abamectina, que são mais potentes. Não espere que um
ataque ocorra para então usar o combatente. Use
preventivamente antes da chegada do verão, que é quando os
ataques são mais recorrentes, na brotação de verão. Faça
duas aplicações com intervalo de 15 dias, preventivamente,
antes da chegada do verão. Caso um ataque ocorra, siga as
recomendações de aplicação do fabricante.
Oídio
O fungo mais comum no Acer, o Oídio é um fungo que forma
uma fuligem branca sobre a folha, como se fosse uma geada,
impedindo que a planta faça a fotossíntese. É muito comum
de ocorrer no verão em ambientes úmidos e quentes. Ataca
principalmente as novas brotações. O Acer mais comum de
sofrer o ataque deste fungo é o Deshojo.
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Como combater: apesar de ser um fungo recorrente em Acer,
principalmente no Deshojo, é facilmente combatido com um
fungicida a base de cobre, encontrado no mercado com
facilidade. Siga as recomendações de aplicação do fabricante.
Não demore em identificar e iniciar o combate a este fungo,
visto que ele rapidamente se espalha pela planta, podendo
atingir outras plantas próximas a esta que está sendo
atacada. Uma boa medida preventiva é isolar a planta atacada
das demais, para evitar a disseminação do fungo em outras
plantas. Se não combatido logo, pode debilitar gravemente
seu Acer. Como preventivo, antes das brotações de primavera,
pode-se fazer duas aplicações com intervalo de 15 dias ao
final do inverno, com um fungicida à base de cobre.
Atenção:
Não há necessidade de desfolhar seu Acer quando notar o
ataque deste fungo. Recorra primeiro aos métodos de
combate. Na hora de regar, não molhe as folhas, e só depois
de aplicar o fungicida, retire algumas folhas que estejam mais
fortemente comprometidas pelo fungo.
Fungo Phoma
Este fungo costuma atacar com mais frequência no Acer
Buergerianum, mas é também ataca o Palmatum. Os
sintomas de seu ataque são as folhas ficando secas e
marrons a partir das bordas, e curvando-se, e pode haver
queima das novas brotações, daí seu ataque ser muitas vezes
confundido com ácaros. A grande diferença é que no caso do
fungo, as lesões avançam para folhas já maduras, enquanto
que no caso de ácaros, é mais comum seu ataque em
brotações.
O tratamento deve ser feito com fungicidas à base de
Pyraclostrobin, um fungicida sistêmico. E pode ser usado
Clorotalonil como preventivo. Ambos os casos deve-se seguir
as recomendações do fabricante quanto à aplicação.
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Ataque de Phoma muitas vezes é
confundido com ataque de ácaro.
Formigas cortadeiras
Costumam atacar a planta não deixando uma única folha no
galho. Em ataques parciais, podemos confundir com ataque
de lagartas, já que as folhas ficam com recortes semelhantes.
Se não controladas, podem destruir uma coleção inteira em
poucos dias. Elas têm o hábito de atacar a noite.
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Como combater: pode-se usar inseticida como repelente, mas
o ideal é que se identifique os carreiros por onde elas passam
e se coloque ali iscas que as atraem, e levam para o ninho,
exterminando todo o formigueiro. Essas iscas são facilmente
encontradas em agropecuárias.
Podridão negra
Um problema muito recorrente no Acer, normalmente causado
por alguns erros no cultivo. Pode ocorrer desde as raízes,
surgindo da base da árvore, ou em alguns galhos. Onde este
problema for detectado já terá seus tecidos vegetais
comprometidos, não tendo mais como recuperar, sendo
necessária a eliminação completa. Se notar o problema em
algum galho, retire o galho ou a porção do galho
imediatamente, cortando logo abaixo desta parte necrosada,
pegando um pouco da parte verde da madeira e aplique uma
pasta selante. Se o problema for identificado na base, a
solução pode ser mais complicada, visto que pode ser um
problema generalizado de raízes. Neste caso, retire
imediatamente sua planta do vaso, busque cortar toda esta
parte necrosada, até onde apareça madeira verde. Isso poderá
deixar seu Acer completamente desconstruído, mas é a única
forma de tentar salvá-lo.
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Possíveis causas e soluções da podridão
negra
1. Uso de ferramenta não esterilizada para fazer cortes no Acer,
seja poda de galhos, raízes ou até mesmo desfolha. Esterilize
sempre a lâmina de sua ferramenta antes de fazer qualquer
intervenção no Acer. Sua ferramenta pode estar contaminada
com algum agente patógeno que pode não prejudicar um
ficus, por exemplo, mas que pode contaminar com fungos ou
bactérias seu Acer, causando a podridão. Esterilizar com
álcool pode ajudar a minimizar o problema.
2. Substrato impregnado de pó, numa preparação inadequada,
causando entupimento das raízes do Acer. Veja no módulo 04
como preparar corretamente seu substrato para Acer.
3. Corte exagerado das raízes, enfraquecendo a planta.
Transplante muito frequente. A podridão surge a partir das
raízes. Este é o típico caso de um trabalho executado movido
pela ansiedade em fazer a árvore caber em determinado vaso
definitivo. Não cometa este erro. Um Acer dificilmente se
recupera de uma poda excessiva de raízes, vindo a morrer por
este erro.
4. Não usar pasta selante nas feridas grandes após uma poda de
raízes, ficando expostas, sendo contaminadas por fungo ou
bactérias. Aplique pasta selante sempre em grandes feridas.
5. Uso de substrato inadequado por muito tempo, que não tenha
uma drenagem correta, mantendo um encharcamento
frequente, causando apodrecimento das raízes. Veja no
módulo 04 como preparar corretamente seu substrato para
Acer.
6. Ao identificar o problema, corte imediatamente o local até o
tecido vivo, eliminando totalmente a parte necrosada. Muitas
vezes isto é capaz de salvar seu Acer. Em alguns casos,
eliminar um ou mais galhos inteiros pode ser necessário.
Passe pasta selante no corte logo em seguida. Não esqueça
de esterilizar a ferramenta antes de fazer o corte.
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Aspecto de um Acer completamente sem vida.
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Podridão Radicular
Verifique se há dessecação de ramificações que aparecem
como linhas enrugadas na casca, correndo em linhas
paralelas ao longo do galho. Estas linhas são geralmente
sinais de podridão da raiz e, se encontradas, um cuidado extra
deve ser tomado para limpar as raízes. Plante a árvore numa
mistura leve ou mesmo no pedrisco puro, usando uma grande
caixa de madeira ou bacia erguida bem acima do solo para o
fluxo de ar. Até que as raízes possam crescer normalmente,
elas podem ser ajudadas pela rega com uma solução de
vitamina B1. Coloque a árvore na sombra e retarde a rega
novamente até que o solo esteja seco, depois repita o
tratamento com vitamina B1. Se o tratamento foi bem
sucedido, um novo crescimento deve aparecer em cerca de
quatro semanas ou mais. O melhor momento para o
tratamento é a primavera, mas se, fora desse período, a árvore
for transplantada para uma grande caixa de madeira com solo
de alta drenagem, muitas vezes a salvará. Pense na árvore
como um grande corte que precisa de apoio até que as raízes
apareçam.
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