Você está na página 1de 40

1

“ AS ÁRVORES SÃO NOSSAS AMIGAS!”

GUIA DAS ÁRVORES DE FARO

Autor: Bruno Lage


Depósito Legal - 478074/20
Tiragem: 1000 exemplares
1ª edição
Dezembro de 2020
Edição: União das Freguesias de Faro (Sé e São Pedro)
Paginação e design: Marco Valle Santos

Contactos União das Freguesias de Faro:


Rua Reitor Teixeira Guedes, nº2
8004-026 Faro
E-mail: geral@uf-faro.pt
Telf.: 289 889 760

www.uf-faro.pt
2
APRESENTAÇÃO
O guia das árvores de Faro é uma publicação da
União das Freguesias de Faro, de descrição simpli-
ficada, que tem como objetivo dar a conhecer,
sobretudo aos mais jovens, as principais árvores
que podemos encontrar nas ruas e jardins da nossa
cidade.
As árvores têm uma importância especial nas
cidades, uma vez que desempenham funções muito
importantes mas que muitas vezes passam desper-
cebidas. São elas que promovem a qualidade ambiental das áreas urba-
nas uma vez que a partir da fotossíntese melhoram a qualidade do ar,
produzindo oxigénio e absorvendo dióxido de carbono. Para além disso
fixam poluentes em suspensão, fazem sombra, aumentam a humidade
do ar, tornando o ambiente mais agradável e combatem o efeito “ilha
de calor”.
Embelezam, também, os jardins e ruas, protegem do vento, absor-
vem o som, reduzindo por isso o ruído, servem de abrigo e alimento a
diversas espécies animais, promovendo a biodiversidade, favorecem a
infiltração das águas das chuvas, evitam a erosão dos solos e valorizam
o património envolvente.
Na nossa cidade existem milhares de árvores. São árvores com dife-
rentes tamanhos, de diferentes espécies e com vários formatos. Algumas
são autóctones e outras vieram de outras regiões do mundo. A manu-
tenção e o saudável crescimento das árvores em meio urbano constitui
um constante desafio às equipas técnicas de jardinagem e à participação
cívica dos cidadãos. Juntos, deve-se trabalhar em prol de um ambiente
urbano mais sadio e equilibrado onde o respeito pelo espaço público
seja uma realidade. Só assim teremos melhores cidades, cada vez mais
sustentáveis, arranjadas, bonitas e ordenadas.
Diariamente as nossas equipas de jardinagem trabalham de forma a
compatibilizar os sistemas naturais com o edificado urbano procurando
conjugar vários aspetos e várias condicionantes, de modo a termos uma
cidade mais sustentável e equilibrada. Este equilíbrio é considerado por
muitos como um dos maiores desafios do século XXI na gestão de cidades
e onde o cidadão deve ter um modo interventivo e responsável pelo zelo
dos espaços verdes.
Para isso contamos contigo! Colabora com os serviços de jardinagem
da União das Freguesias de Faro e ajuda a proteger as nossas árvores e
a nossa cidade!
Bruno Lage
(Presidente da União das Freguesias de Faro)

3
INDICE
Apresentação UFF.......................3 Figueira................................23
Indice e Bibliografia....................4 Grevílea................................24
Acácia.........................................6 Jacarandá................................26
Acácia Bastarda..........................7 Laranjeira...............................28
Alfarrobeira..............................8 Limoeiro...............................29
Ameixeira dos jardins..............10 Lodão Bastardo.........................30
Amendoeira.............................11 Medronheiro........................31
Amoreira...............................12 Mélia......................................32
Araucária da ilha de Norfolk...13 Nespereira...........................33
Árvore da Borracha.................14 Olaia...................................34
Casuarina..............................15 Oliveira.................................35
Choupo Branco........................16 Pimenteira Bastarda..................36
Choupo Negro.........................17 Pinheiro Manso.........................37
Cipreste comum......................18 Tipuana.................................38
Eucalipto...............................20 Ulmeiro................................39
Ficus Benjamim........................22

BIBLIOGRAFIA
Árvores e Arbustos de Portugal:
http://www.arvoresearbustosdeportugal.com/
Biodiversity4all: https://www.biodiversity4all.org/
Flora no Parque de Serralves: http://serralves.ubiprism.pt/
ICNF - Espécies Arbóreas Indígenas em Portugal Continental:
https://www.icnf.pt/api/file/doc/2ed27ed862242e3e
Jardim Botânico da UTAD: https://jb.utad.pt/
Jardim Bordalo: https://jardimbordalo.wordpress.com/
Jardins Calouste Gulbenkian: https://gulbenkian.pt/
Naturlink: http://naturlink.pt/
Portal do Jardim: https://www.portaldojardim.com/

4
5
ACÁCIA
Acacia cyanophylla

A Acácia, apresenta, normalmente, um porte arbóreo médio, atingindo


entre 8 a 15 metros de altura. É uma árvore de folha persistente ou
perene, com uma copa densa piramidal ou arredondada. As folhas são
longas e ligeiramente curvadas e geralmente verde escuras.
Tem um tronco direito, de cor cinzento acastanhado escuro e com
ranhuras. Os ramos aparecem desde perto da base do tronco e têm
geralmente uma disposição horizontal ou mesmo pendular. As flores são
compostas por cachos de cor amarela. Os frutos são vagens castanho-
-avermelhadas, mais estreitas que as folhas, algo comprimidas e torci-
das.
Esta espécie é nativa das florestas tropicais do Sudeste da Austrália
e da Tasmânia. No continente europeu, esta árvore é considerada uma
infestante. Tal deve-se a diversos problemas de infestação em quase
todos os locais onde foi introduzida. Os países europeus onde esta espé-
cie ocorre são a Itália, Bélgica, França, Espanha e Portugal, no continente
e nas ilhas dos Açores.

6
ACÁCIA BASTARDA
Robinia pseudoacacia L.

A Acácia Bastarda, também conhecida por Robínia é uma espécie


oriunda da região Central e Oriental dos Estados Unidos da América,
bastante plantada no nosso país, em parques, jardins, praças públicas,
ruas e estradas.
Tem crescimento rápido, grande resistência e pouca exigência hídrica.
É uma espécie arbórea monóica, de folhas compostas, caducas, inteiras
e com estípulas espinhosas. As flores de cor branca dispõem-se em
cachos axilares e pendentes.
O fruto é uma vagem, fortemente comprimida. Esta árvore é robusta,
de copa ampla e densa, que em boas condições pode alcançar os 25
metros de altura.

7
ALFARROBEIRA
Ceratonia siliqua

A Alfarrobeira é uma árvore leguminosa de folha persistente ou


perene que pode alcançar os 10 metros de altura. A sua copa é mais ou
menos oval com ramos horizontais. O tronco é castanho e irregular com
casca lisa com algumas saliências.
As folhas são verde-escuras e lustrosas na página superior e de um
verde mais pálido na inferior.
A floração acorre entre agosto e outubro. As suas flores são muito
pequenas, de cor esverdeada ou avermelhada, que formam cachos que
nascem nos troncos e ramos. Sendo uma espécie dioica, as flores são
geralmente unissexuais, havendo árvores masculinas e árvores femininas.
É considerada uma espécie autóctone.
Os frutos são vagens com cerca de 10 a 25
cm de comprimento, carnudas, que quando
amadurecem evoluem de verde para casta-
nho-escuro. Possuem no seu interior 10 a 16
sementes e são conhecidas por alfarrobas.
Não se conhece ao certo a origem da sua
distribuição por ser uma espécie de cultivo
extensivo desde há muito tempo no Medi-
terrâneo.
As alfarrobeiras são árvores bem adap-
tadas a solos básicos e pedregosos. No
entanto toleram também solos arenosos ou
argilosos. Encontra-se em regiões de clima
quente e inverno ameno. É uma espécie
resistente ao calor, à seca e à salinidade mas
intolerante ao alagamento.

8
9
AMEIXEIRA - DOS - JARDINS
Prunus cerasifera

Árvore de folha caduca, com um porte médio que pode atingir 8


metros de altura. Tem folhas de cor avermelhada.
As flores, de cor branca ou rosa, são hermafroditas (espécie monóica)
e no Algarve desabrocham em fevereiro, simultaneamente ou um pouco
antes do aparecimento das folhas. Os frutos são pequenas ameixas (dru-
pas).
Originária da Ásia Ocidental e Europa de Leste, é muito usada como
ornamental em Portugal.

10
AMENDOEIRA
Prunus dulcis

A Amendoeira é uma espécie monóica de folha caduca, sendo uma


árvore muito ramificada, que pode atingir os 8 metros de altura. Tem
poucas exigências hídricas, estando cada vez mais a ser utilizada como
árvore ornamental em jardins mediterrânicos.
A floração, no Algarve, ocorre normalmente em janeiro e fevereiro
sendo anterior ao aparecimento da folhagem, originando uma paisagem
muito típica de flores de cor branca ou rosa. A semente do seu fruto é
geralmente considerada como um fruto seco: a amêndoa.
É nativa do oriente médio, nas regiões de clima mediterrâneo da Síria,
Turquia, e Paquistão, apesar de já ter sido introduzida em vários outros
lugares. Em Portugal, é frequente na região do Douro, Trás-os-montes e
no Algarve, sendo considerada uma espécie autóctone.

11
AMOREIRA
Morus rubra

A Amoreira é uma árvore de folha caduca que pode alcançar 12


metros de altura. A sua copa é densa e bastante ramificada, com um
diâmetro que pode atingir 10 metros. O tronco e os ramos mais velhos
possuem a casca fendida (ou gretada). Nos ramos jovens, a casca é lisa.
As folhas são alternas, frequentemente com margem duplamente den-
tada, verde-escuras e brilhantes, amarelas no outono.
É uma espécie monóica (cada árvore apresenta órgãos sexuais dos 2
sexos). A floração ocorre entre março e maio.
A Amoreira é nativa das regiões temperadas e subtropicais da Ásia.
Não sendo espontânea em Portugal, é uma árvore ruderal, que pode
surgir espontaneamente em zonas de habitação e margens de caminhos,
fruto da queda das sementes de árvores cultivadas. Tem preferência por
solos profundos, ricos em matéria orgânica e humidade. É bastante usada
em jardins e hortas, tanto pela sua sombra como pelos seus frutos. É
uma árvore de crescimento rápido e tem várias utilizações.

12
ARAUCARIA - DA- ILHA - DE - NORFOLF
Araucaria heterophylla

A Araucária-de-norfolk ou Pinheiro-de-norfolk, é uma árvore nativa


da ilha de Norfolk na Austrália. De grande porte, pode ser encontrada
em várias regiões do mundo, desde regiões frias até às mais quentes,
tendo um uso sobretudo ornamental.
Os seus exemplares crescem até uma altura de 50-65 metros, com
troncos verticais e ramos simétricos, mesmo em zonas em que os ven-
tos são muito fortes. As folhas em forma de agulha com 1-1,5 cm de
comprimento e cerca de 1 mm de espessura na base, são perenes ou
persistentes.
De crescimento lento e de grande longevidade, a araucária é conhe-
cida como um fóssil vivo, havendo provas de que existe desde o Meso-
zoico (ou seja, perto de 251 milhões de anos).

13
ÁRVORE DA BORRACHA
Ficus elastica

A Borracheira ou Árvore-da-Borracha é originária da Índia e Ásia


Ocidental. É uma árvore de grande porte de folhagem perene ou persis-
tente, frequentemente utilizada como planta ornamental de interior ou
exterior.
Pode alcançar os 15 a 20 metros de altura, ou 60 metros no seu
habitat natural. As folhas são grandes e ovaladas, apresentam tonalidade
verde brilhante com nervuras bem marcadas, sendo pouco resistentes ao
frio e à geada.
De crescimento rápido o seu tronco pode chegar aos 2 metros de
diâmetro, tendo raizes muito agressivas. Daí dever-se plantar longe de
casas, muros, estradas e calçadas.

14
CASUARINA
Casuarina cunninghamiana

A Casuarina é caracterizada por ostentar ramos esbeltos e delicados,


com folhas perenes e em forma de agulha, o que lhes confere um aspeto
semelhante a pinheiros e podem atingir até 35 metros de altura.
Tem distribuição natural centrada na Australásia e ilhas do Pacífico
ocidental, sendo hoje comum nas regiões tropicais e subtropicais, onde
algumas espécies são plantadas como árvores ornamentais, encontran-
do-se naturalizada em múltiplas regiões. São árvores que se podem
desenvolver em todos os tipos de solo, sendo bastante resistentes, tanto
à seca como ao encharcamento. São também resistentes a temperaturas
negativas e ao ambiente salino das áreas costeiras. De crescimento rápido,
requerem luz direta, não se desenvolvendo em situações de sombra.
Pela sua versatilidade e características, esta espécie é uma boa opção
para estabilização de taludes e prevenção da erosão em áreas declivo-
sas, bem como para a constituição
de sebes de proteção aos ventos.
A sua madeira é aproveitada para
lenha e pequenas construções.

15
CHOUPO - BRANCO
Populus alba

O Choupo-branco é uma árvore de folha caduca, de crescimento


rápido, que pode alcançar 25 metros de altura. Possui um tronco branco
com fissuras castanhas em forma de losango as quais, com a idade das
árvores tendem a aumentar.
As folhas, de 5 lóbulos desiguais, são verdes na página superior e
brancas na página inferior. As folhas mais jovens apresentam indumento
branco também na página superior.
A floração surge no início da Primavera, quando a árvore quase ainda
não tem folhas, sendo uma espécie dióica (flores masculinas e femininas,
nascem em árvores diferentes).
É originária do centro e sul da Europa, oriente asiático e extremo norte
de África, tendo sido introduzida em muitas outras regiões do mundo.
Em Portugal encontra-se um pouco por toda a parte, nomeadamente
associada a ribeiras e zonas mais húmidas. É uma espécie que pode
desenvolver-se em todo o tipo de solo, requerendo humidade e boa
exposição solar.

16
CHOUPO - NEGRO
Populus nigra

O Choupo-negro ou Álamo é uma árvore de folha caduca que pode


alcançar os 30 metros de altura. É uma espécie dioica (flores masculinas
e femininas, nascem em árvores diferentes).
A sua copa pode ser piramidal, oval ou colunar, de 8 a 15 metros
de diâmetro, com ramificação abundante. A casca é cinzenta e lisa nos
exemplares jovens, fissurada longitudinalmente e mais acastanhada nos
exemplares adultos.
As folhas são triangulares, com 5 a 8 cm de comprimento e 6 a 8 cm
de largura, verde brilhante em ambas as superfícies, tornando-se ama-
relas no outono.
A sua proveniência não é consensual, sendo apontada a Europa
oriental e o Oeste da Ásia como áreas de origem mais prováveis, tendo-se
tornado silvestre na maior parte da Europa e Norte de África. Há registos
do seu cultivo desde a antiguidade.
Os choupos são árvores de galerias ripícolas, podendo surgir espon-
taneamente em locais bem iluminados com solos profundos, húmidos e
frescos. É utilizada como ornamental e na proteção dos vales das ribeiras.
É uma árvore de crescimento rápido e ciclo de vida curto.

17
CIPRESTE - COMUM
Cupressus sempervirens

Da família das coníferas, o Cipreste é uma árvore de folha persistente


que pode atingir 30 metros de altura.
Esta é uma árvore de extraordinária longevidade, conhecendo-se
exemplares com mais de mil anos.
Possui uma copa de forma cónica, de verde intenso. O tronco é
castanho acinzentado finamente estriado. É uma espécie monóica (com
produção de flores masculinas e femininas na mesma árvore). Os frutos
(pinhas), de cor verde, têm forma globosa-elíptica com cerca de 3 a 4
cm de comprimento. Tornam-se castanhos ao amadurecer no Verão. As
sementes servem de alimento a alguns animais.
É nativa da região mediterrânica oriental e é cultivada desde a anti-
guidade. É considerada um dos elementos vegetais que melhor invoca
a paisagem mediterrânica. É muito resistente à seca e a temperaturas
extremas, especialmente as estivais. Pode viver em todo o tipo de solos,
exceto em solos com gesso, salinos ou encharcados, requerendo boa
exposição solar e solos bem drenados.
É desde o antigo Império Persa, considerada a árvore da vida, simbolo
da eternidade e da imortalidade.

18
19
EUCALIPTO
Eucalyptus

O Eucalipto é uma árvore de folha persistente, de crescimento rápido,


que pode alcançar 60 metros de altura. Possui uma copa ampla, de
forma irregular. O tronco é liso, direito mas com tendência a uma torção
em espiral, com uma casca que se desprende em placas nas partes
mais altas criando uma imagem manchada de verde, cinza e castanho.
As folhas são estreitas e verde-escuras, com cerca de 10 a 30 cm de
comprimento. As folhas das árvores jovens e rebentos da base são, por
sua vez, mais largas e tenras, cobertas por uma resina azul-acinzentada.
As flores amarelas surgem entre junho e outubro, solitárias na axila
dos ramos ou em grupos de 3 flores. Têm numerosos estames, produzindo
um néctar muito apreciado pelas abelhas.
O eucalipto é natural do sudeste da Austrália e Tasmânia, estando
disperso pela maioria dos lugares de clima temperado. Em Portugal marca
presença em todas as regiões, estando associado a povoamentos flores-
tais intensivos o que é prejudicial para a preservação da floresta portu-
guesa e da biodiversidade.
Tolera a seca, mas é pouco tolerante às baixas temperaturas inver-
nais, geadas, nevoeiros intensos ou secas prolongadas. Tem preferência
por solos argilosos, siliciosos e húmidos, podendo mesmo ser pantanosos.
As folhas têm inúmeras propriedades medicinais, nomeadamente
balsâmicas e antisséticas, sendo usadas para farmacêutica, perfumaria
e confeitaria. As flores são utilizadas pelas abelhas para produção de
mel. Contudo é uma espécie que quando plantada em quantidade pode
inibir a biodiversidade à sua volta, uma vez que acidifica o solo e capta
acentuadamente a água disponível no solo.

20
21
FICUS BENJAMIM
Ficus benjamina

O Ficus é uma árvore muito popular, nativa da Ásia, utilizada princi-


palmente no paisagismo e na decoração de ambientes internos. Com
caule acinzentado, raízes aéreas e ramos pêndulos, ela tem um cresci-
mento moderado a rápido e, em condições naturais, chega a 30 metros
de altura. As suas folhas são pequenas, brilhantes e perenes, de colora-
ção verde e por vezes com apontamentos de branco ou amarelo.
Os seus pequenos frutos são muito procurados pela avifauna.
Deve ser cultivado a pleno sol ou meia-sombra, em solo fértil, drená-
vel, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. É uma
árvore bastante rústica e não deve ser plantada em calçadas, próximo a
edifícios ou canalizações enterradas, pois possui raízes agressivas.

22
FIGUEIRA
Ficus carica

A Figueira é uma árvore com 4-14 metros de altura e contem látex. O


sistema radicular pode expandir-se por mais de 15 metros no solo e tem
folhas caducas de forma palmeada. As figueiras podem crescer de forma
enérgica e por isso não é indicado que sejam plantadas perto de casas,
calçadas ou estradas pois o crescimento das suas raízes tem a capacidade
de deteriorar as paredes das residências.
Por fornecer alimento a vários tipos de animais dispersores de
sementes, tem importância na preservação de vegetação nativa tro-
pical e subtropical. Os figos caídos no solo e na água servem também de
alimentos a vários outros animais, incluindo peixes e insetos.
O figo comestível era cultivado por todas as civilizações do Mediter-
râneo na antiguidade, incluindo os povos egípcios, judeus, gregos e
romanos. O figo comestível tinha a vantagem de poder ser secado e se
manter adequado à alimentação durante meses. Para atravessar o
deserto, os povos antigos do Oriente Médio e norte da África utilizavam
frutas secas, entre elas o figo, ricas em nutrientes e fáceis de conservar.

23
GREVÍLEA
Grevillea robusta

A Grevílea também conhecida por Carvalho-sedosa, é uma árvore


de tamanho médio, de 20-30 metros de altura, podendo chegar a 37
metros no seu lugar de origem. Tem uma copa cónica ou piramidal e
folha tardiamente caducifólia (perde a maioria das folhas pouco antes
de florescer).
De tronco alto e grosso (que pode medir até 1 metro de diâmetro)
tem uma casca cinzenta-escura, fissurada com a idade. As folhas adul-
tas tem de 20 a 25 cm de comprimento, de cor verde escura na página
inferior e prateado na inferior. As flores nascem sobre compridos pedún-
culos, de um amarelo vivo a alaranjado.
A Grevílea é nativa de florestas temperadas das regiões costeiras do
Sudeste australiano, estando adaptada a vários tipos de solo e a um
clima quente e húmido, resistindo bem às secas estivais, desde o nível
do mar até a mais de mil metros de altitude.
Esta árvore é muito atrativa como ornamental, sobretudo pela sua
folhagem peculiar e suas flores muito vistosas, sendo comum encontrá-la
nas nossas ruas e jardins. A madeira apresenta cor castanha amarelada,
de consistência ligeira, podendo ser utilizada para tornear ou para cons-
trução de móveis.

24
25
JACARANDÁ
Jacaranda mimosifolia

Árvore ornamental de crescimento rápido, nativa da Argentina,


Bolívia e Sul do Brasil que se encontra ameaçada no seu habitat natural.
De porte médio, que atinge cerca de 15 metros, copa rala, arredon-
dada a irregular de folhagem delicada. As folhas, que medem 40 cm de
comprimento, são de coloração verde-clara acinzentada, que se con-
centram na extremidade dos ramos.
No inverno, o Jacarandá perde as folhas (tem folhagem caduca),
que dão lugar às flores na primavera e duram até ao início do verão,
perfumadas e grandes, de coloração azul ou arroxeada.
Os frutos surgem no outono, são lenhosos e contêm numerosas e
pequenas sementes. O fruto tem uma cápsula lenhosa, muito dura, oval,
achatada, com numerosas sementes.
Excelente para a arborização urbana, e caracterizada pela rusticidade e
floração decorativa. Pode ser utilizada na ornamentação de ruas, calçadas,
praças e parques, visto que as suas raízes não são agressivas. Deve ser
plantada com grande exposição solar, em solo fértil, bem drenado, enri-
quecido com matéria orgânica e irrigado no primeiro ano após o plantio.
Multiplica-se por sementes. Adapta-se amplamente, mas aprecia o
clima subtropical. Quando jovem, não tolera frio excessivo, mas torna-se
mais resistente ao frio com o tempo. Não necessita de podas ou qual-
quer tipo de manutenção. Não tolera secas prolongadas, ventos fortes
ou a salinidade no solo. É resistente à poluição urbana e à maioria das
enfermidades.

26
27
LARANJEIRA
Citrus sinensis

A Laranjeira é uma árvore, que pode atingir 10 metros de altura,


provida de raminhos com alguns espinhos. A copa é compacta, arredon-
dada, com tronco provido de casca lisa, cinzenta e algo áspera. As folhas
são perenes e de cor verde-escura.
O fruto é arredondado de cor alaranjada ou amarelo-alaranjado em
maduro, de polpa adocicada e sumarenta.
A Laranjeira é amplamente cultivada na região Mediterrânica, embora
sejam árvores originárias do sudoeste Asiático Tropical e Subtropical,
cultivadas desde tempos remotos em todo o Extremo Oriente.
A Laranjeira chegou à Europa pelos árabes e os seus frutos eram
considerados frutos de luxo, reservados às pessoas abastadas. São
essencialmente árvores de fruto, mas têm sido também utilizadas na
malha urbana e em jardins mediterrânicos como árvores ornamentais.

28
LIMOEIRO
Citrus limonum

O Limoeiro é uma árvore de folha persistente que é originária da Ásia


e que pode atingir os 8 metros de altura. Tem uma estatura média, com
caule lenhoso, amarelado e muito ramificado. Folhas grandes, com for-
ma oval de um verde intenso que contrasta na perfeição com o seu fru-
to, o limão, com um aroma inconfundível.
Desde há séculos que é cultivada e utilizada, principalmente para
aproveitamento dos seus frutos e nomeadamente pelas maravilhosas
propriedades do sumo que estes possuem, sendo comumente utilizada
em jardins mediterrânicos como árvores ornamentais.

29
LODÃO-BASTARDO
Celtis australis

O Lodão-Bastardo é uma árvore de folha caduca que pode alcançar


cerca de 30 metros de altura. Possui tronco e ramos lisos de cor cinzenta
que escurece nos troncos mais velhos. A copa é redonda, bastante rami-
ficada, com os ramos mais jovens ligeiramente pendentes.
É uma espécie monóica, de floração simultânea com o aparecimento
das folhas entre março e maio. As flores que nascem mais perto da base
dos ramos são masculinas e as que surgem nas zonas apicais, femininas
ou hermafroditas.
Natural do sul da Europa, Oeste da Ásia até à Turquia e norte de África,
existe em quase toda a Península Ibérica, sendo muito utilizada em
jardins, alamedas e espaço público em geral.
De crescimento rápido e bastante exigente em água, encontra-se em
estado selvagem em zonas frescas, como margens de ribeiras ou áreas
com lençol freático superficial, surgindo normalmente na companhia de
espécies como Salgueiros, Ulmeiros ou Freixos.
Pode desenvolver-se em todo o tipo de solos mas prefere solos arenosos
e profundos. É pouco resistente a frios intensos e geadas tardias.

30
MEDRONHEIRO
Arbutus unedo

O Medronheiro é um arbusto ou pequena árvore de folha persistente,


com um porte que vai dos 5 aos 10 metros de altura e excecionalmente
atinge 15 metros. Possui copa oval e espessa. O tronco e os ramos são
tortuosos. A casca é gretada, destacando-se em tiras, geralmente casta-
nho-avermelhado.
As folhas são persistentes (existem folhas na copa durante todo o
ano), grandes (medem 4 a 11 cm), lustrosas e verde-escuras na página
superior e mais claras na página inferior. São muito parecidas com as do
Loureiro, sendo considerada uma árvore autóctone.
É uma planta nativa da região mediterrânica e Europa Ocidental.
Sobrevive em zonas de elevado declive onde dificilmente outras
culturas sobrevivem. O seu fruto é denominado medronho. Em Portugal,
pode ser encontrado por todo o país, mas a maior concentração ocorre nas
serras do Caldeirão e Monchique. Mais recentemente, até pelas poucas
exigências hídricas, tem sido utilizado como árvore ornamental, sobre-
tudo em jardins mediterrânicos.

31
MÉLIA
Melia azedarach

A Mélia é uma árvore nativa do Oriente, que pode alcançar entre 6


e 15 metros de altura, de folhas caducas, com tronco direito, de casca
gretada, acinzentada, que nos ramos se torna verde. Possui uma copa
semi-arredondada e densa. Tem folhas alternas, de grande tamanho
(até 90 cm), de forma mais ou menos triangular e medem de 2 a 5 cm.
As flores são lilases, aromáticas e dispõem-se em forma de cachos. Os
seus frutos globosos (drupas esféricas) no início são verdes, mas rapida-
mente se tornam amarelos.
É plantada frequentemente como árvore ornamental e de sombra,
especialmente junto às estradas pelo Sul da Europa. É uma árvore pouco
exigente e de rápido crescimento, multiplicando-se por sementes e é
muito resistente à seca e ao frio.

32
NESPEREIRA
Eryobotria japonica

A Nespereira é uma árvore originária do sudeste da China.


A sua fruta, chamada de nêspera, também é chamada magnólio na
região Norte de Portugal e para além de árvores de fruto são também
plantadas como árvores ornamentais, existindo por todo o mundo.
É uma árvore pequena, com uma coroa circular e um tronco curto.
Pode crescer até 10 metros de altura, mas é geralmente menor. As
folhas são perenes, alternas, simples, de 10 a 25 cm, verde-escuras, de
textura rígida e com a borda serrilhada.
Diferente das demais árvores frutíferas, as flores aparecem no
outono e início do inverno e os frutos amadurecem no final do inverno
e início da primavera, sendo portanto de extrema importância para as
abelhas já que nessa estação existe menos abundância e variedade de
flores. As flores têm cerca de 2 cm de diâmetro, são brancas, com cinco
pétalas, produzidas em cachos com três a dez flores.

33
OLAIA
Cercis siliquastrum

A Olaia é uma pequena árvore de folha caduca que pode atingir 5 a 7


metros de altura. Possui folhas de 6 a 10 cm, de cor verde-escura.
As flores, de cor rosa intenso, têm aproximadamente 1,5 cm de com-
primento, cálice curto, e agrupam-se em fascículos densos. Florescem
no final do inverno, antes do aparecimento das folhas, em ramos de um
ano e também no tronco. As flores são polinizadas por abelhas e outros
insetos.
Originária da região mediterrânea oriental, até à Pérsia, pode
encontrar-se em estado espontâneo na Península Ibérica mediterrânica
sendo, contudo, muito rara. É relativamente resistente à secura estival,
preferindo climas quentes e pode viver em solos calcários ou siliciosos.
É muito utilizada como ornamental em Portugal, em jardins e arrua-
mentos, devido à sua abundante floração e rusticidade.

34
OLIVEIRA
Olea europea

A Oliveira é uma árvore resistente e de grande longevidade, usada


por vezes de forma ornamental e que pode alcançar milhares de anos.
A mais antiga de Portugal tem cerca de 3350 anos, sendo uma árvore
de fruto originária do Mediterrâneo Oriental, (atuais Palestina e Síria) e
também do Norte do Irão, tendo-se daí espalhado por toda a bacia do
Mediterrâneo e um pouco mais além.
É uma árvore que raras vezes atinge os 10 metros de altura na variedade
europaea ou 15 metros na variedade sylvestris, de folha persistente. O
porte é assim mediano, com um tronco que toma formas curvas, mais
ou menos tortuosas, e uma copa que tem tendência para adensar, com
lançamentos verticais que mais tarde pendem, formando uma copa
arredondada. As folhas são verdes-acinzentadas, escuras na página
superior e acinzentadas ou prateadas na página inferior, são lanceoladas
(em forma do bico de uma lança) com um pequeno bico terminal, bri-
lhantes e com a margem inteira.
A Oliveira é uma espécie autóctone de pouca exigência hídrica e bem
adaptada a solos pobres devido às suas raizes profundas. O seu fruto é
a azeitona, que há milénios é utilizada na alimentação, na iluminação e
para fins medicinais.

35
PIMENTEIRA-BASTARDA
Schinus molle

A Pimenteira-Bastarda, também conhecida por Aroeira, é uma árvore


(ou arbusto) nativa da América do Sul, de porte mediano, que pode
medir até 15 metros de altura, com um tronco até 30 cm de diâmetro.
Tem folhas perenes e o seu tronco é de madeira dura de cuja casca se
extrai uma resina com propriedades medicinais.
Produz em abundância pequenas flores amareladas agrupadas em
cachos que suportam um grande número de frutos vermelhos de tipo
baga. Floresce entre os meses de agosto e novembro e a maturação dos
frutos ocorre entre dezembro e janeiro, permanecendo na árvore até
março.

36
PINHEIRO MANSO
Pinus pinea

O Pinheiro-Manso é originário da região mediterrânica, pertence à


família Pinaceae e ao género Pinus.
É uma espécie que carece de muito sol (heliófila), muito resistente,
capaz de se adaptar a solos pobres e temperaturas elevadas. Distribui-
-se sobretudo por toda a costa mediterrânica. Ainda que seja de cresci-
mento lento, é uma espécie com uma vida muito longa. É uma espécie
de porte arbóreo capaz de crescer até aos 50 metros de altura de forma
excecional, sendo habitual chegar até aos 20 metros. Pertence ao grupo
das coníferas e a sua copa e tronco vão mudando à medida que cresce.
Quando é uma árvore jovem tem formas arredondadas e na etapa mais
adulta, desenvolve uma copa tão larga que parece um guarda-sol. A sua
casca é grossa, avermelhada e tem fissuras.
Possui uma folhagem persistente formada por folhas em forma de
agulha em grupos de duas, de cor verde brilhante e muito rígidas. As
flores, masculinas e femininas, crescem na mesma árvore (trata-se de
uma espécie monóica). Os seus frutos são conhecidos como pinhas.
Com forma oval até 15 cm de comprimento, escamas achatadas e com
duas sementes no interior. Estas sementes carnosas e muito saborosas
são denominadas pinhões.

37
TIPUANA
Tipuana tipu

A Tipuana é uma árvore florífera, de crescimento rápido e pode


atingir mais de 15 metros de altura, tendo sido muito utilizada na arbo-
rização urbana em vários países. Tem uma copa arredondada, ampla e
densa. É uma árvore que gosta de sol e dá-se bem em qualquer tipo de
solo, sendo originária da América do Sul.
O tronco apresenta casca cinzenta escura, de superfície rugosa e
fissurada. De folhagem caduca, as suas folhas são grandes, opostas e
verdes. A floração ocorre no final do inverno e na primavera, despon-
tando em grupos ou cachos (inflorescências) com numerosas flores de
cor amarela.

38
ULMEIRO
Ulmus minor

O Ulmeiro é uma árvore de folha caduca com uma ampla copa oval,
que podem atingir 35 metros de altura e diâmetro. O tronco é rugoso
estriado castanho-escuro e os ramos jovens podem apresentar umas
membranas esponjosas.
É uma espécie monóica. As flores, hermafroditas, são esverdeadas,
muito pequenas e discretas, aparecendo antes das folhas, no final do
inverno.
Originária da Europa, norte e oeste da Ásia e norte da América,
encontra-se distribuída por quase toda a Península Ibérica, aceitando-se
hoje o seu carácter autóctone nesta região.
É bastante exigente em água surgindo junto a ribeiras, em vales e
zonas com o lençol freático superficial. Tolera todo o tipo de solos exceto
os salinos, preferindo solos frescos e profundos. É relativamente resis-
tente tanto ao frio como ao calor.
O ulmeiro é uma árvore de grande importância como ornamental.
As suas folhas eram usadas antigamente na alimentação animal. A sua
casca possui propriedades medicinais. Possui crescimento rápido e
grande longevidade, podendo alcançar 600 anos.

39
40

Você também pode gostar