Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Organizador
PATROCÍNIO:
Manejo Comunitário de Quelônios no
Médio Amazonas e Juruá
PROJ
OJEE TO PPÉ-D
É-D E-P
E-PII NCHA
É-DE-P
“Se existe um homem que possa
excluir alguma criatura de Deus
da proteção, da compaixão e da
piedade, terás um homem que
atuará do mesmo modo com seu
próximo!”
(São Francisco de Assis)
10
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Prefácio
11
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
O Editor
12
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
PARTE 1
Histórico e Metodologia do Programa Pé-de-pincha:
13
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
14
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 1
15
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
16
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
17
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
18
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
pela frente, peixes e quelônios. Ele também era testemunha viva do que
havia acontecido com os quelônios do lago, pois conheceu o tempo em
que, quando se andava de barco no lago, havia tantos tracajás, que eles
batiam no casco da embarcação. A partir do final dos anos 70 do século
passado, com o comércio clandestino destes bichos para Manaus e com a
invasão dos barcos pesqueiros, esses animais começaram a desaparecer da
região. Ele já não via mais, tão facilmente, os tracajás na praia da Aliança.
A ideia dele era simples, ele queria proteger os ninhos da Aliança
com caixinhas de madeira e, distribuir outras tantas, para que os demais
moradores da margem do lago também protegessem seus ninhos. Além
disso, queria começar a reflorestar as margens do lago e dos igarapés, com
plantas que produzissem frutos que os peixes e tracajás comessem, pois a
mata ciliar original havia sido retirada para o plantio de malva e juta e para
a pecuária. Ele era, definitivamente, um homem de visão, a frente de seu
tempo!
19
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
20
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
21
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
22
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
23
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
24
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
25
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
produção de ovos de tracajás que serviriam como locais de coleta das covas
para transferência para as áreas protegidas;
2- Escolher as pessoas que serviriam de guias de campo no período
de coleta, trabalhando junto com os técnicos da Universidade e do IBAMA;
3- Determinar que comunidades e/ou produtores auxiliariam com
equipamentos, estadia e transporte;
Foram escolhidas as seguintes localidades:
1. Lago do Abaucú / Comunidades de Jauaruna e Lago do Capo-
te; 2. Lago do Piraruacá / Boca do Piraruacá, Aliança e Caranã; 3. Lago do
Xiacá Grande ; 4. Igarapé dos Currais / Água Branca, Pintado, Tucunaré e
Limorana; 5. Lago do Macuricanã / Miuá – Belo Horizonte, Samaúma e
Barbaça; 6. Urupanã / Itaubal;
7. Igarapé do Alema e Cabeceira do Cláudio / Sítio São José; 8.
Igarapé do Jamari; 9. Maracanã / Ilha dos Picâncios.
26
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
27
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Machado; José Picanço Bentes; Núbia Bentes; São Sebastião; Santa Izabel
– Zona Rural; Pe. José Nicolino; Leonor Machado. Além de representan-
tes da liderança Pastoral, ASSOCAMA, Secretaria de Educação e Sistema
Modular. Dentro do programa de Educação Ambiental foram apresenta-
dos os seguintes tópicos: Importância da conservação do Meio Ambiente
para melhoria da qualidade de vida; Alternativas para inserção de Educa-
ção Ambiental no ensino formal; Atividades de campo
As atividades seriam desenvolvidas pela escolaridade dos alunos da
seguinte forma:
– De 1.ª a 4.ª série / Os trabalhos seriam em sala de aula e áreas
livres utilizando os recursos audiovisuais, dramatização e palestras.
– De 5.ª a 8.ª série / receberiam palestras e realizariam trabalhos de
campo.
Foram propostas as seguintes palestras : Limpeza pública; Prote-
ção à pesca na época da desova; Proteção aos animais ameaçados de extinção;
Desmatamento , queimadas; Preservação da natureza; Conservação da ci-
dade; Limpeza das praias; Limpeza e conservação da escola; Higiene pes-
soal; Exploração madeireira; Erosão; Hortas comunitárias; Verminoses;
Prevenção de acidentes na sala de aula; Estudo da lei orgânica do municí-
pio (Meio Ambiente); Leis de proteção ambiental.
No encerramento das atividades seria realizada uma gincana com
atividades relacionadas a Educação Ambiental e Cultura. Seriam formadas
equipes que cumpririam com tarefas pré-determinadas e perguntas
educativas que seriam de acordo com a série e adequadas aos PCNs.
Professores que participaram: E. E. A. Cândido Machado: Haydê
de Andrade Picanço, Nilma, Iara Machado, Valcinete P.Loureiro, Rosalva,
Laurineide de Jesus, Márcia, Norma Sueli, Ana Lúcia, Rosiléia Gomes,
Julieta, Maria de Souza, Maria do Carmo Godinho, Maria Dionísia, Ana
Cléia, Olinda Menezes, Maria Ildete, Nazaré, Luzineide, Tereza Maria
Godinho Souza e Manuel G. Consentini; Pastoral: irmãs Clarice e Iardete;
28
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
29
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 9: Primeiro curso de agentes ambientais voluntários realizado pelo IBAMA e UFAM
em Terra Santa, 1999.
30
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 11: Equipe pioneira do projeto no início dos trabalhos em 1999 - Da esquerda para
direita: João Alfredo, Ana Menezes, Shelzea, Clodoaldo Vidal, Sõnia Canto, Rosilene Go-
mes, Aldeniza Lima, Paulo Andrade, Francivane Fernandes, Francisco Clóvis, Pedro Macedo
e Roberto Maeda.
31
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
32
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 21: Agentes ambientais de Terra Santa: Da esquerda para direita: Raimundo Concei-
ção, Ruth Néia Bentes, Nestor e Marionildo.
Figura 22: Credenciamento dos agentes ambientais voluntários em Terra Santa – Janeiro de
2000.
Figura 23: Fiscalização do Lago Piraruacá pelos agentes Neto e Nestor; Agente Ambiental
Trindade da comunidade do Alema em Terra Santa.
37
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 24: Agente ambiental Neto transferindo o primeiro ninho e o primeiro ovo de tracajá
(P. unifilis) da cabeceira da Pequenina para a chocadeira da Aliança no lago Piraruacá, Terra
Santa, setembro de 1999.
Figura 25: Registro dos dados dos ninhos e biometria de ovos de quelônios no lago Piraruacá,
outubro de 1999.
38
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 27: Excursão de campo pelo Projeto Pé-de-pincha com escola de Educação Especial.
39
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 28: Plantio de sementeira na Figura 29: Aula prática de hortas caseiras na escola do
escola da Boca do Piraruacá com os campo em Terra Santa.
instrutores Luís Fernandes e
Francivane;
40
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 31: Comissão julgadora, desfile e premiação do 1.º concurso Garota Pé-de-pincha,
Terra Santa, 1999.
41
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
42
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 35: Primeira Reunião sobre o acordo de pesca na Boca do Piraruacá, 1999.
Figura 36: Reunião entre agentes ambientais e pescadores no Fórum de Justiça em Terra
Santa.
Figura 37: Assinatura da Portaria Conjunta n.o 001/2000 – IBAMA PA/AM normatizando
o lago do Piraruacá como lago de Conservação em janeiro de 1999.
43
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
44
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 56: Croqui do tabuleiro de Vila Nova e praia do Léo, mostrando o local da chocadeira
e da comunidade.
55
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 58: Francimara Costa com alunos de uma escola de Parintins na chocadeira
do Parananema, Parintins, 2002.
56
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
57
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
58
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 60: Eng. Agrônomos Paulo Henrique e Enrico Falabela realizando o treinamento
teórico-prático de conservação de quelônios no Piraí em 2001.
Fotos: Oliveira, P.H.
61
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
62
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
63
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
64
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
69
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 73: Visita das escolas de Terra Santa à chocadeira da Vista Alegre.
70
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
71
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
72
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Edinete Castro Andrade “Dica” e Sra. Branca (Figura 76). No dia 29/3/2003,
aproveitando um espaço cedido pela coordenação do curso da WSPA, foi feita
uma reunião, em Parintins, com a participação de 22 pessoas (Grupo Alerta
Nhamundá, IBAMA, GRANAV, comunitários de outros municípios)
onde, durante 4h o Sr. Haroldo fez a exposição dos problemas ambientais
que eles enfrentavam no rio Paratucu. Dessa reunião ficou decidido que
faríamos uma visita ao local, junto com os fiscais do IBAMA-Parintins,
para participar de um seminário que eles estavam organizando na comuni-
dade do Castanhal.
Figura 76: Equipe pioneira do projeto Pé-de-pincha no rio Paratucu na comunidade de São
Francisco de Assis. Da esquerda para direita: Rubrelande Picanço (agente Ambiental),
Francielma (UFAM) e o Grupo Alerta Nhamundá (Haroldo, Branca e Harold).
73
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 77: Equipe 2003 de Nhamundá: Branca, Haroldo, Paulo Henrique, Kátia, comuni-
tária do Apéua, Francielma e Harold.
74
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
77
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
78
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
79
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
80
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
85
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
86
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 2
Paulo Cesar Machado Andrade1 | Aldeniza Cardoso de Lima2 | José Ribamar da Silva
Pinto3 | Paulo Henrique de Oliveira Guimarães4 | Janderson Rocha Garcez5 | João
Alfredo da Mota Duarte5 | Sandra Helena Azevedo5 | Pedro Macedo6 | Sônia Luzia de
Oliveira Canto7
1
Coordenador do Programa Pé-de-pincha de Manejo Comunitário de Quelônios e do Laboratório de Animais
Silvestres da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
2
Professora do Instituto de Ciências Biológicas (UFAM).
3
Educador Ambiental - PWA/REBIO Uatumã.
4
Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Amazônicos (CPPQA) - UHE Balbina - Eletronorte.
5
Analista Ambiental do Programa Pé-de-pincha/UFAM/UNISOL.
6
Professor do IFAM.
7
Gerência de Fauna - Inst.de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).
89
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
90
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
91
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 1: Sinalização das praias de proteção dos quelônios com bandeiras ou placas.
92
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
93
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 4: Pegadas de quelônios com a marca da cauda no meio (cauda arrastando) indicando
provável desova, no lago do Piraruacá, 2011.
94
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
95
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 5.1.: Esquerda pegada de tracajá (P.unifilis) com marcas bem definidas das unhas
(“como se pisasse na ponta dos dedos”). Direita: Pegada de pitiú ou iaçá (P.sextuberculata),
unhas não definidas como se arrastasse as patas.
96
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
97
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
98
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
99
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
100
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
101
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
102
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
103
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
104
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
105
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Quando transferir?
Pelo senso comum, os ovos de ninhos de quelônios não poderiam ser
manipulados ou transferidos de lugar, pois estragariam (ALHO, CARVA-
LHO & PÁDUA, 1984; FERRARINI, 1980). Ferrarini (1980) relatava
que não se deveria interferir na postura de P.expansa nos primeiros dias, sob o
risco dos ovos gorarem, sugerindo que a transferência deveria ser feita após 20
dias da postura. Alho, Carvalho & Pádua (1984) relatam que cerca de 24
horas após a postura, a casca dos ovos fica mais esbranquiçada, seca e rígida,
caracterizando a nidação do embrião em relação a câmara de ar do ovo, então,
sugerem que os ovos de P. expansa sejam transplantados logo após a postura.
Segundo o Manual Técnico do Projeto Quelônios da Amazônia
(IBAMA, 1989), a transferência de ovos de P.expansa dever ser efetuada
preferencialmente do 1.º ao 3.º dia da postura ou a partir de 29 dias,
evitando a perda pela predação ou repiquete, tendo também, por finalida-
de, agrupar as covas em uma única área, permitindo melhor controle da
eclosão e dos inimigos naturais dos ovos e dos filhotes recém-nascidos.
Sendo também sugerido que a transferência seja feita de preferência às
6:00 h ou 18:00 h, quando a temperatura está mais amena. Soini (1999)
e Andrade et al. (2005) também recomendam que os ovos de tracajás (P.
unifilis) e iaçás (P. sextuberculata) sejam transferidos no 1.º dia após a pos-
tura, sempre nas horas mais frias do dia (5 a 9:00 h da manhã).
Bonach et al. (2003) realizaram experimento com transferência de
ovos de tartaruga de ninhos de diferentes idades (1, 14, 28 e 42 dias) verifi-
106
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
cando uma fragilidade embrionária nos períodos extremos (1.º e 42.º dia)
após a postura, observando que a translocação no 1.º dia de incubação resul-
ta numa mais alta taxa de mortalidade do embrião do que nos dias 14, 28 e
42. Diferentemente de Malvásio (2001) que verificou um menor número
de filhotes vivos para ovos manuseados entre o 4.º e o 28.º dias de incubação,
ou seja, os ovos teriam maior chance de sucesso se translocados no 1º. dia,
exatamente como sugerido por Alho, Carvalho & Pádua (1984), IBAMA
(1989), Soini (1999) e Andrade et al. (2005). Towsend (2008) recomenda
que os ovos de P. unifilis sejam coletados depois de 15 dias no Equador. Para
Bonach et al. (2003) e Hildebrand et al. (1988), a idade de translocação do
ovo não é o grande fator limitante no sucesso da eclosão de P.expansa.
A fim de evitar a mortalidade embrionária induzida pela movi-
mentação dos ovos, a transferência deve ser realizada nas primeiras 24 ho-
ras após a postura. Nas situações em que não foi realizada a transferência
neste período, mas existe a possibilidade de alagamento dos ninhos antes
da eclosão dos filhotes, deve-se optar por acompanhar a subida do nível da
água, deixando o ninho intacto o máximo de dias possível, até que passe o
período crítico de 28-29 dias.
Os ovos de quelônios são susceptíveis a desidratação, sobretudo
ovos de P. expansa e P. sextuberculata, que possuem cascas flexíveis. Portan-
to, a transferência deve ser realizada nas horas mais frias do dia. Preferen-
cialmente, a coleta e transferência dos ovos devem ser realizadas
sequencialmente no período mais curto possível. No entanto, em casos em
que não é possível transferir os ovos logo após a coleta, devido a temperatu-
ras do ar e da areia muito altas, os ovos devem ser deixados guardados em
uma caixa de isopor, colocada em um local fresco e a transferência deve ser
realizada em um momento de temperatura mais amena, o mais breve pos-
sível. Normalmente, se coleta os ovos entre 5 e 9 horas da manhã, e se
realiza o transplante no final da tarde, entre 17 e 18 horas (COSTA, 2008;
Portal et al., 2005; Andrade et al. 2005; IBAMA, 1989).
107
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 10: “Chocadeiras” locais perto das comunidades para onde são transferidos os ninhos
de quelônios.
108
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 11: Comunitários marcando os ninhos para transferência pelos técnicos voluntários.
109
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
110
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
seco. Para evitar, que os ovos balancem podem ser colocadas além de cama-
das de areia e capim seco, formas de ovos de galinha ou espuma;
e) Os ovos devem ser retirados cuidadosamente mantendo-os na
mesma posição de origem (figura 18 e 19). Não importa muito a ordem da
retirada dos ovos, deve-se apenas tomar cuidado para não girá-lo brusca-
mente, ou seja, não sacudí-los (TOWSEND, 2008; IBAMA, 1989).
f ) Os ovos devem ser arrumados no interior da caixa (figura 20) e
depois contados (figura 21). Separar com uma folha de papel um ninho do
outro (figura 22), escrevendo na folha a data, espécie , número de ovos e a
praia da coleta para não misturar os ovos de diferentes ninhos. Colocamos
a folha de papel com a identificação e os dados do ninho, e passamos a
cobrir o ninho com outra camada de areia ou capim. Feito esse “sanduiche”
de duas camadas protetoras com os ovos no meio, só então poderemos
colocar outro ninho na caixa.
g) Após a coleta dos ovos, aproveita-se para se registrar os dados do
ninho: distância para água (figura 24); profundidade (figura 25) e largura
dos ninho (figura 26); largura do rastro (figura 27) e da pata da fêmea de
quelônio que desovou. Essas informações devem ser registradas em uma
ficha de transferência dos ovos, com informações sobre o local da desova, a
data da postura, a espécie que desovou, o número de ovos, a largura e a
profundidade do ninho, a distância da água e, se possível, a largura do
rastro da fêmea que desovou (para posterior inferência sobre o tamanho
das fêmeas, pois a largura do rastro da fêmea na areia é positivamente
correlacionado a largura do plastrão, ao tamanho da ninhada e ao tamanho
do câmara do ninho - Bonach et al. 2003). Essas informações permitirão
um maior controle sobre o processo de transferência e, posteriormente, a
identificação da origem de cada ninho com o registro da informação em
piquetes no local de transplante.
h) Deve-se encerrar o período de coleta ainda pela manhã, prefe-
rencialmente, até 9:00 horas, a fim de evitar, temperaturas muito elevadas
111
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
112
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
117
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
118
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
c) Construção da Chocadeira:
Primeiramente, deve-se delimitar a área para onde serão transplan-
tados os ninhos. A área pode ser um quadrado ou retângulo, se possível,
com uma cerca de 1,2 a 1,5 metros de altura, feita com tela plástica tipo
sombrite, tela metálica de galinheiro, estacas de madeira, malhadeiras ve-
lhas, enfim, o que tiver disponível (ANDRADE et al., 2005). Se houver
necessidade da caixa de madeira para conter a areia (em áreas onde só haja
terrenos de barro), ela deve ser feita ), ela deve ser feita como um baldrame
ou mureta de tábuas (figura 29), com a altura entre 30-50 cm, para trans-
plante de ninhos de tracajá, e 100 cm para transplante de ninhos de tar-
taruga (TOWSEND, 2008; SOINI, 1999). Em locais onde existem pre-
119
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
120
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
121
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
122
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
125
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 38: Abertura inicial de ninhos com ferro de cova ou “boca de lobo”;
Figgura 39: Abertura de ninhos com as mãos, observar que a frente das covas
é voltada para o lago.
126
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
127
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Fig. 43: Voluntários de zootecnia/UFAM realizando a biometria dos ovos de ninhos trans-
feridos na chocadeira do Lago Piraruacá (2010);
Fig.44: Medindo o comprimento de um ovo de tracajá (P. unifilis).
128
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 45: Aparelhos usados para medir a temperatura nos ninhos transferidos: Em cima:
Termômetro de solo e termohigrômetro digital; Embaixo: Datalogger individual e de qua-
tro canais na Fazenda Aliança/Terra Santa e Piraí/Barreirinha.
129
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Vale lembrar:
Ressalta-se que a estratégia de conservação ideal de proteção de
ninhos de quelônios é a sua manutenção nos locais originais. Quando não
é possível adotar essa estratégia, deve-se optar pela transferência para áreas
naturais. Somente nos casos em que nenhuma das opções anteriores é pos-
sível, deve-se optar pela transferência para praias artificiais. É importante
lembrar também que a disponibilidade de tempo e interesse das comuni-
dades devem ser considerados no momento de decidir qual estratégia será
utilizada, sendo que esta decisão deve ser tomada em conjunto com os
agentes de praia e comunitários interessados.
ECLOSÃO
No período de nascimento dos filhotes ou eclosão, os ninhos mar-
cados devem ser vistoriados diariamente pela manhã. Após a eclosão, são
contados o número de filhotes vivos, de embriões mortos e de ovos sem
desenvolvimento. Após a absorção total do vitelo, alguns filhotes devem ser
medidos, pesados, marcados e, posteriormente, libertados na praia (VOGT,
2001).
Monitoramento da eclosão:
– Após a desova, deve-se fixar um período de 45-60 dias para
iniciar o trabalho de monitoramento da eclosão dos ovos ou nascimento
dos filhotes (Figuras 46 e 47) após percepção do afunilamento dos ninhos;
130
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 52: Filhotes de tracajás (P. unifilis) com marcação temporária feita com pincel à prova
d’água ou esmalte.
Figura 53: Filhote de tracajá ao lado do microchip e marcação de filhote de tracajá (P.
unifilis) com picos na carapaça feitos com alicate de unha.
135
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 54: Filhote de tracajá (P. unifilis) atacado por formigas no momento da eclosão em
ninho natural na Aliança, lago do Piraruacá (2010).
136
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 55: Berçário tipo tanque circular de alvenaria com 6 m de raio e paredes laterais com
60 cm de altura, Aliança, lago do Piraruacá. Observar detalhe da malhadeira velha que cobre
o tanque protegendo os filhotes de predadores.
137
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 56: Sr. Manoelino Bentes colocando os primeiros filhotes de tracajás no berçário da
Aliança em 1999. Ao lado vemos a colocação de macrófitas no berçário para servir de abrigo
e proteção para os filhotes e simular o ambiente natural onde eles serão soltos.
138
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
149
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
150
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
151
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Hildebrand, P.V.; Saenz, C.; Peñuela, M.C. & Caro, C. 1988. Biologia
reprodutiva y manejo de la Tortuga charapa (Podocnemis expansa) en el
bajo rio Caquetá. Colômbia Amazônica. Vol.3.p.89-111.
152
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Janzen, F.J. 1994. Vegetational cover predicts the sex ratio of hatchlings
turtles in natural nests. Ecology. 27 p.
Limpus, C.J.; Baker, V.; Miller, J.D. 1979. Movement Induced Mortality
of Loggerhead Eggs. Herpetologica, 35(4): 335-338.
Lovich, J.E. 1996. Possible Demographic and ecologic consequences of
sex ratio manipulation in turtles.1996. Chelonian Conservation Biology,
Vol.2, N.1. p.114-117.
Malvasio, A. 2001. Aspectos do mecanismo alimentar e da biologia reprodutiva
em Podocnemis expansa (SCHWEIGGER,1812), Podocnemis unifilis
(TROSCHEL,1848) e P. sextuberculata (CORNALIA, 1849) (Testudines,
Pelomedusidae). Tese de doutorado em Zoologia, Instituto de Biociências
da Universidade de São Paulo. São Paulo. 199p.
153
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Pezzuti, J.C.P.; Vogt, R.C. 1999. Nest site selection and causes of mortality
of Podocnemis sextuberculata, Amazonas, Brazil. Chelonian Conservation
and Biology, 3(3): 419-425.
Portal, R.R.; Luz, V.L.F. & Mendonça, J.E.L. 2005. Avaliação do proces-
so de nidificação das espécies do gênero Podocnemis: Podocnemis expansa e
P.unifilis (Testudines, Podocnemididae) na região estuarina do Amapá e
Pará. IBAMA/RAN. Revista da Série Quelônios, Vol. 1, No. 1. 31 p.
154
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Souza, R.R.; Vogt, R.C. 1994. Incubation temperature influences sex and
hatchling size in the neotropical turtle Podocnemis unifilis. Journal of
Herpetology, 28(4): 453-464.
Stancyk, S.E. 1995. Non-human predators of sea turtles and their control.
Biology and Conservation of sea turtles. Smithsonian Inst.Press., Washing-
ton. 3ª Ed. 615 p.
TCA. 1997. Biologia y manejo de la Tortuga Podocnemis expansa
(Testudines, Pelomedusidae). Tratado de Coop. Amazonica/FAO. Cara-
cas. 48 p.
Thiollent, M. 1992.Metodologia da Pesquisa-ação.Ed. Cortez. 5a. Ed. 108
p.
Vanzolini, P.E. 2003. On clutch size and hatching success of the South
American turtles Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) and P. unifilis
155
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
156
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 3
Paulo Cesar Machado Andrade, | João Alfredo da Mota Duarte | Eleysson Barboza |
José Ribamar da Silva Pinto | Carlos Dias de Almeida Júnior | Paulo Henrique Guima-
rães de Oliveira | Sandra Helena Azevedo | Francivane Fernandes | Renata Teixeira
Batista | Hugo Ricardo Bezerra Alves | Midian Salgado |Wander da Silva Rodrigues |
Anndson Brelaz de Oliveira | Janderson Rocha Garcez | Kildery Alex Serrão | Natasha
Nascimento Tuma | Karen Martins | Liriann Chrisley Nascimento da Silva |
Aldeniza Cardoso de Lima | Cléo Carvalho Ohana, Alex Leão | Missilene dos Santos Ferreira
157
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
158
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
159
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Tabela 1: Dados de conservação comunitária de quelônios pelo projeto Pé-de-pincha entre 1999 e 2011:
Ninhos, ovos e filhotes protegidos.
160
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
161
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
162
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 9 e 10: Tracajá (P. unifilis) fazendo ninho e desovando na areia. Figura 11:
Tracajá desovando na várzea no meio do capim. Figura 12: Iaçá ou pitiú (P. sextuberculata)
desovando na areia da praia da Aliança, lago do Piraruacá.
167
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
168
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
169
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
170
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 15: Regressão quadrática entre comprimento de carapaça (cm) e peso (g)
de tracajás (P. unifilis) do lago Piraruacá.
171
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 16: Regressão quadrática entre o peso (g) de tracajás (P. unifilis) e a distância
entre patas (rastro em cm) no lago Piraruacá.
A idade dos tracajás capturados foi estimada através dos anéis nas
escamas da carapaça (Figura 17). Através da recaptura dos animais pode-
mos aferir melhor esse método verificando se o incremento do número de
anéis, entre uma captura e a recaptura do animal, correspondiam ao mes-
mo período de tempo (anos) entre as capturas (Figura 18).
Figura 17: Fêmea de iaçá (P. sextuberculata) com anéis da escama da carapaça marcados à
lápis. Figura 18: Plaqueta de fêmea de tracajá (P. unifilis) recapturada três anos após sua
marcação.
172
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
173
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
174
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
relatos de ninhos com ovos pequenos que aumentam de 0,5% para 1,3%
das observações sobre os ninhos transferidos. A figura 21 apresenta a vari-
ação no número médio de ovos e do número total de ovos protegidos de
tracajás entre 1999 e 2011.
Figura 21: Número total de ovos e média de ovos por ninho de tracajá (P.
unifilis) protegidos entre 1999 e 2011 na fazenda Aliança, lago do Piraruacá.
175
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
176
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
177
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figuras 24, 25, 26 e 27: Monitoramento da postura de fêmeas de tracajás (P. unifilis) na praia
da Aliança, lago do Piraruacá em 2010. Animais apresentaram comportamento bem calmo,
tolerando a aproximação humana.
178
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 28: Fêmea de tracajá (P. unifilis) nascida em 2004 retorna para desovar na praia da
Aliança em 2011. Figura 29: Fêmea marcada retornando a água.
179
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 30: Tracajás (P. unifilis) assoalhando na praia da Aliança, lago do Piraruacá em
2012.
180
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 31: Fêmea de tracajá (P. unifilis) morta por colisão com um bote
com motor de popa no lago do Piraruacá.
181
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 32: Filhote de tracajá (P. unifilis) com um ano de idade capturado em pequena lagoa
nas margens do Lago Piraruacá; Figura 33: Captura de filhotes com armadilhas e puçás em
poças marginais ao lago Piraruacá.
182
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 35: Curva de crescimento em peso (g) de tracajás (P. unifilis) do lago
Piraruacá, Terra Santa.
183
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 36: Fêmea de tracajá (P. unifilis) rastreada por rádiossatélite que retornou 12 meses
depois para fazer seu ninho em sua praia de origem no lago Piraruacá.
184
PARTE 2
Educação Ambiental
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
188
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 4
Aldeniza Cardoso de Lima | Rosilene Gomes da Silva Ferreira | Nelly Mara Vinhote
Marinho | Jéfferson Moreira da Silva | Francijara Araújo Silva | Janaina Izabelly de Melo
Brasil | Ruth Lima Teixeira | Paulo Cesar Machado Andrade
1
Coordenador do Programa Pé-de-pincha de Manejo Comunitário de Quelônios e do Laboratório de Animais
Silvestres da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
2
Pesquisadora do programa de quelônios da Sociedade Civil Mamirauá.
3
Educador Ambiental – PWA/REBIO Uatumã.
4
Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Amazônicos (CPPQA) – UHE Balbina – Eletronorte.
5
Analista Ambiental do Programa Pé-de-pincha/UFAM/UNISOL.
189
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
190
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
191
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
192
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
193
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
194
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
195
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
196
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
197
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Local
N.º Atividades sugeridas
Barrerinha Parintins Terra Santa
4.3.2 Formação
198
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
199
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Barreirinha 06 279
Professores
Parintins 04 65 Agentes
1999 a
Ambientais
2011 Terra Santa 12 274
Voluntários
Oriximiná 03 33 Graduandos
Total 25 651
200
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
201
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
202
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
205
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
206
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
207
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
208
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
209
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
210
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
211
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Sensibilização
Desmatamento Práticas Educacionais Poder Público e 12
Queimadas Conscientização e Sensibilização População
Manejo Florestal
Fiscalização
Práticas Educacionais e
Implementação de projetos/ Poder Público e 01
Desemprego Programas socioeconômicos População
Visando a economia informal
Associativismo
212
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
213
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Década de 50 – Acróstico
214
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Paródia “a volta”
215
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
216
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
III
Nessa importante conferência
Dois temas em questão
Foram apresentados
A degradação ambiental
E o desenvolvimento sustentável
Acompanhado por todo o mundo
O! Que grande evento notável
IV
Em 14 de junho de 1992
Foi apresentado ás nações
Que a todos era um bem comum
De um projeto audacioso
Chamada Agenda 21
V
Com o intuito de promover
Em escala planetária
Algo inacreditável
De conduzir o crescimento econômico
Sem abrir mão do desenvolvimento sustentável
VI
O projeto estabelece
Muitas boas intenções
Abrangendo vários temas
Da atual situação
Que vai da energia nuclear
Ao desmatamento em questão
Documento assinado
Por 179 nações
217
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
218
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
219
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
220
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
221
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
222
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 22 e 23: Percepção dos agentes antes e após o curso sobre a Questão Ambiental.
225
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
226
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
227
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
228
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
229
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
230
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
231
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
232
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
233
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 30: Oficina de desenho e pintura; Figura 31: Apresentação de fantoches; Figura 32:
Pinturas no rosto; Figura 33: Resgate de brincadeiras infantis. Fotos: Moreira, J.; Andrade,
P. ; Lima, R. (2010-2011).
234
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
235
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 36: Curso de implantação de horta em Terra Santa; Figura 37: Curso de criação
caipira de galinha em Barreirinha; Figura 38: Curso de criação e manejo de quelônios na área
indígena Sateré-Mawé em Maués; Figura 39: Curso de criação caipira de galinhas em
Carauari.
236
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
237
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
2) Barreirinha
a) As atividades de treinamento acontecem simultaneamente às
atividades de campo. Professores e alunos das comunidades se organizam e
participam de todo o processo de coleta e transferência de ninhos, fazendo
a fiscalização.
3) Terra Santa
a) A atividade inicia geralmente com a participação de autoridades
locais, alunos, professores e comunitários. A programação começa com o
hino do Município de Terra Santa cantados por professores e alunos;
b) As equipes saem a campo no barco de apoio a equipe. Durante
o trajeto são realizadas palestras sobre o projeto, vídeos, explicações com
uso de álbum seriado;
c) Ao chegar à praia, os alunos são convidados a encontrar as covas
simuladas. Os alunos são divididos em grupos e cada um recebe material
de campo: pastas, trena, caneta, balança, fichas de anotações e são orientados
a procurar as covas na praia;
238
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
239
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
240
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
a) Tarefas pré-determinadas:
São entregues as equipes inscritas com 24 horas de antecedência,
através de reunião com todos os componentes, sendo escolhidos os
coordenadores das equipes. Após a entrega, cada equipe inicia a preparação
das referidas tarefas. As equipes que conseguirem realizar as tarefas serão
avaliadas por uma comissão julgadora composta de cinco pessoas da
comunidade ou instituição. A pontuação obedece aos seguintes critérios:
1º colocado -1.000 pontos, 2º 700 pontos e o 3º 300 pontos.
Em cada tarefa realizada, procura-se explorar o máximo do que foi
trabalhado em todo o processo, além de provocar resgate histórico do local,
cultura, como por exemplo:
1) Criar uma história, utilizando a televisão divertida (televisor
confeccionado a partir de caixa de papelão) com personagens das principais
atividades realizadas pelo programa Pé-de-Pincha.
2) Dado o slogan “conservar para não faltar”, criar um comercial
utilizando figuras ou desenhos, com frases curtas e claras, de acordo com o
público a ser atingido.
3) Cada equipe deverá apresentar a Garota Pé-de-Pincha.
4) Representar através de cartazes a importância dos quelônios para
o ambiente e para o homem.
b) Tarefas do dia
Nesta etapa procura realizar tarefas que possibilita construir o
conhecimento, com apresentação das tarefas organizadas pelas equipes no
dia da realização da gincana. Para execução é dado às equipes as tarefas,
mediante um tempo para elaboração. A equipe que conseguir realizar e
241
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
c) Conhecimentos Gerais
Nesta fase são aplicadas diversas questões relacionadas às atividades
do programa, do estado e do município e comunidades. Para responder as
perguntas, a equipe deverá chegar primeiro e tocar o sino que ficará a vista
de todos. Mas somente ganhará os pontos à equipe que responder
corretamente a pergunta, se responder e não acertar perderá 100 pontos,
exemplos de questões:
1) Citar cinco mudanças que ocorreram no seu município com a
implantação do programa?
2) Quais são os elementos facilitadores identificados no programa?
3) O que significa Agente Ambiental Voluntário?
4) com o surgimento dos problemas ambientai possibilitou a criação
de um novo estilo que trabalha o ideia do Desenvolvimento Sustentável.
Explique o que isto significa.
d) Premiação
A entrega da premiação coroa o trabalho realizado com êxito pelas
equipes participantes. Os recursos para a premiação são doados pela
coordenação do projeto.
242
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
243
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
244
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
245
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
246
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Considerações finais
247
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
248
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
249
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
250
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 5
Resumo
251
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
252
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
5.1 Introdução
253
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
254
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
255
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
cas agrícolas e a influência que o projeto Pé-de-Pincha exerce (ou não) nas
suas ações. Os dados levantados referem-se às culturas agrícolas produzi-
das, comercialização, instrumentos utilizados na produção e renda famili-
ar. Outro direcionamento da pesquisa trata os aspectos ambientais, descre-
vendo os problemas ambientais apontados pelos comunitários e os conhe-
cimentos absorvidos pelos mesmos sobre Educação Ambiental e Desen-
volvimento Sustentável.
Esta abordagem delimitou seus trabalhos nas comunidades do
Tucumanduba e Granja que desenvolvem o projeto Pé-de-Pincha e nas
comunidades de Ituquara e Santa Luzia, estas não desenvolvem nenhum
projeto de Educação Ambiental. Assim, realizou-se o diagnóstico, seguido
do cruzamento de informações para identificar diferentes relações com o
meio natural e as influências que o projeto Pé-de-Pincha exerce nas atitu-
des dos comunitários.
256
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
257
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
258
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
259
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
260
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
263
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
264
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Local Total %
Queima 18 58
Depósito de lixo 09 29
Enterra 04 13
Joga no mato – –
Joga no rio – –
Total 31 100
265
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
como destinação final do lixo produzido. Não houve respostas que apre-
sentassem como destino do lixo os rios ou as matas, o que indica consciên-
cia da degradação natural, apesar de falta de conhecimento ou sensibilida-
de com relação à degradação ambiental resultante das queimadas. Vale
ressaltar que cada entrevistado optou por mais de uma alternativa, o que
justifica número superior aos vinte entrevistados.
Ao abordar sobre os maiores problemas ambientais da comunida-
de, o lixo despontou como o principal, como observado na Tabela 2:
266
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
267
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Respostas Total %
Palestras e oficinas 14 67
Voluntário 06 28
Agente ambiental - -
Não participa 01 5
Total 21 100
268
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Respostas Total %
Educação Ambiental 17 60
Sustento familiar 05 25
Qualidade de vida 01 5
Não respondeu 02 10
Total 25 100
269
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Respostas Total %
A conservação das espécies e mudanças de atitudes 18 95
Não sabe 02 5
O fim das espécies – –
Um conhecimento a mais – –
Total 20 100
270
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Respostas Total %
Fator econômico, redução da pobreza e conservação ambiental 18 90
Conservação Ambiental somente 01 5
Não sabe 01 5
O fator econômico somente – –
Total 20 100
271
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
272
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Respostas Total %
Farinha de mandioca 10 84
Melancia 08 8
Banana 08 8
Outros – –
Total 26 100
273
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Descrição Total %
Enxada e terçado 09 95
Outros (machado) 01 5
Total 10 100
274
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Descrição Total %
Menos de um salário mínimo 04 40
Um salário mínimo 04 40
Dois salários mínimos 01 10
Acima de dois salários mínimos 01 10
Total 10 100
275
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Local Total %
Queima 08 80
Depósito de lixo 02 20
Joga no rio – –
Joga no mato – –
Outros – –
Total 10 100
276
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
277
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Respostas Total %
Voluntário 08 62
Agente ambiental 03 23
Palestras e oficinas 02 15
Não participa - -
Total 13 100
278
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Respostas Total %
Não respondeu 04 33
Envolvimento dos comunitários 03 25
Captação de recursos 03 25
Parceria com o município 02 17
Total 12 100
279
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
280
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Descrição Total %
Mais de 50 09 69
30 a 50 04 31
0 a 30 – –
Total 13 100
281
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Local Total %
Queima 12 93
Depósito de lixo 01 7
Joga no mato – –
Joga no rio – –
Outros – –
Total 13 100
282
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Respostas Total %
A conservação das espécies e mudanças de atitudes 08 62
Não sabe 05 38
O fim das espécies - -
Um conhecimento a mais - -
Total 13 100
283
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Respostas Total %
Não sabe 08 62
Fator econômico, redução da pobreza e conservação ambiental 05 38
O fator econômico somente – –
Conservação Ambiental somente – –
Total 13 100
284
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
285
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
286
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Local Total %
Queima 08 80
Depósito de lixo 02 20
Joga no mato – –
Joga no rio – –
Outros – –
Total 10 100
287
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
288
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Considerações finais
289
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
290
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
291
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
GIL, Antonio Carlos. 2002. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.a ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
292
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 6
1
Trabalho de Conclusão de Curso Normal Superior pela Universidade do Estado do Amazonas.
293
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
não tive condições financeiras para dar continuidade a meus estudos. Vol-
tei para Barreirinha. Então, minha mãe adoeceu bastante e precisava fazer
tratamento médico em Parintins e Manaus, quando foi no mês de No-
vembro abandonei a escola e fui substituí-la em sala de aula. A vida é
assim, quando menos esperamos nos revela surpresas. Naquele tempo qual-
quer pessoa que tivesse a 4.ª série poderia lecionar, era o caso da minha
querida mãe. Então, pensei o que mais que eu quero! Já tenho o suficiente
para ser professor, os alunos e os pais gostaram muito do meu trabalho.
Quando mamãe retornou, reuniu a comunidade e falou da sua enfermida-
de e que que eu a substituísse. Era o ano de 1984, a partir de então me
tornei professor de uma escola na zona rural de Barreirinha, às margens do
Rio Andirá, no Distrito do Piraí, com apenas 17 anos de idade.
Em 17 de maio de 1997 fundamos o Movimento Ambientalista
de Preservação Ecológica do Piraí (MAPEP), em 2000 o Projeto Nature-
za Viva, e finalmente, em 2001 fizemos parceria com o Projeto Pé-de-
Pincha cuja coordenação municipal esta sob minha responsabilidade. Em
2004 conseguimos o Programa Jovem Cientista Amazônida da FAPEAM,
hoje presente em três comunidades (Piraí, Lírio do Vale e Granja Ceres).
Além dessas atividades realizamos todos os anos nas festividades de soltura
dos quelônios em quase todas as 14 comunidades do Andirá, o concurso
de música e concurso da garota pé-de-pincha.
Em 2005, fui transferido para a comunidade Santa Vitória do Coatá
para a Escola Municipal “Cristo Rei” na qual passei a fazer parte do Proje-
to Escola Ativa e assumi uma turma multiseriada de 2.ª a 4.ª série. Nesta
escola, tivemos a oportunidade de trabalhar com os alunos e a comunidade
as questões ambientais, implantando o Projeto Pé-de-pincha. O projeto
começou em Barreirinha no Distrito do Piraí, em parceria com o projeto
da Escola Astrogilda Belém, chamado Natureza Viva, estando atualmente
em diversas outras comunidades do rio Andirá: Tucumanduba, Granja
Céres, São Paulo, São Marcos, Santa Tereza, São Pedro, Lírio do Vale,
294
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
295
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 1: Escolas de ensino primário na região do Andirá, zona rural de Barreirinha, e seus
trabalhos escolares envolvendo a conservação de quelônios.
296
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
297
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
298
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
299
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
300
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
301
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
302
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
303
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
6.3 Resultados
304
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
305
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
306
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
307
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
308
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
309
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
310
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
311
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
312
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
313
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
314
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
2
A estória em quadrinhos escrita pelos alunos da escola Cristo Rei, Comunidade Santa Vitória do Coatá foi
publicada em 2012 na Série de Cartilhas Pinchinha, volume 2, com o patrocínio da Petrobras através do Programa
Petrobras Ambiental.
315
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Taxa de Média/
Espécie/Animal Ninhos Ovos Filhotes Ovos
eclosão (%)
Ano 2005
Tracajá 21 477 301 63,1 22,7
Tartaruga 01 88 72 81,8 88
Irapuca 131 1.002 430 43 7,6
Cabeçudo 01 06 – 0 6
Total 154 1.573 803 51 10,2
Ano 2006
Tracajá 20 358 346 96,6 17,9
Tartaruga 02 169 90 53 84,5
Irapuca 187 1.440 1.220 84,7 7,7
Iaçá 01 18 16 88,9 18
Total 210 1.985 1.672 84,2 9,5
Ano 2007
Tracajá 50 916 635 69,3 18,3
Tartaruga 04 358 210 58,6 89,5
Irapuca 261 1.966 1.612 82 7,6
Iaçá 01 16 16 100 16
Total 316 3.256 2.473 75,9 10,3
316
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Conclusões e recomendações
317
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
318
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
319
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
ANEXO I:
Música:
Pé-de-Pincha do Andirá
(Alfredo Pontes)
320
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
321
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
322
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
ANEXO II
Poesia:
GRITO DE AFLIÇÃO
(Maneles)
323
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
PARTE 3
Aspectos Biológicos do Manejo Comunitário de
Quelônios
325
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
326
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 7
Janderson Rocha Garcez | Paulo Cesar Machado Andrade | Paulo Henrique Guimarães
de Oliveira | Thiago Luiz Ferreira de Anízio | Carlos Dias de Almeida Jr. |
João Alfredo da Mota Duarte | Wander da Silva Rodrigues | Vanessa
Altino | Antônio Cilionei Oliveira do Nascimento | Isaura Bredariol |
Fernanda Freda | João da Silva Ferreira
327
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
ringalistas, tendo como chefe de praia o tio do sr. Francisco Mendes da Silva.
A tradição participativa desses moradores tem seus primórdios na luta pela
preservação dos recursos ambientais da região, quando teve início o Progra-
ma de Preservação de Tabuleiros do Juruá, através do IBDF1. Em 1974, foi
realizada a primeira viagem para identificar as potenciais áreas de postura
nesta região pelos Engenheiros Agrônomos Vivaldo Campbel de Araújo,
Ângelo Giro e Arly Coutinho. Embora, esta equipe não tenha identificado
nenhuma área significativa para proteção entre a foz do Juruá e Carauari, em
1977, a Delegacia do IBDF no Amazonas, assume os trabalhos de proteção
do tabuleiro do Joanico, com recursos do Polamazônia. Naquele ano, foram
registrados 54 ninhos de tartaruga, com cerca de 4.502 ovos (cada ninho
com 98 a 102 ovos) e 4.388 filhotes (ALFINITO, 1978).
Do limite com o rio Solimões até o rio Andirá (afluente de águas
pretas que deságua na margem direita do rio Juruá), foram catalogadas
quase sessenta praias, das quais somente quatro possuíam uma série histórica
de proteção garantindo a postura das fêmeas e o nascimento dos filhotes de
quelônios do gênero Podocnemis. Além do Joanico, outras três praias possuem
um histórico de conservação comunitária: os tabuleiros de Renascença,
Antonina e Botafogo. O sistema de vigilância das praias era feito por
revezamento entre os comunitários (um ficava durante o dia todo e outro à
noite). Essas praias mudam de forma (altura, largura) e, muitas vezes, crateras
surgem longo da praia. O sistema de sinalização das praias é um sistema
herdado dos seringais. Tendo a bandeira como um marco indicando que a
praia é protegida, onde eram demarcadas as áreas de uso e de conservação
da praia na época de reprodução dos quelônios, usando bandeiras brancas
e vermelhas, respectivamente.
1
IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, órgão extinto em 1989 e substituído pelo IBAMA -
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.
328
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
331
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
A B
C D
Figura 2: A)Monitores, Resex Baixo Juruá; B) Curso de monitores de Praia na Resex Baixo
Juruá em 2010; C) Soltura de Quelônios no Botafogo em 2010; D)Equipe de monitores do
tabuleiro de Monte Flor (2010).
332
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
333
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
334
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
335
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Ninhos Filhotes
Ano Tartaruga Tracajá Iaça Tartaruga Tracajá Iaça
1977 54 210 2398 4388 6090 21576
1998 76 132 5210 7618 3571 52101
1999 152 157 6720 18496 4782 67204
2000 158 160 7510 19000 4986 80753
2001 195 165 5017 21490 5200 80735
2002 185 185 10050 27900 6275 100500
2003 246 251 – 31980 7279 –
2009 230 25 5000 18000 725 45000
2010 316 107 5082 13500 1966 63822
2011 382 91 7994 35751 1290 99260
TOTAL 1994 1483 54981 198123 42164 610951
Fonte: Garcez (2010, 2011), Andrade (2008) e Alfinito (1978).
336
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
337
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Ninhos Filhotes
Comu- Total de
nidade Período Tartaruga Tracajá Iaça Tartaruga Tracajá Iaça filhotes
338
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
339
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
340
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
7.3.2 Metodologia
341
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
A B C
Figura 4: A)Pescadores na captura de quelônios no Tabuleiro de Joanico. B e C)Captura de
quelônios em malhadeiras trammel net e malhadeiras tipo caçueira no Tabuleiro de Botafogo
e Sacado do Planeta.
342
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
343
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
344
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
345
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
7.3.3 Resultados
346
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
(49%), sendo que 73% eram machos. Destes, 84% estavam em enseadas ou
ressacas na frente das praias, sendo que nestes ambientes, 58,3% foram
machos. Das tartarugas, 96, 9% foram capturadas a tarde ou a noite (100%
das fêmeas capturadas a noite), sendo 50% em enseadas, com captura de
75% de machos. Os tracajás foram capturados, também, principalmente a
tarde e a noite (100% das capturas), sendo que 53,8% foram machos. Foram
registrados os principais dados biométricos das espécies capturadas:
Tartaruga (P.expansa), N=4, Comprimento da carapaça (CC)= 34,7±8,9
cm, Peso (P)= 4,1±2,8 kg, Idade (anos)=8 anos, razão sexual 75%M:25%F;
Tracajá (P. unifilis), N=26, CC=22,2±5,1 cm; P=2,2±1,5 kg;
Idade=6,7±2,2 anos; 53,8%Machos; Iaçá (P. sextuberculata), N=84;
CC=17,3±3,7 cm; P=0,61±0,33 kg; idade=3,6±0,8 anos; 72,8% machos;
Phrynops raniceps, uma fêmea, CC=27,5 cm; P=2,45 kg.
Na cheia foram capturados 67 iaçás (Podocnemis sextuberculata),
uma P.expansa, 1 P. unifilis e 2 Phrynops nasutus. Neste período, houve um
maior esforço de pesca (144 horas e três pescadores nas comunidades do
Socó-Forte das Graças, e 66 horas e dois pescadores no Cumarú). Contudo,
só foram capturados 70 quelônios sendo o esforço de captura (Socó=0,16
quelônios/hora-homem; Cumarú=0,007 quelônios/hora-homem) inferior
ao conseguido na vazante. Durante a cheia, todas as capturas foram feitas
nos lagos e igapós, que parecem ser o ambiente preferido dos quelônios por
oferecer nichos com maior disponibilidade de alimentos e abrigos,
confirmando o saber popular sobre a migração para os lagos de alimentação.
Os iaçás e a tartaruga foram capturados, principalmente, no período da
tarde (51%), sendo que entre os iaçás 16,4% foram fêmeas com
comprimento da carapaça médio em torno de 15,7±3,6 cm (máx=21,5
cm; mín=11 cm), peso médio de 0,49±0,29 kg (máx=0,95 kg e mín=0,18
kg) e idade estimada de 3,8±2,3 anos (máx= 9 anos; mín=2 anos). Os
machos de iaçá apresentaram comprimento de carapaça em torno de
18,3±1,4 cm, peso de 0,67±0,13 kg e idade em torno de 5,0±1,1 anos. A
347
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
348
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
349
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
350
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
351
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
b) Variáveis Climáticas
Os maiores índices de chuva foram registrados entre junho e julho
com 296 mm e 110 mm, respectivamente. Em setembro, quase não houve
precipitação de chuvas, foi registrado 37,7 mm. Quanto a temperatura, a
mais alta registrada foi 41°C no mês de agosto e a menor foi de 21°C, em
setembro. A umidade relativa média é alta no Juruá, sempre por volta de
80%, bem característico na região amazônica (tabela 5)
352
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Qtd chuva
Mês T° C (média) Umidade R (%)
mensal (mm)
Maio 209
Junho 296
Julho 110
Agosto 202,9 28,61 78,42
Setembro 37,7 27,69 80,54
Outubro 210 26,02 83,19
Novembro 158,9 25,40 85,95
Figura 15: Variação do nível de água do rio Juruá nos meses de maio a dezembro de 2010.
353
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
354
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
355
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
g de C/ 58% de g de
Local Profundidade Leitura
Kg carbono M.O./Kg
Praia Antonina - AM 0-20 19,8 4,1 1,72 7,07
20-40 20,8 0,37 1,72 0,64
Praia Botafogo - AM 0-20 20 3,35 1,72 5,78
20-40 20,1 2,98 1,72 5,14
Praia Monte Flor - AM 0-20 20 3,35 1,72 5,78
20-40 20,3 2,24 1,72 3,85
Praia Joanico - AM 0-20 20 3,35 1,72 5,78
20-40 20,8 0,37 1,72 0,64
356
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Tabela 10: Quantidade de ninhos, média e total de ovos por quelônios dos
tabuleiro do Baixo Juruá em 2010.
357
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Qtd. esti-
Localidade Espécie % Predados* % Ovos não % Taxa mada de
eclodidos** eclosão filhotes
Antonina Iaçá 1,00% 64,58% 34,42% 869
Tartaruga 0,00% 45,54% 54,46% 178
Tracajá 3,95% 9,33% 86,72% 2461
Botafogo Iaçá 27,95% 7,25% 64,80% 6137
Tartaruga 48,21% 41,43% 10,36% 26
Tracajá 2,61% 10,79% 86,60% 3574
Cumarú/Escondido Tracajá 0,00% 31,33% 68,67% 171
Joanico Iaçá 0,5% 14,36% 85,14% 63822
Tartaruga 13,29% 51,69% 35,02% 13500
Tracajá 28,03% 7,56% 64,41% 1966
Monte Flor Iaçá 1,00% 28,57% 70,43% 7470
Tartaruga 34,37% 29,15% 36,48% 949
Tracajá 4,29% 31,24% 64,47% 423
Santo Amaro Iaçá – – 72,51% 570
(Gaivotas) Tartaruga – – 56,67% 221
Tracajá – – 56,12% 275
358
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
365
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
366
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
367
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
368
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Considerações finais
369
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
370
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
371
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
372
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
373
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
374
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 8
375
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
1
Neto, L.T.; (2001) Rios da Amazônia, Coletânea de Dados pequenos Roteiros, 3.ª ed., p. 65-69.
376
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
no meio da praia ou um tabuleiro inteiro, onde não podia ser tirado (nem
ovos, nem animais, nem filhotes). Marcavam com bandeira branca, a parte
da praia onde podiam ser retirados ovos e iaçás. Muitas dessas práticas
ainda são utilizadas até hoje pelos monitores de praia (Figura 1 a 4).
Figura 1: Bandeira vermelha marcando área de tabuleiro de quelônios no rio Juruá (2001).
Figura 2: Nova forma de demarcação dos tabuleiros de quelônios através de placas indicativas
da Resex do Médio Juruá (2004); Figuras 3 e 4: Gaiola de ferro com machos de tartaruga
(capitari) e de tracajá (Zé prego) colocados como “chama” no tabuleiro Deus é Pai (2012).
Fotos: Andrade, P.
377
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
378
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
dos tabuleiros para sua desova, como: bacuraus, corta-águas, gaivotas, maçaricos
e camaleões. Os tabuleiros são formados no período de final de junho a
dezembro, durante o período de vazante-seca do rio Juruá. Devido a costu-
mes tradicionais da região amazônica estas espécies de quelônios são caçadas
e seus ovos coletados para a alimentação dos ribeirinhos, além da utilização
para subsistência, o comércio destas espécies é muito praticado o que leva
uma constante ameaça com a redução das populações destes animais.
De 1977 a 1989, a proteção dos quelônios pelas comunidades re-
cebeu apoio do Projeto Quelônios da Amazônia do Instituto Brasileiro do
Desenvolvimento Florestal. Com o surgimento do IBAMA, em 1989, os
trabalhos passam a ser monitorados pelo CNPT (Conselho Nacional de
Populações Tradicionais), até o ano de 2002. Oficialmente, pelo IBAMA,
o trabalho começou em 14 de agosto de 1994 com o monitoramento da
desova no tabuleiro do Pupunha. Naquele ano foram monitorados os ta-
buleiros Deus é Pai/Pão, Pupunha e Manarian pelo Agente do IBAMA,
sr. João de Deus Coelho.
Nos anos de 2002 e 2003, o projeto de preservação dos tabuleiros
contou com o financiamento do Ministério do Meio Ambiente, pelo Fun-
do Nacional do Meio Ambiente (FNMA), através do “Projeto de preser-
vação de lagos e quelônios para a reprodução de peixes e quelônios na
RESEX do médio Juruá” (orçamento de R$117.158,00), proposto pela
Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC e pelo Conse-
lho Nacional dos Seringueiros (CNS), sendo então as atividades coordena-
das por um membro da diretoria da associação que atuou como coordena-
dor do projeto, o Sr. Manoel da Cruz Costa Siqueira (Manoelzinho), e por
técnicos do IBAMA, lotados na RESEX do médio Juruá, os analistas
ambientais Aldízio Lima, Mônia Laura Faria e João de Deus Coelho. Este
projeto previu auxílio para os vigias na forma de alimentação a cada mês,
recursos para viagens de monitoramento mensal das atividades dos vigias e
compra de equipamentos para a implementação das ações de preservação
dos quelônios. Neste período, o número de tabuleiros protegidos variou de
381
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
*Obs: Até 1997 desovavam cerca de 360 tartarugas, 150 tracajás e 5.000 iaçás no tabuleiro do
Deus é Pai, mas em 1998 encalhou uma balsa no local, e com o derramamento de óleo e o uso
de máquinas para retirar a balsa, espantou os quelônios e modificou a praia, segundo Sr. Almir
Lobo (2004).**Obs: TA=ninho de tartaruga; TR=Ninho de tracajá; IA=Ninho de iaçá.
382
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
383
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 8: Captura, marcação, biometria e soltura de tracajás (P. unifilis) na Resex do Médio
Juruá. Fotos: Andrade, P. (2005).
384
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
8.3 Metodologia
385
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
386
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
387
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
388
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
389
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
390
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
391
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Fonte: Alfinito (1977), Ibama/CNPT, RAN-AM, CEUC/SDS e Andrade & Brelaz (2006).*
- Obs: Não foram contabilizados os ninhos de iaçás. Em 2012, voltou-se a estimar a desova
desta espécie.
392
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
393
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
394
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Ninhos Ovos
Tabuleiro Espécie Dist.da Profundidade Largura Comp.
Peso (g)
água (m) (cm) (cm) (mm)
Gumo Tartaruga 121+ 116 72,3+26,4 18,3+ 2,1 39.8+1,6 36,1+ 4,7
Tracajá 53,5 + 41,7 16,5+2,1 9,2+ 1,1 40,7 + 1,2 19,5+1,3
Jacaré Tartaruga 126,8+73,1 61,5+15,6 24,1+7,0 39,7+2,1 34,5+5,5
Tracajá 185+136,6 20,8+3,4 11,3+2,4 41,8+1,7 24,2+3,3
Ati Tartaruga 141,4+23,4 57,2+11,8 20,5+4,8 37,1+3,6 33,6+8,2
Tracajá 111,8+70,1 21,8+2,8 13,8+4,3 41,2+1,8 23,3+4,0
Baua na Tartaruga 84+17,1 59,3+10,1 21,7+8,3 38,3+4,8 33,7+9,1
Tracajá 217,7+46 16+4 13,3+3,1 41,9+1,4 23,4+1,1
Mana rian Tartaruga 95,8+22,8 57,3+ 8,3 20,7+5,6 35,7+3,2 29,1+4,7
Tracajá 124,9+101,5 19,1+4,7 11 +3,7 40,1+5 24,4+3,9
395
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
A B
C D
396
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
399
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
400
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
401
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
402
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Carapaça Plastrão
403
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
404
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
409
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 30: Relação entre comprimento da carapaça (cm) e peso (g) em iaçás
(P.sextuberculata) no Médio Juruá.
410
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
411
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
412
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
N= 138.764 iaçás
413
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Tartaruga Tracajá
Comunidade
2010 2011 2010 2011
Manarian 2.643 2.500 189 190
Roque 971 1.000 – –
Nova Esperança 1.108 500 15 –
Bauana 500 – – –
Total 5.222 4.000 204 190
414
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
415
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
416
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
X Nx Ix dx Qx Lx Tx Ex
0 54133 1,0000 54111 0,99 27077,5 28203,5 0,52
1 22 0,0004 -64 -2,91 54 1126 51,18
2 86 0,0016 -177 -2,06 174,5 1072 12,46
3 263 0,0049 57 0,22 234,5 897,5 3,41
4 206 0,0038 51 0,25 180,5 663 3,22
5 155 0,0029 9 0,06 150,5 482,5 3,11
6 146 0,0027 32 0,22 130 332 2,27
417
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
X Nx Ix dx Qx Lx Tx Ex
7 114 0,0021 36 0,32 96 202 1,77
8 78 0,0014 32 0,41 62 106 1,36
9 46 0,0008 29 0,63 31,5 44 0,96
10 17 0,0003 14 0,82 10 12,5 0,73
11 3 0,0001 3 1,00 1,5 2,5 0,83
12 0 0,0000 -1 0,00 0,5 1 0
13 1 0,0001 1 1,00 0,5 0 -
Expectativa Média de Vida = 6,3±3,9 anos – Máxima= 16 a 22 anos
Obs: X= Intervalo de Idade; nx= número observado de animais em classe de idade distin-
tas; lx= proporção de animais sobreviventes a cada ano (taxa de sobrevivência); dx=
número de mortes dentro do intervalo de idade; Qx= Taxa de mortalidade; Lx= Número
médio de indivíduos vivos no intervalo de idade;Tx= Indivíduos por unidade de tempo; Ex=
expectativa de vida por classe de idade.
418
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 41: Filhote de tartaruga (P. expansa) com um ano de idade, encontrado enterrado na
lama de pequeno lago de várzea na comunidade de Nova Esperança, Resex Médio Juruá
durante a seca de 2012.
419
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
420
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
ficado em no local original de sua primeira captura. Mas 42,9% dos iaçás
haviam migrado para outras áreas, saindo de sua área de origem para outras
relativamente distantes. A tabela 11 apresenta o percentual de migração
dos iaçás e seus locais de origem e destino.
421
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
422
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
423
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
424
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
425
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
426
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Roque com duração de oito horas aulas teóricas. Houve um plantio inicial na
escola da comunidade utilizando áreas de antigos plantios de horta. Ao final
houve a entrega de certificados para todos os participantes dos cursos, o nume-
ro de participantes por curso e mostrado de acordo com a tabela 14.
Figura 52: Instalação para a criação de galinhas caipiras; Figura 53: Entrega de certificados
do curso de Criação de Galinha caipira. Figura 54: Participantes do curso na comunidade de
Nova Esperança; Figura 55: Animais criados em Nova Esperança doze meses depois do
curso e seus pintinhos. Fotos: Andrade, P. C. M. (2010, 2011).
429
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
430
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
N.º de participantes
Comunidade Curso Total
Homens Mulheres Crianças
Carauari Reuniões com ICMBio,
Ceuc, IDAM, Prefeitura e 26 18 – 44
UEA (4)
Palestra no Seminário de
Desenvolvimento Local – – 33 100
Sustentável/2011
Bauana Palestra/Gincana 2010 – – – 60
431
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
N.º de participantes
Comunidade Curso Total
Homens Mulheres Crianças
Roque Reunião com comunitários 22 10 100 65
Palestra para as crianças 2 5 55 105
Cinema para as crianças – – – 55
Palestra/Gincana 2010 – – – 20
Manariã Entrevistas 1 2 20 3
Gumo do Facão Reunião com comunitários 27 17 – 64
Nova Esperança Entrevistas 3 4 30 7
Vila Ramalho Palestra/Gincana 2010 15 – 46 45
Palestra/gincana 2011 21 53 – 120
TOTAL 688
Figura 57a: Reuniões, cursos de horta e palestras na Resex Médio Juruá em 2010.
432
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Podemos citar alguns deles, que muito contribuíram com seus co-
nhecimentos tradicionais para realização deste trabalho: Gumo do Facão:
Raimundo Bentes da Costa (Tracajá), Antônio Francisco Felício de Lima
(Sibite); Nova Esperança: Raimundo Souza Leite (Franco), José Miranda
de Lima e Veronilson Loreano da Silva; Roque: José Pinto de Souza
(Oséias), Francisco Pinto da Costa (Chico Velho), Edinelson Ferreira da
Costa, Francisco Moura de Paiva; Bom Jesus: Antônio Rodrigues; Bauna:
Antônio Ferreira do Carmo (falecido em 2012), Manoel Aquino do Carmo,
Francisco de Aquino Bezerra (Fino), Antônio Almires das Chagas Gondim;
Deus é Pai: Veridiano Carvalho da Silva, Francisco de Assis Rodrigues
Santos; Manarian: Francisco Mendes da Silva, Francisca Nonata dos San-
tos Freitas; Josias Gomes da Costa; Benedito; Monte Carmelo: José Antô-
nio Amâncio da Silva, Gaspar Lima Pontes, Osmarina Chagas e Risomar
do Nascimento; Itanga e Vila Ramalho: Raimundo André Souza e
Raimundo Nonato Lima de Souza; Mandioca: Maique, Francisco Carva-
lho e Antônio Garcia de Medeiros. Muitos outros monitores trabalharam
ajudando na conservação dos quelônios do Médio Juruá, a eles também
agradecemos por todo empenho e esforço na proteção de tartarugas, tracajás
e iaçás.
Considerações finais
435
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
Cagle, F.R. 1939. A system for marking turtles for future identification.
Copeia. p.170-173.
436
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
437
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Silveira, R.; Vogt, R.; Silva, V.; Kursckovsck, A.; Andrade, P.C.M. et al.
2009. Relatório final do Projeto Bases Técnico-Científicas e Protocolos
de Beneficiamento Para a Implantação da Cadeia Produtiva de Jacarés e
de Quelônios nas Florestas Alagáveis de Várzea da Amazônia Central -
Edital 016/2006 - CNPq. UFAM, Manaus. 42 p.
Teixeira, W. [et al.] orgs. 2003. Decifrando a terra. São Paulo: Oficina de
textos, 2000. 2° reimpressão.
Vogt, R. C. 2001. Turtles of the rio Negro. Pp. 245-262. In: N. L. Chao,
P. Petry, G. Prang, L. Sonneschien E M. Tlusty (Eds.), Conservation and
management of ornamental fish resources of the rio Negro Basin, Amazonia,
Brazil - Project Piaba. Ed. Universidade do Amazonas, Manaus, AM.
?
438
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
439
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
bro, ele começou a pedir para voltar e o homem de branco falou, já estou
lhe levando de volta, com um simples toque eles surgiram novamente na
praia de Manarian, o homem continuou andando com o Sr. Francisco na
praia e lhe disse, eu quero te mostrar uma coisa, se aproximou de uma
vegetação rasteira, afastou a vegetação e lhe mostrou uma cruz azul, per-
guntando você já sabe quem eu sou? Ele disse o Padre Holandês!, sim, era
o Padre Holandês que tinha morrido afogado alguns anos naquela praia,
logo em seguida Francisco andou em direção a sua canoa e desmaiou, sua
família que estava lhe procurando o dia todo foi encontrar ele no final da
tarde desacordado na canoa, pois pensavam que jacaré tinha o engolido,
pois existem muitos jacarés grandes no local, eles chegam a capturar iaçás
em cima da praia. Depois dessa narrativa, toda nossa equipe ficou um pou-
co assustada e pernoitamos na vila do Manarian, ao invés de ficar de noite
no tabuleiro !"
440
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
441
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
442
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 9
Jânderson Rocha Garcez | Paulo Cesar Machado Andrade |Maria Gercília Mota Soares |
Karen Patrícia Melo Martins |Anndson Brelaz de Oliveira | João Alfredo da Mota
Duarte | Eleyson Barbosa da Silva | Carlos Dias de Almeida Junior |
Wander da Silva Rodrigues | Vanessa Souza Altino
443
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
444
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
445
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 1: Áreas de coleta de quelônios no Médio e Baixo rio Juruá e Médio rio Amazonas.
(Fonte: Google Earth).
446
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
447
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
448
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
449
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
F.O = i.100/ N
Onde:
F.O= Frequência de ocorrência;
i = Número de estômagos em que cada item alimentar foi
identificado;
N = Número de estômagos analisados com alimento.
450
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
n
IAi =Fi * V / (Fi*V), onde:
n=1
Onde:
i= item alimentar;
F= frequência de ocorrência (%) do determinado item;
V= volume (%) de determinado item.
9.3 Resultados
451
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 12: Frequência de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de tracajá (P.
unifilis) no período de cheia e seca no Médio rio Amazonas.
452
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 13: Frequencia de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de tracajá (P.
unifilis) no período de cheia e seca no rio Juruá.
453
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 14: Frequência de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de iaçá (P.
sextuberculata) no período de cheia e seca no rio Juruá.
Figura 15: Frequência de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de Iaçá (P.
sextuberculata) em fêmeas e machos no período de cheia no rio Juruá.
454
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 16: Frequência de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de tartaruga-da-
Amazônia P. expansa no período de cheia e seca no rio Juruá.
9.4 Discussão
455
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 17: Frequência de ocorrência (FO) e Índice alimentar (IAi) da dieta de tartaruga-da-
Amazônia P. expansa em fêmeas e machos no período de cheia no rio Juruá.
456
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
457
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
458
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
459
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
460
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
461
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
462
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 10
Resumo
1
Laboratório de Biologia Celular 2: Morfologia Funcional, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Amazonas – UFAM, Manaus, Amazonas. CEP 69077-000. E-mail: wduncan@ufam.edu.br
2
Bolsistas de PIBIC/Acadêmicos de Ciências Biológicas do Instituto de Ciências Biológicas/UFAM.
3
Laboratório de Animais Silvestres. Coordenador do Projeto Pé-de-Pincha. Faculdade de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Amazonas.
463
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
464
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
465
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
466
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
467
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
468
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
475
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
476
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
outra porção (41,3%) será pela fração LDL. Os ácidos graxos compõem a
outra classe de lipídios importantes no plasma das tartarugas. Os mais
importantes são: ácido merístico (14:0), ácido palmítico (16:0), ácido
palmitoleico (16:1), ácido esteárico (18:0), ácido oléico (18:1), ácido
linoléico (18:2), ácido linolênico (18:3) e ácido araquidônico (20:4). Como
os triglicerídeos são constituídos por um resíduo de glicerol (triálcool) e
três resíduos de ácidos graxos, os resíduos comumente encontrados no TGC
(presente no VLDL plasmático) da tartaruga Chrysemys picta são o ácido
palmítico, ácido oléico e ácido linoléico. Foi observado que os únicos áci-
dos graxos que variam em função do ciclo ovariano são os ácidos palmitoléico
e linoléico. Duggan et al. (2001) explicaram que esta variação pode estar
relacionada à mudança na dieta das fêmeas, uma vez que estes ácidos graxos
são considerados essenciais e não podem ser sintetizados pelo organismo
materno. Infelizmente, essas informações podem não estar disponíveis para
as tartarugas de água doce da bacia Amazônica.
Todos os componentes do ovo são produzidos ao longo do ciclo
ovariano, especialmente durante a vitelogênese. De acordo com Maués
(1976), apud Duarte (1998), proporcionalmente a gema, a clara e a casca
representam respectivamente: 73,4%; 15,4% e 11,2% do ovo da tartaruga.
Para esse autor, os teores de lipídios na gema, clara e no ovo inteiro da
tartaruga foram 18,3 mg/100 g; 0,08 mg/100 g e 7,9 mg/100 g, respec-
tivamente. Suspeita-se que aqui pode ter um erro na unidade apresentada
(miligrama ou invés de grama). Transformando esses valores em percentuais,
a proporção de lipídios será de 0,0183%; 0,0008% e 0,0079% para a gema,
clara e ovo inteiro, respectivamente. Estes valores podem ser considerados
1.000 vezes mais baixos que valores reportados para ovos de aves e répteis.
Segundo Thompson et al. (1999), os lipídios constituem 31,4% da massa
seca do ovo da tartaruga de água doce australiana (Emydura macquarii).
Nessa espécie, os ovos frescos possuem uma concentração de 458 mg de
lipídios. Nos ovos de Chelodyna expansa, os teores de lipídios representam
477
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
478
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
483
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
sentes no vitelo residual foi estimada para cada uma das espécies (ver tabela
2). Para iaçá o conteúdo de energia varia de 11-14 kJ. Para o tracajá de 4-
17 kJ e para a tartaruga de 6-13 kJ. Obviamente, a variabilidade deve-se
principalmente à quantidade de vitelo e teor de lipídeo que ainda restam
para o neonato. Em tese, podemos ainda estimar quanto tempo esta reser-
va de energia é capaz de sustentar as exigências metabólicas do recém
eclodido. Para tanto, faz-se necessário conhecer a demanda metabólica do
animal. A taxa de consumo de oxigênio é uma medida indireta da metabó-
lica do animal. Em termos equivalentes, 1 litro de oxigênio consumido
resulta na produção de 4,8 kcal (ou 20 kJ) de energia. O consumo de
oxigênio (VO2) de um animal é geralmente estimado num respirômetro
com circuito aberto ou fechado, dependendo dos objetivos do experimen-
to. A taxa metabólica basal (TMB) é estimada quando o animal encontra-
se no período pós-absortivo, durante o período de repouso e em condições
padronizada de temperatura e pressão atmosférica. O valor da TMB tem
contribuído significativamente para a compreensão dos processos energéticos
de um animal. Em vertebrados, a taxa metabólica varia em função da mas-
sa corpórea (com expoente variando de 0,67 a 0,75), sexo, aspectos
filogenéticos, temperatura corpórea e com a dieta do animal.
Infelizmente, não existem dados sobre a taxa metabólica (consu-
mo de oxigênio) para as espécies de quelônios amazônicos. Em recém
eclodidos de Chelydra serpentina, a taxa metabólica varia em função da
temperatura ambiental (Steyemark & Spotila, 2000). Litzgus et al. (2003)
analisaram a taxa de consumo de oxigênio em Kinosternon subrubrum. Os
valores de VO2 foram 0,0127 e 0,0557 ml O2/g/h, para as tartarugas
aclimatadas em 20 e 30 ºC, respectivamente. Se transformarmos os valores
de VO2 em equivalente de energia/dia, animais mantidos a 20 ºC produ-
zem 6,096x10-3 kJ/g (~1,463x10-3 kcal/g), enquanto aqueles mantidos a
30 ºC produzem 26,736x10-3 kJ/g (~6,417x10-3 kcal/g). Se assumirmos
um valor semelhante de VO2 a temperatura de 30 ºC para as espécies de
484
Tabela 2- Peso dos animais, do vitelo residual, percentual de vitelo residual, concentração de lipídios totais no vitelo,
teores de triglicerídeos (TGC) e estimativa (*) do conteúdo total de energia em kJ presente no vitelo residual, da taxa
metabólica diária (baseada nos dados de Litzgus et al., 2003 para Kinosternon subrubrum) e da expectativa de duração
do vitelo em dias.
485
dia) e 0,394 kJ/dia (0,096 kcal/dia), respectivamente.
tartaruga de 15 g teriam demandas metabólicas (estimadas pelas suas taxas
metabólicas) de 0,267 kJ/dia (0,064 kcal/dia), 0,24 kJ/dia (0,057 kcal/
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
486
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
487
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
488
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
489
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
oposto foi encontrado por Packard & Packard (2001) para Chrysemys picta.
Outra informação importante observada por Ferreira Junior et al. (2003)
corrobora nossas evidências já discutidas anteriormente. Os tracajás recém
eclodidos de uma mesma ninhada e de ninhadas diferentes apresentam uma
grande variabilidade em termos de peso e comprimento da carapaça. Isso
mostra uma forte influência materna ao suprir o vitelo com material nutriti-
vo. Neste caso, pode-se assumir que a variabilidade observada no ninho do
tracajá deve-se à ação sinérgica de componentes ambientais e biológicos.
Se assumirmos que ovos grandes contêm grandes reservas de vitelo
(elevados teores de lipídios e proteínas), então esses aspectos podem con-
tribuir com o crescimento do embrião (PACKARD & PACKARD, 2001).
Porém, embriões maiores mobilizam mais componentes de suas reservas
vitelínicas. Consequentemente, a proporção de vitelo (índice
vitelossomático, IVS em %) tende a ser menor ao nascer. Os dados de IVS
de diferentes espécies, ninhos, tabuleiros e entre os anos de coleta (Fig-8)
corroboram as hipóteses já citadas anteriormente. A variabilidade na quan-
tidade de vitelo também ocorre nos animais mantidos em cativeiro (Fig-
9). Nos ninhos onde as tartarugas e tracajás nascem com mais vitelo pode
ser um reflexo da idade dos animais após a eclosão/emergência, bem como
do suprimento de material nutritivo alocado pela fêmea durante a
vitelogênese. Em geral, os recém eclodidos mais jovens possuem mais vitelo
que os maiores. Nos animais maiores, os baixos valores de IVS devem-se ao
rápido consumo do vitelo durante o período neonatal e a quantidade do
mesmo também pode estar associado ao suprimento materno. Em termos
energéticos esse aspecto é interessante para se compreender os modelos
sobre dinâmica reprodutiva das populações de quelônios na natureza. Se o
consumo de energia para o desenvolvimento do embrião for conhecido e
seu modelo for constante numa população esta informação poderá ajudar a
compreender a dinâmica, o fluxo e os mecanismos de controle da energia
alocada para a reprodução numa dada espécie. Para Chelodyna expansa, a
composição do ovo (teores de proteína, lipídios, água e sais minerais) de
490
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 8: Índice vitelossomático (IVS, vitelo %) e peso do recém eclodidos de tracajá e iaçá
provenientes do tabuleiro de Granja Ceres (município de Barreirinha, em 2010) e tartaruga-
da-amazônia do município de Carauari (médio Juruá, em 2011). Observe a variabilidade
entre ninhos, o qual pode ser o resultado de diferentes taxas de consumo do vitelo, idade e de
suprimento materno.
491
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
492
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
493
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 10: Taxa de consumo do vitelo residual (A) e perda de peso (B) ao longo do período
de 60 dias para as três espécies de quelônios amazônicos (iaçá, tracajá e tartaruga).
494
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
495
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
496
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
497
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
498
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
499
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
500
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
501
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
502
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
503
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
504
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
SURAI, P.F. & SPEAKE, B.K. 1998. Distribuition of carotenoids from the
yolk to the tissues of developing embryo. J. Nutr. Biochem. (9):645-651.
TERAN, A.F.; R.C. VOGT & M.F.S. GOMEZ. 1995. Food Habits fof
a Assemblage of Five Species of Turttles in the Rio Guaporé, Rondônia,
Brasil. Jornal of Herpetology, Columbus, 29 (4): 536-547.
505
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
506
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 11
Paulo Cesar Machado Andrade | Cléo Carvalho Ohana | Alfredo Luiz Belém Pontes |
Anndson Brelaz de Oliveira | Hugo Ricardo Bezerra Alves | Midian Salgado Monteiro |
Carlos Dias de Almeida Júnior | Nayelen Soares de Oliveira | Thiago Luiz Ferreira de
Anízio | Wander da Silva Rodrigues | Hellen Christina Medeiros de Souza | Sandra
Helena da Silva Azevedo | Paulo Henrique Guimarães de Oliveira | Alex Gonzaga Leão |
Jocimar Desidere Seixas | Carlos Alberto Pereira Pontes | Paulo André dos Santos Barros
| Cesar Pontes Neto | Claudenilson da Silva de Souza | Adelvane Cordeiro Alvarenga |
Karla Eduarda Marques Dantas
507
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
508
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
509
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
11.1 Metodologia
510
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 1: Marcação de filhote de tracajá (P. unifilis) com picos nas escamas da carapaça em
Parintins.
Figura 2: Marcação de filhote de tracajá (P. unifilis) com microchips em Barreirinha. Fotos:
Provárzea (2007).
511
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 3: Equipe marcando e medindo filhotes de tracajás (P. unifilis) e ensinando os jovens
cientistas em Barreinha. Fotos: Provárzea (2007).
512
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
513
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
514
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
515
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
516
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
519
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
520
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 10: Regressão quadrática entre peso (g) e idade estimada (meses) de
filhotes de tracajás (P. unifilis) capturados no Piraí, Barreirinha.
521
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
522
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
523
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
naquela região com o pico do período seco, quando esses filhotes, muitas
vezes ficam isolados em pequenos lagos muito rasos e sofrem restrição ali-
mentar, ou mesmo, se enterram na lama e estivam até o início da enchente.
Depois as curvas de crescimento em peso tendem a se igualar entre os três
tipos de animais, já que todos estão em vida livre.
O Ganho Diário em Peso (GDP em g/dia) dos filhotes de tracajás
recapturados foi estimado de duas formas. A primeira para os animais
microchipados, quando tínhamos o peso inicial exato que era comparado
com o peso na recaptura e dividido pelo número de dias entre a data inicial
e a data de recaptura. A segunda forma, foi utilizada para os filhotes que
foram marcados só com o pico na carapaça. Neste caso como não tínhamos
como individualizar o peso de cada animal, utilizou-se como peso inicial a
média do peso do grupo de filhotes marcados. Esse valor era reduzido do
peso do filhote marcado recapturado e dividido pelo número de meses
entre a soltura e a recaptura vezes 30 dias. A tabela 5 apresenta os valores
médios de GDP encontrados para os filhotes de tracajás em vida livre du-
rante 24 meses.
524
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
527
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
528
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
529
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
x (meses) nx nx (ajustado) ix dx qx Lx Tx ex
0 3205 3205 1 118 0,0368 3146 4813 1,50
3 3087 3087 0,9632 3084 0,9990 1545 1667 0,54
4 3 3 0,0009 0 0,0000 6 122 40,67
5 9 9 0,0028 7 0,7778 5,5 116 12,89
6 2 2 0,0006 0 0,0000 13,5 110,5 55,25
7 25 25 0,0078 2 0,0800 24 97 3,88
8 23 23 0,0072 17 0,7391 14,5 73 3,17
9 6 6 0,0019 0 0,0000 13,5 58,5 9,75
10 21 21 0,0066 11 0,5238 15,5 45 2,14
11 10 10 0,0031 3 0,3000 8,5 29,5 2,95
12 7 7 0,0022 5 0,7143 4,5 21 3,00
13 2 2 0,0006 0,5 0,2500 1,75 16,5 8,25
14 0 1,5 0,0005 0 0,0000 1,5 14,75 9,83
15 0 1,5 0,0005 0 0,0000 1,5 13,25 8,83
16 0 1,5 0,0005 0 0,0000 1,5 11,75 7,83
17 0 1,5 0,0005 0 0,0000 1,5 10,25 6,83
18 0 1,5 0,0005 0,5 0,3333 1,25 8,75 5,83
19 1 1 0,0003 0 0,0000 1 7,5 7,50
20 0 1 0,0003 0 0,0000 1 6,5 6,50
21 0 1 0,0003 0 0,0000 1 5,5 5,50
22 1 1 0,0003 0 0,0000 2 4,5 4,50
23 3 3 0,0009 2 0,6667 2 2,5 0,83
24 1 1 0,0003 1 1,0000 0,5 0,5 0,50
Onde:
X: Intervalo de Idade em meses; nx: Número observado de animais com classe de idade
distintas (em meses); ix: Taxa de Sobrevivência (em porcentagem); dx: Número de mortes
durante o intervalo de idade de X à x-1; qx: Taxa de Mortalidade; ex: Esperança média de
vida; Lx: número médio de indivíduos vivos num intervalo de idade.
530
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
x (meses) nx nx (ajustado) ix dx qx Lx Tx ex
0 5007 5007 1 827 0,165 4593,5 7255,56 1,45
3 4180 4180 0,8348 4110 0,983 2125 2662,06 0,64
4 70 70 0,0140 57 0,814 41,5 537,06 7,67
5 13 13 0,0026 0 0 13,5 495,56 38,12
6 14 14 0,0028 0 0 14,5 482,06 34,43
7 15 15 0,0030 0 0 73 467,56 31,17
8 131 131 0,0262 75 0,573 93,5 394,56 3,01
9 56 56 0,0112 32 0,571 40 301,06 5,38
10 24 24 0,0048 0 0 32 261,06 10,88
11 40 40 0,0080 7,5 0,188 36,25 229,06 5,73
12 0 32,5 0,0065 3,75 0,115 30,63 192,81 5,93
13 0 28,75 0,0057 1,87 0,065 27,81 162,19 5,64
14 0 26,88 0,0054 0,94 0,035 26,41 134,38 5
15 0 25,94 0,0052 0,94 0,036 25,47 107,97 4,16
16 25 25 0,0050 23 0,92 13,5 82,5 3,3
17 2 2 0,0004 0 0 3 69 34,5
18 4 4 0,0008 0 0 6,5 66 16,5
19 9 9 0,0018 0 0 15 59,5 6,61
20 21 21 0,0042 9 0,429 16,5 44,5 2,12
21 12 12 0,0024 9 0,75 7,5 28 2,33
22 3 3 0,0006 0 0 7 20,5 6,83
23 11 11 0,0022 3 0,273 9,5 13,5 1,23
24 8 8 0,0016 8 1 4 4 0,5
Onde: X: Intervalo de Idade em meses; nx: Número observado de animais com classe de
idade distintas (em meses); ix: Taxa de Sobrevivência (em porcentagem); dx: Número de
mortes durante o intervalo de idade de X à x-1; qx: Taxa de Mortalidade; ex: Esperança
média de vida; Lx: número médio de indivíduos vivos num intervalo de idade.
531
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
532
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
todo trabalho de proteção realizado, cada 1.000 filhotes soltos pelas co-
munidades estima-se que apenas 136 passem dos 24 meses de idade sendo
recrutados para fase juvenil. A expectativa ou esperança média de vida dos
filhotes que passariam para a fase juvenil foi estimada em 187,81±76,23
meses, ou seja, 15,6 anos.
Essa grande perda de indivíduos nas primeiras fases de vida, está asso-
ciada a uma taxa de mortalidade muito grande nos primeiros meses, sendo que
este fato pode estar relacionado a maior fragilidade dos filhotes neste período,
quando são menores, possuem o casco mole e odor característico de ovo, que
atrai diversos predadores de diferentes grupos faunísticos (peixes, aves, répteis,
mamíferos e insetos – formigas, paquinhas, moscas, etc.).
Outro fator que poderia estar associado a perda de indivíduos na
fase de filhotes seria a migração ou movimentação dos animais para outras
áreas. Contudo, foi observado que, a maioria das recapturas ocorreu com
tracajás na faixa de idade entre 4 e 12 meses (76,1%). A tabela 9 apresenta
o número de filhotes de tracajás capturados por faixa de idade. Verificou-
se também que, a cada 12 meses ou a cada ciclo anual, aparecem novos
surtos de filhotes com um a dois meses entre os animais capturados, nor-
malmente nos meses de novembro e dezembro, o que significa a entrada
de novos indivíduos na população.
533
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
534
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
537
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Brower, J; Zar, J.; Ende, C. 1989. Field and Laboratory Methods for General
Ecology.Wm.C.Brown Pub. p.112-145.
Fabens, A. J. 1965. Properties and fitting the von Bertallanfy growth cur-
ve. Growth Vol.29. p.265-289.
Fordham, D.A.; Georges, A.; Brook, B.W. 2007. Indigenous harvest, exotic
pig predation and local persistence of a long-lived vertebrate: managing a
tropical freshwater turtle for sustainability and conservation. Handling
Editor: Philip Stephens DOI:10.1111/j.1365-2664.2007.01414.
Frazer, N.B.; Gibbons,J.W.; Greene,J.L. 1990. Life tables of a slider turtle
population. In: Gibbons, J.W. Life History and Ecology of the Slider Turtle.
The Smithsonian Institute, USA.p.183-200.
IBAMA. 2003. Manejo de Fauna Silvestre. Série: A Reserva Extrativista
que Conquistamos.IBAMA, Brasília.Vol.5. 112 p.
538
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
539
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
540
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 12
1
Monografia de conclusão do curso de engenharia de pesca - UFAM.
541
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 1: Praias de nidificação de quelônios; jacaré (Caiman crocodilus) morto na lama seca;
e lago de várzea seco em Terra Santa durante as grandes secas de 2005 e 2010.
542
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
543
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
544
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
545
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
12.1.3 Metodologia
546
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
populações de quelônios por cada praia foram agrupados também por calha
de rio: Piraruacá - rio Trombetas e rio Nhamundá; Piraí, e Granja - rio
Andirá. Primeiro, foi feita uma análise gráfica do comportamento anual
das variáveis climáticas e biológicas analisadas, sendo a análise direcionada
para o período reprodutivo dos quelônios, ou seja, de julho a dezembro.
Constatado um padrão similar entre os gráficos dos diferentes anos, foram
confeccionados gráficos com as variáveis ao longo dos 10 anos de estudo
(série temporal – 1999 a 2009). Se o padrão observado se mantinha, então
era feita a análise de correlação de Pearson e de Spearman entre todas as
variações observadas (climáticas e biológicas). Onde ocorreu correlação
significativa, aplicamos modelos de regressão (linear, quadrática, etc.), para
verificarmos se existe alguma relação matemática entre as variáveis e qual
modelo explicaria as variações existentes.
547
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
548
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
forma mais ou menos uniforme, sendo possível notar em toda série temporal
que ocorrem sempre três picos de desova bem definidos, e que os maiores
picos, sempre estão associados ao aumento das chuvas na região. Observou-
se que os animais desovaram no meio da seca como era esperado, entretanto,
essa desova não segue um padrão normal em sua curva de distribuição,
apresentando um padrão bimodal para tracajás (Figura 9). Existem dois
ou mais picos de desova, sendo que o primeiro ocorre no meio da curva
decrescente do nível d’água (final de setembro) e o segundo já no nível
mais baixo de água (na primeira quinzena de outubro) na região do médio
Amazonas. Este padrão reflete exatamente o potencial de dupla desova
para o tracajá e para o iaçá em um mesmo ano. Para tartarugas o padrão de
nidificação apresentou apenas um pico de desova, sugerindo uma única
postura (Figura 10).
553
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
554
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
555
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
556
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
557
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
558
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
559
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 13: Variação na pluviosidade total (mm) na região do Médio Amazonas de 1999
a 2009. Fonte: CPRM
560
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 14: Pluviosidade mensal total (mm) e número de dias com chuva no
mês de novembro durante o período de 1999 a 2009 no Médio Amazonas.
561
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
562
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
563
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
564
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
565
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Figura 19: Filhotes recém-eclodidos de tracajás (P. uniflis) predados por formigas durante a
eclosão no final da seca de 2010. Foto: Paulo Andrade.
566
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
567
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
568
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
571
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
FERRI, V. 2002. Turtles & Tortoises: A Firefly Guide. Firefly Books. 256p.
GARCEZ, J.R. 2009. Análise dos parâmetros reprodutivos da tartaruga-da-
Amazônia (Podocnemis expansa) e tracajá (Podocnemis unifilis) em cativeiro.
Monografia de conclusão do curso de Engenharia de Pesca. UFAM.
Manaus. 62 p.
572
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
VOGT, R.C. & Villela. 1986. Determinación del sexo en tortugas por la
temperatura de incubación de huevos. Ciencia. Número 37. p. 21-32.
573
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
574
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
PARTE 4
Genética de Quelônios
575
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
576
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 13
Maria das Neves Silva Viana | Camila Paiva Vieira | Ana Maria Vieira de Souza Vital |
Izeni P. Farias | Paulo C. M. Andrade | Richard C. Vogt |
Paulo Henrique Guimarães de Oliveira | Sandra Helena Azevedo |
Thiago Luiz Ferreira Anízio | Midian Salgado | Janderson Rocha Garcez |
Marcos do Prado Sotero | Rodrigo Rener dos Santos Martins |
Monyka Marianna M. L. Hoshiba
13.1 Introdução
577
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
578
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
579
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
580
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
581
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
582
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
13.5 Amostragem
583
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
584
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
585
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
586
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
587
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
588
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Terra
Locais Sapucuá Jarauacá Parintins Barreirinha Trombetas Santarém
Santa
Terra Santa – 12.6353 0.7810 4.6477 1.0561 0.6393 282.955
Sapucuá 0.0395 – 0.8834 2.1292 0.8558 0.5969 6.416
Jarauacá 0.6401** 0.5659** – 0.91567 1.0370 3.1956 1.616
Parintins 0.1075 0.2348 0.5460** – 1.5274 0.8648 88.199
Barreirinha 0.4734** 0.5841** 0.4821** 0.3273** – 0.7108 3.512
Trombetas 0.7820** 0.8375** 0.1564** 0.5781** 0.0056** – 1.226
Santarém 0.0017 0.0779 0.3093** 0.0056 0.1423 0.4076** –
NOTA: ** Nível de significância P < 0,001.
589
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
590
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Conclusão
591
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
592
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
593
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
594
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 14
Maria das Neves da Silva Viana | Marcos do Prado Sotero | Hellen Christina Medeiros
de Souza | Ana Maria Vieira de Souza Vital | Izeni Pires Farias |
Paulo Cesar Machado Andrade | Eleyson Barboza | Karen Patrícia Martins |
Carlos Dias de Almeida Jr.
595
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
596
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
597
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
598
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
601
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
602
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
603
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
604
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
605
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
606
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
607
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
608
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
609
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Escalona, T., Engstrom, T. N., Hernandez, O. E., Bock, B. C., Vogt, R. C.,
Valenzuela, N. 2009. Population genetics of the endangered South
American freshwater turtle, Podocnemis uni lis, inferred from microsatellite
DNA data. Conservation Genetics, 10, 1683-1696. doi: 10.1007/s10592-
008-9746-3. 2009.
610
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
611
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
612
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
613
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
614
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 15
15.1 Introdução
615
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
616
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
617
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
618
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
619
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
620
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
621
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
622
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
623
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
624
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
625
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
626
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
627
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
628
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
629
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
630
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
631
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
A análise dos alelos observados para cada loco, são realizadas utili-
zando o programa GeneMapper v.4.0, a fim de que seja identificado o
genótipo de cada loco para os indivíduos amostrados. Em seguida, é
construída uma matriz com as informações dos genótipos dos indivíduos
para que sejam feitas as análises estatísticas para os indivíduos amostrados.
A seguir serão descritos os resultados obtidos para cada uma das
espécies estudadas.
Utilizando oito locos microssatélites Fantin et al. (2008) investi-
garam o sistema de acasalamento em P. unifilis. Amostras de DNA foram
coletadas de 66 filhotes, de seis ninhos em uma praia da Amazônia central
de Barreirinha, Amazonas, Brasil. Os autores reportam que as fêmeas de P.
unifilis exibiram um sistema de acasalamento promíscuo (poliandria) com
todos os ninhos mostrando a contribuição de pelo menos dois machos.
Os autores reportam que apesar de afirmar poliandria em P. unifilis,
com uma contribuição mínima de dois machos, não é possível descartar a
hipótese de que há um maior número de machos fertilizando os ovos das
fêmeas. Eles consideram que, dentro da população estudada, existe a pos-
sibilidade de machos individuais possuírem os mesmos genótipos e, por-
tanto, não terem sidos geneticamente distintos.
Os resultados deste estudo forneceram um ponto de partida para a
compreensão da biologia reprodutiva de P. unifilis. Até este estudo, havia
uma escassez sobre o sistema de acasalamento de P. unifilis. Tais dados são
fundamentais para a elaboração de uma melhor gestão de planos de con-
servação para esta espécie.
Com o objetivo de esclarecer qual o sistema de cruzamento em P.
sextuberculata, Fantin (2008) estimou o grau de polimorfismo de
microssatélites de DNA em uma amostra de 80 filhotes recém eclodidos de
sete ninhos de P. sextuberculata provenientes do rio Amazonas, Município
de Barreirinha-AM. Através da frequência e variação alélica em seis locos de
microssatélites de DNA determinou-se a ocorrência de paternidade múlti-
pla em todos os ninhos amostrados desta espécie. Para um ninho atribuiu-se
632
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
633
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
634
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
635
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
636
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
637
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
638
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
BUMP, G.; BUMP, J. W. A study of the Spotted Tinamous and the Pale
Spotted Tinamous of Argentina. Spec. Scient. Rep. U. S. Fish Wildl. Serv.,
v. 120, pp. 1-160, 1969.
639
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
640
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
641
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
642
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
643
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
644
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
645
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
646
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
647
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
648
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
649
PARTE 5
Incentivos Institucionais, sustentabilidade e geração
de renda na conservação comunitária de quelônios
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
652
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 16
Anndson Brelaz de Oliveira | Paulo Cesar Machado Andrade | Hugo Ricardo Bezerra
Alves | Janderson Rocha Garcez | Midian Salgado | Carlos Roberto Viana Pinto |
Nayellen Soares | Sandra Helena Azevedo | Wander da Silva Rodrigues
653
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
654
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
655
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
656
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
estimou que e animais que foram soltos com um ano de idade, pesando
358.30 g e medindo 90.2 mm de comprimento de carapaça, chegavam aos
quatro anos com peso vivo de 4 kg.
Alves (2005) observou que tracajás criados em gaiolas apresenta-
ram desempenho no crescimento da carapaça superior aos animais criados
nas outras instalações (tanque-rede e tanque fibrocimento). O ganho diá-
rio de peso dos animais acondicionados em gaiolas foi de 0,49±0,20 g/dia,
superior ao ganho diário de peso do tanque-rede que foi de 0,38g/dia e do
tanque-fibrocimento de 0,18g/dia.
Andrade et al. (2006) encontraram que em tracajás criados em
Barreirinha e Parintins por comunidades, o GDP em tanque-rede (0,41g/
dia) foi superior ao GDP tanque/fibra=0,18g/dia. P. unifilis, em tanques-
rede apresentam, aos 16 meses, comprimento superior aos dos tanques de
fibra (99,7±6,1 mm vs. 70,4±10,1 mm), e inferior aos do tanque escavado
ou lagos (181,42±17,6 mm).
É de muita importância à criação comunitária de quelônios, pois
além de ser uma das principais fontes de proteína, pode ser também, uma
forma dos comunitários obterem renda. Como os comunitários ribeirinhos
não podem manter um sistema de criação intensiva (com grandes tanques
escavados), estamos testando desde 2004 um novo sistema de criações como
tanques-rede, visando baratear a atividade e mantendo as boas condições
zootécnicas da espécie cultivada.
Em 2005, Rodrigues & Andrade, realizaram experimento com
criações comunitárias no qual foram alojados em cativeiro no médio Ama-
zonas, cerca de 1291 filhotes de quelônios da safra de 2004, e 1014 ani-
mais da safra de 2005, os animais ficaram confinados em tanques-rede,
tanques de fibra de 1,76m³ e em tanque escavado de 1350m². Nesse perí-
odo foram realizadas nove biometrias de 891 quelônios em cativeiro. Os
resultados de Ganho Diário de Peso (GDP) em tanque-rede foram de
657
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
16.1 Metodologia
658
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
659
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
660
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
661
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
662
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
663
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Tabela 1: Comunidade, tipo de ambiente hídrico, espécies cultivadas, quantidade de animais, peso médio final, biomassa total
no tanque-rede, percentual de animais em peso de venda, biomassa para venda e densidade de estocagem de quelônios em
tanques-rede.
664
* - Densidade de estocagem inicial: (A) até 20 animais/m3; (B) até 45 animais/m3; (C) acima de 50 animais/m3.
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
665
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
666
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 11: Distribuição do crescimento em peso de iaçá safra 2004/05 (P. sextuberculata).
667
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
668
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 12: Ganho diário de peso de tracajá da safra 2006/07 (Podocnemis unifilis)
em diferentes sistemas hídricos.
669
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Tipo de água Peso Final (g) Ganho Diário Ração Consumida Conversão
em Peso (g/dia) (g/dia) Alimentar
Lote 2006/2007 - Tartarugas com 10 meses de idade
Branca 115,1±45,4 0,30 3,61 11,9:1
Preta 70,6±28,2 0,15 2,45 16:1
Lote 2005/2006 - Tartarugas com 22 meses de idade
Clara 525,6±25 0,79 2,75 3,5:1
Branca 820±10 1,69 4,21 2,5:1
Preta 677,8±42,8 1,01 3,53 3,5:1
Lote 2004/2005 - Tartarugas com 36 meses de idade
Clara 2492,5±673,9 3,73 13,61 3,6:1
Branca 1144,9±397,6 1,71 6,05 3,5:1
Preta 1056,2±197,7 1,58 6,78 4,3:1
670
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
671
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Tipo de água Peso Final (g) Ganho diário Ração consumida Conversão
em Peso (g/dia) (g/dia) alimentar
Lote 2006/2007 - Iaçás com 10 meses de idade
Branca 118,7±1 0,4 3,3 9,0:1
Clara 119,8±5 0,4 3,3 9,0:1
Lote 2005/2005 - Iaçás com 22 meses
Branca 142,4±35,1 0,3 1,0 3,8:1
Clara 186,4±46,4 0,2 0,8 3,8:1
Lote 2004/2005 - Iaçás com 36 meses
Branca 306,8±20 0,3 1,9 5,5:1
Clara 266,3±80 0,4 1,4 4,0:1
672
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
673
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
674
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
675
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
cação química enviada por outro animal, como nos alevinos). À medida
que a densidade foi aumentada para 25 animais/m2, houve um aumento
no GDP, 0,94 g/dia, todavia, quando se chega à densidade mais alta (37
animais/m2) o GDP cai para 0,85 g/dia, ressaltando o efeito da competi-
ção, acúmulo de dejetos e estresse sobre esses animais.
Andrade et al. (2001), criando tracajás (P. unifilis) em gaiolas nos
lagos de várzea do Macuricanã, Nhamundá/AM, em uma densidade de
22 animais/m2, obtiveram um ganho de peso de 3,8 g/dia nos três primei-
ros meses de vida.
Figura 17: Tracajás (P. unifilis) infestados por sanguessuga na comunidade do Chuedá – Terra
Santa/PA (2007).
676
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Figura 18: Tracajá (P. unifilis) predado por aracú (Leporinus fasciatus). Foto programa Pé-
de-Pincha.Figura 19: Tracajá (Podocnemis unifilis) predado por piranha (Serrasalmus sp).
677
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
678
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
679
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
680
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
683
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
684
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
685
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
686
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 17
Introdução
1
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável da
Universidade Federal do Pará e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Amazônia Oriental, como
requisito para obtenção do título de Mestre
687
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
2
Definidas como "o conjunto de regras utilizadas por um grupo de indivíduos para organizar atividades repetitivas
que produzem resultados que afetam aqueles indivíduos e potencialmente outros" (Ostrom apud Berkes e Folke,
1998).
688
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
3
Ação de administrar.
689
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
690
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Normas de Apropriação
Regras de acesso Ausente Presente
Flexível ou de acesso livre Tipo I Tipo IV
Restrito aos membros autorizados Tipo II Tipo III
691
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
692
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
693
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
4
É a ótica sob as quais as pessoas são educadas nas escolas e Universidades e as agências governamentais definem
políticas de manejo de recursos naturais tais como, a pesca, agricultura, florestas e recursos hídricos enquanto
que modernismo é em outras coisas no conceito de Pereira (2000), a perspectiva dominante no campo do manejo
de recursos naturais.
694
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
695
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
696
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
5
Termo que remete à Fiscalização que é o ato de verificar "in loco" o cumprimento do que foi licenciado e da
legislação ambiental. Já o licenciamento neste contexto, é o ato de autorizar o desenvolvimento de atividades
econômicas, potencialmente impactantes ao meio ambiente.
697
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
698
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
699
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
6
Implementado durante a Reunião da Cúpula dos países-membros do Grupo dos Sete, realizada em Houston, no
Texas, em julho de 1990.
7
Acompanhar, documentar sistematicamente as mudanças físico-biótica e socioeconômicas a partir de registros "in
loco" e de outras fontes (retroativamente, atual e futuro).
700
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
8
Decreto N.º 99.540, de 21/9/90, alterado pelo Decreto N.º 707, de 22/12/92.
701
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
702
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
703
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
704
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
705
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
17.3 Metodologia
706
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
17.3.2 Hipóteses
707
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
708
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
709
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
710
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
711
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
712
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
713
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
714
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
715
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
716
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
717
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
718
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
17.4.1 Hipótese A
719
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
720
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
721
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
722
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
17.4.2. Hipótese B
723
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
724
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Índice médio
Local M DP CV Pé-de-pincha Média
Chuedá 1.29 0.49 2.63 não
São Francisco 2.13 1.36 1.56 não
Bca Piraruacá 1.60 0.63 2.53 não
Cab Cláudios 1.63 1.15 1.42 não 1.66
Xiacá 0.80 0.84 0.96 sim
Jauaruna 2.17 0.99 2.20 sim
Itaubal 1.92 1.00 1.92 sim
Conceição 1.58 0.58 2.71 sim
Alema 2.17 0.92 2.35 sim
Capote 1.71 0.83 2.08 sim 1.72
M = média; DP = desvio padrão; CV = coeficiente de variância.
725
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Local Nº Famílias
R$ / ano Média mensal Pé-de-pincha Média
Entrevistadas
Chuedá 18 0.00 0.00 Não
São Francisco 14 113.75 8.13 Não
Bca Piraruacá 24 1150.00 47.92 Não
Cab Cláudios 18 60.00 3.33 Não 14.84
Xiacá 12 0.00 0.00 Sim
Jauaruna 15 218.33 14.56 Sim
Itaubal 7 139.41 19.92 Sim
Conceição 16 104.17 6.51 Sim
Alema 16 6.67 0.42 Sim
Capote 5 0.00 0.00 Sim 6.90
726
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
17.4.3 Hipótese C
Renda Média
R$ / ano / R$ / Nº famílias
Local Pé-de-pincha Média
local família entrevistadas
Chuedá 604.5 33.58 18 não
São Francisco 1082.22 77.30 14 não
Bca Piraruacá 20.00 0.83 24 não
Cab Cláudios 1331.25 73.96 18 não 46.42
Xiacá 1080.00 90.00 12 sim
727
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Renda Média
R$ / ano / R$ / Nº famílias
Local Pé-de-pincha Média
local família entrevistadas
Jauaruna 453.33 30.2 15 sim
Itaubal 873.60 124.8 7 sim
Conceição 0.00 0.00 16 sim
Alema 1264.13 19.00 16 sim
Capote 1626.32 325.26 5 sim 97.71
728
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
729
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
730
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Normas de
Regras apropriação
Época Pé-de-
Local de Tipo Área
Esf Tec captura pincha
acesso Cap Cap
Chuedá 1 1 1 III Sazonal não Terra-firme
Cab. Cláudios 1 0 0 - - não Terra-firme
Bca Pirauacá 1 1 1 III Sazonal não Várzea
São Francisco 2 2 0 I Sazonal não Várzea
Jauaruna 1 1 1 III Anual sim Terra-firme
Capote 1 1 1 III Sazonal sim Terra-firme
Alemã 2 1 1 IV Sazonal sim Terra-firme
Itaubal 1 1 1 III Sazonal sim Terra-firme
Conceição 2 2 1 IV Sazonal sim Várzea
Xiacá 1 1 1 III Sazonal sim Várzea
731
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Chuedá 1 1 0 0 0 não
Cab. Cláudios 0 0 0 0 0 não
Bca Pirauacá 0 0 0 1 1 não
São Francisco 1 0 0 1 0 não
Jauaruna 1 1 1 0 1 sim
Capote 1 1 1 0 1 sim
Alemã 1 0 1 0 1 sim
Itaubal 1 1 0 0 1 sim
Conceição 0 0 1 0 1 sim
Xiacá 1 0 0 0 1 sim
732
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
733
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
734
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Conclusão
735
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
Referências
736
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
737
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
738
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
739
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
OLSON, M. The Logic of Collective Action: Public goods and the theory
of groups. (Harvard Economic Studies 124). Harvard University Press,
Cambridge, MA, 1965.
740
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
741
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
742
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Capítulo 18
1
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal do Paraná, apresentado como
requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia
743
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
2
IBDF: Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.
3
Lei de Proteção à Fauna No 5.197 – Artigo 1.º – Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus
ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedades do Estado, sendo proibido a sua utilização, perseguição,
destruição, caça ou apanha.
744
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
4
UFAM: Universidade Federal do Amazonas.
5
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
745
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
18.1 Metodologia
746
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
747
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
748
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
18.2 Resultados
749
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
750
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
751
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
752
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
munidade possui luz elétrica, água encanada e uma parte de estrada asfal-
tada. Ocorrem diversos comércios, bares e restaurantes.
A comunidade possui uma igreja católica a qual 92% dos 25 en-
trevistados declararam freqüentar e uma escola municipal com ensino fun-
damental até o 5oano. Há uma associação de moradores (ASASE-5), da
qual participam 23% dos entrevistados. No ano 2.000, o Projeto começou
a trabalhar no município de Parintins, a pedido dos moradores das comu-
nidades. Nesta época foi escolhido um coordenador para a comunidade
Parananema, permanecendo o mesmo até o ano de 2009.
753
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
754
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
2
Figura 4: Visita das escolas à “chocadeira”do Parananema, Parintins, 2002.
Foto: Oliveira, P.H.G.
755
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
756
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
18.3 Discussão
757
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
758
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
759
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
760
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Conclusão
761
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
tem dois principais pontos responsáveis pelo sucesso do projeto nas comu-
nidades, primeiramente, a união e organização dos participantes, que é de
suma importância para alcançar resultados relevantes ao manejo reprodutivo
dos quelônios, pois desta forma, muitos problemas e dificuldades podem
ser resolvidos diretamente pela comunidade, que adquiri maior autonomia
no trabalho. Em segundo lugar, a atuação da coordenação do projeto pos-
sui significativa relevância para o sucesso das comunidades, pois se não
tiver uma equipe entrosada e com estratégias eficazes para conduzir o tra-
balho o restante da comunidade fica perdido e não consegue obter a con-
fiança no manejo proposto pelo projeto. As principais características que a
coordenação devem possuir são a confiança dos participantes, o carisma
para sensibilizar as pessoas a participarem do manejo, a organização para
dar conta de todas as atividades, e por fim, responsabilidade e atenção a
fim de ter ciência de tudo que acontece na comunidade e poder resolver os
problemas já no início antes que as conseqüências sejam maiores.
Um dos entraves para o desenvolvimento do projeto consiste na
impossibilidade da implantação de criações comunitárias comerciais nas
comunidades, devido às leis de criação de fauna silvestre não serem apro-
priadas às comunidades ribeirinhas. Acredita-se que, se fosse possível rea-
lizar um manejo comunitário dos quelônios onde os participantes pudes-
sem utilizar uma parte da produção para geração de renda, o interesse em
aderir às idéias do projeto seria bem maior nas comunidades, pois não
prejudicaria a forma de sobreviver do ribeirinho e a predação diminuiria,
beneficiando as comunidades quanto ao aumento na população de quelônios
nos rios e lagos.
Outros limites verificados foram a falta de sensibilização ambiental
das pessoas e a deficiência na fiscalização por parte dos órgãos públicos,
que prejudicam o desenvolvimento do trabalho nas comunidades, não pos-
sibilitando manter as populações naturais para garantir o consumo das
espécies de quelônios aos ribeirinhos
762
Manejo Comunitário de Quelônios no Médio Amazonas e Juruá – PROJETO PÉ-DE-PINCHA
Referências
763
Paulo César Machado Andrade (Organizador)
764