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e os contextos de
emergências e
desastres
TERRASEMAMOS
Brasil, 2023
© Editora Terra sem Amos, 2023.
© Yan Leite Chaparro (org), 2023.
© Josemar de Campos Maciel (org), 2023.
Editora Terra sem Amos
instagram: @tsa.editora • facebook: /tsa.editora
twitter: @tsaeditora • tsa.editora@gmail.com
Autoras e autores:
Adriana Garritano Dourado
Anita Guazzelli Bernardes
Avá Tendo Tá - Eliezer Martins Rodrigues
Avá Vera Rendy Ju - Antônio Carlos Benites
José Francisco Sarmento Nogueira
Josemar de Campos Maciel
Leandro Skowronski
Leonardo Borges Reis
Levi Marques Pereira
Lucas Luis
Marcio Bogaz Trevizan
Naziane Alcantra de Almeida
Ruben Artur Lemke
Yan Leite Chaparro
Edição:
Alexandre Wellington dos Santos Silva
Imagem de capa:
Laker (https://www.pexels.com/pt-br/@laker/)
Revisão gráfica:
Francisco Raphael Cruz Maurício
LICENÇA CREATIVE COMMONS (CC BY-SA)
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comerciais, desde que atribuam o devido crédito e que
licenciem as novas criações sob termos idênticos.
O Antropoceno
e os contextos de
emergências e
desastres
Adriana Garritano Dourado
Anita Guazzelli Bernardes
Avá Tendo Tá - Eliezer Martins Rodrigues
Avá Vera Rendy Ju - Antônio Carlos Benites
José Francisco Sarmento Nogueira
Leandro Skowronski
Leonardo Borges Reis
Levi Marques Pereira
Lucas Luis
Marcio Bogaz Trevizan
Naziane Alcantra de Almeida
Ruben Artur Lemke
Este
o nosso corpo,
a terra
(Palavras do Xamã Guarani
Nhandéva Cantalicio Godoi)
Yan Leite Chaparro, 2022.
Sumário
12
Tekoha y rembe y porã
(aldeia Porto Lindo)
AVÁ TENDO TÁ - ELIEZER MARTINS RODRIGUES
17
Desastre colonial, contextos de
emergência e processos de re-
existência: experiências Kaiowá e
Guarani
LUCAS LUIS
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
Fragmentos de um desastre
3 Ver: http://bit.ly/3JIRT8l. 25
Há tempos o Mato Grosso do Sul, especialmen-
te pelas experiências dos/as Kaiowá e Guarani, vive
um contexto de emergência, de guerra colonial. As
organizações Kaiowá e Guarani compostas pela
Aty Guasu (Grande Assembleia), Kuñangue Aty
Guasu (Conselho das Mulheres) e Aty Jovem (Con-
selho dos/as Jovens) têm denunciado os inúmeros
ataques e violências cometidas contra suas comu-
nidades nos últimos anos. Temos acompanhado,
desde 2019, o aumento de crimes como a queima
de Ogapysy4 (casas de reza), perseguição e violên-
cia contra ñandesys [rezadoras]5, ataques violentos
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
4 Ver: http://bit.ly/3JiTJeG.
5 Relatório elaborado pela Kuñangue Aty Guasu e Observatório
da Kuñangue Aty Guasu denunciam as violências de persegui-
ção, racismo e intolerância religiosa contra rezadoras/es, ver:
https://bit.ly/3Lhvccc.
6 Ver: http://bit.ly/428qcwM.
7 Ver: http://bit.ly/3ZFwiTK; http://bit.ly/3JcDxv7; http://bit.
26 ly/3TdRVIq
co disparos de arma de fogo, teve seu corpo leva-
do pelos assassinos e jogado no lado paraguaio
da fronteira. Vitor foi brutalmente assassinado,
em 24 de junho, durante ação truculenta e com
inconformidades legais realizada pela Polícia Mi-
litar (MS) na retomada de Guapoy, município de
Amambai. Essa ação policial, que contou com um
efetivo composto por diversas viaturas e um heli-
cóptero, está sendo nomeada como “Massacre de
Guapoy” pela truculência que vitimou Vitor e dei-
xou pelo menos 9 feridos, dentre estas dois adoles-
centes que foram hospitalizados. Márcio, sobrevi-
vente do Massacre de Guapoy, foi violentamente
assassinado poucos dias depois do Massacre em
Re-existências: a urgência de
enfrentamentos aos desastres coloniais
Tradução:
Referências
48
Apontamentos e reflexões a partir
de uma experiência com o povo
Bororo em Meruri
JOSÉ FRANCISCO SARMENTO NOGUEIRA
LEANDRO SKOWRONSKI
Considerações finais
Referências
69
Fogo no mato: a ciência encantada
das macumbas. Uma resenha
NAZIANE ALCANTARA DE ALMEIDA
Referências
81
Yan Leite Chaparro, 2022.
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
82
Antropoceno, brutalismos e
políticas da vida
ANITA GUAZZELLI BERNARDES
ADRIANA GARRITANO DOURADO
Referências
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq e à
Capes pelo financiamento.
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
96
Capitaloceno e catástrofe: uma
crise antropológica
LEONARDO BORGES REIS
111
Foto: Leonardo Borges Reis, 2022.
A crítica ao discurso do Antropoceno é urgen-
te, necessária e se apoia em avalanches de eventos
empíricos. Ao mesmo tempo ontologizar a “civili-
zação especista” no Anthropos é um equívoco, afi-
nal, não são os humanos, a mente humana, a es-
pécie humana etc., os responsáveis pelo desfecho
do capitaloceno. Há classes e classes, há povos e
povos, tal como modos de vida em disputa, e to-
dos estão sob o signo do Anthropos como criação
histórica. As formas sociais-históricas permitem
autonomia e heteronomia, são abertas a autocria-
ção ou à renúncia da criação explícita em nome
de forças externas. Uma visão íntegra do mundo
natural, que respeite seu valor intrínseco, para
Referências
120
Uma lição de Schreber sobre o
fim do mundo para a época do
Antropoceno
RUBEN ARTUR LEMKE
A possibilidade de interferência do
sistema nervoso de uma pessoa sobre
128 o de outra tem o seu desdobramento
máximo no assassinato de alma, quan-
do uma alma aprisiona outra, anulan-
do sua vontade própria. Schreber afir-
ma emprestar o termo da lenda e da
literatura, sempre com a conotação de
assenhoreamento de um ser humano
por outro. [...] As noções de assassi-
nato de alma, emasculação para fins
contrários a Ordem do Mundo, “deixar
largado” e destruição do entendimen-
to são bastante próximas.
do mononaturalismo moderno.
10 O autor esclarece que alma tem um sentido diferente para cada
cultura O sentido mais comum é de sombra, um duplo do sujeito. 133
caso em que é mantida em cativeiro por algum es-
pírito maligno ou feiticeiro, a tarefa do xamã é en-
contrá-la e conduzi-la ao seu dono. Se a desordem
é efeito de magia maligna, a contra-magia deve ser
invocada para encontrar o feiticeiro responsável e
obrigá-lo a cessar suas operações sobre a alma do
sujeito (Clementes, 1932). Essa passagem, em que
um feiticeiro mantém controle por meio de deter-
minadas operações sobre a alma de um sujeito, se
aproxima do conceito de assassinato de alma.
Proponho agora que possamos derivar uma li-
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
Considerações finais
Referências
146
Ecologia e espiritualidade católica:
anotações de uma “campanha da
fraternidade”
MARCIO BOGAZ TREVIZAN
Introdução
As Campanhas da Fraternidade
Considerações finais
160
GRUPO DE TRABAJO INTERDICASTERIAL DE
LA SANTA SEDE SOBRE LA ECOLOGÍA INTEGRAL.
En camino para el cuidado de la casa común: a
cinco años de la ‘Laudato si. Ciudad del Vaticano:
Libreria Editrice Vaticana, 2020.
HADOT, Pierre. Exercícios Espirituais e
Filosofia Antiga. São Paulo: É Realizações Editora,
2014.
JOÃO PAULO II. Mensagem do Papa João Paulo
II por ocasião da abertura da campanha da fraterni-
dade do Brasil, 12 de fevereiro de 1986. Disponível
em: <http://bit.ly/3yycK7N> Acesso em: 28 mai. 2022.
PAULO VI. Visita do Santo Padre à sede da
F.A.O. por ocasião do XXV aniversário da institui-
161
Envolvimento e hospitalidade:
uma prototopia para atravessar o
antropoceno
YAN LEITE CHAPARRO
JOSEMAR DE CAMPOS MACIEL
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
163
Vítimas do milagre
Envolvimento
174
Yan Leite Chaparro, 2022
Sobre as pessoas autoras
177
Leonardo Borges Reis é mestre em Filo-
sofia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filhao – UNESP, doutorando em Desen-
volvimento Local pela Universidade Católica Dom
Bosco – UCDB. Professor/pesquisador do Institu-
to Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Mato Grosso do Sul.
180
Yan Leite Chaparro, 2022
Yan Leite Chaparro & Josemar de Campos Maciel (organizadores)
182