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A INDÚSTRIA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS NO BRASIL

Fonte:www.caseih.com

No período que vai desde a II Guerra Mundial até o início de 1965


ocorreram muitas e profundas mudanças no cenário econômico, e o Brasil
passou a caminhar decisivamente para etapas mais avançadas da
industrialização moderna. Grandes empreendimentos, liderados principalmente
pela figura do Estado (que também surge nos anos 30 como o novo e dinâmico
agente econômico), foram surgindo, um após outro: Companhia Vale do Rio
Doce, Companhia Nacional de Álcalis, Companhia Siderúrgica Nacional etc.
Segundo José Serra, um conjunto de condições constituiu-se no fator decisivo
para este surto de desenvolvimento:

a) a base relativamente ampla do mercado doméstico, aumentada


significativamente nos anos 30;

b) as políticas fortemente protecionistas em relação à indústria doméstica


e de apoio à substituição de importações;

c) os investimentos estatais, seja na infraestrutura de energia e


transportes ou diretamente na produção de insumos básicos;
d) a entrada massiva de capital estrangeiro na produção de bens
manufaturados destinados ao mercado interno (sobretudo a partir de meados
dos anos 50);

e) os fortes incentivos e subsídios fiscais, creditícios e cambiais ao


investimento privado na indústria;

f) o crescimento da oferta agrícola, a uma taxa média superior a 4% ao


ano sem que o setor demandasse um volume significativo de investimentos e
recursos financeiros".2

Fonte: revistagloborural.globo.com

Este vertiginoso crescimento industrial ganhou um maior impulso no


governo JK dos anos 50, com o seu "Plano de Metas". O propósito de compensar
o atraso em relação aos países já industrializados levou a economia brasileira a
sofrer transformações estruturais decisivas para o seu futuro. Medidas oficiais
como a criação da Petrobrás (1953), surgindo o monopólio estatal do petróleo,
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, que tinha a função
primordial de "apoiar a ampliação da infra- estrutura de transportes e energia", a
Instrução nº 113 (1955) da Sumoc, que possibilitou às empresas estrangeiras
aqui sediadas importarem máquinas e equipamentos sem cobertura cambial,
constituíram-se, além de outras, nos principais fatores do desenvolvimento
capitalista no Brasil. Estavam, desta forma, lançadas as bases para o
crescimento acelerado de nossa economia, tendo como suporte financeiro o tripé
formado pelo capital estrangeiro, pelo Estado e pelo capital privado nacional,
sendo os dois primeiros predominantes.

Fonte: www.agptea.org.br

Faz-se oportuno salientar que neste contexto de auge econômico, a


facilidade com que os fluxos do comércio internacional foram dinamizados
provocou um boom de importação de máquinas e equipamentos de toda
espécie. Desta forma, as inovações e os avanços tecnológicos embutidos em
tais produtos foram também sendo transferidos para o Brasil e, na medida do
possível, foram sendo assimilados internamente, o que possibilitou um enorme
salto qualitativo e uma expansão considerável nas indústrias básicas como a
siderúrgica, química pesada, a de metais não-ferrosos, e também na indústria
de máquinas operatrizes em geral.

A implantação da indústria automobilística significou um marco de todas


essas transformações. Tanto pelo fato de que o seu produto se constitui no
principal símbolo da vida moderna, mas também e primordialmente pela série de
investimentos derivados desta indústria, como o próprio desenvolvimento de
todo o transporte rodoviário (construção das auto- estradas, pavimentação das
vias públicas urbanas etc.), e a expansão de um conjunto enorme de outros
segmentos industriais como aqueles responsáveis pela oferta de todos os
insumos necessários à fabricação do automóvel: borracha, pneus, vidro, aço
etc.; e todo um conjunto de pequenas e médias empresas de autopeças.

É nesse contexto de rápida expansão econômica, sob um clima de intensa


euforia desenvolvimentista, que surge a indústria de máquinas agrícolas, tendo
como marco histórico a implantação das primeiras plantas fabris de empresas
produtoras dos tratores de quatro rodas. (Vale a pena salientar que, mesmo
antes do surgimento destas, outras firmas industriais já produziram no Brasil toda
uma gama de ferramentas manuais e instrumentos agrícolas diversos; porém tal
produção se apresentava insignificante, tanto em termos de geração de renda,
como no processo de mecanização agrícola.)

2.1 Tratores agrícolas

Fonte: ruralcentro.uol.com.br

Pode-se afirmar, assim, que a mecanização agrícola se iniciou no país


com a instalação da indústria de tratores no ano de 1959, quando foi instituído o
Plano Nacional da Indústria de Tratores de Rodas, sendo que as primeiras
unidades começaram a ser produzidas em 1960. Anteriormente a esse fato,
várias tentativas governamentais3foram realizadas no sentido de uma maior
independência em relação à importação dessas máquinas, visto que, até então,
nosso mercado era suprido por uma diversidade enorme de máquinas de todo
tipo e de todas as nacionalidades. Em decorrência disso, havia uma série de
problemas que variavam desde a falta de um mínimo de assistência técnica às
máquinas importadas, passando pela inexistência de qualquer plano de
dimensionamento e de controle de estoques de peças de reposição e de
componentes básicos, chegando até o (natural) desconhecimento, por parte dos
operadores, do manejo e da manutenção dessas máquinas (em particular dadas
as péssimas traduções de catálogos e instruções da época.)

Fonte: www.grupoecar.com.br

Um dos fatores que mais contribuíram para viabilizar o surgimento da


indústria de tratores agrícolas no Brasil foi a implantação da indústria
automobilística, ocorrida nos anos 50, e também a consequente expansão do
setor de autopeças, que, em uma primeira fase, apresentou-se com uma
considerável capacidade ociosa e, portanto, em condições de atender às novas
demandas.

Aspectos da difusão do progresso tecnológico na agricultura brasileira


Fonte: zh.clicrbs.com.br

Inicialmente, devemos atentar para o fato de que a intensificação do uso


de novas tecnologias na agricultura atua, frequentemente, no sentido de não
apenas elevar a renda absoluta, como também de reduzir o diferencial de renda
decorrente da localização das terras (através do progresso dos meios de
transporte e de comunicação), da fertilidade natural do solo (pela introdução de
produtos químicos) e mesmo devido à acidentalidade do terreno (pelo
aperfeiçoamento constante das máquinas agrícolas).

Todavia, o processo de difusão e incorporação do progresso técnico na


agricultura encontra sérios obstáculos, principalmente pelo fato de haver uma
tendência à crescente heterogeneização da estrutura produtiva no campo. De
modo geral, os seguintes fatores concorrem para isso:

1. o próprio caráter monopolista do atual desenvolvimento capitalista;

2. em decorrência do primeiro, a existência da propriedade privada das


terras;

3. as diferenças naturais a elas associadas.


Em se tratando da mecanização do processo agrícola, obstáculos de
outras ordens são encontrados, dadas as diferenças relativas às características
intrínsecas da agricultura vis-à-vis a indústria. Nesta existem grandes
possibilidades de se exercer um maior controle sobre todo o processo produtivo
(aplicando todas as técnicas administrativas para controlar o ritmo de trabalho,
a sequência e a sincronização das operações, as perdas de material etc.),
fazendo com que, em última instância, o tempo de trabalho se aproxime ao
máximo do tempo de produção. Já na agricultura tais possibilidades são
neutralizadas por vários motivos, que vão desde as dificuldades de se poder
controlar as tarefas de cada trabalhador (dada a dispersão espacial dos
mesmos), até o baixo grau de utilização da maquinaria imposto pelas
características dos ciclos produtivos de cada cultura.

Fonte: www.grupocultivar.com.br

Em outras palavras, a exploração da agricultura por meio de máquinas


encontra "de um lado obstáculos de ordem técnica: na indústria, o local de
trabalho é criado artificialmente e pode, portanto, ser adaptado às exigências das
máquinas; na agricultura não, é a máquina que tem de se adaptar aos locais
criados pela natureza. De outro, obstáculos de ordem econômica: as máquinas
só são usadas parte do ano na agricultura"
Dadas às características peculiares com que se deu o rápido processo de
mecanização da agricultura brasileira nos últimos 20 anos, constatou-se a
existência de um outro "gargalo" no que se refere ao processo de difusão do
progresso técnico no meio rural: o baixo nível de escolarização associado às
precárias condições de infraestrutura básica em outras áreas, além da rede de
ensino, saúde, habitação, transporte e energia elétrica, constituem-se em um
dos mais intrincados pontos de estrangulamento da modernização agrícola no
Brasil das últimas duas décadas. Neste período em que o país passou por
importantes mudanças, que o transformaram de um país essencialmente
agrícola em um país preponderantemente urbano-industrial, o setor rural que
paradoxalmente havia possibilitado este processo, fornecendo mão-de-obra
barata e gerando excedentes que iriam financiar a industrialização, passou a ser
relegado a um segundo plano de prioridades em relação às preocupações
centrais de investimentos.

Fonte:revistagloborural.globo.com

Sabe-se que o processo de transição de uma agricultura pouco


mecanizada para uma com alto nível de tecnificação nos moldes industriais
requer uma população preparada para assimilar os novos conhecimentos.
Porém, o que se verificou foi uma grande lacuna entre os índices de
alfabetização do campo em relação às cidades brasileiras.
Por outro lado, verificou-se que a difusão do progresso técnico em termos
da mecanização tratorizada expandiu-se por todo o país, principalmente ao
longo dos anos 70, em um ritmo sem precedentes, concentrando-se, todavia,
nas regiões Sul e Sudeste, onde já em 1970 havia quase 90% de toda a frota de
tratores do Brasil.

Fonte: blogs.canalrural.com.br

Este quadro viria a apresentar alguma modificação no ano de 1980, com


a expansão da fronteira agrícola para algumas regiões do Norte, Nordeste e,
principalmente, do Centro-Oeste brasileiro, que apresentou um incremento em
sua população de tratores da ordem de 547% ao longo da década (1970-80).
Toda essa tendência de ocupação de novas terras seria acompanhada, então,
da nova "ideologia modernizante", na agricultura, naquilo que se refere à difusão
de ideias e práticas sobre o uso de novos métodos e insumos como sementes
selecionadas, agrotóxicos e, no caso, todo o conjunto de máquinas e
implementos como tratores, colheitadeiras etc.

Caberia ao Estado, através de seus agentes credenciados para diferentes


fins, tornar viável todo este conjunto de medidas: de um lado, o Banco do Brasil
e, em um segundo plano, os vários Bancos dos estados intensificaram suas
operações voltadas para o crédito e financiamento agrícolas, tanto para o custeio
da atividade agrícola, como, e fundamentalmente, para o investimento em bens
de produção em geral (e em particular, investimentos em bens de produção
mecânicos); de outro, caberia à Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
(Embrapa) e, principalmente, à Empresa Brasileira de Assistência e Extensão
Rural (Emater), as funções de difundir os pacotes tecnológicos aos agricultores
das mais variadas regiões do país, realizando, em última análise, o "efeito
demonstração" das vantagens advindas do uso de tratores e demais insumos
modernos. Além disso, forneceria toda a assistência técnica necessária à melhor
utilização desses insumos.

Fonte: ruralpecuaria.com.br

Em síntese, estes seriam alguns dos pontos mais importantes no que


tange às análises para se identificar os principais condicionantes e as limitações
impostas ao propósito de disseminar os efeitos do progresso tecnológico no meio
rural. Por outro lado, há que se admitir que o progresso técnico observado na
agricultura nesses últimos tempos tem-se traduzido em substanciais acréscimos
de produtividade. A questão-chave, no entanto, "não é (como afirmam Graziano
e Kageyama) a de negar cegamente o papel do progresso técnico no aumento
da produtividade agrícola e, sim, a de questionar diretamente o modo de
apropriação dos seus frutos e o sistema que o sancional".

A indústria de tratores agrícolas - progresso técnico e estrutura de


mercado
Fonte: www.massey.com.br

Este segmento da indústria de máquinas agrícolas constitui-se,


provavelmente, em um dos mais importantes de todo o setor. Tanto pelo aspecto
da complexidade tecnológica como pelos altos requerimentos de capital, a
indústria de tratores vem merecendo especial atenção por parte dos
responsáveis pela política de desenvolvimento industrial e agrícola do país.
Sendo uma atividade relativamente recente no Brasil, pois as primeiras unidades
foram fabricadas no início da década de 60, a produção de tratores cresceu
aceleradamente nos anos 70.

Como foi salientado anteriormente, até 1960 não havia nenhuma empresa
de tratores instalada em solo brasileiro. Toda a demanda interna era atendida
através de importações dos EUA, Europa e até mesmo de alguns países
socialistas. Existia, até então, uma grande "pulverização" de marcas, o que
acarretava sérios problemas em termos de suprimento de peças de reposição e
demais componentes. Na mesma época se dava no Brasil a implantação da
indústria automobilística (automóveis e caminhões), fato este que induziu o
surgimento de um grande número de firmas produtoras de autopeças. Dada a
"euforia desenvolvimentista" de então, esta indústria de autopeças já nascera
superdimensionada em relação à demanda das montadoras de veículos.
Fonte: blogs.canalrural.com.br

A existência de capacidade ociosa então verificada nestas empresas


levou o Governo federal a se preocupar com esta questão, chegando a constituir,
inclusive, um grupo especial de trabalho para estudar a implantação da indústria
de tratores no Brasil. Concluídos esses estudos, o Governo decidiu incentivar a
instalação de filiais das empresas estrangeiras no país e proibiu a importação de
tratores. As primeiras empresas a se instalarem aqui no Brasil foram: Massey-
Ferguson, Fendt, Ford, Valmet e Deutz. Em 1962, a Companhia Brasileira de
Tratores (CBT) começou a produzir suas primeiras unidades, associada a uma
indústria norte-americana (Oliver).

A partir de então todo o setor foi estimulado no sentido de solidificar a


política de substituição de importações (ver, por exemplo, a criação da Lei do
Similar Nacional, através de isenções cambiais, fiscais etc.), como também
cresceu significativamente a demanda doméstica, principalmente a partir de
1968, quando se ampliou a política de crédito para aquisição de insumos
modernos e para investimentos em máquinas e implementos para a agricultura.

Atualmente, cerca de cinco produtores dominam praticamente todo o


mercado de tratores agrícolas, sendo que o capital estrangeiro se faz presente
em uma proporção que está por volta de 80%. São as empresas Massey-
Ferguson, Ford, Valmet, CBT e Agrale.

Fonte: pixabay.com

Nos anos mais recentes essas empresas vêm acusando elevados índices
de capacidade ociosa. A produção e as vendas de tratores atingiram seu pico
em 1976, e a partir de então o crescimento das vendas no mercado externo não
foi suficientemente grande para compensar a retração da demanda doméstica.
As razões para essa retração têm sido buscadas, por outro lado, no mal
desempenho do setor agrícola que obteve resultados inferiores aos níveis
esperados (por uma série de motivos que não cabem ser discutidos aqui) e, por
outro, nas restrições expressas na redução do crédito para a compra de
máquinas agrícolas (um levantamento do IEA aponta que cerca de 95% dos
tratores são adquiridos por meio de financiamentos oficiais aos agricultores).

Desde o início de sua fabricação no Brasil, o produto vem sofrendo uma


série de aperfeiçoamentos em termos de inovações tecnológicas, que se
refletiram: em uma maior capacidade de realizar tarefas mais pesadas (através
do aumento da potência disponível dos motores); em uma maior adaptação no
sentido de facilitar o acoplamento dos diversos implementos agrícolas ("engate
de três pontas", sistema hidráulico para elevação dos implementos); em
melhores condições de manuseio por parte do tratorista (direção hidrostática,
volante regulável); e em uma série de outras vantagens, que se resumem, afinal,
em uma elevação significativa dos índices de produtividade do trabalho agrícola
na última década.

Fonte: www.uagro.com.br

Recentemente, algumas empresas, estimuladas pela própria política


energética de substituir o petróleo por outras fontes de energia, vêm
produzindo tratores movidos a álcool. Segundo as metas previstas pelo próprio
CNP (Portaria nº 093/83 de 19 de março de 1983), o fornecimento de gasolina
para os tratores utilizados nas usinas de álcool deverá decrescer
progressivamente, até 1987, quando então toda a frota seria abastecida pelo
próprio combustível que é o produto de suas atividades.

Em termos de segmentação de mercado podemos caracterizar, ainda que


de forma aproximada, três tipos de fabricantes, segundo a potência do motor e
o porte do veículo: o primeiro segmento corresponde àquelas empresas que
produzem tratores menores (de 10 a 50 CV) onde duas empresas têm dividido o
mercado em parcelas relativamente iguais e uma terceira participa apenas
marginalmente. Em um segundo grupo estão os fabricantes dos tratores
considerados de porte médio (50 a 100 CV) e constitui-se na parte mais
importante do mercado total (73,6% das unidades vendidas de tratores
nacionais). Neste segmento atuam as três grandes multinacionais, sendo que
uma delas representa quase 50% das unidades vendidas nesta parcela de
mercado. Finalmente, o grupo que fabrica tratores de potência acima de 100 CV
é liderado pela empresa de capital exclusivamente nacional, que responde por
81,4% das unidades vendidas.

Fonte: www.tratorsolo.com

Um outro aspecto interessante relativo à comercialização de tratores no


Brasil diz respeito aos canais de distribuição do produto por todo o território
nacional. Há uma grande cadeia de revendedores, que exercem a função de
intermediários entre os fabricantes e os usuários finais. Esses agentes mantêm
cerca de 85% dos estoques do produto final não-vendido, ficando, por
conseguinte, com maior parte dos custos de manutenção dos estoques e
assumindo os riscos advindos de uma situação de crise econômica e de baixas
vendas, como se tem verificado nos últimos anos.

Ainda em se tratando da comercialização, há que se mencionar a


característica específica desta indústria; no que se refere à estacionalidade da
produção e das vendas: o ciclo apresenta como período de maior atividade os
meses entre maio e novembro (inclusive), acompanhando o pico de vendas, que
vai de maio a outubro, sendo o mês de julho aquele que apresenta maior índice
de vendas e janeiro o menor.
Esse aspecto de estacionalidade não deve ser encarado como uma
anormalidade pelo setor, mas entendido como um ajustamento da produção ao
perfil da demanda de um mercado especial, demanda esta que oscila em função
das diferentes fases da produção agrícola.

Como já foi salientado para a indústria de máquinas agrícolas em geral,


uma das mais recentes medidas tomadas pelas empresas de tratores, em termos
de estratégia mercadológica, tem sido a de buscar a conquista de mercados
externos para colocar a sua produção excedente. Já em 1977, enquanto a
produção brasileira de tratores foi de 50 mil unidades, as exportações atingiram
4.400 unidades, ou seja, quase 10% do total. Segundo declarações dos
empresários do setor, noticiadas nos periódicos da Anfavea (associação que
congrega todos os fabricantes de veículos automotores, inclusive tratores
agrícolas), há boas perspectivas em relação a um desempenho favorável das
exportações nos próximos anos. Esta tendência poderia ser entendida como
uma saída encontrada pelas empresas para compensar a redução da demanda
doméstica e, além disso, conseguir mais divisas para o país, que vem tendo no
desequilíbrio desfavorável de seu balanço de pagamentos um dos problemas
cruciais de toda a sua economia.

A propósito, vale a pena salientar que, como no caso de outros produtos


nacionais, as exportações brasileiras de tratores se beneficiam de um amplo
sistema de incentivos fiscais, cambiais e creditícios.

Por outro lado, tem-se observado um fortalecimento da prática de se abrir


novos mercados potenciais através de uma estratégia de diferenciação de
produtos e modelos, além do oferecimento de uma gama enorme de acessórios
opcionais para as mais diversas finalidades.

Uma das maiores empresas do setor, por exemplo, planeja lançar no


mercado dois novos modelos a cada ano, ao longo da década de 80.

No período mais recente (1979-83) observou-se uma deterioração da


capacidade de compra de tratores pelos agricultores brasileiros em geral. De
modo especial em São Paulo (estado de maior índice de mecanização agrícola
e maior população de tratores) esta deterioração pode ser avaliada pelo
parâmetro preço de trator/preço do produto agrícola. Esse parâmetro tem
aumentado nos últimos anos para quase todas as culturas.

Fonte: www.maqnelsonagricola.com.br

Para se ter uma ideia desta tendência, basta notar que, enquanto em 1979
era necessário produzir e vender 221,4 sacas (de 40kg) de café para se adquirir
um trator de 44HP, este número se elevou para 449,4 sacas, em 1983. No caso
de caixas de laranjas de 48,9kg, este índice passou de 3.916,6 caixas, em 1979,
para 5.917,9,em 1983, segundo os dados do Instituto de Economia Agrícola.

Uma série de fatores tem sido aventada para explicar o fraco desempenho
da indústria de tratores ao longo dos últimos quatro anos. Dentre eles destacam-
se: a evolução desfavorável do relativo preço de trator/preço recebido pelos
agricultores e as condições adversas de financiamento agrícola, além de uma
pequena queda das exportações decorrente da recessão internacional.

Essa indústria, que já nasceu de forma concentrada em poucas


empresas, pode ser caracterizada como um "oligopólio diferenciado", se
fizermos um diagnóstico do seu comportamento atual.
Nesse tipo de indústria, segundo Eduardo Augusto Guimarães, não
predomina a competição através das guerras de preço (o que ocorre, por sua
vez, na indústria competitiva diferenciada).

A concorrência na busca de se conquistar faixas maiores do mercado se


dá mais intensamente através das práticas de especialização na fabricação de
modelos diferenciados segundo as diversas condições de utilização do trator
(tipo de cultura, tipo de solo etc.).

De, outro lado, em uma economia capitalista em expansão, como foi o


caso do Brasil até o final da década passada, tem-se como característica
fundamental que o impulso para exportar "aparece como resultado de potenciais
de crescimento das firmas superiores àqueles compatíveis com o ritmo de
expansão da demanda de seus mercados correntes". Acrescente-se a isso o fato
de que, no caso das indústrias oligopolistas (como é o caso dos fabricantes de
tratores), "não apenas é de se esperar a manifestação de desequilíbrios dessa
natureza, mas ainda a indústria não conta com mecanismos capazes de corrigi-
los.

Por conseguinte, não está, necessariamente, assegurada a realização do


potencial de crescimento das firmas e indústrias oligopolistas, podendo essas
firmas se depararem com um excedente de acumulação interna que não
consigam investir no interior da própria indústria". Daí se coloca para as
empresas componentes dessa indústria a possibilidade do processo de
diversificação de produtos, modelos, e até mesmo, em alguns casos, de sua
própria atividade.

Nesse último caso, especificamente, cabe lembrar que as três grandes


empresas, Massey-Ferguson, Valmet e Ford, cujas vendas no conjunto
representam hoje (1983) mais de 90% de todo o mercado consumidor, fazem
parte de grandes conglomerados transnacionais que possuem uma estrutura
organizacional bastante complexa (multidivisional), e com uma linha de produtos
e de atividades altamente diversificada no mundo todo. Tais atividades vão
desde a produção de automóveis e caminhões (Ford) até máquinas e
equipamentos de grande porte para a indústria naval, instrumentos de medição,
armas, locomotivas etc. (Valmet Corporation).

Fonte: www.afnews.com.br

Outro aspecto marcante da estrutura dessa indústria é a tendência,


verificada em praticamente todas as suas empresas, de integração vertical de
suas atividades produtivas. Nesse sentido, parece que a empresa líder no
mercado (Massey-Ferguson) tem sido a organização mais bem-sucedida nessa
estratégia, visto que, recentemente, superou um dos maiores "gargalos" na sua
produção de tratores, que se constituía na compra dos motores, associando-se
ao seu principal fornecedor deste componente vital, a Motores Perkins S.A.
(resultando, a partir de então, a Massey-Ferguson Perkins S.A.).

Analogamente, outras empresas vêm seguindo este procedimento com o


intuito principal de conquistar um maior grau de autonomia e independência em
relação aos seus fornecedores de peças e componentes essenciais à fabricação
do trator.

Em relação ao mercado interno, a indústria de tratores foi beneficiada ao


longo dos anos 70 pelo próprio processo de modernização e, mais
especificamente, de mecanização, da agricultura brasileira. Esta se converteu
em condição necessária da acumulação de parcela importante da indústria de
bens de capital (cerca de 1/3 do valor da produção industrial, em 1970).

Por sua vez, as empresas de tratores, como os outros setores produtores


dos demais insumos modernos, depende diretamente das políticas de
financiamento orientadas à agricultura, o que as leva, como afirma Geraldo
Muller, "a operar como grupos de pressão favoráveis à modernização do agro
nacional, impelindo-os a influenciar a formulação das políticas monetárias,
fiscais, cambiais e as relativas ao comércio interno e externo (...) Aqui se observa
com clareza a 'politização' dos processos econômicos associados à acumulação
de capital, a qual exige a organização institucional dos interesses em presença".

Em linhas gerais, este tem sido o comportamento característico da


indústria de tratores no Brasil, ao longo desses últimos anos. Suas perspectivas
para os próximos anos dependem, em última análise, da evolução da própria
economia nacional e internacional. Em particular, o desempenho deste setor nos
próximos anos vai depender de duas vertentes básicas da política econômica.

1. Da política agrária, naquilo que se refere a maiores estímulos para os


agricultores, através da melhora dos preços dos produtos agrícolas em relação
ao preço de aquisição e aos custos de manutenção do trator e, também, no que
se refere às possibilidades de se alterar, mesmo que parcialmente, o perfil
da estrutura fundiária hoje existente (o que poderia influenciar num aumento da
demanda interna de tratores pela incorporação no mercado consumidor deste
produto dos novos proprietários de terra).

2. De uma politica industrial mais explícita para o setor, incluindo aí um


maior apoio ao desenvolvimento tecnológico e capacitação de mão-de-obra
especializada em todos os níveis.1

5 funcionalidades das máquinas agrícolas na agricultura de precisão

1 Texto extraído do link:www.scielo.br


Fonte: br.pinterest.com

A agricultura de precisão é uma técnica inovadora, porém já considerada


por muitos profissionais do ramo da agronomia como essencial para garantir
bons resultados na sua atividade agrícola. Além dos vários conhecimentos de
aplicação assertiva de fertilizantes, do acompanhamento detalhado de
indicadores da lavoura, e do treinamento regular dos profissionais que atuam
diretamente no campo, uma das características mais tradicionais da agricultura
de precisão é o uso de máquinas agrícolas para elevar o nível das atividades
realizadas.

Controle via GPS

A grande maioria das máquinas agrícolas utilizadas nas técnicas de


agricultura de precisão contam com o suporte da tecnologia GPS. O GPS,
geralmente aplicado nas máquinas e gerenciado em um aplicativo unicamente
desenvolvido para acompanhar seus mapas e informações, garante ao
profissional agrônomo um amplo controle das atividades realizadas no campo.

É possível também realizar o controle dessas próprias máquinas via GPS,


executando manobras e movimentos com tratores, máquinas de fertilização e de
aplicação de produtos químicos, sem a necessidade da presença de uma pessoa
para guiá-los.

Sistema de mapeamento da colheita

Você já pensou em ser capaz de mapear sua colheita de maneira


completa, sem precisar de ter que ir ao campo para essa finalidade? Uma das
funcionalidades que podem ser obtidas com o uso da agricultura de precisão é
o acompanhamento da atividade de plantação e colheita da lavoura com a ajuda
de sensores e satélites. Esses equipamentos são capazes de gerar um
mapeamento completo e avançado do terreno, garantindo que o agricultor
consiga avaliar toda a extensão em que atua.

Uma das vantagens dessa funcionalidade é permitir que o produtor


valorize, por exemplo, zonas em que a plantação não está sendo valorizada,
controlar melhor o uso de fertilizantes e até mesmo fazer uma distribuição
hídrica mais inteligente.

Melhor controle da aplicação de produtos agrícolas

Provavelmente a característica da agricultura de precisão que você mais


conhece é a capacidade de aplicar e distribuir, de maneira assertiva e
homogênea, os produtos fertilizantes e protetores da lavoura. Por isso, sem
sombra de dúvidas, uma das funcionalidades que as máquinas agrícolas
oferecem para esse tipo de técnica é a capacidade de tornar mais eficiente as
atividades de fertilização e tratamento químico da plantação.

Dessa maneira, além de garantir a aplicação inteligente e equilibrada


desses produtos, protegendo o meio ambiente, é possível que o profissional
agrícola economize também no uso desses materiais indispensáveis para
aumentar a produtividade da sua lavoura.
Fonte: www.blinksinvestimentos.com.br

Gerenciamento de todas as informações da lavoura em uma plataforma

Os sistemas de integração de informações de todas as máquinas


utilizadas na sua lavoura, também tem conquistado espaço na sala do gestor
desse ambiente agrícola. Como todas essas máquinas são capazes de emitir
relatórios e dados relevantes para análise, é interessante contar com um sistema
que permita o registro dessas informações para uma análise geral da atividade
executada. Essa é, portanto, outra funcionalidade extremamente interessante
que as máquinas agrícolas trouxeram para a agricultura de precisão.

Benefícios obtidos com essas funcionalidades

As funcionalidades acima, naturalmente, trazem diversos benefícios para


a atividade profissional do engenheiro agrônomo e sua equipe de trabalho no
campo. Listamos abaixo as principais vantagens observadas com o uso desse
maquinário específico:

Maior precisão no uso de fertilizantes e produtos químicos;

Melhor distribuição do trabalho dos profissionais no campo;


Maior rentabilidade da atividade;

Redução dos custos de produção;

Garantia de tomadas de decisão certas;

Maior controle de toda a atividade executada no campo;

Proteção ao meio ambiente.2

Utilização dos Sensores em Máquinas Agrícolas

A mecanização da agricultura foi um dos fatores preponderantes para o


aumento da produção agrícola. Devido á substituição da tração animal e força
humana pelas máquinas foram desenvolvidos novos horizontes para a
agricultura da época. A primeira utilização de sensores data-se em 1966. A
empresa americana Dickey-john, desenvolveu pela primeira vez para a
agricultura um conjunto de sensores eletrônicos de monitoramento que
permitiram um melhor desempenho no cultivo. Inseridos nas semeadoras a ar e
plantadeiras mecânicas, o sensor monitorava o número e espaçamento de
sementes que eram plantadas (REID, 2011).

Com a utilização deste equipamento, os registros informam que foi


possível economizar 54,5 litros de sementes e elevar a produtividade da colheita
em 1,05m3 por hectare, demonstrado por Thomas Coke (VIAN; JUNIOR, 2010).
Na década de 90 sensores similares foram aprimorados para o momento da
colheita e para o mapeamento de rendimento, utilizando-se disso para a medição
da qualidade da colheita .

A década de 80 marcou o início do estudo dos microcomputadores e


softwares, o que possibilitou diversos avanços mais tarde. Porém, esta foi uma
década que registrou queda de vendas de máquinas agrícolas, devido á elevada
inflação e a baixa disponibilidade de crédito, que dificultou uma melhor
implantação dos desenvolvimentos (FERO, 2014). A partir da década de 90, com

2 Texto extraído do link: www.omegafertil.com.br


o surgimento do sistema de posicionamento global (GPS), grandes avanços
aconteceram principalmente em agricultura de precisão.

Estado da arte da utilização dos sensores

Fonte: maksen.com.br

A utilização de sensores em função do seu estado de arte podem ser


abordada em: sensores para estações de monitoramento de microclima local;
sensores de solo, referente às condições das diferentes condições de solo
(ADAMCHUCK; ROSSEL; SUDDUTH; LAMMERS, 2011); sensores de veículos
e implementos; sensores para agricultura de precisão e uma análise sobre o
futuro dos sensores com a fusão de sensores.

Sensores para estação de monitoramento de microclima:

O monitoramento do microclima é extremamente importante para o


cultivo. Ele fornece informações necessárias às culturas e plantas em geral, as
quais só se desenvolvem bem em condições favoráveis de clima e solo.
Acompanhar tais condições permite que a cultura possa se desenvolver da
melhor forma possível em uma determinada região, o que torna o monitoramento
agrícola fundamental na agricultura moderna. Segundo Banderali (2011),
podem-se destacar como principais fatores climáticos determinantes para o
sucesso do desenvolvimento de uma planta em determinada região: a chuva, a
temperatura e a radiação solar. Não menos importantes, a umidade relativa e o
vento são consideradas variáveis secundárias. Contudo, a cultura consegue se
adaptar e crescer de forma saudável. A tabela 2 traz informações dos sensores
mais utilizados em uma estação de monitoramento de microclima e as
respectivas faixas e unidades tradicionais de medida. Os sensores de
temperatura e umidade relativa devem ficar em um conjunto protegido na parte
externa da estação. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM),
esse conjunto deve estar a 1,25 m a 2 m do terreno. Já o sensor pluviométrico é
destinado a medir um valor referente à precipitação em um intervalo de tempo.
Para esse sensor, a OMM recomenda estar em local livre de obstáculos em um
plano horizontal a uma altura de 1,5m (GIOVELLI, 2007).

O sensor de vento determina a direção e a velocidade horizontal do


mesmo. Os aparelhos para esse fim devem ser instalados em áreas livres e
acima do terreno. Já o sensor de UV e de Radiação Solar podem ser mais bem
aproveitados se forem instalados em local aberto e sem sombreamento. O
sensor de pressão atmosférica (barômetro) mede o peso que a atmosfera exerce
por unidade de área, indicando a altura do relevo em relação ao nível do mar.

Para auxiliar na tomada de decisões e também poder relacionar com os


dados de estações climáticas maiores, grande parte das estações possuem
possibilidade de arquivamento das informações ou possibilidade de transmissão
de dados para centrais funcionam como concentradoras de informações e de
tomada de decisão.

Sensores de Solo
Fonte: jvrlda.pt

A análise do solo é um dos principais passos para o cultivo. Cada tipo de


lavoura necessita de seus elementos essenciais em quantidades corretas para
que a planta desenvolva e evite doenças. Outro fator importante para a análise
de solo é a economia de recursos que pode ser gerada, como na aplicação de
corretivos e fertilizantes que devem ser realizadas após uma análise de solo
detalhada.

São necessários ensaios para a identificação química do que é necessário


ser adicionado ou alterado no solo. Segundo Adamchuk (2006), sensores de solo
em tempo real são necessários para expandir os conceitos de agricultura de
precisão e precisam ser confiáveis, de rápida leitura e resposta, simples, baratos
e com boa possibilidade de repetição.

Existem diversos equipamentos e ferramentas que podem auxiliar na


análise do solo. Os sensores podem estar integrados em equipamentos móveis
e automáticos, equipamentos que necessitam estar engatados em um veículo
ou em equipamentos portáteis.

Sensores de Veículos Agrícolas e Implementos:


Os veículos agrícolas são veículos automotores que têm por finalidade
auxiliar nos processos produtivos, e o maior exemplo deles são os tratores. Os
sensores em veículos agrícolas têm evoluído bastante nos últimos tempos. Além
de cumprirem muito bem o papel de equipamentos em um veículo comum,
possuem toda a preparação elétrica, física e de conectores para a recepção de
dados (principalmente ISO) dos implementos, bem como a preparação para os
demais sistemas de apoio apresentados como: Sistema para agricultura de
precisão, display de dados, GPS, etc.

Este, é um equipamento mecânico desempenha funções específicas na


agricultura como plantadeira, grade, pulverizador e raspadora ou niveladora.

Nos implementos modernos a função dos sensores inerentes é voltada


para sua aplicação agrícola e na coleta de informações que auxiliem o agricultor.
Alguns possuem suporte para sistema de apoio como agricultura e precisam
passar seus dados para centrais e sistemas dentro da cabine.

Sensores para Agricultura de Precisão:

O tema de agricultura de precisão tem uma abordagem da utilização de


sistemas para a gestão do local da produção e consequentemente proporciona
o controle da cobertura do terreno pelo seu maquinário. Com o auxílio de
sensores, sistemas de análise de dados e GPS, o agricultor pode atuar em cada
metro quadrado de sua lavoura, coletando informações de como ela rende e se
precisa de aditivos ou de fertilizantes em dosagem específica.

Os principais fabricantes já introduzem o suporte para a agricultura de


precisão em suas colhedeiras, pulverizadoras, semeadores e demais máquinas
e implementos agrícolas. Os principais itens para esse modelo de produção são
a instalação de sensores de umidade, quantidade de grãos, qualidade do solo,
entre outros.

Esses dados são coletados e mapeados através das informações obtidas


por GPS, procedimento feito em toda área de produção. Esses dados são
coletados localmente ou podem ser enviados remotamente para uma central de
monitoramento na fazenda. As informações serão processadas em sistemas de
geoprocessamento, que geram um mapa de toda a área detalhando os atributos
de cada local.

Fonte: pt.aliexpress.com

Com esse estudo pode-se verificar as áreas com melhor produtividade,


assim como as áreas que necessitam de maior controle de pragas e a qualidade
da colheita. (SANTOS, 2007).

A agricultura de precisão é uma área que vem passando por constante


evolução, sendo cada vez mais desenvolvidos aparelhos específicos para essa
função. Isso significa que para cada implemento, ou tipo de cultura, são
pensados nesses tipos de dispositivos que podem auxiliar e trazer mais dados
concisos, contribuindo para a tomada de decisão do produtor.

O sistema apresentado ilustra uma colheitadeira. A colheitadeira possui


um sistema interno que grava as informações recolhidas da antena GPS e
correlaciona com as informações dos sensores de fluxo de massa (mede a
quantidade de colheita) e de umidade.

Com esses dados é possível traçar mapas de desempenho, total da


colheita, umidade dos grãos e demais informações importantes ao agricultor.
Futuro na Utilização de Sensores - Fusão de Sensores

A fusão de sensores tem sido um dos temas de maior estudo, e também


estão presentes na área agrícola.

A fusão pode relacionar diferentes grandezas correlacionadas,


equipamentos e/ou dados. Um sensor ou equipamento consegue medir e atuar
até certo limite onde seus dados gerados normalmente não se extendem a outros
equipamentos. Essa fusão traz a convergência dos dados produzidos pelos
sensores de todos os equipamentos, realização de processamento desses
dados através de computadores para a melhor decisão dos próximos passos do
cultivo.

No aspecto da informação enfatiza-se a criação de “centrais de comando


agrícola”. Uma central recebe os dados dos sensores de todos os equipamentos
de forma remota.

Posteriormente faz o processamento digital dos dados através de


sistemas de apoio, o que contribuirá para gerar decisões complexas de forma
automática, bem como pode trazer informações importantes à melhoria produtiva
do cultivo. Como exemplo, cita-se a aplicação de um defensivo agrícola
utilizando este formato.

Um trator ao passar pela área realizando a coleta de amostras de solo


repassa essas informações à central, onde se cruzam com as informações das
estações climáticas e às previsões de tempo dos próximos dias; bem como com
as informações técnicas da cultura selecionada e dos produtos que são utilizados
naquele cultivo.

Após o processamento, são gerados mapas da área informando quais


locais necessitam do uso de defensivos, além de informar qual a quantidade
ideal para cada região da plantação. Todas essas informações podem ser
passadas ao pulverizador, junto com informações do fabricante que detalha o
melhor horário para a sua aplicação.
Através do barramento, que normalmente utiliza o padrão de
comunicação CAN é inserido um módulo de tratamento de dados. Os dados
gerados por todos os sensores são coletados e codificados e as centrais
eletrônicas (ECU) fazem a gestão dos outros atuadores (motores, pistões, etc.).

Fonte: pt.aliexpress.com

Através de centrais controladoras específicas é realizado o


processamento das informações para a escolha de melhor decisão perante
algoritmos pré-definidos no melhor controle do conjunto, e estes dados também
são codificados no formato XML, guardados em um logs para posterior análise
das informações.

A mecanização agrícola tem sido um dos principais fatores para o


aumento da produtividade rural em um mundo onde o alimento terá de cada vez
mais valor comercial agregado, levando em conta o aumento populacional
mundial crescente.

Todos os avanços, desde o primeiro sensor até sua fusão com outros
aparelhos, foram extremamente importantes para o cenário de automatização
atual. Fato é que foram apenas nos últimos vinte anos em que a tecnologia dos
sensores evoluiu significativamente, e cada vez mais é importante a sua
utilização nas diferentes etapas de um cultivo.

Nesse aspecto a utilização de sensores em máquinas agrícolas é


essencial. Isso significa que o estudo referente ao desenvolvimento de novos
sensores nova aplicações e novas técnicas de tratamento dos dados coletados
por eles estão em franca evolução, senso necessário para a constante melhoria
de qualidade e produtividade dos cultivos.3

Evolução da mecanização agrícola

A prática agrícola até o século dezoito utilizava instrumentos agrícolas


manuais, demandado tempo e mão de obra em larga escala.

Com o representativo crescimento da população europeia, na metade do


século XIX, houve a necessidade de a população camponesa migrarem para a
cidade na busca por melhores condições de vida, pois a Revolução Industrial,
apresentou as indústrias como atrativo (VIAN, et al; 2010).

A Revolução Verde, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial,


provocou grandes transformações na agricultura, em nível mundial e, seguiu
com as transformações mais recentes. A partir de 1990, com o surgimento da
globalização, pelo crescimento da econômica e pelo surgimento e disseminação
de grandes empresas, agroindústrias e comércio varejista, controlando o
mercado mundial, propiciaram o estímulo ao aumento da produção, a
competitividade das agroindústrias e a produção de biocombustíveis (NUNES,
2007).

Por volta de 1960, o processo de modernização vai se concretizando no


Brasil com a introdução do setor industrial voltado para a produção de
equipamentos e insumos para a agricultura (MOLINARI, 2012). As semeadouras
foram as primeiras a passarem pelo processo de mecanização, o qual permitiu

3 Texto extraído do link: eventos.uepg.br


uma economia de 54,5 litros de sementes e elevou a produtividade da colheita
em 10,5 hectolitros por hectare, demonstrado por Thomas Coke (VIAN, et al.
apud FONSECA, 1990).

Fundamentos de agricultura de precisão

Fonte: revistagloborural.globo.com

A agricultura de precisão é um conjunto de técnicas que permitem um


melhor gerenciamento dos sistemas de produção.

Dentre os recursos disponíveis para uso na produção, podemos citar o


sensoriamento remoto, sistema de informações geográficas (SIG) e o
posicionamento global (GPS), o georreferenciamento e o geoprocessamento.

O sensoriamento remoto é a tecnologia que permite a obtenção de


imagens de dados da superfície terrestre, através da captação e do registro da
energia refletia ou emitida pelas superfícies, sendo que cada superfície emite
diferentes vibrações de energia (FITZ, 2008).

O sistema de informação geográfica refere-se aos sistemas de informática


capazes de interagir, diretamente com o usuário, no armazenamento dos dados
e na apresentação destes, que são captados na superfície terrestre (ASSAD,
1998).

O Sistema GPS foi desenvolvido, inicialmente pela Marinha Americana


para orientação da Frota dos Estados Unidos da América do Norte, que
ocupavam todos os mares e necessitavam de deslocamentos rápidos e seguros.
Somente a evolução desta técnica é que possibilitou aos civis, no caso, os países
amigos, utilizarem os dados dos satélites da Constelação GPS para fins
pacíficos, sem objetivos militares. Somente em 2002 é que o Congresso
Americano, através da interferência do seu então vice-presidente, Al Gore, é que
os sinais da constelação foram disponibilizados para todos os usuários,
independente de serem amigos ou não amigos. A disponibilidade dos sinais está
se mantendo até nossos dias, mas no momento em que os Estados Unidos
decidirem embargar os sinais ou colocar um perturbador nos relógios dos
satélites da constelação, que são em número de 24 ativos, a precisão, até então
sub-métrica, passará para um erro da ordem de 400m, (MONICO, 2007). As
posições levantadas por GPS são disponibilizadas, com alta qualidade dos
receptores existentes no mercado, dos padrões dos relógios, tanto dos satélites,
quanto dos próprios receptores e dos tipos de antenas, (SEGANTINE, 2005).
Esta tecnologia permite, atualmente, a administração e o tratamento de cada
área da propriedade considerando a individualidade desta, desconsiderando o
erro que é mínimo (MOLIN, 2004). O GNSS é constituído pelas constelações
existentes do GPS e Glonass, além dos sistemas de aumentação e das bases
de dados de navegação (SIRUS BRASIL, 2014).

O Georreferenciamento consiste em demarcar um imóvel rural, através do


referenciamento seus vértices e seu perímetro utilizando como referencia para
isso o Sistema Geodésico Brasileiro, o qual define sua área e sua posição no
sistema geográfico (AGROLINK, 2014).

O Geoprocessamento utiliza técnicas matemáticas e computacionais para


a geração de informações geográficas, possibilitando um avanço na prática
cartográfica (ASSAD, 1998).
Fonte: meioambiente.culturamix.com

Os mapas de produtividade, bem como os mapas de colheita, gerados


pelo Geoprocessamento das informações do sistema de informação geográfica
possuem informações completas capazes de demonstrar as variabilidades das
lavouras, a identificação das manchas em um dado talhão, bem como a
identificação da produtividade de uma determinada cultura existente nesta área
(MOLIN, 2013).

Estas ferramentas da agricultura de precisão possibilitam que o


administrador possa entrar em contato com seu sistema de produção e
compreendê-lo. Uma das formas de compreendê-lo é através das tecnologias
embarcadas.

Tecnologias embarcadas

São dispositivos eletrônicos agregados às máquinas e implementos


agrícolas e realizam um conjunto de tarefas predefinidas, geralmente com
requisitos específicos (GERMANO, 2013).
Em 1985 vários componentes externos dos sistemas de hardware foram
integrados no mesmo chip do processador, resultando em circuitos integrados
chamados microcontroladores e na difusão dos sistemas embarcados.

Os equipamentos que fazem parte desta tecnologia são compostos por


uma unidade de processamento, memória e periféricos.

A unidade de processamento executa as instruções (software/firmware)


responsáveis por realizar cálculos, tomada de decisões e gerenciamento de
eventos. Sua arquitetura elementar clássica assemelha-se com um processador
de computador comum. Na memória estão armazenados os dados e as
instruções relacionados às operações da unidade de processamento. As
instruções e dados podem estar na mesma unidade de memória, ou divididas,
da mesma forma que um HD de armazenamento de arquivos. Os periféricos são
as interfaces que fazem as comunicações da unidade de processamento com o
mundo externo, enviando ou recebendo informações. O objetivo é controlar
processos, ou seja, atuar sobre um problema. Os Sensores são responsáveis
em adquirir informação do processo a ser controlado. Sendo primordiais para a
unidade de processamento, pois são bases para a tomada de decisão. Com a
tecnologia GPS, é possível fornecer informação confiável e não promover
alterações no processo alvo. Com o auxílio do GPS um sensor não pode mudar
os valores da grandeza física do qual é responsável por gerenciar (PINTO,
2005).

Atuadores são dispositivos que realizam ações que interferem no


processo em controle, através do envio de informação do dispositivo embarcado
para o processo de trabalho.

De acordo com as informações recebidas a unidade de processamento


toma a decisão de acionar os atuadores, processo conhecido como sistema em
malha fechada ou sistema realimentado. Outra forma também usada para
acionar os atuadores é com base no tempo, em um sistema conhecido como
malha aberta, onde não há informações advindas do processo (DELAI, A. L.;
2013), como Autopropelido.
A contribuição da agricultura de precisão, da robótica e do processamento
na pós-colheita, tem exigido um maior esforço nacional para desenvolver,
dominar e disseminar a tecnologia embarcada. A maior interação entre os
diversos atores do setor agrícola é uma condição importante para a melhor
utilização dos recursos disponíveis, e também para aumentar a competitividade
internacional do país (HIRAKAWA, et al. 2003).

A automação deu um impulso formidável ao explorar de forma adequada


os potenciais da agricultura de precisão. Muitos tipos de máquinas foram
equipados, em pós-produção, com sensores e dispositivos VRT, enquanto
outras já foram fabricadas com sensores integrados.

A evolução permitiu meios de a máquina trabalhar autonomamente, sem


a presença de um operador, bem como a redução do tempo para a realização
de uma dada atividade.

Além da automação, avançamos para a era da compatibilização de


programas computacionais e dispositivos eletrônicos agregados às máquinas e
implementos agrícolas com o ISOBUS. Trata-se de um protocolo aberto de
comunicação digital que padroniza a linguagem entre os equipamentos para que
o agricultor brasileiro tenha implementos e máquinas agrícolas de diferentes
marcas compatíveis entre si, reduzindo tempo de treinamento para adaptação
dos funcionários às novas máquinas e equipamentos acessórios adquiridos.

Além disso, a tecnologia de dados ISOBUS assegura a compatibilidade


total de transferência de dados entre sistemas móveis e software da sede da
fazenda. Sua base de dados é a norma internacional ISO 11783.

Os novos equipamentos de monitoração e aquisição de dados aplicados


a máquinas e atividades agrícolas devem apresentar as informações coletadas
com informações da posição precisa em que elas foram obtidas, fornecidas
através do uso de um receptor GPS (HIRAKAWA, A. R. et al. 2003).

Implementos agrícolas
Fonte: www.lavrale.com.br

Dentre os equipamentos que compõem a tecnologia embarcada, faz-se


menção daqueles acoplados à colheitadeira, trator, pulverizador, semeadouras
ou distribuidores. Para uma melhor compreensão, estão divididos nos tópicos
que segue.

As colheitadeiras foram criadas nos Estados Unidos da América e


também na Grã-Bretanha em meados de 1780, e passaram a ser usadas meio
século depois. Uma nova versão de colheitadeiras surgiu em 1833, quando o
americano Obed Hussey, criou uma máquina mais prática que a colheitadeira do
escocês Bell, projetada para ser puxada por animais de tração. O modelo
consagrou-se com o aperfeiçoamento de Cyrus McCormick. Entre 1830 e 1860,
surgiu as ceifadeiras e segadeiras, para feno, o qual foi decisivo para o
desenvolvimento de vários equipamentos de colheitas. Além da primeira versão
de colheitadeiras desenvolvidas por Hussey, surge a colheitadeira de
McCormick, que se expandiu pelo mundo (VIAN, C. E. F; 2010). A difusão das
colheitadeiras e as especificidades de cada cultura possibilitaram a criação de
tecnologias embarcadas para cada modelo de colheitadeira disponível no
mercado.

Tratores agrícolas
O primeiro trator a vapor foi criado em 1869 pela J.I. Case and Company
chamado de Old no.1, e a partir daí a evolução foi constante até os dias de
hoje.Os tratores agrícolas são máquinas autopropelidas projetadas para fornecer
potência para tracionar, empurrar, acionar e transportar máquinas e implementos
agrícolas de arrasto ou montados (BIANCHINI, A.; 2002).

Pulverizadores são máquinas destinadas com a finalidade de subdividir a


calda em gotículas uniformes, de forma a melhor distribuir na superfície, para
que a dosagem seja adequada.

Os primeiros pulverizadores surgiram por volta 1875, sendo que o


primeiro pulverizador mecanizado surgiu em 1894, nos Estados Unidos, cuja
máquina a vapor era sua fonte de movimento (SILVEIRA, G. S.; 1989).

Os pulverizadores automotrizes ou atopropulsados são máquinas


utilizadas em aplicações de defensivos agrícolas. Suas características são: o alto
rendimento operacional e tecnologia eletrônica de bordo de ponta, garantindo
total controle na pulverização, com o uso da tecnologia GPS, o que reduz a
poluição ambiental.

Com o auxílio do GPS e do computador de bordo e coletores de dados,


os pulverizadores podem realizar a aplicação de defensivos agrícolas, durante
vinte e quatro horas por dia, de forma precisa, armazenando os dados da
aplicação para fins administrativos (LOBO, M.; 2013).

Os pulverizadores, atualmente, vêm munidos de um alto pacote


tecnológico, cujo objetivo, se destina a facilitar a vida do produtor, desde o
desligamento automático de seções, nivelamento de barras, piloto automático,
Sistema GPS, injeção direta de defensivos agrícolas e também Weed Seeker.
Estas novas tecnologias visam à redução de custos, de forma sustentável.

Tecnologias embarcadas
Fonte: www.portaldoagronegocio.com.br

Um sistema embarcado (ou sistema embutido) é um sistema


microprocessador no qual o computador é completamente encapsulado ou
dedicado ao dispositivo ou sistema que ele controla.

Sistemas embarcados são desenvolvidos para uma tarefa específica. Por


questões como segurança e usabilidade, alguns inclusive possuem restrições
para computação em tempo real.

Computador de bordo

O computador de bordo é um equipamento que recebe, processa e


armazena os dados, transformando-os em informações organizadas, úteis para
o operador. É composto de uma estrutura física chamada de hardware, ou seja,
aquilo que podemos tocar e dos softwares, os programas utilizados nos
computadores de bordo permitem a solução de problemas ou tarefas,
executando instruções comandadas pelo operador.

O computador de bordo pode estar ligado a inúmeros sensores distribuídos pelo


implemento, assim passando informações em tempo real ao operador e também
armazenando dados para que posteriormente possam ser utilizados.
Computador de bordo é composto de:

- Unidade central de processamento; - Tela ou visor;

- Teclas de acesso às funções e à programação;

- Cabos e conectores;

- Portas de acesso;

- Acessórios;

- Monitor frente/verso

Sensores que podem estar ligados ao computador de bordo de diferentes


implementos
Fonte: pt.wikipedia.org

Em colheitadeiras temos diversos sensores, entre eles alguns que foram


citados abaixo de suma importância:

O valor estimado das perdas de grãos pode ser determinado através do


sensor de perda de grãos acústico, montado na extremidade da peneira da
ceifeira debulhadora de parcelas Delta. O valor determinado é indicado no
interior da cabine. Se necessário, pode-se ajustar o ventilador de limpeza e a
inclinação da peneira de lamelas a partir da cabine.

Sensor de perdas no saca palhas

O sensor de perda no saca palhas verifica as perdas na separação de


grãos da palha.

Sensor de movimentação e rotação

Sensor de funcionamento e rotação de partes fundamentais a colheita


que medem a rotação de polias em tempo real para que em caso de variações
na mesma o operador possa corrigi-las em tempo hábil não comprometendo a
colheita.

Os sensores ligados ao computador de bordo do trator geralmente ficam


localizados no implemento utilizado para cada operação abaixo citarei alguns
que considero de grande importância ao operador.

Sensor de linha de semente

Os sensores instalados nas semeadoras têm base de funcionamento


lasers no tubo de sementes para a medição do fluxo contínuo destas, o sensor
envia as informações para o monitor de plantio (ou computador de bordo), em
tempo real, acusando o momento em que ocorre a obstrução das linhas
impedindo que ocorra falhas no plantio.

Pulverizador (hidráulico ou arrasto)

Os pulverizadores hidráulicos ou de arrasto podem possuir uma infinidade


de sensores ligados ao computador de bordo entre eles:

Medem em tempo real o fluxo de liquido (calda) em movimento no sistema


de pulverização.

Fluxômetro.

Controla a pressão exercida pela bomba de pulverização e emite alerta a


qualquer alteração na mesma.

Controlador de pressão
Fonte: portuguese.alibaba.com

Controla a vazão liberada nas seções de pulverização, para que a mesma


não seja interferida por outros fatores como mudança de velocidade e rotação,
assim liberando sempre a mesma quantidade de calda homogênea na aplicação.

Controlador de vazão.

São sensores ligados ao computador de bordo e ao sistema de GPS que


desligam as seções de pulverização em caso de transpasse na aplicação.

Distribuidores de sementes e fertilizantes

Os distribuidores são máquinas destinadas para a realização de


semeadura e distribuição de fertilizantes e corretivos, estes equipamentos
podem ser divididos em distribuidores de gravidade, de disco e pneumáticos.

Estás maquinas possuem sensores de peso para aplicação de taxa


variável, e também controladores de abertura controlados pelo computador de
bordo, o que gera benefícios ao aplicador podendo utilizar pequenas
quantidades de sementes de forma que a distribuição não será alterada.

Pulverizador (auto motrizes ou autopropulsados)

Pulverizadores são máquinas destinadas com a finalidade de subdividir a


calda em gotículas uniformes, de forma a melhor distribuir na superfície, para
que a dosagem seja adequada.

Os primeiros pulverizadores surgiram por volta 1875, sendo que o


primeiro pulverizador mecanizado surgiu em 1894, nos Estados Unidos, cuja
máquina a vapor era sua fonte de movimento (SILVEIRA, G. S.; 1989).

Os pulverizadores automotrizes ou autopropulsados (Figura 21), são


máquinas utilizadas em aplicações de defensivos agrícolas. Suas características
são: o alto rendimento operacional e tecnologia eletrônica de bordo de ponta,
garantindo total controle na pulverização, com o uso da tecnologia GPS, o que
reduz a poluição ambiental.

Estes equipamentos são munidos de altíssima tecnologia de bordo de


fabrica, constituído pelos mesmos sensores que podem ser aplicados na versão
hidráulica ou de arrasto.

Distribuidores de sementes e fertilizantes (auto motrizes ou


autopropulsados)

Os distribuidores são máquinas destinadas para a realização de


semeadura e distribuição de fertilizantes e corretivos, os distribuidores auto
motrizes ou autopropulsados diferentemente dos hidráulicos ou de arrasto, o
computador de bordo fica no próprio implemento, como demonstra a figura 2.

Possuem comporta dupla de distribuição que foi desenvolvida com o


objetivo de economizar produto durante o momento da realização dos arremates,
o sistema de ligamento ou desligamento das seções é acionado através do
computador de bordo que reconhece através das coordenadas de GPS que irá
ocorrer à transposição e assim fechando as comportas diminuindo custos e
principalmente o impacto ambiental

Barra de luz

Fonte: agroromania.manager.ro

A barra de luzes se encontra na maioria das máquinas agrícolas. Tendo


como finalidade principal orientar o operador no direcionamento da máquina no
campo, por meio de sinais de satélite. Desta forma, conhecida a largura de
trabalho, mantém-se um paralelismo entre as passadas, evitando falhas ou
sobreposições nas operações de calagem, preparo de solo, semeadura,
pulverização, colheita entre outras.

Alguns modelos podem ainda armazenam e fornecem informações sobre


a operação, tais como: -O trabalho sendo realizado;

-Mapas de aplicação;

-Ocorrência de falhas e sobreposições;

-Velocidade de trabalho;
- Área trabalhada;

-Tempo gasto na operação.

O sistema de barra de luz pode ser de dois tipos:

Barra de luzes somente com leds

Barra de luzes com leds e tela de visualização da operação

Os componentes da barra de luzes

-Monitor - Suporte do monitor

- Antena e receptor GNSS - Cabos e conectores

- Acessórios

Piloto automático

O piloto automático é um sistema de direcionamento que se encontra ou


pode ser acoplado nas máquinas agrícolas, que além de melhorar a qualidade
das operações, também proporciona comodidade ao operador, que fica com
mais tempo para observar outras funções do equipamento. Esse sistema tem
por finalidade direcionar automaticamente a máquina agrícola por meio de um
sistema orientado pela barra de luzes acoplado ao sistema de direção do
equipamento.

Assim como na barra de luzes, conhecida a largura de trabalho, mantém-


se um paralelismo entre as passadas, evitando falhas ou sobreposições nas
operações de calagem, preparo de solo, semeadura, pulverização, colheita entre
outras.

O sistema de piloto automático apresenta maior precisão que a barra de


luzes, pois elimina a ação do operador no direcionamento da máquina.
Tipos de piloto automático Quanto aos tipos, o piloto automático pode ser:

Fonte: www.agrogeosul.com.br

Piloto elétrico, que atua diretamente no volante

Piloto eletro- mecânico, com atuação no eixo da coluna de direção.

Piloto hidráulico, com atuador na unidade hidrostática da direção.

Os componentes do piloto automático

- Módulo eletrônico - Antena e receptor GNSS

- Atuador

- Monitor (barra de luzes)

- Interruptor de acionamento

-Trava de segurança
Controle automático de seções

O controle automático de seções elimina a ação do operador de controlar


o acionamento ou não da distribuição do insumo. Esse recurso, além de evitar
desperdícios, também dá comodidade ao operador, que fica com mais tempo
para observar outras funções do equipamento.

Este sistema tem a função de controlar automaticamente a abertura e o


fechamento de cada uma das seções da barra de pulverização, das linhas de
semeadura ou parte da aplicação de fertilizantes, evitando falhas ou
sobreposição, de

Desligamento de seções em função do transpasse.

Tipos de controle automático de seções.

O controlador automático de seções varia quanto ao módulo de controle


de seções, que é o mecanismo que atua na abertura e fechamento da
distribuição, este atuador depende das diferentes operações como pulverização,
semeadura e distribuição de fertilizantes e também podem se diferir de acordo
com a configuração da máquina.

Controlador automático de seção de pulverização

Controlador automático de abertura de comportas

Componentes do controle automático de seções

Os componentes do controle de seções variam de acordo com o sistema


de atuação, Os instrumentos mais comuns do controle de seções são: -Barra de
luzes;

- Antena e receptor GNSS;

- Módulo eletrônico;
- Cabos e conectores;

- Atuador ou módulo de controle de seções;

O progresso da tecnologia disponível no mercado é crescente, exigindo


que os usuários desta tecnologia conheçam os elementos que compõem a
logística de produção, bem como para o entendimento das tendências do setor.
Essas tendências exigem dos engenheiros a superação no desenvolvimento de
máquinas cada vez mais eficientes, para os administradores rurais, para que
tenham alternativas no aumento da produtividade das empresas agrícolas.

Fonte: www.youtube.com

Implicando na atuação em um cenário radicalmente diferente do atual,


sendo apenas necessário desenvolver um procedimento mecânico inteiro, com
técnicas avançadas de gestão, que comportam custos mais altos em relação à
gestão tradicional.

O avanço no setor agrícola tem preocupado administradores e produtores


rurais. Com a falta de mão de obra especializada para cargos que antes só
necessitavam de conhecimento básico de mecânica e funcionamento da
máquina, faz-se necessário alto conhecimento em informática para atuar nos
comandos e utilizar dos benefícios da tecnologia embarcada. Estas novas
tecnologias vieram para beneficiar o produtor rural, de modo a fazer o processo
agrícola com menor uso de mão de obra, reduzindo custos e ampliando o
rendimento com máquinas maiores, sem falar nos benefícios ao meio ambiente,
que estas tecnologias proporcionam, reduzindo a contaminação, também
reduzindo custos com sobreposições de aplicações, aplicando somente o
necessário onde se faz necessário.

O administrador rural tem alto rendimento e precisão nas operações


agrícolas, proporcionado pelo simples fato de optar pelos novos pacotes
tecnológicos, uma cabine de operações de um implemento moderno esta repleta
de conforto, para que o operador tenha total aproveitamento na função exercida.

Conhecer as tecnologias embarcadas e os avanços dessas permite a


aplicabilidade e velocidade no setor agrícola capazes de atender a demanda por
alimento mundial que nos desafia.4

4 Texto extraído do link: www.ebah.com.br


BIBLIOGRAFIA

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