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SUMÁRIO

1 O QUE SERIA TOPOGRAFIA? .................................................................. 3

1.1 Tipos de distâncias, ângulos e alturas.................................................. 4

1.2 Sistemas de coordenadas .................................................................... 5

1.3 Sistemas de coordenadas cartesianas ................................................. 5

1.4 Sistemas de coordenadas esféricas ..................................................... 5

1.5 Classificações em tipos e métodos ...................................................... 6

1.6 Métodos de levantamentos topográficos .............................................. 6

1.7 Método por Caminhamento .................................................................. 7

2 A IMPORTÂNCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO PLANEJAMENTO


RURAL .................................................................................................................... 8

2.1 Estratégia de implantação, gestão e funcionamento da Rede Agricultura


de Precisão ........................................................................................................... 12

2.2 Três estratégias de integração e transversalidade entre atividades da


Rede AP ........................................................................................................... 18

2.3 Estratégia de medida da CE do solo e altimetria de todas as UP ...... 19

2.4 Estratégia de tomada de imagem aérea............................................. 20

2.5 Estratégia de organização (Estrutura do Projeto) ............................... 21

2.6 Estrutura do PC1 Gestão da Rede AP ............................................... 22

2.7 Estrutura do PC2 – novas ferramentas em relação aos PC3 - culturas


anuais e PC4 – culturas perenes ........................................................................... 24

2.8 Estrutura do PC3 e PC4 para culturas anuais, perenes e semi - perenes
........................................................................................................... 24

2.9 Estratégia de integração dos resultados ............................................ 26

3 OS DESAFIOS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO ................................ 27

3.1 Aplicações de ferramentas de avaliação de impacto socioeconômico e


ambiental para agricultura de precisão .................................................................. 32

3.2 A importância da tecnologia agrícola ................................................. 43

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4 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DA ATUALIDADE ..................................... 44

4.1 Sensores ............................................................................................ 44

4.2 Drones ................................................................................................ 45

4.3 GPS agrícola ...................................................................................... 46

4.4 Big Data.............................................................................................. 47

4.5 Mobilidade .......................................................................................... 47

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 49

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1 O QUE SERIA TOPOGRAFIA?

Fonte: mundogeo.com

Topografia é uma ciência que estuda todas as características presentes na


superfície de um território, como o relevo e outros fatores próprios de determinada
região. A topografia nasceu alinhada a cartografia (estudo dos mapas), com a
necessidade que as pessoas tinham de especificar as condições e estrutura dos
caminhos descritos nas cartas geográficas da época. No entanto, os estudos
específicos acerca da topografia começaram a crescer apenas no século XVII, com a
invenção de alguns instrumentos importantes para as medições topográficas, como o
barômetro (Torricelli), o cronômetro (John Harrison) e a luneta astronômica (Kepler),
por exemplo.
Etimologicamente, a palavra “topografia” se originou a partir do grego
topographía, sendo que topos significa “região” ou “lugar”, quer dizer “descrição”.
Assim, topografia é a “descrição de uma região”, na tradução literal.
A topografia se ocupa em analisar apenas pequenas ou médias regiões
geográficas (aproximadamente 80 km de superfície), sendo os estudos feitos em
grande escala (como planetas inteiros, por exemplo) nomeados de geodésia.
Os estudos topográficos são muito importantes para a elaboração de projetos
relacionados à engenharia. Antes de construir prédios, estradas, ferrovias e etc. Um
estudo topográfico é necessário para determinar as condições do solo que vai abrigar
estas construções.

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Acidentes geográficos naturais e artificias, as particularidades e formas do
terreno são observadas detalhadamente, com o intuído de determinar se possuem
condições seguras para determinada infraestrutura. Atualmente, uma das ferramentas
de maior importância para a topografia, assim como para outras áreas da geografia,
é o GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português).
 Áreas de Atuação:
 Engenharia Civil:
 Edificação: levantamento planialtimétrico do terreno para execução de
projeto; locação de projeto; controle de prumadas, níveis e
alinhamentos.
 Estradas (Rodovias e Ferrovias): reconhecimento do terreno;
levantamento
Planialtimétrico; locação da linha básica; terraplenagem (volume de
corte ou aterro); controle e execução e pavimentação; implantação de
sinalização horizontal;
 Barragem: levantamento planialtimétrico; determinação das áreas
submersas; controle e execução de prumadas, níveis e alinhamentos.
 Outras Atribuições: saneamento de água e esgoto; construção de
pontes, viadutos, túneis, portos, canais, arruamentos e loteamentos.
 Engenharia Mecânica: locação de base de máquinas e nas montagens
mecânicas de alta precisão.
 Engenharia Eletrotécnica: utilizada nas hidrelétricas, subestações e
linhas de transmissão.
 Engenharia de Minas: levantamentos de galerias de mineração.
 Agricultura: definição das curvas de nível e desnível para as plantações
e irrigações.

Tipos de distâncias, ângulos e alturas

As Distâncias e Alturas: Usa-se de forma preferencial as distâncias horizontais


e verticais (alturas), por estas serem as que são representadas sobre as plantas
topográficas: Horizontais: distância reduzida ou de projeção dos alinhamentos entre

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dois pontos. Verticais: altura entre dois planos horizontais. Denominações dadas as
distâncias verticais: diferença de nível, cota ou altitude.
Exemplo: Detalhe de um terreno
Ângulos Verticais: Ângulos lidos em relação a vertical do lugar, podendo ser:
de inclinação (i), zenital (z) ou nadiral (n). São lidos com o teodolito ou aparelhos de
mão (clinômetros, lisímetros, ...), e usados para calcular distâncias (horizontais e
verticais) via trigonometria.

Sistemas de coordenadas

São utilizados basicamente dois tipos de sistemas para definição unívoca da


posição tridimensional de pontos: sistemas de coordenadas cartesianas e sistemas
de coordenadas esféricas.

Sistemas de coordenadas cartesianas

Estes sistemas normalmente representam um ponto no espaço bidimensional


ou tridimensional. Um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de duas retas
orientadas X e Y, perpendiculares entre si. A origem deste sistema é o cruzamento
dos eixos X e Y.
A posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas
coordenadas cartesianas retangulares (x, y, z)

Sistemas de coordenadas esféricas

Um ponto do espaço tridimensional pode ser determinado pelo afastamento


entre a origem do sistema e o ponto R considerado, pelo ângulo β formado entre o
segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy e pelo ângulo α que a
projeção do segmento OR sobre o plano xy forma com o semieixo OX. As
coordenadas esféricas de um ponto R são dadas por (r, α, β).

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Classificações em tipos e métodos

Tipos: Duas formas de classificação: Tipos de Levantamentos Topográficos em


função do grau de precisão:
 Expedito = Rápido, pouco preciso; só utilizando trena e bússola;
medição só de distâncias ou de distâncias e todos os azimutes ou rumos.
 Regular = Maior precisão; no mínimo com trena e teodolito; medição de
distâncias e ângulos (o primeiro de orientação e os demais
goniométricos).
 Precisão = Levantamentos topográficos para fins especiais com mais
exigências quanto aos equipamentos e procedimentos utilizados.
Tipos de Levantamentos Topográficos em função dos dados levantados:
 Planimétricos: Forma e dimensões planas;
 Altímetros: Relevo;
 Planialtimétricos: forma e dimensões planas e relevo em um mesmo
levantamento.

Métodos de levantamentos topográficos

Dois grupos:
Principais: triangulação e método da poligonal para a planimétrica e
nivelamento geométrico para a altimetria.
Secundários: irradiação, coordenadas retangulares, decomposição em
triângulos, para a planimetria e nivelamento trigonométrico para a altimetria. A
taqueometria é um método secundário de levantamento planialtimétrico. Para a
topografia regular deve-se utilizar métodos principais como base e métodos
secundários para os detalhes. Os métodos principais permitem avaliar e corrigir os
erros de medição (ajustamento de erros) através de recursos da geometria. Os
métodos secundários não permitem avaliar os erros. Para levantamento topográfico
expedito, pode-se usar apenas métodos secundários.

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Método por Caminhamento

Este processo consiste, na medida dos lados sucessivos de uma poligonal e


na determinação dos ângulos que esses lados formam entre si, percorrendo a
poligonal, isto é, caminhando sobre ela. Método trabalhoso, porém, de grande
precisão, o caminhamento adapta-se a qualquer tipo e extensão de área, sendo
largamente utilizado em áreas relativamente grandes e acidentadas. Associam-se ao
caminhamento, os métodos de irradiação e intersecção como auxiliares. Ele ainda se
divide em:
 Aberto ou Tenso: quando constituído de uma linha poligonal apoiada
sobre dois pontos distintos e denominados – um o ponto de origem e o
outro, o ponto de fechamento.
 Método da Poligonal Fechada: Método principal de levantamento
planimétrico regular, usando como estrutura de apoio uma poligonal
fechada. A partir dos vértices da poligonal, medem-se os ângulos
internos e as distâncias dos alinhamentos. Pode ser usado na topografia
regular (com teodolito e trena no mínimo e processamento analítico dos
dados com ajustamento dos erros de medição) como também na
topografia expedita (bússola e trena e processamento gráfico dos
dados).
 Esse método permite a avaliação e correção dos erros angulares e
lineares cometidos nas medições de campo. Em levantamentos
regulares, esses erros devem ser tratados de forma analítica.
Formas do terreno representadas pelas curvas: Terreno plano uniformemente
inclinado.
Formas do terreno representadas pelas curvas: Terreno em curva com
inclinação uniforme.
Formas do terreno representadas pelas curvas: Terreno com declinação
desuniforme.
Formas do terreno representadas pelas curvas: Elevação: As curvas de nível
de menor valor envolvem as de maior valor. Elevação: As curvas de valor maior
envolvem as curvas de valor menor.
Espigão: É a superfície de altitude mais alta da linha de cumiada (Linha divisória
de água)

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2 A IMPORTÂNCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO PLANEJAMENTO RURAL

Fonte: reciclereduzarecrie.blogspot.com.br

As ferramentas de geotecnologias são uma arma poderosa para o produtor


rural conhecer melhor sua realidade e suas possibilidades.
A agricultura teve seu surgimento há cerca de dez mil anos, quando o homem
começou a trabalhar a terra, desenvolvendo ferramentas rústicas, feitas de pedra,
madeira, ossos e conchas. O solo era preparado de uma maneira bem rudimentar,
muito trabalhosa e demorada. Com o passar do tempo, a ciência evoluiu e começaram
a se desenvolver ferramentas mais apropriadas, aumentando com isto a eficiência e
a produtividade.
Nos dias atuais, estamos vivenciando a era do conhecimento, da modernidade,
da tecnologia, falamos em agricultura de precisão, em geoprocessamento, em
planejamento rural. Mas o que é geoprocessamento e qual sua ligação ao
planejamento e a agricultura de precisão? Geoprocessamento é a tecnologia que
abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação e análise de dados
espacialmente referenciados.
Planejar adequadamente uma propriedade rural é uma tarefa imprescindível
para quem quer usar a terra. Diversas soluções técnicas existem para que se possa
conhecer a propriedade como um todo, a fim de não tomar decisões inadequadas. O
geoprocessamento associado às técnicas atuais de mapeamento (topografia
convencional, utilização de fotografias aéreas, imagens de satélite, GPS – Sistema de
Posicionamento Global por Satélite – imagens de vídeo, bem como outras formas de
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aquisição de dados), torna possível a aquisição de mapas temáticos e a quantificação
de áreas, como por exemplo: áreas de agricultura, pastagem, campo nativo,
reflorestamentos/florestamentos, florestas nativas (consideradas de preservação
permanente), fruticultura, afloramentos rochosos, banhados, áreas sujeitas a
alagamento, açudes, barragens, áreas erodidas ou em processos, comprimento de
estradas e cercas, áreas degradadas, bem como outras formas de utilização.
Além de ser necessário ter um conhecimento dos recursos naturais (solos,
clima, vegetação, recursos hídricos…), da geografia da região (relevo, declividade …),
conhecer as características socioeconômicas também é necessário para que se tenha
um embasamento para identificação e utilização sustentada, ou desenvolvimento de
determinada atividade apropriada, apontando a área que deva ser trabalhada ou
preservada.
Ao considerar todo este volume de dados, torna-se necessária a adoção de
técnicas não convencionais para manipulação, planejamento e simulação dos dados,
bem como para levantamentos. É neste contexto que o Geoprocessamento e as
técnicas de Sensoriamento Remoto (tecnologia que permite a aquisição de
informações sobre objetos sem contato físico com eles), apresentam grande potencial
de aplicação.
A adoção de um sistema de Geoprocessamento é de suma importância, pois o
agricultor poderá associar a seu mapa um banco de dados, sendo este implantado em
função da atividade desenvolvida na propriedade, buscando um melhor planejamento
para aumentar a produtividade sem aumentar a degradação ambiental. Através do
Geoprocessamento pode-se avaliar o potencial de aptidão ou restrição das terras para
a agricultura, definindo práticas adequadas de manejo e conservação do solo e da
água, considerando e cruzando aspectos diversos sobre o meio ambiente (solos,
clima, vegetação nativa e reflorestamentos, recursos hídricos, infraestrutura).
Para realmente estabelecer aptidões agrícolas, é preciso ter o conhecimento
da deficiência de fertilidade, água, oxigenação, impedimento à mecanização e
suscetibilidade à erosão. A avaliação do potencial de aptidão das terras através de
Geoprocessamento como ferramenta para a espacialização e cruzamento de dados
pode ser aplicada ao cálculo de áreas, reduzindo a subjetividade sobre as
informações, possuindo rapidez nas operações de cálculos, investimentos, obtenção
de mapas atualizados, facilidade de atualização dos dados e diagnósticos realizados.

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A aplicação do Geoprocessamento na agricultura vai além da aptidão agrícola.
Como exemplo podemos citar Fertilidade de Solos, Mecanização, Potencial para
Produtividade, bem como outras aplicações em função da diversidade de temas que
abrangem a agricultura.
Com relação à fertilidade dos solos, é possível questionar-se sobre a
quantidade de fertilizantes e/ou calcário necessário para a correção, manipulando
modelos numéricos de terreno (MNTs – representação digital de um modelo numérico
da superfície da terra, obtido a partir de um conjunto de coordenadas (x, y, z) de
pontos distribuídos no terreno), conjuntamente com dados de perfis do solo, elaborar
mapas de isovalores de pH, teores de nutrientes (N, P, K, …), gerando mapas que ao
serem cruzados com mapas de ocupação da terra, apresentarão a distribuição
espacial das regiões que necessitam tal correção, bem como da quantidade
necessária. A precisão destes resultados depende da base de dados utilizada, bem
como de sua confiabilidade.
A utilização inadequada das máquinas agrícolas para a execução de
determinados trabalhos, bem como um mau dimensionamento levam o agricultor a
subutilizar o maquinário. Na verdade, as ferramentas deveriam ser usadas em função
das características do terreno, tais como: tamanho da área, declividade, tipo de relevo,
características de solo e a precipitação. Os dados de precipitação são importantes em
vários casos. Por exemplo, quando estivermos relacionando o número de dias secos
ou chuvosos, onde a precipitação média é inferior a um determinado valor, este valor
pode ser espacializado por intermédio de MNTs e organizados e classificados em
isolinhas (linha que, num mapa une pontos de igual valor para a representação do
atributo estudado). O cruzamento destes planos de informação (planos de solos,
relevo, área a ser cultivada e mapas de precipitação), trará informações que definirão
o tamanho da máquina em termos de potência, dimensionamento dos implementos
agrícolas a serem utilizados e disponibilidade de dias prováveis para realizar
determinados trabalhos, sendo estes resultados materializados e espacializados em
forma de mapas.

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Fonte: traipunoticia.com.br

Conhecer a propriedade é fundamental para um melhor aproveitamento da


terra. Para medirmos a produtividade agrícola utilizamos a área plantada versus a
produção alcançada. Sabemos que a produção é dependente de fatores de fertilidade,
genéticos, de pragas, condições climáticas e doenças. A espacialização destas
informações em forma de mapas é muito importante para avaliar temporalmente e
espacialmente a produtividade e adaptação de determinada culturas, déficits hídricos
em culturas. A partir destes dados podem ser gerados os modelos agroclimáticos,
sendo estudadas as variações de temperatura, radiação solar, precipitação,
velocidade de ventos, umidade relativa do ar – fatores que podem ser levados em
conta para simular a produtividade. Os resultados indicarão quais as regiões mais
propícias para o desenvolvimento de determinada cultura, informações estas que irão
subsidiar o planejamento agrícola.
As aplicações futuras das técnicas de Geoprocessamento estão ligadas à
Agricultura de Precisão, aumentando a eficiência na utilização de insumos e a
lucratividade da cultura, auxiliando o produtor na tomada de decisões, diminuindo o
impacto ambiental da atividade agrícola, aplicando nas áreas de manejo e
conservação do solo; controle e acompanhamento no manejo de pastagens e solos,
reflorestamentos; monitoramento de áreas irrigadas, pragas e doenças.
A conclusão de tudo isso é que a implantação de um sistema de
Geoprocessamento, associado a um banco de dados que complementa as
informações espaciais e tornando os resultados mais precisos (resultando em uma
otimização de recursos), torna-se imprescindível para realizar um planejamento

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adequado. Para a Agricultura de Precisão, o banco de dados de um SIG deve ser
constituído por diferentes temas, onde cada tema represente dados espaciais
georreferenciados de uma determinada variável. Para geração dos temas é
necessário o processamento de um grande volume de dados sobre a área a ser
trabalhada. Devido ao fato da informação vir de várias fontes, a criação de normas
para a padronização de dados é fundamental para a organização da informação. Além
da padronização é importante documentar a informação, ou seja, a criação de
metadados, isto é, identificar a origem, a escala, o método de obtenção e outros. A
importância dos metadados reside no fato de que eles documentam os 4 dados
existentes e facilitam o compartilhamento dos mesmos. A demanda e a oferta de
dados espaciais crescem continuamente, enquanto os custos continuam altos.
Baseado nisto e no fato de que a aquisição dos dados é crítica para um projeto, torna-
se muito importante evitar a duplicidade de dados existentes. Normalmente não
existem dados suficientes sobre todas as variáveis envolvidas. Desta forma torna-se
necessário a obtenção de dados primários, por meio de sensoriamento remoto
(imagens de satélite e fotografias aéreas) ou amostragem direta no campo. A coleta
de dados no campo deve ser precedida por cuidadosa análise de todas as condições
envolvidas de forma proceder-se a um planejamento minucioso para a amostragem
dos dados. A seguir deve-se realizar um projeto piloto para o levantamento dos dados
a fim de ajustar falhas que porventura tenham ocorrido no planejamento.

Estratégia de implantação, gestão e funcionamento da Rede Agricultura de


Precisão

A globalização da produção para a alimentação requer proteção, gestão e


precisão. O cenário contemporâneo da agricultura brasileira. O cenário atual da
agricultura brasileira caminha para uma produção eficiente, com proteção ao meio
ambiente. A economia em escala global evidenciou o protagonismo do Brasil,
especialmente nesta época, quando há um aumento no consumo mundial de
alimentos e a necessidade de produzir energia renovável. O País possui terras,
condições climáticas e tecnologia para ajudar a suprir a si e a outras nações com
alimento e energia renovável. Para isso, também necessita melhorar sua
competitividade em áreas como a pecuária e silvicultura e produtos como o trigo e o
algodão, sem perder a perspectiva da sustentabilidade. E a adoção de técnicas e

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tecnologias com maior precisão para o manejo adequado do ecossistema pode reduzir
o impacto ambiental de maneira significativa, a partir de uma aplicação eficiente de
insumos. A Ciência pode contribuir decisivamente com a atividade agropecuária com
medidas de gestão, via Agricultura de Precisão. Adaptada à realidade tropical, ela
pode ser uma ferramenta para a inovação permanente no campo. Ciente desse
cenário, em 2009, a Embrapa apresenta sua contribuição, liderando uma Rede de
Pesquisa com 214 pesquisadores, 19 centros, 15 campos experimentais, com
variabilidade regional e de culturas (anuais e perenes). O trabalho em rede propicia a
integração de várias áreas do conhecimento, o compartilhamento de infraestrutura,
além da otimização de recursos financeiros e potencialização dos resultados. O
objetivo geral da Rede AP é gerar conhecimentos, ferramentas e inovações
tecnológicas em Agricultura de Precisão, visando incrementar a eficiência de sistemas
produtivos, em busca de maior competitividade e sustentabilidade do agronegócio
brasileiro. E os objetivos específicos são: gerar tecnologias para otimizar a aplicação
racional de insumos, para reduzir riscos e degradação ambiental e maximizar o
retorno econômico; estudar as causas da variabilidade espacial e temporal das
respostas dos sistemas produtivos; desenvolver mecanismos e procedimentos para a
construção de sistemas de suporte à tomada de decisão em sistemas produtivos;
mensurar a eficiência econômica e identificar indicadores para quantificar os
benefícios ambientais resultantes do uso de tecnologias da AP; transferir tecnologias
e avaliar o nível de adoção da AP no Brasil.

Fonte: tractorsupply.com

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A agricultura de precisão é um conjunto de tecnologias destinadas ao manejo
de solos, culturas e insumos, que visa um melhor e mais detalhado gerenciamento do
sistema de produção agrícola em todas as etapas, desde a semeadura até a colheita.
Por isso, a AP tem como foco a gestão de sistema produtivo agrícola considerando a
variabilidade espacial e temporal visando minimizar efeito negativo ao meio ambiente
e maximizar retorno econômico. Atualmente existem resultados práticos e de pesquisa
mostrando que a aplicação de insumos a taxa variável, comparada com a aplicação
pela maneira tradicional (uniformemente na área) há uma otimização dos volumes
necessários utilizando a agricultura de precisão, portanto significativa redução de
custos e de desperdícios, com ganhos econômicos e ambientais. Estas experiências
mostram também que a AP não se limita a procedimentos que exigem aparelhos de
alta sofisticação e investimentos caros. Qualquer propriedade, inclusive a familiar,
pode adotar alguns desses procedimentos e equipamentos, a custos mais baixos.
Além disso, a AP pode ser implementada por partes. Pode ser iniciada em operações
que sejam consideradas mais importantes para uma determinada cultura como, por
exemplo, correção do solo, detecção de pragas e doenças, fertilidade, etc. Atualmente
já existem algumas máquinas para aplicação à taxa variada no País e o mercado está
iniciando o seu uso, porém a intensidade de adoção da agricultura de precisão ainda
está muito aquém de países como EUA e Argentina. Um dos problemas que surge
com a aquisição dessas máquinas, por sua vez, é a dificuldade em interpretar os
mapas e realizar uma recomendação agrícola, ou seja, uma gestão da variabilidade
espacial e temporal da propriedade. É compreensível que sem um diagnóstico da
variabilidade com suas causas determinadas, não é possível realizar uma análise e
gerar uma recomendação de um tratamento à taxa variada. Entender as dificuldades
apenas após a aquisição de equipamentos não é uma forma muito adequada de
implementação da agricultura de precisão. O levantamento inicial das variações de
atributos agronômicos no campo, o reconhecimento, a identificação do potencial do
tratamento da variabilidade e a sua gestão, quer seja por aquisições de máquinas,
quer seja por tratamentos diferenciados, fundamenta a projeção de retorno do
investimento e, portanto, deveria ser os passos da adoção da agricultura de precisão.
As metodologias de levantamento inicial das variabilidades de atributos agronômico
do campo ainda não estão bem estabelecidas no Brasil. Nos EUA, em muitas áreas
medidas de condutividade elétrica do solo, tomada de imagens aéreas e detalhamento
da topografia são elementos básicos para iniciar o reconhecimento da variabilidade

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de uma área agrícola produtiva. São medidas de baixo impacto no investimento,
porém apresenta informação quanto à intensidade e distribuição espacial e temporal
de alguns dos atributos mais importantes para a agricultura. A topografia apesar de
simples pode ser um indicador interessante para gerir a área, pois em áreas côncavas
pode ocorre acúmulo de matéria orgânica e de fertilizantes. Imagens podem
apresentar “manchas” que indicam alguma diferença de atributo. Uniformidade em
condutividade elétrica pode ser indício de uniformidade em atributos químicos e físicos
do solo. No Brasil, tais metodologias poderiam ser exploradas em diferentes culturas,
em diferentes condições edafoclimáticas, antecipando a aplicação da agricultura de
precisão. No Brasil, fica evidente que para que a agricultura de precisão atinja seus
objetivos e reforçar a sustentabilidade do processo produtivo há ainda grandes
desafios. Considerar a variabilidade como um fator importante de gestão para a
sustentabilidade do negócio agrícola e do meio ambiente é ainda uma postura a ser
desenvolvida para o campo. A pesquisa em agricultura de precisão também deve
avançar na dimensão mais agronômica em diferentes culturas e regiões,
considerando a distribuição espacial e temporal das doenças e pragas, fertilidade do
solo, qualidade dos produtos, água, entre outros elementos para considerar uma
gestão precisa em direção à sustentabilidade do processo produtivo agrícola. A rede
de pesquisa em Agricultura de Precisão da Embrapa foi estabelecida levando em
consideração as várias dimensões do sistema produtivo e tem como objetivo principal
gerar conhecimentos, ferramentas e inovações tecnológicas, visando incrementar a
eficiência de sistemas produtivos, em busca de maior competitividade e
sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Tem os seguintes objetivos específicos:
 Gerar tecnologias para otimizar a aplicação racional de insumos, para
reduzir riscos e degradação ambiental e maximizar o retorno econômico;
 Estudar as causas da variabilidade espacial e temporal das respostas
dos sistemas produtivos;
 Desenvolver mecanismos e procedimentos para a construção de
sistemas de suporte à tomada de decisão em sistemas produtivos;
 Mensurar a eficiência econômica e ambiental pela adoção de
tecnologias da Agricultura de Precisão;
 Disseminar as tecnologias e avaliar o nível de adoção da Agricultura de
Precisão no Brasil.

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Fonte:pinterest.com

Estes objetivos e metas vêm sendo executadas desde novembro de 2009,


quando se iniciou a rede, e estão registrados na homepage da Rede de Pesquisa
(http://www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/redeap2).Para alcançar os objetivos,
a rede conta com 19 Unidades de pesquisa da Embrapa e cerca de 200
pesquisadores; 15 unidades experimentais distribuídos nas regiões Nordeste, Centro-
Oeste, Sudeste e Sul do país; 11 culturas entre perenes e anuais e cerca de 100
atividades de PD&I. A Embrapa aprovou a rede com 2,5 milhões de reais com a
recomendação de que, por meio de captação externa, atingisse os 6,7 milhões de
reais solicitadas pela proposta com o intuito de fortalecer parcerias e compromissos
com instituições de fomento, pesquisa, ensino e com empresas privadas. A Agricultura
de Precisão (AP) na Embrapa estabeleceu-se inicialmente em culturas de grãos como
soja e milho. Para cobrir demais culturas importantes ao País, o projeto agrupou por
afinidade de processo (preparo de solo, plantio, cultivo e colheita), ou seja, em culturas
anuais e em culturas perenes. Entre as culturas perenes o grupo mais experiente está
na citricultura por ter um histórico com projeto financiado com recursos do Prodetab e
FAPESP/PIPE. Nas demais culturas (algodão, pastagem, trigo, uva, arroz, pêssego,
eucalipto e pinheiro), estão presentes as Unidades não tradicionais nessa área, o que
merece uma atenção maior em relação ao nivelamento de conhecimentos, previsto
como uma das primeiras atividades da rede. As áreas experimentais denominadas
aqui de Unidades Piloto (UP) previstas para serem exploradas estão listadas abaixo.
São 8 UP na região Sul, 5 na região Centro-oeste, 2 na região Sudeste e 1 na região
Nordeste, dos quais 6 são culturas anuais e 9 são perenes e Simi - perenes. Portanto

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as UP são áreas de condução de experimentos de campo diversificados onde poderão
ser exploradas as diferenças regionais e culturais com uma abrangência significativa
do território agrícola do País. Estão sendo realizadas ações de pesquisa e de tomadas
de dados transversais e sincronizados com a realização de dias de campo. Unidades
Piloto – culturas anuais:
 Milho/Soja: Planaltina de Goiás, DF – Embrapa Cerrados e Embrapa
Milho e Sorgo; Soja/Milho/Sorgo: Rio Verde, GO – Comigo e Embrapa
Solos; Algodão/Soja/Milho: Cristalina, GO – Grupo SLC e Embrapa
Algodão;
 Soja/Milho/Trigo: Guarapuava, PR - Cooperativa Agrária Agroindustrial
(Cotrijal), Embrapa Soja e Embrapa Milho e Sorgo;
 Trigo/Soja/Milho/Cevada: Não-Me-Toque, RS – Cotrijal e Embrapa
Trigo;
 Arroz irrigado: Pelotas, RS - Embrapa Clima Temperado. Unidades
Piloto – culturas perenes e semi-perenes:
 Cana de Açúcar: Mogi Mirim, SP – CTBE e Embrapa Monitoramento por
Satélite;
 Laranja: Matão, SP - Grupo Fischer e Embrapa Instrumentação
Agropecuária;
 Lavoura-pecuária: Bagé, RS - Embrapa Pecuária Sul;
 Lavoura-pecuária: Dourados, MS – Embrapa Agropecuária Oeste;
 Pastagem tropical intensiva: São Carlos, SP- Embrapa Pecuária
Sudeste; Pêssego: Canguçú, RS - Embrapa Clima Temperado;
 Uva de mesa: Petrolina, PE – Embrapa Semiárido;
 Uva de vinho: Bento Gonçalves, RS – Vinícola Miolo e Embrapa Uva e
Vinho.
Paralelamente às atividades de pesquisas nas culturas anuais e perenes
conduzidas nas UP, estão sendo desenvolvidas novas ferramentas como
metodologias em geoprocessamento, tecnologia da informação, processamento de
imagem, mineração de dados, eletrônica embarcada, redes de sensores sem fio,
protocolo de comunicação entre máquinas agrícolas, novos sensores, atuadores e
controladores. Esses temas relacionados às pesquisas básicas predominantemente
na área de tecnologia da informação e de instrumentação atuarão de forma a receber

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orientações das UP, para aumentar o potencial de uso e de impacto nas cadeias das
culturas abordadas pelo projeto. Os testes e eventuais validações dos protótipos em
campo ocorrerão nessas UP. Os dados dos protótipos obtidos nas UP poderão
integrar aos dados armazenados na Unidade de Sistema de Informação Geográfica
da rede fornecendo um arsenal de informação mais rica do que uma análise isolada.

Três estratégias de integração e transversalidade entre atividades da Rede


AP

Estão previstos três processos estratégicos transversais para integrar as


atividades entre as UP. O primeiro processo estratégico é a integração por meio de
fundamentos e conhecimentos básicos em AP. A base conceitual em AP da Embrapa
está sendo uniformizada e consolidada desde o início do projeto por meio de
treinamento para os membros da Rede. E será aperfeiçoada em temas específicos
durante o desenvolvimento do projeto com a realização de Workshops, a medida que
forem detectadas as demandas. Essa base molda o conceito das atividades das 15
Unidades de Pesquisa e fornece uma linguagem a toda equipe para que os membros
das UP interajam mesmo sendo de especialidades diferentes, trabalhem com
diferentes culturas e estejam em diferentes agroecossistemas. Os resultados parciais
estão sendo igualmente consolidados e divulgados em novos eventos técnico
científicos no país como Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão e Simpósio
Internacional de Agricultura de Precisão e no exterior como a Intenational Conference
on Precision Agriculture. A interação com o Comitê Brasileiro de Agricultura de
Precisão também tem sido estimulada.
O segundo processo estratégico é a de construção de um repositório dos dados
geograficamente referenciados. Todos os dados e informações estão sendo inseridos
em um Sistema de Informação Geográfica localizado na Embrapa Informática
Agropecuária e dados de segurança copiados na Embrapa Pecuária Sudeste. A esse
sistema foi denominado nessa proposta de Unidade de Sistema de Informação
Geográfica (UI) onde estão sendo instalados os SIG mais utilizados em AP e também
os recursos (máquinas, softwares e ferramentas) de custo elevado. O acesso remoto
também está sendo considerado para dinamizar contatos e trocas de informações
entre membros da equipe e especialistas de diferentes áreas.

18
O terceiro processo estratégico consiste no levantamento de dados básicos das
UPs. Entre muitos processos de identificação e medição de variabilidade da área há
três procedimentos estabelecidos que a princípio podem ser utilizados em todas as
culturas. Uma delas é a medida da condutividade elétrica (CE) do solo, outra é a
altimetria e por último a tomada de imagem aérea. Com esses três procedimentos,
será possível alimentar a UI com informações da variabilidade da cada UP num
formato comum a todos e integrar aos dados fornecidos por ações durante o
desenvolvimento das etapas do projeto. A orientação da medida e o uso da imagem
aérea, topografia e CE do solo serão explorados juntamente com a estratégia de
integração conceitual, ou seja, no encontro/treinamento. Essas três estratégias,
consideradas chaves para a rede e garantem a transversalidade do uso de
ferramentas, aquisição e disponibilização de dados e transferência de conhecimento.

Estratégia de medida da CE do solo e altimetria de todas as UP

O mapeamento de CE do solo é uma estratégia que pode ser considerada como


a mais utilizada em AP para auxílio na identificação da variabilidade do solo e
orientação inteligente para amostragem, devido ao custo e praticidade operacional. A
topografia, principalmente as áreas côncavas e convexas, por ser indicador do tipo de
solo, causa de acúmulo ou lixiviação de água e nutrientes, assim como definir o
potencial de erosão, é também um potencial indicador de variabilidade do solo a baixo
custo. Como a medida de CE é alternativa viável, a rede supre com medidor de CE
portátil econômico construído em atividade do projeto, potencializando o efeito
multiplicador dessa estratégia. Em UP com áreas maiores, o projeto utilizará o
equipamento Veris adquirido pela Embrapa em projetos anteriores. A altimetria deverá
ser realizada por cada Unidade responsável pela UP e conferida por receptor GPS
RTK de maior precisão a ser adquirido pelo projeto. Observa-se que esses dados
fornecerão uma orientação da variabilidade em comum às 15 UP, porém a análises
de fertilidade e outras variáveis de interesse agronômico para fornecer diagnóstico e
prescrição de tratamento da cultura deverão ser realizados pelas atividades de
pesquisa previstas em cada UP.

19
Fonte: cdnoticias.com.mx

Estratégia de tomada de imagem aérea

A imagem aérea também tem sido uma ferramenta muito aplicada por usuários
de AP por conseguir sintetizar variabilidade de uma grande área aos produtores sem
conhecimento computacionais ou sem domínio de metodologias científicas
complexas. Assim como a CE do solo, os seus dados favorecem a análise visual e
fornece informações sobre a variabilidade do campo úteis independente de cultura.
Porém, apesar do seu uso corrente possibilitar análise informal, essa técnica possui
ainda muito potencial a ser explorado (abordado no “estado da arte”) e o presente
projeto busca, dentro do tema sensoriamento remoto e processamento de imagens,
obter avanços. Há na prática uma variação muito grande de alternativas de tomadas
aéreas inicialmente por imagens por satélite; por veículos aéreos (aeroplanos e
helicóptero) convencionais (inclui-se ultraleve); por veículos aéreos não tripulados
(VANT), pipas e posicionamento de câmeras em torres. Atualmente existem VANT no
mercado com recursos automatizados possibilitando uma operação segura com custo
baixo em comparação com outras alternativas. Observando ainda que a redução de
custo desses sistemas tem sido uma tendência consistente e aponta para a
possibilidade de observar uso cada vez maior dessa ferramenta no campo. A
estratégia proposta pela rede é de adquirir câmeras e um VANT para tomada de
imagem aérea das 15 UP do projeto. Como essa atividade pertence a vários planos
de ação distribuídos em três PC e requer uma sincronização entre os cronogramas
das UP, esta tem sido organizada sob coordenação geral do projeto. Observando que

20
atividades relativas a essa estratégia assim como medida da CE do solo e altimetria
estão espalhadas nas atividades de outros Projetos Componentes e o PC1 irá realizar
a gestão. Essa ferramenta apoiará as atividades das UP, uniformizará a qualidade das
imagens utilizadas por UP, auxiliará na padronização de métodos de análise e
fornecerá dados de campo no desenvolvimento de metodologias de processamento e
uso dessas imagens, juntamente com mapas de CE do solo e topografia.

Estratégia de organização (Estrutura do Projeto)

A rede está estruturada em cinco Projetos Componentes (PC). O PC1 de


Gestão cuida do gerenciamento técnico, administrativo, financeiro e de comunicação
do projeto em rede. É composto um comitê gestor formado pelos líderes dos PC. O
PC1 apresenta quatro Planos de Ação (PA): Gestão de recursos financeiros; Gestão
técnica; Gestão de relações institucionais e Gestão do conhecimento e da informação.
O PC2 “Desenvolvimento e validação de instrumentos e de tecnologias de
informação” executa ações de pesquisa, desenvolvimento e padronização de novas
ferramentas como softwares, sensores, equipamentos e metodologias associadas à
AP. O PC3 “Caracterização, monitoramento e manejo da variabilidade espaço
temporal em sistemas de culturas anuais” deve desenvolver e aplicar os
conhecimentos e as tecnologias em culturas de milho, soja, algodão, arroz e trigo.
Estão atuando sob esse tema como responsáveis por atividades as unidades da
Embrapa: Algodão, Milho e Sorgo, Solos, Soja, Trigo, Cerrados, clima Temperado e
Pecuária Sudeste, e as respectivas Unidades Piloto (UP) onde são realizados os
experimentos e estudos de campo em culturas anuais. O PC4 “Caracterização,
manejo e monitoramento de atributos do solo e da planta em sistemas de produção
de plantas perenes” cuida de silvicultura (eucalipto), fruticultura (pessegueiro,
macieira, laranja e videira), cana de açúcar e pastagem. As UP foram instaladas pelas
seguintes Unidades da Embrapa: Semi Árido, Agropecuária Oeste, Clima Temperado,
Floresta, Uva e Vinho, Pecuária Sudeste e Pecuária Sul. Essas Unidades estão
listadas com as respectivas atividades às quais são responsáveis. O PC5 “Inovação
tecnológica em agricultura de precisão” é o que possui interação com os resultados
de todos PC e interage com as UP para promover ação de transferência e estabelecer
Unidades Demonstrativas. Informações técnicas geradas deverão estar disponíveis
para PC5 por meio da UI, e este deve sistematizar para potencializar inovação no

21
sistema produtivo. O PC5 deve ainda viabiliza e fomentar outros PC para proteção
intelectual e negociação de tecnologias para o mercado, assim como oferecer
informações que subsidiem Políticas Públicas do governo.

Fonte: keywordsuggest.org

Estrutura do PC1 Gestão da Rede AP

O PC1 “Gestão” está estruturado em 4 Planos de Ação (PA) e apresenta 17


atividades. A gestão de recursos financeiros está sob a responsabilidade do PA1
desse PC e subdividido em três atividades compreendendo o planejamento,
acompanhamento e distribuição.
A gestão técnica, aqui entendida como gestão técnica dos membros da rede,
buscará a integração das equipes por meio de temas relacionados à AP, acompanhar
o cronograma e o avanço técnico das atividades da rede. Essa gestão está
formalizada no PA2 desse PC executada por 5 Atividades. As atividades relacionadas
ao treinamento e encontros no âmbito da rede estão alocadas nesse PA. A gestão de
relações institucionais (PA3) atuará administrando e secretariando os contatos com
as instituições executoras, clientes e parceiras envolvidas na rede. Essa gestão é
responsável para auxiliar o estabelecimento das ações, das responsabilidades e do
compartilhamento de resultados entre as instituições envolvidas. Essa gestão sugere
contrato de parceria às Unidades com atividades em conjunto descobertas de
formalidade contatando e envolvendo a Assessoria de Inovação Tecnológica – AIT e
a Coordenadoria de Apoio à Inovação e à Propriedade Intelectual - CAP da Assessoria
Jurídica – AJU da Embrapa. Observando que algumas atividades dessa rede já

22
contam com financiamentos de órgãos de fomento e parcerias firmadas com
empresas privadas e instituições parceiras, e estão um pouco mais detalhados no item
“Envolvimento do Setor Privado”. O PA4 trata da gestão do conhecimento e da
informação a ser gerado pelo projeto, com propósito de buscar interação e integração.
Estão previstos nesse PA atividades relativas à implementação e à gestão do portal
na Web, da Unidade de Sistema de Informação Geográfica (UI), da tomada de imagem
aérea, da medição da CE do solo e da altimetria nas UP. O portal apoia tanto na
inserção de informações geradas para disseminação ao público externo, quanto à
gestão das atividades e interação entre os membros da equipe. Observando que a
gestão do conhecimento para o público externo está prevista no PC5 e para essas
informações não há acesso restrito. A gestão da UI viabiliza o armazenamento e o
acesso aos dados georreferenciados gerados nas UP. Com o armazenamento dos
dados e a instalação de arsenal de SIG implementados na UI por meio da Atividade 2
do PA4 busca-se a padronização tanto dos dados como de métodos de análise,
construindo ao mesmo tempo a capacitação da Embrapa para análise desse tipo de
dados em um elevado número de regiões e de produtos, somente possível em projetos
em rede. Os acessos a esses dados serão geridos pelas Atividades 4 e 5 desse PA
onde serão implementados critérios de acesso controlado pelo portal por meio de
senha com diferentes níveis de hierarquia. A geração de dados comuns às 15 UP
(imagem aérea, CE do solo e topografia) bem como a obtenção dos mesmos, como
são estratégicos para garantir a transversalidade e integração, estão implementadas
nesse PC1 Gestão e a sua execução prevista nas atividades 5 e 6 do PA4. Ajuste de
cronograma dessas atividades deverá ser realizado posteriormente à aquisição dos
equipamentos e à implantação do plano de trabalho de cada UP.
A proposta foi aprovada em novembro de 2009, e no iniciou 2010 foram
realizados dois encontros agrupando várias atividades para viabilizar o número de
reuniões previstas. No primeiro semestre do projeto foram realizados dois encontros.
Uma das reuniões foi a do Comitê Gestor, a qual teve como objetivo estabelecer o
calendário de eventos da rede, cronograma de trabalho e discutir o compromisso de
todos para viabilizar a gestão das atividades previstas no projeto. Foi elaborada a
programação da primeira reunião geral da rede, consistindo no segundo encontro do
semestre. A primeira reunião geral teve a finalidade de realizar o nivelamento técnico;
orientação na montagem das Unidades Piloto e seu relacionamento com atividades
transversais; apresentar a dimensão e a estrutura do projeto; apresentar os principais

23
atores da rede e finalmente discutir calendários e compromissos de cada um para
consecução do objetivo final. Observa-se a importância e a dimensão da organização
dessa reunião, pois a rede possui cerca de 200 membros de 20 Unidades da Embrapa
distribuídos em 176 atividades (27 planos de ação), além de parceiros de
Universidades, institutos e empresas. O projeto tem como meta realizar uma reunião
geral anual e uma reunião semestral do Comitê Gestor buscando sempre agrupar as
atividades. O comitê tem utilizado regularmente reuniões virtuais utilizando voz sobre
IP ou VoIP (Voice over Internet Protocol), como forma de manter os membros
informados, discutir atividades e compartilhar a tomada de decisões.

Estrutura do PC2 – novas ferramentas em relação aos PC3 - culturas anuais


e PC4 – culturas perenes

O PC2 busca o desenvolvimento de novas ferramentas para a AP. Foi


estruturado com 30 atividades distribuídos em 3 PAs atuando no desenvolvimento de
equipamentos, sensores, metodologias e processos. A integração do PC2 com o PC3
e PC4 está na troca de experiências. As atividades do PC2 deverão obter subsídios
do campo por meio de parâmetros de requisito de funcionamento fornecido pelas UP
do PC3 e PC4. Testes e validação também deverão ocorrer nas UP buscando
interação e integrando-se com as informações armazenadas na UI.

Estrutura do PC3 e PC4 para culturas anuais, perenes e semi - perenes

O conjunto de Unidades Piloto (UP) gerenciadas pelos PC3 e PC4 compõe o


elemento referencial principal do projeto onde ocorrem estudos e demonstrações
abrangendo as culturas perenes, semi - perenes e anuais nas diversas regiões do
país. No primeiro ano as atividades foram concentradas na integração dos membros
da equipe, treinamento, aquisição e instalação de ferramentas (SIG, fotografia aérea
e condutividade elétrica do solo) no apoio ao estabelecimento das UP. Novas
atividades de pesquisas com natureza específica de uma cultura ou região, porém de
interesse à Agricultura de Precisão, estão sendo submetidas às instituições de
fomento para viabilizar ações de estudos pontuais durante o desenvolvimento do
projeto. No segundo ano os dados gerados pelas UP estão sendo integrados à
Unidade de Sistema de Informação e preparadas para receber atividades do PC2 para

24
testes, ajustes e validação. Atividades de levantamento da variabilidade espacial em
UP deverão ser iniciadas e continuadas. No terceiro ano, com os primeiros dados
obtidos nas UP, deverão ser estudados e propostos meios de intervenção
considerando aspectos econômicos além dos técnicos e operacionais. No quarto ano
os resultados da intervenção deverão ser apresentados por meio do PC5.
Observa-se que nas culturas anuais como o milho e a soja as atividades serão
coordenadas por grupos experientes e maduros. As suas áreas de campo são de
produtores com máquinas colhedoras providas de monitor de colheita e há uma massa
crítica comparativamente muito maior que outras culturas. A possibilidade de trabalhar
no tema com diferentes áreas e com metodologias e dados que permitem estudo
comparativo traz um potencial de resultados maior em comparação aos trabalhos
isolados. Nas culturas de algodão, arroz e trigo as pesquisas serão realizados por
grupos menos experientes, porém há grupos internacionais com trabalhos
relativamente avançados nessas culturas.
Pela proximidade dos processos de amostragem e análise com as culturas
mais avançadas (soja e milho) é provável que esses grupos avancem rapidamente no
domínio do conhecimento. Devido a essas características e potencialidades, os PA
foram organizados por processo, ou seja, processo de mapeamento de variabilidade
de culturas, processo de mapeamento do solo e assim por diante. Ao todo são 5 PA,
sendo um deles de gestão. Para as culturas perenes e semi-perenes (PC4), o desafio
parece maior considerando a inexistência de massa crítica na Embrapa. Devido à
peculiaridade de cada cultura abordada por esse PC, apesar das características
perenes e semi-perenes da cultura, há clara diferença no produto final da silvicultura,
pastagem e fruticultura. A AP em fruticultura tem sido explorada internacionalmente
em números menores de trabalhos em relação à de grãos e há uma disponibilidade
menor de equipamentos apropriados como, por exemplo, para produção de mapa de
colheita, mas muito mais intensa do que em silvicultura e pastagem. Ainda no caso da
fruticultura os aspectos qualitativos da produção devem ser ainda mais relevantes que
os quantitativos. Devido às essas características o PC4 foi estruturado com enfoque
maior de culturas com o intuito de concentrar discussão no tema e suas soluções.
Porém seus dados, incluindo imagem aérea, topografia e CE do solo, continuam
sendo armazenados na UI do projeto e, portanto, passíveis de estudos comparativos
com especialistas de diferentes áreas.

25
Estratégia de integração dos resultados

O PC 5 foi estruturado para que as informações geradas na rede fossem


sistematizadas e formatadas para adequar ao público interno e externo. Os públicos
considerados externos ao projeto de modo geral são indústria, técnicos, produtores,
pesquisa, ensino e governo. As demandas e possibilidades de colaborações e
parcerias serão sistematizadas e divulgadas aos membros (público interno) pela rede
comunicação e nas reuniões presenciais do grupo. Já o público interno refere-se aos
membros do projeto, uma vez que se detectou que os conceitos de AP deveriam ser
internalizados e difundidos entre os pesquisadores e analistas da Embrapa e
parceiros.
O PC5 realiza ainda a comunicação e interface entre a rede com outras
instituições, governo e empresas privadas. As metas principais desse PC para
divulgar resultados e conceitos são:
 Homepage do projeto;
 Documento marco referencial da Agricultura de Precisão pela Embrapa;
 Cartilha em Agricultura de Precisão (foco em extensionistas e
produtores);
 Vídeo sobre Agricultura de Precisão; No PA1 do PC5 são realizadas as
atividades para a integração, troca de experiências e articulação de toda
a equipe do projeto componente. Isso se dá por meio das reuniões gerais
e Workshops previstos para ocorrer pelo menos uma vez por ano. Nesta
oportunidade tem sido realizadas reuniões com todos os responsáveis
pelos PAs do PC2, os quais apresentarão os principais resultados
obtidos e serão discutidos aspectos de orçamento, fluxo de informações,
principais dificuldades e eventuais alterações. Nessas reuniões tem sido
estimulada ações de parceria e troca de conhecimentos e informações
entre os membros da equipe e destacadas ações de sucesso que
possam ser disseminadas com os demais membros do projeto. É
estimulado também o uso e compartilhamento das informações contidas
nos bancos de dados a serem criados no projeto, bem como a utilização
da homepage para inserir e obter informações atualizadas do
andamento das atividades, facilitando também o processo de
encaminhamento dos relatórios anuais de acompanhamento do projeto.

26
A difusão dos resultados é realizada por meio de diversos mecanismos como
as publicações técnicas e científicas, participação em feiras e eventos científicos, dias
de campo, unidades demonstrativas e palestras, dentre outros. As questões
referentes à inovação tecnológica também são tratadas nesse PC. Dessa forma as
atividades de proteção intelectual, análise de mercado e negociação de tecnologias
estão com atividades e equipes mobilizadas.

Fonte: drone.com.br

3 OS DESAFIOS DA AGRICULTURA DE PRECISÃO

É fato que, em 1997, o uso do GPS ofuscou todas as outras tecnologias, pois
o impacto da inovação causado por essa tecnologia revolucionaria vários setores,
inclusive a agricultura. Naquela época, o grande desafio era dominar a tecnologia
oferecida pelo receptor de GPS na automação, aplicá-la em máquinas agrícolas e
viabilizá-las para apoiar a gestão operacional da lavoura, levando-se em consideração
a variabilidade espacial.1
Para os setores da agricultura brasileira, enquanto a eletrônica embarcada
ainda se encontrava inexistente ou em estágio muito inicial, o salto tecnológico era
demasiadamente alto. Apenas poucas indústrias e instituições acadêmicas
conseguiram se estruturar para incorporar a base dessa tecnologia. No primeiro
momento, apenas as multinacionais puderam trazer seus produtos enquanto existia
ceticismo no setor agrícola, observando que, nesse momento, até mesmo essas

1 Texto extraído do link: www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/redeap2

27
empresas tiveram de formar novas equipes de trabalho para incorporar o processo de
montagem, uso e manutenção dessas novas ferramentas. Dez anos após, a eletrônica
já fazia parte do cotidiano e receptores GPS veicular, disseminado. Pode-se
considerar que a eletrônica embarcada já é realidade no mercado de máquinas
agrícolas e essa parte da tecnologia não representa mais o maior desafio da AP como
há vinte anos. Atualmente pode-se considerar que o mercado já disponibiliza a maioria
das ferramentas para o campo e seus desafios agora são incrementais. Tanto as
oportunidades de inovação como a complexidade no desenvolvimento de sistemas
em máquinas agrícolas avançaram para o campo da TIC (tecnologia da informação e
da comunicação), entretanto, o número de empresas nacionais que realmente
incorporaram a sua dinâmica ainda é reduzido. Em eletrônica embarcada observam-
se esforços por parte de grandes empresas internacionais em busca de
compatibilidade e conectividade entre seus produtos. Reuniram-se em associação
internacional denominada de AEF - Agricultural Industry Electronics Foundation (http://
www.aef-online.org/) com cerca de 150 membros para potencializar o
desenvolvimento de padrão de conectividade ISO-11783, também denominado de
ISOBUS. O Brasil participa por meio da FTI - Força Tarefa ISOBUS
(http://www.isobus.org.br/) e da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas,
comissão de estudo CE04:015:15 – Eletrônica Embarcada. A conectividade é chave
para garantir que os equipamentos utilizados em AP se protejam da rápida
obsolescência, bem como aumentar a mantenebilidade dos sistemas eletrônicos neles
embarcados e reduzir seus custos.
As máquinas para a AP conhecidas no mercado são as colhedoras de grãos,
com grande capacidade para mapear a produção, e as aplicadoras de insumos à taxa
variada, por serem utilizadas para ilustrar o uso da AP. São dotadas de receptores
GNSS e sistema de armazenamento e leitura de dados. A descrição do seu uso de
forma didática tem aumentado nas literaturas internacionais. Essas publicações são
dirigidas aos que atuam na agricultura e concentram-se em apresentar as ferramentas
para praticar a AP. A literatura científica tem uma linguagem própria muito próxima
dessa publicação e é muito rica em resultados, porém devido à sua natureza, os
resultados não são diretamente aplicados pelos produtores como uma recomendação,
necessitando de uma visão mais global para perceber o uso na sua propriedade. Essa
publicação é uma compilação de resultados de pesquisa da rede, assim como o

28
primeiro volume e não tem pretensão de ser um material didático, porém, apresenta
uma revisão para contextualizar os assuntos focados nos capítulos.
As literaturas como de Srinivasan (2006) e de Brase (2006) são didáticas e
apresentam uma visão global da AP. Adamchuk et al. (2004) apresenta revisão de
sensores de solo e Hatfield et al. (2008) explora um número extenso de trabalhos em
sensoriamento remoto aplicado à agricultura, cujo conhecimento fundamenta a
concepção dos sensores óticos encontrados hoje no mercado. Há muitos trabalhos
que buscam desenvolver e propor ferramentas para o uso da AP, inclusive a robótica,
mas apenas alguns estão disponíveis e bem-sucedidos comercialmente, como as
colhedoras, implementos com aplicação à taxa variada e a mostrador de solo, todos
com GNSS. A rede utilizou sensores óticos, medidor de condutividade elétrica,
imagem aérea ainda de uso não muito disseminado entre os agricultores do Brasil, os
quais estão explorados pelos capítulos desse livro. Porém, ainda há muitas lacunas
tecnológicas a serem preenchidas. É comum organizar e descrever a AP como um
sistema controlados e estes conceitualmente é apresentado em três etapas. O início
determinado pela leitura, que consiste no levantamento e obtenção de dados. A
segunda etapa é a de interpretação dos dados para planejamento das operações de
campo. A terceira como a de atuação ou de execução do planejamento. Ao realizar
essas três etapas, e elas reiniciam-se em ciclo. O que difere a AP dos demais ciclos
de controle convencional é a localização da atuação e dos dados, ou seja, a análise e
planejamento são realizados sobre mapas. Muito comum em gestão, o ciclo também
é de melhoria contínua. Se um produtor detectar variabilidade espacial causada por
máquinas e ele aprimorar o seu uso, o próximo ciclo pode ser o de melhorar o uso de
fertilizantes e assim por diante. Identificar a variabilidade, analisar a causa é
fundamental nesse processo. Nem sempre, como já mencionado anteriormente, a
gestão da variabilidade traz retorno econômico, porém, traz subsídios para melhorar
o entendimento da lavoura.

29
Fonte: Livro: Agricultura de Precisão Resultados de um Novo Olhar. Pág. 37

Os conhecimentos agronômicos mais apurados como, por exemplo, as


interações com os tipos de solos e de concentração de matéria orgânica com
agroquímicos tornam-se muito mais úteis, pois os dados são tratados localmente.
Contudo, as recomendações de insumos, que no passado foram construídas
considerando a média, devem ainda sofrer revisões. Ao acompanhar esses trabalhos,
é importante que o leitor esteja atento em qual aspecto esse se refere. A Figura 2 não
pretende ser completa, mas está suficientemente detalhada para que se perceba que
há um número elevado de elementos que ainda não estão adequadamente tratados
pela AP. Molin (2004) lista causas da variabilidade e grau de dificuldade para a sua
intervenção e conclui que muitas das prováveis causas são do tipo que não permitem
intervenções e sim exigem a convivência.

30
Convivência pode ser também entendida como compreensão das
características da variabilidade e aproveitar o melhor que ela pode oferecer dentro
das limitações e das potencialidades.
O processo de leitura tem avançado constantemente e, como já citado, há
sensores e equipamentos disponíveis no mercado. Entretanto, os agroquímicos,
apesar de cuidados e critérios, ainda não se têm aplicado de acordo com a intensidade
de infestação local devido aos métodos e processos de detecção localizada de
populações ou densidade de pragas não estarem comercialmente estabelecidos.
Irrigação à taxa variada tem avançado consideravelmente e sensores de umidade do
solo sem fio são encontrados no mercado, mas ainda não é um processo largamente
adotado. Sistemas de captação e tratamento de imagens têm atraído muita atenção,
métodos empíricos têm dominado o seu uso, porém, deverá ainda apresentar
contribuições mais significativas.
O processo de análise e interpretação tem sido apoiado por ferramentas de SIG
(Sistema de Informação Geográfica) e de go estatística. Os SIG são parte importante
para leitura de arquivos e as indústrias de máquinas buscam fornecer suporte e apoia
a interpretação dos dados. Além dos SIG comerciais, há livres. Não houve consenso
entre os membros da rede por um SIG a ser recomendado, mas talvez o mais utilizado
seja o QGIS (http:// qgisbrasil.org/), mantido por uma comunidade de voluntários, e
Vésper (http://sydney.edu.au/ agriculture/pal/software/vesper.shtml), como ferramenta
de análise por existir experiência de uso na Embrapa. O Vésper, desenvolvido por um
grupo da Universidade de Sidney, é uma ferramenta que apoia análises
geoestatísticas.
Apesar de haver um formato de arquivo consagrado, ainda há dificuldades na
troca de arquivos entre diferentes SIG. A ISO-11783, que trata de comunicação entre
tratores e implementos de diferentes fabricantes, apresenta um formato XML
(Extensible Markup Language), na tentativa de compatibilizar mapas entre diferentes
fabricantes de máquinas, porém ainda não é adotado pela maioria dos softwares SIG
que não foram desenvolvidos especificamente para serem utilizados na agricultura. A
geoestatística, utilizada pela primeira vez em AP, em 1999, estão incorporados como
funções de apoio na maioria dos SIG. Uma das principais contribuições da
geoestatística é a análise que fornece a base matemática para conferir consistência
dos dados coletados no campo (VIEIRA, 2000; OLIVER, 2009). A análise fornece
parâmetros que assegura a dependência espacial dos dados, ou seja, se a

31
interpolação entre os dados é válida. A interpolação mais utilizada em AP é a
Krigagem. A esse sistema ainda deve se integrar um outro, a de suporte a decisão
com informações de mercado. Projetos como o da União Europeia (NIKKILÄ;
SEILONEN; KOSKINEN, 2010; SORENSEN et al., 2010) têm trazido importantes
contribuições nesse tema.

Aplicações de ferramentas de avaliação de impacto socioeconômico e


ambiental para agricultura de precisão

Fonte: latimes.com

Nos dias de hoje, o setor agrícola brasileiro tem recebido atenção especial em
relação às questões ambientais, (Andrade, 2012), sendo que a AIA se apresenta como
uma metodologia que permite avaliar se determinada atividade, que sofre ação direta
ou indireta do homem, causa impacto socioeconômico e ambiental.
Cada vez mais essa metodologia vem sendo demandada para justificar as
ações ou investimentos em determinada atividade ou estratégia a ser adotada. Assim,
avaliar corretamente os impactos, seja positivo ou negativo, que uma nova tecnologia
pode proporcionar, significa aumentar as chances de uso da mesma em comparação
com outras, quando ela apresenta maior valor de impactos positivos ou menores de
negativos. Para isso, é importante que a avaliação se afaste da subjetividade inerente
a esses processos, tanto quanto possível.
Uma das formas encontradas para isso foi a criação de sistemas de valoração
numérica quantitativa, capaz de produzir indicadores resumidos comparáveis com

32
padrões de qualidade a serem alcançados Gebler (2012). O padrão mais simples seria
aquele que comprova que uma nova tecnologia apresenta qualificações melhores que
outra anterior, bastando usar a comparação direta. Ainda assim, é necessário se
averiguar um valor ou grau de vantagem, que permita o usuário determinar se trocará
de tecnologia ou não.
Um dos sistemas de AIA que aplica esse princípio é o sistema AMBITEC
(Monteiro; Rodrigues, 2006), pois devido à falta de séries temporais de dados que
permitam a construção de cenários mais detalhados e complexos, o conhecimento
apresentado pelo cliente entre o velho e o novo já proporciona a base de avaliação
mínima para determinação da escolha. Além desse método de sucesso, vem sendo
testadas outras ferramentas que também buscam responder esses questionamentos,
sendo que, nesse caso, o campo da socioeconômica isolada tem avançado mais que
a área ambiental.
Uma das razões é a relativa facilidade na obtenção de indicadores resumo, que
em número relativamente resumido permitam uma série de conclusões sobre o tema
em análise. Uma solução para esses casos é a aplicação da ferramenta Matriz de
Insumo Produto (MIP).
O objetivo desse trabalho foi buscar ferramentas e aplicá-las sobre pelo menos
uma técnica desenvolvida ao longo do projeto MP1 de agricultura de precisão. São
inúmeros e diversificados os conceitos associados à Agricultura de Precisão (AP),
variando consideravelmente de autor para autor. Em todas essas definições, porém,
existe um mesmo fundamento, o de que a AP é uma ferramenta cada vez mais
essencial na agricultura moderna, capaz de potencializar o melhor monitoramento da
propriedade, resultando no aumento da produtividade e oferta de alimentos, sem que
haja a necessidade da expansão das fronteiras agrícolas. Ao mesmo tempo, o uso
dessas tecnologias permitirá reduzir o custo de produção, trazendo consequentes
benefícios para o meio ambiente (Campo, 2000; Gentil; Ferreira, 1999; Batchelor et
al., 1997). Alguns desses conceitos determinam que, para desenvolver a agricultura
de precisão, é necessário o conhecimento profundo da propriedade, ou seja, é preciso
trabalhar em cada área da propriedade de maneira distinta, dada a grande
variabilidade em suas características, seja no solo, na água ou nas condições do
microclima. Tal situação está refletida em diferentes condições de produtividade,
fertilidade, infestação por pragas e doenças, etc. Alguns estudos apontam que os
conceitos de agricultura de precisão estão sendo incorporados também na pecuária

33
(Laca, 2009; Carvalho et al., 2009), bem como no estudo ambiental de áreas
degradadas (Coelho, 2005). Com base nessa nova forma de se pensar em agricultura,
as definições sobre o que é AP são caracterizadas principalmente na necessidade de
se detalhar o conjunto das variabilidades existentes na propriedade (Roza, 2000;
Batchelor et al, 1997), no manejo adequado de insumos, como quantidade, época e
localização para aplicação (Capelli, 1999; Manzato et al., 1999; Fatorgis, 1998) e no
uso de máquinas e equipamentos modernos (EMBRAPA, 2011). Enfim, para trabalhar
com agricultura de precisão, não se deve pensar de forma isolada e, sim, trabalhar
englobando todas as tecnologias e procedimentos para que o sistema de produção
agrícola seja otimizado (Molin, 2001).
A aplicação no campo de todos esses fundamentos pode envolver o uso de
máquinas, equipamentos e tecnologias, as quais, aliadas ao uso da informática,
servirão para reduzir o tempo e minimizar o erro durante a realização das atividades
pré-plantio e pós-colheita e nos manejos de condução da lavoura, além de reduzir o
gasto com os insumos. No entanto, é fundamental que estudos e pesquisas na área
estejam em constante evolução. Tanto as frentes de pesquisa quanto os avanços
tecnológicos, cada vez mais velozes e sofisticados minimizam-se diante de uma
barreira praticamente imperceptível aos olhos da pesquisa em tecnologia: a
transferência de tecnologia. A aplicação prática de toda a evolução de máquinas,
equipamentos e da própria informática no campo somente é possível quando o
operador ou o trabalhador rural tem acesso a essas informações e ao treinamento
adequado para operacionalização dessas máquinas. É preciso minimizar ou até
mesmo acabar com tamanha deficiência, permitindo, desse modo, que esse montante
de informações chegue ao trabalhador para que todo o potencial de produção seja
expresso.
Seria fácil imaginar que essa mão de obra especializada estivesse surgindo a
partir dos cursos superiores ou cursos técnicos espalhados pelo país. O que ocorre,
no entanto, em muito dos casos, é que o profissional recém-formado é absorvido pelas
próprias empresas que desenvolvem os insumos e/os equipamentos ou mesmo pelo
setor de pesquisa.

34
Fonte: turnto23.com

Geralmente, as empresas responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias


AP fornecem cursos de capacitação em suas próprias máquinas e equipamentos
destinados a técnicos e produtores. Isso requer, porém, um investimento alto do
produtor, que muitas vezes não dispõe de recursos para essa finalidade. Contudo, tais
treinamentos, voltados exclusivamente para operação das máquinas, não são
suficientes para educar o produtor a utilizar todos os conceitos de agricultura de
precisão em sua propriedade.
A transferência dessa tecnologia e de conceitos de agricultura de precisão
acaba ficando sob a responsabilidade dos técnicos ligados aos órgãos de assistência
técnica estadual ou municipal, das associações, sindicatos e prefeituras e muitas
vezes sua capacitação ou treinamentos de atualização não ocorrem com frequência
hábil para que possam acompanhar a rápida evolução no setor. Essa necessidade
por mão de obra qualificada na operação e assistência em maquinários agrícolas
modernos é algo que há muito tempo vem sendo notada e uma demanda muito forte
por capacitações, sendo criada em vários estados. Nos estados do rio Grande do Sul,
Paraná, Goiás e Bahia, onde a produção de grãos é mais intensa, a demanda foi tão
grande que levou as Administrações regionais do Senar ao desenvolvimento de ações
de capacitação em Agricultura de Precisão.
Nesse contexto, o Senar - Administração central, juntamente com
universidades e indústrias do setor privado, está propondo um programa de
capacitação de técnicos e trabalhadores rurais em tecnologias AP. O objetivo dessa
iniciativa é promover um treinamento contínuo desses profissionais no que se refere

35
à operação de máquinas e equipamentos. Desse modo, os técnicos que passarem
pelo programa estarão aptos a auxiliar na transmissão de toda informação adquirida
no treinamento, tornando-se um multiplicador das tecnologias AP.
Processos de capacitação está prevista a aplicação de dois processos de
capacitação distintos, preparados, especificamente, para dois públicos alvos:
primeiramente a qualificação dos instrutores do Senar junto às universidades,
faculdades e empresas privadas. Já o segundo será destinado aos produtores rurais
e operadores de máquinas agrícolas, justamente o público que mais demanda
investimentos em instrução por atuar diretamente na aplicação dessas tecnologias
para a produção. Nesse segundo processo, o instrutor do Senar capacitado atuará
como um multiplicador das tecnologias em AP, formando, assim, uma rede de difusão
dessas tecnologias em todos os estados brasileiros.
O processo de capacitação continuada dos instrutores do Senar será
ministrado dentro das empresas parceiras, que serão responsáveis pelo treinamento
direto no uso de seus próprios equipamentos. A meta é que, ao final do período de
capacitação, os instrutores estejam aptos a operar os diferentes equipamentos das
principais empresas do ramo de agricultura de precisão. Os treinamentos serão
aplicados para grupos de instrutores, selecionados pelas Administrações regionais do
Senar conforme o nível de conhecimento técnico e experiência profissional.
O processo de capacitação dos produtores rurais e operadores de máquinas
agrícolas seguirá o modelo preconizado pelo Senar - “aprender a fazer fazendo”. Os
treinamentos serão ministrados em módulos contínuos, ou seja, os alunos deverão
participar integralmente dos módulos (teóricos e práticos) para conseguir a
certificação. Ao final de cada módulo será elaborada uma avaliação de
aproveitamento do conteúdo ministrado. Após a conclusão do treinamento, será
emitido o certificado. De forma a tornar as capacitações mais participativas e práticas,
o limite de participantes em cada turma será de seis a oito pessoas, permitindo, assim,
uma dedicação praticamente exclusiva para cada um.

36
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

Os produtores e operadores de máquinas agrícolas passarão, em seu


treinamento, por módulos de introdução à agricultura de precisão e utilização direta
de equipamentos, como pulverizadores, semeadoras, distribuidores e monitores de
colheitas, além de sistemas de orientação e piloto automático; totalizando em 120
horas de treinamento. A tabela 1, abaixo disposta, descreve os módulos aplicados nas
turmas para capacitação dos produtores rurais e operadores de máquinas agrícolas.
Para o acompanhamento durante as capacitações dos produtores e técnicos
rurais e com o propósito de servir como material de consulta e reforço da
aprendizagem, o Senar - Administração central elaborou, junto com os especialistas
no assunto, uma coleção de cartilhas com sete volumes específicos vinculados aos
módulos do Programa, a serem fornecidos gratuitamente ao longo da aplicação dos
treinamentos. A proposta é periodicamente fazer uma atualização desse material, de
modo a acompanhar todos os avanços nas tecnologias e disponibilizar essas
atualizações ao público.
As rápidas transformações que a moderna agricultura vem sofrendo nas últimas
décadas tornaram-na uma atividade altamente competitiva. Com isto o agronegócio
exige dos produtores rurais um alto grau de especialização e de profissionalismo,
visando aumentar a capacidade gerencial das empresas rurais.
Associado a esta capacidade administrativa está à capacidade do produtor de
coletar dados e informações relativas à sua área produtiva, com o claro objetivo de
adaptar novas tecnologias a sua realidade. Isto em função dos constantes riscos a
que o produtor está exposto e que definem o sucesso da produção agrícola. Desta

37
forma, é fundamental ao moderno produtor rural ter eficiência na aplicação dos
recursos disponíveis, como forma de assegurar o sucesso em sua atividade. Assim, a
obtenção de informações sobre os fatores que interagem na lavoura e de como se
pode maximizar os seus efeitos parece crucial.
A agricultura de precisão (AP), como é chamado no Brasil, é o sistema de
produção adotado por agricultores de países de tecnologia avançada, denominado
por eles de Precision Agriculture, Precision Farming ou Site-Specific Crop
Management, que surgiu como um sistema de gerenciamento de informações e que
teve seu crescimento potencializado a partir de avanços da tecnologia de
referenciamento e posicionamento, como o GPS (do Inglês Global Positioning
System) e de tecnologias de sensoriamento remoto. Conceitos surgiram a partir do
emprego destas técnicas na agricultura, como os de aplicação de insumos em taxas
variáveis e dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG).
A solução hoje utilizada de enfocar grandes áreas e entendê-las como
homogêneas, levando ao conceito da necessidade média para a aplicação dos
insumos (fertilizantes, defensivos, água, etc.), faz com que, por exemplo, a mesma
formulação e/ou quantidade do fertilizante seja utilizada para toda a área, atendendo
apenas as necessidades médias e não considerando, desta forma, as necessidades
específicas de cada parte do campo. O mesmo acontece para os demais insumos,
causando como resultado uma lavoura com produtividade não uniforme. A AP prevê
a reversão deste quadro, permitindo a aplicação de insumos agrícolas nos locais
corretos e nas quantidades requeridas.
A AP é uma filosofia de gerenciamento agrícola que parte de informações
exatas, precisas e se completa com decisões exatas. É uma maneira de gerir um
campo produtivo metro a metro, levando em conta o fato de que cada pedaço da
fazenda tem propriedades diferentes. O principal conceito é aplicar os insumos no
local correto, no momento adequado, as quantidades de insumos necessários à
produção agrícola, para áreas cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a
tecnologia e os custos envolvidos o permitam. Desta forma, as consolidações de tais
tecnologias como ferramentas a disposição do produtor permitem visualização da
variabilidade espacial e temporal dos fatores edafoclimáticos de cada área agrícola,
considerando as peculiaridades de cada parte da área no momento do manejo, ao
invés de manejá-la como se a mesma fosse uniforme. Os problemas iniciais
encontrados no desenvolvimento do conceito e das práticas associadas à AP, como

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dificuldade na interpretação de um volume considerável de dados, elevado custo dos
equipamentos, adaptação das tecnologias as diferentes regiões do globo e de
popularização das técnicas envolvidas no processo, evoluíram para soluções viáveis,
tornando-a uma ferramenta real ao alcance dos produtores.
A AP combina as novas tecnologias associando a informação com uma
agricultura comercial madura. É um sistema de manejo de produção integrado, que
tenta igualar o tipo e a quantia de insumos que entram na propriedade com as
necessidades da cultura em pequenas áreas dentro de um campo da propriedade.
Esta meta não é nova, mas novas tecnologias, agora disponíveis, permitem que o
conceito de agricultura de precisão seja percebido como realidade em uma produção
prática.
Hoje a AP é considerada por boa parte dos especialistas em informação e
sensoriamento como um sistema de gestão da produção agrícola, onde são definidas
e aplicadas tecnologias e procedimentos visando otimizar os sistemas agrícolas, com
enfoque no manejo das diferenças produtivas e dos fatores envolvidos na produção.
A questão chave da AP é o de que existe variabilidade nas áreas agrícolas e de que
é necessária a criação de condições de manejo que levem em conta esta diversidade.
Desta forma, as ações em determinada área devem levar em consideração que a
aplicação de determinadas práticas em um ponto e momento considerado apresentem
como resposta maior potencial produtivo, com menor impacto sobre o ambiente.
Esta técnica pode também ser entendida como um processo que envolve um
complexo processo, cujo fundamento é o conhecimento espacial preciso da atividade
agrícola, frequentemente baseado no uso de dados obtidos com auxílio de
satélites. Assim, a AP é uma filosofia de manejo da fazenda na qual os produtores são
capazes de identificar a variabilidade dentro de um campo, e então manejar aquela
variabilidade para aumentar a produtividade e os lucros.
O termo engloba o uso de tecnologias atuais para o manejo de solo, insumos e
culturas, de modo adequado às variações espaciais e temporais em fatores que
afetam a produtividade das mesmas. A agricultura de precisão é a tecnologia cujo
objetivo consiste em aumentar a eficiência, com base no manejo diferenciado de áreas
na agricultura. Engana-se, porém, quem pensa que a AP está relacionada apenas ao
emprego de máquinas e tecnologias sofisticadas, pois este princípio de agricultura vai
além, constituindo-se em um sistema de ações que levem a um manejo mais eficiente
dos fatores de produção associados às condições de diversidade de uma área

39
agrícola. Isto porque esta técnica não consiste simplesmente na habilidade em aplicar
tratamentos que variam de local para local, porém, ela deve ser considerada com a
habilidade em monitorar e acessar a atividade agrícola, precisamente em um nível
local, tanto que as técnicas de agricultura de precisão devem ser compreendidas
como uma forma de manejo sustentável, na qual as mudanças ocorrem sem prejuízos
para as reservas naturais, ao mesmo tempo em que os danos ao meio ambiente são
minimizados. Além de útil à agricultura de precisão, esta definição engloba a ideia de
compromisso no uso da terra, relativamente às gerações futuras. Um manejo
sustentável implica algo mais além da manutenção dos índices de produtividade.
A AP foi frequentemente definida com base nas tecnologias que permitem que
ela seja realizada como Sistema de Posicionamento Global (GPS) ou sistemas de
taxa variável. Porém, tão importantes quanto os dispositivos usados na agricultura de
precisão, é perceber que a informação usada ou coletada é o ingrediente chave para
o sucesso do sistema. O conceito de agricultura de precisão se distingue da agricultura
tradicional por seu nível de manejo. Em vez de administrar uma área inteira como uma
única unidade, o manejo é adaptado para pequenas áreas pequenas dentro de um
campo. A AP é um termo aplicado a uma larga ordem de tópicos que se relacionam
ao manejo preciso de unidades pequenas de terra em contraste com o manejo
tradicional onde um campo inteiro é compreendido como uniforme. Esta oportunidade
de se administrar pequenas áreas de terra individualmente ficou possível devido à
disponibilidade de sistemas de posicionamento globais que podem ser usados para
localização exata em terra de equipamentos e máquinas.
Alguns campos podem ser bem uniformes, mas outros apresentam variações
no tipo de solo, fertilidade e outros fatores que afetam a produção agrícola. Se a
variabilidade do campo puder ser medida e registrada, estas informações poderão ser
usadas para otimizar as aplicações em cada ponto, sendo este o novo conceito de
agricultura de precisão. Desta forma, o manejo da variabilidade é a chave para o uso
efetivo da tecnologia de AP. Assim, o termo descreve a meta ou objetivo de aumentar
a eficiência do manejo de agricultura, que modifica técnicas existentes e incorpora
novas ferramentas para o administrador utilizar. Além disto, o mapeamento detalhado
dos fatores de produção e aplicação localizada de insumos são os princípios básicos
do sistema.

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Fonte: popsci.com

A ideia da AP é saber o tipo de solo e características da produção pertinentes


a este solo, sem considerar os fatores meteorológicos, que causam uma produção
diferente para cada parte do campo e aperfeiçoar as entradas de insumos dentro de
porções pequenas do campo. A filosofia atrás desta tecnologia é aquela de que os
insumos (semente, fertilizante, substâncias químicas, etc.) só deveriam ser aplicados
conforme as necessidades e que estes sejam mais econômicos para produção.
Assim, as técnicas de AP devem melhorar a sustentabilidade econômica e ambiental
da produção. Isto porque o conjunto de técnicas e procedimentos utilizados na técnica
permite conhecer, localizar geograficamente e delimitar áreas de diferente
produtividade, através do emprego da informática, programas específicos, sensores,
controladores de máquinas e sistema de posicionamento global (GPS).
Há também a corrente de pesquisadores que consideram que a AP é uma
aproximação de sistemas e requer uma compreensão dos processos envolvidos para
alcançar uma meta particular. A meta pode não ser necessariamente maximizar
rendimento, mas pode ser maximizar a vantagem financeira do uso dos insumos, ao
mesmo tempo em que são minimizados prejuízos ambientais. Desta forma, controlar
e colecionar informações agronômicas para prover necessidades atuais de partes de
campos em lugar de necessidades comuns para campos inteiros. Aplicação de
insumos em locais específicos comumente usada dividindo-se os campos inteiros em
zonas de manejo menores, homogêneas.
As tecnologias de AP sempre demandam ferramentas agronômicas de
produção mais desenvolvidas. O sucesso da sua aplicação depende do entender

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agronômico do sistema de produção que se administra. Nesse caso, o conhecimento
agronômico e bom senso fazem a diferença. Isto porque a AP engloba o uso de
tecnologias atuais para o manejo do solo, insumos e culturas de modo adequado para
as variações espaciais e temporais nos fatores que afetam a produtividade das
mesmas. Em outras palavras, é o conceito de sistema de produção agrícola que
envolve o desenvolvimento e a adoção de técnicas de gestão, baseado no
conhecimento com o objetivo principal de otimizar a rentabilidade. Este sistema
permite práticas de gerenciamento com computador pessoal, que é a possibilidade de
administrar cada local do campo adequadamente, se é econômico e tecnicamente
vantajoso administrá-lo a este nível.
As vantagens deste sistema são de possibilitar um melhor conhecimento do
campo de produção, permitindo, desta forma a tomada de decisões melhor
embasadas, como:
 Ter-se uma maior capacidade e flexibilidade para a distribuição dos
insumos naqueles locais e no tempo em que são mais necessários,
minimizando os custos de produção;
 Uniformidade na produtividade é alcançada pela correção dos fatores
que contribuem para sua variabilidade obtendo-se, com isto, um
aumento global da produtividade;
 Aplicação localizada dos insumos necessários para sustentar uma alta
produtividade contribui com a preservação do meio ambiente, já que
estes insumos são aplicados somente nos locais, quantidades e no
tempo necessário.
Além disto, a agricultura de precisão propicia grandes benefícios para os seus
usuários, tais como:
 Redução do grave problema do risco da atividade agrícola;
 Redução dos custos da produção;
 Tomada de decisão rápida e certa;
 Controle de toda situação, pelo uso da informação;
 Maior produtividade da lavoura;
 Mais tempo livre para o administrador;
 Melhoria do meio ambiente pelo menor uso de defensivo.

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As perspectivas para a AP são positivas, com possibilidade de aumento da
precisão na obtenção de resultados, conforme se forem tornando mais bem
entendidos e mapeados os fatores que contribuem para a variabilidade nas áreas
agrícolas. O uso de tecnologias da informação aplicadas na agricultura faz-se cada
vez mais indispensável para o produtor rural tornando as operações rotineiras do
agronegócio mais eficientes melhorando assim a produtividade a fim de evitar
desperdícios de insumos e a fadiga operacional. O melhor gerenciamento por meio
dessas ferramentas pode apresentar ao produtor rural informações qualitativamente
melhores para que pudesse tomar decisões mais estratégicas para minimizar
desperdícios com insumos, melhorar a eficiência operacional e produtividade, reduzir
o impacto ambiental e aumentar a lucratividade. É possível observar ainda que apesar
dos benefícios gerados pelas tecnologias da informação no agronegócio, o tema ainda
gera certo receio por parte dos produtores rurais, principalmente os pequenos.
Nota-se que é necessário investir na difusão do conhecimento da área de
estudo dentro do cenário nacional para que tanto o grande como também os pequenos
produtores possam se beneficiar com o uso dessas ferramentas. 4ª Jornada Científica
e Tecnológica da FATEC de Botucatu 7 a 9 de Outubro de 2015, Botucatu – São
Paulo, Brasil Com a implantação das tecnologias é possível que o número de pessoas
desempregadas aumente, pois, o uso de tecnologias substitui várias pessoas e
aumentam a produtividade. É necessário que as pessoas invistam em estudos
relacionados a parte de tecnologia e agricultura para melhorar seu posicionamento
diante dessa situação que ocorrerá de curto a médio prazo.

A importância da tecnologia agrícola

Os grandes agricultores não precisam mais aplicar água, fertilizantes,


pesticidas e alguns insumos uniformemente em toda a plantação.Com o uso de
tecnologias é possível utilizar a quantidade mínima requerida em cada área
específica, também se consegue tratar cada planta de maneira única e diferenciada.
Alguns dos benefícios que a tecnologia agrícola proporciona são: Aumento da
produtividade: com os avanços consegue-se detectar os gargalos na produção e
aumentar o número de plantas por hectare, elevando assim a produtividade da
plantação.

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Redução do consumo de água, fertilizantes e pesticidas, que além de
proporcionar aumento do lucro permite reduzir o valor do produto. Diminuição dos
impactos ambientais no ecossistema e menor escoamento de produtos químicos nos
rios e lençóis freáticos, tornando o negócio mais sustentável. Aumento da segurança
dos funcionários e dos processos através de tecnologias altamente confiáveis que
reduzem a probabilidade falhas e erros. Aumento da eficiência sem a necessidade de
maiores gastos para mantê-la é necessário desembolsar somente para a aplicação
da tecnologia.
Detecta a escassez de nutrientes no solo e apresenta de maneira assertiva a
quantidade de nutrientes e fertilizantes que precisam ser adicionados ao solo (a partir
do uso de Drones). Além de todos estes benefícios, os avanços tecnológicos
aplicados à agricultura permitem maior confiabilidade da plantação, monitoramento de
todo o campo e gestão de todos os recursos utilizados. A tecnologia na agricultura
permite total controle sobre a produção, processamento, estoque e distribuição.

4 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DA ATUALIDADE

Algumas dessas tecnologias têm se destacado em meio a esse período de


grandes evoluções na agricultura. Dentre elas, vamos destacar aquelas que
consideramos as principais e mais impactantes para o setor.

Sensores

O uso de sensores inteligentes vem sido aplicado na agricultura. Esta


tecnologia agrícola possibilita o monitoramento total das plantas.
Estes sensores conseguem captar a saúde da plantação, a necessidade de
água e o teor de nitrogênio no solo. Estes sensores alinhados com a tecnologia de
conexão 4G permitem o monitoramento constante e em tempo real da plantação.
Cada agricultor pode buscar o tipo de sensor que mais se adéqua as suas
necessidades. Existem no mercado os mais variados tipos de sensores que podem
monitorar diversos detalhes da plantação.

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Como permitem monitorar a saúde da plantação permitem a detecção de
doenças e contaminações, possibilitando rápida ação dos gestores para a solução do
problema.
Os dados provenientes desta tecnologia agrícola ainda podem ser utilizados
para a formulação de KPIs, que possibilitam o acompanhamento da performance da
plantação em função do tempo.

Drones

Fonte:play.esea.net

Esta pequena aeronave controlada a distância é último grande salto tecnológico


que a agricultura de precisão sofreu.
Os VANTs, Veículos Aéreos Não Tripulados, como também são chamados
podem carregar câmeras de alta resolução e os mais diversos tipos de sensores,
permitindo a esta tecnologia diversas aplicações.
As fotos tiradas pelos drones são de alta qualidade e excelente resolução, além
disso podem ser tiradas na frequência desejada pelo agricultor.
Somente isto já é um enorme diferencial e mostra porque essa tecnologia tem
sido escolhida ao invés dos satélites.
Os satélites não estão à disposição dos agricultores durante todo o tempo, as
fotos são tiradas uma vez por semana ou mensalmente. Sem falar que o clima pode
interferir muito a qualidade das fotos, o que não ocorre com os VANTs, que podem
trabalhar até mesmo em condições climáticas adversas.

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Esta tecnologia tem inovado a agricultura, pois permite através das suas
imagens e algoritmos específicos a coleta das seguintes informações:
Contagem das plantas
Medição da altura da plantação
Detecção de pragas
Medição da eficácia de tratamentos e do uso de pesticidas
Monitoramento da necessidade de água e insumos
Os drones permitem que os agricultores otimizem a utilização de sementes,
fertilizantes, pesticidas e água. Além disso, possibilitam reações rápidas contra
qualquer tipo de ameaça a plantação.

GPS agrícola

O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, é uma tecnologia que há alguns


anos já vem sendo aplicada em larga escala na agricultura.
Esta tecnologia possibilita uma série de aplicações, como: completo
mapeamento da plantação, amostragens virtuais do solo e do campo, monitoramento
e inspeção dos processos agrícolas e total mapeamento da produção.
Os benefícios do GPS agrícola são inúmeros, mas podemos destacar alguns
dos mais utilizados: localização exata de amostras de solo, coleta e análise de dados
da plantação, controle e navegação de máquinas durante o serviço.
Esta tecnologia possibilita um aumento da qualidade dos processos agrícolas
e aperfeiçoamento de tarefas.
Um detalhe importante é que o GPS pode manter a produtividade da plantação,
porém demandando um número menor de trabalhadores.

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Big Data

Fonte: afronline.org

Este termo é utilizado para descrever um imenso volume de dados,


extremamente variado que compõe o negócio. O mais importante não é a quantidade
de informações, mas sim o que é feito com elas.
O Big Data tem sido implementado na agricultura de precisão e tem
possibilitado o melhor fluxo de informações, uma análise mais rápida e efetiva e tem
levado à melhores decisões e criação de estratégias.
Esta tecnologia agrícola só foi viável devido aos avançados referentes às
conexões sem fio e 4G. O Big Data favorece a troca de informações, tornando os
agricultores mais rápidos e assertivos na tomada de decisões, que passam a ser muito
mais baseada em dados do que no feeling.2

Mobilidade

Os agricultores não precisam mais se preocupar com a falta de acesso a alguns


recursos e a internet. Nos últimos anos com o surgimento da internet 4G o trabalho e
o acesso às informações se tornaram mais simples e fácil.
Esta conexão sem fios e de alta velocidade tem permitido a introdução de
inúmeras novas tecnologias na agricultura.

2 Texto Extraído do Link: pixforce.com.br/tecnologia-agricola/

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Agora os agricultores podem monitorar a fazenda em tempo real, acompanhar
máquinas durante o trabalho, gerenciar equipe e acessar pela tela do smartphone
dados, KPIs e informações das plantações.
Todos os detalhes do negócio podem ser vistos através da nuvem, facilitando
bastante a gestão da plantação.
O principal benefício da mobilidade, porém, é auxiliar e acelerar a utilização das
demais tecnologias citadas nesse artigo.
Todas essas tecnologias têm revolucionado o setor agrícola, a utilização de
cada uma delas na agricultura de precisão tem possibilitado resultados nunca antes
imaginados. Com estas inovações os agricultores estão conseguindo aumentar a
produtividade, mas sem prejudicar o meio ambiente.

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