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Ao Sr. Jorge Tadeu Guimarães, pelo empenho na luta pela criação do Parque
da Sapucaia;
Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------- 6
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
1. Metodologia---------------------------------------------------------------------------------37
2. Etapas desenvolvidas -------------------------------------------------------------------37
2.1 Primeira etapa-----------------------------------------------------------------------------38
2.2 Segunda etapa ---------------------------------------------------------------------------38
2.3 Terceira etapa ----------------------------------------------------------------------------38
3. Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação ambiental para o Parque
Municipal da Sapucaia------------------------------------------------------------------39
3.1 Objetivos------------------------------------------------------------------------------------40
3.2 Infra-estrutura a ser montada no parque--------------------------------------------40
3.3 Público alvo---------------------------------------------------------------------------------41
3.4 Metodologia---------------------------------------------------------------------------------41
3.4.1 Etapas de desenvolvimento da metodologia-----------------------------------42
3.5 Monitores universitários -----------------------------------------------------------------43
3.6 Recursos financeiros destinados ao projeto----------------------------------------43
Capítulo 4
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É dotado de uma infra-estrutura ( atualmente depredada ), que
poderia fazer da área um importante espaço voltado para a prática de
atividades culturais, esportivas e de lazer. Possui um teleférico,
“playground”, banheiros, ponte pênsil ( figura 1), trilhas, palhoças e bares.
No entanto, esses equipamentos não se encontram em condições de dar
suporte às atividades acima descritas.
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Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo fazer um
estudo sobre as potencialidades ambientais do parque: caracterização
geológica, morfológica, pedológica, climática, fitogeográfica, faunística e
florística visando identificar e compreender os aspectos que possam
embasar um plano de gestão ambiental sustentável para a área. Este
estudo pretende ainda fornecer subsídios para o levantamento das
potencialidades que darão suporte a uma gestão ambiental que será
baseada em atividades de educação ambiental a serem realizadas nas
trilhas do parque e em um centro de educação ambiental a ser construído.
Entretanto, essas atividades dependem de uma infraestrutura física e de
pessoal que o parque ainda não dispõe.
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constitui um caminho pelo qual poderemos trilhar no sentido de encontrar
uma saída para a atual crise ambiental que assola os espaços urbanos do
mundo contemporâneo. A educação ambiental é meio pelo qual os
cidadãos das cidades se sentirão preparados para melhorar o meio em
que vivem. A educação ambiental como parte integrante da educação
geral tem como finalidade formar cidadãos conscientes do seu papel de
agentes históricos construtores de um mundo melhor. Ela procura
despertar nas pessoas a idéia de que todas as formas de vida cumprem
os seus papéis na dinâmica planetária, pois essa conscientização nos
oferece meios que possibilitam reduzir os desequilíbrios que as ações
antrópicas produziram na dinâmica planetária. Se refletirmos, hoje, sobre
a questão do homem e sua relação com o planeta, chegaremos à
conclusão de que ao longo do tempo o homem vem se constituído numa
“peça” em desarmonia nesta dinâmica. Mesmo com os avanços da
consciência ecológica através da divulgação da sua importância nos
meios de comunicação de massa, a Terra se debate em sérios problemas
ambientais que se devem, sobretudo, a uma noção imperfeita que o
homem tem sobre o seu papel no planeta. Um papel, que teria que se
resumir, principalmente, à noção de que estamos integrados a uma
natureza, que somos parte dela, e que, portanto, não podemos destruí-la.
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Diante da importância do papel das unidades de conservação neste
processo, o presente trabalho justifica-se por apresentar uma proposta
inovadora em relação à necessidade urgente de criação de um plano de
gestão ambiental sustentável para a principal espaço verde urbano de
Montes Claros: o Parque da Sapucaia.
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Capitulo 1
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intermediário/avançado de regeneração. Conforme a figura 2, essa área também
possui diversas trilhas que cobrem toda a extensão do parque.
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3.Aspectos fisiográficos do Parque da Sapucaia
3.1 Clima
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Embora a classificação de Koppen seja importante para a compreensão do
clima regional e seu papel no contexto em que se insere o nosso objeto de estudo,
acreditamos que a aplicação da classificação de Thornthwait desempenha um
papel preponderante na compreensão da importância do clima regional para este
trabalho. Ao basear-se em conceitos de evapotranspiração potencial, balanço
hídrico e em um índice de umidade, a abordagem de Thorntwait foi considerada
útil em diversos campos, tais como a ecologia e a agricultura (AYOADE, 1996).
3.2. Hidrografia
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A área situa-se em uma microbacia hidrográfica constituída de algumas
nascentes. Por ser uma área cárstica, a região apresenta uma drenagem
basicamente criptorréica, sendo que as águas fluviais penetram em fendas e
fraturas no topo e nas encostas da serra se integrando ao lençol freático.
Observa-se também alguns vales cegos que funcionam como nascentes em
épocas de chuvas. O vale das borboletas, por exemplo, é uma área de nascente
que se encontra ativa somente nos períodos de chuvas, quando ocorre descarga
das águas pluviais que se infiltraram nas fendas da encosta e no topo da serra.
Essas drenagens são tributárias do rio Vieira que, por sua vez, deságua no
rio Verde Grande, um dos principais afluentes da margem direita do Rio São
Francisco. O rio Vieira, pertencente à bacia do Verde Grande, destaca-se como
um rio que possui grande parte de sua extensão no interior do sitio urbano de
Montes Claros. Por isso, apresenta sérios problemas relacionados à poluição
causada pela emissão de efluentes industriais e domésticos.
3.3. Geologia
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(Neoproterozóico). Este evento permitiu a formação da bacia que acolheu os
sedimentos carbonáticos do Grupo Bambuí (SAADI, 1995).
No município de Montes Claros o Grupo Bambuí se faz representar pela
Formação Lagoa do Jacaré e pelo Sub-Grupo Rio Paraopeba Indiviso, ambos
pertencentes ao Sub-Grupo Rio Paraopeba. A Formação Lagoa do Jacaré é
constituída, litologicamente, por siltitos, siltitos calcíferos, calcários cinzentos,
ardósias e lentes de calcário oolítico.
Na área ocorrem principalmente os calcários escuros com suas subdivisões
litográficas que vão de calcários puros e cristalinos, com alto teor de carbonato,
até margas com teores que variam entre 30 e 85% de CaCo3 ( Figura 3). Também
merecem destaque os siltitos carbonáticos que afloram em várias áreas da Serra
do Sapé. Ao aflorarem acima da cota 850 metros, esses siltitos quase sempre
recobrem toda a seqüência de calcários e margas da Serra do Sapé. Esses siltitos
são levemente carbonáticos ( 3,1% de carbonato) e encontram-se bastante
alterados no topo, apresentando uma coloração amarelo-avermelhada, tornando-
se esverdeados e bastante endurecidos na base (BRANDT ET AL, 1991).
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É importante ressaltar que essas litologias Pré-Cambrianas associadas ao
clima originaram os solos que sustentam a cobertura vegetal predominante na
área de estudo: a Floresta Estacional Decidual de afloramentos ou Mata Seca
cárstica.
3.4. Geomorfologia
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Figura 4: As escarpas destacam-se na paisagem do parque.
Merecem destaque o “paredão”, a “escarpa do sol” e a “escarpa do
mandacaru” (BELEM, 2001). Os lapiás representam as feições cársticas mais
comuns do Parque da Sapucaia. Na verdade, os paredões calcários do Parque
são fortemente lapiezados. Os lapiás são caneluras ou regos de espessura
milimétrica a centimétrica, que sulcam a superfície da rocha cárstica, através de
variados padrões, podendo atingir uma dezena de metros de comprimento
(KOHLER, 1994).
3.5.Pedologia
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De acordo com a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC
(1983), a classe dos Latossolos Vermelhos-Amarelos, predomina no Norte de
Minas Gerais. Estes solos ocupam as altas superfícies com relevo plano e
vegetação de cerrado típico. Em sua maioria, apresenta baixa fertilidade, alta
concentração de alumínio e textura arenosa média com baixa capacidade de
retenção de água.
3.6.Vegetação
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No tocante aos aspectos fisionômicos e estruturais, as formações
existentes no interior do bioma Cerrado são muito diferentes, principalmente, em
função da gradação da biomassa ( CHAGAS et al, 1997). Quanto ao
comportamento das folhas das plantas no período de estiagem, ROMARIZ (1996,
p.38), destaca o caráter semidecidual da maioria das fitofisionomias do bioma
Cerrado, sobretudo, do Cerrado Típico:
“ naa Caatingas praticamente todas as plantas perdem suas
folhas no período seco, no Cerrado Típico isso apenas se
verifica nas arbustivas e herbáceas, chegando mesmo a
ocorrer o desaparecimento de uma boa parte das
gramíneas. Em relação às árvores, porém, apenas algumas
perdem as folhas: por terem raízes extremamente longas,
várias delas conseguem alcançar os profundos lençóis
d’água subterrâneos garantindo assim o suprimento de que
necessitam”.
FERRI (1980), define a fisionomia do Cerrado Típico como uma vegetação
em que as árvores e arbustos geralmente apresentam caules e galhos tortuosos,
cascas grossas, folhas coriáceas (cerosas) ou pilosas (com pêlos).
Para CHAGAS et al (1997), o Cerrado típico, do ponto de vista fisionômico,
caracteriza-se por apresentar uma estrutura definida pela presença de dois
estratos: um arbóreo-arbustivo e outro herbáceo.
Em recente trabalho de mapeamento da cobertura vegetal e uso e
ocupação do solo do Estado de Minas Gerais, o Instituto Estadual de Florestas de
Minas Gerais – IEF/MG (1994) apresentou oito domínios Fitogeográficos para o
Estado, além de reflorestamento, agropecuária e áreas degradadas. Este
mapeamento inclui o Norte de Minas nas áreas de ocorrência de Savana (Cerrado
Típico), Floresta Estacional Decidual ( Mata seca), Savana estépica ( Caatinga
Arbórea) e Savana Parque ( Campo Cerrado). O Cerrado compreende um bioma
complexo constituído de diversas fitofisionomias.
Dentre essas formações destacam-se a Floresta Estacional Decidual ou
Mata Seca, tipo vegetacional associado a solos eutróficos ou às áreas calcárias
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sob os efeitos de climas estacionais (BELÉM, 2001). A Mata Seca cárstica
caracteriza-se por apresentar um ritmo estacional que se reflete pela queda de
folhas durante o período seco. Sua ocorrência está vinculada à associação solo de
origem calcária e o clima tropical semi-úmido(BELÉM, 2001).
Essas Matas Secas ocorrem em manchas na área central e periférica do
Cerrado em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. O fator determinante
para a ocorrência desta formação vegetal possivelmente está ligado às condições
edáficas locais (GOODLAND e FERRI, 1979).
Essas formações florestais podem ocorrer em áreas de solos profundos e
eutróficos como as matas secas de alto porte do Parque Estadual Mata Seca em
Manga e conforme a figura 4, também podem se desenvolver sobre os
afloramentos calcários. Essas últimas são matas decíduas de porte médio a alto,
pouco densas, com árvores e troncos não muito grossos. Apresentam espécies
com diversas adaptações morfofisiológicas que lhes permitem sobreviver em
locais com pouca disponibilidade de água como a queda foliar na época seca (o
que reduz a transpiração vegetal); a grande presença de plantas espinhosas(os
espinhos representam a redução morfológica das folhas, acarretando economia
hídrica; freqüência de plantas suculentas (acumuladoras de água em seus
tecidos); bem como raízes longas para alcançarem os substratos que contêm os
nutrientes dos quais as plantas necessitam (RIZZINI, 1963).
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Figura 4: A Floresta Estacional Decidual cárstica do Parque da
Sapucaia no período de estiagem.
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No período de estiagem os efeitos da carência hídrica se expressam no aspecto
xeromorfo das espécies decíduas que lembram as árvores das Caatingas
Arbóreas.
3.7. Fauna
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envolvendo a administração do prefeito Luiz Tadeu Leite e proprietários de lotes
que estavam dispostos a oferecer áreas para a prefeitura em troca de isenção de
impostos em outros bairros ( FERREIRA, 2000). Foi firmado um contrato de
permuta em que os proprietários da área do Parque da Sapucaia cederiam esse
espaço para a prefeitura em troca de benefícios em áreas pertencentes a eles nos
bairros Ibituruna e Jardim Liberdade. Assim, o Parque da Sapucaia foi criado pela
lei N 1646 de 08 de setembro de 1987.
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Capítulo 2
Neste capítulo será feita uma revisão que se divide em duas partes: na
primeira parte serão apresentados um histórico da questão ambiental no Brasil e
uma revisão sobre os aspectos conceituais e históricos das Unidades de
Conservação em nosso país. Na segunda parte serão abordados os aspectos
relacionados à definição da noção gestão ambiental e plano de manejo buscando
associar esses conceitos com a atual situação em que se encontra a área de
estudo: o parque da sapucaia.
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criação de Unidades de Conservação como um dos instrumentos da nossa política
nacional de meio ambiente.Este documento foi considerado um avanço na história
do meio ambiente do Brasil. Também é importante ressaltar que ainda em 1981
foram criadas no Brasil mais duas categorias de manejo de Unidades de
Conservação: as Áreas de Proteção Ambiental (APAS) e as Estações
Ecológicas(BRITO et al, 1998). Em 1937, foi criado o primeiro Parque Nacional.
Em 1988, tivemos a promulgação da primeira constituição brasileira a dar
destaque sobre a questão ambiental. Mas o grande acontecimento que marca a
história da questão ambiental no Brasil foi à realização da Conferência das
Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em
1992. Nesse importante evento, chefes de estado e de governo de 170 países se
reuniram para discutir o futuro da Terra.
Atualmente, tem-se buscado estabelecer processos decisórios para
assegurar a proteção e conservar a natureza, visando manter a diversidade
biológica e minimizar a interferência antrópica sobre os ecossistemas naturais
(BRITO et al, 1998). Nesse sentido, a principal estratégia encontrada pelas
autoridades ambientais tem sido a criação de Unidades de Conservação.
As Unidades de conservação são definidas como os espaços territoriais
com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público
para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção Esta
definição corresponde ao Art.2º, I, da Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2.000,
a lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(BRITO et al, 1998). De acordo com este autor, o Brasil possui dois tipos de
Unidades de Conservação: as áreas de proteção integral dos recursos naturais,
onde não é admitido o uso direto dos recursos. Nelas a propriedade é de domínio
público, ou implica em desapropriações de terras para se ter uma proteção
integral dos atributos da diversidade biológica. Essas unidades são também
chamadas de Unidades de Conservação de Proteção Integral ou de uso indireto.
De acordo com SANTOS (1995), as Unidades de Conservação de proteção
integral da Região Metropolitana de Belo Horizonte se enquadram no contexto das
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Áreas de Conservação Ambiental. Essas áreas têm como finalidade conservar
elementos ambientais importantes pela beleza, raridade, valor científico, cultural
ou recreativo e para o desenvolvimento de atividades de pesquisa educacional ou
recreativa (SANTOS, 1995). Dentro da categoria Área de Conservação Ambiental
se encontram o Parque Municipal das Mangabeiras em Belo Horizonte, o Parque
da Sapucaia em Montes Claros, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas no
Noroeste de Minas, entre outros. Por outro lado, tem-se um outro tipo de unidade
de conservação em que o uso direto dos recursos é permitido:
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condicionando a visitação pública às restrições específicas, mesmo para
propósitos científicos, culturais, educativos e recreativos (Decreto nº 84.017, de
21.09.79).
Percebe-se que existe uma grande dificuldade com relação à definição dos
termos utilizados em estudos relacionados aos espaços verdes urbanos. Termos
como Espaços Livres, Parques Urbanos, Praças, Unidades de Conservação em
áreas urbanas, entre outros, confundem os profissionais que trabalham nessa
área. LIMA et al (1994), considera Espaço Verde áreas em que há o predomínio
de vegetação arbórea, englobando as praças, jardins e os parques. Os Parques
Urbanos se referem às áreas verdes com função ecológica, estética e de lazer,
entretanto, com uma extensão maior do que as praças e jardins públicos. As
praças são áreas verdes que tem como função principal o lazer. A praça,
inclusive, pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se
impermeabilizada. No caso de ter vegetação é considerado Jardim ( LIMA et al,
1994). Dentre as variadas funções dos chamados Espaços Verdes Urbanos
devem-se destacar:
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terra e seus efeitos decorrentes, tais como, assoreamento, enchentes, etc, e ainda
a recarga do lençol freático;
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das demais unidades de Conservação é que elas não proíbem que o seu
proprietário utilize a sua propriedade no atendimento de sua função social.
Geralmente ocupam as áreas de entorno dos Parques Nacionais com o objetivo
de resguardar os atributos naturais dos mesmos. A APA do Peruaçu e a APA da
Serra do Cipó, ambas em Minas Gerais, são dois importantes exemplos deste tipo
de Unidade de Conservação.
4.Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). São áreas que têm como
objetivo estabelecer normas aos proprietários particulares que desejem ver sua (s)
propriedade(s) preservada(s) e assegurada a sua perpetuidade. O Parque do
Caraça em Minas Gerais é exemplo deste tipo de Unidade de Conservação.
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áreas que possuem ecossistemas importantes ou características naturais de
importância científica nacional. Nas Reservas Biológicas não é permitido o acesso
ao público, devido ao fato delas conterem ecossistemas ou comunidades frágeis.
2. Gestão Ambiental
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Este corresponde a um conceito de origem empresarial que implica dirigir ou
controlar a execução de atividades administrativas e técnicas com o objetivo de
alcançar determinadas metas. Na América Latina em geral, o termo “management”
se refere indistintamente às noções de manejo, ordenamento, administração e
gestão. No entanto, sabe-se que os termos manejo, ordenamento e administração
são, na verdade, parte de uma gestão e não, uma gestão em si mesma
(PERALTA, 1998).
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programas de trabalho, medidas administrativas e institucionais requeridos para o
tipo de Unidade de Conservação em questão. É também importante frisar que um
sistema de gestão ambiental necessita não só de uma estrutura administrativa
formal, bem como de uma ampla aceitação dos órgãos governamentais, do setor
produtivo e junto às comunidades ligadas de forma direta ou indireta à Unidade
de Conservação (BRITO et al, 1998).
Ao analisarmos as idéias de PERALTA (1998) e BRITO et al (1998),
inferimos que a gestão ambiental constitui um suporte indispensável à
preservação dos recursos naturais. Nesse sentido, as atividades administrativas
desempenham um papel de fundamental importância na gestão. No entanto, faz-
se necessário a existência de um corpo institucional capaz de assegurar o bom
andamento das atividades administrativas e conseqüentemente, das técnicas de
campo empregadas nos manejos ambientais. Em Unidades de Conservação como
os Parques Municipais, cabe ao poder executivo local definir as linhas de ações
administrativas a serem seguidas no sentido de garantir a perfeita execução de
um plano de manejo.
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da cidade se vêem totalmente abandonados. Como se pode observar na figura 7,
o Parque da Sapucaia, por exemplo, encontra-se com sua infra-estrutura física no
mais completo abandono, haja vista os sanitários e bares desativados, o teleférico
parado, o acumulo de lixo por todos os lados, os brinquedos e as cercas das
trilhas quebradas, além da falta de pessoal responsável pela vigilância.
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Capítulo 3
1.Metodologia
2.Etapas desenvolvidas
A etapa de campo inicial foi feita com base na idéia de que era preciso ser
feito um reconhecimento preliminar da área de estudo. Nesta etapa, foram feitas
algumas observações relacionadas às potencialidades ambientais do Parque da
Sapucaia e realizadas as primeiras fotografias da área. A escolha da área de
estudo baseou-se em atividades pedagógicas realizadas no parque em anos
anteriores. Na revisão bibliográfica, buscou-se fazer algumas leituras visando
obter um maior embasamento teórico sobre o tema a ser abordado no trabalho. O
material consultado constou de livros, artigos científicos, monografias,
dissertações, jornais e mapas.
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3. Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação Ambiental para o Parque
Municipal da Sapucaia
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3.1Objetivos
Atender a crescente necessidade de se desenvolver atividades pedagógicas
que complementam o corpo teórico abordado em sala de aula;
Incentivar o enriquecimento teórico prático dos professores;
Promover a educação ambiental através das atividades ecológicas;
Despertar nos alunos a capacidade de observar, perceber e interpretar o meio
em vivem;
Despertar o espírito de solidariedade e companheirismo entre os alunos em um
ambiente ideal para refugiarmos dos atropelos e problemas da vida urbana;
Estimular a formação de uma consciência ecológica através do contato direto
com a fauna e flora;
Promover a sensibilização sobre a problemática ambiental da atualidade,
abordando a diversidade do mundo e as conseqüências da degradação ambiental;
Oferecer treinamento para estagiários e monitores em atividades de educação
ambiental;
Divulgar trabalhos desenvolvidos pela UNIMONTES.
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Centro de Educação Ambiental do Parque da Sapucaia representarão um grande
avanço da política ambiental do município de Montes Claros.
3.4 Metodologia
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apreender o sentido interior de tudo o que está sendo mostrado a partir de sua
própria interpretação;
Na trilha da mata da “barriga da serra” os visitantes farão uma dinâmica de
silêncio em que todos darão as mãos para ouvir os sons da natureza. Essa
dinâmica visa a integração do ser humano com a essência divina que existe em
todas as formas da criação;
Na parte mais alta do parque (pista de asa delta) os visitantes farão um
exercício de contemplação da mancha urbana de Montes Claros.
Inscrição
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A visita será agendada através de um contato direto com a secretária do parque.
Execução
Recebimento dos visitantes por monitores da UNIMONTES;
Os visitantes serão divididos em grupos de no máximo 20 pessoas;
Informação geral sobre o parque e distribuição do material a ser usado nas
trilhas;
Caminhadas pelas trilhas do parque.
Avaliação
Avaliação do desempenho dos visitantes através de observações diretas da
participação na caminhada e nas dinâmicas;
Aplicação de um questionário de avaliação para os professores e alunos
visitantes visando um diagnóstico do trabalho;
Avaliação dos monitores – os monitores fazem uma avaliação através de
críticas e sugestões sobre o trabalho.
Monitores universitários
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exercício de cidadania da população. A UNIMONTES estará investindo em uma
melhor formação para seus alunos, uma vez que esse projeto garantirá a prática
e o aprimoramento dos conteúdos discutidos em sala de aula.
Em relação à participação da iniciativa privada no projeto acredita-se que as
empresas ganharão em muito no tocante a imagem. Para Rosa Grena Kliaff,
arquiteta paisagística e presidente da Associação Brasileira de Arquitetos
Paisagistas, as parcerias com a iniciativa privada representa uma boa solução
para a manutenção dos parques. Para ela, todos acabam ganhando com esta
parceria desde que os acordos sejam feitos com uma base bem estruturada.
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Capitulo 4
Considerações finais
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anseios das empresas e de uma população bastante carente de educação,
cultura e espaços de lazer.
Foi constatado que a grande variedade de aspectos e temas ambientais
presentes no Parque da Sapucaia representa um enorme potencial que pode ser
aproveitado por uma educação ambiental voltada para a formação de cidadãos
conscientes de seu papel no mundo. No entanto, essa educação ambiental
depende de uma estrutura física e de pessoal que essa Unidade de Conservação
ainda não dispõe. Neste caso, o parque precisa de um centro de educação
ambiental voltado para a toda a comunidade de Montes Claros. Este centro seria
um espaço aberto para discussões e difusão do conhecimento científico a serviço
da preservação do meio ambiente e um ponto de apoio das atividades a serem
desenvolvidas nas trilhas ecológicas.
Por fim, inferiu-se que a educação ambiental poderá atenuar os problemas
ambientais da cidade, haja vista que a educação ambiental é o caminho que pode
oferecer um roteiro claro de como os cidadãos devem agir no cotidiano,
contribuindo, assim, para melhorar e manter a integridade ambiental do próprio
meio em que vive. Como coloca muito bem o documento da Conferência das
Nações Unidas sobre Educação Ambiental em Tbilisi (1977) e citado no “folder” da
Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre, Curitiba, 1997)) :
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Nesse contexto, o melhor uso dos espaços verdes urbanos exerce um
papel de fundamental importância no processo de afirmação da educação
ambiental enquanto caminho a ser buscado no sentido de reverter a crise
ambiental da atualidade. Essas áreas estão em contato direto com a malha urbana
e possuem os elementos que dão o suporte necessário a uma educação
ambiental de qualidade. Tendo em vista que o Parque da Sapucaia apresenta um
enorme potencial para a educação ambiental e que se encontra sub-aproveitado,
acredita-se na urgente necessidade de uma política ambiental voltada para essa
Unidade de Conservação. Assim, o projeto aqui apresentado representa uma
alternativa viável no sentido de que possui um enfoque sustentável que valoriza o
meio ambiente e todos os setores da sociedade de Montes Claros. Nessa
perspectiva, as palavras do ex- prefeito de Belo Horizonte, o Dr. Célio de Castro,
representam uma luz a ser seguida na busca por uma política ambiental
sustentável para as cidades do Brasil e do mundo:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRI, M.G. Vegetação Brasileira. São Paulo: EDUSP, BH, Itatiaia, 1980, 157p.
PAULA, H. Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes. V1. Belo
Horizonte: Minas Gerais, 1979.
49
PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLANDIA. Parques do Sabiá: Uberlândia,
Secretaria Municipal de Meio Ambiente,1996 (folder)
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