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Universidade Estadual de Montes Claros

Centro de Ciências Humanas


Departamento de Geociências

Ronaldo Alves Belém

Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação


Ambiental para o Parque Municipal da Sapucaia - Montes
Claros/MG

Minas Gerais – Brasil


Fevereiro - 2002
Universidade Estadual de Montes Claros
Centro de Ciências Humanas
Departamento de Geociências

Ronaldo Alves Belém

Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação Ambiental para


o Parque Municipal da Sapucaia - Montes Claros/MG

Monografia apresentada como atividade do curso


de Pós-graduação em Geografia, ensino e meio
ambiente da Universidade Estadual de Montes
Claros – UNIMONTES, pré – requisito à obtenção
do título e formação de Pós-Graduado em
Geografia, sob a orientação da Professora Maria
Ivete Soares de Almeida.

Minas Gerais – Brasil


Fevereiro - 2002
Aos meus pais, pela sempre carinhosa e dedicada atenção;
À Juliana Xavier, pelo carinho, compreensão e incentivo;
A todos aqueles que acreditam na construção de um mundo melhor.
“Hoje não apenas os pobres devem ser libertados, mas também a Terra deve
ser libertada do cativeiro de um tipo de desenvolvimento que lhe nega a
dignidade, dilapida seus recursos e quebra o equilíbrio costurado em milhões
de anos de trabalho cósmico. Não fomos criados para estarmos sobre a
natureza como quem domina, mas para estarmos junto com ela como quem
convive como irmãos e irmãs. Essa é a nossa cidadania terrena”.
Leonardo Boff
Agradecimentos

À Professora Maria Ivete de Almeida, pela compreensão, paciência e


constante incentivo à minha carreira e luta em defesa das áreas verdes
urbanas. Sem o seu apoio, não seria possível a concretização deste trabalho;

Ao Professor Oswaldo Bueno Amorim Filho: este trabalho é também o


resultado do entusiasmo e encantamento que o seu grande exemplo desperta
em nós;

Ao Professor Bernardo Machado Gontijo, pelo apoio e constante incentivo à


minha carreira e luta em defesa do Cerrado;

Ao Sr. Wilson, pela importante contribuição no trabalho de caracterização


florística do parque;

Ao Sr. João Lima, pelas importantes informações e incentivo à minha luta em


defesa do parque;

À amiga Maryanne, pela imensa contribuição na elaboração do texto final


deste trabalho;

Ao Sr. Jorge Tadeu Guimarães, pelo empenho na luta pela criação do Parque
da Sapucaia;

Aos amigos (as) e colegas companheiros (as) de caminhada no IGC/UFMG e


na Geografia: Guilherme Bueno, Wellington Assis, Adriana Angélica, Gilmar
Pereira, Elaine Trindade, Neilda Matos, Lussandra Martins, Ângela Andréia,
Denise Caporali, Liliane Cléria e Valnei Pereira. De uma forma ou de outra
vocês contribuíram em muito para a concretização deste trabalho, valeu!;
Aos meus alunos e ex-alunos dos colégios Indyu e Delta, pela amizade,
consideração e incentivo ao meu trabalho;

Ao meu Senhor Jesus......luz que ilumina, inspira e conforta.


Sumário

Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------- 6

Capítulo 1

1. Localização e vias de acesso a Montes Claroa -----------------------------------11


2. Localização e vias de acesso a área de estudo ----------------------------------11
3. Aspectos fisiográficos do Parque da Sapucaia -----------------------------------13
4. Histórico do parque -----------------------------------------------------------------------24

Capítulo 2

1. Questão Ambiental e Unidades de Conservação no Brasil: histórico,


definição e conceitos básicos.---------------------------------------------------------26
2. Questão Ambiental -----------------------------------------------------------------------33

Capítulo 3

1. Metodologia---------------------------------------------------------------------------------37
2. Etapas desenvolvidas -------------------------------------------------------------------37
2.1 Primeira etapa-----------------------------------------------------------------------------38
2.2 Segunda etapa ---------------------------------------------------------------------------38
2.3 Terceira etapa ----------------------------------------------------------------------------38
3. Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação ambiental para o Parque
Municipal da Sapucaia------------------------------------------------------------------39
3.1 Objetivos------------------------------------------------------------------------------------40
3.2 Infra-estrutura a ser montada no parque--------------------------------------------40
3.3 Público alvo---------------------------------------------------------------------------------41
3.4 Metodologia---------------------------------------------------------------------------------41
3.4.1 Etapas de desenvolvimento da metodologia-----------------------------------42
3.5 Monitores universitários -----------------------------------------------------------------43
3.6 Recursos financeiros destinados ao projeto----------------------------------------43

Capítulo 4

Considerações finais -------------------------------------------------------------------------45

Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------------48


Introdução

O presente trabalho constitui-se de quatro capítulos distribuídos de


tal maneira que o estudo apresente uma estruturação integrada. Na
primeira parte, foi feita uma caracterização geral da área que inclui a
localização e vias de acesso, a caracterização dos aspectos físicos e um
breve histórico do parque. A segunda parte apresenta o resultado de uma
revisão teórico-conceitual que foi realizada nas etapas preliminares do
trabalho. Na terceira parte, foi feita uma descrição da metodologia
desenvolvida ao longo do estudo e a apresentação do projeto de
educação ambiental para área. Por fim, na última parte foi feita uma
análise e discussão final das idéias e propostas apresentadas.

Os recursos ambientais do espaço urbano são de grande importância


para a manutenção da qualidade de vida nas cidades. São considerados
como fonte de enormes benefícios, a serem resguardadas em proveito da
população. Em Montes Claros, município situado no Norte do estado de
Minas Gerais, o mais expressivo recurso ambiental urbano é o Parque da
Sapucaia: Unidade de Conservação que margeia a borda sudoeste da
malha urbana da cidade. Área de rara beleza cênica, constitui-se numa
das principais áreas de preservação ambiental e paisagística de Montes
Claros. Localiza-se na porção Sudoeste da cidade, próximo ao bairro
Morada do Sol, a cerca de 3km do centro de Montes Claros. A vegetação
do parque é dominada por espécies típicas de um importante subsistema
do bioma Cerrado: a Floresta Estacional Decidual ou Mata Seca. A
riqueza ambiental e paisagística desta área para Montes Claros faz do
Parque da Sapucaia a mais importante Unidade de Conservação do
município. É um espaço que dá suporte ambiental à cidade, uma vez que
se insere diretamente em sua malha urbana.

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É dotado de uma infra-estrutura ( atualmente depredada ), que
poderia fazer da área um importante espaço voltado para a prática de
atividades culturais, esportivas e de lazer. Possui um teleférico,
“playground”, banheiros, ponte pênsil ( figura 1), trilhas, palhoças e bares.
No entanto, esses equipamentos não se encontram em condições de dar
suporte às atividades acima descritas.

Figura 1: a ponte pênsil cercada pela exuberante Mata Seca no


período de chuvas é um dos principais atrativos do Parque da
Sapucaia

Diante do exposto, nota-se que as potencialidades do Parque da


Sapucaia não têm sido aproveitadas em toda sua plenitude, devido, em
parte, à carência de estudos que subsidiem o uso adequado das áreas
verdes da cidade e, principalmente, ao desinteresse do poder público
municipal em desenvolver políticas ambientais voltadas para preservação
e aproveitamento sustentável das potencialidades dos “espaços verdes
urbanos”. Além do mais, a estrutura física montada nesse parque
encontra-se no mais completo abandono, haja vista, os sanitários e bares
desativados, o teleférico parado, o lixo, brinquedos e cercas das trilhas
quebradas, aliada à carência de pessoal responsável pela vigilância da
área.

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Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo fazer um
estudo sobre as potencialidades ambientais do parque: caracterização
geológica, morfológica, pedológica, climática, fitogeográfica, faunística e
florística visando identificar e compreender os aspectos que possam
embasar um plano de gestão ambiental sustentável para a área. Este
estudo pretende ainda fornecer subsídios para o levantamento das
potencialidades que darão suporte a uma gestão ambiental que será
baseada em atividades de educação ambiental a serem realizadas nas
trilhas do parque e em um centro de educação ambiental a ser construído.
Entretanto, essas atividades dependem de uma infraestrutura física e de
pessoal que o parque ainda não dispõe.

A escolha do tema justifica-se pela premente necessidade de se


valorizar a questão ambiental nos centros urbanos da atualidade. Sabe-se
que a degradação ambiental relacionada ao avanço desordenado do
processo de construção do espaço humanizado, depois de ter sido
considerada uma questão essencialmente acadêmica, atualmente vai
além do universo dos especialistas para tornar-se um assunto freqüente
nos meios de comunicação e difundir-se por todas as camadas da
sociedade. Em conseqüência dessa ampla divulgação das questões
ambientais, o habitante urbano, tem hoje, uma razoável consciência da
gravidade desses problemas, defrontando-se com eles diariamente.
Sente-se, contudo, despreparado para atuar efetivamente em beneficio de
suas soluções. Falta-lhe, sobretudo, um roteiro claro de como agir no seu
cotidiano e de como contribuir, na condição de cidadão, para melhorar e
manter a integridade ambiental do próprio meio em que vive (UNILIVRE,
1997).

Uma gestão ambiental sustentável das unidades de conservação das


cidades aliada a uma educação ambiental ampla para os cidadãos

8
constitui um caminho pelo qual poderemos trilhar no sentido de encontrar
uma saída para a atual crise ambiental que assola os espaços urbanos do
mundo contemporâneo. A educação ambiental é meio pelo qual os
cidadãos das cidades se sentirão preparados para melhorar o meio em
que vivem. A educação ambiental como parte integrante da educação
geral tem como finalidade formar cidadãos conscientes do seu papel de
agentes históricos construtores de um mundo melhor. Ela procura
despertar nas pessoas a idéia de que todas as formas de vida cumprem
os seus papéis na dinâmica planetária, pois essa conscientização nos
oferece meios que possibilitam reduzir os desequilíbrios que as ações
antrópicas produziram na dinâmica planetária. Se refletirmos, hoje, sobre
a questão do homem e sua relação com o planeta, chegaremos à
conclusão de que ao longo do tempo o homem vem se constituído numa
“peça” em desarmonia nesta dinâmica. Mesmo com os avanços da
consciência ecológica através da divulgação da sua importância nos
meios de comunicação de massa, a Terra se debate em sérios problemas
ambientais que se devem, sobretudo, a uma noção imperfeita que o
homem tem sobre o seu papel no planeta. Um papel, que teria que se
resumir, principalmente, à noção de que estamos integrados a uma
natureza, que somos parte dela, e que, portanto, não podemos destruí-la.

Enfim, a criação de núcleos de difusão da consciência ambiental é


uma necessidade premente em nosso tempo. Neste contexto, a gestão
ambiental sustentável das unidades de conservação das cidades
desempenha um papel de fundamental importância na difusão dessa
consciência necessária ao homem do novo milênio, uma vez que a gestão
dessas áreas, através da educação ambiental, possibilita o
desenvolvimento e uma integração maior entre o homem e o seu meio
ambiente. Além do mais, é importante ressaltar que as unidades de
conservação, como os parques, congregam todos os elementos
indispensáveis ao desenvolvimento deste processo.

9
Diante da importância do papel das unidades de conservação neste
processo, o presente trabalho justifica-se por apresentar uma proposta
inovadora em relação à necessidade urgente de criação de um plano de
gestão ambiental sustentável para a principal espaço verde urbano de
Montes Claros: o Parque da Sapucaia.

O atual contexto sócio-ambiental no qual todos nós estamos


inseridos exige que os municípios desenvolvam políticas efetivas no
sentido de amenizar os efeitos dos problemas que afetam as populações
urbanas. A educação ambiental e a preservação das unidades de
conservação representam a base de sustentação das políticas ambientais
a serem implantadas pelos municípios nesse início de século. Portanto, o
presente trabalho corresponde às nossas expectativas uma vez que
apresenta uma proposta de gestão que contempla as necessidades
sócio-ambientais exigidas pelas cidades no mundo contemporâneo.

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Capitulo 1

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DE ESTUDO

1.Localização e vias de acesso a Montes Claros.

O presente trabalho foi realizado no Município de Montes Claros que


localiza-se na Região Administrativa do Norte de Minas. Com 310 mil habitantes
mantém-se como pólo de desenvolvimento da Região. O município possui uma
área de 4.135 km que subdivide-se em nove distritos. A sede do município
situa-se a uma altitude de 638m entre as coordenadas geográficas de 16 43’
41” Latitude Sul e 43 51’ 54” Longitude wgr ( INDI,1995).
Em relação às vias de acesso, Montes Claros localiza-se a 420 km de Belo
Horizonte, 1033km de São Paulo, 720km de Brasília, 860km do Rio de Janeiro e
1088km de Salvador. As principais rodovias que servem ao município são a BR-
135, BR-365 e BR-251.

2.Localização e acesso a área de estudo

O estudo foi desenvolvido na principal Unidade de Conservação do


Município de Montes Claros: o Parque da Sapucaia. Esse parque localiza-se na
porção Sudoeste de Montes Claros e encontra-se em uma área próxima aos
bairros Morada do Sol e Jardim Liberdade, a cerca de 3km do centro da cidade.

2.1 O Parque da Sapucaia

O Parque da Sapucaia foi implantado na encosta da Serra do Ibituruna e


possui uma importante mancha de Floresta Estacional Decidual de afloramentos
calcários em um estágio de sucessão ecológica que pode ser considerado como

11
intermediário/avançado de regeneração. Conforme a figura 2, essa área também
possui diversas trilhas que cobrem toda a extensão do parque.

Figura 2: Croqui apresentando as trilhas e os principais atrativos do


Parque Municipal da Sapucaia.

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3.Aspectos fisiográficos do Parque da Sapucaia

Sua paisagem reflete o complexo sistema de relações estabelecidas entre


os principais elementos naturais que compõem o diversificado quadro físico do
norte de Minas Gerais. Assim, os aspectos fisiográficos da área correspondem às
características físicas que predominam na região. O clima é o tropical semi-úmido.
A hidrografia apresenta uma realidade complexa marcada pela predominância de
rios temporários. Os calcários destacam-se na geologia da área e os
afloramentos dessas rochas representam um dos principais atrativos do parque.
Quanto ao relevo, a área do parque reflete apenas uma das facetas do
diversificado quadro geomorfológico do norte de Minas. Predominam as formas
típicas de dissecação de estruturas calcárias. Os solos variam entre os latossolos
profundos e os litossolos rasos típicos de áreas de afloramentos rochosos. A
vegetação predominante é representada por um dos mais importantes sub-
sistemas do bioma Cerrado: a Mata Seca. Por fim, a fauna possui uma amostra
bastante representativa do contexto zoogeográfico das áreas de Cerrado.

3.1 Clima

Montes Claros e a região do parque segundo a classificação de Koppen,


apresentada por Ayoade ( 1996), apresentam um clima do tipo Awm que também
pode ser definido como tropical úmido com uma estação seca. Sendo portanto
considerado um clima quente. A temperatura média anual está em torno de 24
ºC. A média máxima anual é 29,4 ºc e a média mínima anual está em torno de 16
ºC. Em relação à precipitação, sabe-se que o regime pluviométrico de Montes
Claros é bastante irregular e que o total de chuva gira em torno 1000 mm anuais.
A direção predominante dos ventos é Nordeste/Sudeste. A umidade relativa do ar
está em torno de 65% ( INDI, 1997).

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Embora a classificação de Koppen seja importante para a compreensão do
clima regional e seu papel no contexto em que se insere o nosso objeto de estudo,
acreditamos que a aplicação da classificação de Thornthwait desempenha um
papel preponderante na compreensão da importância do clima regional para este
trabalho. Ao basear-se em conceitos de evapotranspiração potencial, balanço
hídrico e em um índice de umidade, a abordagem de Thorntwait foi considerada
útil em diversos campos, tais como a ecologia e a agricultura (AYOADE, 1996).

GOLFARI et al (1975), em seus estudos de zoneamento ecológico para


reflorestamento em Minas Gerais desenvolveu um estudo sobre o clima e o
balanço hídrico da região em que se encontra Montes Claros. Nesse estudo,
Minas Gerais foi dividida em 10 Regiões Bioclimáticas. O município de Montes
Claro ficou incluído na região 9. Esta região apresenta um clima tropical seco-
subúmido. A Temperatura média anual varia de 22 ºc a 24 ºc. A média do mês
menos quente está entre 18,5 ºc e 20 ºc e a do mês mais quente está entre 23,5
ºc e 26 ºc. A altura média anual das chuvas varia entre 900 e 1200 mm. Sua
distribuição ocorre, sobretudo no verão. No período menos quente há uma seca
de 5 a 7 meses.

É importante ressaltar que o período de maior estiagem neste município vai


de maio a setembro. Durante o período que vai de março a setembro a
precipitação é inferior à necessidade biológica das plantas, o que leva as mesmas
a retirarem água no solo. Nesse seu momento mais crítico, a vegetação do
parque apresenta o seu ritmo estacional que se reflete pela queda de folhas em
períodos secos. O aspecto acinzentado das árvores com seus troncos e galhos
ressequidos refletem toda a exuberância e complexidade da dinâmica cíclica da
Mata Seca no período de estiagem.

3.2. Hidrografia

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A área situa-se em uma microbacia hidrográfica constituída de algumas
nascentes. Por ser uma área cárstica, a região apresenta uma drenagem
basicamente criptorréica, sendo que as águas fluviais penetram em fendas e
fraturas no topo e nas encostas da serra se integrando ao lençol freático.
Observa-se também alguns vales cegos que funcionam como nascentes em
épocas de chuvas. O vale das borboletas, por exemplo, é uma área de nascente
que se encontra ativa somente nos períodos de chuvas, quando ocorre descarga
das águas pluviais que se infiltraram nas fendas da encosta e no topo da serra.
Essas drenagens são tributárias do rio Vieira que, por sua vez, deságua no
rio Verde Grande, um dos principais afluentes da margem direita do Rio São
Francisco. O rio Vieira, pertencente à bacia do Verde Grande, destaca-se como
um rio que possui grande parte de sua extensão no interior do sitio urbano de
Montes Claros. Por isso, apresenta sérios problemas relacionados à poluição
causada pela emissão de efluentes industriais e domésticos.

3.3. Geologia

O Parque foi implantado em um dos membros da Serra do Sapé, Serra do


Mel ou Serra do Ibituruna, localizada na borda Oeste da cidade de Montes Claros.
A Serra do Sapé constitui uma unidade geomorfológica que se assenta sobre
formações rochosas que remontam a cerca um bilhão de anos. Essas rochas,
pertencentes à Formação Lagoa do Jacaré (Grupo Bambuí), situam-se
cronologicamente no período Pré-Cambriano da Era Proterozóica.
As rochas do Bambuí constituem o complexo sedimentar que recobrem o
Cráton do São Francisco. Predominam as rochas carbonáticas (calcários) que
segundo MARCHESE, citado por SILVA (1979), foram formadas em ambiente de
águas marinhas rasas e em área subsidente, geralmente de baixa e média
energia. Também ocorrem arenitos, siltitos, siltitos e calcários intercalados,
margas e ardósias ( SILVA, 1989). De acordo com SAADI (1995), a origem dos
sedimentos do Bambuí está associada a um evento distensivo e a subseqüente
subsidência do Cráton do São Francisco por volta de 900 Ma atrás

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(Neoproterozóico). Este evento permitiu a formação da bacia que acolheu os
sedimentos carbonáticos do Grupo Bambuí (SAADI, 1995).
No município de Montes Claros o Grupo Bambuí se faz representar pela
Formação Lagoa do Jacaré e pelo Sub-Grupo Rio Paraopeba Indiviso, ambos
pertencentes ao Sub-Grupo Rio Paraopeba. A Formação Lagoa do Jacaré é
constituída, litologicamente, por siltitos, siltitos calcíferos, calcários cinzentos,
ardósias e lentes de calcário oolítico.
Na área ocorrem principalmente os calcários escuros com suas subdivisões
litográficas que vão de calcários puros e cristalinos, com alto teor de carbonato,
até margas com teores que variam entre 30 e 85% de CaCo3 ( Figura 3). Também
merecem destaque os siltitos carbonáticos que afloram em várias áreas da Serra
do Sapé. Ao aflorarem acima da cota 850 metros, esses siltitos quase sempre
recobrem toda a seqüência de calcários e margas da Serra do Sapé. Esses siltitos
são levemente carbonáticos ( 3,1% de carbonato) e encontram-se bastante
alterados no topo, apresentando uma coloração amarelo-avermelhada, tornando-
se esverdeados e bastante endurecidos na base (BRANDT ET AL, 1991).

Figura 3: Aspecto dos afloramentos calcários do parque apresentando como


destaque as plantas adaptadas às fendas existentes nas rochas.

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É importante ressaltar que essas litologias Pré-Cambrianas associadas ao
clima originaram os solos que sustentam a cobertura vegetal predominante na
área de estudo: a Floresta Estacional Decidual de afloramentos ou Mata Seca
cárstica.

3.4. Geomorfologia

O relevo que predomina no município de Montes Claros está inserido no


domínio da Depressão Sanfranciscana. Esta unidade geomorfológica apresenta
grandes extensões de superfícies rebaixadas e suavemente onduladas, que
formam os “montes claros” que viriam a emprestar o nome ao primeiro núcleo
de povoamento da área onde hoje se encontra a cidade do mesmo nome
(BELÉM, 1997). A expressão “montes Claros” refere-se ao aspecto branco e
acinzentado da vegetação que recobre os morros da região, a Mata Seca
(PAULA, 1979; BRASIL, 1983). A presença de serras não é muito significativa no
relevo de Montes Claros, mas destaca-se algumas elevações residuais
alongadas conhecidas como Serra do Sapé (a Oeste), Serra Morrinhos (a
Noroeste), Serra Bonita (ao Norte) e Serra dos Porcos (a Sudoeste) (BELÉM,
1997).
A Serra do Sapé representa um lineamento residual de direção NE-SW e
com altitudes que chegam a atingir 880m. Assim como as demais serras da
região, essa unidade geomorfológica apresenta diversas escarpas com
afloramentos calcários. Essas escarpas representam verdadeiros paredões com
alguns poucos a dezenas de metros de altura e, devido à horizontalidade do
calcário, podem ser seguidos ao redor dos morros (BRANDT et al, 1991).
Como se pode observar na figura 4, as escarpas ou paredões do parque
constituem um dos principais atrativos da área, pois além da beleza cênica que
esses afloramentos conferem ao ambiente, são bastante usadas para a prática
de esportes radicais como o montanhismo.

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Figura 4: As escarpas destacam-se na paisagem do parque.
Merecem destaque o “paredão”, a “escarpa do sol” e a “escarpa do
mandacaru” (BELEM, 2001). Os lapiás representam as feições cársticas mais
comuns do Parque da Sapucaia. Na verdade, os paredões calcários do Parque
são fortemente lapiezados. Os lapiás são caneluras ou regos de espessura
milimétrica a centimétrica, que sulcam a superfície da rocha cárstica, através de
variados padrões, podendo atingir uma dezena de metros de comprimento
(KOHLER, 1994).

3.5.Pedologia

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De acordo com a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC
(1983), a classe dos Latossolos Vermelhos-Amarelos, predomina no Norte de
Minas Gerais. Estes solos ocupam as altas superfícies com relevo plano e
vegetação de cerrado típico. Em sua maioria, apresenta baixa fertilidade, alta
concentração de alumínio e textura arenosa média com baixa capacidade de
retenção de água.

Para BRANDT et al (1991), os solos das imediações de Montes Claros são


predominantemente latossólicos. No entanto, na área do Parque da Sapucaia, por
constituir-se em sua maioria por terrenos de afloramentos rochosos, predomina os
Cambissolos e Neossolos Litólicos, ou seja, solos pouco desenvolvidos e rasos
típicos de áreas mais elevadas. Na parte baixa do parque ocorrem os Latossolos
Vermelho-Escuros eutróficos, originados pela intemperização de rochas
carbonáticas. A acidez é moderada, raramente forte, podendo o pH ser básico em
alguns pontos. A saturação com alumínio é baixa (BRANDT et al,1991). Ao
contrário dos solos distróficos das chapadas areníticas, os solos das áreas
calcárias apresentam boa fertilidade, o que explica, em parte, as peculiaridades
fisionômicas e estruturais da cobertura vegetal das regiões calcárias
(BELÉM,1997).

3.6.Vegetação

A área do parque está inserida no bioma Cerrado. De acordo com FERRI


(1980), o Cerrado ocupa cerca de 23% do território nacional. É um bioma
associado a um clima com uma estação seca bem definida e solos geralmente
ácidos e deficientes de matéria orgânica e macronutrientes como o cálcio,
magnésio, fósforo e potássio. O Cerrado possui diversas fitofisionomias ou
formações vegetais, tais como, o Campo Cerrado, o Campo Limpo, o Cerrado
´Tipico, a Mata Seca, a Vereda, dentre outras. O Cerrado Típico é a mais
conhecida fitofisionomia desse bioma.

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No tocante aos aspectos fisionômicos e estruturais, as formações
existentes no interior do bioma Cerrado são muito diferentes, principalmente, em
função da gradação da biomassa ( CHAGAS et al, 1997). Quanto ao
comportamento das folhas das plantas no período de estiagem, ROMARIZ (1996,
p.38), destaca o caráter semidecidual da maioria das fitofisionomias do bioma
Cerrado, sobretudo, do Cerrado Típico:
“ naa Caatingas praticamente todas as plantas perdem suas
folhas no período seco, no Cerrado Típico isso apenas se
verifica nas arbustivas e herbáceas, chegando mesmo a
ocorrer o desaparecimento de uma boa parte das
gramíneas. Em relação às árvores, porém, apenas algumas
perdem as folhas: por terem raízes extremamente longas,
várias delas conseguem alcançar os profundos lençóis
d’água subterrâneos garantindo assim o suprimento de que
necessitam”.
FERRI (1980), define a fisionomia do Cerrado Típico como uma vegetação
em que as árvores e arbustos geralmente apresentam caules e galhos tortuosos,
cascas grossas, folhas coriáceas (cerosas) ou pilosas (com pêlos).
Para CHAGAS et al (1997), o Cerrado típico, do ponto de vista fisionômico,
caracteriza-se por apresentar uma estrutura definida pela presença de dois
estratos: um arbóreo-arbustivo e outro herbáceo.
Em recente trabalho de mapeamento da cobertura vegetal e uso e
ocupação do solo do Estado de Minas Gerais, o Instituto Estadual de Florestas de
Minas Gerais – IEF/MG (1994) apresentou oito domínios Fitogeográficos para o
Estado, além de reflorestamento, agropecuária e áreas degradadas. Este
mapeamento inclui o Norte de Minas nas áreas de ocorrência de Savana (Cerrado
Típico), Floresta Estacional Decidual ( Mata seca), Savana estépica ( Caatinga
Arbórea) e Savana Parque ( Campo Cerrado). O Cerrado compreende um bioma
complexo constituído de diversas fitofisionomias.
Dentre essas formações destacam-se a Floresta Estacional Decidual ou
Mata Seca, tipo vegetacional associado a solos eutróficos ou às áreas calcárias

20
sob os efeitos de climas estacionais (BELÉM, 2001). A Mata Seca cárstica
caracteriza-se por apresentar um ritmo estacional que se reflete pela queda de
folhas durante o período seco. Sua ocorrência está vinculada à associação solo de
origem calcária e o clima tropical semi-úmido(BELÉM, 2001).
Essas Matas Secas ocorrem em manchas na área central e periférica do
Cerrado em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. O fator determinante
para a ocorrência desta formação vegetal possivelmente está ligado às condições
edáficas locais (GOODLAND e FERRI, 1979).
Essas formações florestais podem ocorrer em áreas de solos profundos e
eutróficos como as matas secas de alto porte do Parque Estadual Mata Seca em
Manga e conforme a figura 4, também podem se desenvolver sobre os
afloramentos calcários. Essas últimas são matas decíduas de porte médio a alto,
pouco densas, com árvores e troncos não muito grossos. Apresentam espécies
com diversas adaptações morfofisiológicas que lhes permitem sobreviver em
locais com pouca disponibilidade de água como a queda foliar na época seca (o
que reduz a transpiração vegetal); a grande presença de plantas espinhosas(os
espinhos representam a redução morfológica das folhas, acarretando economia
hídrica; freqüência de plantas suculentas (acumuladoras de água em seus
tecidos); bem como raízes longas para alcançarem os substratos que contêm os
nutrientes dos quais as plantas necessitam (RIZZINI, 1963).

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Figura 4: A Floresta Estacional Decidual cárstica do Parque da
Sapucaia no período de estiagem.

A Floresta Estacional Decidual do Parque apresenta uma grande


diversidade de espécies arbóreas. Nota-se a predominância do angico
(Anandenanthera macrocarpa) que está presente em toda a extensão do parque.
Também ocorrem em grande quantidade o cedro (Cedrela fissilis) e a aroeira
(Myracruodon urundeuva). Dentre as outras espécies que ocorrem no parque
merecem destaque a barriguda (Cavanillesia arbórea), a garapa (Apuleia molaris),
o jatobá ( Hymenaea stigonocarpa), o Gonçalo ( Astronium fraxinifolium) ,
o pereiro ( Platycyanus regnelli Benth), a mutanba ( Guazuma ulmifolia), o ipê-
amarelo ( Tabebuia ochracea), entre outras.
A cobertura vegetal constitui um dos principais atrativos da área. Por tratar-
se de uma vegetação cíclica, a Mata Seca possui um importante potencial a ser
explorado pela educação ambiental, uma vez que reflete os efeitos diferenciados
do complexo sistema de relações estabelecidas entre diversos elementos do
meio natural: o solo, o relevo, as rochas, a hidrografia e o clima. Assim, no período
chuvoso ( Figura 5), devido à subida do nível do lençol freático, a vegetação
apresenta o aspecto denso e exuberante típico das Florestas Tropicais Ùmidas.

22
No período de estiagem os efeitos da carência hídrica se expressam no aspecto
xeromorfo das espécies decíduas que lembram as árvores das Caatingas
Arbóreas.

Figura 5: Vegetação do Parque da Sapucaia no período chuvoso.

3.7. Fauna

Baseando-se nos Estudos de Impacto Ambiental que a empresa de


consultoria ambiental BRANDT Meio Ambiente realizou na região da Serra do
Ibituruna e adjacências no inicio dos anos 90,infere-se que a principal área verde
urbana da cidade de Montes Claros serve de abrigo a um número razoável de
espécies animais.
Este estudo registrou 9 espécies de anfíbios e 8 espécies de répteis,
distribuídas em 8 famílias. Merecem destaque a cascavel ( Crotallus terrificus), a
salamanta (Epicrates cenchria) e os lagartos ( Tropidurus torquatus). Foram
23
registradas 138 espécies de aves distribuídas em 37 famílias. Dentre essas aves
destacam-se a rolinha ( Columbina talpacoti), a juriti (Leptotilia verreauxi), o
inhambu( Crypturellus sp), o bem-te-vi (Myiodnastes maculatus), o sabiá ( Turdus
sp), entre outros. Quanto aos mamíferos foram registradas 31 espécies, com
destaque para o soim ou mico-estrela ( Callithrix penicillata ), o gambá ( Didelphis
albiventris), o gato-do-mato (Felis sp), o mocó ( Kerodon rupestris), o veado-
catingueiro (Mazama gouazoubira), o melête ( Myrmecophaga sp), entre outras
(BRANDT et al, 1991).
Em relação aos invertebrados, ocorrem diversas espécies de insetos.
Merecem destaque as borboletas que se concentram principalmente nas áreas de
nascentes temporárias ( vales cegos). No Vale das Borboletas, por exemplo, foi
registrada a presença da Heliconius eratus , da Heliconius ethilla ( ver figura 5),
entre outras.

Figura 6: Borboletas das espécies Heliconius eratus e Heliconius ethilla,


muito comuns no Parque Municipal da Sapucaia

3.8. Histórico do Parque da Sapucaia

O Parque da Sapucaia foi idealizado em meados dos anos 80 quando Jorge


Tadeu Guimarães, o então secretário de serviços urbanos da Prefeitura Municipal
de Montes Claros, percebeu a necessidade de criação de uma nova Unidade de
Conservação na cidade. Temia-se que as pedreiras que atuavam na região da
Serra do Sapé destruíssem parte significativa do patrimônio ambiental do
município. Mas o parque só surgiu depois de uma série de negociações

24
envolvendo a administração do prefeito Luiz Tadeu Leite e proprietários de lotes
que estavam dispostos a oferecer áreas para a prefeitura em troca de isenção de
impostos em outros bairros ( FERREIRA, 2000). Foi firmado um contrato de
permuta em que os proprietários da área do Parque da Sapucaia cederiam esse
espaço para a prefeitura em troca de benefícios em áreas pertencentes a eles nos
bairros Ibituruna e Jardim Liberdade. Assim, o Parque da Sapucaia foi criado pela
lei N 1646 de 08 de setembro de 1987.

Quanto ao nome da Unidade de Conservação, sabe-se que ele está


relacionado a uma árvore (sapucaia) que se encontra nas proximidades da
portaria principal do parque. O trabalho arquitetônico ficou a cargo dos arquitetos
Leandro Sarmento Veloso e Andrey Ribeiro Cristoff. Um dos grandes problemas
enfrentados no inicio da concretização da obra foi a questão da água, pois o
córrego que passava no parque estava secando e o subsolo da área não
apresentava aqüíferos com água suficiente para abastecer o parque. Esse
problema foi resolvido através de um convênio firmado entre a prefeitura e a
Copasa ( FERREIRA, 2000).
O parque foi inaugurado no dia 03 de julho de 1987 durante as
comemorações dos 130 anos da cidade. Com uma área de 9,8 ha, o Parque da
Sapucaia representa a maior Unidade de Conservação de Montes Claros.

25
Capítulo 2

1.Questão Ambiental e Unidades de Conservação no Brasil: histórico,


definição e conceitos básicos.

Neste capítulo será feita uma revisão que se divide em duas partes: na
primeira parte serão apresentados um histórico da questão ambiental no Brasil e
uma revisão sobre os aspectos conceituais e históricos das Unidades de
Conservação em nosso país. Na segunda parte serão abordados os aspectos
relacionados à definição da noção gestão ambiental e plano de manejo buscando
associar esses conceitos com a atual situação em que se encontra a área de
estudo: o parque da sapucaia.

Sabe-se que a destruição da natureza é tão antiga quanto à própria


humanidade. Na atualidade, são visíveis os efeitos da apropriação predatória dos
recursos naturais brasileiros que vem ocorrendo desde o inicio da colonização do
nosso país. De acordo com BRITO et al (1998), os modelos de desenvolvimento
das civilizações até nossos dias foram projetados pelo homem para acumular
riquezas materiais, bens e serviços. A seu favor o homem teve a ciência e a
tecnologia, o que lhe possibilitou adquirir condições de interferir e modificar a
dinâmica natural do planeta ( BRITO et al, 1998; pág. 64).

Embora muitos já tivessem chamado a atenção para os impactos


ambientais decorrentes da ação predatória sobre os recursos naturais da Terra,
somente a partir da década de 1970 é que a consciência ambiental ganhou maior
expressão. Em 1972, realizou-se em Estocolmo, Suécia, a Conferência da ONU
sobre o Ambiente Humano, que gerou a Declaração sobre o Meio Ambiente.
Em sintonia com o avanço da consciência ambiental no mundo, surge no Brasil
em 1973 o primeiro órgão de política ambiental do país: a Secretária Especial de
Meio Ambiente (SEMA). Em 1981, foi sancionada a Lei n. 6938, que dispõe sobre
a Política Nacional de Meio Ambiente. Esta lei, no seu artigo nove, define a

26
criação de Unidades de Conservação como um dos instrumentos da nossa política
nacional de meio ambiente.Este documento foi considerado um avanço na história
do meio ambiente do Brasil. Também é importante ressaltar que ainda em 1981
foram criadas no Brasil mais duas categorias de manejo de Unidades de
Conservação: as Áreas de Proteção Ambiental (APAS) e as Estações
Ecológicas(BRITO et al, 1998). Em 1937, foi criado o primeiro Parque Nacional.
Em 1988, tivemos a promulgação da primeira constituição brasileira a dar
destaque sobre a questão ambiental. Mas o grande acontecimento que marca a
história da questão ambiental no Brasil foi à realização da Conferência das
Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em
1992. Nesse importante evento, chefes de estado e de governo de 170 países se
reuniram para discutir o futuro da Terra.
Atualmente, tem-se buscado estabelecer processos decisórios para
assegurar a proteção e conservar a natureza, visando manter a diversidade
biológica e minimizar a interferência antrópica sobre os ecossistemas naturais
(BRITO et al, 1998). Nesse sentido, a principal estratégia encontrada pelas
autoridades ambientais tem sido a criação de Unidades de Conservação.
As Unidades de conservação são definidas como os espaços territoriais
com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público
para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção Esta
definição corresponde ao Art.2º, I, da Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2.000,
a lei que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(BRITO et al, 1998). De acordo com este autor, o Brasil possui dois tipos de
Unidades de Conservação: as áreas de proteção integral dos recursos naturais,
onde não é admitido o uso direto dos recursos. Nelas a propriedade é de domínio
público, ou implica em desapropriações de terras para se ter uma proteção
integral dos atributos da diversidade biológica. Essas unidades são também
chamadas de Unidades de Conservação de Proteção Integral ou de uso indireto.
De acordo com SANTOS (1995), as Unidades de Conservação de proteção
integral da Região Metropolitana de Belo Horizonte se enquadram no contexto das

27
Áreas de Conservação Ambiental. Essas áreas têm como finalidade conservar
elementos ambientais importantes pela beleza, raridade, valor científico, cultural
ou recreativo e para o desenvolvimento de atividades de pesquisa educacional ou
recreativa (SANTOS, 1995). Dentro da categoria Área de Conservação Ambiental
se encontram o Parque Municipal das Mangabeiras em Belo Horizonte, o Parque
da Sapucaia em Montes Claros, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas no
Noroeste de Minas, entre outros. Por outro lado, tem-se um outro tipo de unidade
de conservação em que o uso direto dos recursos é permitido:

“Nesse Grupo, a proteção da diversidade biológica


dos espaços é parcial, pois ela visa racionalizar a
utilização dos recursos de maneira a haver uma
compatibilização das atividades econômicas com
a proteção ambiental” ( BRITO et al, 1998; pág.
68).
Para SANTOS (1995), as Unidades de uso sustentável correspondem à
categoria Área de Proteção Ambiental que tem como objetivo proteger os recursos
naturais, especialmente os renováveis, ou os bens culturais, restringindo ou
controlando o seu uso racional.
No grupo das unidades de conservação de uso indireto, proteção integral,
está os Parques Nacionais, as Reservas Biológicas, as Estações Ecológicas e as
Reservas Ecológicas. No grupo das unidades de conservação de uso sustentável
estão as Florestas Nacionais (FLONAS), as Reservas Extrativistas, as Áreas de
Proteção Permanente (APAS), e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN).
Destacam-se os parques que podem ser nacionais, estaduais ou
municipais. Os parques são definidos como áreas naturais pouco ou nada
alteradas, ecologicamente representativas e relativamente extensas. Nos parques
é proibida qualquer forma de exploração de recursos naturais, sendo admitido
apenas o uso indireto dos seus recursos. O uso e a destinação das áreas dos
parques deve respeitar a integridade dos ecossistemas naturais envolvidos,

28
condicionando a visitação pública às restrições específicas, mesmo para
propósitos científicos, culturais, educativos e recreativos (Decreto nº 84.017, de
21.09.79).

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH, 1995), em seus estudos para a


definição das áreas de interesse ambiental do município, estabelece que os
parques municipais se enquadram na categoria de Zona de Preservação
Ambiental e Paisagística – dois (ZPAM – dois). As ZPANs – 2, têm como objetivo
a compatibilização da ocupação urbana com a conservação dos recursos naturais.
Abarca áreas destinadas à implantação de equipamentos urbanos que se
favorecem com a manutenção da cobertura vegetal e outros elementos naturais.
Constituem os parques urbanos, as praças, os zoológicos, os hortos florestais,
etc. As ZPANs - 2, representam, na verdade, os Espaços Verdes Urbanos
destinados a dar suporte ambiental a áreas residenciais (PBH, 1995).

Percebe-se que existe uma grande dificuldade com relação à definição dos
termos utilizados em estudos relacionados aos espaços verdes urbanos. Termos
como Espaços Livres, Parques Urbanos, Praças, Unidades de Conservação em
áreas urbanas, entre outros, confundem os profissionais que trabalham nessa
área. LIMA et al (1994), considera Espaço Verde áreas em que há o predomínio
de vegetação arbórea, englobando as praças, jardins e os parques. Os Parques
Urbanos se referem às áreas verdes com função ecológica, estética e de lazer,
entretanto, com uma extensão maior do que as praças e jardins públicos. As
praças são áreas verdes que tem como função principal o lazer. A praça,
inclusive, pode não ser uma área verde, quando não tem vegetação e encontra-se
impermeabilizada. No caso de ter vegetação é considerado Jardim ( LIMA et al,
1994). Dentre as variadas funções dos chamados Espaços Verdes Urbanos
devem-se destacar:

Representar a parcela permeável do solo, fator de equilíbrio no fluxo do


escoamento superficial e conseqüentemente na contenção dos movimentos de

29
terra e seus efeitos decorrentes, tais como, assoreamento, enchentes, etc, e ainda
a recarga do lençol freático;

Atenuar a poluição sonora;

contribuir com a filtração da poluição hídrica e atmosférica;

Proporcionar locais de convívio e lazer para a comunidade;

Proporcionar oportunidades de aprendizagem;

Garantir a manutenção da biodiversidade e dos bancos genéticos.

Observa-se que os Espaços Verdes Urbanos são de fundamental


importância para a manutenção da qualidade de vida nas cidades. Assim, as
políticas urbanas e as legislações municipais devem procurar ajustar a ocupação
urbana à capacidade de absorção pelos meios físicos e bióticos que a antecedem
( PBH, 1995). Nesse sentido, ressalta-se que:

“os parques nacionais são áreas que


possuam um ou mais ecossistemas
totalmente inalterados ou parcialmente
alterados pela ação do homem, nos quais
as espécies vegetais e animais, os sítios
geomorfológicos e os habitats, ofereçam
interesse especial do ponto de vista
científico, cultural, educativo ou onde
existam paisagens naturais de grande valor
cênico” ( BRITO et al, p.70, 1998).

De acordo com BRITO et al (1998), a conservação ambiental se refere ao


uso racional da natureza, enquanto que a preservação diz respeito à proteção
integral dos recursos naturais. Essas definições serão de fundamental importância
para compreendermos os conceitos que serão discutidos posteriormente.
30
A discussão sobre a criação de Unidades de Conservação no Brasil é
antiga, pois José Bonifácio, no inicio do século XIX, sugeriu a criação de um setor
específico que cuidasse da conservação das florestas ( BRITO et al, 1998). Mas
as unidades de conservação só vieram ganhar destaque no Brasil a partir de
1937, quando foi criado o primeiro Parque Nacional brasileiro – o Itatiaia,
localizado entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesse sentido, vale
ressaltar que o número de Unidades de Conservação criadas no Brasil aumentou
principalmente a partir da década de 1960.
Em 1998 o Brasil contava com 41 Parques Nacionais, 21 Estações
Ecológicas, 24 Reservas Biológicas, 5 Reservas Ecológicas, 24 Áreas de
Proteção Ambiental (APAS), 46 Florestas Nacionais ( FLONAS) e 12 Reservas
Extrativistas. Mas a atual quantidade de Unidades de Conservação do Brasil é
insatisfatória tendo em vista a extensão do nosso território e o grande percentual
de áreas ricas em ecossistemas potencialmente destinados à preservação
(BRITO et al, 1998).
Baseando-se nas idéias de BRITO et al (1998), tem-se uma breve
discussão conceitual sobre as Unidades de Conservação do Brasil:

1.Parques Nacionais (PARNA). São áreas de domínio público, constituídos por


ecossistemas naturais, em geral de grande beleza cênica, e têm como objetivo
preservar a natureza, em especial, a fauna, a flora e os monumentos naturais,
além de proporcionar oportunidade para a pesquisa cientifica, a educação
ambiental, o lazer e o turismo. É uma Unidade de Conservação de uso indireto.
Dentre os principais PARNAS do Brasil destaca-se o Parque Nacional do Itatiaia,
o Parque Nacional do Caparaó, O Parque Nacional da Chapada Diamantina,
Parque Nacional da Serra do Cipó, entre outros.
E ainda considera como: Áreas de Proteção Ambiental (APAS), as áreas em geral
extensas, que têm como finalidade disciplinar o processo de ocupação, assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais e promover, quando necessária, a
reabilitação dos ecossistemas degradados. As atividades econômicas devem ser
planejadas para não causar danos ao meio ambiente. O que diferencia as APAS

31
das demais unidades de Conservação é que elas não proíbem que o seu
proprietário utilize a sua propriedade no atendimento de sua função social.
Geralmente ocupam as áreas de entorno dos Parques Nacionais com o objetivo
de resguardar os atributos naturais dos mesmos. A APA do Peruaçu e a APA da
Serra do Cipó, ambas em Minas Gerais, são dois importantes exemplos deste tipo
de Unidade de Conservação.

2.Reserva Extrativista ( RESEX). São áreas de domínio público constituído por


ecossistemas modificados, podendo incluir também ecossistemas naturais ou
cultivados. São ocupadas por populações tradicionalmente extrativistas, cuja
subsistência baseia-se na coleta de produtos da biota nativa. São Unidades de
Conservação de uso direto. Praticam a exploração auto-sustentável e
conservação dos recursos naturais renováveis por populações extrativistas. Como
exemplo podemos citar a Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, no
Acre.

3.Florestas Nacionais ( FLONAS). São áreas com cobertura florestal de espécies


predominantemente nativas e têm como objetivo a produção econômica
sustentável de madeira e outros produtos vegetais; a proteção de recursos
hídricos; a pesquisa cientifica, especialmente de métodos de exploração
sustentada das florestas.

4.Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). São áreas que têm como
objetivo estabelecer normas aos proprietários particulares que desejem ver sua (s)
propriedade(s) preservada(s) e assegurada a sua perpetuidade. O Parque do
Caraça em Minas Gerais é exemplo deste tipo de Unidade de Conservação.

5.Reservas Biológicas. São áreas que tem a finalidade de resguardar atributos


excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das
belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e
científicos. Essa categoria de Unidade de Conservação é bastante restritiva. São

32
áreas que possuem ecossistemas importantes ou características naturais de
importância científica nacional. Nas Reservas Biológicas não é permitido o acesso
ao público, devido ao fato delas conterem ecossistemas ou comunidades frágeis.

6.Reservas Ecológicas. São áreas de florestas e demais formas de vegetação de


preservação permanente, local de pousos de aves de arribação protegidas por
convênios ou tratados internacionais.

7.Estação Ecológica. São áreas representativas de ecossistemas brasileiros,


destinados à realização de pesquisas básicas e aplicados de ecologia, à
proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação ambiental.
Nessas áreas não é permitido qualquer tipo de uso do solo, porte e o uso de
armas ou instrumentos de pesca ou caça.

2. Gestão Ambiental

Ao longo da história o homem tem produzido significativas mudanças na


natureza. As sociedades conduzidas pelas leis econômicas têm conquistado
benefícios favoráveis à prosperidade dos indivíduos, mas criam graves danos aos
recursos naturais. Estes são explorados irracionalmente, sem procurar criar uma
forma de transformação de ambientes ecologicamente viável ( NORVERTO,
1998). Neste sentido, mesmo com os avanços da consciência ecológica, a Terra
se debate em sérios problemas ambientais que se devem, sobretudo, a essa
noção imperfeita que o homem tem sobre o seu papel no planeta. De acordo com
PERALTA (1997), este contexto favoreceu o surgimento de várias reflexões sobre
a necessidade de se criar novas alternativas econômicas e tecnológicas mais
viáveis no tocante à manutenção do equilíbrio ambiental.
Neste sentido, a gestão ambiental surge como uma alternativa que
oferece ao homem um conjunto de mecanismos e ações capazes de
compatibilizar o desenvolvimento econômico com o equilíbrio ambiental. De
acordo com PERALTA (1998), o termo gestão deriva do inglês “management”.

33
Este corresponde a um conceito de origem empresarial que implica dirigir ou
controlar a execução de atividades administrativas e técnicas com o objetivo de
alcançar determinadas metas. Na América Latina em geral, o termo “management”
se refere indistintamente às noções de manejo, ordenamento, administração e
gestão. No entanto, sabe-se que os termos manejo, ordenamento e administração
são, na verdade, parte de uma gestão e não, uma gestão em si mesma
(PERALTA, 1998).

Ainda em relação às idéias de PERALTA (1998), cabe ressaltar que no


âmbito dos recursos naturais e do meio ambiente em geral é comum a execução
de técnicas dentro dos processos de gestão. Essas atividades são conhecidas
como atividades de manejo ou de ordenamento. Assim, é freqüente associar
essas ações como parte do manejo de bacias, fauna ou florestas. É também
freqüente que todas as atividades técnicas que permitem o uso apropriado da
natureza se denominem atividades de manejo dos recursos naturais.
As atividades administrativas dentro do processo de gestão se referem
principalmente aos aspectos de planificação, financiamento, controle, supervisão
e outras atividades que permitem a execução das atividades técnicas de campo
(PERALTA, 1998). De acordo com BRITO et al (1998):

“a gestão ambiental trata do estabelecimento de


mecanismos, procedimentos e critérios que
possibilitam solucionar os problemas ambientais,
por intermédio de um sistema político-
administrativo”.

Para este autor, a elaboração de um plano de gestão requer um


levantamento de dados ambientais sobre a área a ser gerida. Além disso, é
essencial a avaliação da situação atual da Unidade de Conservação a partir da
identificação e conhecimento dos problemas específicos da área. Por fim, um
plano de gestão deve constituir-se num conjunto de projetos, atividades,

34
programas de trabalho, medidas administrativas e institucionais requeridos para o
tipo de Unidade de Conservação em questão. É também importante frisar que um
sistema de gestão ambiental necessita não só de uma estrutura administrativa
formal, bem como de uma ampla aceitação dos órgãos governamentais, do setor
produtivo e junto às comunidades ligadas de forma direta ou indireta à Unidade
de Conservação (BRITO et al, 1998).
Ao analisarmos as idéias de PERALTA (1998) e BRITO et al (1998),
inferimos que a gestão ambiental constitui um suporte indispensável à
preservação dos recursos naturais. Nesse sentido, as atividades administrativas
desempenham um papel de fundamental importância na gestão. No entanto, faz-
se necessário a existência de um corpo institucional capaz de assegurar o bom
andamento das atividades administrativas e conseqüentemente, das técnicas de
campo empregadas nos manejos ambientais. Em Unidades de Conservação como
os Parques Municipais, cabe ao poder executivo local definir as linhas de ações
administrativas a serem seguidas no sentido de garantir a perfeita execução de
um plano de manejo.

Em Montes Claros, a questão da gestão ambiental em Unidades de


Conservação mostra-se bastante problemática, uma vez que nos últimos anos o
poder público municipal não demonstrou interesse em desenvolver uma política
ambiental que incorporasse o manejo adequado para Unidades de Conservação
do município.

Quando se fala que a gestão ambiental em Montes Claros é problemática e


confusa, na verdade, está se constatando que a prefeitura conta com as
secretarias de Serviços Urbanos e do Meio Ambiente, mas que as mesmas ainda
não possuem um corpo institucional capaz de favorecer a implantação de planos
de manejo via poder público municipal.

Enfim, não existe uma política ambiental consolidada no município e as


unidades de conservação não possuem um plano de gestão. Assim, os parques

35
da cidade se vêem totalmente abandonados. Como se pode observar na figura 7,
o Parque da Sapucaia, por exemplo, encontra-se com sua infra-estrutura física no
mais completo abandono, haja vista os sanitários e bares desativados, o teleférico
parado, o acumulo de lixo por todos os lados, os brinquedos e as cercas das
trilhas quebradas, além da falta de pessoal responsável pela vigilância.

Figura 7: Banheiro totalmente depredado e abandonado no


interior do Parque da Sapucaia.

36
Capítulo 3

1.Metodologia

A metodologia foi pensada de modo a atender aos objetivos propostos pelo


trabalho. Assim, constituiu-se em duas em etapas: uma etapa preliminar em que
procuramos fazer um trabalho de campo de reconhecimento da área e uma
revisão bibliográfica sobre o tema. Em uma segunda etapa realizou-se um
trabalho de campo, a confecção do mapa a ser usado no plano de gestão e uma
sistematização dos dados a partir do rearranjo destes e de suas respectivas
informações permitindo sua análise e apresentação dos resultados finais.

2.Etapas desenvolvidas

2.1 Primeira Etapa

A etapa de campo inicial foi feita com base na idéia de que era preciso ser
feito um reconhecimento preliminar da área de estudo. Nesta etapa, foram feitas
algumas observações relacionadas às potencialidades ambientais do Parque da
Sapucaia e realizadas as primeiras fotografias da área. A escolha da área de
estudo baseou-se em atividades pedagógicas realizadas no parque em anos
anteriores. Na revisão bibliográfica, buscou-se fazer algumas leituras visando
obter um maior embasamento teórico sobre o tema a ser abordado no trabalho. O
material consultado constou de livros, artigos científicos, monografias,
dissertações, jornais e mapas.

2.2 Segunda Etapa

Na segunda etapa foi desenvolvido um trabalho de campo que teve como


objetivo a obtenção de informações junto aos moradores das áreas do entorno
do parque, visitantes e funcionários da prefeitura municipal. Também foram
37
definidos os temas e aspectos do parque a serem abordados no plano de gestão e
a confecção do mapa a ser usado na proposta de gestão.

Nas entrevistas realizadas procurou-se o maior número possível de


pessoas ligadas ao parque. As conversas foram espontâneas e tiveram como
objetivo obter informações sobre a história e impressões sobre o parque e sua
situação atual. Também foram observadas as diversas sugestões dos
entrevistados.

Em visitas periódicas ao parque foram definidos os aspectos a serem


abordados no plano de gestão. Na verdade, as escolha desses aspectos foi
baseada em atividades anteriores realizadas em trilhas ecológicas do parque.
Priorizou-se a beleza e os conhecimentos intrínsecos a cada aspecto a ser
abordado nas trilhas interpretativas.

2.3 Terceira Etapa

Nesta etapa foi feito um croqui de mapa/figura e a sistematização das


informações. A confecção do croqui a ser usado no projeto foi baseada em um
esboço do mapa empregado em atividades realizadas no parque em anos
anteriores e constitui um trabalho bastante simples, por basear-se apenas na
observação das trilhas da área. Esse esboço, posteriormente, foi submetido a um
tratamento gráfico realizado em um programa de computação gráfica, o “corel
draw”.

Posteriormente, as informações e dados coletados foram sistematizados


em texto que constitui o plano de gestão do Parque da Sapucaia. Por fim, seguiu-
se a discussão dos resultados e a redação final do trabalho.

38
3. Caminhadas no Parque: um Projeto de Educação Ambiental para o Parque
Municipal da Sapucaia

A educação ambiental representa um meio de fundamental importância


para o processo de sensibilização do homem sobre a importância da preservação
do meio ambiente e a construção de uma cidadania terrena baseada na
compreensão dos mecanismos que sustentam a vida na Terra. Nesse sentido, o
Projeto Caminhadas no Parque procura discutir e compreender a importância da
valorização do meio ambiente enquanto algo indispensável para a manutenção da
qualidade de vida do planeta.

A presente proposta de gestão ambiental constitui um desdobramento de


atividades recreativo-pedagógicas já desenvolvidas em duas escolas de ensino
médio da rede particular da cidade de Montes Claros. O “Projeto Caminhadas no
Parque” fazia parte de um trabalho de educação ambiental que foi desenvolvido
no Parque da Sapucaia no período 2000/2001. Atualmente, o projeto baseia-se
também em quatro experiências bem sucedidas em outras cidades : o trabalho do
Centro de educação Ambiental do Parque das Mangabeiras em Belo Horizonte, o
Projeto Caminhadas Ecológicas da Estação Ecológica da UFMG, o Projeto A
Escola vai ao Parque de Londrina (PR) e o trabalho da Universidade Livre do
Meio Ambiente em Curitiba ( PR).

As atividades a serem desenvolvidas no Parque da Sapucaia pretendem


estabelecer discussões acerca de uma problemática ambiental mais global e ao
mesmo tempo, utilizar estratégias capazes de “religar” as pessoas ao seu
ambiente, ajudando-as a descobrir o seu lugar no mundo. Através de caminhadas
pelas trilhas interpretativas do Parque pretende-se despertar uma nova
consciência ambiental nos alunos de toda a comunidade estudantil de Montes
Claros.

39
3.1Objetivos
Atender a crescente necessidade de se desenvolver atividades pedagógicas
que complementam o corpo teórico abordado em sala de aula;
Incentivar o enriquecimento teórico prático dos professores;
Promover a educação ambiental através das atividades ecológicas;
Despertar nos alunos a capacidade de observar, perceber e interpretar o meio
em vivem;
Despertar o espírito de solidariedade e companheirismo entre os alunos em um
ambiente ideal para refugiarmos dos atropelos e problemas da vida urbana;
Estimular a formação de uma consciência ecológica através do contato direto
com a fauna e flora;
Promover a sensibilização sobre a problemática ambiental da atualidade,
abordando a diversidade do mundo e as conseqüências da degradação ambiental;
Oferecer treinamento para estagiários e monitores em atividades de educação
ambiental;
Divulgar trabalhos desenvolvidos pela UNIMONTES.

3.2 Infra estrutura a ser montada no Parque da Sapucaia

As atividades de educação ambiental a serem realizadas dependem de


uma infra-estrutura física e de pessoal que o parque não dispõe. Nesse sentido,
faz-se necessário que a Prefeitura Municipal de Montes Claros realize reformas
urgentes na infra-estrutura existente no parque e contrate o pessoal necessário
para a sua perfeita manutenção. Também é imprescindível a construção de
instalações que possam abrigar um centro de educação ambiental. Este centro
deve apresentar uma estrutura capaz dar apoio as atividades a serem
desenvolvidas nas trilhas ecológicas. Funcionará como um espaço voltado para os
cursos e oficinas da área ambiental. Assim, o centro de educação ambiental deve
contar com uma pequena biblioteca ( ecoteca), secretaria, uma sala aula, sala de
apoio, banheiros e recepção. As atividades a serem desenvolvidas junto ao

40
Centro de Educação Ambiental do Parque da Sapucaia representarão um grande
avanço da política ambiental do município de Montes Claros.

3.3 Público alvo

Professores e alunos de escolas públicas e particulares do ensino infantil,


fundamental, médio e superior;
Monitores universitários dos departamentos de Geociências, Biologia Geral e
Artes.

3.4 Metodologia

O Trabalho será desenvolvido em trilhas ecológicas de interpretação


ambiental onde os visitantes serão acompanhados por monitores universitários da
UNIMONTES. No percurso, os participantes terão contato direto com temas,
aspectos e problemas do meio ambiente, tais como : clima, solo,vegetação,
geologia, geomorfologia, fauna, desmatamento, recuperação de áreas
degradadas, qualidade de vida, urbanização, orientação e conceitos básicos em
ciências da Terra ( geografia e geologia) e ciências biológicas (botânica , zoologia
e ecologia).

As principais atividades a serem desenvolvidas no parque são:

Visita ao centro de educação ambiental;


Com um mapa nas mãos os visitantes percorrerão uma trilha que vai da meia
encosta da serra até a parte alta do parque ( ver fig...);
Com um “folder” sobre o parque nas mãos os visitantes acompanharão a
caracterização e importância dos diversos elementos que compõem o quadro
físico da área: flora, fauna, solos, rochas, relevo e clima. Através da comparação
entre as fotografias do “folder” e a realidade observada, o aluno deverá procurar

41
apreender o sentido interior de tudo o que está sendo mostrado a partir de sua
própria interpretação;
Na trilha da mata da “barriga da serra” os visitantes farão uma dinâmica de
silêncio em que todos darão as mãos para ouvir os sons da natureza. Essa
dinâmica visa a integração do ser humano com a essência divina que existe em
todas as formas da criação;
Na parte mais alta do parque (pista de asa delta) os visitantes farão um
exercício de contemplação da mancha urbana de Montes Claros.

Figura 8. A exuberância da paisagem do parque no período de estiagem e a


trilha sendo usada por um grupo de alunos do ensino médio de Montes
Claros. Foto: Mariana Morena.

3.4.1 Etapas de desenvolvimento da metodologia

O projeto se desenvolve em três etapas: inscrição , execução e avaliação.

Inscrição

42
A visita será agendada através de um contato direto com a secretária do parque.
Execução
Recebimento dos visitantes por monitores da UNIMONTES;
Os visitantes serão divididos em grupos de no máximo 20 pessoas;
Informação geral sobre o parque e distribuição do material a ser usado nas
trilhas;
Caminhadas pelas trilhas do parque.
Avaliação
Avaliação do desempenho dos visitantes através de observações diretas da
participação na caminhada e nas dinâmicas;
Aplicação de um questionário de avaliação para os professores e alunos
visitantes visando um diagnóstico do trabalho;
Avaliação dos monitores – os monitores fazem uma avaliação através de
críticas e sugestões sobre o trabalho.

Monitores universitários

O trabalho dependerá da participação de seis (06) monitores durante o ano.


E vale ressaltar que cada monitor atenderá um número aproximado de 15 alunos
por visita e dedicará um período de suas atividades diárias acadêmicas ao projeto.

3.6 Recursos financeiros destinados ao projeto

O Projeto Caminhadas no Parque foi concebido com intuito de promover


uma parceria envolvendo a Prefeitura Municipal de Montes Claros, a Universidade
Estadual de Montes Claros ( UNIMONTES) e a iniciativa privada. Nesse sentido,
pretende-se obter os recursos necessários ao projeto através de investimentos
que possam favorecer todas as partes envolvidas. A Prefeitura estará investindo
em uma área que tem contribuindo em muito no processo de construção de uma
imagem positiva do município no cenário político e econômico nacional. Além do
mais, estará desempenhando o seu papel de garantir educação plena e o

43
exercício de cidadania da população. A UNIMONTES estará investindo em uma
melhor formação para seus alunos, uma vez que esse projeto garantirá a prática
e o aprimoramento dos conteúdos discutidos em sala de aula.
Em relação à participação da iniciativa privada no projeto acredita-se que as
empresas ganharão em muito no tocante a imagem. Para Rosa Grena Kliaff,
arquiteta paisagística e presidente da Associação Brasileira de Arquitetos
Paisagistas, as parcerias com a iniciativa privada representa uma boa solução
para a manutenção dos parques. Para ela, todos acabam ganhando com esta
parceria desde que os acordos sejam feitos com uma base bem estruturada.

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Capitulo 4
Considerações finais

Se não bastasse o desemprego, o aumento do subemprego, da violência e


das favelas, a questão da total ausência de uma política ambiental atuante e
eficaz em Montes Claros também representa um dos mais sérios desafios a
serem enfrentados pelo município nesse início de século XXI. Assim, em sintonia
com a grande crise ambiental que afeta o planeta como um todo, a cidade de
Montes Claros já sofre os efeitos da deterioração dos recursos ambientais, haja
vista o aumento da poluição atmosférica e sonora, a degradação dos recursos
hídricos do entorno de sua mancha urbana, o aumento do lixo e a depredação de
seus espaços verdes urbanos.
Nesse contexto, o problema do abandono de nossas praças e parques
representa a ausência de um centro de educação ambiental gerido pelo município
e representa um dos maiores desafios a serem encarados pelo poder público
municipal nos próximos anos. Este trabalho surgiu da necessidade de se
desenvolver um plano de gestão ambiental para a maior e mais importante
Unidade de Conservação de Montes Claros: o Parque da Sapucaia. Este parque
se debate em sérios problemas que precisam ser resolvidos antes que esses
dramas desencadeiem outros problemas ainda mais sérios.
Ficou evidenciado que os recursos ambientais do espaço urbano são de
grande importância para a manutenção da qualidade de vida nas cidades. Esse
recursos são considerados como fonte de benefícios a serem resguardados em
proveito de toda a comunidade.
Em virtude do que foi aqui apresentado, constatou-se também que a
questão do Parque da Sapucaia depende de um esforço conjunto que envolva a
Prefeitura Municipal de Montes Claros, a Universidade, a iniciativa privada e a
sociedade civil buscando as soluções de que o parque necessita. Nesse sentido,
a presente proposta de manejo para o Parque da Sapucaia corresponde a todas
as expectativas, uma vez que procura contemplar as mais importantes
necessidades dessa Unidade de Conservação e ao mesmo tempo, atender aos

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anseios das empresas e de uma população bastante carente de educação,
cultura e espaços de lazer.
Foi constatado que a grande variedade de aspectos e temas ambientais
presentes no Parque da Sapucaia representa um enorme potencial que pode ser
aproveitado por uma educação ambiental voltada para a formação de cidadãos
conscientes de seu papel no mundo. No entanto, essa educação ambiental
depende de uma estrutura física e de pessoal que essa Unidade de Conservação
ainda não dispõe. Neste caso, o parque precisa de um centro de educação
ambiental voltado para a toda a comunidade de Montes Claros. Este centro seria
um espaço aberto para discussões e difusão do conhecimento científico a serviço
da preservação do meio ambiente e um ponto de apoio das atividades a serem
desenvolvidas nas trilhas ecológicas.
Por fim, inferiu-se que a educação ambiental poderá atenuar os problemas
ambientais da cidade, haja vista que a educação ambiental é o caminho que pode
oferecer um roteiro claro de como os cidadãos devem agir no cotidiano,
contribuindo, assim, para melhorar e manter a integridade ambiental do próprio
meio em que vive. Como coloca muito bem o documento da Conferência das
Nações Unidas sobre Educação Ambiental em Tbilisi (1977) e citado no “folder” da
Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre, Curitiba, 1997)) :

“ A educação ambiental é um processo universal e


contínuo que faz parte integrante da educação geral, e
tem por finalidade levar a todas as pessoas, de todas as
idades, os meios para compreender os fenômenos
ambientais, além de facilitar o acesso a conhecimentos
ecológicos e técnicos mais específicos a certas
categorias ocupacionais, que têm direta intervenção
sobre a formação da consciência social ou sobre a
manutenção da qualidade do meio ambiente”.

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Nesse contexto, o melhor uso dos espaços verdes urbanos exerce um
papel de fundamental importância no processo de afirmação da educação
ambiental enquanto caminho a ser buscado no sentido de reverter a crise
ambiental da atualidade. Essas áreas estão em contato direto com a malha urbana
e possuem os elementos que dão o suporte necessário a uma educação
ambiental de qualidade. Tendo em vista que o Parque da Sapucaia apresenta um
enorme potencial para a educação ambiental e que se encontra sub-aproveitado,
acredita-se na urgente necessidade de uma política ambiental voltada para essa
Unidade de Conservação. Assim, o projeto aqui apresentado representa uma
alternativa viável no sentido de que possui um enfoque sustentável que valoriza o
meio ambiente e todos os setores da sociedade de Montes Claros. Nessa
perspectiva, as palavras do ex- prefeito de Belo Horizonte, o Dr. Célio de Castro,
representam uma luz a ser seguida na busca por uma política ambiental
sustentável para as cidades do Brasil e do mundo:

“O papel das cidades no mundo contemporâneo é


decisivo para a sobrevivência digna do homem. Cidade
como morada do homem, lócus privilegiado, onde a
solidariedade se exerce, onde as políticas sociais
desabrocham, onde a consciência cívica se consolida.
Essa nova função das cidades, no entanto, só se
cumpre adequadamente se apoiada em um meio
ambiente humanizado. Nesse sentido, devemos
trabalhar para que a natureza seja respeitada e atue
como parceira decisiva na vida das pessoas”.

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