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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL EM MUNICÍPIOS

MARCOS FERNANDO CONTI SCHEIDT

AVALIAÇÃO DAS ÁREAS VERDES DOS LOTEAMENTOS DO


MUNICÍPIO DE CAÇADOR, SC

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

MEDIANEIRA
2015
MARCOS FERNANDO CONTI SCHEIDT

AVALIAÇÃO DAS ÁREAS VERDES DOS LOTEAMENTOS DO


MUNICÍPIO DE CAÇADOR, SC

Monografia apresentada como requisito parcial à


obtenção do título de Especialista na Pós
Graduação em Gestão Ambiental em Municípios
– Polo UAB do Município de Concórdia,
Modalidade de Ensino a Distância, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR – Câmpus Medianeira.

Orientador: Prof. Dr. José Hilário Delconte


Ferreira

MEDIANEIRA
2015
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Gestão Ambiental em Municípios

TERMO DE APROVAÇÃO

Avaliação das Áreas Verdes dos Loteamentos do Município de Caçador, SC

Por
Marcos Fernando Conti Scheidt

Esta monografia foi apresentada às 14 h do dia 24 de outubro de 2015 como


requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso de
Especialização em Gestão Ambiental em Municípios – Polo de Concórdia,
Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Câmpus Medianeira. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta
pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora
considerou o trabalho APROVADO.

______________________________________
Prof. Dr. José Hilário Delconte Ferreira
UTFPR – Câmpus Campo Mourão
(orientador)

____________________________________
Prof M.e Alex Sanches Torquato
UTFPR – Câmpus Medianeira

_________________________________________
Profa. Dra. Michelle Budke Costa
UTFPR – Câmpus Medianeira

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso-.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre ao meu lado, me dando


força e conforto em todos os momentos de minha vida e no desenvolvimento do
presente trabalho.
Agradeço à minha família pelo apoio fornecido no decorrer de toda minha
trajetória, tanto em momentos de felicidades como de dificuldades.
Agradeço à minha noiva pelo companheirismo e apoio durante todo o curso.
Ao meu orientador professor Dr. José Hilário Delconte Ferreira pela
disponibilização do seu tempo e conhecimento para o desenvolvimento do trabalho.
Agradeço aos professores do curso de Especialização em Gestão Ambiental
em Municípios pelo empenho e dedicação em transmitir-nos os conteúdos.
Agradeço aos tutores presenciais e a distância que sempre nos auxiliaram e
se mostraram dispostos em atender nossas dúvidas.
Por fim, agradeço ao pessoal do Patrimônio da Prefeitura Municipal de
Caçador e a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização desta
monografia.
RESUMO

SCHEIDT, Marcos Fernando Conti. Avaliação das Áreas Verdes dos Loteamentos
do Município de Caçador, SC. 2015. 53 p. Monografia (Especialização em Gestão
Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Medianeira, 2015.

O meio ambiente urbano vem sendo fortemente pressionado pelo crescimento


desordenado das cidades, o qual ocorre geralmente sem planejamento, ocupando
áreas irregulares ou impróprias, intensificando o desmatamento, entre outros fatores.
A cobertura vegetal é um elemento de relevada importância na busca pela melhoria
da qualidade ambiental urbana. Neste contexto, as áreas verdes urbanas, quando
bem caracterizadas e conservadas, possuem funções ecológica, estética e social,
assumindo um papel de equilíbrio entre o espaço modificado para a urbanização e o
meio ambiente. Este trabalhou buscou avaliar a situação das áreas verdes dos
loteamentos do Município de Caçador aprovados após o estabelecimento das
normas para o parcelamento do solo urbano do município. Assim, foram
identificados 11 loteamentos que passaram por uma avaliação qualitativa, em que se
buscou levantar a situação que se encontravam as áreas verdes dos mesmos,
sendo verificada a predominância de vegetação herbácea e frequente presença de
espécies exóticas. Por fim, recomendaram-se ações de fiscalização e gerenciamento
aos órgãos competentes, bem como sugestões de uso e melhoria dessas áreas.

Palavras-chave: Parcelamento do solo; cobertura vegetal; avaliação ambiental.


ABSTRACT

SCHEIDT, Marcos Fernando Conti. Evaluation of Green Areas of Subdivisions in the


Town of Caçador, SC. 2015. 53 p. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental
em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2015.

The urban environment has been strongly pressed by the disorderly growth of the
cities, which usually occurs without planning, occupying irregular or improper areas,
intensifying the deforestation, among other factors. Vegetal covering is an important
element in the quest for improvement of urban environmental quality. In this context,
the urban green areas, when well characterized and preserved, have ecological,
aesthetic and social functions, assuming a role of balance between the modified
space to urbanization and the environment. This study sought to evaluate the
situation of the green areas of the subdivisions of the town of Caçador, approved
after the establishment of standards for the subdivision of urban land in the town. So,
they have were identified 11 subdivisions that have undergone a qualitative
assessment, which sought to raise the situation theirs green areas, being verified the
predominance of herbaceous vegetation and frequent presence of exotic species.
Finally, they have been recommended enforcement actions and management to the
competent authorities and suggestions for use and improvement of these areas.

Keywords: Land subdivision; vegetal covering; environmental evaluation.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização Geográfica do Município de Caçador, SC ............................ 15


Figura 2 – Evolução da Vegetação da Área Verde do Loteamento Dona Edy entre os
anos de 2011(A) e 2015(B). ...................................................................................... 19
Figura 3 – Presença de Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Dona
Edy. ........................................................................................................................... 20
Figura 4 – Presença de Espécie Exótica (Pinus spp.) na Área Verde do Loteamento
Dona Edy................................................................................................................... 21
Figura 5 – Presença de Vegetação Herbácea com Pontos de Exposição do Solo na
Área Verde do Loteamento Morada do Sol II. ........................................................... 22
Figura 6 – Exposição do Solo na APP do Loteamento Morada do Sol II. ................. 22
Figura 7 – Concentração de Resíduos Sólidos (A) e Tubulação Clandestina
Enterrada (B) no Loteamento Morada do Sol II. ........................................................ 23
Figura 8 – Área Verde do Loteamento Gilberto Gonçalves. ...................................... 24
Figura 9 – Área Institucional do Loteamento Gilberto Gonçalves. ............................. 24
Figura 10 – Área Verde do Loteamento Sorgatto. ..................................................... 25
Figura 11 – Área Verde Composta por uma Praça no Loteamento Sorgatto. ........... 26
Figura 12 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento do Contestado..... 27
Figura 13 – Cascalheira Desativada Confrontando com a Área Verde do Loteamento
do Contestado. .......................................................................................................... 27
Figura 14 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Dona Inês. .......... 28
Figura 15 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Transrodace e
Dallazen. ................................................................................................................... 29
Figura 16 – Resíduos Sólidos Depositados na Área Remanescente do Loteamento
Transrodace e Dallazen. ........................................................................................... 30
Figura 17 – Vegetação Arbóreo-arbustiva na Área Verde do Loteamento Recanto da
Natureza. ................................................................................................................... 31
Figura 18 – Presença de “Carreiro” em Meio à Área Verde do Loteamento Recanto
da Natureza. .............................................................................................................. 32
Figura 19 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Portal do
Contestado. ............................................................................................................... 33
Figura 20 – Solo Movimentado para dentro da Área Verde do Loteamento Portal do
Contestado. ............................................................................................................... 33
Figura 21 – Vegetação Arbustiva na Área Verde do Loteamento Portal do
Contestado. ............................................................................................................... 34
Figura 22 – Concentração de Resíduos Sólidos na Área Verde do Loteamento Portal
do Contestado. .......................................................................................................... 34
Figura 23 – Tubulação Desaguando na Área Verde do Loteamento Portal do
Contestado. ............................................................................................................... 35
Figura 24 – Vegetação Herbácea com vários pontos de solo exposto na Área Verde
do Loteamento Nossa Senhora Salete. ..................................................................... 36
Figura 25 – Vegetação Arbórea na Área Verde do Loteamento Nossa Senhora
Salete. ....................................................................................................................... 36
Figura 26 – Invasão da Área Verde com Movimentação de Terra no Loteamento
Nossa Senhora Salete. ............................................................................................. 37
Figura 27 – Presença de Vegetação Arbórea na Área Verde do Loteamento Nossa
Senhora Salete. ......................................................................................................... 38
Figura 28 – Invasão da Área Verde com Movimentação de Material no Loteamento
Nossa Senhora Salete. ............................................................................................. 38
Figura 29 – Vegetação da Área Verde do Loteamento Abdalla Hazim. .................... 39
Figura 30 – Vegetação Arbórea ao fundo da Área Verde do Loteamento Abdalla
Hazim. ....................................................................................................................... 40
Figura 31 – Tubulação Verificada na Área Verde do Loteamento Abdalla Hazim. .... 41
Figura 32 – Localização dos Loteamento Abordados no Estudo. ............................. 42
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Loteamentos Aprovados na Prefeitura Municipal de Caçador após a Lei


Complementar nº 128/08. .......................................................................................... 17
Tabela 2 – Relação entre a Área Verde e a Área Total e a Quantidade de Área
Verde por Lotes. ........................................................................................................ 18
Tabela 3 – Cobertura Vegetal da Área Verde dos Loteamentos. .............................. 41
Tabela 4 – Conflitos Existentes na Área Verde dos Loteamentos............................. 43
Tabela 5 – Sugestões de Uso e Melhoria das Áreas Verdes. ................................... 45
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
2.1. ESPAÇO URBANO ............................................................................................ 11
2.2 ÁREAS VERDES ................................................................................................ 12
2.2 IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES URBANAS ............................................ 12
2.3 LEGISLAÇÃO APLICADA AO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ............. 13
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 15
3.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 15
3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 15
3.3 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 16
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 17
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LOTEAMENTOS OBJETO DO ESTUDO ...................... 17
4.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DAS ÁREAS VERDES .......................................... 18
4.2.1 Loteamento Dona Edy.................................................................................... 19
4.2.2 Loteamento Morada do Sol II ........................................................................ 21
4.2.3 Loteamento Gilberto Gonçalves ................................................................... 23
4.2.4 Loteamento Sorgatto ..................................................................................... 25
4.2.5 Loteamento do Contestado ........................................................................... 26
4.2.6 Loteamento Dona Inês ................................................................................... 28
4.2.7 Loteamento Transrodace e Dallazen ............................................................ 29
4.2.8 Loteamento Recanto da Natureza ................................................................. 30
4.2.9 Loteamento Portal do Contestado ................................................................ 32
4.2.10 Loteamento Nossa Senhora Salete............................................................. 35
4.2.11 Loteamento Abdalla Hazim.......................................................................... 39
4.3 AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL ......................................................... 41
4.4 AVALIAÇÃO DE CONFLITOS EXISTENTES ..................................................... 42
4.5 AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E GERENCIAMENTO ........................................... 43
4.6 SUGESTÕES DE USO E MELHORIA DAS ÁREAS VERDES ........................... 45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 49
10

1 INTRODUÇÃO

A cobertura vegetal nas áreas urbanas mostra-se como um elemento


importante na medida em que pode propiciar melhorias no ambiente alterado pela
ocupação antrópica, podendo considerá-la como um indicador da qualidade de vida
de seus habitantes (ROSSETTI et al., 2007).
O crescimento desordenado das cidades, causados principalmente pela falta
de planejamento do uso e ocupação do solo, vem ocasionando uma forte pressão
sobre o meio ambiente, como ocupação de áreas irregulares, desmatamento, entre
outros.
Conforme Resolução Conjunta IBAMA/FATMA Nº 001/95, em seu Artigo 11, é
cabido aos Municípios localizados em áreas de ocorrência de Mata Atlântica,
fomentar, em suas áreas urbanas, a arborização de ruas e demais logradouros
públicos, visando um mínimo de 8 m² de áreas verdes por habitante.
No âmbito municipal, a Lei Complementar nº 128/08 define que um mínimo de
10% da área total do loteamento deverá ser destinada à área verde e espaço livre
de uso público.
As áreas verdes urbanas possuem funções ecológica, estética e social,
assumindo um papel de equilíbrio entre o espaço modificado para a urbanização e o
meio ambiente.
Avaliar a situação de tais áreas pode auxiliar os órgãos competentes a
tomarem conhecimento e atitudes para que se apliquem as leis e se desenvolva o
bem comum.
Neste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a situação das áreas
verdes dos loteamentos situados no Município de Caçador, SC, aprovados após a
Lei Complementar 128/08. Posteriormente, indicar aos órgãos competentes a real
situação dessas áreas e propor alternativas de uso delas em virtude de suas atuais
ocupações.
11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. ESPAÇO URBANO

Conforme Corrêa (1995), pode-se considerar o espaço urbano como o


conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Nesses usos, ficam
definidas áreas como áreas residenciais e áreas industriais, distintas em termos de
forma e conteúdo social, o centro da cidade, local de concentração de atividades
comerciais, de gestão e de serviço; áreas de lazer, e, ainda, aquelas de reserva para
expansão futura.
Vale salientar que os conceitos de cidade e espaço urbano diferem entre si,
no qual a cidade é considerada como sendo a forma e as relações sociais são
concretizadas. Doutro lado, no espaço urbano está contido o conteúdo, pois nele é
demonstrada a concretização das relações sociais sobre um ângulo espacial
(PEREIRA & PAULA, 2010).
De acordo com Neckel et al. (2009), desde 1950, a formação das cidades do
país vem construindo um cenário de contrastes, comparável às grandes cidades do
Terceiro Mundo, fazendo com que o planejamento urbano vire alvo de várias críticas
e objeções, sobretudo nos últimos trinta anos.
A cidade atual demonstra a expressão do desequilíbrio, consequência do
crescimento desordenado dos conglomerados urbanos, ocorrido, principalmente,
com o início do processo de industrialização e da concentração do poder econômico
nas cidades (BALDO, 2009).
Loboda e Angelis (2005) destaca que quem planeja o meio físico urbano
ainda está centrado nas características sócio-econômicas, deixando de lado os
elementos naturais. Ressalta ainda que a qualidade ficou à margem no decorrer do
processo de expansão dos ambientes, relegando-se as questões ambientais e
sociais ao esquecimento.
12

2.2 ÁREAS VERDES

De acordo com Abreu e Oliveira (2004), no âmbito de uma cidade, nas áreas
verdes incluem-se todos os espaços que possuem cobertura vegetal natural ou
implantada, como os parques públicos, praças, áreas de preservação permanente e
áreas verdes destinadas à recreação pela legislação competente. As áreas verdes
recaem ainda sobre espaços públicos e privados, nesse último caso, o particular
poderá vir a ser obrigado a preservar as áreas verdes existentes ou, ainda, ser
obrigado a implantá-la, mesmo não a destinando ao uso comum do povo (ARFELLI,
2004).
Lima et al. (1994), cita ainda que os trevos e rotatórias de vias públicas, bem
como os canteiros centrais de avenidas, que exercem apenas funções estéticas e
ecológicas, também podem ser considerados áreas verdes. Todavia, árvores que
acompanham o leito das vias, não podem ser consideradas como tal, devido às
calçadas serem impermeabilizadas.

2.2 IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES URBANAS

Guzzo (1999) citado por Loboda e Angelis (2005) considera entre as inúmeras
vantagens das áreas verdes, três principais: estética, ecológica e social. A função
estética apresenta-se pautada no papel de integração entre os espaços construídos
e os destinados à circulação. Com relação às funções ecológicas, essas se
destacam na medida em que os elementos naturais que compõem esses espaços
minimizam tais impactos decorrentes da industrialização. Por fim, a função social
relaciona-se à oferta de espaços destinados para o lazer da população. A Resolução
CONAMA nº 369/06, em seu Art. 8º, § 1º, considera ainda as áreas verdes de
domínio público aquelas dotadas de vegetação e espaços livres de
impermeabilização.
Para Testoni (2013), as áreas verdes servem como um indicador na avaliação
da qualidade ambiental urbana. Quando não efetivadas ou não existentes no
13

ambiente urbano, interferem na qualidade desse, prejudicando consequentemente a


qualidade de vida da população.
A ausência de espaços permeáveis e vegetação trazem à tona problemas
como o aumento do escoamento superficial, podendo causar enchentes, inundações
e processos erosivos, eventos esses comuns na região.
As áreas verdes contribuem ainda para o aumento da umidade relativa do ar,
implicando na redução de doenças respiratórias; atua na temperatura ambiente;
auxilia na absorção de gases expelidos por veículos automotores, mitigando a
poluição do ar (TESTONI, 2013).

2.3 LEGISLAÇÃO APLICADA AO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

Pensando-se em política urbana, imediatamente, o senso comum remete a


questão do controle do uso e da ocupação do solo urbano, o qual, dentro do
planejamento municipal é um dos mais importantes fatores. O objetivo da política
urbana não é apenas garantir o futuro das cidades e a implantação de mais
investimentos, mas, principalmente, corrigir processos prejudiciais aos valores
perseguidos pelo Estado, causadores das distorções decorrentes da inexistência de
um planejamento urbano ordenado (BALDO, 2009).
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 182, o qual trata da política
urbana, já incumbe o Poder Público Municipal de ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade, garantindo o bem-estar de seus habitantes.
Com a sanção da Lei 6766/79, o parcelamento do solo urbano ganhou
relevância, tendo em vista a normatização de preceitos civis e urbanísticos a
respeito dos padrões estruturais mínimos dos desmembramentos e loteamentos,
prevendo, ainda, disposições penais em casos específicos. A lei também distinguiu
loteamentos de desmembramentos, sendo que o primeiro difere do segundo pelo
fato de haver abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou
prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
Ainda, a Lei 6766/79, em seu artigo 22, define que desde a data de registro
do loteamento, as vias, praças e os espaços livres, incluindo-se nesse último as
áreas verdes, passam a integrar o domínio do município. Assim, incumbe-se ao
14

Poder Público Municipal a responsabilidade de manutenção e preservação das


áreas verdes (ABREU; OLIVEIRA, 2004).
Já, a Lei 10257/01, denominada de Estatuto da Cidade, vem para
regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, visando regular o uso da
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Com intuito de cumprir as exigências legais, as Áreas de Preservação
Permanente (APP) não podem ser instituídas como área verde pelo loteador, pois
conforme a Lei 6799/79, não é permitido parcelar o solo em áreas de APP. Todavia,
caso o loteador doe a área de APP ao município, é cabido ao Poder Público definir o
uso dessas áreas, utilizando os dispostos na Resolução CONAMA 369/06, pois tal
área não proveio de loteamento e sim de doação (FELTRIN, 2013).
No âmbito Estadual, a Lei nº 6.063/82, em seu art. 8º, inciso I define que as
áreas destinadas a sistema de circulação, a implantação de equipamento urbano e
comunitário e espaços livres de uso público nos projetos de loteamento, não
poderão ser inferiores a 35% da gleba.
Quanto às Leis Municipais, destaca-se a Lei Complementar nº 128/08, que
estabelece as normas para o parcelamento do solo para fins urbanos no Município
de Caçador, a qual define um mínimo de 10% da área total do loteamento que
deverá ser destinada à área verde e espaço livre de uso público.
Rotta et al. (2012) complementa, ainda, que a legislação urbanística municipal
pode e deve incentivar o proprietário a realizar a conservação das áreas verdes em
sua propriedade, bem como incentivar a sua criação e manutenção, podendo,
inclusive, oferecer desconto no IPTU (O Imposto Predial e Territorial Urbano), ao
proprietário que constitui ou mantém áreas verdes no seu imóvel.
15

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa se desenvolveu no Município de Caçador, SC (Figura 1).


Localizado na Região Meio-Oeste catarinense, no Alto Vale do Rio do Peixe,
Caçador possuía em 2010 uma população de 70.735 habitantes, apresentando uma
concentração urbana de mais de 91%. Sua economia é baseada principalmente no
setor madeireiro, sendo conhecida na década de 40 como a Capital Brasileira da
Madeira. Além desse setor, a economia caçadorense conta com indústrias plásticas,
metal-mecânica, confecções, couro e uma agricultura com destaque no cultivo do
tomate (IBGE, 2015).

Figura 1 – Localização Geográfica do Município de Caçador, SC


Fonte: Adaptado de IBGE, 2015.

3.2 TIPO DE PESQUISA

Quanto ao objetivo da pesquisa, essa é considerada do tipo descritiva,


utilizando-se os procedimentos técnicos de levantamento (GIL, 2002).
16

3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados se deu primeiramente através do levantamento junto à


Prefeitura Municipal de Caçador e Fundação do Meio Ambiente - FATMA referente
aos loteamentos registrados no perímetro urbano após a Lei Complementar nº
128/08.
De posse desses dados e de mapas dos loteamentos levantados,
realizaram-se as vistorias em campo com o objetivo de identificar e avaliar a
situação das áreas verdes.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

As áreas verdes foram percorridas através de vistoria em campo e


capturados alguns pontos com GPS (Global Positioning System), os quais foram
comparados com os mapas cartográficos apresentados aos órgãos competentes.
Após verificar se as áreas verdes eram compatíveis com os mapas, essas foram
avaliadas quanto à presença de vegetação nativa e as condições em que se
encontravam, indicando se havia ocupação irregular, resíduos e presença de
espécies exóticas.
17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LOTEAMENTOS OBJETO DO ESTUDO

Esta etapa considerou a identificação dos loteamentos do Município de


Caçador, aprovados após a Lei Complementar nº 128/08. Foram identificados 11
loteamentos localizados no perímetro urbano do município (Tabela 1).

Tabela 1 – Loteamentos Aprovados na Prefeitura Municipal de Caçador após a Lei


Complementar nº 128/08.

Loteamento Data da Localização Área Área Área total Número


aprovação Institucional Verde (m²) de lotes
(m²) (m²)
Dona Edy 26/11/2008 Bairro 2.008,50 4.731,30 73.920,07 51
Paraíso
Morada do 24/03/2010 Bairro 2.348,95 4.168,64 72.600,00 100
Sol II Morada do
Sol
Gilberto 25/03/2010 Bairro dos 1.490,27 4.128,61 29.805,35 40
Gonçalves Municípios
Sorgatto 17/06/2010 Bairro 6.070,57 12.178,03 120.711,84 130
Paraíso
Contestado 15/06/2011 Bairros 20.237,10 20.973,34 200.595,93 148
Gioppo e
Nossa
Senhora
Salete
Dona Inês 04/10/2011 Bairro dos 1.143,32 2.361,98 22.864,65 30
Municípios
Transrodace 29/02/2012 Bairro Santa 2.191,40 4.506,64 43.848,00 43
e Dallazen Catarina
Recanto da 24/05/2013 Bairro Santa 3.536,50 14.127,02 65.817,00 75
Natureza Catarina
Portal do 27/11/2013 Bairro 1.500,00 6.000,00 30.000,00 32
Contestado Gioppo
Nossa 16/12/2013 Bairro Nossa 37.239,43 9.277,77 84.670,45 125
Senhora Senhora
Salete Salete
Abdalla 14/01/2014 Bairro dos 2.566,20 5.158,07 51.320,94 72
Hazim Municípios
Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Caçador, 2015.

Na Tabela 2, pode-se verificar a relação entre a área verde e a área total, e,


também, a quantidade de área verde por lote.
18

Tabela 2 – Relação entre a Área Verde e a Área Total e a Quantidade de Área Verde por Lotes.
Área Verde
Área Verde Área Verde Número de
Loteamento Área total (m²) por Lotes
(m²) (%) lotes
(m²)
Dona Edy 4.731,30 73.920,07 6,4 51 92,77
Morada do Sol II 4.168,64 72.600,00 5,74 100 41,69
Gilberto Gonçalves 4.128,61 29.805,35 13,85 40 103,22
Sorgatto 12.178,03 120.711,84 10,08 111 109,71
Contestado 20.973,34 200.595,93 10,46 148 141,71
Dona Inês 2.361,98 22.864,65 10,33 30 78,73
Transrodace e 4.506,64 43.848,00 10,28 43 104,81
Dallazen
Recanto da 14.127,02 65.817,00 21,46 75 188,36
Natureza
Portal do 6.000,00 30.000,00 20 32 187,50
Contestado
Nossa Senhora 9.277,77 84.670,45 10,96 125 74,22
Salete
Abdalla Hazim 5.158,07 51.320,94 10,05 72 71,64
Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Caçador, 2015.

Assim, verifica-se que todos os loteamentos estudados atendem o que


preconiza a Resolução Conjunta IBAMA/FATMA nº 01/95, ou seja, 40 m² de área
verde por lote, sendo que grande parte apresenta área verde muito superior ao
preconizado. Já, referente à porcentagem da área verde em relação à área total, a
maioria apresenta mais de 10%, merecendo destaque os loteamentos Recanto da
Natureza e Portal do Contestado, com 21,46% e 20%, respectivamente. Apenas os
loteamentos Dona Edy e Morada do Sol II apresentam menos de 10% de área
verde.

4.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DAS ÁREAS VERDES

Para avaliar a situação das áreas verdes dos loteamentos, procedeu-se com
vistorias em campo, as quais tiveram como objetivo caracterizar essas áreas quanto
à presença de vegetação, presença de espécies exóticas, ocupação irregular e
despejo de resíduos.
19

4.2.1 Loteamento Dona Edy

Sendo o loteamento mais antigo abordado neste estudo, o loteamento Dona


Edy é um dos que apresentou menor porcentagem de área verde em relação à área
total do loteamento. Com relação à caracterização da vegetação da área verde,
pode-se afirmar que maioria dessa caracteriza-se como arbustiva. Na Figura 2, é
possível observar a evolução da vegetação quando comparada a imagem atual da
área com uma imagem disponibilizada pelo Google Street View em Setembro de
2011. Na outra porção da área, a vegetação pode ser considerada como herbácea,
conforme observado na Figura 3.

B
Figura 2 – Evolução da Vegetação da Área Verde do Loteamento Dona Edy entre os anos
de 2011(A) e 2015(B).
Fonte: A – Adaptado de Google Street View, 2015; B – Autoria própria, 2015.
20

Figura 3 – Presença de Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Dona Edy.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Salienta-se que no processo de licenciamento ambiental do loteamento junto


à FATMA, verificou-se que no ano de 2008 foi apresentado um projeto de
recomposição de vegetação nativa da área verde. Todavia, na vistoria não foram
verificados indícios de implantação do projeto ou o mesmo pode não ter obtido
sucesso.
Outro fator importante a destacar é a presença da espécie exótica invasora
Pinus spp na área (Figura 4). Tal espécie é predominante na região devido a grande
importância dessa no setor madeireiro e sua dispersão nas áreas de vegetação
nativa é bastante recorrente.
21

Figura 4 – Presença de Espécie Exótica (Pinus spp.) na Área Verde do Loteamento


Dona Edy.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Quanto à presença de resíduos e invasão da área verde, foi verificada


apenas uma pequena quantidade de resíduos de madeira, provavelmente pelo fato
de ter uma construção em andamento próxima da área e não foi verificado indícios
de invasão.

4.2.2 Loteamento Morada do Sol II

Além de apresentar a menor proporção de área verde, a vegetação do


Loteamento Morada do Sol II é caracterizada quase que exclusivamente como
herbácea, com vários pontos de exposição do solo (Figura 5). O que agrava ainda
mais a situação é que a área verde confronta com a APP de um córrego, a qual
também se encontra desprovida de vegetação (Figura 6). Com isso, o risco da
erosão afetar o córrego é elevado, podendo levar esse ao assoreamento.
22

Figura 5 – Presença de Vegetação Herbácea com Pontos de Exposição do Solo na


Área Verde do Loteamento Morada do Sol II.
Fonte: Autoria própria, 2015.

APP

Figura 6 – Exposição do Solo na APP do Loteamento Morada do Sol II.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Notou-se também a presença significativa de resíduos sólidos na área, além


de uma tubulação clandestina enterrada (Figura 7). Quanto à invasão por
edificações, até o momento da vistoria não tinham sido verificadas.
23

B
Figura 7 – Concentração de Resíduos Sólidos (A) e Tubulação Clandestina
Enterrada (B) no Loteamento Morada do Sol II.
Fonte: Autoria própria, 2015.

4.2.3 Loteamento Gilberto Gonçalves

A área verde delimitada para este loteamento encontra-se em um fragmento


florestal maior e apresenta uma vegetação arbórea (Figura 8), a qual aparenta estar
bem conservada. Além disso, é um dos que apresentar maior porcentagem de área
verde em relação à área total.
24

Figura 8 – Área Verde do Loteamento Gilberto Gonçalves.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Não foram verificados indícios de invasão da área, apenas uma quantidade


ínfima de resíduos sólidos. Todavia, o que pode vir a afetar a área verde é que essa
confronta com área institucional (Figura 9), a qual se encontra com grande
quantidade de Pinus, espécie essa, que como abordada anteriormente, possui uma
elevada taxa de dispersão.

Figura 9 – Área Institucional do Loteamento Gilberto Gonçalves.


Fonte: Autoria própria, 2015.
25

4.2.4 Loteamento Sorgatto

Composta por cinco glebas, a área verde do Loteamento Sorgatto apresenta


vegetação herbácea em quatro glebas (Figura 10), sendo a última gleba composta
por uma praça (Figura 11), a qual se encontra povoada com alguns indivíduos de
Ligustro (Ligustrum spp.). Em consulta junto à FATMA, verificou-se que o
empreendedor foi oficiado em Junho deste ano para realizar a delimitação das áreas
verdes e APP, bem como apresentar projeto de recuperação dessas áreas em prazo
a ser definido no momento de obtenção da Licença Ambiental de Operação do
loteamento.

Figura 10 – Área Verde do Loteamento Sorgatto.


Fonte: Autoria própria, 2015.
26

Figura 11 – Área Verde Composta por uma Praça no Loteamento Sorgatto.


Fonte: Autoria própria, 2015.

No que tange ocupações irregulares, disposição de resíduos, entre outros,


nenhum desses problemas foram observados no momento da vistoria.

4.2.5 Loteamento do Contestado

Em termos de tamanho, esse loteamento é o que apresenta maior área


verde (20.973,34 m²). No entanto, a maior parte dessa área é composta por uma
vegetação herbácea (Figura 12), sendo observada apenas uma pequena mancha
com indivíduos arbóreos, dentre esses, os de maior porte identificados como do
gênero Pinus.
27

Figura 12 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento do Contestado.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Nesse loteamento em especial, chama a atenção que há na área


confrontante com a área verde uma cascalheira, que, conforme informações obtidas,
encontra-se desativada, no entanto não foi recuperada até o momento,
apresentando indícios de erosão, que vem à comprometer a área verde que se
encontra na divisa (Figura 13).

Figura 13 – Cascalheira Desativada Confrontando com a Área Verde do Loteamento do


Contestado.
Fonte: Autoria própria, 2015.
28

Não foram verificados indícios de ocupações irregulares, nem despejo de


resíduos, apenas presença de espécie exótica como citado anteriormente.

4.2.6 Loteamento Dona Inês

O Loteamento Dona Inês é o que possui menor área verde total, com
apenas 2.361,28 m², destacando-se uma vegetação herbácea com alguns indivíduos
arbóreos isolados (Figura 14).

Figura 14 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Dona Inês.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Nessa área não foi verificado nenhum tipo de conflito, como espécies
exóticas, despejo de resíduos, invasões e exposição do solo.
29

4.2.7 Loteamento Transrodace e Dallazen

Na área verde do Loteamento Transrodace e Dallazen predomina a


vegetação herbácea na totalidade da área (Figura 15), com destaque para as
espécies gramíneas. O Órgão Ambiental Estadual oficiou o empreendedor em Julho
de 2012 para que esse apresentasse um plano de recomposição de vegetação da
área verde. Todavia, até o momento o empreendedor não se manifestou, bem como
não foi verificado a campo nenhum tipo de plano de recomposição implantado na
área.

Figura 15 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Transrodace e


Dallazen.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Não foram encontrados resíduos significativos na área nem indícios de


ocupações irregulares. No entanto, na área remanescente do loteamento, que fica
ao lado da área verde, observou-se que o local está sendo utilizado como um
depósito de resíduos sólidos, conforme visto na Figura 16.
30

Figura 16 – Resíduos Sólidos Depositados na Área Remanescente do Loteamento


Transrodace e Dallazen.
Fonte: Autoria própria, 2015.

4.2.8 Loteamento Recanto da Natureza

Dos 11 loteamentos objeto de estudo, o Recanto da Natureza é o que


apresentar maior porcentagem de área verde em relação à área total e também a
maior quantidade por lote. Sua vegetação apresenta-se relativamente uniforme por
toda a área e pode ser classificada como arbóreo-arbustiva (Figura 17), sendo até
identificados alguns indivíduos de Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia).
31

Figura 17 – Vegetação Arbóreo-arbustiva na Área Verde do Loteamento Recanto da


Natureza.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Não foram verificados conflitos na área. No entanto, há alguns “carreiros”


antigos na área (Figura 18) que ligam um ponto a outro do loteamento, tais
“carreiros” impedem a regeneração natural e podem vir a servir de local para
despejo de resíduos sólidos se não monitorados. Por outro lado, é possível utilizar
esses “carreiros” para a implantação de uma trilha ecológica que vem de encontro
com a conservação da vegetação.
32

Figura 18 – Presença de “Carreiro” em Meio à Área


Verde do Loteamento Recanto da Natureza.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Outro fato a ser abordado nesse loteamento é a presença de Pinus na


vegetação ao lado da área verde. Como já citado, essa espécie possui grande poder
de dispersão e adaptabilidade ao clima da região, podendo vir a competir por
recursos com a vegetação nativa, em desfavor da última.

4.2.9 Loteamento Portal do Contestado

Apesar de ser o loteamento com a segunda maior porcentagem de área


verde em relação à área total, suas duas glebas apresentam pouca cobertura
vegetal. A primeira e maior gleba (4.627,22 m²) apresenta vegetação exclusivamente
herbácea (Figura 19), ressaltando ainda vários pontos com exposição do solo, além
de que houve movimentação de terra para dentro da área verde no momento da
implantação do loteamento (Figura 20). Por fim, na área ainda havia presença da
espécie exótica Eucalyptus spp.
33

Figura 19 – Vegetação Herbácea na Área Verde do Loteamento Portal do Contestado.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Figura 20 – Solo Movimentado para dentro da Área Verde do Loteamento Portal do


Contestado.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Com relação à menor gleba (1.372,28 m²), essa é composta por uma estreita
faixa situada ao lado da via, podendo sua vegetação ser caracterizada com
arbustiva (Figura 21). Nesta área verificou-se grande concentração de resíduos
sólidos em um ponto (Figura 22), bem como tubulação desaguando no local (Figura
34

23). Tendo em vista que não se obteve os projetos hidrossanitários do loteamento,


não é possível afirmar sobre a regularidade ou não do local de implantação da
tubulação.

Figura 21 – Vegetação Arbustiva na Área Verde do Loteamento Portal do Contestado.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Figura 22 – Concentração de Resíduos Sólidos na Área Verde do Loteamento Portal


do Contestado.
Fonte: Autoria própria, 2015.
35

Figura 23 – Tubulação Desaguando na Área Verde do Loteamento Portal do


Contestado.
Fonte: Autoria própria, 2015.

4.2.10 Loteamento Nossa Senhora Salete

O projeto desse loteamento, em especial, possui um cunho social, pois


prevê a construção de 125 moradias para retirar pessoas que estão em locais de
risco no município, além de recuperar as áreas que serão desocupadas. Quanto à
área verde, essa é divida em três glebas, sendo que a menor gleba (1.625,04 m²)
possui uma pequena porção composta por vegetação arbórea e o restante
herbácea, onde foram verificados presença de alguns resíduos sólidos e vários
pontos com exposição do solo, conforme pode ser observado na Figura 24.
36

Figura 24 – Vegetação Herbácea com vários pontos de solo exposto na Área Verde do
Loteamento Nossa Senhora Salete.
Fonte: Autoria própria, 2015.

A segunda área é a que apresenta maior remanescente de vegetação nativa


(4.298,35 m²), pertencendo a um fragmento maior, onde podem ser observadas
árvores de grande porte, como o Pinheiro-do-Paraná (Figura 25).

Figura 25 – Vegetação Arbórea na Área Verde do Loteamento Nossa Senhora Salete.


Fonte: Autoria própria, 2015.
37

Nesse local observou-se que houve invasão da área verde com a


movimentação de terra para implantação da pavimentação (Figura 26). Agrega-se a
esse fato a declividade acentuada do local que se encontra com solo exposto,
favorecendo um alto risco de erosão. Ainda há de se destacar a extremidade de uma
tubulação, possivelmente de drenagem pluvial, no local.

Figura 26 – Invasão da Área Verde com Movimentação de Terra no Loteamento Nossa


Senhora Salete.
Fonte: Autoria própria, 2015.

A terceira área, com 3.354,38 m² inicia apresentando uma vegetação


herbácea numa estreita faixa e depois tende à vegetação arbórea (Figura 27),
fazendo parte do mesmo fragmento florestal que se encontra a área anterior. Nessa
área também se observou grande movimentação de material para dentro da área
verde, inclusive rochoso (Figura 28). Por fim, na extremidade da área havia vários
indivíduos da espécie exótica Eucalyptus spp.
38

Figura 27 – Presença de Vegetação Arbórea na Área Verde do Loteamento Nossa


Senhora Salete.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Figura 28 – Invasão da Área Verde com Movimentação de Material no Loteamento


Nossa Senhora Salete.
Fonte: Autoria própria, 2015.
39

4.2.11 Loteamento Abdalla Hazim

O Loteamento Abdalla Hazim foi o último a ser aprovado dentre os


estudados. Sua área verde esta dividida em três glebas, sendo que as duas glebas
menores apresentam vegetação bastante semelhante, podendo essa ser
caracterizada como uma transição entre herbácea e arbustiva (Figura 29). Salienta-
se que foram encontrados indivíduos de Pinus nessas áreas, além de diversos
pontos com exposição do solo.

Figura 29 – Vegetação da Área Verde do Loteamento Abdalla Hazim.


Fonte: Autoria própria, 2015.

Na terceira e maior gleba de área verde, a vegetação já se encontra mais


desenvolvida, podendo ser caracterizada com arbórea (Figura 30). Essa gleba faz
divisa com a área verde do Loteamento Gilberto Gonçalves, compondo um
fragmento florestal maior, o que contribui para uma maior diversificação das
espécies e equilíbrio do sistema.
40

Figura 30 – Vegetação Arbórea ao fundo da Área Verde do Loteamento Abdalla


Hazim.
Fonte: Autoria própria, 2015.

Ressalta-se novamente a invasão de espécie exótica na área verde,


situação recorrente na maioria dos loteamentos abordados. Foram identificadas
algumas tubulações que findavam na área verde (Figura 31), porém, como não se
teve acesso aos projetos hidrossanitários, não se sabe se foram aprovadas ou se
estão irregulares.
41

Figura 31 – Tubulação Verificada na Área Verde do Loteamento Abdalla Hazim.


Fonte: Autoria própria, 2015.

4.3 AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL

Realizando um apanhado referente à cobertura vegetal das áreas verdes


dos loteamentos abordados, constata-se a predominância da vegetação herbácea
em 80% deles, seguida pela vegetação arbórea observada em quatro loteamentos e
por fim a arbustiva presente em três deles, melhor descrito na Tabela 3.

Tabela 3 – Cobertura Vegetal da Área Verde dos Loteamentos.


Presença de Vegetação
Loteamento
Herbácea Arbustiva Arbórea
Dona Edy Presente Presente Ausente
Morada do Sol II Presente Ausente Ausente
Gilberto Gonçalves Ausente Ausente Presente
Sorgatto Presente Ausente Ausente
Contestado Presente Ausente Ausente
Dona Inês Presente Ausente Ausente
Transrodace e Dallazen Presente Ausente Ausente
Recanto da Natureza Ausente Presente Presente
Portal do Contestado Presente Ausente Ausente
Nossa Senhora Salete Presente Ausente Presente
Abdalla Hazim Presente Presente Presente
Fonte: Autoria própria, 2015.
42

Assim, nota-se que mesmo alguns loteamentos que foram aprovados há


mais de cinco anos apresentaram uma evolução ínfima no incremento vegetal,
mostrando-se interessante nesses casos a implantação de um projeto de
recomposição vegetal.
Percebe-se ainda que as áreas verdes dos loteamentos que possuem
vegetação arbórea encontram-se principalmente nas extremidades do município
(Figura 32), em áreas que pertencem a fragmentos florestais remanescentes. Em
contrapartida, os loteamentos que se encontram inseridos em áreas mais
urbanizadas apresentaram uma exploração antrópica maior em suas áreas verdes.

Figura 32 – Localização dos Loteamento Abordados no Estudo.


Fonte: Adaptado de Google Earth, 2015.

4.4 AVALIAÇÃO DE CONFLITOS EXISTENTES

A ocorrência de conflitos são frequentes em áreas urbanas, seja pela falta


de cultura e conhecimento da população, falta de fiscalização pelos órgãos
competentes, entre outros fatores. Nas áreas verdes não é diferente. Na Tabela 4 é
possível verificar um resumo dos conflitos observados na área verde de cada
loteamento.
43

Tabela 4 – Conflitos Existentes na Área Verde dos Loteamentos.


Presença de
Loteamento Resíduos
Espécies Exóticas Invasões
Sólidos
Dona Edy Presente Presente Ausente
Morada do Sol II Presente Ausente Ausente
Gilberto Gonçalves Ausente Ausente Ausente
Sorgatto Ausente Presente Ausente
Contestado Ausente Presente Ausente
Dona Inês Ausente Ausente Ausente
Transrodace e Dallazen Ausente Ausente Ausente
Recanto da Natureza Ausente Ausente Ausente
Portal do Contestado Presente Presente Presente
Nossa Senhora Salete Presente Presente Presente
Abdalla Hazim Presente Presente Ausente
Fonte: Autoria própria, 2015.

Analisando os resultados, observa-se que a maioria das áreas apresentam


algum tipo de conflito e mesmo as que não apresentaram conflitos especificamente
na área verde, possuem inconformidades nas áreas do entorno, como exemplo
resíduos sólidos na área institucional do Loteamento Transrodace e Dallazen, bem
como espécies exóticas na área institucional do Loteamento Gilberto Gonçalves.
No entanto, com boa vontade política e da própria população, tais conflitos
podem ser sanados sem que sejam tão onerosos, pois não foi verificado nenhum
tipo de invasão onde se tenha que realocar famílias ou alterar projetos. Ações nesse
sentido serão abordadas na sequência.

4.5 AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E GERENCIAMENTO

Tendo em vista que o Plano Diretor do Município de Caçador, aprovado em


2006, dedica um capítulo especial para o Meio Ambiente, dentre o qual ressalta a
gestão e proteção das áreas verdes, bem como a recuperação e o disciplinamento
do uso dessas áreas, foi realizada consulta à Fundação Municipal do Meio Ambiente
– FUNDEMA para se ter conhecimento das atividades desenvolvidas pelo órgão.
Com relação às ações de gerenciamento, foi informado que são realizadas
operações de rotina, mas não somente com enfoque sobre as áreas verdes, e, sim
com todas as áreas públicas. Dentre essas operações pode-se destacar a
44

manutenção das áreas institucionais e coleta de resíduos sólidos. Outro ponto a ser
destacado, é que o órgão não possui um banco de dados de fácil acesso e eficiente,
o que pode vir a dificultar o acesso à informação e análise dos dados.
No que tange à fiscalização, essa normalmente ocorre quando há
denúncias. Salienta-se que um dos motivos para não haver frequentes operações de
fiscalização é a escassez de recursos humanos no órgão, sendo que até o momento
há apenas um fiscal para atender todas as demandas.
Quanto à Coordenadoria Regional da FATMA situada em Caçador, as
vistorias nas áreas dos loteamentos são de praxe realizadas nas fases de
licenciamento ambiental. Vistorias posteriores normalmente ocorrem apenas em
situações de denúncias e verificação de cumprimento de condicionantes. Tal lapso
também se deve pela falta de fiscais, tendo em vista que são apenas quatro para
atender 19 municípios.
Diante dos problemas supracitados, e sabendo das dificuldades financeiras
dos governos, seja no âmbito federal, estadual e municipal, o que acarreta em
escassez de recursos para desenvolver os trabalhos, bem como recursos humanos,
sugere-se aos órgãos ambientais competentes:
• FUNDEMA:
o Criação de um banco de dados sobre os loteamentos, onde se
preze pelo histórico de irregularidades para que se
intensifiquem fiscalizações nos locais mais problemáticos;
o Definir o uso das áreas verdes de acordo com suas condições;
o Elaborar e executar projetos de arborização e paisagismo
conforme a aptidão da área;
o Trabalhar com a Educação Ambiental com intuito de incentivar
a população local para preservar e conservar os recursos
naturais.
• FATMA:
o Cobrar com mais efetividade para que empreendedores e
responsáveis técnicos cumpram com rigor as condicionantes
das licenças ambientais;
o Exigir relatórios constantes em áreas verdes objeto de projetos
de recomposição vegetal;
45

o Incluir no cronograma anual de atividades a fiscalização das


áreas verdes, mesmo que esporádicas ou em conjunto com a
FUNDEMA.

4.6 SUGESTÕES DE USO E MELHORIA DAS ÁREAS VERDES

A manutenção da vegetação nas áreas verdes dos loteamentos ajuda a


manter a qualidade ambiental dos espaços urbanos, bem como a qualidade de vida
da população. Além disso, esses ambientes inseridos nas cidades servem como
uma forma de integrar a população com a natureza. Na Tabela 5 seguem sugestões
de uso e melhorias que podem ser realizadas nas áreas verdes dos loteamentos
estudados.

Tabela 5 – Sugestões de Uso e Melhoria das Áreas Verdes.


Loteamento Sugestões de Uso e Melhorias
Dona Edy Remoção dos resíduos sólidos
Remoção das espécies exóticas
Implantação de projeto de recomposição vegetal
Implantação de áreas de lazer

Morada do Sol II Remoção dos resíduos sólidos


Implantação de projeto de recomposição vegetal
Recuperação da APP

Gilberto Gonçalves Desenvolvimento de pesquisas


Ecoturismo
Educação ambiental

Sorgatto Implantação de projeto de recomposição vegetal


Implantação de áreas de lazer
46

Loteamento Sugestões de Uso e Melhorias


Contestado Recuperação da área da cascalheira
Controle da erosão
Remoção das espécies exóticas
Implantação de projeto de recomposição vegetal
Implantação de áreas de lazer

Dona Inês Implantação de projeto de recomposição vegetal


Implantação de áreas de lazer

Transrodace e Dallazen Implantação de projeto de recomposição vegetal


Implantação de áreas de lazer

Recanto da Natureza Desenvolvimento de pesquisas


Ecoturismo
Educação ambiental
Monitoramento de espécies exóticas

Portal do Contestado Remoção dos resíduos sólidos


Remoção do material proveniente da movimentação de terra
Implantação de projeto de recomposição vegetal
Implantação de áreas de lazer

Nossa Senhora Salete Implantação de projeto de recomposição vegetal nas áreas


com vegetação herbácea
Remoção das espécies exóticas
Controle da erosão
Remoção de material rochoso
Desenvolvimento de pesquisas
Ecoturismo
Educação ambiental

Abdalla Hazim Remoção das espécies exóticas


Remoção dos resíduos sólidos
Implantação de projeto de recomposição vegetal nas áreas
com vegetação herbácea
Desenvolvimento de pesquisas
Ecoturismo
Educação ambiental
Fonte: Autoria própria, 2015.
47

Pode-se perceber que as áreas verdes se bem utilizadas possuem uma


gama de funções, servindo como áreas de lazer para implantação de parques e
academias ao ar livre. Citam-se também o desenvolvimento de pesquisas com as
espécies nativas, práticas de educação ambiental aliada ao ecoturismo através de
trilhas, possibilitando a identificação das espécies para que tenhamos um
conhecimento maior sobre a flora nativa da região e despertando o interesse da
população para com a conservação dos recursos naturais.
48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em conta os loteamentos que foram abordados nesse estudo,


pode-se perceber que há uma grande falta de atenção para com as áreas verdes do
município, tanto pelo poder público, como pela própria população.
Muito se fala da escassez dos recursos naturais, desmatamento ilegal,
mudanças climáticas, entre outros fatores que estão afetando o meio ambiente, mas
com o estudo percebe-se que mesmo nas próprias cidades, onde cada cidadão
deveria ser um fiscal do patrimônio natural, ocorrem abusos diariamente, como
despejo de resíduos domésticos nas áreas verdes, sendo que há coleta e
destinação adequada frequente de tais.
Percebe-se que o Poder Público tem sua parcela de culpa, seja através da
falta de gerenciamento e fiscalização, mas a população também deve se mostrar
mais ativa, fazendo sua parte e cobrando ações dos órgãos competentes para que
se possa usufruir de um ambiente saudável e equilibrado. Nota-se que algumas
ações para melhoria das áreas verdes são simples e de baixo custo, tendo como
aliado ainda a própria natureza, que tem o poder de se regenerar quando não
perturbada significativamente.
Por fim, sugere-se que o trabalho tenha continuidade, pois devido ao tempo
escasso, não foi possível avaliar todos os loteamentos do município. Além disso,
seria interessante a realização de um levantamento aerofotogramétrico do município,
para melhor delimitar as áreas do município, bem como facilitar o desenvolvimento
de novos trabalhos.
49

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