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MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
MEDIANEIRA
2015
MARCOS FERNANDO CONTI SCHEIDT
MEDIANEIRA
2015
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Gestão Ambiental em Municípios
TERMO DE APROVAÇÃO
Por
Marcos Fernando Conti Scheidt
______________________________________
Prof. Dr. José Hilário Delconte Ferreira
UTFPR – Câmpus Campo Mourão
(orientador)
____________________________________
Prof M.e Alex Sanches Torquato
UTFPR – Câmpus Medianeira
_________________________________________
Profa. Dra. Michelle Budke Costa
UTFPR – Câmpus Medianeira
SCHEIDT, Marcos Fernando Conti. Avaliação das Áreas Verdes dos Loteamentos
do Município de Caçador, SC. 2015. 53 p. Monografia (Especialização em Gestão
Ambiental em Municípios). Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Medianeira, 2015.
The urban environment has been strongly pressed by the disorderly growth of the
cities, which usually occurs without planning, occupying irregular or improper areas,
intensifying the deforestation, among other factors. Vegetal covering is an important
element in the quest for improvement of urban environmental quality. In this context,
the urban green areas, when well characterized and preserved, have ecological,
aesthetic and social functions, assuming a role of balance between the modified
space to urbanization and the environment. This study sought to evaluate the
situation of the green areas of the subdivisions of the town of Caçador, approved
after the establishment of standards for the subdivision of urban land in the town. So,
they have were identified 11 subdivisions that have undergone a qualitative
assessment, which sought to raise the situation theirs green areas, being verified the
predominance of herbaceous vegetation and frequent presence of exotic species.
Finally, they have been recommended enforcement actions and management to the
competent authorities and suggestions for use and improvement of these areas.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
2.1. ESPAÇO URBANO ............................................................................................ 11
2.2 ÁREAS VERDES ................................................................................................ 12
2.2 IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES URBANAS ............................................ 12
2.3 LEGISLAÇÃO APLICADA AO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ............. 13
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 15
3.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 15
3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 15
3.3 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 16
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 17
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS LOTEAMENTOS OBJETO DO ESTUDO ...................... 17
4.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DAS ÁREAS VERDES .......................................... 18
4.2.1 Loteamento Dona Edy.................................................................................... 19
4.2.2 Loteamento Morada do Sol II ........................................................................ 21
4.2.3 Loteamento Gilberto Gonçalves ................................................................... 23
4.2.4 Loteamento Sorgatto ..................................................................................... 25
4.2.5 Loteamento do Contestado ........................................................................... 26
4.2.6 Loteamento Dona Inês ................................................................................... 28
4.2.7 Loteamento Transrodace e Dallazen ............................................................ 29
4.2.8 Loteamento Recanto da Natureza ................................................................. 30
4.2.9 Loteamento Portal do Contestado ................................................................ 32
4.2.10 Loteamento Nossa Senhora Salete............................................................. 35
4.2.11 Loteamento Abdalla Hazim.......................................................................... 39
4.3 AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL ......................................................... 41
4.4 AVALIAÇÃO DE CONFLITOS EXISTENTES ..................................................... 42
4.5 AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO E GERENCIAMENTO ........................................... 43
4.6 SUGESTÕES DE USO E MELHORIA DAS ÁREAS VERDES ........................... 45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 49
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1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Abreu e Oliveira (2004), no âmbito de uma cidade, nas áreas
verdes incluem-se todos os espaços que possuem cobertura vegetal natural ou
implantada, como os parques públicos, praças, áreas de preservação permanente e
áreas verdes destinadas à recreação pela legislação competente. As áreas verdes
recaem ainda sobre espaços públicos e privados, nesse último caso, o particular
poderá vir a ser obrigado a preservar as áreas verdes existentes ou, ainda, ser
obrigado a implantá-la, mesmo não a destinando ao uso comum do povo (ARFELLI,
2004).
Lima et al. (1994), cita ainda que os trevos e rotatórias de vias públicas, bem
como os canteiros centrais de avenidas, que exercem apenas funções estéticas e
ecológicas, também podem ser considerados áreas verdes. Todavia, árvores que
acompanham o leito das vias, não podem ser consideradas como tal, devido às
calçadas serem impermeabilizadas.
Guzzo (1999) citado por Loboda e Angelis (2005) considera entre as inúmeras
vantagens das áreas verdes, três principais: estética, ecológica e social. A função
estética apresenta-se pautada no papel de integração entre os espaços construídos
e os destinados à circulação. Com relação às funções ecológicas, essas se
destacam na medida em que os elementos naturais que compõem esses espaços
minimizam tais impactos decorrentes da industrialização. Por fim, a função social
relaciona-se à oferta de espaços destinados para o lazer da população. A Resolução
CONAMA nº 369/06, em seu Art. 8º, § 1º, considera ainda as áreas verdes de
domínio público aquelas dotadas de vegetação e espaços livres de
impermeabilização.
Para Testoni (2013), as áreas verdes servem como um indicador na avaliação
da qualidade ambiental urbana. Quando não efetivadas ou não existentes no
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2 – Relação entre a Área Verde e a Área Total e a Quantidade de Área Verde por Lotes.
Área Verde
Área Verde Área Verde Número de
Loteamento Área total (m²) por Lotes
(m²) (%) lotes
(m²)
Dona Edy 4.731,30 73.920,07 6,4 51 92,77
Morada do Sol II 4.168,64 72.600,00 5,74 100 41,69
Gilberto Gonçalves 4.128,61 29.805,35 13,85 40 103,22
Sorgatto 12.178,03 120.711,84 10,08 111 109,71
Contestado 20.973,34 200.595,93 10,46 148 141,71
Dona Inês 2.361,98 22.864,65 10,33 30 78,73
Transrodace e 4.506,64 43.848,00 10,28 43 104,81
Dallazen
Recanto da 14.127,02 65.817,00 21,46 75 188,36
Natureza
Portal do 6.000,00 30.000,00 20 32 187,50
Contestado
Nossa Senhora 9.277,77 84.670,45 10,96 125 74,22
Salete
Abdalla Hazim 5.158,07 51.320,94 10,05 72 71,64
Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Caçador, 2015.
Para avaliar a situação das áreas verdes dos loteamentos, procedeu-se com
vistorias em campo, as quais tiveram como objetivo caracterizar essas áreas quanto
à presença de vegetação, presença de espécies exóticas, ocupação irregular e
despejo de resíduos.
19
B
Figura 2 – Evolução da Vegetação da Área Verde do Loteamento Dona Edy entre os anos
de 2011(A) e 2015(B).
Fonte: A – Adaptado de Google Street View, 2015; B – Autoria própria, 2015.
20
APP
B
Figura 7 – Concentração de Resíduos Sólidos (A) e Tubulação Clandestina
Enterrada (B) no Loteamento Morada do Sol II.
Fonte: Autoria própria, 2015.
O Loteamento Dona Inês é o que possui menor área verde total, com
apenas 2.361,28 m², destacando-se uma vegetação herbácea com alguns indivíduos
arbóreos isolados (Figura 14).
Nessa área não foi verificado nenhum tipo de conflito, como espécies
exóticas, despejo de resíduos, invasões e exposição do solo.
29
Com relação à menor gleba (1.372,28 m²), essa é composta por uma estreita
faixa situada ao lado da via, podendo sua vegetação ser caracterizada com
arbustiva (Figura 21). Nesta área verificou-se grande concentração de resíduos
sólidos em um ponto (Figura 22), bem como tubulação desaguando no local (Figura
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Figura 24 – Vegetação Herbácea com vários pontos de solo exposto na Área Verde do
Loteamento Nossa Senhora Salete.
Fonte: Autoria própria, 2015.
manutenção das áreas institucionais e coleta de resíduos sólidos. Outro ponto a ser
destacado, é que o órgão não possui um banco de dados de fácil acesso e eficiente,
o que pode vir a dificultar o acesso à informação e análise dos dados.
No que tange à fiscalização, essa normalmente ocorre quando há
denúncias. Salienta-se que um dos motivos para não haver frequentes operações de
fiscalização é a escassez de recursos humanos no órgão, sendo que até o momento
há apenas um fiscal para atender todas as demandas.
Quanto à Coordenadoria Regional da FATMA situada em Caçador, as
vistorias nas áreas dos loteamentos são de praxe realizadas nas fases de
licenciamento ambiental. Vistorias posteriores normalmente ocorrem apenas em
situações de denúncias e verificação de cumprimento de condicionantes. Tal lapso
também se deve pela falta de fiscais, tendo em vista que são apenas quatro para
atender 19 municípios.
Diante dos problemas supracitados, e sabendo das dificuldades financeiras
dos governos, seja no âmbito federal, estadual e municipal, o que acarreta em
escassez de recursos para desenvolver os trabalhos, bem como recursos humanos,
sugere-se aos órgãos ambientais competentes:
• FUNDEMA:
o Criação de um banco de dados sobre os loteamentos, onde se
preze pelo histórico de irregularidades para que se
intensifiquem fiscalizações nos locais mais problemáticos;
o Definir o uso das áreas verdes de acordo com suas condições;
o Elaborar e executar projetos de arborização e paisagismo
conforme a aptidão da área;
o Trabalhar com a Educação Ambiental com intuito de incentivar
a população local para preservar e conservar os recursos
naturais.
• FATMA:
o Cobrar com mais efetividade para que empreendedores e
responsáveis técnicos cumpram com rigor as condicionantes
das licenças ambientais;
o Exigir relatórios constantes em áreas verdes objeto de projetos
de recomposição vegetal;
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BALDO, Iumar Junior. Desafetação das áreas verdes:um estudo sob a perspectiva
da função sócio-ambiental da cidade e o registro imobiliário da cidade e o registro
imobiliário.. In: Bortoloti, José Carlos Kraemer; Amaro, Luciane Drago.. (Org.).
Temas Contemporâneos de direito. 1º Anuário de Pesquisa Docente do NAPEJ.
1ed. Passo Fundo: Méritos Editora, 2009, v. 01, p. 83-110.
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. 3 ed. São Paulo: Ática, 1995. 94 p.
FELTRIN, Hellen Becker. Uso e Ocupação das Áreas Verdes dos Loteamentos
no Perímetro Urbano no Município de Urussanga, SC. 2013. 68 f; Trabalho de
Conclusão de Curso (Engenharia Ambiental). Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC, Criciúma, SC, 2013.
50
GIL, ANTONIO CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed., São Paulo:
Atlas, 2002.
LOBODA, Carlos Roberto; ANGELIS, Bruno Luiz Domingos de. Áreas Públicas
Urbanas: conceito, uso e funções. Ambiência. Guarapuava, PR, v.1 n.1, jan./jun.
2005. p. 125-139.