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BIODIVERSIDADE E ECÓTONOS
DA REGIÃO SETENTRIONAL DO PIAUÍ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI
REITOR
Prof. Dr. Luiz Sousa Santos Júnior
VICE-REITOR
Prof. Dr. Edward Alencar Castelo Branco
Presidente
Ricardo Alaggio Ribeiro
Conselheiros
Tomás Gomes Campelo
Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz
Manoel Paulo Nunes
José Renato de Sousa
Iracilde Maria Moura Fé Lima
Vânia Soares Barbosa
João Renôr Ferreira de Carvalho
TROPEN/PRODEMA/UFPI
Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente
BIODIVERSIDADE E ECÓTONOS
DA REGIÃO SETENTRIONAL DO PIAUÍ
Referees
Cristina Arzabe
Darcet Costa Souza
Gardene Maria de Sousa
Jaíra Maria Alcobaça Gomes
João Batista Lopes
José de Ribamar de Sousa Rocha
José Machado Moita Neto
Luiz Fernando Carvalho Leite
Maria Edileide Alencar Oliveira
Roseli Farias Melo de Barros
Valdomiro Aurélio Barbosa de Souza (in memorian)
Projeto Gráfico
WLAGE - Alínea Publicações Editora
Impressão
Editora Gráfica da UFPI
FICHA CATALOGRÁFICA
Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco
B615 Biodiversidade e ecótonos da região setentrional do
Piauí / Antonio Alberto Jorge Farias Castro, Cristina
Arzabe, Nívea Maria Carneiro Farias Castro. – Teresi-
na : EDUFPI, 2010.
208 p. – (Série Desenvolvimento e Meio Ambiente, 5)
ISBN 978-85-7463-384-8
CDD 333.95
Sumário
Apresentação ................................................................................................................7
Prefácio ........................................................................................................................9
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
S
eguindo o Plano Editorial do Programa Regional de Pós-Graduação em De-
senvolvimento e Meio Ambiente (Subprograma PRODEMA/UFPI/TROPEN)
estamos organizando a edição de mais um livro com o objetivo continuado de
dar maior transparência ao que produzimos, mestrandos, doutorandos e professores,
na forma de “capítulos de livro”, como contribuição de qualidade para o “Desenvolvi-
mento do Trópico Ecotonal do Nordeste”, Área de Concentração do nosso Programa
de Pós-Graduação.
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No segundo e terceiro capítulos, o foco é o Complexo de Campo Maior, uma
das mais importantes áreas para pesquisas ecológicas, em função da sua importância
biológica, das suas singularidades, priorizadas pelo Sítio 10 no que diz respeito ao
zoneamento geoambiental, "orística de capões e mosaico de ecótonos. No restante dos
capítulos, o foco é o Parque Nacional de Sete Cidades (PN7C), a principal área focal
do nosso Projeto BASE, levando em conta aspectos e/ou estudos de casos dos tipos
de vegetação do PN7C, dos cerrados sobre areias quartzosas, dos cerrados rupestres
de baixas altitudes, das matas estacionais semideciduais, das matas de galeria e dos
cerrados de entorno.
O
mundo todo reconhece que o Brasil é o país da megabiodiversidade 1. Essa
a!rmação é dada como fato e alardeada com grande orgulho, principalmente
por parte dos brasileiros. A grande diversidade das "orestas brasileiras, como
a Mata Atlântica 2, os cerrados 3 e o Pantanal 4, sem contar a Floresta Amazônica, tem
atraído a atenção de todo o mundo. Ao mesmo tempo, a preocupação com a necessida-
de de conservação dos biomas tem sido cada vez maior em face do desmatamento que
se constata no Brasil. A conservação de biomas não "orestais, como os cerrados, tem
despertado cada vez mais atenção em face do desprezo com que são tratados pelas po-
líticas públicas e das taxas crescentes de desmatamento 5. Há ainda o paradoxo de que
o Brasil tem uma das maiores diversidades do mundo, mas não domina a biotecnologia
para usar essa biodiversidade.
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pessoas na "oresta, uma que conhece as espécies e outra que não as conhece, é possível
que a primeira engorde e a segunda morra de fome porque não conhece os recursos.
Conhecer recursos demanda fazer pesquisa: só se sabe que algo é um recurso quando
se fazem pesquisas que mostrem sua existência e seu potencial de uso. Porém, antes de
podermos dizer de recursos da biodiversidade, temos que conhecer a biodiversidade.
E então, voltamos ao começo.
1 INTRODUÇÃO 1
Bióloga, Mestre em Ecolo-
gia e Evolução, Universidade
de Brasília, Programa de Pós
O
bioma Cerrado possui dimensões con- Graduação em Ecologia, Ins-
tituto de Ciências Biológicas.
tinentais, se estendendo por cerca de C.P. 04457, 70919-970, Bra-
sília, DF, Brasil. E-mail para
22º de latitude e 17º longitude (IBGE, contato: ionamoura@gmail.
2004). Ocupa áreas contínuas no Distrito Federal com
2
Engenheira Florestal, Dou-
e nos estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, tora em Ecologia Florestal,
Universidade de Brasília, Fa-
Bahia, Piauí, Maranhão, Ceará, Mato Grosso, Mato culdade de Tecnologia, Depar-
tamento de Engenharia Flo-
Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, além de áreas restal, Laboratório de Manejo
disjuntas no Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e Florestal, in memorian.
3
Engenheiro Florestal, Dou-
em ilhas de vegetação no Paraná (RIBEIRO; WAL- tor em Ecologia, Universida-
de de Brasília, Faculdade de
TER, 2008). Com toda essa extensão, há necessida- Tecnologia, Departamento de
de de investigar como as espécies lenhosas se dis- Engenharia Florestal, Labora-
tório de Manejo Florestal. C.P.
tribuem ao longo do bioma, na tentativa de detectar 04357, 70919-970, Brasília,
DF, Brasil.
padrões !togeográ!cos. 4
Biólogo, Doutor em Biologia
Vegetal, Universidade Federal
do Piauí, Núcleo de Referên-
Castro e Martins (1999), com base em com- cia em Ciências Ambientais do
Trópico Ecotonal do Nordeste
paração "orístico-geográ!ca em escala nacional, (TROPEN/UFPI), Departa-
mento de Biologia.
utilizando 145 listagens de espécies lenhosas de 78
localidades, a!rmam que existem diferenças "orís-
ticas entre os cerrados (sensu lato) do litoral e do
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Iona´i Ossami de Moura • Jeanine Maria Felfili • José Roberto Rodrigues Pinto • Antonio Alberto Jorge F. Castro
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2 MATERIAL E MÉTODOS
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3 RESULTADOS
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Tabela 2. Características do solo, número de espécies (S), densidade dos indivíduos vivos, por-
centagem de indivíduos mortos em pé, área basal (Gi) dos indivíduos vivos, índice de Shannon
(H’), equabilidade (J’) e metodologia adotada em estudos realizados em áreas de cerrado sensu
stricto. DB = diâmetro basal; DNS = diâmetro do caule ao nível do solo.
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Figura 1. Distribuição por classes de diâmetro dos indivíduos (barras em branco) e espécies
(barras em preto) amostrados em área de cerrado sensu stricto sobre a!oramentos rochosos no
Parque Nacional de Sete Cidades, Piauí.
Figura 2. Distribuição por classes de altura dos indivíduos (barras em branco) e espécies (barras
em preto) amostrados em área de cerrado sensu stricto sobre a!oramentos rochosos no Parque
Nacional de Sete Cidades, Piauí.
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4 DISCUSSÃO
Central, e como constatado por Ratter et al. (2003) para áreas do Piauí e Mara-
nhão, a diversidade é compatível com as áreas comparadas. Assim, ressalta-se
a importância da existência desta Unidade de Conservação para manutenção
da diversidade biológica das espécies lenhosas na região, principalmente em
áreas de cerrado sobre a•oramentos rochosos.
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(1997), pelo menos sob o aspecto qualitativo, pois apresenta boa parte de sua
riqueza composta por espécies de ampla distribuição no bioma Cerrado, mas
também, em menor número, por espécies peculiares, restritas ao cerrado do
Nordeste, e por espécies provenientes de outras formações, já que a área de
estudo está localizada entre os biomas Amazônico e Caatinga. Espécies como
Callisthene microphylla, Dimorphandra gardneriana e Mimosa verrucosa
são de ocorrência restrita aos cerrados do Nordeste e que também ocorrem
na Caatinga (CASTRO et al., 1998), assim como Aspidosperma multi!orum
(ARAÚJO et al., 1998, CASTRO et al., 1998, LEMOS; RODAL, 2002; FA-
RIAS; CASTRO, 2004). Já Copaifera coriacea, Stryphnodendron coriaceum
e Himatanthus drasticus ocorrem apenas nos cerrados do nordeste (RIZZINI,
1997; CASTRO et al., 1998). O presente estudo também registrou algumas es-
pécies menos comuns no cerrado da região do Brasil Central e que também são
encontradas em áreas da Caatinga (CASTRO et al., 1998) e de !oresta esta-
cional no Brasil Central (NASCIMENTO et al., 2004; FELFILI et al., 2007a),
como Jacaranda brasiliana e Tabebuia serratifolia, e em !oresta amazônica
de terra "rme, como Parkia platycephala e Vitex polygama (CASTRO et al.,
1998; MENDONÇA et al., 2008).
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tal. Porém, está dentro da faixa de variação do que geralmente ocorre em áreas
conservadas de cerrado sensu stricto (Tab. 2) e indica que a comunidade não
tem sofrido distúrbios recentes. Além disso, como a frequência foi elevada,
ocorrendo em nove das 10 parcelas, é possível sugerir que não estão ocorrendo
perturbações localizadas (SILVA; SOARES, 2002).
do nordeste (RIZZINI, 1997; CASTRO et al., 1998). Além disso, a altura mé-
dia encontrada foi de 4,7 m, superior ao sugerido por Ribeiro e Walter (2008)
para áreas de cerrado rupestre, que seria de 2 a 4 m. Já Albino (2004) e Costa
(2005), encontraram alturas médias no cerrado sobre rochas do Piauí inferiores
à desse estudo: 2,35 m e 2,85 m, respectivamente. Assim, o cerrado sobre ro-
chas do PN7C parece apresentar indivíduos de maior altura do que os de outras
áreas de cerrado sensu stricto sobre rochas e sobre outros tipos de solo, tanto
do Brasil Central como do Nordeste.
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5 CONCLUSÃO
6 AGRADECIMENTOS
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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