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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL


AMANDA ALVES DE MORAIS
DANIEL LEANDRO DE SOUZA GUIMARÃES
HUDSON MATHEUS RODRIGUES MUNIZ
FUNDAÇÕES

JUAZEIRO - BA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIVIL
AMANDA ALVES DE MORAIS
DANIEL LEANDRO DE SOUZA GUIMARÃES
HUDSON MATHEUS RODRIGUES MUNIZ
FUNDAÇÕES
Trabalho apresentado à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF,
Campus Tecnológico, como requisito para obtenção de nota na disciplina de Elementos
de arquitetura. Orientador: Prof. Dr(a). Silvia Patrícia de Oliveira Souza Coelho.

JUAZEIRO- BA
2022
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
Figura 1 - Sapata isolada.................................................................................................................................................................................................12

Figura 2 - Sapata isolada de fundação superficial..........................................................................................................................................................13

Figura 3 - Limite para a sapata retangular (A ≤ 5B)........................................................................................................................................................13

Figura 4 - Sapata corrida para apoio de parede..............................................................................................................................................................14

Figura 5 - Sapata corrida para apoio de pilares alinhados..............................................................................................................................................14

Figura 6 - Sapata associada sem viga de rigidez............................................................................................................................................................15

Figura 7 - Sapata associada com viga de rigidez (VR)...................................................................................................................................................15

Figura 8 - Bloco sobre: a) estacas; b) tubulão.................................................................................................................................................................16

Figura 9 - Execução de blocos de fundação...................................................................................................................................................................17

Figura 10 - Radier........................................................................................................................................................................................................... 18

Figura 11 - Fundação profunda.......................................................................................................................................................................................19

Figura 12 - Estaca tipo franki...........................................................................................................................................................................................21

Figura 13 - Estaca Strauss...............................................................................................................................................................................................22

Figura 14 - Estaca hélice contínua..................................................................................................................................................................................23

Figura 15 - Processo executivo de um tubulão...............................................................................................................................................................24

Figura 16 - Tubulões a ar comprimido.............................................................................................................................................................................25


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Agencia Brasileira de Normas técnicas

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção

NBR – Norma Brasileira

VR – Viga de Rigidez

SUMÁRI

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................... 5

1.2. JUSTIFICATIVA................................................................................................................................................................. 6

1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................................................................................... 7

2. METODOLOGIA.................................................................................................................................................................... 8

2.1 TIPO E NATUREZA DA PESQUISA.................................................................................................................................... 8

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................................................. 9

3. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................................................................... 10

3.1 TIPOS DE FUNDAÇÕES................................................................................................................................................... 11

3.1.1 FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS............................................................................................................................. 11


3.1.2 SAPATA......................................................................................................................................................................... 12

3.1.4 BLOCOS......................................................................................................................................................................... 15

3.1.5 RADIER.......................................................................................................................................................................... 17

3.2 PROFUNDA....................................................................................................................................................................... 18

3.2.1 ESTACAS....................................................................................................................................................................... 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................................................................... 26

REFERENCIAS....................................................................................................................................................................... 27
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INTRODUÇÃO

O projeto de fundação quase sempre é um dos aspectos mais importantes em uma obra de engenharia civil, seja ela de qualquer tipo, por

exemplo, um prédio, um deposito ou mesmo uma ponte. Nesses projetos, são necessários conhecimentos de várias áreas como a Geotecnia e o

Cálculo estrutural.

Em geral basicamente as estruturas são calculadas por engenheiro estrutural que supõe que os apoios, não importa qual gênero, sejam

indeslocáveis resultando que o conjunto de cargas: forças verticais, horizontais ou momentos, não se movam. No entanto, as fundações de

qualquer tipo, após serem carregadas solicitarão o terreno, que se deforma naturalmente, e dessas deformações resultam em rotações ou

deslocamentos que também são chamados de recalques. É importante salientar que é comum em obras de fundações haja deformações e a

norma brasileira revela até que ponto isso é aceitável ou não. Logo, o pressuposto usual que os apoios são indeslocáveis não pode ser

contemplado como um fato, e nas estruturas hiperestáticas as cargas inicialmente calculadas são modificadas. Chega-se assim, ao conhecido

problema da interação solo-estrutura, o engenheiro de fundações deve participar da análise desse problema, juntamente com o engenheiro

estrutural.

O controle de qualidade das fundações deve iniciar-se pela escolha da melhor solução técnica e econômica, passando pelo
detalhamento de um projeto executivo e finalizando com o controle de campo da execução do projeto. Joppert (2007, p. 91)

Conhecimentos de Geologia de Engenharia são necessários em obras em regiões desconhecidas, em obras extensas, em que o engenheiro de

fundações pode identificar e levantar problemas que deverão ser resolvidos pelo geólogo de engenharia. O mesmo acontece com a Mecânica das

Rochas, uma disciplina da Geotecnia cujo conhecimento é necessário quando as fundações transmitem esforços importantes para a rocha ou

quando essa possui baixa qualidade.

Já em relação a Mecânica dos Solos, o engenheiro de fundações deve possuir conhecimentos de vários assuntos, como, por exemplo, a origem e

formação dos solos, as caracterizações e classificação dos solos, investigações geotécnicas, percolação nos solos e controle da água

subterrânea, resistência ao cisalhamento, capacidade de carga e empuxos, compressibilidade e adensamento e distribuição de pressões e cálculo

de deformações e recalques.

Quanto ao Cálculo Estrutural, há dois aspectos importantes. Primeiramente, para que se possa dimensionar estruturalmente os elementos da

fundação e as obras que, em geral, são necessárias à execução das fundações propriamente ditas e para que possa, como já foi dito, avaliar o

comportamento da estrutura diante dos inevitáveis deslocamentos das fundações.

1.2. Justificativa

O mercado imobiliário e a construção civil são dois segmentos que conseguiram continuar em alta mesmo durante a pior fase da pandemia do

Covid-19. Para se ter uma ideia, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2020 as vendas de unidades

residenciais novas cresceram 9,8% no Brasil. Para o ano de 2021, as previsões são de crescimento entre 5% e 10% diante de uma alta de 3% do

PIB.
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Logo o tema de fundações é relevante e importante para economia e segurança das pessoas envolvidas. Segundo Brito (1987), fundações bem

planejadas podem alcançar um custo final de 3% a 10% da obra, caso sejam mal planejadas o custo pode ser elevado e variar 5 a 10 vezes o

valor da fundação adequada para o projeto.

Enfim conclui-se que para esta pesquisa, vale salientar e ressaltar as características dos tipos de fundações estudadas e realizar uma

comparação entre ambas.

1.3. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em três capítulos além desse capítulo introdutório, distribuídos da seguinte forma:

No Capítulo II apresentam-se os procedimentos metodológicos que foram adotados para a condução da pesquisa. Sendo identificados o método e

as técnicas adotadas para o desenvolvimento do trabalho.

No Capítulo III é dedicado a discussão dos conceitos de fundação, os métodos de capacidade de carga, a interação solo-estrutura, sequência de

execução de projetos.

Além disso, é feita uma análise descritiva do tema proposto com exemplos e imagens para compreensão dos leitores.

Por fim, o Capítulo IV são apresentadas as principais Conclusões obtidas através da

realização deste trabalho.


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2. METODOLOGIA

2.1 Tipo e Natureza da Pesquisa

Após apresentação dos conceitos iniciais, apresenta-se agora a metodologia a ser utilizada na pesquisa. Assim sendo, apresentando a maneira

como será feito o seu desenvolvimento, os procedimentos metodológicos e conceitos mais importantes.

Afirma VERGARA (2000, p. 47)

A investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer
quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno por exemplo: as razoes do sucesso de
determinado empreendimento. Pressupõe pesquisa descritiva coma base para suas explicações.

Com base nessa explicação a pesquisa pode ser caracterizada, quanto aos fins, de investigação explicativa, já que a base da pesquisa é tornar

os conceitos de fundações algo concreto e a maneira de abordar isso é expondo argumentos e fatos correlatos ao tema. Contudo, segundo

Vergara uma pesquisa pode ter mais de uma taxonomia, logo a pesquisa também pode ser caracterizada como descritiva, pois expõem

características do objeto a ser estudado. Além disso, a pesquisa pode ser caracterizada quanto aos meios, nesse caso a pesquisa pode ser

enquadrada como pesquisa bibliográfica, pois o meio de levantamento de dados foi de meios impressos e digitais.

2.2 Procedimentos Metodológicos

O projeto foi desenvolvido com base em pesquisa bibliográfica e documental, relatórios de empresas da área, normas da ABNT, livros de

autores renomados, jornais e revistas da área, sites e blogs da internet de elevada credibilidade. Sempre com foco total no tema proposto

trazendo informações uteis que traga uma fácil compreensão dos leitores, explorando sua importância para sociedade e responsabilidade social.

A descodificação de um documento pode utilizar-se de diferentes procedimentos para alcançar o significado profundo das
comunicações nele cifradas. A escolha do procedimento mais adequado depende do material a ser analisado, dos objetivos da
pesquisa e da posição ideológica e social do analisador (CHIZZOTTI, 2006).

Assim, a pesquisa tem caráter teórico e é utilizada na sua formulação o método dedutivo e lógico, com argumentação causa e efeito

apresentado fatos concretos sobre o assunto e expondo suas consequências no meio ambiente e para sociedade. Tendo em vista necessidade

de soluções para o ramo da construção civil e suas particularizações específicas a pesquisa tende a apresentar algumas soluções práticas e

inovadoras, todavia os conceitos apresentados serão estudados apenas superficialmente e novas pesquisas são necessárias para destrinchar

os conceitos abordados.
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3. REVISÃO DA LITERATURA

Considerada o início da obra, a fundação são elementos estruturais que têm a finalidade de suportar e distribuir para o terreno toda a carga de

pressão que é gerada pelos carregamentos e esforços exercidos pelo peso próprio da estrutura como um todo, mais o peso gerado pela

sobrecarga, que são os esforços provenientes do uso.

A determinação adequada para o tipo de edificação a ser construída e considerável, para que não ocorram deslizamentos de terra e problemas

como trincas e rachaduras. Deve passar necessariamente por uma criteriosa análise técnica e econômica de várias alternativas, devendo ser

ponderadas variáveis tais como as condições das edificações vizinhas à obra, geotécnica local, viabilidade executiva e existência de mão-de-

obra especializada para a execução da solução definida.

O controle de qualidade das fundações deve iniciar-se pela escolha da melhor solução técnica e econômica, passando pelo detalhamento de um

projeto executivo e finalizado com o controle de campo e execução do projeto. Nesta etapa é comum que ocorram intervenções e modificações

no projeto devido a interferências enterradas, erro de locação, variação do solo etc.

A fundação não é o item mais caro de uma obra, podendo o seu custo variar entre 3% e 7% do custo total do empreendimento. Apesar disso,

erros conceituais de projetos e vícios executivos podem acarretar custos diretos e indiretos elevadíssimos, desde reforços e recuperação

estrutural até ações jurídicas de consequências imensurável.

A NBR 6122/2019 trata-se de uma norma regulamentadora de projetos e execução de fundações de qualquer tipo de estrutura especificada

como convencional na Engenharia Civil. Esta norma foi criada em 1986, passando por modificações no ano de 2010 e recentemente foi

publicada sua mais nova revisão em 2019. A nova revisão da norma compreende alterações e incrementos importantes para o avanço e

continuidade dos projetos de fundações.

3.1 TIPOS DE FUNDAÇÕES

 Existem diversos tipos de fundações e elas estão divididas em dois grandes grupos: as  fundações rasas ou diretas e as fundações profundas

ou indiretas.

3.1.1 FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS

 NA NBR 6122 as fundações diretas são definidas como elementos de fundação em que a carga é transmitida para o terreno, principalmente,

pelas pressões distribuídas sob a base da fundação. Na fundação apoiada diretamente sobre o solo devem trabalhar descarregando peso da

estrutura no terreno de apoio com tensões que não gerem recalques excessivos ou rupturas. Esses tipos de fundações só devem ser utilizados

em solos com boa resistência em uma profundidade inferior à 3 metros. Desde que seja tecnicamente viável, a fundação direta é uma opção

interessante pois, para a sua execução, não é necessária a utilização de equipamentos e de mão-de-obra especializada. Isto torna a fundação

direta atraente no que se refere ao aspecto econômico.


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No aspecto técnico mencionamos como itens positivos a facilidade de inspeção do solo de apoio aliado ao controle de qualidade do material

utilizado no que refere à resistência e aplicação.

Estes fatos fazem com que a fundação direta seja a primeira solução a ser analisada quando se inicia um estudo técnico e econômico para a

escolha do tipo de fundação a ser utilizado em uma obra.

Existem três tipos de fundações diretas: as sapatas, divididas em isolada e corrida, o radier e o bloco de fundação. Em todos esses métodos é

necessário fazer uma escavação do solo, os formatos das fundações mudam conforme o tipo, mas todas são construídas com concreto e aço.

Esta combinação é conhecida como concreto armado.

Em casas com até dois pavimentos é comum utilizarmos as fundações diretas ou rasas devido ao seu custo-benefício.

3.1.2 SAPATA

As sapatas são um elemento estrutural de concreto armado, elas são dimensionadas para que as tensões de tração que são exercidas sobre a

fundação sejam resistidas pela armadura e não pelo concreto, que geralmente tem a sua base em planta quadrada, retangular ou trapezoidal.

A sua capacidade de carga é considerada entre baixa e média e sua utilização é indicada para locais em que a sondagem do subsolo indica a

presença de argila ou materiais semelhantes.

Tipos de sapatas existentes:

Sapata isolada: são um dos tipos de fundação superficiais mais simples e mais comuns na construção civil.  São dimensionadas para suportar

as cargas de um único pilar ou coluna. Podem ter formato quadrado, retangular, circular, dentre outros. (FIGURA 1).

Figura 1 - Sapata isolada

As ações que comumente ocorrem nas sapatas são a força normal (N), os momentos fletores, em uma ou em duas direções (Mx e My), e a força

horizontal (H), Figura 2.


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Figura 2 - Sapata isolada de fundação superficial

Um limite para a sapata retangular é que a dimensão maior da base não supere cinco vezes a largura (A ≤ 5B)[3] , Quando A > 5B, é chamada

sapata corrida.

Figura 3 - Limite para a sapata retangular (A ≤ 5B)

Sapata corrida: Conforme a NBR 6122 (3.6), sapata corrida é aquela “sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao

longo de um mesmo alinhamento.”, Figura 3 e Figura 4, esse tipo de fundação é projetado para suportar cargas provenientes de elementos

contínuos que têm distribuição de cargas linear como paredes, muros ou outros elementos alongados.

As sapatas corridas são comuns em construções de pequeno porte, como casas e edificações de baixa altura, galpões, muros de divisa e de

arrimo, em paredes de reservatórios e piscinas, etc. Constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo apresenta a

necessária capacidade de suporte em baixa profundidade.


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Figura 4 - Sapata corrida para apoio de parede.

Figura 5 - Sapata corrida para apoio de pilares alinhados

Sapata associada: Conforme a NBR 6122 (3.5), sapata associada é aquela “comum a mais de um pilar”. Também é chamada sapata

combinada ou conjunta. Geralmente ocorre quando, devido à proximidade entre os pilares, não é possível projetar uma sapata isolada para cada

pilar. Neste caso, uma única sapata pode ser projetada como a fundação para dois ou mais pilares (Figura 5). A sapata associada pode ser

projetada com viga de rigidez (VR), como indicada na Figura 6.

Figura 6 - Sapata associada sem viga de rigidez


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Figura 7 - Sapata associada com viga de rigidez (VR)

3.1.4 BLOCOS

Conforme a NBR 6118, 1 item 22.7: “Blocos são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas de fundação,

podendo ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para sapatas. Os blocos podem ser apoiados sobre um número

qualquer de estacas, sendo mais comuns os blocos sobre uma, duas ou três estacas. Isso depende principalmente das características do solo,

da capacidade da estaca e da carga do pilar. Nas edificações de pequeno porte, como galpões, residências térreas e sobrados (dois

pavimentos), os blocos sobre uma e duas estacas são os mais comuns, porque a carga proveniente do pilar é geralmente de baixa intensidade.

Nos edifícios de múltiplos pavimentos, como as cargas são altas (ou muito altas), a quantidade de estacas é geralmente no mínimo três. Há

também o caso de bloco assente sobre tubulão, quando o bloco atua como elemento de transição de carga entre o pilar e o fuste do tubulão

(Figura 8).

Figura 8 - Bloco sobre: a) estacas; b) tubulão


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Figura 9 - Execução de blocos de fundação

3.1.5 RADIER

Esse tipo de fundação é semelhante a uma laje que abrange toda a área da construção. Os radiers se comportam como lajes de concreto

armado que ficam em contato direto com o terreno, recebendo as cargas provenientes da estrutura e das sobrecargas e distribuindo em uma

grande área do terreno.

Normalmente são utilizados em obras de pequeno porte, pois possui algumas vantagens como baixo custo, rapidez na execução e mão de obra

reduzida quando comparada aos tipos de fundação superficial.


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Figura 10 - Radier

3.2 PROFUNDA

Segundo a NBR 6122, elemento de fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por sua superfície lateral

(resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua

menor dimensão em planta, e no mínimo 3 metros (ABNT, 2019).

Esses tipos de fundações transmitem a carga proveniente da estrutura pela resistência de fuste, pela lateral, e a resistência de ponta, pela base.

Como o próprio nome já diz, elas alcançam grandes profundidades e geralmente são cobradas por metro linear, então quanto mais profundo

mais caro será.

De acordo com a NBR 6122, se enquadra em fundações profundas os seguintes elementos:

a) estacas: elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, qualquer fase da sua

execução, haja descida do operador.

b) tubulões: elemento de fundação profunda cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final, há descida de operário. Pode ser feito à céu

aberto ou sob ar comprimido e ter ou não base alargada.

c) caixões: elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por escavação interna. Na sua instalação

pode-se usar ar comprimido ou não e na sua base pode ser alargada ou não (ABNT, 2019). As fundações profundas geralmente são uma opção

para obra quando o solo superficial não apresenta capacidade de suportar cargas elevadas, os chamados solos moles, onde a opção de

fundação rasa seria inviável devido as patologias futuras que apareceriam na obra.
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As fundações profundas geralmente são uma opção para obra quando o solo superficial não apresenta capacidade de suportar cargas elevadas,

os chamados solos moles, onde a opção de fundação rasa seria inviável devido as patologias futuras que apareceriam na obra.

Figura 11 - Fundação profunda

3.2.1 ESTACAS

Estacas de concreto pré-moldadas

Elas podem ser feitas de concreto armado ou concreto protendido, sendo cravadas por percussão, prensagem ou vibração. A escolha do

método para cravar a estaca deve ser feita considerando a dimensão da estaca, as condições do solo em questão e o do solo vizinho, além das

características do projeto.

Esse tipo de estaca possui uma boa capacidade de carga e boa resistência a flexão e cisalhamento, além de terem um bom controle de

qualidade do concreto, já que são produzidas em fábricas.

Porém, apesar de seus benefícios elas causam grandes vibrações no solo ao serem cravadas, não ultrapassam camadas de solos resistentes, o

seu peso próprio é elevado (o que limita as seções e o comprimento devido a necessidade de transporte) e os cortes e emendas são difíceis

para executar.

Estacas metálicas

As estacas metálicas são semelhantes as pré-moldadas de concreto e recebem o mesmo processo de cravação no solo, o diferencial é que elas

atingem uma maior profundidade, pois as emendas são executadas com maior facilidade e segurança.

Normalmente são perfis ou trilhos e costumam ser protegidos com pinturas especiais ou encamisamento de concreto em casos de terrenos mais

agressivos.

Estacas de madeira
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Geralmente, as estacas de madeira são compostas de troncos de árvores e são cravadas por bate-estacas. Sua utilização é comum para obras

provisórias, mas em caso de obras permanentes, elas precisam de um tratamento contra ataques de fungos, bactérias e outros organismos que

possam deteriorar a estrutura.

As principais vantagens desse tipo de estaca é que elas possuem duração prolongada quando são mantidas permanentemente abaixo do nível

de água e podem ser emendadas (desde que a integridade da estaca seja garantida).

A desvantagem é que elas causam grande vibrações durante a cravação, é necessário uma série de cuidados quando a estaca é exposta a

flutuação do nível da água, pois nesse caso podem surgir ações de fungos e bactérias. Além disso, o comprimento da estaca é limitado a 12

metros.

Estacas do tipo Franki

Esse tipo de estaca possui grande capacidade de carga e consegue alcançar grandes profundidades. Sua execução é feita fazendo perfurações

através da cravação de um tubo de ponta fechada com o auxílio de um bate estaca, à medida que o tubo vai sendo retirado a armadura e o

concreto vão sendo inseridos na estaca.

Esse tipo de estaca causa grandes vibrações, possui execução demorada e um custo elevado devido a maior necessidade de equipamentos e

mão de obra.

Figura 12 - Estaca tipo franki

Estacas do tipo Strauss

Essas estacas são escavadas, pois precisam de remoção prévia do solo para que possam ser inseridas. Elas se caracterizam por serem

moldadas in loco, sua execução é feita enchendo de concreto a perfuração que foi escavada previamente.

Elas não produzem vibrações durante a escavação e sua execução é relativamente simples. Porém, elas possuem uma baixa resistência

quando comparada a uma estaca pré-moldada de concreto e é de difícil execução em solos resistentes e abaixo do nível de água.
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Figura 13 - Estaca Strauss

Estaca hélice contínua

Esse tipo de estacada é executada utilizando uma haste tubular que possui uma hélice, essa haste é introduzida no terreno por aplicação de um

torque fazendo a perfuração.

A vantagem desse tipo de fundação é que não provoca vibrações no terreno e permite um monitoramento preciso das etapas de execução como

a velocidade de rotação, profundidade atingida e descida do trado.

Porém, devido a tecnologia aplicada nos equipamentos e a escassez desse tipo de estaca no Brasil, esse ainda é um método com custo

elevado. Além disso, requer que o terreno seja plano e que a central de concreto não seja muito distante da obra.

Figura 14 - Estaca hélice contínua

Tubulão:

Os tubulões são uma espécie de estaca que possui um diâmetro de no mínimo 50 cm e pode ter uma base alargada, necessitando que um

operário desça para executar essa base. Eles podem ser divididos em dois tipos: tubulões a céu aberto e tubulões a ar comprimido.
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Tubulões a céu aberto

São executados fazendo a concretagem do poço aberto no terreno, geralmente, possui uma base alargada e precisa da descida de um operário

para fazer o alargamento. Geralmente, são utilizados em terrenos suficientemente coesivos e acima do nível d’água, dispensando o

escoramento.

Figura 15 - Processo executivo de um tubulão

Tubulões a ar comprimido

Geralmente, são utilizados quando o tubulão será executado abaixo do nível da água. Pelo método clássico, inicialmente é feita a concretagem

de um tubo de concreto de diâmetro que depende da espessura do tubulão.

As escavações vão sendo feitas retirando a água do poço através de bombeamento, mas quando não é mais possível retirara a água desse

modo, é inserido no sistema um equipamento que introduz ar comprimido, mantendo a água longe e permitindo a entrada e saída de operários

do tubulão.

A grande desvantagem utilizar esse tipo de fundação é que sua execução é de alta periculosidade.
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Figura 16 - Tubulões a ar comprimido

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo apresenta a importância da escolha correta das fundações na realização de uma obra, independente do seu porte e sua

finalidade, seja uma construção de uma ponte ou estradas, uma construção de uma grande torre, ou de uma pequena edificação, adequando-se

ao custo previsto, aliado à rapidez de execução, objetivando o cumprimento do cronograma.

Levando sempre em consideração a importância do estudo das condições do solo, obtidas pela realização da sondagem, cujas

características são fundamentais na concepção da escolha da fundação a ser utilizada. São apresentadas ilustrações de diversas fundações

diretas (sapatas, radier e blocos) e fundações profundas (estacas, tubulões e caixões) existentes no mercado.
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REFERENCIAS

Monteiro, Roberto dos Santos.  Tecnologias de construção civil – I fundações.


Tecnologias das construções – aula 4. Universidade da Amazônia – UNAMA.

Figura 1 – Disponível em: <  https://www.renzeti.com.br/blog/diferentes-tipos-de-fundacoes-e-suas-


aplicacoes-7 >.

Figuras 2, 8 e 13- Monteiro, Roberto dos Santos.  Tecnologias de construção civil – I fundações.

Figuras 3, 4, 6 – Disponível em: <  https://www.escolaengenharia.com.br/sapatas-de-fundacao/ >.

Figuras 6, 7, 9, 11, 12, 15 – Tecnologias das construções – aula 4. Universidade da Amazônia – UNAMA.

Figura 16 – Disponível em: <  http://principo.org/tcnicas-de-construco-civil-e-construco-de-edifcios.html >.

Figura 10 – Disponível em: <  https://www.meiacolher.com/2015/08/tipos-de-estacas-para-fundacao-


aprenda.html >.

O cenário da construção civil para 2022. Disponível em: < O cenário da construção civil para 2022 - Diário
do Comércio (diariodocomercio.com.br)>

ANÁLISE PARAMÉTRICA PARA FUNDAÇÃO SUPERFICIAL DO TIPO RADIER. Disponivel em: < TCC Vinicius Coelho.pdf
(ufsc.br)>

BRITO, José Luis Wey de. Fundações de edifício. São Paulo: Epusp, 1987.

JOPPERT JUNIOR, Ivan. Fundações e contenções de edifícios: qualidade total na gestão do projeto e execução. São Paulo: PINI, 2007.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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VELLOSO, Dirceu Alencar; LOPES, Francisco de Rezende Waldemar. Fundações: Critérios de Projeto – Fundações Superficiais, Nova Edição –

São Paulo – 2011. Ed. Oficina de Textos

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