Você está na página 1de 104

Mecânica dos Solos

Professora: Janaína
Procedimentos de Avaliação
P1
• PROVA = 8
• Lista de exercícios = 2

P2
• PROVA = 8
• Lista de exercícios = 2

P3 todo o conteúdo da disciplina.


Prova = 10,0

Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas


Mecânica dos Solos
• O que é a Mecânica dos Solos?
– Estudo o comportamento do
solo em diversas situações
• Por quê estudar Mecânica dos
Solos?
– Todas as construções estão
assentadas sobre o solo.

• Objetivo :
– Prevê o comportamento do solo
quando submetido a alguma
carga
Torre de Pisa, Itália. Construída em 1173.
Parâmetros usados para prever o
comportamento do solo
• Caracterização do solo
• Parâmetros de resistência
• Parâmetros de compressibilidade (índice de
adensamento)
• Fluxo de água nos solos (Ensaio de
Permeabilidade 
• Resistência ao cisalhamento
Aplicações das mecânica dos solos
• Investigação geotécnica
• Fundações
• Estruturas de contenção
• Estabilidade de taludes
• Escavações de aterros
• Escolha do solo como material de construção
• Perfurações
• Rebaixamento do lençol freático
Primeiros Estudos dos Solos
• Problemas de fundações e de obras de terra que
surgiram quando das grandes construções
representadas pelas pirâmides do Egito, os
templos da Babilônia, a Grande Muralha da China,
os aquedutos e as estradas do Império Romano.
Primeiros Estudos dos Solos
• Os primeiros trabalhos sobre o comportamento
quantitativo dos solos, vão ser encontrados somente
a partir do Século XVII.
• Foram desenvolvidas as "teorias clássicas" sobre o
equilíbrio dos maciços terrosos, de sentido
predominantemente matemático e sem o
correspondente ajustamento das suas conclusões à
realidade física.
• Essas teorias, apesar das suas limitações,
atualmente , desempenharam importante papel no
desenvolvimento dos estudos dos maciços de terra.
Grandes Acidentes
• Exemplos Históricos
– Uma série de numerosos acidentes ocorridos com
grandes obras de engenharia, ao fim do Século XIX
e princípios do século atual, veio mostrar a
inadequada percepção dos princípios até então
admitidos e, por outro lado, a insuficiência de
conhecimentos para a tomada de nova
orientação.
Grandes Acidentes
• Exemplos Históricos
– O canal foi criado para
conectar o Oceano
Atlântico ao Pacífico,
com o objetivo de
facilitar o comércio
marítimo
internacional, e sua
construção foi iniciada
pelos franceses em
1881.
Grandes Acidentes
• Canal do Panamá
– O canal foi criado para conectar o Oceano Atlântico
ao Pacífico,
– O objetivo de facilitar o comércio marítimo
internacional, e sua construção foi iniciada pelos
franceses em 1881.
Devido a uma série de
problemas de engenharia
e ao grande número de
vítimas por conta de
doenças tropicais, as obras
foram paradas até que, em
1904, os EUA assumiram
os trabalhos.
Grandes Acidentes
• Canal do Panamá
– sucessivos escorregamentos de taludes de terra
durante a construção do Canal do Panamá,
destacando-se os escorregamentos de Cucaracha
e Culebra
Grandes Acidentes
• Estados Unidos
– Rupturas de barragens de terra e sucessivos
recalques de grandes edifícios, preocupavam a
American Society of Civil Engineers, que resolveu
então, em 1913, nomear uma comissão, responsável
por examinar e opinar sobre o que estava ocorrendo.
– Uma das conclusões centrais do trabalho
apresentado se referia à necessidade de se exprimir
quantitativamente as propriedades dos solos,
estabelecendo ainda a classificação dos solos.
Grandes Acidentes
• Suécia
– Uma série de escorregamentos em taludes de ferrovias,
foi nomeada em 1913 a Comissão Geotécnica Sueca,
– Em 1916 ocorria o tão citado escorregamento de
Goteborg, onde um muro de cais se deslocou 5 m para
o lado do mar.
– Dentre as conclusões constantes do relatório,
publicado em 1922, destaca-se a origem do valioso
método sueco de verificação da estabilidade de
taludes.
Grandes Acidentes
• Alemanha
– Devido aos acidentes com muros de cais e
escorregamentos de terra, em particular na
construção do Canal de Kiel, foram realizados
importantes estudos por Krey, destacando-se os
de resistência ao cisalhamento dos solos.
Karl Terzaghi – O Pai da Mecânica dos Solos

• Em 1925, o Prof. Karl


Terzaghi publicou o seu
famoso livro
Erdbaumechanik,
• Nascia a MECÂNICA DOS
SOLOS
Karl Terzaghi – O Pai da Mecânica dos Solos

• A partir de 1936, quando ficou oficialmente


batizada a Mecânica dos Solos, o seu processo tem
contribuições de quase todas as partes do mundo,
inclusive do Brasil.
• Seus trabalhos identificaram o papel das pressões
na água, tensões no solo e solução matemática para
evolução dos recalques.
• Destaque-se a contribuição brasileira de Alberto
Ortenblad que, em 1926, em tese de doutoramento
colaborou no desenvolvimento matemático da
"teoria do adensamento" de Terzaghi e Frohlich.
A Mecânica dos Solos
• Apesar de seu nome, a Mecânica dos Solos não
se limita ao conhecimento das propriedades
dos solos que a Mecânica pode esclarecer.
• A Química e a Física Coloidal são de suma
importância para explicar o comportamento
dos solos.
• Geologia é fundamental para o tratamento
referente aos problemas de fundações.
O estudo Geotécnico
• É de grande importância, pois sempre existirá
um risco na execução de uma fundação, sejam
pelas incertezas que se escondem nos
terrenos ou pelas hipóteses de cálculo da
infra-estrutura.
O estudo Geotécnico
• Falhas decorrentes aos riscos atingem as três
partes interessadas na construção
– o proprietário,
– o projetista
– o construtor
Questionamentos que o engenheiro civil
deverá fazer
a) Qual a fundação mais adequada?

b) Na execução de um aterro, que altura máxima ele poderá alcançar? Em que


condições de compactação e umidade? E as inclinações dos taludes? E quanto à
sua proteção, qual o recurso a usar? Qual o recalque previsto? Em que tempo
ocorrerá?

c) Qual o tipo de pavimento para uma estrada ou um aeroporto?

d) Nas estruturas de sustentação ou de retenção, que tipo de obra deve ser usado?

e) Quais as dimensões mais econômicas e seguras de uma barragem de terra?


Quais deverão ser suas características de resistência e permeabilidade? Que
perdas por infiltração poderão ocorrer através da sua fundação e/ou do seu
corpo?
Origem e Formação dos Solos
• O solo é formado num
processo continuo, pela
degradação e decomposição
das rochas.
• Quando exposta a atmosfera,
as rochas sofrem a ação direta
do calor do sol e da água da
chuva, entre outros fatores,
que modificam seus aspectos
físicos e químicos dos
minerais que as compõem.
Origem e Formação dos Solos
Pedologia
• Ciência que estuda as camadas superficiais da crosta
terrestre, em particular a sua formação e classificação,
considerando a ação dos agentes climatológicos.

• Formação do solo (s):


– Rocha de origem (r)
– Ação de organismos vivos (o)
– Clima (cl)
– Fisiografia (p) (geografia física)
– Tempo (t)
s  f ( r,o,cl,p,t )
Pedologia – Perfil do solo
• O solo que resulta do
intemperismo químico e
físico das rochas e da adição
de matéria orgânica em sua
superfície se organiza em
camadas com características
diferentes que são
denominadas horizontes.
Pedologia – classificação dos solos
• 1. Zonais: os solos zonais são caracterizados por serem
maduros, bem delineados e profundos. São subdivididos
em latossolos, podzóis, solos de pradaria e desérticos.

• 2. Intrazonais: são solos bem desenvolvidos, além de serem


bastante influenciados pelo local e pelos fatores externos.
Dividem-se em solos salinos e solos hidromórficos.

• 3. Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos.


Dividem-se em solos aluviais (planícies úmidas) e litossolos
(locais declives acentuados).
Classificação dos solos
• Solos Residuais
• Sedimentares
• Formação Orgânica
Solos residuais
• São solos que permanecem no local da rocha
de origem
– Lateríticos (são solos intemperizados encontrados principalmente
nas regiões tropicais)
– Expansivos (massapê da Bahia) Solos colapsíveis
– Porosos (solos de Brasília) (recalque das obras)

Solo laterítico solo colapsível


Solos sedimentares
• Solos que sofrem a ação de agentes
transportadores
– Aluviais (transportado pela água)
– Eólicos (transportado pelo vento)

– Coluvionares (transportado pela ação da gravidade)

– Glacinares (transportado por geleiras)


Solos de Formação Orgânica
• São os de origem
essencialmente
orgânica, de natureza
vegetal ou animal

Fogo em turfa (Vitoria – ES)


Tamanho das Partículas
• Referente as dimensões das suas partículas dentro de
determinados limites convencionais, denominadas
frações constituintes dos solos
Granulometria
Minerais
• Definição de mineral: substância inorgânica e natural,
com composição química e estrutura definidas.
– Minerais primários: aqueles minerais encontrados no solo
que são os mesmos das rochas de origem (rochas
magmáticas ou metamórficas), permanecem no perfil do
solo bem desenvolvido por ser resistente ao intemperismo
Ex: Quartzo, feldspato, mica, olivinas.
Minerais
• Definição de mineral: substância inorgânica e natural,
com composição química e estrutura definidas.
– minerais secundários: resultante da decomposição
parcial de um outro mineral, tendo estrutura
essencialmente herdada ou formado a partir da
solubilização de outros minerais. Exemplos: Minerais de
argila (silicatos de alumínio no estado cristalino), silicatos não cristalino,
óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro; carbonatos de cálcio e de
magnésio
Minerais - Classificação
• Os acessórios são aqueles que, ocasionalmente,
podem estar presentes nas rochas.
Granito pegmatítico
caracterizado por ter
como minerais
essenciais o quartzo e o
feldespato e como
mineral acessório a mica
preta, biotite.
Chama-se pegmatítico
porque os minerais que
apresenta são grandes
(fenocristais).
Classificação de acordo com a composição
química
• Silicatos
• Óxidos
• Carbonatos
• Sulfatos
Classificação de acordo com a composição
química
• silicatos : feldspato, mica, quartzo, serpentina,
clorita, talco

Feldspato (K,Na,Ca)(Si,Al)4O8 Serpentina: Fe)3Si2O5(OH)4) 


Classificação de acordo com a composição
química
• Óxidos: hematita, magnetita, limonita;

Fe2O3 Fe3O4  FeO(OH).nH2O


Classificação de acordo com a composição
química
• carbonatos - calcita, dolomita;

CaCO3 CaMg(CO3)2
Classificação de acordo com a composição
química
• sulfatos - gesso, anidrita.

 sulfato de cálcio hidratado sulfato de cálcio


(CaSO4•2H2O) (CaSO4).
Minerais
• Quartzo:
– presente na maioria das rochas
– Resistente a degradação
– Forma grãos de areia e silte
– Composição SiO2
– Feldspato, gibsita, calcita e mica
também podem ser
encontrados nesse tamanho
Minerais
• Fedspato:
– Sofrem mais com intemperismo
– Originam os argilominerais,
constituinte da fração mais fina
do solo.
– Os argilominerais apresentam
estrutura complexa
Minerais Argílicos
Três grupos principais:
caolinitas
montmorilonitas
ilitas

Tetraedro, formado por um Octaedro com um átomo de


átomo de silício equidistante de alumínio no centro envolvido por
quatro de oxigênio seis de oxigênio, ou grupos de
hidoxidrilas OH.
Minerais Argílicos
Caolinitas : formadas por unidades de silício e alumínio, que se unem
alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. São relativamente
estáveis em presença da água. Estrutura de camada 1:1
(a) esmectitas
(b) ilitas
Minerais Argílicos
Montmorilonitas: formadas por uma unidade de alumínio entre
duas de silício. Essas unidades, não são suficientemente firme
para impedir a passagem de moléculas de água, torna as argilas
montmoriloníticas muito expansivas e, portanto , instáveis em
presença da água. Estrutura 2:1

Estrutura
Montmorilonita
Sódica
Minerais Argílicos
Ilitas: são estruturalmente análogas às montmorilonitas, sendo porém menos
expansivas, por causa da presença de potássio.
Sistema solo-água
• Fração Mineral:
– frações grossas são
predominantemente
de grãos silicosos,
enquanto os minerais
que ocorrem nas
– frações argilosas
pertencem aos três
grupos principais:
caolinita,
montmorilonita e ilita.
Sistema solo-água
• A água é um mineral que
apresenta um
comportamento bastante
complexo.
• O movimento constante dos
átomos resulta num
comportamento em que os
dois átomos de H+ fiquem
numa posição que define um
ângulo de 105° com o
oxigênio no centro.
• Consequentemente a água
atua como um bipolo
Sistema solo-água
• Quando a água entra em contato com as partículas
argilosas, as moléculas orientam-se em relação a elas
e aos íons que circundam as partículas.
• Os íons se afastam das partículas e ficam circundados
por moléculas de água.
• Ex: esmectitas (a água penetra entre as camadas
estruturais, aumentando a distancia entre essas
camadas)
• O mesmo não ocorre com as ilitas, pois a presença do
íon potássio, provoca uma ligação mais firme entre as
camadas estruturais.
Sistema solo-água

(a) esmectitas
(b) ilitas
Sistema solo-água
• Com o aumento do teor de
água, se forma em torno das
partículas a chamada dupla
camada, que é a em torno
das partículas na qual as
moléculas de água são
atraídas a íons do solo, e
ambos à superfície das
partículas.
• Devido ás forças
eletroquímicas, as primeiras
camadas de molécula de
água em torno das partículas
do solo estão firmemente
aderidas (água adsorvida).
Sistema solo-água
• A água nesse estado é chamada de água
sólida, já que não existe a mobilidade
entre as moléculas.
• Os contatos entre as partículas podem
ser feitos pelas moléculas de água a elas
aderidas.

• As deformações e a resistência dos solos


quando solicitados por forças externas
dependem, portanto desses contatos.

• Os átomos de hidrogênio da água não


estão estáticos, portanto pode ocorrer o
troca de uma molécula de água por
outra, isso interfere na transmissão de
forças entre as partícula, interferindo na
resistência à deformação
Sistema solo-água
• Quando duas partículas de argila, na água,
estão muito próxima, ocorrem forças de
atração e de repulsão entre elas.
• As forças de repulsão são devidas às cargas
líquidas negativas que elas possuem e que
ocorrem desde que
as camadas duplas
estejam em contato.
Sistema solo-água
• As forças de atração decorrem de forças de
Van der Waals e de ligações secundarias que
atraem materiais adjacentes.
Da combinação das forças
de atração e de repulsão
entre as partículas resulta
a estrutura dos solos, que
se refere à disposição das
partículas na massa de
solo e as forças entre elas
Definições e Tipos de Estrutura
• Tradicionalmente consideram-se os seguintes
tipos principais:
– Estrutura floculada
– Estrutura dispersa
Estrutura floculada
• Nas estruturas floculadas, as partículas se
posicionam paralelamente, face e aresta.
• Neste tipo de estrutura, predominam as forças
de repulsão entre as partículas
Estruturas dispersas
• Nas estruturas dispersas, predominam as
forças de atração entre partículas.
• Neste caso, os contatos entre grãos ocorrem
entre face a face.
Estrutura de solos residuais e solos
compactados
• A posição relativa das partículas é
mais elaborada.
• Existem aglomerações de partículas
argilosas que se dispõem de forma a
determinar os vazios de maiores
dimensões.
• Microporos nos vazios entre as
partículas argilosas constituintes de
Estrutura de solo residual, com
aglomerações, e macroporos entre as micro e macroporos
aglomerações, isso explica a elevada
permeabilidade em solos residuais no
estado natural, mesmo apresentando
muitas partículas argilosas.
Sistema solo-água-ar
• Sistema trifásico: o solo é
constituído
essencialmente por
matéria mineral e
orgânica (fração sólida),
água (fração líquida) e ar
(fração gasosa)
Solo saturado e não saturado
• Quando o solo não está saturado, o ar pode estar
em forma de bolhas ou em forma de canalículos
intercomunicados, inclusive com meio externo.
Solo saturado e não saturado
• Na presença do ar, a água na
superfície, se comporta como
se fosse uma membrana.
• As moléculas de água em
contato com o ar, orientam-
se em virtude da diferença da
atração química das
moléculas adjacentes, esse
comportamento é medido
pela tensão superficial.
Tensão Superficial

• A tensão superficial da água é resultado


das ligações de hidrogênio, que são forças
intermoleculares causadas pela atração dos
hidrogênios de determinadas moléculas de água 
Solo saturado e não saturado
• Por causa desta tensão, a
superfície de contato entre a
água e o solo nos vazios
pequenos das partículas
apresenta uma curvatura,
indicando que a pressão nos
dois fluidos não é a mesma.
• Essa diferença de pressão é
chamada de tensão de
sucção, é responsável por
diversos fenômenos
referentes ao comportamento
mecânico dos solos, entre eles
a ascensão capilar
Identificação dos solos por meio de análise

• Para identificação dos solos a partir das


partículas que os constituem, são empregados
dois tipos de ensaio:
– Análise granulométrica
– Índices de consistência
Análise granulométrica
• Num solo, geralmente existem partículas de diversos
tamanho, nem sempre é fácil identificar as partículas, pois
grãos de areia, por exemplo, podem estar envoltos por uma
grande quantidade de partículas argilosas, finíssimas, com o
mesmo aspecto de uma aglomeração formada
exclusivamente por essas partículas argilosas.
Análise granulométrica

• Quando secas, as duas formações são


dificilmente diferenciáveis.
• Quando úmidas, entretanto, a aglomeração de
partículas argilosas se transforma numa pasta
fina, enquanto que a partícula arenosa
revestida é facilmente reconhecida pelo tato.
Análise granulométrica
• Para o reconhecimento do tamanho dos grãos
de um solo, realiza-se a análise granulométrica
que consiste de duas fases:
– Peneiramento
– Sedimentação
Análise granulométrica - Peneiramento
• A análise granulométrica de um
solo cujas partículas têm
dimensões maiores que 0,074 mm
é realizada pelo método de
peneiramento do solo.
• O peso do material seco que passa
em cada peneira é considerado a
“porcentagem que passa”, sendo
representado graficamente em
função da abertura da peneira, em
escala logarítmica.
• A abertura nominal da peneira é
considerada como o “diâmetro”
das partículas.
Análise granulométrica - Sedimentação
Para os solos finos (dimensões menores que 0,074 mm é utilizado
o método de sedimentação contínua em meio líquido, que se
baseia na Lei de Stokes:
A velocidade de queda da partícula esférica num fluido atinge seu
valor limite que depende do peso especifico do material da esfera
(γs), do peso especifico do fluido (γw), da viscosidade do fluido (μ),
e do diâmetro da esfera (D).

ν . D2
Análise granulométrica - Sedimentação
• Ao colocar um certa quantidade de solo em
suspensão em água, as partículas cairão com
velocidades proporcionais ao quadrado do seu
diâmetro,
Classificação Trilinear dos Solos -
Textura do solo
Exemplo:
Argila: 420 g/kg >> 42%
Silte: 340 g/kg >> 34%
Areia: 240 g/kg >> 24%
Índices de Consistência
Índices de Consistência
• Apenas a distribuição granulométrica não
caracteriza bem o comportamento dos solos
sob o ponto de vista da Engenharia.
• A fração fina dos solos tem uma importância
muito grande nesse comportamento.
• Quanto menores as partículas, maior a
superfície especifica.
Superfície Específica
• Denomina-se superfície específica (s) de um solo, a soma das
superfícies de todas as partículas contidas na unidade de
volume (ou de peso) do solo.
• Um cubo com 1 cm de aresta tem 6cm2 de área e volume de 1
cm3
Superfície Específica

Minerais argílicos, as superfícies específicas assumem os valores:


• Caolinita 10 m2/g
• Ilita 80 m2/g
• Montmorilonita 800 m2/g
Índices de Consistência
• O comportamento de partículas com superfícies
específicas são distintos perante a água e muito
diferenciado
• As partículas de minerais argila se diferem pela
estrutura mineralógica, bem como os cátions
adsorvidos.
• Assim, para a mesma porcentagem de fração argila,
o solo pode ter comportamento muito diferente
dependendo das características dos minerais
presentes.
Índices de Consistência
• Os limites baseiam-se na constatação de que o solo
argiloso ocorre com aspectos bem distintos conforme
o seu teor de umidade:
– Quando muito úmido se comporta com um liquido
– Quando perde parte da água se torna plástico
– Quando mais seco, torna-se quebradiço
Limites de Consistência
• Sendo a umidade de um solo muito elevada, ele se apresenta
como um fluido denso e se diz no estado líquido.
• À medida que evapora a água, o solo endurece e, para um
certo h=LL (limite de liquidez), perde sua capacidade de fluir,
porém pode ser moldado facilmente e conservar sua forma. O
solo encontra-se , agora, no estado plástico.
• A continuar perda de umidade , o estado plástico desaparece
até que , para h = LP (limite de plasticidade),o solo se
desmancha ao ser trabalhado. Este é o estado semi-sólido.
• Continuando secagem, ocorre a passagem gradual para o
estado sólido. O limite entre os dois estados é um teor de
umidade h = LC (limite de contração).
Estados de Consistência

Limite de Limite de Limite de


Liquidez plasticidade Contração
h = LL h = LP h = LC
Limite de Liquidez (LL)
• A determinação do limite
de liquidez (LL ) é feita
pelo aparelho de
Casagrande
• cinzel correspondente ao
tipo de solo

https://www.youtube.com/watch?v=lJaxegudEwA
Ensaio de Limite de Liquidez (LL)

O limite de liquidez (LL) do solo é o


teor de umidade para o qual o sulco h
se fecha com 25 golpes LL 
1,419  0,3 log n
h: umidade (%)
n: número de golpes
Ensaio de Limite de Liquidez (LL)

h
LL 
1,419  0,3 log n
Plasticidade
• A plasticidade é normalmente definida como
uma propriedade dos solos, que consiste na
maior ou menor capacidade de serem eles
moldados, sob certas condições de umidade, sem
variação de volume .
– Um corpo elástico: quando recupera a forma e o
volume primitivos, ao cessar a ação das forças
externas que o deformava;
– Um corpo plástico quando não recupera seu estado
original ao cessar a ação deformante .
Teoria da Plasticidade
• Com base no comportamento do aço doce, criou-se
o material idealmente plástico, cujo diagrama teórico
tensão (σ) - deformação (ε). Onde o trecho OA
corresponde à fase elástica e AB à fase plástica.
Tensão

Deformação
Limite de Plasticidade
• O limite de plasticidade (LP), é determinado pelo cálculo da
porcentagem de umidade para a qual o solo começa a se
fraturar quando se tenta moldar, com ele , um cilindro de 3
mm de diâmetro e cerca de 10cm em de comprimento

Fazer a média das repetições


5% de diferença estatística

Continuação do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?
v=lJaxegudEwA
Índice de Plasticidade
• Denomina-se índice de plasticidade à diferença
entre os limites de liquidez e de plasticidade :

IP  LL  LP
•Quanto maior o IP, mais plástico será o solo.
•Para um material que não tem plasticidade (areia), o IP é nulo e
escreve-se IP = NP (não plástico).
•uma pequena porcentagem de matéria orgânica eleva o valor do LP,
sem elevar simultaneamente o do LL ; tais solos tem baixos valores
para IP.
Índices de alguns solos brasileiros
Classificação dos solos de acordo com o IP

• Segundo Jenkins, os solos poderão ser


classificados em :
– fracamente plásticos . . . . . . . . . . . . 1 < IP < 7
– medianamente plásticos . . . . . . . . . . 7 < IP < 15
– altamente plásticos . . . . . . . . . . . . . IP > 15
Índice de Consistência
• A consistência de um solo no seu estado
natural , com teor de umidade h, é expressa
numericamente pela relação: LL  h
IC 
IP
Segundo o valor de IC ou de R (resistência à compressão simples) as
argilas classificam-se em :
muito moles (vasas) . . IC < 0 ou R < 0,25 kg/cm2
moles . . . . . . . . 0 < IC < 0,50 ou 0,25 < R < 0,5
médias . . . . . . . 0,50 < IC < 0,75 ou 0,5 < R < 1
rijas . . . . . . . . . 0,75 < IC < 1,00 ou 1 <R < 4
duras . . . . . . . . . . IC > 1,00 ou R > 4 kg/cm2
Emprego dos índices de consistência

• São uteis para identificação e classificação dos


solos
• Pode prever o comportamento do solo
• Quanto maior o LL do solo mais compressíveis
(sujeito a recalque)
• Com a compressibilidade expressa pelo índice
de Compressão (Cc), estabeleceu a seguinte
correlação:
Cc = 0,009 . (LL-10)
Limite de Contração (LC)
• A determinação do LC , teor de umidade a partir do qual o solo
não mais se contrai, não continue perdendo peso, é feita tendo
em vista que o índice de vazios da amostra é o mesmo, quer
quando ainda saturada, quer estando completamente seca.

a 1 
LC    100
s  
Ya: Peso Específico da água
Ys: Peso Específico Aparente de um Solo Seco
δ: Densidade relativa de uma partícula
Limite de Contração (LC)
• Um outro modo de calcular o LC decorre da observação da Fig.
6-9, donde se obtém da própria definição do teor de umidade :

( P1  Ps )  (V1  V2 ) a
LC 
Ps
V1  V2
LC  h  a
Ps
Limite de Contração (LC)
• Para medir V2 (volume da pastilha correspondente ao solo
seco), emprega-se o método do deslocamento de mercúrio. O
mercúrio deslocado pelo solo é recolhido numa cápsula e
medido numa proveta graduada.

https://www.youtube.com/watch?
v=9feBclJ088M
Grau de Contração
• Assim se denomina a razão da diferença entre os
volumes inicial ( Vi) e final ( Vf)após a secagem da
amostra, para o volume inicial ( Vi), expressa em
porcentagem:
Vi  Vf
C x100
Vi
solos bons: C < 5%
solos regulares: 5% < C < 1 0%
solos sofríveis: 1 0% < C < 1 5%
solos péssimos: C > 1 5%
Exercícios
1) Na determinação do Limite de Liquidez de um solo, de acordo
com o Método Brasileiro NBR 6459, foram feitas cinco
determinações do número de golpes para que a ranhura se
feche, com teores de umidade crescentes como na tabela a
seguir. Qual o Limite de Liquidez do solo ensaiado?
Exercícios
2) Com a mesma amostra, foram feitas quatro determinações do
Limite de Plasticidade, de acordo com o Método Brasileiro
NBR 7180. Obtiveram-se as seguintes umidades quando o
cilindro com diâmetro de 3 mm se fragmentava ao ser
moldado: 22,3%; 24,2%; 21,9% e 22,5%. Qual o Índice de
Plasticidade do solo ensaiado?
• 3) Com os índices de Atterberg apresentados na
tabela abaixo, estime qual das argilas – a argila
orgânica das baixadas litorâneas ou a argila das
várzeas quaternárias dos rios – deve ser mais
compressiva, ou seja, apresenta maior recalquee
para o mesmo carregamento.
• 4) Para fazer uma analise granulométrica de um
solo, tomou-se uma amostra de 53,25g, cuja
umidade era de 12,6%. A massa especifica dos
grãos do solo era de 2,67g/cm3. A amostra foi
colocada numa proveta com capacidade de um litro
(V= 1000 cm3), preenchida com água. Admita-se,
que a densidade da água é de 1,0g/cm3. Ao
uniformizar a suspensão, qual deve ser a massa
especifica da suspensão? Qual seria a leitura no
densímetro?
• 5) considerando os dados do exercício 4, 15
minutos depois da suspensão ser colocada em
repouso , o densímetro indicou uma leitura
L=13,2. Em relação à situação inicial, quando a
suspensão era homogênea, qual porcentagem
de partículas ainda se encontrava presente na
profundidade correspondente à leitura do
densímetro?
• 6) No ensaio do exercício 5, a leitura de
densímetro acusava a densidade a uma
profundidade de 18,5cm. Qual o maior
tamanho de partícula que ainda ocorria nessa
profundidade? Considerar que o ensaio foi
feito a uma temperatura de 20°C, na qual a
viscosidade da água é de 10,29 x 10-6 g.s/cm2.

Você também pode gostar