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- MECÂNICA DOS SOLOS -

AULA 1: INTRODUÇÃO À
MECÂNICA DOS SOLOS

Prof. Francisco Pereira

2017/2
ESTRUTURA DA AULA
1. Introdução;

2. Origem e formação dos solos;

3. Mineralogia e estruturas;

4. Tipos de solos;

5. Perfis típicos do RS.


INTRODUÇÃO
 Por que o estudo da mecânica dos solos é importante?
INTRODUÇÃO
 Por que o estudo da mecânica dos solos é importante?
• TODAS as obras de engenharia Civil assentam-se ou
apresentam alguma interface com o solo;
INTRODUÇÃO
 Por que o estudo da mecânica dos solos é importante?
• TODAS as obras de engenharia Civil assentam-se ou
apresentam alguma interface com o solo;
• O solo apresenta um comportamento peculiar, e os
modelos teóricos comuns a materiais com
comportamento bem definido (concreto, aço...) não
podem ser aplicados (TERZAGHI, 1936);
INTRODUÇÃO
 Por que o estudo da mecânica dos solos é importante?
• TODAS as obras de engenharia Civil assentam-se ou
apresentam alguma interface com o solo;
• O solo apresenta um comportamento peculiar, e os
modelos teóricos comuns a materiais com
comportamento bem definido (concreto, aço...) não
podem ser aplicados (TERZAGHI, 1936);

Necessidade da criação de uma mecânica


alternativa a mecânica dos sólidos.
INTRODUÇÃO
 Por que o estudo da mecânica dos solos é importante?
• TODAS as obras de engenharia Civil assentam-se ou
apresentam alguma interface com o solo;
• O solo apresenta um comportamento peculiar, e os
modelos teóricos comuns a materiais com
comportamento bem definido (concreto, aço...) não
podem ser aplicados (TERZAGHI, 1936);

Necessidade da criação de uma mecânica


alternativa a mecânica dos sólidos.

o as partículas encontram-se livres para se deslocar;


o os vazios no interior do solo (água e/ou ar),
influenciam o comportamento dos solos;
INTRODUÇÃO
 Quando vamos aplicar a mecânica dos solos?

• tensões aplicadas no solo;

• alívio de tensões no solo ;

• esc. de água nos vazios do solo.


INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;
INTRODUÇÃO
• Fundações
INTRODUÇÃO
• Fundações
INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;
INTRODUÇÃO
• Escavações
INTRODUÇÃO
• Escavações
INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;
INTRODUÇÃO
• Túneis

(UHE Castro Aleves – RS – Brasil)

(Gotthard Tunnel - Suiça)


INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;

• Estruturas de contenção;
INTRODUÇÃO
• Estruturas de contenção
INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;

• Estruturas de contenção;

• Estabilidade de taludes e encostas;


INTRODUÇÃO
• Estabilidade de encostas e taludes

(Rio de Janeiro, 2011)

(RS-115) fonte: Bobermin, 2011.


INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;

• Estruturas de contenção;

• Estabilidade de taludes e encostas;

• Estradas, aeroportos, ferrovias, portos ...


INTRODUÇÃO
• Estradas

(Rodovia do Parque)
INTRODUÇÃO
• Estradas

(Rodovia do Parque)
INTRODUÇÃO
• Estradas

(Rodovia do Parque)
INTRODUÇÃO
• Aeroportos

(Aeroporto Salgado Filho – Porto Alegre)


INTRODUÇÃO
• Ferrovias
INTRODUÇÃO
• Portos

(Porto EMBRAPORT – Santos/SP)


INTRODUÇÃO
• Portos

(Porto EMBRAPORT – Santos/SP)


INTRODUÇÃO
• Portos

(Porto EMBRAPORT – Santos/SP)


INTRODUÇÃO
• Portos

(Porto EMBRAPORT – Santos/SP)


INTRODUÇÃO
• Portos

(Porto EMBRAPORT – Santos/SP)


INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;

• Estruturas de contenção;

• Estabilidade de taludes e encostas;

• Estradas, aeroportos, ferrovias, portos ...

• Barragens;
INTRODUÇÃO
• Barragens

(UHE São Manoel – MT–PA)


INTRODUÇÃO
• Barragens

(UHE São Manoel – MT–PA)


INTRODUÇÃO
• Barragens de rejeito

(Barragem de Germano – 160m, MG)


INTRODUÇÃO
 Exemplo de aplicações da mecânica dos solos na

engenharia civil?

• Fundações;

• Escavações;

• Túneis;

• Estruturas de contenção;

• Estabilidade de taludes e encostas;

• Estradas, aeroportos, ferrovias, portos ...

• Barragens;

• Aterros sanitários.
INTRODUÇÃO
• Aterros sanitários

(Aterro Sanitário, Minas do Leão/RS)


ORIGEM E FORMAÇÃO
DOS SOLOS
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Como são formados os solos?

Os solos são provenientes da deterioração de rochas,

através e um processo denominado intemperismo, ou seja,

a ação do tempo.

 3 Tipos de intemperismo:

• Físico;

• Químico;

• Biológico.
INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• variação de temperatura;

• alívio de pressão;

• crescimento de cristais;

• hidratação de minerais;

• processos físico – biológicos.


INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• variação de temperatura;

o aquecimento e resfriamento da rocha;

o coef. de dilatação diferenciado dos minerais;

o Diaclasamento.

A. provocadas por distensão;


B. Provocadas por compressão.
INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• alívio de pressão

o erosão e remoção de camadas sobrepostas;


INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• alívio de pressão

o erosão e remoção de camadas sobrepostas;

o abertura de túneis, galerias e taludes.


INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• crescimento de cristais;

o soluções salinas podem penetrar nas fissuras das

rochas. Com a presença de vento e sol, a água tende

a evaporar rapidamente, aumentando a concentração

de sais, dando início a formação de cristais.


INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• hidratação de minerais;

o Há cristais que aumentam de volume devido a

hidratação (cristais expansivos), originando tensões

internas que levam ao surgimento de fraturas na rocha;

Ex: Esmectitas em basaltos alterados.


INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• processos físico – biológicos.

o raízes de árvores;

o atividade de animais como:

formigas, minhocas e

roedores (transformam o solo

mais permeável).
INTEMPERISMO FÍSICO
 Processos do intemperismo físico:

• processos físico – biológicos.


INTEMPERISMO QUÍMICO
 Processos do intemperismo químico:

• oxidação e redução;

• hidrólise;

• dissolução;

• processos químico – biológicos.


INTEMPERISMO QUÍMICO
 Processos do intemperismo químico:

• oxidação e redução;
INTEMPERISMO QUÍMICO
 Processos do intemperismo químico:

• hidrólise;

o Responsáveis pela quebra de estrutura química do mineral,

transformando-os em arilominerais (minerais constituídos por

silicatos hidratados de alumínio e ferro, podendo conter elementos

alcalinos (Na, K...) e alcalinos terrosos (Ca, Mg...).


INTEMPERISMO QUÍMICO
 Processos do intemperismo químico:

• dissolução;

o Dissolução de minerais componentes das rochas

(lixiviação);

o Após lixiviado, a solução pode precipitar em outro

ambiente.
INTEMPERISMO
 Resultado dos processos de intemperismo:

• Formação dos solos:

Rocha Degradação física e química Solo Residual

Denudação e transporte por


erosão e deslizamentos

Novo perfil de rocha exposto à degradação

Deposição do material
movimentado

Densificação dos sedimentos acumulados Solo


sedimentar
INTEMPERISMO
 Resultado dos processos de intemperismo:

• Formação dos solos:

partículas de solo + água + ar


FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

1. Material de origem;

2. Clima;

3. Organismos;

4. Relevo;

5. Tempo.
FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

1. Material de origem:

o o material que dá origem ao solo, pode ser

constituído por rochas (magmáticas, metamórficas e

sedimentares) e/ou sedimentos;

o o material de origem assume uma grande

importância visto que as propriedades e

características do solo dependem, em primeiro lugar,

da composição do material de origem


FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

2. Clima:

o As propriedades e características dos solos apresentam

características diferenciadas devido ao clima;

o Ex:

clima tropical: solos bastante intemperizados

clima temperado: solo bem menos intemperizados.


FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

3. Organismos:

o Os organismos influem na formação do solo,

considerando-se que são fornecedores de matéria

orgânica, bem como contribuem com determinados

compostos orgânicos que podem promover a

diferenciação entre alguns solos.


FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

4. Relevo:

o O relevo é um dos condicionantes da penetração da água

no solo, interferindo na intensidade do intemperismo.

o Ex:

Regiões planas e altas: grande penetração de água e


formação de solos profundos;
Área de declive: menor penetração de água e
formação de solo menos espessos;
Áreas baixas: ganho de material transportado.
FORMAÇÃO DOS SOLOS
 Fatores de formação dos solos:

5. Tempo:

o As ações de intemperismo (tanto físico com químico)

demandam tempo para se manifestarem;

o Uma região que está a mais tempo suscetível a um certo

intemperismo, estará mais intemperizada;

o Certas reações demandam mais tempo que outras,

fazendo com que haja solos que demoram mais tempo

para atingirem seu ponto de equilíbrio.


MINERALOGIA E ESTRUTURAÇÃO
MINERALOGIA
 Minerais presentes nas rochas:
MINERALOGIA
 Constituição do solo:

• Solos granulares: provenientes de intemperismo físico.

o são formados por minerais primários.

o silicatos (quartzo, feldspato, mica)

Obs: o conhecimento da composição mineralógica dos

solos granulares é de importância secundária para o

Engenheiro Geotécnico. Nos solos granulares o

comportamento mecânico e hidráulico será definido pela

densidade relativa e pela forma dos grãos.


MINERALOGIA
 Constituição do solo:

• Solos granulares: provenientes de intemperismo físico.


MINERALOGIA
 Constituição do solo:

• Solos argilosos: provenientes tanto do intemperismo físico

quanto do químico.

o podem ser formados por minerais primários (que

assumiram tamanho muito pequeno, típico de argilas) e

por minerais secundários (argilominerais).

o silicatos (alumínio hidratados, magnésio, ferro...)

Obs: o conhecimento da composição química dos argilominerais

é importante pois dele decorre propriedades de plasticidade e

expansibilidade do solo.
MINERALOGIA
 Constituição do solo:

• Solos argilosos: provenientes tanto do intemperismo físico

quanto do químico.
MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 São compostos basicamente por silicatos de alumínio

hidratados, podendo ocorrer eventualmente silicatos de

magnésio, ferro ou outros metais;

 Apresentam estrutura complexa, tendo como unidades

básicas os tetraedros de sílica e os octaedros de alumina;

 Essa unidades básicas se repetem formando lâminas, que

agrupadas formam os argilominerais.


MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 São compostos basicamente por silicatos de alumínio

hidratados, podendo ocorrer eventualmente silicatos de

magnésio, ferro ou outros metais;

 Apresentam estrutura complexa, tendo como unidades

básicas os tetraedros de sílica e os octaedros de alumina;

 Essa unidades básicas se repetem formando lâminas, que

agrupadas formam os argilominerais.


MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 Dependendo da associação que essas unidades venham a

ter, podem ser formados vários tipos de argilominerais, dos

quais pode-se citar 3 grupos básicos:

• Caulinitas;

• Montmorilonitas;

• Ilitas.
MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 Caulinitas:

• Formadas pela combinação alternada de uma lâmina sílica e uma

alumina, que se sobrepõem indefinidamente;

• Não é possível a entrada de

moléculas de água entre as

camadas e nem

fragmentação, dando origem

a argilominerais maiores
MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 Montmorilonitas:

• Formadas pela superposição de uma unidade de alumina, situada

entre duas unidades de sílica;

• A união entre as camadas é frágil, permitindo a penetração da água

ente as camadas, dando origem a argilominerais menores;


MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 Montmorilonitas:

• Argilomineral problemático em engenharia geotécnica:

A penetração da água entre as camadas, afastando as mesmas dá

origem a expansão do argilomineral;


MINERALOGIA – ARGILOMINERAIS
 Ilitas:

• Tem o mesmo arranjo estrutural das montmorilonitas,

entretanto, a presença de íons não permutáveis faz com que a

união entre as camadas seja mais estável.

• Menos expansíveis que as

Montmorilonitas.
TIPOS DE SOLOS
TIPOS DE SOLOS
 Os solos podem ser separados em 2 grandes grupos quanto

ao seu processo de formação:

• Solos residuais: são solos que permanecem no local

onde foram formados, sem sofrer qualquer tipo de

transporte.

• Solos sedimentares: são os solos que sofreram

transporte.
SOLOS RESIDUAIS
 Quanto mais próximo a superfície do terreno, mais

intemperizado está o material;

apresenta maior percentagem de argila

sapros (do grego: deteriorado, podre)

normalmente muito fraturada,


permitindo grande fluxo de água;

Rocha matriz, mantém as

características originais
SOLOS RESIDUAIS
 Efeito do tempo:
SOLOS RESIDUAIS
 Perfil típico de solo residual:
SOLOS SEDIMENTARES
 Classificação de acordo com o agente de transporte:

1. Aluviais (água);

2. Eólicos (vento);

3. Marinhos;

4. Glaciais;

5. Coluviais (gravidade).
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Fluviais;

• Enxurradas;

• Lacustres;

• Deltaicos.
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Fluviais: transportados pelos rios.


SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Fluviais: transportados pelos rios

Os fragmentos de rocha, vão se deteriorando devido aos

impactos que ocorrem no leito do rio e com os outros

fragmentos;
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Fluviais: transportados pelos rios

Devido a variação no regime hidráulico do rio e

mudanças na posição do leito, pode ocorrer deposição

de camadas de argila, silte, areia e cascalho

(alternadamente).
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Fluviais: transportados pelos rios

Devido a variação no regime hidráulico do rio e

mudanças na posição do leito, pode ocorrer deposição

de camadas de argila, silte, areia e cascalho

(alternadaadamente).
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Enxurrada:

o Em solos que estão desprotegidos de vegetação;

o Pequena espessura.
SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Lacustres:

o Solos de lagos e lagunas;

o Ambientes calmos de deposição, formando solos

argilosos e siltosos;

o Ocorre a deposição de matéria orgânica.


SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Deltaicos:

o Formados nas foz dos rios com o mar ou lagos;

o Solos argilosos ou siltosos, mas podem possuir

lentes de areia;

o Ocorre presença de matéria orgânica.


SOLOS SEDIMENTARES
1. Aluviais:

• Deltaicos:
SOLOS SEDIMENTARES
2. Eólicos:

• Transporte pelo vento;

• Solos fofos;

• Solos sem coesão;


SOLOS SEDIMENTARES
3. Glaciais:

• As geleiras arrancam fragmentos de rocha das paredes

do seu canal quando se movimentam e empurram o

material que está a sua frente;


SOLOS SEDIMENTARES
3. Glaciais:
SOLOS SEDIMENTARES
4. Marinhos:

• Ação das ondas sobre a costa litorânea;

• Ao longo das praias a deposição é essencialmente de

areias limpas;

• Nas regiões de manguezais as marés transportam

apenas os sedimentos muito finos e argilosos, que se

depositam incorporando matéria orgânica, dando

origem as argilas orgânicas marinhas.


SOLOS SEDIMENTARES
5. Coluvios:

• Solos que ocorrem em encostas íngremes devido ao

transporte pela gravidade;

• Muito comum ao pé de encostas naturais de granito e

gnaisse;

• Podem ser identificado pela presença de árvores inclinadas

e blocos soltos depositados no pé de encostas.


SOLOS SEDIMENTARES
5. Coluvios:
SOLOS SEDIMENTARES
5. Coluvios:
PERFIS TÍPICOS DO RS
 Aparados da serra:
DÚVIDAS?

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