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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA GEOTÉCNICA

IEC PUC MINAS

Disciplina:

MECÂNICA DOS SOLOS


Professor: Fernanda Yamaguchi Matarazo

fernanda_ym@hotmail.com

ORIGEM, FORMAÇÃO E
ESTRUTURA DOS SOLOS
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REFERÊNCIAS BÁSICAS
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PROGRAMAÇÃO DA AULA DE HOJE

• Introdução à Mecânica dos Solos;


• Intemperismo;
• Formação dos solos;
• Estrutura dos solos granulares;
• Estrutura dos solos finos;
• Granulometria;
• Limites de Attemberg;
• Índices físicos.
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O QUE É A GEOTECNIA
Barragens Túneis
Estabilidade
Mecânica de taludes
das rochas em rodovias
Pavimentação
Mecânica Geologia de Estabilidade
dos Solos Engenharia de taludes na
mineração

GEOTECNIA
GEOTECNIA APLICADA Etc.
Fundações
BÁSICA

Toda estrutura é suportada por solo ou rocha. Aquelas que não estão ou flutuam, ou voam, ou caem. (Handy, 1995)
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HISTÓRICO DA MECÂNICA DOS SOLOS

• Os trabalhos marcantes foram desenvolvidos nos séculos passados, são eles:


• Coulomb (1773) – Influência de forças de atrito e coesão;
• Rankine (1856) – Teoria dos empuxos em maciços;
• Darcy (1856) – Estudo de fluxo através de areias.

• Terzaghi em 1936, apontou que não se podia mais aplicar aos solos leis teóricas
de uso corrente em projetos de materiais bem definidos como o concreto e o
aço.

• Recomendação de leitura: Pág 1 a 10 – Livro de Braja M. Das


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CONCEITUAÇÃO DE SOLO
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CONCEITUAÇÃO DE SOLO
• O solo é um sistema trifásico (partículas + água + ar) de agregados não
cimentados de grãos minerais e matéria orgânica decomposta.

Em alguns casos pode ocorrer uma pequena


cimentação das partículas, mas num grau
extremamente mais baixo quando comparado
aos cristais de uma rocha.
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CONCEITUAÇÃO DE SOLO

• Quais as principais propriedades do solo de interesse para a geotecnia?

RESISTÊNCIA COMPRESSIBILIDADE PERMEABILIDADE


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ORIGEM DOS SOLOS

• Todos os solos originam-se da decomposição das rochas que constituíam


inicialmente a crosta terrestre.

A decomposição acontece
devido ao intemperismo
químico, físico e biológico.
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INTEMPERISMO

• É um conjunto de processos que ocasionam a desintegração (ação física) e a


decomposição (ação química) das rochas e dos mineiras.
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INTEMPERISMO

• Não existe rocha alguma que possa escapar à sua ação.

Intemperismo físico-químico
de rocha basáltica
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INTEMPERISMO

O intemperismo difere da erosão por ser um fenômeno de alteração das rochas,


executado por agente essencialmente imóvel, enquanto a erosão é a remoção e
transporte dos materiais por meio móveis.

INTEMPERISMO EROSÃO
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INTEMPERISMO

Produto final do intemperismo: regolito ou manto de decomposição.


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INTEMPERISMO
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TIPOS DE INTEMPERISMO
INTEMPERISMO FÍSICO

Consiste basicamente na desagregação da rocha, com separação dos grãos minerais


que a compõem e fragmentação da massa rochosa original.

CRIOCLASTIA TERMOCLASTIA AÇÃO FÍSICA RAÍZES


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TIPOS DE INTEMPERISMO
INTEMPERISMO QUÍMICO

A maior parte das rochas que hoje afloram formou-se em ambiente muito diferente
daquele que há na superfície terrestre atual, onde pressão e temperatura são baixas
e onde a água e o oxigênio são muito abundantes.
Como consequência, os minerais que formam essas rochas estão hoje em
desequilíbrio químico e tendem a se transformar em outros, mais estáveis.
O principal agente do intemperismo químico é a água, que, absorvendo o CO² da
atmosfera, adquire características ácidas.
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TIPOS DE INTEMPERISMO
INTEMPERISMO QUÍMICO

1. HIDRÓLISE - Processo geoquímico de decomposição de mineral silicato na presença


de solução aquosa levemente ácida, formada pela dissolução do gás carbônico. (
𝐻! 𝑂 + 𝐶𝑂! → 𝐻! 𝐶𝑂" );
2. HIDRATAÇÃO - Processo em que um mineral incorpora moléculas de água, que
passam a fazer parte de sua estrutura cristalina dando origem a outro mineral;

3. DISSOLUÇÃO – Solubilização completa de um mineral (ocorre frequentemente com


os carbonatos);

4. OXIDAÇÃO – Alguns elementos podem mudar seu estado de oxidação e produzir


óxidos e hidróxidos neste processo.
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TIPOS DE INTEMPERISMO
INTEMPERISMO QUÍMICO

CARBONATAÇÃO OXIDAÇÃO
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FORMAÇÃO DOS SOLOS

CHIOSSI (1979)
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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM


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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM

RESIDUAL

SOLO RESIDUAL MADURO


SOLO LATERÍTICO

SOLO RESIDUAL JOVEM


SOLO SAPROLÍTICO

ROCHA ALTERADA
SAPRÓLITO

ROCHA SÃ
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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM

• RESIDUAL

Solo residual maduro - camada superficial de solo; perdeu toda a estrutura


SOLO RESIDUAL MADURO original da rocha mãe e tornou-se relativamente homogêneo;
SOLO LATERÍTICO
Solo residual jovem - solo que mantém a estrutura original da rocha mãe,
SOLO RESIDUAL JOVEM inclusive fissuras e xistosidade, mas perdeu a consistência da rocha.
SOLO SAPROLÍTICO
Apresenta pequena resistência ao manuseio;
ROCHA ALTERADA
Rocha alterada - horizonte em que a alteração progrediu ao longo de
SAPRÓLITO fraturas ou zonas de menor resistência, deixando grandes blocos da rocha
original. Os minerais encontram-se alterados e descoloridos;
ROCHA SÃ Rocha sã - rocha de origem (mãe). Apresentam os minerais sãos ou
praticamente sãos, com suas cores e resistências originais pouco afetadas.
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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM


Horizonte 0: Camada orgânica superficial,
drenado com cor escura;

Horizonte A: Constituído, basicamente, de


rocha alterada e húmus, sendo a região
onde se fixa a maior parte das raízes e
vivem organismos decompositores e
HORIZONTE 0 detritívoros;
HORIZONTE A
Horizonte B: camada mineral constituída
HORIZONTE B de quantidade reduzida de matéria
orgânica, acúmulo de compostos de ferro
e minerais resistentes, como o quartzo.
HORIZONTE C Pode ser atingido por raízes mais
profundas;
Horizonte C: Camada mineral pouco ou
parcialmente alterada;

HORIZONTE R Horizonte R: Rocha não alterada que deu


origem ao solo.
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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM

TRANSPORTADO

PERFIL TÍPICO
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TIPOS DE SOLOS QUANTO SUA ORIGEM

A cor vermelha, amarela e alguns


Cores mais escuras, como o cinza Cores mais claras indicam a
tipos de marrom, em geral,
e preto, podem indicar solos presença de minerais tais como a
indicam produtos de um
orgânicos gipsita, sílica, ou caulinita.
intemperismo químico.

Vermelho escuro – presença de


óxido de ferro não hidratado
(hematita)

Tonalidades mais claras de


amarelo e marrom indicam o
óxido de ferro hidratado.
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SOLOS TROPICAIS
São aqueles que apresentam peculiaridades de propriedades e de comportamento, em
decorrência da atuação nos mesmos de processos geológicos e/ou pedológicos, típico
das regiões úmidas.

Nas regiões tropicais são encontrados os solos lateríticos, saprolíticos e transportados.


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SOLOS LATERÍTICOS

São solos superficiais, típicos das partes


bem drenadas das regiões tropicais úmidas.

No processo de laterização há um
enriquecimento no solo de óxidos
hidratados de ferro e/ou alumínio e a
permanência da caulinita como
argilomineral predominante e quase
exclusivo, por isso possuem uma coloração
típica: vermelho, amarelo, marrom e
alaranjado.
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SOLOS SAPROLÍTICOS

• São que resultam da decomposição e/ou desagregação “in situ” da rocha matriz,
mantendo ainda de maneira nítida a estrutura da rocha que lhe deu origem.
• Constituem a parte subjacente à camada de solo laterítico.

SOLO RESIDUAL MADURO


SOLO LATERÍTICO

SOLO RESIDUAL JOVEM


SOLO SAPROLÍTICO

ROCHA ALTERADA
SAPRÓLITO

ROCHA SÃ
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TAMANHO DAS PARTÍCULAS


A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que o
compõe.

Num solo convivem partículas de diversos


tamanhos.
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FORMATO DOS GRÃOS

PARTICULAS GRANULARES PARTICULAS DE ARGILA


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ESTRUTURA DOS SOLOS


Componentes da estrutura do solo

Tamanho e Química das três


Tamanho dos
Mineralogia arranjo físico fases
poros
constituintes
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ESTRUTURA DOS SOLOS

FORÇAS ATUANTES NA ESTRUTURA DO SOLO

FÍSICO-QUÍMICAS DE
GRAVITACIONAIS INTERAÇÃO INTERPARTÍCULAS

DEPENDEM DA DIMENSÃO DAS DEPENDEM DAS FORÇAS DE


PARTÍCULAS SUPERFÍCIE E DO MEIO ONDE
OCORREM

SOLOS GRANULARES SOLOS FINOS


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ESTRUTURA DOS SOLOS GRANULARES


Estrutura fofa e compacta supondo grãos esféricos e uniformes:

Nas estruturas de solos granulares prevalece a força intergranular e a gravidade no


caso de sedimentação;
O comportamento mecânico é determinado pelo estado de compacidade.

CR Compacidade
(𝑒#á% − 𝑒&'( ) Abaixo de 0,33 Areia fofa
𝐶𝑅 = Entre 0,33 e 0,66 Areia de compacidade média
(𝑒#á% − 𝑒#)& )
Acima de 0,66 Areia compacta
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ESTRUTURA DOS SOLOS GRANULARES


COMO O ESTADO DE COMPACIDADE INFLUENCIA AS TRÊS
PROPRIEDADES IMPORTANTES DO SOLO?

Para e= 0,65, qual será a compacidade das areias A e B?


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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

- - - - - - - - - - - - - -
+ +
+ ARGILA +
+ +
w - - - - - - - - - - - - - -

CAMPO
REPULSIVO ESTRUTURA DISPERSA

CAMPO
ATRATIVO ESTRUTURA FLOCULADA

w
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

Argilas são constituídas de partículas lamelares de mica e argilominerais.

UNIDADES ESTRUTURAIS BÁSICAS

TETRAÉDRICA DE SÍLICA OCTAEDRO DE ALUMINA


(𝑆) 𝑂! ) [𝐴𝑙(𝑂𝐻)" ]

CAULINITA ILITA MONTMORILONITA


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ARGILOMINERAIS - CAULINITA

Formada por lamelas de Si e Al com forte ligação entre as placas.

Formam um mineral estável, não permitindo a penetração de moléculas de água


entre elas, não ocorrendo o inchamento ou contração do solo.
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ARGILOMINERAIS - MONTMORILONITA

A ligação é frágil, facilmente quebrada com introdução de moléculas de água.

A introdução de água entre as


placas aumenta a sua espessura,
gerando a expansão.

Ex. Bentonita, altamente plástica e expansiva, utiliza da na construção de paredes


diafragma, estabilização de escavações, selamento de piezômetros, etc.
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ARGILOMINERAIS - ILITA

Formada por lamelas de Al entre duas de Si e moléculas coesas através de íons de


potássio (K), resultado em solos mais estáveis que a montmorilonita.

Solos que contém este argilo-mineral têm comportamento estável, não apresentando
expansões nem contrações elevadas.
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ARGILOMINERAIS

• O comportamento das argilas seria menos complexo se não ocorresse imperfeições


na sua composição mineralógica.

Essas mudanças não alteram a estrutura do átomo, mas as partículas ficam com uma carga
negativa.
A liberdade de movimento das placas (camadas) explica a elevada capacidade de absorção
de água de certas argilas, sua expansão quando umedecidas e sua contração quando secas.

O tipo de cátion presente na argila condiciona seu comportamento, daí a diversidade de


comportamento das argilas e a dificuldade de correlaciona-los por meio de índices físicos.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


COMPONENTES MINERAIS NÃO ARGÍLICOS

QUARTZO FELDSPATOS CALCITAS MICAS

Com relação à textura alguns destes minerais não argílicos podem ocorrer com diâmetros
menores do que 0,002 mm, alterando a porcentagem da fração argila do solo.

Se esta porcentagem for superior a 25 % a influência destes minerais se manifesta na


redução da plasticidade e contração e nos valores obtidos no ensaio de compactação.

Se a porcentagem de ocorrência for grande e os minerais não argílicos forem bem


graduados eles poderão determinar as características do solo, não tendo importância os
argilominerais presentes.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

SISTEMA SOLO-ÁGUA

COESÃO
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

SISTEMA SOLO-ÁGUA

Com a elevação do teor de água, forma-se no


entorno das partículas a conhecida camada dupla.

É a camada em torno das partículas na qual as moléculas de água estão atraídas a íons
do solo e ambos à superfície da partícula.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


SISTEMA SOLO-ÁGUA-AR
Quando o solo não se encontra saturado, o ar pode preencher os vazios do solo.

As moléculas de água, no contato com o ar, orientam-se em virtude da diferença de


atração química das moléculas adjacentes.

Esse comportamento é medido pela tensão superficial,


essa superfície de contato apresenta uma curvatura,
indicando que a pressão nos dois fluídos não é a mesma.

Essa diferença de tensão é chamada de tensão de


sucção.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


MUDANÇAS NA ESTRUTURA DAS ARGILAS

A partir de uma estrutura inicial, fatores de alteração como pressão, tempo, mudanças
ambientais, amolgamento, levam a formação de uma estrutura final.
Ex: Uma estrutura floculada sobre pressão passa a ser dispersa.

Algumas propriedades das argilas que são afetadas por mudanças na estrutura:
• Sensibilidade;
• Tixotropia;
• Atividade coloidal;
• Índice de consistência.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

SENSIBILIDADE

𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜


𝑆= Este índice indica que, se a argila vier a
𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑙𝑔𝑎𝑑𝑜 sofrer uma ruptura, sua resistência após
essa ocorrência será bem menor.
Sensibilidade (S) Classificação
1 Insensitiva Uma argila amolgada, quando deixada
1a2 Baixa sensibilidade em repouso, volta a ganhar resistência,
2a4 Média sensibilidade mas não atinge sua resistência original.
4a8 Sensitiva Ler material disponível
˃8 Ultrasensitiva (quick clay) CANVA/TEAMS
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

TIXOTROPIA
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

ATIVIDADE COLOIDAL
Influência do argilo-mineral nas propriedades da argila, calculada pela relação entre o
índice de plasticidade (IP = LL - LP) e a porcentagem de partículas com diâmetros menores
do que 0,002 mm (% em peso).
AC Classificação
< 0,75 Inativa
𝐼𝑃 0,75 – 1,25 Normal
𝐴=
% < 0,002 > 1,25 Ativa
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
Situa o teor de umidade do solo no intervalo de interesse na prática

Consistência IC
𝐿𝐿 − 𝑤 Mole ˂ 0,5
𝐼𝐶 = Média 0,5 a 0,75
𝐿𝐿 − 𝐿𝑃
Rija 0,75 a 1
Dura ˃1
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

O QUE DETERMINA O COMPORTAMENTO DO SOLO ARGILOSO


QUANTO À RESISTÊNCIA, PERMEABILIDADE E COMPRESSIBILIDADE?
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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

HORA DO
QUIZ!
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

PLASTICIDADE
Os solos finos possuem pequenas dimensões, assim sua relação entre a área superficial
das partículas e o seu volume é grande.
Os grãos ficam ligados entre si pela ação da água, por forças capilares que lhes
emprestam uma resistência a esforços externos que chamamos de coesão. Por isso os
solos finos são chamados de solos coesivos.
Devido a forma dos grãos lamelares, eles podem deslizar uns sobre os outros quando o
solo é deformado por ação de uma força externa.
O teor de umidade do solo influi também nas distâncias relativas entre as superfícies
das partículas, alterando a força de atração entre essas.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


ÍNDICES DE CONSISTÊNCIA

Quando uma argila é remoldada, o seu estado pode ser expresso por seu índice de
vazios, como é muito comum que as argilas se encontrem saturadas, o estado em que
a argila se encontra costuma ser expresso pela umidade (w).
É necessário analisar os teores de umidade com comportamentos semelhares, esses
teores são os índices de consistência (ou limites de Atterberg).
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


ÍNDICES DE CONSISTÊNCIA

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE LIQUIDEZ
NBR 6459:2016 - Solo - Determinação do limite
de liquidez
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE LIQUIDEZ Teor de umidade no qual se fecha
NBR 6459:2016 - Solo - Determinação do limite uma ranhura de 1 cm feita no
de liquidez solo disposto em uma concha
metálica, por meio de 25 golpes,
a uma velocidade constante.
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NBR 6459:2016 - Solo - Determinação do limite
LIMITE DE LIQUIDEZ de liquidez

CLIQUE
AQUI

Mecânica dos Solos aplicada à Geotecnia


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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE LIQUIDEZ
NBR 6459:2016 - Solo - Determinação do limite
de liquidez

Mecânica dos Solos aplicada à Geotecnia


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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE PLASTICIDADE O LP é o menor valor de umidade com
NBR 7180:2016 - Solo — Determinação o qual molda-se um cilindro de solo
do limite de plasticidade executado com a palma da mão, por
meio de movimentos regulares de
vaivém, sobre uma placa de vidro fosco,
com dimensões padrões: 𝝓= 3mm, e L
= 10cm.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE PLASTICIDADE NBR 7180:2016 - Solo — Determinação
do limite de plasticidade

CLIQUE
AQUI

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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


LIMITE DE PLASTICIDADE NBR 7180:2016 - Solo — Determinação
do limite de plasticidade

Mecânica dos Solos aplicada à Geotecnia


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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

ÍNDICE DE PLASTICIDADE
O IP indica a quantidade de água
necessária para que o solo passe do

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃
estado plástico para líquido.

1 < IP < 7 – FRACAMENTE PLÁSTICOS


7 < IP < 15 – MEDIANAMENTE PLÁSTICOS
IP > 15 – ALTAMENTE PLÁSTICOS
Jenkins
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


ÍNDICE DE PLASTICIDADE
𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃

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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

Limite de Plasticidade – LP
Argilominerais Limite de Liquidez – LL (%)
(%)

Montmorilonita 100 - 900 50 - 100

Ilita 60 - 120 35 - 60

Caulinita 30 - 110 25 - 40

Mitchell, 1976
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA Consistência IC


Muito Mole IC < 0
𝐿𝐿 − 𝑤 Mole 0 < IC ˂ 0,5
𝐼𝐶 = Média 0,5 < IC < 0,75
𝐿𝐿 − 𝐿𝑃
Rija 0,75 < IC < 1
Dura IC ˃ 1

Os índices de consistência não têm significado quando aplicado a solos não saturados, pois
eles podem estar com elevado índice de vazios, baixa resistência e baixa umidade, o que
indicaria um IC alto.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS

ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA

Muito moles – as argilas que escorrem com facilidade entre os dedos, se apertadas nas
mãos;
Moles – as que são facilmente moldadas pelos dedos;
Médias – as que podem ser moldadas pelos dedos;

Rijas – as que requerem grande esforço para serem moldadas pelos dedos;

Duras – as que não podem ser moldadas pelos dedos e que, ao serem submetidas a um
grande esforço, desagreguem-se ou perdem sua estrutura original.
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ESTRUTURA DOS SOLOS FINOS


CARTA DE PLASTICIDADE DE CASAGRANDE

LL – constante LL – crescente
Características
LP - crescente LP - constante
Compressibilidade Praticamente nula Cresce
Permeabilidade Decresce Cresce
Plasticidade Cresce Decresce
Resistência no
Cresce Decresce
estado seco
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LIMITE DE LIQUIDEZ
Na determinação do limite de liquidez de um solo, de acordo com a NBR 6459, foram feitas cinco
determinações do número de golpes para que a ranhura se feche, com teores de umidade
crescentes e, obtidos os resultados abaixo. Qual o limite de liquidez desse solo?

Tentativa Umidade (%) Número de golpes

1 51,3 36
2 52,8 29
3 54,5 22
4 55,5 19
5 56,7 16
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LIMITE DE LIQUIDEZ
Na determinação do limite de liquidez de um solo, de acordo com a NBR 6459, foram feitas cinco
determinações do número de golpes para que a ranhura se feche, com teores de umidade
crescentes e, obtidos os resultados abaixo. Qual o limite de liquidez desse solo?

LL

Umidade Número de 57
Tentativa
(%) golpes 56

1 51,3 36 55 LL=54%
54
2 52,8 29
53
3 54,5 22 52
4 55,5 19 51

5 56,7 16 50
0 5 10 15 20 25 30 35 40
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LIMITE DE PLASTICIDADE
Para a mesma amostra anterior foram feitas quatro determinações do limite de plasticidade, de
acordo com a NBR 7180, e obtiveram-se as seguintes umidades quando o cilindro com diâmetro de
3 mm se fragmentava ao ser moldado:

Umidade 1 Umidade 2 Umidade 3 Umidade 4


22,3% 24,2% 21,9% 22,5%

Qual o limite de plasticidade desse solo? Qual o Índice de plasticidade?

De acordo com a NBR - Difere mais do que 5%


22,3 + 24,2 + 21,9 + 22,5 da média, valor deve ser desconsiderado
𝐿𝑃 = = 22,7%
4
22,3 + 21,9 + 22,5
𝐿𝑃 = = 22,2%
3

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 = 54 − 22,2 = 31,8%
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


Para a identificação dos solos a partir das partículas que os constituem, são
empregados dois tipos de ensaio:
• Análise granulométrica;
• Índice de consistência.
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – NBR 7181

É a determinação do tamanho das partículas do solos e é divido em duas etapas:


1. Peneiramento (φ > 0,075mm);
2. Sedimentação (φ < 0,075mm);.
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – SEDIMENTAÇÃO
Quando há interesse na parcela fina do solo, emprega-se a técnica de
sedimentação, que baseia-se na lei de Stokes.
Valor muito pequeno
!! "!" &
• 𝑣= 𝐷
#$%
Onde:
v é a velocidade de queda da partícula;
𝛾* é o peso específico do material;
𝛾+ é o peso específico da água;
μ é a viscosidade do fluído;
D é o diâmetro da partícula.
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – CURVA GRANULOMÉTRICA
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – CURVA GRANULOMÉTRICA

A curva não mostra apenas a variação de tamanho das partículas, mas também o tipo
de distribuição:

CURVA A - UNIFORME

CURVA B – BEM GRADUADA

CURVA C – MAL GRADUADA


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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – CURVA GRANULOMÉTRICA
• Uniforme: maioria dos grãos tem o mesmo
tamanho.

• Mal graduado ou aberta: não possui


alguns diâmetros em sua composição.

• Bem graduado: o tamanho das partículas são


distribuídos em uma ampla faixa.
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


ENSAIO DE GRANULOMETRIA – CURVA GRANULOMÉTRICA

Através da curva granulométrica é possível determinar 3 parâmetros:

• Diâmetro efetivo (D10)

,!"
• Coeficiente Não Uniformidade (CNU): 𝐶𝑁𝑈 =
,#"

,²$"
• Coeficiente de Curvatura (Cc): 𝐶𝑐 = ,
!" ,#"
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IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS


Identifique o tamanho das partículas que compõem o material de acordo com sua curva granulométrica:
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GRANULOMETRIA DOS SOLOS

Na curva granulométrica abaixo são


apresentadas dois ensaios de
granulometria por peneiramento e
sedimentação de uma amostra de solo:
Um realizado de acordo com a NBR 7181 e
o outro sem adição de defloculante na
preparação da amostra. Como interpretar
a diferença de resultados?
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GRANULOMETRIA DOS SOLOS


ÍNDICES FÍSICOS
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ÍNDICES FÍSICOS
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ÍNDICES FÍSICOS

UMIDADE ÍNDICE DE VAZIOS POROSIDADE


É a relação entre o peso da Relação entre o volume de Relação entre o volume de
água e o peso dos sólidos. vazios e o volume das vazios e o volume total.
partículas sólidas.
"! /%
𝑤= x 100 (%) 𝑉. 𝑛= /
x 100 (%)
""
Os teores de umidade 𝑒=
𝑉* Valores variam de 30 a 70%.
dependem do tipo de solo
e situam-se geralmente Costuma situar-se entre 0,5 Não pode ser 0 ou maior
entre 10 e 40%, podendo e 1,5, mas argilas orgânicas que 100%.
ocorrer valores muito podem ocorrer índices de
baixos (solos secos) ou vazios superiores a 3.
muito altos (150% ou
mais).
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ÍNDICES FÍSICOS
PESO ESPECÍFICO NATURAL
PESO ESPECÍFICO DOS Relação entre o peso total
GRAU DE SATURAÇÃO
GRÃOS OU SÓLIDOS do solo e seu volume total.
Relação entre o volume de
água e o volume de vazios. É uma característica dos
sólidos e é uma relação 𝑃
#!
entre o peso das partículas 𝛾& =
𝑆= x 100 (%) 𝑉
## sólidas e o seu volume
Não é determinado PESO ESPECÍFICO SECO
diretamente, mas 𝑃*
𝛾* = Relação entre o peso de
calculado. 𝑉*
sólidos e o volume total.
Varia de 0 (solo seco) a
É determinado em 𝑃*
100% (solo saturado). 𝛾0 =
laboratório para cada solo. 𝑉
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CÁLCULO DO ÍNDICE DE ESTADO

Há três ensaios que possibilitam o cálculo de todos os índices físicos importantes,


são eles:

1. Massa específica natural do solo;


2. Massa específica dos sólidos ou grãos;
3. Teor de umidade.
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CÁLCULO DO ÍNDICE DE ESTADO

Com o esquema, correlações são obtidas, e outras resultam


diretamente da definição dos índices:
𝑒 𝛾" (1 + 𝑤)
𝑛= 𝛾! =
1+𝑒 1+𝑒

𝛾" + 𝑒𝛾& 𝛾"


𝛾"$% = 𝛾# =
1+𝑒 1+𝑒

Outras resultam de deduções, a sequência natural dos


cálculos, a partir de valores determinados em laboratório:

𝛾! 𝛾"
𝛾# = 𝑒= −1 𝛾" 𝑤
1+𝑤 𝛾# 𝑆=
𝑒 𝛾&
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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

HORA DO QUIZ!
RETIRADA DE AMOSTRAS E
ENSAIOS DE
CARACTERIZAÇÃO
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RETIRADA DE AMOSTRAS

Escavação até a Retirada de Escavação para a


Demarcação do retirada da
local de coleta profundidade amostra amostra
desejada deformada indeformada

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RETIRADA DE AMOSTRAS

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NBR 9604:2016 : Abertura de poço e trincheira
RETIRADA DE AMOSTRAS de inspeção em solo, com retirada de amostras
deformadas e indeformadas — Procedimento

CLIQUE
AQUI

Demarcação do
local de coleta

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CHEGADA DO BLOCO NO LABORATÓRIO

Imagens retiradas do vídeo LABGEO- Amostragem, teor de umidade e massa específica natural do solo

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ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO

• Massa específica natural;


• Teor de Umidade;
• Massa Específica dos grãos;
• Granulometria;
• Limites de Attemberg;
• Índice de vazios máximo e mínimo;
• Permeabilidade.

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ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO NBR 6457:2016 - Amostras de solo —


Preparação para ensaios de compactação e
ensaios de caracterização

CLIQUE
AQUI

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TEOR DE UMIDADE

"!
𝑤= x 100 (%) Pw – Peso da água
"" Ps – Peso do solo

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MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS

CLIQUE
AQUI

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MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS

𝑀' = 𝑀()* + 𝑀& + 𝑀" 𝑀"


𝜌" = ∗ 𝜌&
𝑀' = 𝑀()* + 𝑀& 𝑀" − 𝑀' + 𝑀"

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ÍNDICE DA VAZIOS MÁXIMO E MÍNIMO

NBR 16840:2020 - Solo — Determinação do índice de vazios máximo de solos não coesivos
NBR 16843:2020 - Solo — Determinação do índice de vazios mínimo de solos não coesivos

𝑉.
𝑒=
𝑉*

𝑉 − 𝑉*
𝑒=
𝑉*

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