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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Barragens

MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULA 1 – ORIGEM, FORMAÇÃO, ÍNDICES


FÍSICOS E CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS

PROF. ROMERO CÉSAR GOMES


Aula 1

PROPRIEDADES
DOS SOLOS

FÍSICAS MECÂNICAS

Índices granulometria resistência ao


compactação permeabilidade compressibilidade
físicos e plasticidade cisalhamento

comportamento tensão - deformação


Aula 1A

 1.1 Origem e Ciclo das Rochas


 1.2 Intemperismo Físico e Químico
 1.3 Solos Residuais e Solos Transportados
 1.4 Índices Físicos dos Solos
 1.5 Implicações na Prática da Engenharia
Origem e Ciclo das Rochas

O domínio de atuação da Engenharia Geotécnica envolve uma parte muito reduzida do globo terrestre, compreendendo a parte
mais superficial da crosta (espessura variável entre 10km e 35km, podendo alcançar até 60 km) e a cobertura de depósitos de
sedimentos.

0 km
sedimentos oceano
10 km
20 km
crosta 30 km
40 km
50 km

manto

10-35 km

12500 km
Origem e Ciclo das Rochas

ÍGNEAS ou
MAGMÁTICAS

SEDIMENTARES

METAMÓRFICAS

(Copeland e Dupré, 2004) (nova composição mineralógica e/ou textural)


Origem e Ciclo das Rochas
Formação de Rochas Ígneas

magma rochas ígneas

andesito
granito

Solidificação

riolito basalto
Formação de Rochas Ígneas
(Série de Bowen)

maior resistência ao intemperismo


menor temperatura de cristalização

Norman Bowen (1887 – 1956)


Formação de Sedimentos

rochas ígneas (ou outras) sedimentos

Intemperismo
Formação de Rochas Sedimentares

(diagênese)
sedimentos rochas sedimentares

compactação
cimentação
cristalização

brecha
arenito

conglomerado calcário
Formação de Rochas Metamórficas

rochas ígneas (ou outras) rochas metamórficas

filito
Metamorfismo
(calor e pressão)

gnaisse
quartzito
Origem e Ciclo das Rochas

Soils

(Das, 1998)
Origem e Ciclo das Rochas

• rochas = agregados minerais


Minerais mais comuns nas rochas

% em peso na crosta

O = 49,2
Si = 25,7 82,4%
Al = 7,5
Fe = 4,7
Ca = 3,4
Na = 2,6
K = 2,4
Mg = 1,9
outros = 2,6
* silicatos

Cerca de 90% dos minerais que constituem as rochas da crosta terrestre são silicatos
Intemperismo

Processos físico – químicos de transformação das rochas pré-existentes da crosta terrestre

Clima

Relevo

Fatores Intervenientes Rocha de Origem

Atividade Biológica

Tempo de Exposição
Processos de Intemperismo
Processos de Intemperismo

FÍSICO QUÍMICO

Fragmentação e desagregação Decomposição dos minerais


das rochas das rochas

águas de percolação
(5  pH  9)
Processos de Intemperismo

I. Processos Físicos de Intemperismo


 desconfinamento por erosão
 variações térmicas de expansão e contração (esfoliação)
 congelamento da água / cristalização de sais
 processos físicos-biológicos (ação de raízes)
II. Processos Químicos de Intemperismo
 hidrólise
– quebra da estrutura cristalina dos minerais por íons H+ e OH- dissociados da água
 quelação
– processos de complexação e remoção de íons metálicos.
 troca catiônica
– formação dos minerais de argila
 oxidação (Fe2+ para Fe3+) e redução (Fe2+ mantém-se estável)
 dissolução (relevos cársticos)
Intemperismo Físico
Exemplos de Intemperismo Físico

esfoliação

processos
biológicos desagregação
Intemperismo Químico

Reação Geral:

Mineral I + solução de alteração Mineral II + solução de lixiviação

• temperatura
• superfície exposta
• presença de água e/ou ácidos
Exemplo de Intemperismo Químico

hidrólise parcial

feldspato + água + ácido carbônico


potássico

argilo-minerais + íons dissolvidos

caulinita
Exemplo de Intemperismo Químico
oxidação: água com oxigênio dissolvido

pirita
Efeitos do Intemperismo Químico
Solos Residuais e Transportados

I. Solos Residuais
– são aqueles depositados nas vizinhanças imediatas da rocha de origem (rocha matriz)

- típicos de regiões com estações bem definidas e elevadas precipitações;


- comportamento geotécnico de difícil caracterização em geral

Saprolito: preservação das estruturas originais da rocha.


Solo residual: perda completa das estruturas originais

II. Solos transportados


– são aqueles movimentados e depositados em outros locais

- caracterizados pelos mecanismos de transporte;


- comportamento geotécnico de mais fácil caracterização
Solos Residuais

Pedogênese: processos físico-químicos responsáveis pela evolução e diferenciação dos horizontes de um solo:

reações de adição, remoção, translocação e transformação de elementos

• processos pedogenéticos: dessilicação, ferralitização, latolização, eluviação, iluviação, gleização, carbonatação, salinização,
podzolização, paludização, turbação

A Perfil de um Solo Residual Tropical


B
• Horizonte A: adição de matéria orgânica
horizonte • Horizonte B: solo laterítico - concentração de argila e de
B/C
de transição óxidos de Fe e Al (laterização)
matacões
C • Horizonte C: solo saprolítico: preservação de estruturas da
rocha de origem
• Saprolito: rocha alterada, decomposta, fraturada
• Rocha sã (horizonte R)
R
• outra abordagem: horizontes I, II, III, etc
Horizontes de Intemperismo

Solo residual de granito

solo residual VI

rocha completamente
decomposta
V

rocha altamente
decomposta IV

rocha moderadamente
decomposta III

rocha ligeiramente
decomposta
II

rocha sã I
Exemplo de Formação de Solo Residual

solo areno-argiloso (granular e com coesão)


Solos Transportados

(1) Aluviões ou solos aluvionais: transportados e depositados pela


ação de águas correntes;
(2) Coluviões ou solos coluviais: formados pela ação da gravidade
(escorregamentos, por exemplo)
(3) Solos glaciais: transportados e depositados pela ação do gelo;
(4) Solos eólicos: transportados e depositados pela ação do vento
(‘loess’);
(5) Solos lacustres: depositados em condições submersas em lagos e
bacias;
(6) Solos marinhos: depositados em condições submersas nos mares
ou oceanos.
Exemplos de Solos Transportados
Conceito de Solo em Engenharia

solos: materiais passíveis de escavação por processos mecânicos simples, sem a


necessidade de aplicação de técnicas especiais (desmonte por explosivos, por exemplo)

• material de construção
• material de fundação
• material de contenção
Índices Físicos dos Solos

Solo:

minerais • agregado de minerais (sistema particulado)


de argila
• partículas ou grãos minerais

• poros, interstícios ou ‘vazios’

• sistema trifásico: grãos (fase sólida) +

água (fase líquida) + ar (fase gasosa)

• solo saturado, solo seco, solo não saturado


grão

Índices físicos: relações ponderais e volumétricas entre as diferentes fases dos solos
Índices Físicos dos Solos
Índices Físicos dos Solos

V = Vs + Vv
Vv = Vw + Va VV : volume de ‘vazios’
Índices Físicos dos Solos

(1) Teor de Umidade: w (%)

Ww Peso de Água
w .100 .100%
Ws Peso das Partículas Sólidas

Ww
w  Ww  wWs
solos orgânicos: w pode ser > 100%, até 500 % Ws

W  Ws  Ww  Ws  wWs  W  Ws 1  w 
Índices Físicos dos Solos
(2) Índice de Vazios: e

Vv Volume de Vazios
e
Vs Volume das Partículas Sólidas

(3) Porosidade: n (%)

Vv Volume de Vazios .100%


n
V Volume do Solo

(4) Grau de Saturação: S (%)


S = 0%: solo seco
V Volume de Água .100%
S w 0  S  100%: solo não saturado
Vv Volume de Vazios S = 100%: solo saturado
Índices de Vazios dos Solos

Vv Vv n
e  (V)  e 
Vs V  VV 1- n

Vv Vv e
n  (Vs )  n 
V Vs  Vv 1 e

 e 
nV  eVs   V  eVs  V  Vs 1  e 
1 e 

Arranjo cúbico e = 0.91  contração

Arranjo tetraédrico e = 0.56  dilatância


Índices Físicos dos Solos
(5) Peso Específico do Solo Úmido:  (kN/m3)
W Peso do Solo
γ
V Volume do Solo
(6) Peso Específico do Solo Seco: d (kN/m3)
Ws Peso das Partículas Sólidas
γd 
V Volume do Solo
(7) Peso Específico do Solo Saturado: sat (kN/m3)
W Peso do Solo Saturado
γ sat  sat
V Volume do Solo

(8) Peso Específico do Solo Submerso: sub (kN/m3)


γ sub  γ sat  γ w
Valores Típicos de  e sat

(ver aula 4)
Peso Específico Submerso

Princípio de Arquimedes: a força de empuxo atuante sobre um corpo imerso em um fluido


é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

Peso das Partículas Sólidas - Empuxo


sub =
Volume do Solo
NA
E

Ws  γ w Vs Ws  γ w V - Vw 
Vs γ sub   (S  100%)
V V
Ws  γ w V  Ww Ws  Ww  γ w V
ws γ sub  
V V

γ sub  γ sat  γ w
Índices Físicos dos Solos

(9) Densidade das Partículas Sólidas: GS

γs ρ Peso Específico das Partículas Sólidas


Gs   s
γw ρw Peso Específico da Água w = 9,8 kN/m3
w = 1000 kg/m3

Massa
Massa Específica ():  = (kg/m3)
Volume

Peso (kN/m3)
Peso Específico ():  =
Volume
Valores Típicos de GS
Valores Típicos de GS
Relações entre Índices Físicos

Solo saturado: S = 100%  Vv = Vw

Ww = wVw = w eVs ; Ws = sVs = GswVs

Ws  Ww G s  eγ w Vs
γ sat  
Vs 1  e 
logo:
V

G  eγ w γd 
Ws G s γ w

γ sat  s e
1  e  V 1 e

G s - 1γ w
mas γ sub  γ sat  γ w  γ sub  γ' 
1 e

G s - 1γ w  e(S  1)
para S < 100%: γ sub  γ' 
1 e
Relações Básicas entre Índices Físicos
γ  1 - n γ s  nSγ w
γ γ
γd  ; γd  s
1 w 1 e
e n
n ; e
1 e 1- n

G s w  Se ; V  Vs (1  e)

γ sat 
G s  e γ w
; γ sub 
G s  1γ w
1 e 1 e
γs
Gs  ; γ w  9,8 kN / m 3
γw
Relações Básicas entre Índices Físicos
Implicações na Prática da Engenharia

Estabilidade de Taludes
Implicações na Prática da Engenharia

Obras de Terra

aterro compactado
área de empréstimo

1, e1, w1 2, e2, w2


Implicações na Prática da Engenharia

drenagem

Sistemas de Drenagem e Filtração


e

filtração

e

colmatação
Aula 1B

 1.6 Amostragem e Identificação Táctil – Visual dos Solos


 1.7 Características Básicas dos Solos Granulares
 1.8 Características Básicas dos Solos Finos
 1.9 Implicações na Prática da Engenharia
Amostragem dos Solos

• amostras deformadas: representativas dos solos em termos de distribuição


granulométrica e constituição mineralógica.

• amostras indeformadas: representativas dos solos em termos de distribuição


granulométrica, constituição mineralógica, estrutura e teor de umidade.

coleta de blocos indeformados


Amostragem dos Solos
Amostragem dos Solos

amostradores tipo Shelby

2
1
Identificação Táctil – Visual dos Solos

• Exame Táctil
• Exame de Aderência
• Exame de Plasticidade
• Exame de Resistência a Seco
• Exame de Sedimentação em Meio Aquoso
• Exame da Mobilidade da Água Intersticial
Determinação dos índices Físicos da Amostra de Solo:  ; w ; GS

 Peso específico do solo úmido ()

• Solos argilosos: preparação de amostras em formatos


geométricos regulares (cilindros)

• Solos granulares: colocação das amostras em um recipiente


cilíndrico de volume conhecido
d ‘amostras reconstituídas’

h
Determinação dos índices Físicos da Amostra de Solo:  ; w ; GS
(método da balança hidrostática)
W1
solo
γ
Vsolo
W1

Wparaf W2  W1 W  W1
solo + parafina γ paraf    Vparaf  2
Vparaf Vparaf γ paraf = 8,94kN/m3

W2
E
W3  W2 - E  W2 - γ w V  W2  γ w Vsolo  Vparaf 
solo + parafina
imerso em água
 W  W3   W2  W3   W2  W1 
 Vsolo   2   Vparaf ou Vsolo      
γ  
 w   γw   γ paraf 
W2
Determinação dos índices Físicos da Amostra de Solo:  ; w ; GS

Umidade higroscópica: umidade residual de um solo seco ao ar livre

 Teor de Umidade (w)

• Pesagem de uma amostra do solo antes e após a secagem em


estufa (104-105° C)

Peso da cápsula = 16,16 g


Peso (cápsula + solo úmido) = 37,82 g
Peso (cápsula + solo seco) = 34,68 g
Teor de umidade, w = (peso de água) / (peso de solo seco)
= (37,82 – 34,68) / (34,68 – 16,16)
= 0,169
Teor de umidade (%) = 16,9 %
Determinação dos índices Físicos da Amostra de Solo:  ; w ; GS

 Densidade das partículas sólidas (GS)

W1: peso do picnômetro vazio


W2: peso do (picnômetro + solo seco)
W3: peso do (picnômetro + água + solo)
W4: peso do (picnômetro + água)

GS 
W2  W1 
W4  W1   W3  W2 
Características Básicas dos Solos

• frações de solos: ABNT

argila silte areia pedregulho pedra matacão

0,005mm 0,05mm 0,42mm 4,8mm 25 cm

Solos finos Solos granulares

0,075 mm ( 200)
Características Básicas dos Solos Granulares

• partículas (grãos) equidimensionais


• constituintes principais: silicatos, óxidos, carbonatos, sulfatos
• tamanho, forma e textura superficial das partículas
• arranjo e distribuição das partículas (estado de compacidade)

arredondadas Sub-arredondadas

angulares sub-angulares

(Holtz and Kovacs, 1981)


Estados de Compacidade

• Correlação do estado in situ com estados limites;


• comparação do índice de vazios in situ (e) com
valores dos índices de vazios máximo e mínimo do
solo (emin; emax) através do índice:
CR - Compacidade Relativa ou IC: Índice de
Compacidade ou Dr: Densidade Relativa
emin: determinado após uma enérgica compactação
do solo em um molde metálico;
emax : determinado por meio do espraiamento suave
do solo no interior de um molde metálico
Compacidade Relativa CR (ou Densidade Relativa Dr)

0% < CR  15%: areias muito fofas


15% < CR  35%: areias fofas
35% < CR  65%: areias medianamente compactas
65% < CR  85%: areias compactas
85 % < CR  100%: areias muito compactas
Características Básicas dos Solos Finos

• partículas lamelares (estrutura cristalina lamelar);


• superfície específica elevada;
• composição mineralógica (argilomineral presente)
• mecanismos de interação físico-química

superfície da partícula
SS 
peso (ou massa) da partícula
Exemplo:
111cm cube,   2.65g / cm3
6 1cm2 4 Ss é inversamente
Ss   2 .3  10  m 2
/g
1cm  2.65 g / cm
3 3
proporcional ao
111m cube,   2.65g / cm3 tamanho da partícula

6 1m 2
Ss   2.3  m 2 / g
1m  2.65 g / cm
3 3
Características Básicas dos Solos Finos
Valores Típicos de Ss: Superfície Específica

50-120 m2/g (superfície externa)


Montmorillonita
700-840 m2/g (incluindo a superfície da interface)

superfície da interface

Illita
65-100 m2/g

Caulinita

10-20 m2/g
Unidade Tetraédrica Básica

oxigênio

silício

0,26 nm

Si
Unidade Octaédrica Básica

hidroxila ou
oxigênio

alumínio ou
magnésio

0,29 nm

Al
Tipos de Argilo - Minerais

Argilomineral 1:1

unidade tetraédrica

unidade octaédrica

Argilomineral 2:1

unidade tetraédrica

unidade octaédrica

unidade tetraédrica
Tipos de Argilo - Minerais

Al
Si
70-100 Al 0,72 nm 1nm = 10-9 m
lâminas Si
Al
Si
Al
Si

Mitchell, 1993
Tipos de Argilo - Minerais

caulinita

ilita
montmorilonita
Físico – Química das Argilas
coloide: 1m a 1nm
(forças de superfície são determinantes)

• superfície externa ou interfaces - ou +


apresentam em geral cargas negativas;
• as bordas podem apresentar cargas
positivas ou negativas
• atração de cátions presentes na água
intersticial ou mesmo de moléculas de
água (dipolos elétricos)
Cátion

- ou +
Físico – Química das Argilas

- -
- -
- -
moléculas de água: dipolares - -
(dipolos elétricos) - -
- -
- -
Troca Catiônica

• Diferentes tipos e quantidades de cátions são adsorvidos para compensação


do desequilíbrio elétrico das partículas dos argilominerais;
• Este processo depende fundamentalmente das características do meio
(p.ex.: Na e Mg são cátions dominantes em argilas marinhas; em geral, Ca
e Mg são os cátions dominantes);
• Os cátions adsorvidos podem ser permutados por outros (troca catiônica)
Exemplo: Na por Ca (série de afinidade catiônica)

Na Na Na Na Ca Ca
+ 4CaCl2  + 8NaCl
Na Na Na Na Ca Ca

(Lambe and Whitman, 1979)


Capacidade de Troca Catiônica

A capacidade de troca catiônica depende dos seguintes fatores:

(1) Valência (fator primário)


 cátions de maior valência podem substituir cátions de valência menor.
(2) Tamanho do íon
 cátions grandes e não-hidratados ou pequenos e hidratados
apresentam grande afinidade de substituir outros cátions.

Série de Afinidade Catiônica:


Li+<Na+<K+<Rb+<Cs+<Mg2+<Ca2+<Ba2+<Cu2+<Al3+<Fe3+<Th4+

(3) Quantidade relativa


 uma elevada concentração de Na+ pode substituir íons Al3+.
Teoria da Dupla Camada Iônica

-
- cátions
-

decaimento exponencial
-

Concentração
+ -
x distância x
espessura: 10 – 20nm
ânions
Teoria da Dupla Camada Iônica

+ +
+- - + cátions
+ + + ++ - - ++ + + +
+ + + +- - + + + +
+ + + + + + + +
+ + + + + +- -+ + + + + +
+ + + + + - - + + + + + +
+ + + + + + + +
+ + + +- -+ +
+ + +
+ + -+ + +
+
+ + - +
+

+ dupla camada + água livre

• as características da camada dupla dependem da concentração e da valência


dos íons presentes na água, da temperatura e da constante dielétrica do meio;
• água adsorvida x água livre;
• forças de repulsão (cargas superficiais negativas em camadas duplas em contato)
x forças de atração (entre bordas e faces das partículas e devido às forças de Van
der Waals)
• resultante das forças  estrutura complexa dos solos argilosos
Estrutura dos Solos Argilosos

estrutura floculada
aresta-face (AF): bordas com cargas
positivas e faces com cargas negativas
(mais comum)

aresta-aresta (AA)

estrutura dispersa
estrutura agregada

face-face (FF)
(meios com elevada concentração salina)

Solos reais: combinação complexa destas estruturas básicas


Estrutura dos Solos Argilosos

dispersa e defloculada agregada e defloculada

AA floculada e dispersa
AF floculada e dispersa

AF floculada e agregada AA floculada e agregada AF e AA floculada e agregada

(van Olphen, 1991)


Implicações na Prática da Engenharia
(Solos Expansivos)

cátion

argilo-
mineral

cátions hidratados e atuação de


interface seca hidratação da interface elevadas forças de repulsão
(expansão do solo)
Implicações na Prática da Engenharia
(execução de estacas escavadas ou paredes – diafragma)

partícula
Xanthakos, 1991
bentonita

Formação de um ‘cake’ (impermeabilidade das paredes da escavação)

Montmorillonita é o argilo-mineral predominante na bentonita


Implicações na Prática da Engenharia
(estabilização dos solos com cimento)

 concreto  solo - cimento

 todas as partículas são revestidas  nem todas as partículas são revestidas


pelo cimento pelo cimento
 preenchimento dos poros.  não preenchimento dos poros;
 núcleos floculados ou agregados.
Implicações na Prática da Engenharia
(estabilização profunda por injeções)

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