Você está na página 1de 44

ROCHAS SEDIMENTARES

ROCHAS SEDIMENTARES

Intemperismo Erosão Transporte Sedimentação


Deposição

ROCHA SEDIMENTAR Diagênese Soterramento

São rochas originadas pelo intemperismo de rochas


preexistentes. Os produtos detríticos ou químicos do intemperismo
são transportados e depositados nas bacias de sedimentação. Por
meio da diagênese o sedimento é litificado e transformado em
rochas sedimentar.
Características principais

• São rochas formadas na superfície do planeta, e sua


formação está condicionada diretamente aos
processos superficiais;

• Perfazem 5% da crosta terrestre. No entanto, estão


amplamente espalhadas em uma fina camada sobre
rochas ígneas e metamórficas.

• Muitas rochas sedimentares tem alto valor econômico.


Ex: óleo, gás, minério de Cu, Pb, Zn, Fe, Au e Ag.

• Possuem em geral estratificação e/ou estruturas


sedimentares;
• Podem incluir materiais de proveniência biológica, tais
como: carvão, xisto betuminoso, turfa, etc.

• São formados em diferentes ambientes de sedimentação,


tais como: Lagos, desertos, rios, delta e plataforma
continental.
Diagênese

§ conjunto de transformações que o sedimento sofre


após a sua deposição.

§ Transformações em adaptação às novas condições


físicas (pressão, temperatura) e químicas (pH,
pressão d´água).

§ Material original é exclusivamente sedimentar e os


processos de transformação incluem dissoluções e
precipitações a partir das soluções aquosas existentes
nos poros.
Processos diagenéticos são controlados por:

• Composição química do fluido do poro (composição iônica, pH,


salinidade, etc.)

• Temperatura (variando de -40° a > 100°C)

• Pressão de soterramento

• Fatores orgânicos (especialmente microorganismos)

• Taxa de tranferência de fluídos pelos pros

• Mineralogia e textura original do sedimento

• Tempo
Campo de atuação da diagênese
Processos e produtos diagenéticos

Ø Compactação

Representação esquemática das


mudanças introduzidas, por efeito de
compactação mecânica: fechamento
do empacotamento; b) deformação de
grãos; c)quebra de oóides.
Processos e produtos diagenéticos

Ø Compactação
Processo de litificação de sedimentos mais finos, silto-
argilosos (lamitos).

Provocada pela compressão dos sedimentos sob o peso


daqueles sobrepostos, havendo gradual diminuição da
porosidade, expulsão da água intersticial e atração
iônica entre as partículas.
Estilólito – material
Ø Dissolução insolúvel (frequentemente
rico em matéria orgânica)
que torna-se concentrado
ao longo do limite da zona
da rocha dissolvida. São
mais comuns em rochas
carbonáticas que
silicláticas.

Evolução dos tipos de contato


entre grãos terrígenos, durante a
diagênese: a) pontuais; b)
planares; c) côncavo-convexos;
d) saturados.
Processos e produtos diagenéticos

Ø Dissolução
Pode ocorrer sem ou com efeito significativo da pressão
de soterramento.

A dissolução sem pressão ocorre apenas pelo efeito da


percolação de soluções pós-deposicionais, ainda ma
diagênese precoce.

Os minerais suscetíveis ao caráter químico da água


intersticial (comumente alcalina) são corroídos ou
dissolvidos totalmente.
ØCimentação

Desenho esquemático comparando duas distribuições de cimento de quartzo em um arenito: a)


típica de cimentação de porosidade primária (cimentação precoce) e b) típica de cimentação
de porosidade.

Sílica
• Dissolução por pressão
• Dissolução de silicatos instáveis
• Reações diagenéticas que liberem sílica (ex. esmectita e ilita)
• Dissolução de sílica biogênica

Calcita, argila, óxido de Fe (hematita)


Processos e produtos diagenéticos
Ø Cimentação
É a precipitação química de minerais a partir dos íons em
solução na água intersticial.
Ocorre em conjunto com o processo da dissolução, através
do qual a concentração iônica da água é gradualmente
aumentada.
Quanto á composição química , os cimentos mais comuns
são os silicosos (quartzo, calcedônia, quartzina e opala),
os carbonáticos (calcita, calcita ferrosa, ankerita e
siderita), os férricos e ferrosos (pirita, marcassita,
goethita, hematita) e os aluminossilicáticos
(argilominerais – clorita, caulinita, ilita e esmectita).
ØRecristalização

Representação esquemática de carapaças carbonáticas de


pelecípodo sofrendo dois tipos possíveis de recristalização
diagenética: neomorfismo e substituição
Processos e produtos diagenéticos
Ø Recristalização
Designa a modificação da mineralogia e textura cristalina
de componentes sedimentares pela ação de soluções
intersticiais em condições de soterramento.
Dois tipos de modificações são mais comuns: o primeiro é
transformação de aragonita em calcita, dois polimorfos de
carbonato de cálcio. Esse tipo de crecistalização é
denominado de neomorfismo.
O segundo é a transformação do carbonato em sílica, em
que a composição química é drasticamente modificada e o
fenômeno recebe o nome de substituição.
Componentes deposicionais

• Arcabouço
• Matriz
• Porosidade primária

Componentes diagenéticos
• Cimento
• Porosidade secundária Representação genérica de rochas
sedimentares, com indicação de seus
componentes principais.
Componentes Deposicionais
- Arcabouço: fração clástica principal (que dá nome a
rocha ou depósito) e ás frações mais grossas que esta.

- Matriz: material clástico mais fino.

- Porosidade primária:refere-se ao volume, á geometria


e á distribuição de poros que o agregado sedimentar tinha
no momento de deposição.
Componentes Diagenéticos
Os processos diagenéticos incluem dissolução e
fragmentação, o que equivale a criar poros.

A diagênese é igualmente capaz de fechar poros, seja por


compactação, pela precipitação de minerais sob a forma
de cimento.

A porosidade secundária resulta da interação química do


arcabouço e da matriz com a água intersticial, favorecida
ou não pelas condições diagnéticas de temperatura e
pressão.
Classificação quanto à natureza

Rochas sedimentares clásticas;


Rochas sedimentares químicas;
Rochas sedimentares biogênicas;
Rochas Sedimentares Clásticas
Os sedimentos e rochas sedimentares clásticos constituem
mais de três quartos da massa total de sedimentos e
rochas sedimentares da crosta terrestre.

Estes sedimentos podem ser de natureza terrígena


(derivados de rochas existentes na superfície terrestre),
piroclástica (derivados de erupções vulcânicas) e
calcária.
Rochas Sedimentares Clásticas
Principais componentes dessas rochas:
- Clastos: fragmentos de rochas e grãos minerais
(quartzo e feldspatos);
- Matriz: granulometria mais fina (silto-argilosa)
localizada entre os grãos;
- Cimento: quase sempre silicoso, carbonático ou
ferruginoso. O tipo de cimento é determinante da
maior ou menos resistência mecânica da rocha.
Os silicosos são os que fornecem maior coesão e dureza
ás rochas.
Rochas Sedimentares Clásticas
Elementos descritivos na classificação dos sedimentos
clásticos e das rochas deles derivados.
• Tamanho dos grãos
TAMANHO LIMITE DE CLASSE SEDIMENTO ROCHA
CLASSE (mm)
A B C

> 256 Bloco


Cascalho Conglomerado ou Psefito Rudito
256 -64 Pedra
brecha
64 - 4 Seixo

4-2 Grânulo

2-1 Areia muito grossa


Areia Arenito Psamito Arenito
1 - 0,5 Areia grossa

0,5 - 0,25 Areia média

0,25 - 0,125 Areia fina


0,125 - 0,06 Areia muito fina

0,06 - 0,004 Silte Silte Siltito Pelito Lutito

< 0,004 Argila Argila Argilito

Obs: A: designações mais comuns; B: termos derivados do grego; C: termos derivados do latim
Rochas Sedimentares Clásticas
• Forma dos grãos: variam muito na forma.
A ruptura ao longo de juntas, planos de acamamento e
outras fraturas na rocha-matriz determina a forma dos
matacões, calhaus e seixos.
Os grãos de areia tendem a herdar suas formas dos
cristais individuais da rocha-matriz, na qual eram
anteriormente encaixados uns nos outros.
• Grau de arredondamento
• Estruturas sedimentares
• Ambiente de deposição
Rochas Sedimentares Clásticas
• Grau de arredondamento: ocorre durante o transporte.

No transporte por água ou vento ocorrem colisões entre


grãos sua quebra e diminuição de tamanho.

A abrasão pelo contato gera fricção entre grãos/substrato


suavizando as quinas, arredondando e conseqüentemente
diminuindo o tamanho desses grãos.
• Estruturas sedimentares
• Ambiente de deposição
Rochas Sedimentares Clásticas
• Estruturas sedimentares
Todos os tipos de acamamento e muitas outras superfícies
formadas durante a deposição são chamados de
estruturas sedimentares.

O acamamento, ou estratificação, é uma feição


comum dos sedimentos e das rochas sedimentares. As
camadas paralelas de diferentes tamanhos de grão ou
composição indicam sucessivas superfícies
deposicionais.
Rochas Sedimentares Clásticas
Estratificação cruzada:consiste em conjunto de
material estratificado, depositado pelo vento ou pela
água, nos quais as lâminas inclinam-se em relação á
horizontal segundo ângulos de até 330.

Fonte: www.abagrp.org.br
Rochas Sedimentares Clásticas
Estratificação gradacional: comum em sedimentos do
talude continental marinho profundo depositado por
uma variedade especial de corrente de fundo chamada
corrente de turdidez.

Cada camada numa


estratificação
gradacional progride
desde grãos grossos
na base até grãos
finos no topo.

Fonte: paleozona.blogspot.com
Rochas Sedimentares Clásticas
Marcas onduladas: são dunas de areia ou silte muito
pequenas cuja dimensão mais longa está em ângulo
reto com a corrente.

Formam cristas, ou
corrugações,
pequenas e estreitas,
geralmente de apenas
um ou dois
centímetros de altura,
separadas por calhas
mais largas.
Fonte: www.coladaweb.com
Rochas Sedimentares Clásticas
Estruturas de bioturbação: são remanescentes de
furos e túneis escavados por moluscos, vermes e
muitos outros organismos marinhos que vivem no funso
do mar.

Esses organismos
retrabalham os
sedimentos existentes
escavando através das
lamas e areias –
processo chamado de
bioturbação.
Fonte: geostoriaestpal.blogspot.com
Rochas Sedimentares Clásticas

Conglomerados ou brecha: contém mais de 25% dos


componentes, geralmente fragmentos de rochas, com
tamanho >2 mm (na prática, são centímetros, podendo
ser até métricos).
Quando a forma dos fragmentos é arredondada, a rocha
recebe o nome de conglomerado e, quando é
angulosa, brecha.
Conglomerado
Brecha
Rochas Sedimentares Clásticas

Arenitos: contém mais de 50% de grãos com tamanhos


entre 2 a 0,06 mm.
Os principais tipos são:
Quartzo arenito: mais abundante, o quartzo constitui mais
de 95% de grãos clásticos e pode conter até 15% de
matriz silto-argilosa.
O cimento quando presente é
sílica, carbonatos e outros.
Rochas Sedimentares Clásticas

Arcóseo: deriva-se de rochas graníticas e contém, além do


quartzo, mais de 25% de feldspatos entre os minerais
clásticos.
Fragmentos de micas detríticas podeme star presentes,
bem como matriz argilosa (até 15%) e cimento.
Óxidos de ferro presente também fornece cor avermelhada
à rocha.

Fonte:www.rc.unesp.br
Rochas Sedimentares Clásticas

Grauvaca: abundante (15 – 75%) matriz constituída de


clorita, sericita e grãos tamanho silte de quartzo e
feldspatos.
Na fração areia, os grãos de quartzo dominam sobre os de
plagioclásio e de fragmentos de rocha, de composição
variada.

Fonte: commons.wikimedia.org
Rochas Sedimentares Clásticas

Siltito e Argilito: constituídas por partículas tamanho


silte e argila.
É o grupo mais abundante de rochas sedimenteres.
Seus principais constituíntes são os argilominerais e
partículas de quartzo no tamanho silte.
Estas rochas em geral, exibem fissilidade, que é a
propriedade de separação de placas segundo planos
paralelos finamente espaçados.
De acordo com a predominância de silte ou argila e os
graus de fissilidade da rocha, têm-se:
Rochas Sedimentares Clásticas

Siltito: rocha se fissilidade constituída de partículas


tamanho silte.
Ao tato é áspera, devido à presença de quartzo, como
constituinte principal.
Folhelho síltico: rocha físsil
consituída de partículas
tamanho silte e argila.

Fonte: www.utp.br
Fonte: pt.wikipedia.org
Rochas sedimentares orgânicas
Formadas por processos bioquímicos a partir da
litificação de restos de plantas e animais acumulados
sob condições anaeróbias, que impediram sua
oxidação.

Chert – Composto de sílica


pura. Ao microscópio é
possível identificar restos de
minúsculos organismos
marinhos que fazem seus
esqueletos de sílica ao invés
de CaCO3. Sílex é uma
variedade negra do chert.
Rochas sedimentares orgânicas
Carvão
Quando as plantas morrem, seus restos usualmente
são decompostos por reações com o oxigênio.

O parcial apodrecimento de plantas forma a turfa.

Com o soterramento e compactação da turfa ela


converte para carvão, que é uma rocha combustível
dura e preta.
Rochas sedimentares orgânicas
A série do carvão é formada pelos seguintes tipos:

Turfa: de cor castanho-amarelada,


com textura fibrosa bem preservada.

Linhito: de cor castanha,


mais compacta que a
turfa, cujos
fragmentos de planta
ainda podem ser
reconhecidos.
Rochas sedimentares orgânicas
Carvão mineral: de
cor preta em que a
matéria vegetal foi
totalmente
transformada em
mineral.

Antracito: de cor
preta, densa e
brilhante.
Rochas sedimentares orgânicas
Folhelho betuminoso: de cor castanho-escura a preta,
com fissilidade e granulometria fina, constituída de
silte, argila e matéria orgânica na forma de
querogênio (mistura de hidrocarbonetos de moléculas
grandes) que pode ser extraído, por destilação, na
forma de petróleo.

É conhecido como Xisto Betuminoso.

O conteúdo de matéria orgânica varia


de 20% a 30% e o óleo extraído de
2% a 12%.
Rochas sedimentares químicas
Formadas a partir da precipitação de solutos (Ex. Ca,
Na, K e Mg).

Evaporitos – Depósitos salinos


formados a partir da evaporação
da água do mar em lagunas e
lagos reliquiares.

As condições propícias - locais


com limitada circulação de água,
clima seco, evaporação maior que
a precipitação.(Ex. gipsita -
CaSO4.2H2O e halita - NaCl).
Rochas sedimentares químicas
Cálcário oolítico – Água do
mar saturada em Ca e CO3
pode precipitar sob
condições próprias o CaCO3.

Ondas e correntes revolvem


pequenos fragmentos de
conchas, produzindo esfera
chamadas oolitos, que
podem ser cimentados juntos
para formar calcário oolítico.
Rochas sedimentares bioclásticas
Formada pela litificação de sedimentos e restos de
animais como moluscos e ostras que utilizam o CaCO3
para construir a carapaça do seu corpo;

O mineral mais comum de carbonato é a calcita CaCO3 e


dolomita CaMg(CO3)2.
Coquina é um calcário bioclásticos constituído
completamente de fragmentos de seixos e conchas
cimentados juntos.

Você também pode gostar